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0 Caderno Direito Tributário II pdf

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Fato Gerador 
- Obrigação tributária: → Acessória (fazer ou não fazer) → Principal (pagar ou dar) 
- Hipótese normativa: para sair da hipótese precisa do fato gerador, que materializa 
a obrigação tributária 
- Hipótese normativa → Consequente normativa 
• aspecto material (O QUE) 
• aspecto quantitativo (alíquota/b.c) 
• aspecto temporal (QUANDO) 
• aspecto pessoal (QUEM - Sujeito ativ/pas) 
• aspecto espacial (ONDE) 
- Aspectos que devem estar presentes cumulativamente para a materialização do fato 
gerador. 
- Lançamento → caráter declaratório, que formaliza a existência da obrigação 
tributária. 
- Notificação → formaliza a OT, a partir da notificação pessoal (notificação por edital 
é a exceção) 
 
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E 
TERRITORIAL URBANA (IPTU) 
 
1.1. Base normativa abstrata 
- Constitucional 
➔ Competência tributária ativa (art. 156, I da CRFB) 
➔ Imunidade tributária: art. 150, IV 
➔ Progressividade em razão da localização, uso e valor do imóvel: art. 156, 
parágrafo 1 da CRFB. 
➔ Progressividade no tempo ou função social: art. 182, parágrafo 4 da CRFB. 
- Infraconstitucional 
➔ CTN (art. 32/34). 
➔ Estatuto da Cidade, Lei n. 10257/01, arts. 7 e 8 (regulamenta o art. 182, 
parágrafo 4 da CRFB) 
➔ Leis Municipais 
- Cada Lei Municipal deve estar totalmente condizente à Constituição Federal, e ao 
CTN, para ter uma uniformização de âmbito nacional. Havendo desconformidade 
com tais normas, haverá ilegalidade. 
- Importante ressaltar que existe uma hierarquia entre as normas. Sendo a CF a mais 
importante, e as leis municipais as “menos” importantes, em face às ilegalidades que 
as leis municipais podem conter, ou não respeitarem a CF. 
* Obs: Leis Ordinárias que são as responsáveis por instituírem impostos - CF e CTN não 
institui imposto. 
- CTN - Princípio da recepção - Algumas normas do CTN não foram recepcionadas 
pela CF, por ser incompatível. 
 
1.2 Imposto real 
- A tributação pessoal é aquela que leva em conta as questões subjetivas do 
contribuinte/cidadão, voltando-se à perspectiva da capacidade contributiva subjetiva. 
- Em contraponto, temos a tributação real, que cuja incidência tributária não leva em 
conta as questões pessoais subjetivas, incidindo-se sobre determinado bem, riqueza, 
coisa (imóvel, carro). Tributação sobre o patrimônio. 
- Trata-se de imposto que recai sobre a capacidade contributiva objetiva? Recai no 
bem imóvel urbano. 
- Histórico da progressividade na CRFB: 
Primeira fase: Imposto real 
• A progressividade prevista no texto constitucional era aquela positivada no art. 
182, § 4º da CRFB. 
• Súmula n. 589 do STF: É INCONSTITUCIONAL A FIXAÇÃO DE ADICIONAL 
PROGRESSIVO DO IPTU EM FUNÇÃO DO NÚMERO DE IMÓVEIS DO 
CONTRIBUINTE. 
• Por sua vez, veio a Súmula 539 do STF: É CONSTITUCIONAL A LEI DO 
MUNICÍPIO QUE REDUZ O IPTU OCUPADO PELA RESIDÊNCIA DO 
PROPRIETÁRIO, QUE NÃO POSSUA OUTRO. 
• O STF impediu a tributação progressiva do IPTU no final da década de 90. 
Segunda fase: EC n. 29 de 2000 
• Foi promulgada a Súmula 668 do STF: É INCONSTITUCIONAL A LEI 
MUNICIPAL QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA EMENDA 
CONSTITUCIONAL 29/2000, ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, 
SALVO SE DESTINADA A ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO 
SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA  Não foi cancelada, mas se encontra 
superada pelo tema 523, porque foi repercussão geral. 
• Entretanto, em 2020, foi formulado, por maioria, o Tema 523 da repercussão 
geral, ao negar provimento ao Recurso Extraordinário 666.156, fixando a tese: 
“São constitucionais as leis municipais anteriores à Emenda Constitucional n° 
29/2000, que instituíram alíquotas diferenciadas de IPTU para imóveis 
edificados e não edificados, residenciais e não residenciais”. 
 
1.3. Fiscalidade e extrafiscalidade 
- Anos 90: surgiu a discussão no STF, os municípios começaram a providenciar leis 
levando em conta o valor do imóvel, assim, havia alíquotas progressivas considerando 
o valor do imóvel (o imóvel que vale 10.000 a alíquota é de 1, o imóvel que vale 
20.000 a alíquota é 2) - quanto maior o valor do imóvel, maior o valor da alíquota. 
- Diante desse contexto, os contribuintes começaram a desenvolver o seguinte 
raciocínio: 
• Se o IPTU é o imposto real, e, portanto, não leva em consideração questões 
subjetivas, não caberia a progressividade de alíquotas, só poderia ter uma única 
alíquota (proporcionalidade) 
• Art. 182 §4º previa que caberia a progressividade de alíquotas levando em 
consideração o uso e a destinação do imóvel. - progressividade do IPTU 
extrafiscal 
• A progressividade só existia na hipótese de extrafiscalidade. 
- STF considerou inconstitucional a progressividade do IPTU, tendo em vista os dois 
argumentos, que IPTU é imposto real, e não cabe a subjetividade (progressividade 
apenas em impostos pessoais), e que a CF só previa a progressividade extrafiscal, 
atribuindo função social à propriedade. 
- Surge nos anos 2000 a progressividade fiscal e extrafiscal. 
- Os outros impostos seguiram o fundamento da inviabilidade de progressividade. 
- O Imposto patrimonial, real, não cabe a progressividade ➔ ITCD, ITBI 
- STF 2013 Relator Lewandowski: rediscussão da matéria no Sul ITCD - não há que se 
falar em impostos reais, falando-se de uma progressividade, para levar em conta a 
capacidade contributiva do contribuinte. 
- 2020 - edição do tema 523 - assinalando que as leis municipais que previam a 
progressividade do IPTU seriam constitucionais independente da Emenda 
Constitucional 29. 
- Contra progressividade - 98 até 2013 
 
1.4. Aspecto material 
- CRFB: “impostos sobre propriedade predial e territorial urbana” art. 156 
- CTN: “O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e 
territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de 
bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na 
zona urbana do Município.” (art. 32) 
- Destaque: art. 15 do Decreto-Lei n. a LC 57/66. 
- Art. 109 CTN - direito de sobreposição - os direitos e princípios do direito privado são 
importados ao direito tributário, tais como são tratados no direito originário. 
- Art. 1228 CC - conceito de propriedade, importando para o direito tributário. 
- CF - que atribui a competência tributária ativa - competência privativa dos 
Municípios, trazendo como aspecto material o imposto da propriedade predial e 
territorial urbana. 
- CTN - Fato Gerador - domínio útil, ou a posse 
- Animus domini - vontade da posse. 
- Posse - não pode dispor, mas tem alguns direitos a propriedade. 
- A incidência do IPTU recai na posse, desde que seja qualificada com animus domini, 
posse sem animus domini não cabe IPTU. O IPTU não incide em detenção. 
• PREDIAL - construção feita pelo homem, casa … 
• TERRITORIAL - sem construção, lote vago 
• URBANO - área urbana 
- OBS: É vedada a bitributação, dois impostos pelo mesmo fato gerador. 
- Decreto lei 57/66 - com status lei complementar 
- Art 15. O disposto no Art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não abrange 
o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal, 
agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo assim, sobre o mesmo, o ITR e demais 
tributos com o mesmo cobrados. 
- Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, 
desde que comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, 
pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966). (Tese julgada sob o rito do art. 543-
C do CPC/73 – Tema 174) 
- Súmula 626 STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela 
lei local como urbanizável ou de expansão urbana não está condicionada à existência 
dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do CTN. Primeira Seção, julgado em 
12/12/2018, DJe 17/12/2018. 
 
1.5. Aspecto espacial 
- Propriedade, domínio útil e posse com animus domini.- Urbano - ligado ao art. 15 DC 57/66 
- Havendo uma promessa contratual de transferência de titularidade da propriedade, 
quando já tem a posse com o animus domini, assim o possuidor pode ser chamado a 
pagar o IPTU, por ser caracterizado como contribuinte. 
- Município em que se localiza o imóvel objeto da tributação. Deve-se levar em 
consideração, ainda, o critério topográfico. 
- Leva-se em conta a topografia, e geografia do local. 
- O Município não tem competência tributária ativa fora do seu território. 
- A matrícula do imóvel define a titularidade, e a geografia. 
 
1.6. Aspecto temporal 
- Em regra: 01/01. 
- Fato gerador - instantâneo, continuado, complexo, complexivo instantâneo - 
acontece uma única vez complexo/complexivo - deve ser observado vários fatores, ex: 
imposto de renda continuado - mesma base econômica que se renova de tempos em 
tempos, exemplo: IPTU 
- Não há impeditivo de surgir sem ser 01/01. 
- Mas existem municípios que preveem o fato gerador 01/01, mas com vencimento em 
março, ou julho. 
- Vencimento é diferente de fato gerador. O fato gerador é o momento em que se 
reúne os fatos que ensejem a tributação da obrigação. 
 
1.7. Aspecto pessoal (quem pode cobrar e quem pode pagar) 
- Relação com o fisco → EX LEGE 
1.7.1. Sujeito ativo: Municípios e Distrito Federal. 
- (credor) competência tributária ativa privativa aos municípios, e cumulativa ao 
Distrito Federal (acumula competência de instituir tributos municipais e estaduais). 
Para aferição concreta, é indispensável a análise do aspecto espacial. (Ao observar o 
aspecto espacial é possível aferir quem é o sujeito ativo) EX: eu tenho um imóvel em 
Betim, esse aspecto espacial vai servir de sustentação para indicar, que em concreto, o 
credor é o município de Betim. 
1.7.2 Sujeitos passivos (contribuinte) 
- Art. 121 CTN - se divide em 2 figuras, contribuinte e o responsável tributário 
 Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio 
útil, ou o seu possuidor a qualquer título. (art. 34 do CTN). 
o Relação direta e pessoal com o fato gerador. 
o Não é qualquer possuidor que é contribuinte do IPTU, apenas aquele 
possuidor que possui o ANIMUS DOMINI 
o Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU. 
(Súmula n. 399/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - 
Tema 122) 
o O município, que tem competência para instituir o IPTU, irá expor, pela 
legislação, hipóteses indicando quem são os contribuintes (o rol de 
contribuintes). A lei municipal é expressa, não permitindo espaço para 
interpretação do contribuinte, com base no princípio da legalidade, há 
uma tipicidade expressa. 
o O promitente comprador do imóvel e o proprietário/promitente 
vendedor são contribuintes responsáveis pelo pagamento do IPTU. (Tese 
julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 122) 
o Súmula 614, STJ – O locatário não possui legitimidade ativa para discutir 
a relação jurídico-tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel 
alugado, nem para repetir indébitos desses tributos. (quem possui 
legitimidade é o proprietário) 
o O usufrutuário de imóvel urbano possui legitimidade ativa para 
questionar o IPTU. Porque também é contribuinte 
 Responsabilidade tributária: Possui algum interesse no fato gerador, ainda que 
não possua relação direta e pessoal com o fato gerador. 
 “Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos 
a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de 
melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando 
conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de 
arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.” 
(art. 130 do CTN) Responsável por sucessão, subsidiário… 
 
 
2. IMPOSTO TERRITORIAL RURAL - ITR 
 
2.4. Aspecto espacial 
- Se for imóvel em mais de um município: “art. 1§ 3º da Lei: O imóvel que pertencer a 
mais de um município deverá ser enquadrado no município onde fique a sede do 
imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no município onde se localize a maior 
parte do imóvel.” 
- Comentário: Território geográfico do Brasil, exceto em embaixadas. 
- Leva-se em conta imóveis territoriais rurais localizados em limites geográficos do 
Brasil, o Ente não pode cobrar ITR em outros países. 
- IPTU - remete a ideia que o importante é verificar de quem é a competência no caso 
do imóvel, em caso de imóveis que estão em uma zona de “transição”, BH/Contagem. 
- Ao passo que o ITR, não se verifica isso, sendo sua competência intransferível, 
irrenunciável, de competência tributária ativa da união federal. 
- Em termos de capacidade tributária, que não se confunde em competência, não 
institui imposto, sendo que a capacidade tributária pode ser exercida por outro ente 
federado, que não a União. 
- A capacidade tributária do ITR é passível dos Municípios, sendo uma capacidade de 
fiscalizar e arrecadar. 
- A relevância está não para fins do contribuinte, mas para a arrecadação, eis que a 
partir do critério geográfico do imóvel, é possível verificar a capacidade tributária, e a 
partilha da receita do ITR. 
- Partilha - União e Município onde o imóvel se localiza. 
➔ Sem convênio: Se o Município nada fizer - recebe 50% do ITR, e os outros 
50% para a União 
➔ No caso de convênio: Se o Município fiscaliza e arrecada - recebe 100% do 
ITR. 
- Verifica-se para qual Município será redirecionado. 
- Obs: fazenda que fica em dois municípios: resposta no art. 1º o ITR vai para aquele 
que tem a sede o imóvel, se não tiver sede, vai para o município onde o imóvel tem 
uma maior extensão territorial. 
 
2.5. Aspecto temporal 
- Será em 1 de janeiro, nos termos do art. 1. 
- Comentário: O momento em que o ITR surge. 
- O ITR é um imposto continuado, incidindo de tempos em tempos, levando em 
consideração a mesma base econômica que servirá de incidência tributária. 
- Imposto patrimonial - imposto continuado - fato gerador continuado. 
- IPTU e ITR, ambos são impostos continuados. 
- O fato gerador do ITR se materializa todo dia 1º de janeiro. A condição fática e 
jurídica do imóvel que serve de sustentáculo para tributação. 
- Art. 130, do CTN: créditos sub-rogam-se na pessoa do adquirente 
 
2.6. Aspecto pessoal 
- Sujeito ativo: União. 
- Capacidade tributária pode ser transferida aos municípios. 
- Conforme previsão constitucional: “será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que 
assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou 
qualquer outra forma de renúncia fiscal” 
- Competência tributária privativa da União Federal, sendo a capacidade tributária 
transferível aos Municípios. 
- As leis que fixam impostos, alíquotas pertencentes à União Federal, aos Municípios 
não cabe alteração de imposto, apenas arrecadação e fiscalização. 
- Sujeito passivo: Contribuintes são os proprietários e possuidores. (Vide o RESP 325.489-
SP. Locatário ou comodatário?). 
- Proprietário, detentor do domínio útil, possuidor desde que com animus domini. 
 
2.7. Aspecto quantitativo 
2.7.1. Base de cálculo 
- Base de cálculo será o valor fundiário (ou terra nua). Vide art. 10, parágrafo 1, da Lei 
9393. 
- Não é todo imóvel que vai compor a base de cálculo. (No ITR a base de cálculo é 
menor que do IPTU) 
- VTN não compõe a construção humana, culturas permanentes, pastagens, florestas, 
área de preservação permanente… 
- Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, 
independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos 
e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a 
homologação posterior. 
§ 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerar-se-á: I - VTN, o valor do imóvel, 
excluídos os valores relativos a:a) construções, instalações e benfeitorias; 
b) culturas permanentes e temporárias; 
c) pastagens cultivadas e melhoradas; 
d) florestas plantadas; 
II - área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: 
a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei no 
12.651, de 25 de maio de 2012; 
b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante 
ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso 
previstas na alínea anterior; 
c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, 
granjeira, aquícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do 
órgão competente, federal ou estadual; 
d) sob regime de servidão ambiental; 
e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou 
avançado de regeneração; 
f) alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada 
pelo poder público. 
 
2.7.2. Alíquotas 
- Progressiva, de acordo com tamanho e área de utilização do imóvel. 
- Percentual que subsume a base de cálculo. 
- As alíquotas são progressivas levando em conta tamanho do imóvel e grau de 
utilização. 
- Quanto menor o imóvel e mais utilizado, menor a alíquota. 
- Quanto maior o imóvel e menos utilizado, maior a alíquota. 
 
2.8. Lançamento e pagamento 
- Regra = homologação. (DIAT e DIAC) 
- Diferente do IPTU, cujo lançamento se dá de ofício (porque o fisco identifica o sujeito 
passivo e faz o lançamento da obrigação tributária), no caso do ITR, o lançamento é 
por homologação. 
- Compete ao contribuinte prestar as informações relativamente ao imóvel, momento 
em que identifica para a Receita Federal os elementos do imóvel (declara), com base 
nessas informações, a partir disso, o fisco terá o prazo de 5 anos para realizar a 
apuração das informações prestadas pelo contribuinte, homologando de forma tácita, 
ou expressa, ou não concordando, fiscalizar e lavrar o auto de flagrante. 
 
- Grande capital para fins de Imposto de Renda (IR) 
O imposto de renda é o imposto que incide no acréscimo patrimonial, tudo que aquilo 
que acrescer no patrimônio pré-existente está disposto a ser tributado pelo imposto de 
renda. Previsto no art. 43 do CTN. 
➔ Princípio do acréscimo patrimonial. 
OBS: A regra geral que se aplica é o ganho de capital - diferença favorável quando se 
compara a aquisição de um direito de um bem e sua alienação. 
Tese do acréscimo patrimonial 
Uma pessoa em 2021 tinha X, em 2022 adquiriu +10, ficando no final de 2022 com um 
patrimônio de X+10, assim, o IR incide apenas no que acresceu o patrimônio, no 10 (Base 
de cálculo). Sobre tudo aquilo que acrescer no patrimônio pré-existente incidirá o IR 
sendo a base de cálculo apenas o acréscimo patrimonial. 
Ex: Fazenda de 5 milhões, Venda de fazenda, 70 milhões, cliente queria fazer uma 
operação segura, legal, e com a menor tributação possível, com investidor estrangeiro. 
Acréscimo patrimonial de 65 milhões. 
Grande capital, acréscimo patrimonial no IR: Lei 9393 - Art. 19. A partir do dia 1º de 
janeiro de 1997, para fins de apuração de ganho de capital, nos termos da legislação 
do imposto de renda, considera-se custo de aquisição e valor da venda do imóvel rural 
o VTN declarado, na forma do art. 8º, observado o disposto no art. 14, respectivamente, 
nos anos da ocorrência de sua aquisição e de sua alienação. Parágrafo único. Na 
apuração de ganho de capital correspondente a imóvel rural adquirido anteriormente 
à data a que se refere este artigo, será considerado custo de aquisição o valor constante 
da escritura pública, observado o disposto no art. 17 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro 
de 1995. A partir de 97, considera-se custo de aquisição e valor da venda, o VTN 
declarado na data da aquisição e da venda. 
 
- Regra especial para imóvel territorial rural = A base de cálculo no IR para a venda 
seria a diferença do VTN da data da aquisição até a data da venda. 
- O dono pagou 5 milhões de reais, sendo o valor da terra nua aproximadamente 500 
mil reais, e hoje na venda, o valor da terra nua é de 700 mil reais, o IR incidirá no valor 
de 200 mil, (VTN original - VTN hoje = Base de cálculo do IR imóvel territorial rural). 
 
3. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS 
AUTOMOTORES – IPVA 
 
3.1. Base normativa 
- Constitucional 
➔ Competência tributária ativa. (Artigo 155, III da CRFB) 
➔ Demais comandos constitucionais específicos e expressos: Artigo 155, §6º da 
CRFB (regras e princípios do ipva) 
- Infraconstitucional 
➔ CTN = ? 
➔ LC específica = ? 
➔ Minas Gerais – Lei n.º 14.973, de 23 de dezembro de 2003. 
- Lei complementar nacional para IPVA não existe, mas os estados instituíram o IPVA. 
 
3.2. Breve histórico normativo 
- Anos 70, instituiu-se a taxa rodoviária única, sendo cobrada dos veículos automotores 
que circulavam nas rodovias - crítica fundamentada: ausência das características da 
espécie da taxa (poder de polícia?, prestação de serviço?), a natureza era de imposto 
- Neste caso o que vale é o conteúdo. Movimento político em que se revogou a TRU, 
criando-se assim o IPVA (1985). Inserido na CF anterior, a partir da emenda 
constitucional*, os estados instituíram ainda nos anos 80 o IPVA. 
- 85/87/88 - Cf anterior e leis estaduais. 
- CF 88 - IPVA na redação original, em que se atribui a competência aos estados, e 
cumulativamente ao DF. 
- Alguns estados mantiveram as legislações anteriores a CF de 88, MG - lei nova a partir 
da CF/88. 
- Recepcionar na legislação anterior dos estados aquilo que era compatível na CF de 
88. 
- Crítica dos contribuintes (STF) - argumento: CF prevê art. 146, que cabe à lei 
complementar dispor sobre normas gerais de direito tributário, fato gerador, base de 
cálculo, contribuintes de impostos previstos na CF. Assim, os contribuintes criticaram 
que se não há lei complementar, não cabe cobrança. No entanto, STF entendeu, com 
amparo no art. 34 §3º ADC, se não existe uma lei nacional, os estados podem editar 
uma lei** + Art. 24 inciso I, CF. Na falta de lei da união os estados legislam plenamente. 
- Justificativa STF- não existe lei complementar nacional, mas isso não engessa os 
estados, sendo que a competência é concorrente. 
 
3.3. Inexistência de lei complementar nacional 
➔ Inteligência dos artigos 24 da CRFB c/c 34 ADCT – Vide AIAgR 167.777 – SP no STF: 
➔ Quais os questionamentos? 
- ADI 260 - qual a lei necessária? + Princípio tese da simetria processo legislativo, se um 
dia for editada uma lei, essa lei necessária é a lei complementar nacional (matéria 
reservada), eis que fato gerador, base de cálculo e contribuintes são de sua 
competência. Em ausência de lei complementar o estado pode legislar, em ausência 
de lei complementar nacional (uniformizar os institutos jurídicos), que faça, pelos 
estados, a lei complementar estadual. 
 
3.4. Critérios constitucionais, art. 155, § 6º da CRFB 
- § 6º O imposto previsto no inciso III: 
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; 
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. 
- 2 Critérios constitucionais: 
1. alíquotas mínimas fixadas por resoluções do senado federal, com intuito de 
parar/evitar ‘guerra fiscal’ (ainda não tem resolução, e isso proporcionou, e 
ainda proporciona de movimentos de contribuintes em busca de uma menor 
alíquota, subsequente uma guerra fiscal entre ‘estados’) 
2. ipva extrafiscal - em razão do tipo e utilização do veículo (redução do ipva 
para táxi, autoescola, pcd?) 
 
3.5. Aspecto Material 
➔ Propriedade + veículo automotor 
➔ Veículo automotor é, de acordo com o anexo I do Código de Trânsito: Todo veículo 
a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente 
para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos 
utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreendeos veículos 
conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico). 
- Incidência sobre a propriedade veículo automotor - propriedade: posse com animus 
domini… (olhar iptu). 
- Veículo automotor - ctb 
- Campo de incidência que não inclui embarcações e aeronaves. 
- São veículos automotores, mas não estão sujeitos ao IPVA, pois é necessário se analisar 
a sucessão histórica, haja vista que o IPVA é sucessor do TRU (taxa rodoviária única), 
que incidia sobre os veículos que circulavam em rodovias. 
- Crítica: Ônibus incide, e não tem muita capacidade tributiva, ao passo que ipva não 
incide em aeronave que tem muita capacidade contributiva. 
 
3.6. Aspecto espacial 
➔ Local do estabelecimento/domicílio do sujeito passivo? Local do 
licenciamento/emplacamento? 
- Diante da ausência de lei complementar nacional, assim, o legislador nacional 
poderia estipular o aspecto espacial sendo materializado através do: 
1. emplacamento 2. domicílio do proprietário do carro 3. onde o veículo circula. 
- No entanto, os estados legislam de forma diversa, aplicando, ainda, algumas das 
vezes 2 critérios. A competência tributária ativa do IPVA é dos estados, mas o produto 
da arrecadação do IPVA é dividido 50% do estado, 50% do município onde houve o 
pagamento do imposto. (art. 158, inciso III, CF) III - cinqüenta por cento do produto da 
arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores 
licenciados em seus territórios; 
OBS: 
1. Não existe legislação complementar nacional 
2. Cada estado legisla plenamente 
3. Potencialmente existem 3 hipóteses possíveis 
4. No momento o entendimento é onde circula o veículo 
5. A Constituição (art. 158, inciso III) direciona para o licenciamento, mas não foi 
essa a decisão do supremo 
 
- O voto condutor foi de Alexandre de Moraes, que sustentou, em síntese, que o 
IPVA foi criado em 1985 por meio de EC e repetido na CF/88. A justificativa é remunerar 
a localidade onde o veículo circula, em razão da maior exigência de gastos em vias 
públicas - tanto que metade do valor arrecadado fica com o município, como prevê o 
artigo 158. - Não transitou em julgado 
3.7. Aspecto temporal 
➔ Veículo velho – 01/01 
➔ Veículo novo – venda/saída de fábrica ou concessionária 
➔ Veículo importado – desembaraço aduaneiro 
- 3 hipóteses distintas: 
1. Veículo novo - o fato gerador do ipva ocorrerá no momento da compra junto a 
concessionária. (a partir da emissão da nota fiscal) ATENÇÃO: data do fato gerador, 
diferente da data do vencimento. 
2. Veículo usado - os estados utilizam como critério como aspecto temporal do ipva 1 
e janeiro. (fato gerador continuado, se renova de tempos em tempos sobre a mesma 
base econômica, 1 de janeiro) 
3. Veículo importado - o fato gerador ocorre no desembaraço aduaneiro - aspecto 
tributário - momento em que a mercadoria ingressa economicamente no país há a 
tributação (ICMS, IPVA…). 
 
3.8. Aspecto pessoal 
3.8.1. Sujeição Ativa 
➔ Vide item 5.6. 
➔ Grande insegurança jurídica em razão do conflito de competência. 
- Os tribunais divergem. 
- Credor: *hipoteticamente é o estado*, no entanto, há uma confusão entre qual estado 
será o sujeito ativo, em face ao critério de arrecadação que é adotado de forma 
“discricionária” 
 
3.8.2. Sujeição Passiva 
➔ Proprietário do veículo automotor. 
➔ Responsabilidade tributária. 
- Responsabilidade tributária - os estados tentam atribuir uma responsabilidade 
tributária solidária ao adquirente, com base no fundamento existe no CTB, que há a 
responsabilidade solidária das multas ao adquirente. No entanto, a súmula 585, nega 
esse entendimento dos estados, eis que não é possível usar de base um código de 
trânsito para um tributo. 
 
3.9. Aspecto quantitativo 
3.9.1. Base de cálculo 
➔ É exceção à anterioridade nonagesimal no que refere à fixação da base de cálculo, 
conforme artigo 150, §1º, CRFB. 
➔ Veículo velho x Veículo novo x Veículo importado 
- Dividida em 3: 
1. Veículo novo - base de cálculo - o valor do veículo que consta na nota fiscal 
no momento da aquisição. 
2. Veículo velho - base de cálculo - tabela fixa 
3. Veículo importado - base de cálculo - o valor do veículo constante no valor 
da importação 
 
3.9.2. Alíquotas 
➔ Artigo 155, §6º da CRFB: 
§ 6º O imposto previsto no inciso III: 
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; 
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. 
- Cada estado tem a lei que define a alíquota, variando-se de acordo com o tipo e 
utilização 
 
3.9.3. Isenções 
- Art. 3º É isenta do IPVA a propriedade de: (...) 
 
3.10. Repartição de receita 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
[...] III – 50% do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade 
de veículos automotores licenciados em seus territórios [...]. 
 
3.11. Lançamento de ofício. 
Comentário: Ato que formalize e declare o crédito tributário. Ofício - o estado é o 
responsável por “dizer” qual é o fato gerador… art. 149, ctn 
 
4. IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E 
DOAÇÃO DE QUAISQUER BENS OU 
DIREITOS – ITCD 
 
4.1. Base normativa 
- Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: 
○ Artigo 155, I; 
○ Artigo 155, §1º, I e IV. 
○ Artigo 146, CF - Lei Complementar 
- Resolução n.º 09/92 (Senado) 
- Minas Gerais – Lei n.º 14.941, de 29 de dezembro de 2003. 
- Alíquotas de ITCD, semelhante ao IPVA, existe uma discussão se há ou não a 
regulamentação do ITCD no âmbito da Lei Complementar Nacional, e se o art. 35 do 
CTN foi recepcionado pela Constituição. 
- Tantos fatos geradores quanto o número de sucessores - fato gerador ocorre na 
transmissão. 
- A MEAÇÃO NÃO INCIDE ITCD. 
 
4.2. Breve histórico 
- De acordo com Ricardo Lacaz, no Egito Antigo, 117 a.C., notou-se a presença da 
primeira cobrança do imposto. O imposto incidia sobre todo o valor transmitido com 
alíquota variável entre 10% e 15%. 
- No Brasil, em 1809, pelo Alvará de 03/06, foi denominado como “sisa”. O termo é 
oriundo da língua francesa saisine, que significa posse. Assim, decorre do saisine 
hereditaire que impõe o dever de pagar tributo só no caso de herança. 
- Em 1832, o imposto passou a ser de competência das províncias. 
- Núcleos de incidência - Aspecto Material: 
1. Causa Mortis 
2. Doação - art. 538 CC - Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, 
por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de 
outra. 
 
4.3. Inexistência de Lei Complementar? 
- Divergência doutrinária. 
- Conforme artigo 23, I, CR c/c artigo 35, CTN. Com a CRFB/88 teria ocorrido 
desdobramento. 
- No exterior? “É vedado aos estados e ao Distrito Federal instituir o ITCMD nas 
hipóteses referidas no art. 155, § 1º, III, da Constituição Federal sem a intervenção da lei 
complementar exigida pelo referido dispositivo constitucional.” 
- Art. 34 ADCT - Princípio da recepção: Aquilo que for compatível pela CF será 
recepcionado pela mesma. 
- Não existe lei complementar de ITCD após 88, no entanto, há previsão de imposto de 
competência dos estados, de transmissão à qualquer título de bens imóveis. 
- Existem duas correntes doutrinárias. 
1. Que defende que NÃO há previsão no CTN sobre o ITCD diante das 
incompatibilidades 
2. Que defende que há previsão no CTN sobre o ITCD desde que adapte os 
incisos para serem compatíveis à CF. 
- OBS: Não há uma PREVISÃO ESPECÍFICA DO ITCD no CTN. 
- A corrente doutrinária que alega a incompatibilidade dos art. 35 e 36 - CTN, atribui 
que a competência deste imposto é dos ESTADOS, sobre bens imóveis e de direitos a 
eles relativos, limitando-se assim, o que será transmitido apenas bens imóveis. Além 
disso, atribui aos Estados essa competência, e ainda, a transmissão a qualquer título, o 
que dá espaço para a transmissão onerosa. Desse modo, há conflitos ao que se é 
estipulado na CF/88, não havendo recepção naConstituição desses artigos, eis que, os 
arts. 35/36, são incompatíveis à CF, atribuindo a competência aos Estados, e na CF, essa 
competência é dos Municípios (quem estipula a competência é a Constituição), além 
disso, tratando-se de transmissão onerosa, é abarcado pelo ITBI, não ITCD. 
- No exterior: Diante da ausência de lei complementar nacional regulamentando de 
quem ficará o ITCD (a matéria), é inconstitucional a cobrança nos casos em que os 
fatos gerados ocorrem no exterior. 
- A CF de 88 segregou o ITBI - competência dos Municípios, e o ITCD que é de 
competência dos Estados, não havendo uma lei que regulamente o ITCD 
especificamente. 
 
4.4. Aspecto material 
- São dois aspectos materiais: 
1. Sucessão legítima ou testamentária, inclusive a provisória; (abertura da sucessão) 
2. Doação. 
- Duas materialidades distintas 
1. Causa Mortis - o momento da abertura da sucessão se dá através da morte do de 
cujus - momento em que ocorre o fato gerador. A lei vigente no momento da abertura 
da sucessão será a que regulamentará o ato. 
2. Doação - art. 538 CC - liberdade, gratuidade, relação entre doador e donatário. - 
fato gerador ocorre no momento da doação. A doação de alto valor não pode ocorrer 
de forma oral, mas documental. Conceitos reservados ao direito civil, “emprestados” ao 
Direito Tributário. 
- Os fatos geradores são de acordo com os números de doadores e donatários e 
herdeiros; 
- O imposto não incide sobre 
➢ Renúncia de herança: fica no monte-mor; 
➢ Os frutos e rendimentos após o falecimento; 
- A renúncia à herança não gera o fato gerador, eis que não há transmissão causa 
mortis, remete os direitos em favor do monte-mor. 
- Perdão de dívida representa também doação. 
 
Apontamentos/destaques: 
1. Na hipótese de bens imóveis, torna-se imprescindível o Registro no CRI. 
2. No caso de bens móveis ou direitos, mediante transferência física ou com registro no 
Detran, Junta Comercial, Capitania dos Portos etc. 
3. A liberação de dívida, inclusive, é fato gerador do ITCD. 
4. Na hipótese de doação modal haverá incidência de ITCD + ITBI. 
5. Os alimentos não podem ser fato gerador do ITCD. Isso porque eles são quitados em 
razão de solidariedade, por previsão legal e, até mesmo, por ordem judicial. 
Comentário: Obrigação paterna/materna - moral. 
6. Divórcio e partilha: o que supera a meação e não havendo pagamento, configura-
se doação. Comentário: se a pessoa abre mão de sua parte durante a partilha de um 
imóvel, essa parte será configurada como doação. 
7. VGBL: O plano de previdência privada no modelo Vida Gerador de Benefício Livre 
(VGBL) é um seguro pessoal. Tem natureza de seguro, conforme determina o artigo 
794 do Código Civil. TJRJ já reconheceu a situação nos seguintes processos: 
0008135-40.2016.8.19.0000, 0032730-06.2016.8.19.000 e 0005090-91.2017.8.19.0000. 
No STJ, decisão de 17/11/21, RESP 1.961.488-RS: “Plano VGBL Individual - Vida Gerador 
de Benefício Livre. Morte do segurado. Valores recebidos por beneficiário. ITCMD. Não 
incidência. Natureza de seguro de vida” Comentário: Seguro no caso do falecimento o 
titular transfere para o recebedor, isso é configurado como DOAÇÃO, no entanto, o STJ 
entendeu que por se tratar de seguro de vida não há ocorrência de fato gerador. 
A pessoa é casada em regime parcial de bens, pega o dinheiro do casal e coloca todo 
no seguro, e depois separa 
Se houve a intenção de burlar – provar 
Comentário: Os rendimentos não são fato gerador da doação ou causa mortis, pois 
ocorreram após o efetivo fato gerador. 
 
4.5. Aspecto temporal 
★ Momento da abertura da sucessão, com base no princípio de saisine. Comentário: 
Momento da morte 
★ Doação – momento em que há formalização do ato de doação (CRI, DETRAN e 
transferências etc.) Comentário: imóvel - registro; carro - registro detran; dinheiro - 
transmissão; alta quantia de dinheiro - contrato. 
4.6. Aspecto espacial 
➔ Art. 156, § 3º da CRFB 
★ Os bens imóveis e respectivos direitos: Estado ou DF em que estiver localizado o bem. 
Comentário: local onde o bem está situado - o fato gerador atua no local. 
★ Bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou 
arrolamento (aqui se aplica o disposto no art. 48 do CPC. Comentário: onde tramitar 
o ato. (ex: onde distribui o inventário) 
No exterior - diante da necessidade de lei complementar, matéria já julgada no 
supremo, não há incidência de ITCD, em face da duplicidade (dois estados poderiam 
cobrar o imposto, por isso nenhum pode) 
★ No caso de doação de bens que não sejam imóveis: Estado onde tiver domicílio o 
doador, ou ao Distrito Federal. 
 
4.7. Aspecto pessoal 
4.7.1. Sujeito Ativo 
- Estados (Privativo) e Distrito Federal (Cumulativo). 
Comentário: Decorre da competência tributária que é sempre constitucional, sendo 
privativa dos Estados (art. 155), e também do Distrito Federal no viés de competência 
cumulativa nos termos do art. 147 
EX: Fulano é residente em BH, tem 1 imóvel e 2 carros, faleceu hoje e deixou dois 
sucessores. 
Tem fato gerador do ITCD 
Sujeito ativo é MG - Pois os bens da transmissão estão todos em MG. Não vai ser RJ, ou 
SP. 
Ciclano é residente e domiciliado em BH, num apto que alugou, tem um carro, mas 
tem um imóvel em seu nome do RJ, morreu hoje. 
Sujeito ativo é RJ - imóvel. (mais de dois domicílios - onde foi aberta a sucessão - 
inventário) 
Sujeito ativo é BH - móvel. 
(Os bens são individualizados - imóvel num canto, móvel num canto…) 
 
4.7.2. Sujeito Passivo 
- Lei Estadual n.º 14.941, de 29 de dezembro de 2003: 
Art. 12. O contribuinte do imposto é: 
I - o sucessor ou o beneficiário, na transmissão por ocorrência do 
óbito; 
II- o donatário, na aquisição por doação; 
III- o cessionário, na cessão a título gratuito; 
IV- o usufrutuário. 
Parágrafo único. Em caso de doação de bem móvel, título ou crédito, 
bem como dos direitos a eles relativos, se o donatário não residir nem 
for domiciliado no Estado, o contribuinte é o doador. 
Comentário: Responsável tributário: - contribuinte - relação direta com o fato gerador 
responsável tributário - arca com o tributo - não tem uma relação direta com o fato 
gerador, mas a legislação impõe uma obrigação de recolher o tributo. 
- Substituição 
- Subseção… 
 
4.8. Aspecto quantitativo 
4.8.1. Base de cálculo 
❖ É o valor venal do bem ou direito transmitido. 
- A avaliação pode ser judicial ou extrajudicial. 
● No caso de causa mortis, deve-se considerar o valor líquido para a base de cálculo, 
ou seja, o acréscimo patrimonial que tiverem os herdeiros ou legatários. 
● Imóvel - nunca inferior ao ITR ou IPTU; 
● Carro - tabela FIPE; 
● Ações – cotação média alcançada em base de valores nos 30 dias antes da 
transmissão; se não for objeto de negociação deve-se ter em mente o valor patrimonial. 
● Seguro de vida e previdência complementar – não é fato gerador. 
● Consórcio – parcelas pagas até a abertura da sucessão; se já tiver 
recebido/contemplado – valor total. 
● Alienação fiduciária – parcelas pagas. 
 
4.8.2. Alíquota 
- Até 8% (oito por cento), conforme Resolução do Senado Federal n.º 09/92. 
Vide redução da multa em Minas Gerais. 
Comentário: A CF prevê que resolução do Senado Federal pode fixar alíquota máxima 
por ser um imposto de competência estadual. Pode ter estados com alíquotas 
diferenciais. 
Resolução nº 9: alíquota máxima de 8% - nenhum estado pode cobrar acima de 8%. 
MG - 5%  Crítica - A tributação sobre as sucessões e doações é uma tributação baixa 
em comparação a outros tributos. 
➢ No caso de bem imóvel o valor é o valor do mercado - avaliação, pra fins de critério 
o Estado faz a avaliação, nunca sendo inferior ao IPTU ou ITR. 
➢ Com relação a dinheiro, ações do mercado - variação média nos últimos 30 dias 
➢ Cotas/bens da empresa - o Estado leva em conta o balanço da empresa. 
Seguro de vida - não é fato gerador – VGBL 
Consórcio- transferência de bens em alienação fiduciária - base de cálculo os valores 
pagos pelo de cujus ou doador, no caso não incide o valor total do bem. (o restante 
que ainda vai ser pago no caso do consórcio não é base de cálculo nem causa fato 
gerador). 
 
4.9. Súmulas, precedentes e teses 
❖ Súmula 114, STF: 
SÚMULA 114. O imposto de transmissão causa mortis não é exigível antes da 
homologação do cálculo. 
A homologação judicial é conditio sine qua non, conforme determina o CPC e o artigo 
192 do CTN. Aqui o juiz tem que ouvir a Fazenda e decidir. Com base nisso, recolhe-se 
o ITCD e homologa-se. 
❖ Súmula 115, STF: 
SÚMULA 115. Sobre os honorários do advogado contratado pelo inventariante, com a 
homologação do juiz, não incidem o imposto de transmissão causa mortis. 
Comentário: Os honorários do advogado se enquadram como despesa do inventário 
sendo dedutível para fins de ITCD. 
❖ Súmula 113, STF: 
SÚMULA 113. O imposto de transmissão causa mortis é calculado sobre o valor dos bens 
na data da avaliação. 
Comentário: PROVA? A base de cálculo e alíquota devem ser levadas em consideração 
na data do fato gerador, não na data da avaliação. 
Na data do fato gerador que se quantifica o tributo - neste momento apenas será 
considerada a base de cálculo e a alíquota. 
Deve-se ler a súmula com cautela. (A súmula é anterior a CF/88, não tem amparo na 
CF e no CTN) 
- O STJ decidiu o seguinte no Resp 15.071/RJ: 
TRIBUTARIO. IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "CAUSA MORTIS". BASE DE 
CALCULO. 
I - EMBORA A SUMULA N. 113 DO STF ESTABELEÇA QUE O REFERIDO 
IMPOSTO E CALCULADO SOBRE O VALOR DOS BENS NA DATA DA 
AVALIAÇÃO, A JURISPRUDENCIA POSTERIOR DAQUELA CORTE 
ASSENTOU SER POSSIVEL A FIXAÇÃO DE TAL MOMENTO NA DATA DA 
TRANSMISSÃO DOS BENS. PRECEDENTES DESTA CORTE E DO STF. 
II - RECURSO NÃO CONHECIDO. (STJ. REsp 15071 / RJ. Rel. Min. José de 
Jesus Filho. Segunda Turma. Publicado em 10/10/1994). 
- Inclusive, tal posicionamento estaria numa lógica evidente com a Súmula 112 do STF: 
SÚMULA 112. O imposto de transmissão causa mortis é devido pela alíquota vigente ao 
tempo da abertura da sucessão. 
❖ Súmula 590, STF: 
SÚMULA 590. Calcula-se o imposto de transmissão causa mortis sobre o saldo credor 
da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do 
promitente vendedor. 
❖ Súmula 331, STF: 
SÚMULA 331. É legítima a incidência do imposto de transmissão "causa mortis" no 
inventário por morte presumida. 
❖ Súmula 435, STF: 
SÚMULA 435. O imposto de transmissão "causa mortis" pela transferência de ações é 
devido ao estado em que tem sede a companhia. 
Comentário: Serve a regra constitucional art. 156, §1º, CF. 
★ ITCD – progressividade – alíquotas: Veja o RE 562.045/RS: 
★ Decadência segundo o Conselho de Contribuintes do Estado x STJ (Tema 1048) 
Comentário: Vários estados entendiam que o prazo decadencial para lançamento de 
ITCD começaria a transcorrer a partir do primeiro dia do exercício seguinte em que o 
Estado tomou conhecimento do fato gerador. Termo inicial no primeiro dia do exercício 
seguinte em que o Estado tomou conhecimento do fato gerador, interpretação 
estendida do art. 173. 
- Destaque: 
a) Taxa judiciária – não pode ter a mesma base de cálculo do ITCD quando do 
inventário. Por isso, deve-se admitir a dedução da base de cálculo, até para evitar a 
identidade. Comentário: O valor da causa atribuída do inventário seria o mesmo valor 
que serviria de base de cálculo para o ITCD. ART. 145- A base de cálculo das taxas não 
podem ser as mesmas dos impostos. 
b) Não incidência de ITCD por ineficiência do Estado. 
 
 
5. IMPOSTO SOBRE AS GRANDES FORTUNAS – IGF 
 
5.1. Base normativa 
Comentário: Único imposto ainda não instituído no Brasil 
❖ Constitucional = Competência tributária ativa. (Artigo 153, VII CRFB) 
Comentário: O que é uma grande fortuna? 
Como quantificar? 
Essa grande fortuna se valerá de fatores que já são usados para fato gerador, havendo, 
assim, um acúmulo de incidência (IPTU, IPVA, ITR) - Dupla incidência na mesma base? 
O IGF pode recair sobre aspectos/ativos já tributados? 
 
5.2. Em outros países/histórico 
❖ Na história, tendo em vista a confusão entre Estado e Governante, pouco se falava 
em tributar grandes fortunas. O objetivo central era tributar patrimônio. 
❖ Assesses Taxes na Inglaterra, em 1797. 
❖ Taxa Anual sobre a Fortuna, por volta de 1892. Presente na Suíça, Prússia e Suécia. 
❖ Na Alemanha, em 1922. Era uma espécie de complementação do IR. 
❖ Reino Unido, Canadá e EUA = não se tributa, tendo em vista que já existia a 
tributação sobre o patrimônio. 
❖ Dinamarca, Holanda, Luxemburgo, Suécia, Filândia, Noruega e Áustria. 
❖ Suíça = 0,3 a 1%, tendo isenção até 180 mil euros. 
❖ Noruega = 0,7% (comunas) e 0,15 (governo central), com isenção até 
aproximadamente 930 mil reais. 
❖ Espanha = extinto em 2008, retomou em 2012. Isenção até 700 mil euros. As 
alíquotas mínimas variam de 0,5% (piso) a 2,5% (teto). 
❖ Argentina = Isenção até 2 milhões de pesos. Alíquota não progressiva de 0,25%. 
❖ Itália = taxação de riqueza, que incide sobre a riqueza financeira de cidadãos 
italianos no exterior. Isenção de apenas 5 mil euros e alíquota de 0,2%. 
❖ Bélgica = alíquota de 0,15% para patrimônio superior a 500 mil euros. 
❖ Holanda = Imposto sobre Ganho Presumido de Capital, que incide sobre ganho de 
capital de um patrimônio independente desse ganho ter sido realizado. Alíquotas 0,2% 
a 1,68%. Isenção = 30 mil euros. 
❖ Luxemburgo = apenas empresas. Tributa-se ativos líquidos, com alíquota de 0,5% e 
isenção de 12,5 mil euros. 
❖ Uruguai = tributa há mais de 30 anos. Alíquotas variam de 0,5 a 2,8%. Há isenção 
até 113 mil euros. 
❖ Colômbia = isenção até 266 mil euros. Alíquotas variam entre 0,125% e 1,5%. 
❖ Modelo mais completo: FRANÇA (Impôt Solidarité sur la Fortune (ISF))= 
progressividade de alíquotas de 0,55% a 1,8% e incidem sobre a riqueza líquida 
❖ Superior a 800 mil euros. Contudo, a tributação do ISF e do IR não pode ser superior 
a 50% da renda bruta do contribuinte. Em 2010, 562 mil famílias pagavam 
❖ e a França arrecadava 4,5 bilhões ao ano. 
 
5.3. Projetos de Lei no Brasil. 
➔ PL 162/89 (FHC), PL 268/90 e 218/90, todos apensados. Divergências de quantificar. 
➔ 268/90 = bens patrimoniais, financeiros e físicos que tenham aumentado 50% ou 
mais nos últimos 05 anos. 
➔ 218/90= acima de R$ 1 milhão. 
 
6. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO INTER VIVOS A 
QUALQUER TÍTULO, POR ATO ONEROSO, DE BENS 
IMÓVEIS, POR NATUREZA OU ACESSÃO FÍSICA, E DE 
DIREITOS REAIS, BEM COMO CESSÃO DE DIREITOS À SUA 
AQUISIÇÃO – ITBI 
 
6.1. Base normativa 
 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988: Artigo 156, II e §2º; 
 Código Tributário Nacional: Artigos 35 a 42 
 Belo Horizonte – Lei n.º 5492/1988 
 É possível sim interpretação conforme o CTN – combinando com a 
interpretação constitucional 
 6.2. Aspecto material 
- Regra: transmissão + por ato oneroso + bens imóveis por natureza ou acessão física + 
direitos reais, exceto garantia + cessão de direitos 
- Não incide: 
 Usucapião: é aquisição originária 
 Desapropriação (artigo 184, §3º, CRFB1): é aquisição originária 
 Retrovenda 
- * Exceções – em virtude da imunidade  Art. 156, II e §2º, I CR/88 
 Integralização capital social em empresas 
 Atos societários 
o Exceto se (não tem imunidade, logo tem incidência de ITBI): atividade 
preponderante for imobiliária – Art. 37: maior parte da atividade esteja 
destinada a isso 
- * Imunidade: 
 Artigo 156, §2º da CRFB 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: 
[...] II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de 
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre 
imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua 
aquisição; 
[...] § 2º O imposto previsto no inciso II: 
I – {não incide sobre a transmissãode bens ou direitos incorporados 
(integralização) ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de 
capital (tema 796)}, {nem sobre a transmissão de bens ou direitos 
decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica}, 
{salvo se, nesses casos (fusão, incorporação, cisão ou extinção), a 
atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses 
bens ou direitos}, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; 
No caso de integralização  sempre tem imunidade, independente do 
objeto social da empresa 
João Paulo passa a ser detentor de cotas da empresa – para camuflar 
os alugueis  se recebe o $ dos alugueis sozinho, paga ITBI  se 
integraliza a empresa, não paga ITBI 
Art. 184, § 3º. Cabe à lei complementar estabelecer procedimento 
contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de 
desapropriação. Capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos 
decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, 
salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a 
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou 
arrendamento mercantil [...] 
 Artigo 37 do CTN: 
Art. 37. O disposto no artigo anterior não se aplica quando a pessoa 
jurídica adquirente tenha como atividade preponderante a venda ou 
locação de propriedade imobiliária ou a cessão de direitos relativos à 
sua aquisição. 
§ 1º Considera-se caracterizada a atividade preponderante referida 
neste artigo quando mais de 50% da receita operacional da pessoa 
jurídica adquirente, nos 2 anos anteriores e nos 2 anos subsequentes à 
aquisição, decorrer de transações mencionadas neste artigo.  pega a 
data da aquisição para contar os 2 anos anteriores e os 2 anos posteriores 
Receita operacional: atividade fim – objeto social 
 Ex. escritório de advocacia – atividade operacional é a prestação 
de serviços advocatícios ---- eventuais receitas tipo 
investimentos, não é operacional 
§ 2º Se a pessoa jurídica adquirente iniciar suas atividades após a 
aquisição, ou menos de 2 anos antes dela, apurar-se-á a preponderância 
referida no parágrafo anterior levando em conta os 3 primeiros anos 
seguintes à data da aquisição. 
§ 3º Verificada a preponderância referida neste artigo, tornar-se-á 
devido o imposto, nos termos da lei vigente à data da aquisição, sobre o 
valor do bem ou direito nessa data. 
§ 4º O disposto neste artigo não se aplica à transmissão de bens ou 
direitos, quando realizada em conjunto com a da totalidade do 
patrimônio da pessoa jurídica alienante. 
- Vide RE 796.376 (Tema 796), Relator Alexandre de Moraes: 
“A imunidade em relação ITBI, prevista no inciso I do § 2º do art. 156 da 
Constituição Federal, não alcança o valor dos bens que exceder o limite do 
capital social a ser integralizado". No entanto, a partir da ratio decidendi, é 
possível extrair o seguinte raciocínio: “(...) De acordo com o STF, a integralização 
do capital, por meio de imóveis, é imunizada da incidência do ITBI pela CF/88, 
não alcançando, entretanto, a reserva de capital (...). A exceção, relativa à 
atividade preponderante, refere-se às figuras jurídicas societárias da 
incorporação, fusão, cisão e extinção de pessoas jurídicas (RE 796376/SC).” 
A imunidade atinge só ao capital social integralizado  não incide sobre as 
reservas de capital 
6.3. Aspecto temporal 
- Registro 
- STF, Tema 1124: “ “O fato gerador do imposto sobre transmissão onerosa inter vivos 
de bens imóveis (ITBI) somente ocorre com a efetiva transferência da propriedade 
imobiliária, que se dá mediante o registro”.  qualquer cobrança antes disso é 
inconstitucional 
6.4. Aspecto territorial 
- Local do imóvel 
6.5. Aspecto quantitativo 
6.6. Base de cálculo 
- IPTU x ITBI? Mesma base de cálculo = valor venal do imóvel 
 ITBI tem o valor mais próximo do valor da venda 
 Ex. IPTU: valor venal 100 ----- ITBI: valor venal 200  considera-se o menor 
valor 
o STF não concorda com esse entendimento 
o STJ: a base de cálculo do ITBI é o valor da operação do contrato que as 
partes estão praticando [o contrato dá o valor de mercado] – ex. 
compra e venda  a boa-fé é presumida 
6.7. Alíquota 
- Altera de acordo com o município 
- Lei Municipal de Belo Horizonte: 
Art. 8º - A alíquota do ITBI é de 3,0% (três por cento). (Nova redação deste 
artigo 8º dada pelo art. 9º da Lei nº 10.692, de 30/12/2013 – “DOM” de 
31/12/2013 - Efeitos a partir de 01/05/2014 nos termos do art.27 da Lei 
10.692/2013) 
6.8. Sujeitos 
6.8.1. Ativo 
- Município 
6.8.2. Passivo 
- Adquirente  no caso de permuta, ambos os permutantes 
- Lei Municipal de Belo Horizonte: 
Art. 6° - Contribuinte do imposto é: I - o adquirente ou cessionário do bem ou 
direito. II - Na permuta, cada um dos permutantes. 
6.9. Súmulas e precedentes 
- Súmula 656 do STF: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas 
para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor 
venal do imóvel”. 
- Súmula 108 do STF: “É legítima a incidência do imposto de transmissão inter vivos 
sobre o valor do imóvel ao tempo da alienação, e não da promessa, na conformidade 
da legislação local”. 
- Súmula 470 do STF: “O imposto de transmissão inter vivos não incide sobre a 
construção, ou parte dela, realizada, inequivocamente, pelo promitente comprador, 
mas sobre o valor do que tiver sido construído antes da promessa de venda”. 
- Súmula 110 do STF: “O imposto de transmissão "inter vivos" não incide sobre a 
construção, ou parte dela, realizada pelo adquirente, mas sobre o que tiver sido 
construído ao tempo da alienação do terreno”. 
- Vide artigo 16 da Lei de BH: 
Art. 16 - Na aquisição de imóvel pronto para entrega futura, em construção, a 
base de cálculo do imposto será o valor venal do imóvel como se pronto 
estivesse, apurado na forma prevista no art. 5º desta Lei. 
§ 1º - No caso de aquisição de terreno, ou sua fração ideal, de imóvel construído 
ou em construção, deverá o contribuinte comprovar que assumiu o ônus da 
construção, por conta própria ou de terceiros, mediante a apresentação dos 
seguintes documentos:  ex. o IBTI recai sobre a fração ideal --- as 
incorporações do imóvel não têm ITBI 
I - contrato particular de promessa de compra e venda do terreno ou de sua 
fração ideal, com firmas reconhecidas; 
II - contrato de prestação de serviços de construção civil, celebrado entre o 
adquirente e o incorporador ou construtor, com firmas reconhecidas; 
III - documentos fiscais ou registros contábeis de compra de serviços e de 
materiais de construção; 
IV - quaisquer outros documentos que, a critério do fisco municipal, possam 
comprovar que o adquirente assumiu o ônus da construção. 
§ 2º - Na hipótese do § 1º deste artigo, a base de cálculo do imposto será o valor 
venal do terreno acrescido do valor venal da construção existente no momento 
em que o adquirente comprovar que assumiu o ônus da construção. 
*** Art. 5° - A base de cálculo do imposto é o valor dos bens ou direitos transmitidos ou 
cedidos, no momento da transmissão ou cessão. 
§ 1° - O valor será determinado pela administração tributária, através de 
avaliação com base nos elementos constantes do Cadastro Imobiliário ou o 
valor declarado pelo sujeito passivo, se este for maior. 
§ 2° - O sujeito passivo fica obrigado a apresentar ao órgão fazendário 
declaração acerca dos bens ou direitos transmitidos ou cedidos, na forma e 
prazo regulamentares. 
§ 3° - Na avaliação serão considerados, dentre outros, os seguintes elementos, 
quanto ao imóvel: 
I - Zoneamento urbano. 
II - Características da região 
III - Características do terreno 
IV - Características da construção 
V - Valores aferidos no mercado imobiliário 
VI - Outros dados informativos tecnicamente reconhecidos. 
§ 4° - Nos casos a seguir especificados a base de cálculo será: 
I - Na transmissão do domínio útil, 1/3(um terço) do valor venal do imóvel; 
II - na transmissão do domínio direto, 2/3 (dois terços) do valor venal do imóvel; 
III - na instituição ou venda do direito real de usufruto, uso ou habitação, 
inclusive a transferência onerosa ao nu-proprietário, 1/3 (um terço) do valor 
venal do imóvel; 
IV - na transmissão da nua propriedade, 2/3 (dois terços) do valor venal do 
imóvel; 
V- nas tornas ou reposições verificadas em partilhas ou divisões, o valor da parte 
excedente da meação ou quinhão, ou da parte ideal consistente em imóveis. 
§ 5° - O lançamento será efetuado e revisto de ofício, com base nos elementos 
disponíveis, nos seguintes casos: 
I - o contribuinte ou o responsável não apresentar a declaração a que se refere 
o § 2°; 
II - a declaração apresentada contiver inexatidão, erro, omissão ou falsidade 
quanto a quaisquer elementos nela consignados; 
III - o valor da base de cálculo consignado na declaração for inferior àquele 
determinado pela administração tributária, nos termos do §1°; 
IV - o contribuinte ou o responsável deixar de prestar informação ou de atender 
a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa quanto 
à declaração apresentada. 
- Súmula 75 do STF: “Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não 
compreende o imposto de transmissão inter vivos, que é encargo do comprador”. 
- STF – Agravo no RE n. 1.294.969 (Relator: Fux). Repercusão geral. Decisão de 
15/12/2020. Tema: 
“O fato gerador do imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis (ITBI) 
somente ocorre com a efetiva transferência da propriedade imobiliária, que se 
dá mediante o registro.” .. STJ - AgRg no AREsp 610215 / SP TRIBUTÁRIO. 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ITBI E IPTU. 
BASE DE CÁLCULO. VALOR VENAL. INEXISTÊNCIA DE VINCULAÇÃO. 1.
 "Esta Corte firmou o entendimento de que a forma de apuração da base 
de cálculo e a modalidade de lançamento do IPTU e do ITBI são diversas, razão 
que justifica a não vinculação dos valores desses impostos". (REsp 1.202.007/SP, 
Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 15/5/2013). 2. Agravo 
regimental a que se nega provimento. (STJ. AgRg no AREsp 610215 / SP. Rel. 
Min. OG Fernandes. Segunda Turma. Publicado em 25/03/2015). . STJ - AgRg 
no AREsp 547755 / PR TRIBUTÁRIO. ITBI. BASE DE CÁLCULO. VALOR DE 
MERCADO DO IMÓVEL. CISÃO. OBJETO. MERCADO IMOBILIÁRIO. AUSÊNCIA 
DE IDENTIDADE COM A BASE DE CÁLCULO DO IPTU. JURISPRUDÊNCIA DO 
STJ. 1. Cuida-se, na origem, de Mandado de Segurança impetrado com a 
finalidade de obter provimento que impeça à autoridade fiscal lançar o ITBI 
"com adoção de base de cálculo diversa do valor da transmissão do bem por 
cisão parcial (...) ou do valor venal atribuído quando da exigência do IPTU" (fl. 
43). 2. De acordo com o art. 38 do CTN, a base de cálculo do ITBI é o valor 
venal dos bens ou direitos transmitidos. 3. O entendimento do STJ é de que "O 
'valor venal', base de cálculo do ITBI, é o valor de mercado do imóvel 
transacionado, que pode, ou não, coincidir com o valor real da operação". 
Ademais, ficou definido que "Cabe ao município - e não ao Corregedor-Geral 
de Justiça e, muito menos, aos notários - aferir, em cada caso, se o valor real da 
operação, ou seja, aquele indicado no contrato, coincide, ou não, com o valor 
de mercado (venal) do imóvel negociado" (RMS 36.966/PB, Rel. Ministro Castro 
Meira, Segunda Turma, DJe 6/12/2012). 4. Por considerar a base de cálculo do 
ITBI o valor de mercado do imóvel objeto do negócio jurídico, este Tribunal 
pacificou orientação no sentido de que tal grandeza não se confunde, 
necessariamente, com a que serve de parâmetro para o cálculo do IPTU (EDcl 
no AREsp 424.555/SP, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, DJe 
20/2/2014; AgRg nos EDcl no AREsp 346.220/RS, Rel. Ministro Sérgio Kukina, 
Primeira Turma, DJe 17/6/2014). 5. É evidente que a avaliação unilateral feita 
pelo particular, quando da operação de cisão empresarial, não pode vincular 
a Administração Tributária, que, em caso de divergência, tem o dever-poder 
de arbitrar o valor do imposto, respeitado o contraditório administrativo ou 
judicial (art.148 do CTN). Nesse sentido: AgRg no AREsp 263.685/RS, Rel. Ministro 
Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 25/4/2013. 6. O Tribunal a quo 
chegou à conclusão de que seria necessária a realização de "dilação probatória 
para saber se o Fisco arbitrou corretamente a base de cálculo do tributo", 
procedimento incompatível com a via estreita do Mandado de Segurança (fls. 
759-760). 7. A revisão desse posicionamento encontra óbice na Súmula 7/STJ: 
"A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial". 8.
 Agravo Regimental não provido. (STJ. AgRg no AREsp 547755 / PR. Rel. 
Min. Herman Benjamin. Segunda Turma. Publicado em 30/10/2014). 
- STJ: ERESP 1.493.162-DF: 
A nulidade de negócio jurídico de compra e venda de imóvel viabiliza a 
restituição do valor recolhido pelo contribuinte a título de ITBI. Isso porque “não 
tendo havido a transmissão da propriedade, já que nulo o negócio jurídico de 
compra e venda de imóvel entabulado pelas partes, ausente fato gerador do 
imposto em apreço.” 
- TJMG - Apelação Cível 1.0433.13.020353-5/001 EMENTA: 
Imposto sobre transmissão de bens imóveis - ITBI - Progressividade - Alíquotas 
distintas - Relação com o aumento da base de cálculo - Inocorrência - Impostos 
de caráter real - Supremo Tribunal Federal (STF) - Alteração do entendimento. 
Capacidade contributiva - Arrematação do bem em hasta pública- Valor venal 
- Preço pago - Precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) - Processo 
antiexacional preventivo - Não constituição do crédito tributário- 
Improcedência total ou parcial. Condenação do contribuinte - Impossibilidade. 
1. O simples fato de a legislação municipal estabelecer alíquotas 
diferenciadas para fins de incidência do Imposto sobre Transmissão de Bens 
Imóveis (ITBI) não implica a progressividade, mormente se a utilização de uma 
ou outra não guarda relação direta com o aumento da base de cálculo. 2.
 A despeito de não ter sido cancelado o Enunciado 656 da Súmula do 
STF, a jurisprudência atual, tendo por norte o princípio da capacidade 
contributiva, vem se inclinando pela possibilidade da adoção de alíquotas 
progressivas também nos impostos de caráter real. 3. Forte no 
entendimento consolidado pelo STJ, o valor venal do bem arrematado em 
hasta pública, a ser utilizado para fixação da base de cálculo do ITBI, é o preço 
pago pelo arrematante. 4. Nos processos antiexacionais de matiz preventiva, 
porquanto ainda não formalizado o crédito tributário, se afigura inviável que 
a sentença que julgue improcedente o pedido, ou mesmo parte dele, condene 
o contribuinte ao pagamento do imposto cujos aspectos quantitativos foram 
questionados. (TJMG. Apelação Cível 1.0433.13.020353-5/001. Rel. Des. Marcelo 
Rodrigues. Publicado em 27/07/2015). 
 
7. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer 
natureza (IR) 
7.1. Base normativa 
- Constitucional = Competência tributária ativa  União (Artigo 153, III CRFB) + 
Exceção à anterioridade nonagesimal – não confundir com exercício (anual) (art. 150, 
§ 1º) + Princípios específicos da generalidade, universalidade e progressividade. 
- Infraconstitucional 
CTN Arts. 43 a 45 
Leis (PF) 7713/88 e 9250/95 
(especialmente) 
Leis (PJ) 8981/95 e 9430/96 
RIR Decreto 9580/18: reúne em um 
só documento toda a 
normatização do IR 
 
7.1. Princípios e regras constitucionais específicas 
- Atenuação à anterioridade nonagesimal 
 A majoração de um tributo não precisa observar os 90 dias, só o exercício 
financeiro 
- Generalidade: em reforço a igualdade não se admite privilégios, tratamento desigual 
entre sujeitos – todos que auferirem renda, estarão sujeitos à tributação, pouco 
importa quem seja 
 Ex. de antes: Art. 203 da CF/46 previa que nenhum imposto gravaria “os direitos 
doautor, nem a remuneração de professores e jornalistas”  ocupação 
profissional – HOJE BRASIL AVANÇOU 
 Súmula 93 do STF: “NÃO ESTÁ ISENTA DO IMPOSTO DE RENDA A ATIVIDADE 
PROFISSIONAL DO ARQUITETO” 
- Universalidade: abre espaço para que a tributação ocorra pela união 
independentemente de onde teve o acréscimo patrimonial 
 Transcende os limites geográficos do país  se tiver rendimento no Brasil e na 
Alemanha paga pelo rendimento no Brasil e pelo rendimento na Alemanha 
o Só não cobra os da Alemanha se houver acordo de proibição a 
bitributação 
 Brasil usa os critérios da origem do rendimento e da residência 
 O brasileiro que sai do país preenche um termo de saída definitiva do Brasil 
* Alguns autores tratam a universalidade e generalidade como sinônimos – prof não 
concorda 
- Progressividade: ideia de justiça fiscal e igualdade – tentar fazer com que a alíquota 
seja maior à luz de uma renda maior  observa a capacidade contributiva 
 Igualdade material: não basta a proporcionalidade (alíquota única), mas deve 
haver uma progressividade 
 O constituinte democraticamente assim desejou 
7.2. Base econômica 
- Necessidade de levar em consideração o conceito de patrimônio: “Art. 91. Constitui 
universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de 
valor econômico.” CC/02 
- O que é renda? 
- O que são proventos? 
- A tese/princípio do acréscimo patrimonial: o IR vai incidir sobre tudo aquilo que 
acrescer o patrimônio preexistente dentro de um lapso temporal – incide sobre o 
período de 1 ano, em regra  admite eventuais deduções e exclusões previstas em lei 
 Para auferir o que é uma renda tem que ter um patrimônio preexistente 
 Para quantificar tem que ter lapso temporal 
 Para ter renda você tem custos que podem ser deduzidos no limite da lei 
 Indenização é para repor danos, não é acréscimo 
 A materialização deve recair sobre a base econômica que é exteriorizada sobre 
o acréscimo patrimonial 
 Acréscimo decorrente de capital ou trabalho (natureza salarial) 
- Vide precedentes: 
Incidência Não incidência 
> lucros cessantes 
> indenizações pagas por liberalidade pelo 
empregador quando da rescisão do contrato 
de trabalho. (RESP 1.241.470) 
> verbas pagas por incentivo a demissão ou 
aposentadoria por pessoa jurídica de direito 
privado (RESP 940.759) 
> horas extraordinárias trabalhadas (Súmula 
463 STJ) 
> multa por litigância de má-fé. (AgRg no 
RESP 1435891/RS) 
> 1/3 de férias. Recente decisão do STF 
(TEMA 985): “É legítima a incidência de 
contribuição social sobre o valor satisfeito a 
título de terço constitucional de férias” 
> juros de mora no caso de atraso de 
pagamento de salários. (STF, Tema 808: 
“Não incide imposto de renda sobre os juros 
de mora devidos pelo atraso no pagamento 
de remuneração por exercício de emprego, 
cargo ou função".) 
 
> conversão em dinheiro sobre férias vencidas 
e não gozadas (Súmula 125 do STJ) 
> pagamento de férias proporcionais e de 
licenças prêmio não gozadas (Súmulas 386 e 
136 do STJ) 
> valores pagos quando da adesão a planos 
incentivados de demissão de servidores 
públicos (PDV) e de aposentadoria de 
servidores públicos (PAI). (Súmulas 215 STJ e 
RESP 448.843-PE) 
> auxílio creche (RESP 625.506-RS) 
> auxílio- alimentação e auxílio-transporte 
> indenização por acidente de trabalho, ainda 
qdo paga a título de pensionamento. 
> dano moral (RESP 1152764-CE) 
> danos materiais 
> desapropriação (RESP 1.116.460-SP) 
> JETOM (RESP 1.141.761-CE) 
> STF: horas extras e adicional de insalubridade 
para servidores públicos (RE 593.068), julgado 
em outubro de 2018. 
 
7.4. Aspecto material (art. 43 do CTN) 
- Aquisição + disponibilidade + econômica ou jurídica + renda ou proventos de qualquer 
natureza = acréscimo patrimonial 
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de 
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica: 
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da 
combinação de ambos;  ex. produto do capital = investimentos 
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos 
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior 
* É sobre a conjugação dos dois incisos que surgiu a tese do acréscimo 
patrimonial 
* Ex. de proventos: aposentadoria 
* Disponibilidade: o acréscimo patrimonial é seu, pode dispor do dinheiro  não 
é a mera posse 
 Econômica: dinheiro é seu 
 Jurídica: economicamente não se realizou, mas que ingressa no 
patrimônio do sujeito sem nenhuma condição, independa de evento 
futuro, e que resta materializado por algum documento jurídico 
formalizado  ex. cheque 
§1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do 
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da 
origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
§2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei 
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, 
para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 
104, de 2001) 
7.5. Aspecto temporal 
- Fato gerador complexo: leva em conta um lapso temporal e para quantificar leva 
em conta todas as entradas, renda, deduções, etc  muitos fatores 
- Declaração do IR é obrigação acessória 
- IRPF (regra): 31/12. Não confundir com a data do envio da DIPF.  se reporta a todos 
os outros dias do ano – considera todos os fatores durante o ano 
- IRPJ (regra): lucro presumido – trimestral. Não confundir com ajuste no lucro real e 
tampouco com antecipações mensais, conforme previsto em lei específica. – a PJ vai 
calculando e recolhendo mensalmente e depois faz o ajuste anual 
* Lucro presumido: recolhimento trimestral 
7.6. Aspecto espacial 
- Vale o princípio da universalidade 
7.7. Aspecto pessoal 
7.7.1. Sujeito Ativo 
- UF 
- Vide AgRg no RESP 1136510/2011 – No caso de IR retido na fonte de pagamento feito 
por Estado Subnacional, a demanda deverá ser proposta contra ele (e não a União) 
(art. 157, I da CRFB).  Isso não altera o instituto da competência tributária ativa. 
7.7.2. Sujeito Passivo 
- Contribuintes 
- IRPF 
 PF, vide art. 1 do RIR/18 
- IRPJ 
 Vide art. 158 da RIR 
 Vide art. 132, 133 e 135 do CTN 
CONTEÚDO COMPLEMENTAR 
1. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA 
1.1. Alíquotas e parcelas a deduzir 
Base de cálculo Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF 
Até R$1.903,98 Isento R$0,00 
De R$1.903,99 até R$2.826,65 7,5% R$142,80 
De R$2.826,66 até R$3.751,05 15% R$354,80 
De R$3.751,06 até R$4.664,68 22,5% R$636,13 
 
1.2. Base de cálculo 
1.2.1. Isenções 
- Exemplos previstos em lei: 
Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos 
por pessoas físicas: I - a alimentação, o transporte e os uniformes ou vestimentas 
especiais de trabalho, fornecidos gratuitamente pelo empregador a seus 
empregados, ou a diferença entre o preço cobrado e o valor de mercado; II - as 
diárias destinadas, exclusivamente, ao pagamento de despesas de alimentação 
e pousada, por serviço eventual realizado em município diferente do da sede 
de trabalho; III - o valor locativo do prédio construído, quando ocupado por seu 
proprietário ou cedido gratuitamente para uso do cônjuge ou de parentes de 
primeiro grau; IV - as indenizações por acidentes de trabalho; V - a indenização 
e o aviso prévio pagos por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, até 
o limite garantido por lei, bem como o montante recebido pelos empregados e 
diretores, ou respectivos beneficiários, referente aos depósitos, juros e correção 
monetária creditados em contas vinculadas, nos termos da legislação do Fundo 
de Garantia do Tempo de Serviço; VI - o montante dos depósitos, juros, correção 
monetária e quotas-partes creditados em contas individuaispelo Programa de 
Integração Social e pelo Programa de Formação do Patrimônio do Servidor 
Público; VII - os seguros recebidos de entidades de previdência privada 
decorrentes de morte ou invalidez permanente do participante. (Redação 
dada pela Lei nº 9.250, de 1995) VIII - as contribuições pagas pelos 
empregadores relativas a programas de previdência privada em favor de seus 
empregados e dirigentes; IX - os valores resgatados dos Planos de Poupança e 
Investimento - PAIT, de que trata o Decreto-Lei nº 2.292, de 21 de novembro 
de 1986, relativamente à parcela correspondente às contribuições efetuadas 
pelo participante; X - as contribuições empresariais a Plano de Poupança e 
Investimento - PAIT, a que se refere o art. 5º, § 2º, do Decreto-Lei nº 2.292, de 
21 de novembro de 1986; XI - o pecúlio recebido pelos aposentados que voltam 
a trabalhar em atividade sujeita ao regime previdenciário, quando dela se 
afastarem, e pelos trabalhadores que ingressarem nesse regime após 
completarem sessenta anos de idade, pago pelo Instituto Nacional de 
Previdência Social ao segurado ou a seus dependentes, após sua morte, nos 
termos do art. 1º da Lei nº 6.243, de 24 de setembro de 1975; XII - as pensões e 
os proventos concedidos de acordo com os Decretos-Leis, nºs 8.794 e 8.795, de 
23 de janeiro de 1946, e Lei nº 2.579, de 23 de agosto de 1955, e art. 30 da Lei 
nº 4.242, de 17 de julho de 1963, em decorrência de reforma ou falecimento de 
ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira; XIII - capital das apólices de 
seguro ou pecúlio pago por morte do segurado, bem como os prêmios de seguro 
restituídos em qualquer caso, inclusive no de renúncia do contrato; XIV – os 
proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os 
percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, 
alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, 
paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, 
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados 
avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por 
radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da 
medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da 
aposentadoria ou reforma; XV - os rendimentos provenientes de aposentadoria 
e pensão, de transferência para a reserva remunerada ou de reforma pagos 
pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, por qualquer pessoa jurídica de direito público interno ou por 
entidade de previdência privada, a partir do mês em que o contribuinte 
completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, sem prejuízo da parcela isenta 
prevista na tabela de incidência mensal do imposto, até o valor de: 
(Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) (...) i) R$ 1.903,98 (mil, novecentos 
e três reais e noventa e oito centavos), por mês, a partir do mês de abril do ano-
calendário de 2015; (Redação dada pela Lei nº 13.149, de 2015) XVI - o valor 
dos bens adquiridos por doação ou herança; XVII - os valores decorrentes de 
aumento de capital: a) mediante a incorporação de reservas ou lucros que 
tenham sido tributados na forma do art. 36 desta Lei; b) efetuado com 
observância do disposto no art. 63 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro 
de 1977, relativamente aos lucros apurados em períodos-base encerrados 
anteriormente à vigência desta Lei; XVIII - a correção monetária de 
investimentos, calculada aos mesmos índices aprovados para os Bônus do 
Tesouro Nacional - BTN, e desde que seu pagamento ou crédito ocorra em 
intervalos não inferiores a trinta dias; (Redação dada pela Lei nº 7.799, 
de 1989) XIX - a diferença entre o valor de aplicação e o de resgate de quotas 
de fundos de aplicações de curto prazo; XX - ajuda de custo destinada a atender 
às despesas com transporte, frete e locomoção do beneficiado e seus familiares, 
em caso de remoção de um município para outro, sujeita à comprovação 
posterior pelo contribuinte. XXI - os valores recebidos a título de pensão quando 
o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso 
XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em 
conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido 
contraída após a concessão da pensão. XXII - os valores pagos em espécie pelos 
Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos ao Imposto sobre Operações 
relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS e ao 
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS, no âmbito de programas 
de concessão de crédito voltados ao estímulo à solicitação de documento fiscal 
na aquisição de mercadorias e serviços. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 
2009). (Produção de efeitos). XXIII - o valor recebido a título de vale-cultura. 
(Incluído pela Lei nº 12.761, de 2012) Parágrafo único. O disposto no inciso XXII 
do caput deste artigo não se aplica aos prêmios recebidos por meio de sorteios, 
em espécie, bens ou serviços, no âmbito dos referidos programas. (Incluído 
pela Lei nº 11.945, de 2009) (Produção de efeitos) 
- Súmula 627 STJ 
 SÚMULA N. 627 O contribuinte faz jus à concessão ou à manutenção da isenção 
do imposto de renda, não se lhe exigindo a demonstração da 
contemporaneidade dos sintomas da doença nem da recidiva da enfermidade. 
Primeira Seção, julgado em 12/12/2018, DJe 17/12/2018. 
 O STJ afirma que a isenção do IRPF não se aplica aos portadores de moléstia 
grave em exercício da atividade laboral: REsp 1.814.919/DF e REsp 1.836.091/PI 
(Repetitivo) – Tema 1.037 
1.2.2. Deduções 
- Exemplos: 
 Art. 12. Do imposto apurado na forma do artigo anterior, poderão ser 
deduzidos: I - as contribuições feitas aos Fundos controlados pelos Conselhos 
Municipais, Estaduais e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e 
pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional do Idoso II - as contribuições 
efetivamente realizadas em favor de projetos culturais, aprovados na forma da 
regulamentação do Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, 
instituído pelo art. 1º da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991; III - os 
investimentos feitos a título de incentivo às atividades audiovisuais, na forma e 
condições previstas nos arts. 1º e 4º da Lei nº 8.685, de 20 de julho de 1993; V - 
o imposto retido na fonte ou o pago, inclusive a título de recolhimento 
complementar, correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo; VI 
- o imposto pago no exterior de acordo com o previsto no art. 5º da Lei nº 4.862, 
de 29 de novembro de 1965. VII - até o exercício de 2019, ano-calendário de 
2018, a contribuição patronal paga à Previdência Social pelo empregador 
doméstico incidente sobre o valor da remuneração do empregado; e (Redação 
dada pela Lei nº 13.097, de 2015) VIII - doações e patrocínios diretamente 
efetuados por pessoas físicas no âmbito do Programa Nacional de Apoio à 
Atenção Oncológica - PRONON e do Programa Nacional de Apoio à Atenção 
da Saúde da Pessoa com Deficiência - PRONAS/PCD, previamente aprovados 
pelo Ministério da Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012) § 1º A 
soma das deduções a que se referem os incisos I a IV não poderá reduzir o 
imposto devido em mais de doze por cento. § 2° (VETADO) § 3° - A dedução 
de que trata o inciso VII do caput deste artigo I - está limitada: (Incluído 
pela Lei nº 11.324, de 2006) a) a 1 (um) empregado doméstico por declaração, 
inclusive no caso da declaração em conjunto b) ao valor recolhido no ano-
calendário a que se referir a declaração; II - aplica-se somente ao modelo 
completo de Declaração de Ajuste Anual; III - não poderá exceder: a) ao valor

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