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CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Fezes endurecidas, esforço excessivo no ato evacuatório, evacuações infrequentes, sensação de evacuação incompleta e até mesmo demora excessiva na toalete Considera-se normal a frequência de evacuação de, no mínimo, de três vezes por semana A constipação intestinal encontra-se entre as doenças funcionais do intestino Constitui um dos sintomas mais frequentes de procura ao clínico geral e gastroenterologista – 20% da população mundial Mais comum em mulheres e nos idosos – problema terapêutico muito preocupante Baixa atividade física, baixo nível socioeconômico e educacional, alimentação inadequada, história de abuso sexual e os estados depressivos Fisiopatologia: É uma condição multifatorial, sendo na maioria das vezes decorrente da ingesta inadequada de fibras e água Subdivide-se em primária e secundaria (doenças endocrinas e neurologicas ou uso inadvertido de substancias obstipantes) 90% têm resolução com ingesta de fibras, água e exercícios físicos. Subst. Obstipantes: Opioides Opioides Fracos – efeitos colaterais: náuseas, vômitos, sonolência, constipação, torpor, sudorese, prurido, confusão mental, dependência Em termos fisiopatológicos, divide-se em três categorias: 1. CONSTIPAÇÃO DE TRÂNSITO INTESTINAL NORMAL (FUNCIONAL, forma mais comum de apresentação – 59%) 2. CONSTIPAÇÃO DE TRÂNSITO LENTO (13%) 3. DOENÇAS DO ATO EVACUATÓRIO Constipação do trânsito intestinal normal (funcional) Forma mais comum de apresentação Embora tempo de passagem pelo colón seja normal, o paciente refere ser constipado, queixando-se de fezes endurecidas ou insatisfação com a evacuação Indivíduos com distúrbios psicossociais frequentes; queixam-se também de desconforto abdominal e flatulência Respondem à adição de fibras à dieta e à melhor hidratação SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL: Mudança do padrão intestinal Sintomas: Alterações nos movimentos intestinais; Dor abdominal, com constipação ou diarreia. Afeta mais de 10% da população mundial Mais comum entre mulheres jovens e de meia-idade Não há exame específico para diagnosticar esta síndrome Retocele: má formação no assoalho pélvico CONSTIPAÇÃO DE TRÂNSITO LENTO Mais comum em mulheres jovens, que evacuam até uma vez por semana, iniciando-se na puberdade Clinicamente, apresenta-se como dor abdominal ou desconforto, flatulência e urgência fecal O exame histopatológico mostra um número diminuído de neurônios do plexo mioentérico; Avaliação clínica O primeiro e mais importante cuidado na avaliação do paciente constipado é excluir a presença de causas secundarias Mediante anamnese, deve-se investigar cuidadosamente sinais de alarme ou alerta DM: diminui trânsito porque afeta nervos autonômicos SINAIS DE ALARME: Hemorragia retal; dor abdominal intensa; perda de peso; anorexia; tenesmo e febre – avaliação diagnostica de urgência Se constipado recentemente: sangue oculto nas fezes, dosagem sanguínea de eletrólitos (incluindo cálcio, glicemia, hormônio tireoestimulante [TSH] e hemograma) Àqueles que não responderem à orientação inicial e/ou apresentam anemia ou sangue oculto nas fezes, indica-se a colonoscopia Normal: trânsito de 72 horas Exames – MANOMETRIA ANORRETAL Balão de expulsão: Introduz e insufla balão de látex prrenchido com 50 mL de agua ou ar no reto, a incapacidade de expulsar o balao dentro de 2 minutos sugere disturbio de defecação: avaliação da estrutura do assoalho pélvico, como a musculatura do esfíncter anal. A contração inapropriada do esfíncter anal sugere disturbio defecatório Em disturbios neurologicos ou nos casos de aumento da capacidade retal mediante retenção prolongada de fezes, observa-se hiperssensibilidade retal DISTURBIOS DA DEFECAÇÃO Ocorrem em virtude da disfunção do assoalho pélvico ou do esfíncter anal Medo da dor ao defecar (fezes volumosas e endurecidas), fissura anal e hemorroidas, assim como abuso físico ou sexual Causas menos comuns incluem anormalidades estruturais: intussuscepção retal, retocele, sigmoidocele obstrutiva e deiscência perineal extrema O não preenchimento total do reto pode levar à falta de coordenação dos músculos abdominais, reto-anais e do assoalho pélvico durante a defecação TERAPÊUTICA A adesão ao tratamento repousa na perfeita relação do médico com seu paciente. Para isso, faz-se necessário uma abordagem mais do individuo do que de seu sintoma A constipação crônica traz com o paciente uma história de inúmeros médicos, exames complementares e medicamentos Saber ouvir parece primário, mas tem se tornado raro. ORIENTAÇÃO HIGIENO-DIETÉTICA Dieta rica em fibras, em especial vegetais, e de uma hidratação adequada (30 a 50 mL/kg/dia) Se não aumentar a ingesta de fibra natural, devem ser utilizados suplementos comerciais Reeducação dos hábitos de evacuação, estimulando a disciplina de horário e obediência ao reflexo evacuatório Fibras solúveis: diminuem Absorção de glicose, colesterol: diminuem índice glicêmico (folhas em geral) Insolúveis: aumentam o bolo fecal (cereal, feijão, pão integral) Pessoas sem tempo, não respondem ao estímulo evacuatório imediatamente, o que causa a perda progressiva desse reflexo Deve-se também estimular o exercício físico, em especial a natação e a deambulação Disbiose intestinal Para cada célula do seu corpo, existem 10 bactérias. Intestino tem grande percentual de bactérias. Primeira barreira de defesa é o agrupamento de bactérias. Se houver disbiose (hábitos alimentares, como ingestão de açúcar, trigo, leite, fritura e industrializados): processo inflamatório, rompimento da barreira LAXATIVOS OSMÓTICOS Fluidificam as fezes por meio de substâncias osmoticamente ativas, que “roubam” água do organismo humano através da mucosa digestiva Correspondem a um grupo heterogêneo no qual se destacam o polietilenoglicol (PEG), os osmóticos salinos (sal de sódio ou magnésio) e os sacarídeos (lactose) LAXATIVOS PROCINETICOS Agem aumentando o trânsito intestinal de maneira mais fisiológica Domperidona (pouco efetiva); o tegaserode, com indicação na constipação da síndrome do intestino irritável; a lubiprostona e a prucaloprida Resumo: A adesão ao tratamento repousa na perfeita relação médico-paciente. Para isso, faz-se necessário uma abordagem mais individual do que de seu sintoma A constipação crônica traz com o paciente uma história de inúmeros médicos, exames complementares e medicamentos Importante descartar causas secundarias para a constipação (doenças endócrinas e neurológicas ou uso inadvertido de substâncias obstipantes) A constipação de trânsito intestinal normal é a forma mais comum de apresentação São indivíduos com distúrbios psicossociais frequentes, e queixam-se também de desconforto abdominal e flatulência Geralmente respondem à adição de fibras à dieta e à melhor hidratação, associadas a exercícios físicos
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