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Constipação - Yasmin

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Constipação 
A constipação é um problema clínico comum, 
reportam a necessidade esforço excessivo para 
ter movimentos intestinais produtivos. 
A constipação pode ser conceitualmente 
considerada como um movimento desordenado 
das fezes através do cólon ou anorretal, uma vez 
que, com poucas exceções, o trânsito pelo trato 
gastrointestinal proximal costuma ser normal. 
• Em mulheres e acima de 60 anos. 
• Nas mulheres, é mais comum em indivíduos 
com pouca atividade física diária, baixa 
renda e baixa escolaridade. 
• Pesquisas de consultas médicas para 
constipação também encontraram mais 
visitas de mulheres, com renda mais baixa e 
pacientes com menos de 12 anos de 
escolaridade. 
> 65 anos – 28% homens /34% mulheres 
 
 
 
• Excluindo as causas endócrino-metabólicas, 
neurológicas e medicamentosas, a 
constipação intestinal crônica pode ser 
classificada em: 
Trânsito intestinal normal (constipação intestinal 
simples ou funcional 
Trânsito intestinal lento (inércia cólica) 
Distúrbios defecatórios 
 
TRÂNSITO INTESTINAL NORMAL 
(CONSTIPAÇÃO INTESTINAL SIMPLES OU 
FUNCIONAL 
• 60% dos casos 
• Na constipação funcional, o trânsito está 
normal e não há distúrbio da evacuação. 
• Embora o tempo de passagem pelo cólon 
seja normal, o paciente refere ser 
constipado, queixando-se de fezes 
endurecidas ou insatisfação com a 
evacuação 
• Geralmente respondem à adição de fibras à 
dieta e à melhor hidratação. 
• Algumas vezes se beneficiam de laxativos 
osmóticos, como o polietilenoglicol 
 
TRÂNSITO INTESTINAL LENTO (INÉRCIA 
CÓLICA) 
• 16% dos casos 
• É de ocorrência mais comum em mulheres 
jovens que evacuam até uma vez por 
semana, comumente iniciando-se na 
puberdade 
• Clínica: dor abdominal ou desconforto, 
flatulência e urgência fecal(menor incidência) 
• Sensação de conteúdo retal não perceptível 
(limiar de sensibilidade alto) 
• Os quadros leves respondem bem a 
tratamento dietético com aumento de fibras, 
o que não ocorre nos casos mais graves 
 
Distúrbios defecatórios - 
• 25% das constipações 
• Ocorrem em virtude da disfunção do 
assoalho pélvico ou do esfíncter anal. 
• Também são conhecidos como “anismos”, 
dissinergia do assoalho pélvico, contração 
paradoxal do assoalho pélvico, constipação 
obstrutiva, obstrução funcional do 
retossigmóide, síndrome espástica do 
assoalho pélvico e retenção fecal funcional 
na infância 
• Medo da dor ao defecar (fezes volumosas e 
endurecidas), fissura anal e hemorroidas 
podem estar associados a distúrbios da 
defecação 
• Ignorar ou suprimir a urgência de evacuação 
pode contribuir para uma evolução mais 
grave. 
• → outlet constipation 
 
CONSTIPAÇÃO SECUNDÁRIA 
• As doenças associadas à constipação 
incluem distúrbios neurológicos e 
metabólicos, obstrução de lesões do trato 
gastrointestinal, incluindo câncer colorretal, 
distúrbios endócrinos, como diabetes 
mellitus, e distúrbios psiquiátricos, como 
anorexia nervosa 
• Outras anormalidades que levam ao 
comprometimento da defecação incluem 
aganglionose (doença de Hirschsprung) e 
distúrbio funcional da saída (conhecido 
como defecação dissinérgica ou dissinergia 
do assoalho pélvico). 
• Pacientes com síndrome do intestino irritável 
frequentemente se queixam de períodos de 
constipação, que podem alternar com 
períodos de diarreia ou função intestinal 
normal. 
• ATENÇÃO para sinais de alerta: 
• Hemorragia retal 
• Dor abdominal 
• intensa Perda de peso 
• Anorexia 
• Tenesmo 
• Febre 
→ Avaliação diagnóstica da urgência 
TEMPO DE TRÂNSITO COLÔNICO (TTC) 
• O tempo de trânsito normal é inferior a 72 
horas. Uma radiografia abdominal deve ser 
realizada 120 horas após marcadores 
radiopacos serem deglutidos em uma 
cápsula de gelatina. 
• Retenção de mais de 20% dos marcadores, o 
trânsito é considerado prolongado, e se for 
predominantemente em cólon esquerdo e 
reto, é sugestiva de distúrbio defecatório 
 
 
 MANOMETRIA ANORRETAL 
• A contração inapropriada do esfíncter 
anal sugere distúrbio defecatório. 
• A ausência de reflexo inibitório anorretal 
ocorre na doença de Hirschsprung. 
• Aumento de pressão anal e dor no reto 
são indicativos de fissura anal 
 BALÃO DE EXPULSÃO 
• O paciente é solicitado a expulsar um 
balão de látex, inserido no reto e 
preenchido com 50mL de água ou ar. 
• A incapacidade de expulsar o balão 
dentro de dois minutos sugere distúrbio 
de defecação. 
DEFECOGRAFIA 
• É usada para determinar o completo 
preenchimento do reto, do ângulo 
anorretal, da deiscência perineal e as 
anormalidades estruturais (retocele, 
prolapso da mucosa interna ou 
intussuscepção). 
• Indicados na suspeita de constipação de 
trânsito lento e nos casos de distúrbios 
de defecação. 
• A defecografia é realizada colocando 
aproximadamente 150 mL de bário 
espessado no reto do paciente e 
fazendo-o apertar, tossir e pressionar. 
• A evacuação do bário pode ser 
monitorada por fluoroscopia enquanto o 
paciente permanece sentado 
 
COLONOSCOPIA 
• Pacientes com idade> 50 anos que 
apresentam constipação que não 
realizaram anteriormente o rastreamento 
do câncer de cólon. 
• Essa idade é menor em pacientes com 
história familiar de câncer colorretal. 
• Pacientes com constipação e sinais de 
alarme (sangramento retal, fezes heme-
positivas, anemia por deficiência de ferro, 
perda de peso de ≥10 Kg, sintomas 
obstrutivos, início recente de constipação 
em pessoas sem uma explicação óbvia, 
história familiar de câncer colorretal ou 
doença inflamatória intestinal) 
• Dieta rica em fibras (20-35g/dia), em 
especial vegetais os mais variados 
• Hidratação adequada (30 a 50mL/ kg/dia 
• Reeducação dos hábitos de evacuação, 
estimulando-se a disciplina de horário e a 
obediência ao reflexo evacuatório 
• Não responder ao estímulo evacuatório 
imediato 
• Sedentarismo 
• Dieta pobre em fibra 
• Uso indiscriminado de laxante 
 
• Pacientes com constipação associada ao 
trânsito lento, distúrbios de evacuação, ou 
constipação induzida por droga, a 
suplementação de 30 g de fibra por dia NÃO 
resulta em melhora da constipação 
• Laxante osmótico, como o sal de magnésio 
ou solução de polietilenoglicol, para elevar a 
retenção de fluido no lúmen através da força 
osmótica, elevar a fluidez e facilitar o 
transporte aboral de conteúdo colônico. 
• Soluções de polietilenoglicol são utilizadas 
frequentemente como um tratamento 
secundário. 
• Caso estas medidas não sejam suficientes, 
um agente pró-cinético ou estimulante, 
como o bisacodil (5 a 10 mg a cada um ou 
dois dias), pode ser adicionado. 
FORMADORES DE BOLO FECAL 
• Com a ingestão suplementar de fibras 
aumenta-se o volume fecal, diminui-se a 
consistência das fezes e estimula-se 
fisiologicamente a evacuação. 
• As fibras retêm água em sua estrutura e, 
por isso, os pacientes devem ingerir 
volume hídrico adequado. 
• Fibras sintéticas (policarbofila cálcica) 
• Metilcelulose 
• Psyllium 
• Ágar-ágar 
 
LAXATIVOS OSMÓTICOS 
• Agem fluidificando as fezes por meio de 
substâncias osmoticamente ativas, que 
“roubam” água do organismo humano 
através da mucosa digestiva. 
• polietilenoglicol (PEG), os osmóticos salinos 
(sal de sódio ou magnésio) e os sacarídeos 
(lactulose) 
• PEG é o laxativo de eleição→ eficaz, isento 
de para efeitos, tem absorção desprezível, 
não é metabolizado, não é calórico e nem 
teratogênico, podendo ser utilizado, 
inclusive, para a constipação da gravidez 
AMACIANTES (EMOLIENTES, 
LUBRIFICANTES) 
• Esses laxativos agem facilitando o 
deslizamento das fezes. 
• São substâncias oleosas que podem, em 
médio prazo, diminuir a absorção das 
vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). 
• Riscos especiais em pacientes disfágicos, 
principalmente idosos, consistem na 
broncoaspiração e na pneumonia lipoídica. 
• Docusato de sódio 
• Óleo mineral 
LAXATIVOS IRRITATIVOS• Agem provocando aumento da contração da 
musculatura lisa intestinal por meio de 
estímulo ao plexo mioentérico. 
• A grande vantagem é a ação rápida, em 
torno de seis a 12 horas; no entanto, seu uso 
crônico pode provocar lesão no plexo 
mioentérico, levando à dismotilidade 
colônica. 
Devem ser evitados! 
Antraquinonas: 
• Sene 
• Cáscara sagrada 
• Óleo de rícino 
• Difenilmetanos 
• Bisacodil 
• Fenolftaleína 
• Picossulfato de sódio 
LAXATIVOS PROCINÉTICOS 
• Agem aumentando o trânsito intestinal de 
maneira mais fisiológica 
• Domperidona – pouco efetiva 
• Tegaserode - indicação mais bem definida 
na constipação da síndrome do intestino 
irritável 
• Lubiprostona é um estimulador seletivo dos 
canais de cloro tipo 2, localizados na 
membrana apical do epitélio gastrointestinal. 
Há um aumento na secreção de fluido 
intestinal rico em cloro, o que estimula os 
movimentos intestinais e facilita a passagem 
de fezes amolecidas (hidratadas) através do 
intestino, com consequente alívio dos 
sintomas de constipação intestinal. 
CONSTIPAÇÃO GRAVE 
 Supositórios 
• Para o tratamento da disfunção defecatória, 
preferimos uma tentativa inicial de 
supositórios (glicerina ou bisacodil), uma vez 
que os supositórios podem ser eficazes para 
liquidificar as fezes e, assim, superar a 
defecação obstrutiva. 
DESIMPACTAÇÃO 
• Pacientes com impactação fecal (um volume 
sólido e imóvel de fezes no reto) devem 
inicialmente ser desimpactados começando 
com fragmentação manual, se necessário. 
Depois que isso for feito, um enema com 
óleo mineral ajudará a amolecer as fezes e 
fornecer lubrificação. 
 BIOFEEDBACK 
• É uma abordagem comportamental que 
pode ser usada para corrigir a contração 
inadequada dos músculos do assoalho 
pélvico e do esfíncter anal externo 
durante a defecação em pacientes com 
disfunção defecatória, como a defecação 
dissinérgica. 
COLECTOMIA 
• A colectomia subtotal com anastomose 
ileorretal pode melhorar dramaticamente a 
constipação incapacitante em pacientes 
cuidadosamente selecionados. Pelo menos 
cinco critérios devem ser atendidos antes da 
consideração da cirurgia: 
• O paciente apresenta sintomas crônicos, 
graves e incapacitantes de constipação que 
não respondem à terapia médica. 
• O paciente apresenta trânsito colônico lento 
do padrão de inércia 
• O paciente não apresenta pseudo-obstrução 
intestinal, conforme demonstrado por 
estudos radiológicos ou manométricos. 
• O paciente não apresenta disfunção do 
assoalho pélvico com base na manometria 
anorretal, teste de expulsão do balão ou 
defecografia. 
• O paciente não tem dor abdominal como 
sintoma proeminente.

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