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Sistema somatossensorial

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Sistema somatossensorial 1
Sistema somatossensorial
Created
Livro de
Referência
Tratado de Fisiologia Médica (Guyton); Princípios de Anatomia e
Fisiologia (Tortora)
→ Sistemas sensoriais - permitem levar informações de fora do SNC para dentro do encéfalo 
Conferem sensações como tato, olfato, paladar, visão, audição e equilíbrio 
→ Receptores sensoriais podem ser:
 1. Mecanorreceptores - sensíveis a estímulos mecânicos 
2. Termorreceptores - sensíveis à temperatura 
3. Nocirreceptores (receptores álgicos) - sensíveis a estímulos nocivos
4. Receptores eletromagnéticos - sensíveis à luz - localizados na retina (permitem a visão)
5. Quimiorreceptores - sensíveis a determinadas moléculas - permitem o paladar e olfato
→ Os receptores sensoriais realizam transdução de sinal - transformação de sinais 
mecânicos, físicos ou químicos em sinais bioelétricos (potencial receptor ou de ação)
→ Receptores sensoriais podem ser neurônios ou células especializadas (receptores dos 
sistemas de paladar, audição equilíbrio e visão)
@July 15, 2022 12:25 PM
Sistema somatossensorial 2
→ Receptores sensoriais que são neurônios são neurônios de primeira ordem 
Levam informação de fora para dentro do SNC (encéfalo ou medula espinal)
Ex: receptores sensoriais que detectam o tato
1. As células especiais fazem sinapse com os neurônios de primeira ordem
2. Neurônios de primeira ordem fazem sinapse com neurônios de segunda ordem dentro do 
SNC
3. Neurônios de segunda ordem terminam no tálamo, onde fazem sinapse com neurônios 
de terceira ordem
4. Neurônios de terceira ordem fazem sinapse com neurônios do córtex encefálico - 
primeira percepção da informação
→ Percepção - consciência de uma sensação
→ Neurônios aferentes - levam informações de fora do SNC até o encéfalo
Sistema somatossensorial
Sistema somatossensorial 3
→ Também chamado de sistema sensorial somático ou sistema somestésico, permite a 
percepção de informações vindas da superfície ou de dentro do corpo - informações táteis, 
térmicas, propriocepção (posição de partes do corpo) e nocicepção (algesia)
→ Nos tecidos, há diferentes tipos de receptores sensoriais
→ Adaptação sensorial - diminuição temporal do potencial graduado ou potenciais de 
ação em resposta a um estímulo ininterrupto
Ex: quando a pele é pressionada por um toque intenso de 3 segundos, o corpúsculo de 
Pacini gera um potencial graduado de menos de 1 segundo - o potencial graduado 
deixa de existir após um tempo, mesmo que ainda haja estímulo (adaptação sensorial 
total - 100%)
Alguns receptores continuam propagando a informação de um estímulo enquanto ele 
existir - ex: receptores nas cápsulas articulares - adaptação sensorial é apenas parcial 
(potencial não deixa de existir, apenas diminui de intensidade)
Receptores sensoriais da pele
Sistema somatossensorial 4
Vias somatossensoriais
→ As informações somatossensoriais vindas do tronco, membros e parte posterior da 
cabeça são detectadas por receptores sensoriais que as conduzem por nervos espinhais - 
adentram o SNC pela parte posterior da medula espinal
→ As informações somatossensoriais vindas do rosto são conduzidas pelo nervo trigêmeo 
(quinto par de nervos cranianos) - adentra o SNC pelo tronco encefálico
→ Via dorsal-lemnisco medial - tato, propriocepção, estereognosia (reconhecimento do 
formato de objetos pelo tato), discriminação de pesos e sensações vibratórias
Os neurônios de primeira ordem que adentram a medula espinhal seguem na direção 
superior pelo funículo - região da medula composta pelo fascículo grácil (recebe 
informações vindas de membros inferiores e parte inferior do tronco) e fascículo grácil 
cuneiforme (recebe informações vindas de membros inferiores e parte inferior do tronco)
Decussação - os neurônios de primeira ordem fazem sinapse com neurônios de segunda 
ordem, que cruzam para o lado contralateral (oposto) da medula espinal
Neurônios de segunda ordem passam pelo lemnisco medial e fazem sinapse no tálamo 
do lado contralateral com neurônios de terceira ordem
Neurônios de terceira ordem levam a informação para a parte externa do encéfalo 
(córtex encefálico)
Ex: caso haja um toque na mão direita, o hemisfério acionado será o contralateral 
esquerdo - sensação do tato
Lesões nos axônios dos receptores sensoriais por lesões na medula espinal nos locais da 
via ou no lobo parietal podem causar falta da sensação de tato (hipostesia) - ex: 
neuropatia diabética
Giulia Matuszewski
Fascículo grácil - membros inferiores e parte inferior do tronco
Fascículo cuneiforme - membros superiores e parte superior do tronco
Sistema somatossensorial 5
Essa via é formada por axônios mielinizados de grande calibre (fibras nervosas de 
tipo A) - propagam a despolarização em alta velocidade e conferem alto grau de 
orientação espacial em relação à sua origem
→ Via anterolateral (espinotalâmica) - dor, temperatura, prurido (coceira), cócegas
Neurônios de primeira ordem que adentram a medula espinal fazem sinapse com 
neurônios de segunda ordem no lado ipsilateral (mesmo lado de onde vejo o estímulo)
Os neurônios de segunda ordem realizam decussação (cruzam para o lado oposto), se 
projetam para a parte mais anterolateral da medula espinal e se juntam a outros axônios 
que seguem para cima até o tálamo - lado contralateral ao estímulo
Trato espinotalâmico - conjunto de axônios que percorrem a medula espinal pela região 
anterolateral
Ex: um estímulo dolorido no pé esquerdo aciona o hemisfério contralateral direito, que 
permitirá a sensação de dor
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A via é formada por fibras nervosas mielinizadas de diferentes diâmetros e fibras 
amielínicas (tipo C) - a velocidade de transmissão das informações varia de acordo com 
as fibras que conduzem o potencial de ação 
Uma parte dos neurônios ativa um feixe de axônios mielinizados (substância branca) - se 
estendem ao longo do tronco encefálico em uma formação reticular 
As projeções ascendentes (sensitivas) da formação reticular estimulam o córtex 
encefálico e promovem o estado de alerta - a presença de dor mantém a pessoa 
desperta e com insônia
→ Via trigeminotalânica - tato e dor na boca e face
Informações somatossensoriais vindas da face, cavidades nasal e oral e dentes 
Neurônios de primeira ordem passam pelo nervo trigêmeo
Neurônios de primeira ordem chegam ao tronco encefálico e fazem sinapse com 
neurônios de segunda ordem no lado ipsilateral (mesmo lado do estímulo)- parte na 
ponte e parte no bulbo
Os neurônios de segunda ordem fazem decussação (cruzam para o lado contralateral do 
tronco encefálico) e se projetam para cima pelo trato trigeminotalâmico até o tálamo
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Dermátomos e nervos
→ Dermátomo - área da pele inervada por um nervo
→ Cada dermátomo é nomeado de acordo com o nervo espinal que o inerva 
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Dor
1. Dor rápida (dor em agulhada ou dor em alfinetada) 
Informação conduzida por receptores álgicos (nocirreceptores) que têm axônios do tipo 
A-delta - conduzem potenciais de ação entre 6 e 30m/s 
Permitem sentir com exatidão o local, intensidade e natureza do estímulo lesivo 
Ex: dor provocada por estímulos intensos de pressão e calor 
2. Dor lenta (dor difusa) 
Informação conduzida por nocirreceptores que têm axônios do tipo C
Receptores dificultam a percepção da localização, intensidade e natureza exata da 
lesão
Costuma ser decorrente de lesões teciduais, como queimaduras e inflamações
Ex: cólica menstrual
Sistema somatossensorial 9
→ Os nocirreceptores fazem sinapse com neurônios de segunda ordem através da liberação 
de neurotransmissores como a substância P (dor lenta) e glutamato (dor rápida)
→ A dor crônica é frequentemente tratada com medicamentos que agem inibindo canais de 
sódio ou cálcio dos nocirreceptores do tipo C - ex: pregabalina, oxcarbazepina, 
carbamazepina e gabapentina
O nociceptor sofre inibição através de sinapses inibitórias com outros neurônios 
→ Opióides endógenos - neurotransmissoresproduzidos naturalmente - endorfinas e 
encefalinas
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Se ligam a receptores opioides na membrana do nociceptor, causando a abertura de 
canais quimiodependentes de K+ e o fechamento de canais voltagemdependentes de 
Ca++ (hiperpolarização e dificuldade de liberação do neurotransmissor)
Ativação de receptores opioides causa diminuição ou perda da dor (analgesia)
→ Hiperalgesia - indivíduo possui maior sensibilidade e percebe uma intensidade de dor a 
um estímulo álgico maior que outras pessoas
→ Hipoalgesia - indivíduo possui maior tolerância a um estímulo doloroso e percebe uma 
intensidade de dor menor que outras pessoas
Analgesia congênita - doença que faz com que o portador não sinta dor
→ Para promover analgesia, podem ser usados opioides exógenos como a morfina - uso 
contínuo causa down-regulation de receptores opioides (dependência química)
 → Dor referida - dor sentida em um local diferente daquele onde está o estímulo - ex: dor no 
braço esquerdo em casos de infarto
Área somatossensorial primária e homúnculo sensorial
→ As informações somatossensoriais são percebidas quando os neurônios no lobo parietal 
são acionados, especialmente no giro pós-central - área somatossensorial primária 
→ Cada parte da área somatossensorial primária recebe informações de uma parte específica 
do corpo
→ Lesão no giro pós-central pode causar impedimento na percepção de toque na região 
correspondente do corpo
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→ O tamanho da área somatossensorial primária (quantidade de neurônios) responsável por 
sentir o toque numa região específica do corpo é proporcional à quantidade/densidade de 
receptores sensoriais nesta região - quanto maior a densidade de receptores sensoriais numa 
área da pele, maior será a área do córtex encefálico responsável por sentir o tato nesta área.

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