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SISTEMAS DE ESTRUTURAS

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Associação e 
compatibilização de 
sistemas estruturais básicos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer a relação entre projeto arquitetônico e estrutural.
 � Diferenciar as três relações entre projeto arquitetônico e estrutura.
 � Identificar a arquitetura estrutural.
Introdução
Realizar a compatibilização de projetos é fundamental para evitar erros 
em razão de interferências entre projetos de diferentes especialidades 
e minimizar (ou até mesmo eliminar) o retrabalho, reduzindo prazos de 
projeto e execução, desperdícios e custos. É, também, um dos maiores 
desafios enfrentados no dia a dia dos escritórios de arquitetura e das 
empresas construtoras. Do estudo preliminar ao projeto executivo, corrigir 
as incompatibilidades entre diversos projetos, apontando e propondo 
as adequações necessárias, é de fundamental importância para evitar 
problemas posteriores na obra.
Neste capítulo, você vai conhecer a relação que existe entre projeto 
arquitetônico e estrutural, bem como diferenciar as três relações exis-
tentes entre esses dois projetos — exposição da estrutura, ocultação da 
estrutura e destaque da estrutura — e identificar a arquitetura estrutural 
em um projeto.
Relação entre projeto estrutural e arquitetônico
Atualmente, para construir melhor com menos custos, surge um processo de 
conscientização de técnicos, engenheiros e empresários do setor da construção 
civil, conduzindo a investir em padronização dos processos. Para Faria (1993), 
a compatibilização favorece o projeto, maximizando os resultados desejados 
e minimizando o tempo gasto com sua elaboração. 
De acordo com Rauber (2005), da interferência entre os projetos arquitetô-
nico e complementares, surge a necessidade de compatibilizar, ou seja, estudar 
a maneira de todos os projetos coexistirem harmonicamente na edificação. Em 
outras palavras, compatibilizar é fazer com que todas as soluções de projeto 
se “encaixem” perfeitamente na construção.
Segundo Melhado (2005), a compatibilização dos projetos de diferentes 
especialidades é superposta para verificar as interferências entre eles, e os 
problemas são evidenciados para que a coordenação possa agir sobre eles e 
para solucioná-los. Esse processo de compatibilização deve acontecer quando 
os projetos já estão concebidos, funcionando como uma “malha fina”, na qual 
possíveis erros possam ser detectados.
Partindo da importância da compatibilização dos projetos, tudo se inicia 
na concepção do projeto arquitetônico. Rauber (2005) destaca que o projeto 
arquitetônico se constitui na “espinha dorsal” do projeto da edificação. Todos 
os projetos complementares, inclusive o estrutural, são concebidos a partir do 
projeto de arquitetura, o que lhe atribui uma grande importância. 
Dessa forma, um projeto arquitetônico mal concebido implicará em efeitos 
danosos sobre a totalidade da edificação, vista sua influência na concepção 
dos demais projetos, na execução, nos custos, na manutenção do edifício e, 
consequentemente, na sua vida útil.
A concepção do projeto arquitetônico costuma ser uma tarefa árdua, pois 
ao arquiteto ou ao engenheiro civil cabe contemplar todos os aspectos técnicos 
envolvidos na construção, atendendo-os da melhor maneira possível. Basica-
mente, o profissional responsável pelo projeto arquitetônico deve determinar 
as características da edificação, que se constituem, principalmente, em:
 � Sistema construtivo a ser adotado.
 � Dimensões e disposição dos ambientes.
 � Tamanho e posição das aberturas.
 � Tipo de cobertura.
 � Solução estrutural.
Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos2
 � Previsão de instalações (elétricas, hidrossanitárias, prevenção contra 
incêndio, etc.).
 � Equipamentos (elevadores, bombas, motores, etc.).
 � Acabamentos internos e externos (pisos, revestimentos, cores, etc.). 
Vale destacar que essas decisões de projeto são condicionadas por diversos 
fatores, dentre eles a legislação vigente, a normalização, as recomendações 
técnicas, as limitações orçamentárias, a durabilidade dos materiais e as difi-
culdades de manutenção e reposição.
De uma maneira geral, a compatibilização nasce a partir do projeto ar-
quitetônico, não impedindo sua flexibilidade no desenvolvimento compatível 
com os demais projetos e serviços.
As normas vigentes e necessárias para elaboração de um projeto arquite-
tônico são a ABNT NBR 6492:1994, que trata da representação de projetos 
de arquitetura, e a ABNT NBR 13532:1995, que apresenta a elaboração de 
projetos de edificações de arquitetura (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE 
NORMAS TÉCNICAS, 1994, 1995).
Indo de encontro e tendo posse do projeto arquitetônico, é possível realizar 
a concepção do projeto estrutural. O projeto estrutural pode ser considerado o 
esqueleto da edificação, que irá suportar e distribuir as cargas até a fundação. 
O projeto estrutural está condicionado ao projeto arquitetônico, uma vez que 
este, para a organização do espaço, supõe a interferência da estrutura, como 
locação de pilares, altura de vigas, vãos máximos de lajes, etc. Assim, para 
que não haja prejuízo ao projeto estrutural, a arquitetura deve ser concebida 
visando à perfeita compatibilização, o que requer do arquiteto conhecimentos 
básicos acerca das condições necessárias para a realização do projeto de 
estruturas de uma edificação.
O desenvolvimento do projeto estrutural deve ter como responsável um 
engenheiro civil com capacitação para tal, e compreende no lançamento de 
elementos estruturais. De acordo com Rebello (2007), esse lançamento consiste 
na locação de lajes, vigas e pilares que vão dar sustentação à edificação. O 
projetista estrutural deve conceber um projeto que interaja com o arquitetô-
nico proposto, complementando a arquitetura de forma que não a prejudique, 
esteticamente e estruturalmente.
A norma que rege o dimensionamento do projeto estrutural de uma edi-
ficação é a ABNT NBR 6118:2014, que diz que o projeto estrutural deve ser 
composto por desenhos, especificações e critérios de projeto, além de informa-
ções pertinentes para a execução da estrutura da edificação (ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014).
3Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos
O projetista desenvolverá e apresentará o projeto estrutural, após estudar 
as diversas opções de estruturas, analisar as vantagens e desvantagens de cada 
uma, sob o ponto de vista de viabilidade técnica, econômica e de execução. 
Para tanto, é de responsabilidade do projetista obter informações acerca das 
características do local da obra no tocante a:
 � Tipo e custo da mão de obra disponível.
 � Tipo e custo dos materiais disponíveis.
 � Disponibilidade de equipamentos.
 � Possibilidade de utilização de técnicas construtivas.
Ainda, o projeto estrutural deverá conter o projeto de fundação/infraes-
trutura e o projeto da superestrutura.
Caso haja um desenvolvimento de projetos sem a utilização da compati-
bilização entre os projetos arquitetônicos e estruturais, haverá uma série de 
consequências negativas, já citadas no decorrer do texto, ocasionando falhas na 
qualidade da edificação, como visto na Figura 1, repercutindo na elevação do 
custo da obra. No exemplo, observa-se claramente que foi realizada a famosa 
gambiarra, em que a seção da viga foi diminuída/cortada para a inserção da 
porta, causando estranheza tanto do ponto de vista estético quanto do ponto 
de vista estrutural. Nesse caso, talvez fosse recomendável recalcular a seção 
da viga e verificar se ela não poderia ter sido executada com um padrão único 
de altura, sem a necessidade do corte em determinados trechos.
Figura 1. Exemplo de projetos de esquadrias e estruturas gerando incompatibilização.
Fonte: Téchne (2008).
Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos4
Outra situação que necessita de uma compatibilização correta são os casos 
em que as lajes se apresentem com grandes vãos. Acontece que o maior pro-
blemade um grande vão de laje é a deformação. Como não existe uma junta 
de dilatação (a peça é considerada inteiriça), as contrações e dilatações podem 
danificar o módulo. Para combater essas deformações, recorre-se ao concreto 
protendido, como mostra a Figura 2, ministrando-se inclusive contraflechas. 
No projeto de grandes lajes alveolares, inclusive as nervuras são protendidas, 
procurando-se compensar flechas que resultariam de retração do concreto na 
capa de compressão. Um grande vão deve ser minuciosamente planejado e 
exige o trabalho de uma grande equipe de especialistas, desde a pré-concepção 
até a finalização da construção, e envolve muita tecnologia.
Figura 2. Grande vão de laje em concreto protendido.
Fonte: Aisyaqilumaranas/Shutterstock.com.
Outra ocorrência comum diz respeito aos famosos dentes na alvenaria, 
em que a espessura da parede não acompanha a espessura de vigas ou pila-
res, ocorrendo um retrabalho no projeto arquitetônico. Para evitar que isso 
ocorra, é necessário compatibilizar a dimensão do bloco cerâmico (tijolo) 
com a espessura do elemento estrutural (pilares e vigas). Para isso, você deve 
verificar as dimensões padrões dos tijolos vendidos em sua região e que são 
normatizadas pela ABNT NBR 15270:2017, que trata dos blocos cerâmicos 
para alvenaria de vedação, que utilizam as larguras de 9/11,5/14/19 e 24 cm 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2017).
5Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos
Geralmente, a famosa espessura de 15 cm (tijolo de 11,5 cm) para parede já 
não atende mais se o desejo for esconder a estrutura e evitar dentes na parede. 
Pensando na menor agressividade, deve-se partir no projeto arquitetônico com 
paredes de no mínimo 17 cm, ou seja, considerar tijolo com largura de 14 cm e 
mais o revestimento, que resultará na espessura de 17 cm. Conforme aumentar 
a agressividade (exemplo de casas no litoral), maior será a espessura da parede.
Buscando trazer a perfeita compatibilização entre os projetos arquitetônicos 
e estruturais elaborados, surgem no mercado vários softwares que buscam 
a completa interação de todos os projetos que envolvem uma obra, que vão 
desde o projeto arquitetônico até os demais projetos complementares. Um 
dos mais conhecidos e utilizados nos últimos anos é a plataforma Building 
Information Modeling (BIM), que é um modelo digital constituído por um 
banco de dados que admite acrescentar informações para diversos fins, além 
de proporcionar um aumento de produtividade e racionalização do processo. 
Também é conhecido como modelagem da informação da construção.
Eastman et al. (2008) afirmam que a tecnologia BIM admite a concepção 
de um modelo composto por dados geométricos e várias informações relativas 
às atividades envolvidas na execução da obra (planejamento, projeto, cons-
trução, etc.). É uma plataforma composta por modelos 3D, projetando uma 
simulação da obra em questão, como mostra a Figura 3, que abriga todos os 
dados necessários relativos ao projeto e ao produto, seja no planejamento, na 
construção, na operação e na desmobilização.
Figura 3. Modelo estrutural gerado pela plataforma BIM.
Fonte: Italy3d/Shutterstock.com.
Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos6
Ao contrário dos tradicionais desenhos CADs, em que o computador “entende” 
uma parede desenhada apenas como um conjunto de linhas, no software BIM, ao 
desenhar uma parede, o projetista deve atribuir-lhe propriedades, tais como tipo 
de blocos, dimensões, tipo de revestimento, fabricante, etc., que serão contidas 
no banco de dados. Ou seja, há características de paredes e, posteriormente, esses 
dados podem ser convertidos em tabelas ou planilhas de quantitativos de materiais, 
facilitando o orçamento do projeto para a equipe que o gerar.
A compatibilização de projetos pode ser desenvolvida sob a perspectiva do atendi-
mento do conjunto das normas de desempenho ABNT NBR 15575:2013, de modo a 
garantir as exigências dos usuários especificadas nesse referencial normativo. Essa 
norma, além suprir a falta de integração da equipe e possibilitar a redução do número 
de interferências encontradas na fase de execução, atendendo ao cliente intermediário, 
pode também contribuir para alcançar o conceito de valor atribuído pelos clientes 
finais, no que diz respeito ao desempenho do edifício.
Considerando também a etapa da compatibilização de projetos como fase de aglu-
tinação geral dos projetos e minimizadora de interferências encontradas na interface 
dos subsistemas que compreendem a concepção de um edifício, ela pode também 
possibilitar que os agentes envolvidos no processo de projeto, como o gestor de 
projetos, o coordenador e os projetistas, voltem sua atenção para o atendimento 
aos requisitos do conjunto de normas de desempenho da ABNT NBR 15575:2013, 
contribuindo para o resguardo das exigências dos usuários dos edifícios habitacionais 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013).
Três relações entre projeto arquitetônico 
e estrutura
É fato que o sistema estrutural é importante e essencial à arquitetura, no seu 
papel funcional de sustentar o edifício, e isso não implica que ele deva ser 
escondido ou indistinto. Até quando a estrutura é exposta, muitas vezes sua 
programação é repetitiva e previsível e muitos de seus elementos são grosseiros. 
Engel (2001) salienta que quando a estrutura ganha vez, ela reforça a riqueza 
da arquitetura e, por muitas vezes, torna-se o elemento mais compositivo de 
uma edificação. Há vastas possibilidades para que a estrutura aprimore a 
arquitetura, e seja mais que um elemento funcional, agregando forma, vazios, 
espaços, e experiências de uma arquitetura bem pensada.
7Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos
Basicamente, o sistema estrutural de uma obra ou edificação pode se 
relacionar com o projeto arquitetônico de três maneiras diferentes:
 � Estrutura exposta.
 � Estrutura oculta.
 � Estrutura destacada.
Estrutura exposta
Desde os tempos antigos, os sistemas com paredes portantes principalmente de 
alvenaria de pedra e tijolo dominaram a arquitetura. Esses sistemas estruturais 
também funcionavam como os principais sistemas de vedação externa e ex-
pressavam a forma da arquitetura, que, por não apresentar nenhum tratamento 
em sua superfície, davam uma sensação de acabamento de maneira objetiva 
e direta (CHING; ONOUYE; ZUBERBUHLER, 2010).
Nos dias de hoje, ainda há exemplos de obras e edificações que exibem 
seus sistemas estruturais, como mostra a Figura 4, geralmente compostos de 
madeira, aço ou concreto, e os utilizam de maneira eficaz como os principais 
“criadores” da forma arquitetônica.
Figura 4. Exemplo de estrutura exposta.
Fonte: Santi Rodrigues/Shutterstock.com.
Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos8
Estrutura oculta
Aqui, o sistema estrutural é ocultado ou obscurecido pelo alto grau de re-
vestimento externo e pela cobertura da edificação. Por vezes, a ocultação da 
estrutura se dá por questões práticas, tais como o revestimento dos elementos 
estruturais para torná-los resistentes ao fogo. 
Há também a possibilidade de o sistema estrutural ser obscurecido por 
pura negligência, e não de maneira intencional. Nesse caso, surgem questões 
legítimas sobre o projeto, pois não se sabe se ele resulta de uma intenção, se 
é acidental, se é proposital ou, em último caso, se decorre da falta de cuidado.
Estrutura destacada
Nesse tipo de estrutura, o desenho pode ser explorado como uma caracterís-
tica do projeto, celebrando a forma e a materialidade da estrutura. O aspecto 
costuma ser geralmente exuberante, como as estruturas em casca e membrana. 
Ching, Onouye e Zuberbuhler (2010) lembram que existem estruturas 
que dominam pela força pura utilizada para expressar a maneira como li-
dam com os esforços que agem sobre elas. Essas estruturas geralmente se 
tornam ícones em razão de sua imagem impressionante, como a Torre Eiffel, 
ilustrada na Figura 5. Para determinar seuma edificação tira partido ou não 
de sua estrutura, precisamos diferenciar com cuidado a expressão estrutural 
das formas expressivas, que geralmente aparentam ser estruturais, mas na 
verdade não o são. 
Figura 5. Exemplo de uma estrutura destacada.
Fonte: stocker1970/Shutterstock.com.
9Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos
Identificação da arquitetura estrutural
De uma maneira geral, Alva (2007) relata que a concepção da estrutura de 
um edifício consiste no estabelecimento de um arranjo adequado dos vários 
elementos estruturais deste, de modo a assegurar que a edificação possa atender 
às finalidades para as quais foi projetada. Em virtude da complexidade das 
construções, uma estrutura requer o emprego de diferentes tipos de peças 
estruturais adequadamente combinadas para a formação do conjunto resistente, 
como mostra a Figura 6.
Figura 6. Principais elementos estruturais de um edifício.
Fonte: Adaptada de Alva (2007).
A concepção estrutural deve levar em conta a finalidade da edificação e 
atender, o máximo possível, às condições impostas pela arquitetura. Como 
já comentado anteriormente, o projeto arquitetônico representa a base para 
a elaboração do projeto estrutural. Este deve prever de maneira clara o posi-
cionamento dos elementos de forma a respeitar a distribuição dos diferentes 
ambientes nos diversos pavimentos. Evidentemente, a estrutura deve também 
ser coerente com as características do solo no qual ela se apoia.
Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos10
Usualmente, a escolha da forma da estrutura de um edifício depende 
essencialmente do projeto arquitetônico proposto. Os edifícios residenciais 
costumam ser constituídos pelos seguintes pavimentos:
 � Subsolo: destinado à área de garagem.
 � Pavimento térreo: destinado à recepção, às salas de estar, de jogos, 
de festas, às piscinas e à área para recreação.
 � Pavimento-tipo: destinado aos apartamentos, com os vários cômodos 
previstos no projeto.
 � Ático: pavimento menor e mais recuado que os demais, no topo dos 
edifícios, destinado a abrigar máquinas, reservatórios, depósitos, etc.
Buscando uma correta compatibilização de projetos, um exemplo a ser 
citado é o cuidado que se deve ter ao verificar a localização de vigas, por 
exemplo, nas regiões de banheiros e área de serviço, em que o engenheiro que 
cuida do projeto hidráulico, muito provavelmente, procurou localizar pontos 
para passagem de dutos de esgoto e instalações de água fria e quente.
Sempre que possível, busca-se evitar a inserção de furos em vigas, porém, 
quando seu uso é inevitável, a ABNT NBR 6118:2014 discorre sobre os aspectos 
inerentes a esses furos, aberturas e canalizações em elementos de concreto 
armado (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2014).
Qualquer estrutura que apresenta, em suas exigências de projeto, a necessi-
dade de furos ou aberturas, deverá ser projetada e detalhada para absorver as 
alterações do fluxo de tensões que ocorrem no entorno desses locais, prevendo-
-se armaduras especiais para esses casos, além daquelas necessárias para a 
estabilidade do elemento em função das solicitações atuantes.
No caso de vigas de concreto armado, devem ser observadas limitações 
construtivas mínimas para a existência de aberturas paralelas à sua altura, 
sendo que:
 � Não devem apresentar diâmetro superior a 1/3 da largura da viga.
 � A distância mínima do furo à face da viga deve ser de 5 cm ou duas 
vezes o cobrimento da armadura especificada.
 � No caso de vários furos, estes devem estar espaçados de, no mínimo, 
5 cm ou o valor do diâmetro do furo, devendo manter pelo menos um 
estribo nessa região.
11Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos
Por exemplo, no caso de aberturas circulares muito próximas, deverá ser 
garantida uma distância mínima de 5 cm entre os furos, sendo conveniente adi-
cionar armaduras de cisalhamento inclinadas, conforme indicado na Figura 7.
Figura 7. Aberturas circulares em viga de concreto armado.
Fonte: Adaptada de Giugliani ([200-?].
≥ 5 cm
Já no sistema construtivo de alvenaria estrutural, o uso de shafts é con-
siderado imprescindível na compatibilização de projetos, principalmente 
hidrossanitários. A proximidade entre a cozinha, o banheiro e a área de serviço 
do apartamento é importante para racionalizar as instalações, garantindo o 
menor número possível de prumadas e shafts. Nesse sentido, o boxe do banheiro 
é um local conveniente para o posicionamento dos shafts.
Shafts internos e/ou externos devem ser utilizados para tubulações verticais 
de maior diâmetro. É possível também prever no projeto a execução de paredes 
de vedação, não estruturais, para a passagem de tubulações de hidráulicas 
embutidas — no caso, a largura dos blocos é um limitador para o uso de 
tubulações. Há, ainda, a opção de deixar a tubulação aparente, cobrindo-a 
com uma carenagem plástica.
Outro exemplo tem relação com os casos de edifícios com utilização mista, 
ou seja, parte dele é de utilização comercial, por exemplo, do primeiro ao 
quarto andar, e os andares seguintes são de utilização residencial. Usualmente 
as distribuições arquitetônicas dos andares-tipo não são compatíveis, exigindo 
posições diferentes para os pilares em cada andar-tipo.
Ainda, na arquitetura estrutural, é importante considerar o comportamento 
primário dos elementos estruturais. Basicamente, os elementos que compõem 
a estrutura, vistos na Figura 8, são: 
Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos12
 � Laje: é um elemento plano bidimensional, apoiado em seu contorno nas 
vigas, constituindo os pisos dos compartimentos; recebe as cargas do 
piso transferindo-as para as vigas de apoio; é submetida predominante-
mente à flexão nas duas direções ortogonais. Em algumas situações de 
projeto, é necessário lançar cargas localizadas pontualmente em lajes, 
como pilares ou até mesmo reservatórios de água. Essa carga estará 
localizada em um ponto específico da laje, sendo redistribuída para as 
nervuras adjacentes, no caso de lajes nervuradas (ou pré-moldadas). Em 
caso de lajes maciças, é recomendável realizar um reforço de armadura 
na borda desses elementos inseridos na laje.
 � Viga: é um elemento de barra sujeito predominantemente à flexão, 
apoiada em pilares e geralmente embutida nas paredes; transfere para 
os pilares o peso da parede apoiada diretamente sobre ela e as reações 
das lajes.
 � Pilar: é um elemento de barra sujeito, predominantemente, à flexo-
-compressão, fornecendo apoio às vigas; transfere as cargas para as 
fundações.
Figura 8. Orientação das ações estruturais em edificações.
Fonte: Adaptada de Alva (2007).
13Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos
Ainda, de acordo com Bittencourt e França (2001), os sistemas estruturais 
devem ser entendidos como disposições racionais e adequadas de diversos 
elementos estruturais, compostos por vigas, pilares, lajes, paredes estrutu-
rais, entre outros. Os sistemas estruturais, portanto, consistem na reunião 
de elementos estruturais de concreto, aço, mistos e outros, de maneira que 
estes trabalhem de forma conjunta para resistir às ações atuantes no edifício 
e garantir sua estabilidade.
O lançamento de todos os elementos estruturais é realizado sobre o projeto 
arquitetônico. Ao lançar a estrutura, deve-se ter em mente vários aspectos 
básicos:
 � Estética: deve-se atender às condições estéticas definidas no projeto 
arquitetônico. Este, geralmente, requer que se esconda a estrutura 
dentro das paredes. Como normalmente os edifícios têm sua estrutura 
revestida, procura-se embutir as vigas e os pilares nas alvenarias, sempre 
que possível.
 � Economia: deve-se lançar a estrutura pensando em minimizar o custo 
da edificação. A economia pode vir da observação de vários itens, tais 
como uniformização da estrutura, compatibilidade entre vãos, materiais 
e métodos, entre outros.
 � Funcionalidade: um aspecto funcional importante é o posicionamentodos pilares na garagem, por exemplo. Em virtude da necessidade cres-
cente de vagas para estacionamento, deve ser feita uma análise minuciosa 
dos pavimentos de garagem, de modo a aumentar ao máximo a quanti-
dade de vagas, sempre procurando obter vagas de fácil estacionamento.
 � Resistência às ações horizontais: ao se lançar a estrutura, deve-se 
procurar estabelecer um sistema estrutural adequado para resistir às 
ações horizontais atuantes na estrutura (vento, desaprumo e+ efeitos 
sísmicos).
1. A estrutura e o projeto arquitetônico 
mantêm uma relação estreita, pois 
ambos fluem juntos na concepção 
do projeto. Observe as afirmativas 
sobre essa ligação e assinale a que 
NÃO se encaixa conforme aponta o 
livro Sistemas Estruturais Ilustrados.
a) Na volumetria do projeto.
b) Na organização funcional 
dos ambientes.
Associação e compatibilização de sistemas estruturais básicos14
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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