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Biossegurança (UniFCV)

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Biossegurança
Professor Me. Caio Cesar Violin de Alcantara
Reitor 
Prof. Me. José Carlos Barbieri
Vice-Reitor
Prof. Dr. Hamilton Luiz Favaro
Pró-Reitora Acadêmica
Prof. Ma. Margareth Soares 
Galvão
Diretor de Operações 
Comerciais
Prof. Me. José Plínio Vicentini
Diretor de Graduação
Prof. Me. Alexsandro Cordeiro
Alves da Silva
Diretor de Pós-Graduação e 
Extensão
Prof. Ma. Marcela Bortoti Favero
Diretor de Regulamentação 
e Normas
Prof.. Me. Lincoln Villas Boas Macena
Diretor de Operações EAD
Prof. Me. Cleber José Semensate 
dos Santos 
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
UNIFCV CAMPUS SEDE
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(44) 3028-4416
www.unifcv.edu.br/
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir do
site Shutterstock.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
A347b Alcantara, Caio Cesar Violin de 
 Biossegurança / Caio Cesar Violin de Alcantara. Paranavaí: 
 EduFatecie, 2021. 
 72 p. : il. Color. 
 
 
1. Biossegurança. 2. Filosofia antiga. I. Centro Universitário 
 UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD : 23 ed. 363.15 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
AUTOR
Professor Me. Caio Cesar Violin de Alcantara
● Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM);
● Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM);
● Especialização em Gestão Pública EAD pela Universidade Estadual de Maringá 
(UEM);
● Docente do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Maria da Glória 
(SMG) e Faculdade de Administração e Ciências Econômicas (FACEC).
Mestrado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), 
com ênfase em contabilidade gerencial/controladoria. Docente do Curso Superior de Ba-
charelado em Ciências Contábeis. 
Link de acesso ao Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6057770915348046.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Caro(a) acadêmico(a), tenho o propósito de, juntamente com você, construir nosso 
conhecimento sobre a biossegurança, bem como compreender os principais conceitos e 
definições. Objetivamos também, ao longo de nossa jornada, explorar as diversas compe-
tências e normas relacionadas ao tema, de forma a colaborar com o aperfeiçoamento dos 
conhecimentos sobre o assunto.
 Na Unidade I começaremos a nossa jornada pelas noções gerais de biossegu-
rança, conceituando primeiramente o tema, para depois tratar a respeito da biossegurança 
em estabelecimentos de saúde. Em seguida, entraremos no assunto referente às infecções 
hospitalares e o respectivo controle, fechando com as vias de transmissão e a ação da 
biossegurança neste contexto. 
Já na Unidade II, após evidenciado na Unidade I o que é a biossegurança e a intro-
dução ao tema, vamos tratar do amparo legal e os órgãos responsáveis pela normatização. 
Buscar compreender qual a legislação pertinente ao assunto é o foco da Unidade II. 
Posteriormente, na Unidade III, vamos tratar da biossegurança e a saúde ambien-
tal. Temos como um dos objetivos relacionar a sustentabilidade com a biossegurança, visto 
que a mesma tem papel fundamental no ambiente em que vivemos. Ainda, outro objetivo é 
trabalhar a diferença dos conceitos de biossegurança e biosseguridade, e deixar claro para 
você, leitor(a), como se distinguem. 
Por fim, na Unidade IV, abordaremos a saúde do trabalhador e a segurança no 
trabalho. Essa unidade envolve assuntos como equipamentos de segurança individual e 
coletivos, bem como acidentes de trabalho e mapa de risco. Além disso, trata sobre o 
controle de infecção no suporte nutricional em estabelecimentos de saúde.
Reforço o convite a você, acadêmico(a), para que possamos trilhar essa jornada 
juntos e ampliar os conhecimentos sobre os temas de nosso material da disciplina, de 
forma que consigamos contribuir com o crescimento profissional e pessoal. 
Muito obrigado e bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
Noções Gerais de Biossegurança
UNIDADE II ................................................................................................... 19
Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
UNIDADE III .................................................................................................. 35
Biossegurança e Saúde Ambiental
UNIDADE IV .................................................................................................. 49
Saúde do Trabalhador e Segurança no Trabalho
3
Plano de Estudo:
● Introdução, conceitos Básicos, importância e terminologia;
● Biossegurança em estabelecimentos de saúde;
● Infecções Hospitalares e Controle;
● Biossegurança e vias de transmissão;
● Estabelecimento de um meio ambiente biologicamente seguro e a educação permanente.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar biossegurança;
● Compreender a importância da biossegurança em estabelecimentos de saúde;
● Compreender a importância de um meio ambiente biologicamente seguro;
● Compreender a relevância que a Educação Permanente possui frente à Biossegurança;
● Entender a importância de se estabelecer o controle de infecções hospitalares. 
UNIDADE I
Noções Gerais de Biossegurança
Professor Me. Caio Cesar Violin de Alcantara
4UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), seja muito bem-vindo(a) à Unidade I da nossa apostila, 
etapa em que iniciaremos nossa jornada na disciplina de Biossegurança. Nesta unidade, 
em específico, trataremos sobre Noções Gerais de Biossegurança. 
Esta unidade é de extrema importância para o bom andamento do restante do con-
teúdo, em que iniciaremos com conceitos e definições fundamentais para o tema. A unidade 
tem como principal objetivo a contextualização do(a) aluno(a) à disciplina, elucidando que 
o foco da disciplina está na Biossegurança como um todo.
Em um primeiro momento, abordaremos os conteúdos básicos e a terminologia 
aplicada à Biossegurança, expondo os conceitos e definições pertinentes ao tema. Em 
seguida, trataremos da Biossegurança especificamente em estabelecimentos de saúde. 
Ainda, falaremos sobre infecções hospitalares e o controle das mesmas, além dos 
aspectos relacionados ao estabelecimento de um meio ambiente biologicamente seguro. 
Por fim, fecharemos a Unidade I tratando da educação permanente, inserida no contexto 
da Biossegurança. 
Teremos, portanto, uma unidade com diversos termos técnicos e conceitos especí-
ficos do estudo da Biossegurança, muitos deles novos para você, leitor(a), e que são fun-
damentais para o entendimento do tema, de tal forma que, ao final da unidade, possamos 
chegar ao nosso propósito estabelecido com os conteúdos. 
Bons estudos!
5UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
1. INTRODUÇÃO: CONCEITOS BÁSICOS, IMPORTÂNCIA E TERMINOLOGIA
Iniciando nossa Unidade I, falaremos a respeito dos conceitos básicos e a termi-
nologia aplicada à Biossegurança, expondo os conceitos e definições pertinentes ao tema, 
visando conceitualizar à você, leitor, a importância do tema, para em seguida, nos próximos 
capítulos,tratar sobre assuntos mais específicos. 
E por que falar de Biossegurança? 
De acordo com Stapenhorst et al. (2018), a biossegurança tem papel importantíssimo 
na vida do trabalhador, e o conjunto de normas envolvidas tem como objetivo a garantia da 
segurança do profissional, dos pacientes e do meio ambiente. Este tema ganhou ainda mais 
notoriedade a partir da descoberta de novas doenças no mundo, gerando ainda mais preocu-
pação por parte da população, destacando ainda mais a importância da biossegurança. 
Como destacado por Cardoso et al. (2012), as doenças infecciosas e seus impactos 
fazem parte da história humana, e de certa forma contribuem para a construção de novas 
mentalidades e para a busca de soluções, o que influencia também no convívio social. 
Hinrichsen (2018) destaca que a biossegurança vem ocupando um espaço impor-
tante e de destaque nas instituições de saúde que desenvolvem políticas e programas de 
qualidade/acreditação e controle de riscos de maneira sistemática e efetiva.
Dada a importância de tal tema perante à sociedade, seguiremos nossa unidade 
tratando do conceito de biossegurança. 
6UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
1.1 Conceito de Biossegurança
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2021), a biosse-
gurança compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, mitigar ou 
eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir ou comprometer a qualidade 
de vida, a saúde humana e o meio ambiente.
Para Stapenhorst et al. (2018, p. 27), a biossegurança “compreende um conjunto 
de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de 
eliminar ou minimizar riscos inerentes que podem comprometer a saúde do homem”. 
Para Hinrichsen (2018), a biossegurança é entendida hoje como uma ocupação, 
agregada a qualquer atividade em que o risco à saúde humana esteja presente. E qual-
quer profissional pode desenvolver atividades nessa área, respeitando-se os espaços 
legais envolvidos.
Outros autores também tratam da definição de biossegurança, sempre visando 
trazer a importância do tema perante à sociedade. No próximo tópico falaremos um pouco 
mais a respeito desta relevância. 
1.2 Importância
Assim como já destacado no início deste capítulo, a biossegurança está inserida 
em um contexto envolvendo meio ambiente, qualidade de vida e meio ambiente. Ainda, o 
assunto se estende à ética profissional, tendo em vista que tal tema envolve uma série de 
protocolos a serem seguidos, códigos de ética a serem cumpridos, bem como o dia-a-dia 
do profissional envolvido. 
A preocupação em se evitar riscos sempre existiu, e como falado anteriormente, 
ganha ainda mais importância a partir de alguns marcos da humanidade, como por exemplo, 
a peste negra, no século XVII. Em um contexto mais recente, podemos citar doenças como 
a AIDS e a hepatite B, que impulsionaram e movimentaram ainda mais a preocupação de 
contaminação. 
Ainda, para Stapenhorst et al. (2018), a biossegurança tem papel fundamental na 
promoção à saúde, haja vista que envolve o controle de infecções para a proteção dos 
trabalhadores, dos pacientes e do meio ambiente, de forma a reduzir os riscos à saúde, 
objetivando criar um ambiente de trabalho com a contenção de riscos aos envolvidos. 
De acordo com Hinrichsen (2018), consolidou-se a ideia de que qualquer paciente, 
independentemente do tipo de doença e/ou riscos que pudesse representar para a comu-
nidade e ambiente, poderia ser assistido em instituições de saúde/hospitais, desde que 
7UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
medidas preventivas fossem implementadas segundo o tipo de transmissibilidades e susce-
tibilidades existentes. Deste modo, permitindo a equidade, a privacidade dos diagnósticos e 
a segurança dos indivíduos como pessoas e não como apenas “doenças”.
1.3 Terminologia
Interessante trazer a abordagem de Hinrichsen (2018) neste tópico, que trata da 
biossegurança em três vertentes, são elas: 
● Como módulo, porque não tem identidade própria, não sendo, portanto, uma 
ciência, mas sim, uma interdisciplinaridade que se expressa nas matrizes cur-
riculares dos seus cursos e programas, e esses conhecimentos diversos ofere-
cem à biossegurança uma diversidade de opções pedagógicas, que a tornam 
extremamente atrativa
● Como processo, porque é uma ação educativa, representada por um sistema 
de ensino-aprendizagem, uma atividade que foca a aquisição de conteúdos e 
habilidades, com o objetivo de preservação da saúde do Homem, das plantas, 
dos animais e do meio ambiente
● Como conduta, como um somatório de conhecimentos, hábitos, comportamentos 
e sentimentos, que devem ser incorporados ao homem, para que este desen-
volva, de maneira segura, sua atividade, estando incorporado à comunicação e 
à percepção do risco nos diversos segmentos sociais.
Hinrichsen (2018) diz que a biossegurança passou a ter interfaces no gerencia-
mento de riscos e controle de infecções com os ambientes ocupacionais antes apenas 
monitorados pela engenharia de segurança, medicina do trabalho, saúde do trabalhador 
atuando de modo conjunto, e, em muitos casos, incorporando outras atividades, funcionan-
do realmente com interdisciplinaridade. 
Ainda, a autora trata da chamada biossegurança assistencial, no sentido da pre-
venção dos riscos gerados pelos agentes químicos, físicos e ergonômicos, envolvidos em 
processos nos quais o risco biológico se faz presente ou não, e complementa que a biosse-
gurança ainda não alcançou um status profissional como na engenharia de segurança do 
trabalho e da medicina do trabalho, por exemplo. 
8UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
SAIBA MAIS
Os símbolos da biossegurança representam, na realidade, o símbolo do risco biológico, 
que foi desenvolvido pelo engenheiro Charles Baldwin, em 1956, a pedido dos Centers 
for Disease Control (CDC) visando a uma padronização na identificação de agentes bio-
lógicos de risco e que não se alterasse com a posição da embalagem.
FIGURA - SÍMBOLOS DA BIOSSEGURANÇA
Fonte: Hinrichsen (2018). 
9UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
2. BIOSSEGURANÇA EM ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
Entre os ambientes tipicamente insalubres, podemos destacar os estabelecimentos 
de saúde, em geral, pois propiciam a exposição de seus trabalhadores a riscos físicos, 
químicos, fisiológicos, psíquicos, mecânicos e biológicos ligados ao desenvolvimento de 
suas atividades, desse modo, os profissionais de saúde, em seu ambiente de trabalho, 
estão expostos a inúmeros tipos de riscos (STAPENHORST et al., 2018). 
Os profissionais da enfermagem em uma instituição de saúde, por exemplo, estão em 
constante contato com substância e produtos químicos diversos, assim como os auxiliares 
de limpeza e de lavanderia do local. A exposição à riscos não ocorre somente aos médicos. 
Os riscos biológicos, ou seja, a exposição aos agentes biológicos, como bactérias, 
fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros, geralmente são os mais estu-
dados nos casos dos profissionais de saúde, pois estes estão diretamente associados às 
suas práticas (STAPENHORST et al., 2018). 
O manuseio de material perfuro cortante está entre os maiores fatores de riscos 
ocupacionais, sendo as infecções mais preocupantes causadas por esse tipo de acidente a 
do vírus da AIDS, por exemplo, e também das hepatites B e C (STAPENHORST et al., 2018). 
Assim como citado anteriormente, outros profissionais também podem ser vítimas 
de acidentes biológicos, mesmo que não envolvidos diretamente com o paciente, como 
por exemplo, os trabalhadores envolvidos com a coleta de lixo. Por isso, a importância de 
se estabelecer políticas e diretrizes corretas para o manuseio e consequente descarte de 
materiais. 
10UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
Define-se infecção relacionada à assistência à saúde, segundo Hinrichsen (2018), 
como toda e qualquer infecção adquirida eminstituições hospitalares e unidade prestadora 
de serviço assistencial à saúde após a internação do paciente e que se manifeste durante 
a internação, ou mesmo após a alta, quando pode ser relacionada com a internação e/ou 
com procedimentos invasivos. 
No próximo tópico falaremos mais a respeito das infecções em ambientes hospita-
lares e os aspectos relacionados ao controle das mesmas. 
REFLITA
Porque é tão difícil praticar a biossegurança? 
Fonte: Mastroeni (2008). 
11UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
3. INFECÇÕES HOSPITALARES E O CONTROLE
O aumento do número de leitos e de internações gera maior convivência de pacien-
tes no hospital, e o consequente aumento de funcionários para atendimento do paciente 
ou para a realização de atividades com maior rapidez, aumenta o risco de transmissão de 
infecções de um doente para outro (HINRICHSEN, 2018). 
Ainda, além da suscetibilidade individual a processos infecciosos, deve-se consi-
derar a existência de diversos fatores que contribuem para o aparecimento de infecções 
relacionadas à assistência à saúde, as chamadas IrAS, em pacientes (HINRICHSEN, 2018). 
Temos como exemplos: 
● manipulação inadequada de substâncias específicas;
● falta de adoção de medidas preventivas na realização dos procedimentos;
● transmissão direta do microrganismo;
● estado clínico e/ou a suscetibilidade do hospedeiro. 
A Lei Federal no 9.431, de 1997, regulamentada pela Portaria no 2.616, obriga os 
hospitais a manter um programa de controle de IrAS, estabelecendo vigilância epidemioló-
gica para identificar ocorrências, determinar causas e possibilitar a proposição de medidas 
administrativas coerentes e oportunas, obrigando também a se ter um controle dos proce-
dimentos invasivos, à aplicação efetiva de técnicas de limpeza, desinfecção, antissepsia, 
esterilização e isolamento (HINRICHSEN, 2018).
12UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
A responsabilidade do hospital é resguardar a integridade do paciente em tudo 
que possa lhe trazer dano (HINRICHSEN, 2018). Sendo assim, deve estabelecer um 
programa efetivo de prevenção e controle das infecções, haja vista que as vantagens 
para tal são inquestionáveis, como por exemplo, a redução da morbidade, da mortalidade 
e também dos custos. 
Hinrichsen (2018) aborda que as IrAS podem ser endógenas, exógenas, cruzadas 
e inter-hospitalares, conforme evidenciado no quadro abaixo. 
QUADRO 1 - TIPOS DE INFECÇÃO
TIPO DE INFECÇÃO CARACTERÍSTICA
Endógena
Verifica-se a partir de microrganismos do próprio paciente, 
geralmente imunodeprimido
Exógena
Verifica-se a partir de microrganismos estranhos ao paciente, 
sendo veiculada pelas mãos da equipe de saúde, nebuliza-
ção, uso de respiradores, vetores, por medicamentos ou ali-
mentos contaminados
Cruzada
Transmitida de paciente para paciente, geralmente pelas 
mãos da equipe de saúde.
Intra-hospitalar
Levada de um hospital para outro com a alta e subsequente 
internação do mesmo paciente em diferentes hospitais
Fonte: Adaptado de Hinrichsen (2018).
Ainda, a autora destaca que para definir e classificar a origem do processo infec-
cioso relacionado à assistência à saúde é necessário identificar, em cada paciente, o que 
o levou a adquirir a infecção, quais os fatores de risco preexistentes, quais os sintomas 
e quando se iniciaram, quais os procedimentos realizados e se houve intercorrências e 
qual o tipo de ferida cirúrgica. Toda uma conjuntura deve ser analisada para identificar o 
processo e suas causas.
Apesar de todos os temas envolvidos e as particularidades de cada local exposto à 
riscos, a higienização das mãos ainda é considerada o método mais importante na redução 
da transmissão de doenças infectocontagiosas, sendo este um método individual simples e 
barato para a prevenção (STAPENHORST ET AL., 2018). 
13UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
4. BIOSSEGURANÇA E VIAS DE TRANSMISSÃO
Neste tópico falaremos a respeito das vias de transmissão, no que diz respeito à 
biossegurança. Segundo a Norma Regulamentadora nº 32, publicada pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego pela Portaria MTE nº 485 em 11 de novembro de 2005, as vias de 
transmissão podem ser divididas entre direta e indireta (NR 32 MTE, 2005).
A NR nº 32 tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implemen-
tação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de 
saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em 
geral (NR 32 MTE, 2005).
Segundo a NR nº 32, as vias de transmissão são definidas como o percurso feito 
pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro, podendo ser de forma 
direta, quando há a transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou 
vetores, e de forma indireta, quando há transmissão por intermédio de algum veículo, ou 
vetor (NR 32 MTE, 2005). 
Como exemplos de transmissão direta podemos citar a transmissão por gotículas e 
contato com a mucosa dos olhos, e como exemplos de transmissão indireta a transmissão pe-
las mãos, por meio de luvas, roupas, instrumentos perfurocortantes, água, entre outras formas. 
Ainda, a NR nº 32 define também as vias de entrada, e é pertinente tratarmos tam-
bém neste tópico. As vias de entrada são definidas como tecidos ou órgãos por onde um 
agente penetra em um organismo, podendo ocasionar uma doença. A entrada pode ser por 
via cutânea (por contato direto com a pele), percutânea (através da pele), parenteral (por 
inoculação intravenosa, intramuscular, subcutânea), por contato direto com as mucosas, 
por via respiratória (por inalação) e por via oral (por ingestão) (NR 32 MTE, 2005). 
14UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
5. ESTABELECIMENTO DE UM MEIO AMBIENTE BIOLOGICAMENTE SEGURO 
 E A EDUCAÇÃO PERMANENTE
Entre as estratégias para um trabalho mais seguro na área da saúde, destaca-se a 
realização de ações de educação permanente visando à capacitação e à conscientização 
dos profissionais. Treinamentos, seminários temáticos e reuniões clínicas devem ocorrer 
de modo periódico.
Nesse novo cenário, a biossegurança passa a ser prioridade institucional, podendo 
ser o primeiro caminho para se iniciar um processo de qualidade, em que o gerenciamento 
de riscos é peça fundamental para a obtenção de uma excelência assistencial multidisciplinar. 
Segundo Stapenhorst et al. (2018), há algumas medidas que contribuem para a 
diminuição do risco de acidentes e/ou contaminação no ambiente:
● Manutenção do local de trabalho limpo e arrumado, evitando o armazenamento 
de materiais não pertinentes ao trabalho;
● Limitação do acesso às áreas de risco e contaminadas;
● Utilização de óculos de segurança, visores ou outros equipamentos de proteção 
facial sempre que houver risco de espirrar material infectante ou de ocorrer 
contusão com algum objeto;
● Utilização de luvas sempre que houver manuseio de material biológico, trocá-las 
ao trocar de material, não tocar o rosto com as luvas de trabalho, não tocar com 
as luvas
15UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
● de trabalho em nada que possa ser manipulado sem proteção, tais como ma-
çanetas, interruptores, etc., e não descartar luvas em lixeiras de áreas adminis-
trativas, banheiros, entre outros;
● Não utilizar sapatos abertos;
● Cabelos compridos devem estar presos durante o trabalho;
● O uso de joias ou bijuterias deve ser evitado; 
● Não transitar nos corredores com material patogênico, a não ser que este esteja 
acondicionado conforme as normas de biossegurança;
● Não fumar, não comer e não beber no local de trabalho onde há qualquer agente 
patogênico.
 
Segundo o Ministério da Saúde, há a necessidade urgente de se garantir a in-
corporação do tema “Riscos biológicos para trabalhadores da saúde” na formação dos 
profissionais de saúde tanto de nível técnico quanto de nível superior e investir em ações 
de educação permanente nos serviços de saúde (BRASIL, 2010). 
NoBrasil, a biossegurança começou a ser institucionalizada a partir dos anos 80, 
quando o Brasil tomou parte do Programa de Treinamento Internacional em Biossegurança, 
ministrado pela OMS, e a partir daí, deu-se início a uma série de cursos e debates, visando 
acompanhar os avanços tecnológicos em biossegurança, como ocorreu em 1985, quando a 
FIOCRUZ promoveu o primeiro curso de biossegurança no setor de saúde (BRASIL, 2010). 
16UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao fim da Unidade I da apostila da disciplina de 
Biossegurança. Esta unidade trouxe noções gerais sobre Biossegurança, seus principais 
conceitos, definições e características e teve o intuito de contextualizar você, leitor(a), acer-
ca deste tema tão relevante para o curso. 
Ressalto a importância de tal disciplina em nosso currículo, tendo em vista que, 
como abordado no decorrer da unidade, tem enorme representatividade para os estabele-
cimentos de saúde e para o meio ambiente. 
Retomando o que estudamos nesta unidade, inicialmente trabalhamos com os 
conteúdos básicos e a terminologia aplicada à Biossegurança, expondo os conceitos e 
definições pertinentes ao tema e também direcionado aos estabelecimentos de saúde. 
Em outro tópico falamos sobre infecções hospitalares e o controle das mesmas, 
além dos aspectos relacionados ao estabelecimento de um meio ambiente biologicamente 
seguro, com foco na educação permanente no contexto da Biossegurança. 
O conhecimento de conceitos relativos à biossegurança e suas interfaces no 
processo assistencial do cuidado do paciente e mesmo para os prestadores de serviços 
assistenciais interrelacionados tem sido uma estratégia implementada pelas instituições 
que buscam qualidade em todas as etapas de suas atividades.
Na Unidade II trabalharemos com a normatização relacionada à Biossegurança, os 
órgãos responsáveis e o amparo legal para tal tema. 
Bons estudos!
17UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
LEITURA COMPLEMENTAR
A DIFÍCIL TAREFA DE PRATICAR A BIOSSEGURANÇA
Nesta leitura complementar, Marco Fabio Mastroeni trata sobre a educação em 
biossegurança, em meio à uma sociedade em que várias pessoas ainda seguem a cultura 
de fazer a forma mais “fácil” ao invés da correta. 
O autor relata que a preocupação com os efeitos provocados pelo contato com 
atividades biológicas, químicas e físicas é uma característica antiga da humanidade, mas 
então porque é tão difícil praticar a biossegurança?
Certamente esta resposta está relacionada a diversas características, entre as 
quais destacam-se a idade, a cultura, a responsabilidade, a cobrança, a cidadania e, prin-
cipalmente, a educação.
O que fazer para conscientizar as atuais e próximas gerações de profissionais 
de saúde? Uma das respostas a essas perguntas está relacionada a treinamento, pois 
sabidamente a principal causa de acidentes é o próprio ser humano. Não basta construir 
laboratórios com equipamentos adequados de última geração e disponibilizar material de 
segurança sem investir em educação e treinamento, os quais devem ser considerados 
instrumentos contínuos, e não temporários. 
A visão impressa na educação deve ser coletiva, e jamais individual. Muitos aciden-
tes acontecem devido a erros de outros indivíduos, como colegas de trabalho desatentos, 
profissionais recém contratados sem experiência e atividades executadas por estagiários 
sem orientação e treinamento. Cursos e treinamentos em biossegurança são fundamentais 
para se aprimorar a segurança em atividades da saúde, mas são insuficientes quando o 
colega que trabalha ao lado não executa suas tarefas de forma segura.
Não há como impor ao colega atualizar-se no quesito segurança, mas cabe a cada 
um, seja proprietário, chefe, coordenador, pesquisador, técnico, aluno ou estagiário mostrar 
que a forma correta deve prevalecer sobre a forma mais fácil, sempre. 
O autor fecha a sua ideia com o seguinte apontamento: 
A maior proteção que qualquer instituição pode oferecer a um trabalhador são a 
informação e o treinamento. A educação em biossegurança deve ser iniciada nas escolas, 
principalmente no ensino médio. Criando-se uma cultura de prevenção na base do conheci-
mento, a mesma será repassada com facilidade às próximas gerações. Vale a pena investir 
em prevenção visto que, mesmo quando o acidente não causa dano físico permanente, o 
dano psicológico permanece.
Fonte: Mastroeni (2008). 
18UNIDADE I Noções Gerais de Biossegurança
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Biossegurança
Autor: Amanda Stapenhorst, Érica Ballestreri, Fernanda Stape-
nhorst e Ana Paula Aquistapase Dagnio.
Editora: Sagah.
Sinopse: Este livro traz a história e a legislação da biossegurança, 
em âmbitos internacional e nacional, explica sobre os possíveis 
riscos existentes em um laboratório, sejam eles físicos, químicos, 
biológicos ou ergonômicos, como os riscos de acidentes. A obra 
também apresenta os organismos geneticamente modificados, os 
níveis de biossegurança em laboratórios – medidas de segurança, 
equipamentos de proteção individual e coletiva.
FILME/VÍDEO 
Título: O Contágio
Ano: 2011
Sinopse: A comunidade médica mundial inicia uma corrida con-
tra o tempo no longa Contágio. Isso porque um vírus altamente 
transmissível se espalha pelo ar, multiplicando rapidamente os 
contagiados que morrem em poucos dias, sem chances de cura. 
Mais rápido do que o vírus, o pânico toma conta de toda população 
que luta para sobreviver numa sociedade que está desmoronando.
19
Plano de Estudo:
● Conceito, objetivo e aplicabilidade;
● Legislação Brasileira de Biossegurança;
● Validação de equipamentos de segurança;
● Órgãos responsáveis pela normatização e controle.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar as normas legais relacionadas à biossegurança;
● Tratar sobre os equipamentos de segurança;
● Tratar sobre a legislação brasileira referente à biossegurança;
● Entender a importância dos órgãos responsáveis pela 
normatização e controle.
UNIDADE II
Amparo Legal e Órgãos Responsáveis 
pela Normatização
Professor Me. Caio Cesar Violin de Alcantara
20UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), seja muito bem-vindo(a) à Unidade II da nossa apostila, etapa 
em que continuaremos nossa jornada na disciplina de Biossegurança. Nesta unidade, em 
específico, trataremos sobre o amparo legal e os órgãos responsáveis pela normatização. 
Esta unidade é de total relevância para você, leitor(a), visto que é um assunto 
importante em nosso meio, e que possui influência para a população brasileira como um 
todo, principalmente para a área da saúde. A unidade tem como principal objetivo a contex-
tualização do(a) aluno(a) à legislação pertinente ao assunto.
Inicialmente abordaremos os conceitos básicos, objetivos e as condutas e normas 
aplicadas à Biossegurança, expondo as particularidades do tema. Em seguida, trataremos 
da Legislação Brasileira de Biossegurança, Qualidade e Biossegurança. 
Ainda, falaremos sobre a Legislação na esfera Nacional, Estadual, Municipal e Inter-
nacional sobre o conteúdo. Por fim, sobre a validação de equipamentos de segurança, além 
de destacar os órgãos responsáveis pela normatização e controle, fechando a Unidade II. 
Teremos, portanto, uma unidade com diversos temas relacionados à legislação 
específica do estudo da Biossegurança, fundamentais para o entendimento e contexto do 
assunto.
Bons estudos!
21UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
1. CONCEITO, OBJETIVO E APLICABILIDADE
Iniciando aqui nossa Unidade II, falaremos a respeito principalmente do objetivo 
e da aplicabilidade da Biossegurança, tendo em vista que na Unidade I abordamos os 
conceitos iniciais do tema. 
Hinrichsen (2018) destaca que nos últimos anos a biossegurança vem ocupando 
um importante espaço e de destaque dentro das instituições de saúde que desenvolvem 
políticas e programas de acreditação/qualidadee controle de riscos de maneira sistemática 
e efetiva, e faz com que a biossegurança passe a ser prioridade institucional, funcionando 
como um primeiro passo para iniciar um processo de qualidade, na qual o gerenciamento de 
riscos é peça fundamental para a obtenção de uma excelência assistencial multidisciplinar.
Como vimos, a importância da biossegurança vai além dos preceitos e normas 
estabelecidos, e passa a ser também relevante para uma estratégia das instituições de 
saúde que buscam qualidade em todos os sentidos dentro da organização, visto que o co-
nhecimento e aplicabilidade da biossegurança pode trazer benefícios já citados na Unidade 
I do nosso material. 
Ainda, Hinrichsen (2018) afirma que a biossegurança é percebida muito mais em 
nível de saúde do trabalhador e prevenção de acidentes, ou seja, muito mais voltada à se-
gurança ocupacional frente aos riscos tradicionais do que aqueles que envolvem tecnologia 
de DNA recombinante, e seu foco tem se voltado para os processos e riscos tradicionais, 
representando uma ferramenta fundamental para que os profissionais exerçam suas ativi-
dades com segurança individual e planetária, com foco em processos de trabalho e não 
somente no controle de riscos.
22UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
Deste modo, abordamos que a biossegurança ganha ainda mais destaque nas ins-
tituições de saúde e na comunidade como um todo. Mas, no próximo tópico, abordaremos 
a legislação brasileira pertinente à biossegurança, buscando resgatar como se deu início a 
esse assunto tão importante para os cidadãos em solo brasileiro. 
REFLITA
Você sabe qual dia é comemorado o Dia Internacional da Biossegurança? 
Fonte: o autor.
23UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
2. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA DA BIOSSEGURANÇA
Os dispositivos legais sobre biossegurança no Brasil passaram por avanços bas-
tante significativos. No nosso país, a legislação de biossegurança, Lei nº 8.974/95, foi uma 
adaptação da legislação europeia às necessidades da realidade brasileira (STAPENHORST 
et al., 2018), estabelecendo as normas de segurança e os mecanismos de fiscalização do 
uso das técnicas de engenharia genética na construção, no cultivo, na manipulação, no 
transporte, na comercialização, no consumo, na liberação e no descarte dos OGMs e de 
seus derivados (BRASIL, 1995).
A Lei nº 8.974/95 foi revogada e substituída pela Lei nº 11.105, de 24 de março de 
2005. Nesta atualização, as medidas continuam se adequando ao cenário internacional 
em relação aos transgênicos, e, mesmo com perspectivas comerciais relevantes para o 
crescimento econômico, foi necessário implementar outros instrumentos que auxiliassem o 
Estado a reordenar as normas vigentes sobre o tema, bem como mecanismos mais claros 
de fiscalização dos OVMs (BARSANO et al., 2020). 
Também, a partir da Lei nº 11.105, criou-se o Conselho Nacional de Biossegurança 
(CNBS) e reestruturou-se a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Além 
disso, determinou-se à CNBS o desenvolvimento de uma Política Nacional de Biossegurança. 
Mas, precisamos explicar antes o que é a CTNBio. É uma instância colegiada multi-
disciplinar, criada através da lei nº 11.105, cuja finalidade é prestar apoio técnico consultivo
24UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
e assessoramento ao Governo Federal na formulação, atualização e implementação da Po-
lítica Nacional de Biossegurança relativa a OGM, bem como no estabelecimento de normas 
técnicas de segurança e pareceres técnicos referentes à proteção da saúde humana, dos 
organismos vivos e do meio ambiente, para atividades que envolvam a construção, expe-
rimentação, cultivo, manipulação, transporte, comercialização, consumo, armazenamento, 
liberação e descarte de OGM e derivados.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança conta com uma Secretaria-Execu-
tiva e cabe ao Ministério da Ciência e Tecnologia a prestação do apoio técnico e adminis-
trativo, incluindo como atribuições:
I. prestar apoio técnico e administrativo aos membros da CTNBio;
II. receber, instruir e fazer tramitar os pleitos submetidos à deliberação da CTNBio;
III. encaminhar as deliberações da CTNBio aos órgãos governamentais responsá-
veis pela sua implementação e providenciar a devida publicidade;
IV. atualizar periodicamente o Sistema de Informações em Biossegurança - SIB;
V. fazer uma análise preliminar dos documentos encaminhados à CTNBio, verifi-
cando o atendimento às exigências contidas em suas Resoluções Normativas;
VI. avaliar requerimentos de pessoas jurídicas para a obtenção do Certificado de 
Qualidade em Biossegurança - CQB, manifestando- se no prazo de trinta dias, 
a contar da data do recebimento, sobre a documentação oferecida, formulando 
as exigências que julgar necessárias;
VII. encaminhar os pleitos enviados à CTNBio, para análise técnica das Subco-
missões Setoriais Permanentes;
VIII. acompanhar a implementação da regulamentação de que trata as disposições 
legais em vigor e as normas específicas baixadas pela CTNBio, tomando as 
providências necessárias para assegurar sua execução;
IX. analisar, consolidar em relatórios e submeter à CTNBio informações sobre o 
acompanhamento técnico, físico e financeiro do seu funcionamento;
X. elaborar e encaminhar à CTNBio, para apreciação e aprovação, a Programação 
Anual de Atividades da Comissão, estabelecida mediante propostas encami-
nhadas pelas Subcomissões Setoriais Permanentes;
XI. propor à CTNBio as revisões da Programação Anual de Atividades que se fize-
rem necessárias;
XII. elaborar relatório anual de atividades, submetê-lo à CTNBio e proceder a sua 
divulgação;
25UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
XIII. preparar as reuniões da CTNBio e das Subcomissões Setoriais Permanentes 
e das audiências públicas, elaborar e distribuir atas das reuniões, bem como 
providenciar o necessário apoio administrativo à CTNBio e às SSPs;
XIV. encaminhar aos membros da CTNBio e às SSPs convocação para as reuniões, 
com a respectiva pauta e matérias a serem objeto de exame e discussão, com 
antecedência mínima de 15 (quinze) dias corridos para as reuniões ordinárias e 
5 (cinco) dias corridos para as extraordinárias;
XV. providenciar o pagamento de despesas de transporte, alimentação e hos-
pedagem para os membros e para as pessoas convidadas pela CTNBio para 
participarem de suas reuniões;
XVI. exercer outras atividades que lhe sejam atribuídas pela CTNBio.
SAIBA MAIS
O Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) é um órgão de assessoramento supe-
rior da Presidência da República, criado por meio da Lei n° 11.105, de 24 de março de 
2005, constituído de 11 Ministros de Estado, com o objetivo de formular e implementar 
a Política Nacional de Biossegurança – PNB.
Compõem o CNBS o Ministro de Estado da Casa Civil, que o preside, o Ministro da 
Justiça, o Ministro da Ciência e Tecnologia, o Ministro do Desenvolvimento Agrário, o Mi-
nistro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministro da Saúde, o Ministro do Meio 
Ambiente, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Ministro das 
Relações Exteriores, o Ministro da Defesa e o Secretário de Aquicultura e Pesca.
O CNBS tem como atribuições: fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa 
dos órgãos e entidades federais com competência sobre a matéria; analisar, a pedido da 
CTNBio, quanto aos aspectos de conveniência e oportunidade socioeconômicas e do in-
teresse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados; 
avocar e decidir, em última e definitiva instância, quando julgar necessário, sobre os pro-
cessos relativos a atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus derivados; 
apreciar recurso dos órgãos de fiscalização e registro em relação a decisão da CTNBio.
Fonte: CIBio - UFSC (2021). 
26UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pelaNormatização
Em 19 de fevereiro de 2002, foi criada a Comissão de Biossegurança em Saúde 
(CBS) no âmbito do Ministério da Saúde. A CBS trabalha com o objetivo de definir estraté-
gias de atuação, avaliação e acompanhamento das ações de biossegurança, procurando 
sempre o melhor entendimento entre o Ministério da Saúde e as instituições que lidam com 
os temas (STAPENHORST et al., 2018).
Segundo a Lei de Biossegurança, citada nos parágrafos anteriores deste tópico, 
compete aos órgãos de fiscalização do Ministério da Saúde, do Ministério da Agricultura 
e do Ministério do Meio Ambiente a fiscalização e a monitorização das atividades com 
OGMs, no âmbito de suas competências, bem como a emissão de registro de produtos 
contendo OGMs ou derivados a serem comercializados ou liberados no meio ambiente 
(STAPENHORST et al., 2018).
Além de garantir o respeito ao direito do consumidor, essa legislação abre a dis-
cussão para vários outros pontos importantes relacionados à padronização de aspectos 
de segurança, representando, portanto, um importante marco para a padronização dos 
procedimentos de segurança e para a prevenção de riscos (STAPENHORST et al., 2018).
27UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
3. VALIDAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
Após falarmos da legislação geral no tópico anterior, trataremos agora sobre outro 
assunto muito importante para a disciplina de Biossegurança: os equipamentos de segu-
rança e proteção individual e coletiva, e quais as normativas relacionadas ao tema. 
Em ambientes hospitalares e também laboratoriais, as substâncias ou os organismos 
manuseados e os tipos de equipamentos operados podem resultar em acidentes, como por 
exemplo, intoxicações, envenenamentos, queimaduras térmicas e químicas, contaminação 
por agentes biológicos, incêndios, explosões e outros. Esses acidentes podem ser evitados 
ou minimizados pelo uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e coletiva (EPC) de 
forma correta (HIRATA et al., 2017). 
O funcionamento dos equipamentos de proteção coletiva (EPC) deve ser verificado 
periodicamente. Além disso, devem ser selecionados equipamentos de proteção individual 
(EPI) de boa qualidade, e que possuam certificados de aprovação do Ministério do Trabalho 
e Emprego (HIRATA et al., 2017). 
Esses equipamentos têm como objetivo proteger o trabalhador nas operações que 
oferecem riscos de exposição a produtos químicos ou biológicos perigosos e situações de 
acidentes com perfurocortantes. Os equipamentos de proteção individual (EPI) são, portanto, 
destinados a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador (HIRATA et al., 2017). 
28UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
Barsano et al. (2020) tratam sobre as medidas de prevenção e controle, pertinentes 
a serem trabalhadas neste tópico. Os autores as separam em:
● Administrativas
● Coletivas
● Individuais 
As medidas administrativas são as primeiras iniciativas a serem tomadas, sem as 
quais não há como delegar direitos e obrigações a serem cumpridos. Os autores citam 
algumas medidas a serem tomadas: 
● ordens de serviços, pareceres e instruções técnicas implantadas; 
● restrições impostas pelo empregador na entrada e na saída de locais de risco; 
● procedimentos de trabalho e execução de serviços; 
● preceitos de Segurança e Saúde no Trabalho (SST).
Quanto às medidas coletivas, estas devem ser priorizadas em relação às indivi-
duais, isso porque, além de envolver um número maior de pessoas, seus procedimentos e 
dispositivos, quando não eliminam totalmente os riscos, reduzem de maneira significativa 
sua ocorrência (BARSANO et al., 2020).
As medidas de prevenção coletiva devem ter como objetivos a proteção dos traba-
lhadores internos, mas também de toda a comunidade envolvida, o que na Biossegurança 
é essencial, pois os riscos biológicos impõem a dificuldade adicional de não serem visíveis 
(BARSANO et al., 2020). 
A Norma Regulamentadora NR6, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), 
considera como equipamento de proteção individual (EPI), “todo dispositivo ou produto, 
de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de 
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. Ainda, esta norma também trata sobre um 
aspecto muito importante nesse contexto, relacionado à CIPA, na qual trataremos mais 
especificamente na unidade IV.
Segundo a Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, o art. 166: 
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipa-
mento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de 
conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não 
ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde 
dos empregados (BRASIL, 1977).
29UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
Porém, apesar de as medidas de prevenção administrativa, coletiva e individual na 
Segurança do Trabalho serem adotadas de uma forma sequencial preestabelecida, nota-se 
que, na Biossegurança, a sua integração deve ser total para a eficácia do controle dos 
riscos com micro-organismos (BARSANO et al., 2020).
Como o foco desta unidade é tratar sobre a normatização e legislação envolvendo a 
Biossegurança, apresentamos neste tópico as principais normativas e um pouco a respeito 
dos equipamentos de segurança. Na unidade IV, trataremos destes equipamentos com 
mais especificidade. 
30UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
4. ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELA NORMATIZAÇÃO E CONTROLE
No segundo tópico desta unidade, já trouxemos alguns órgãos responsáveis pela 
normatização e controle da Biossegurança, como por exemplo, o Conselho Nacional de 
Biossegurança (CNBS) e reestruturou-se a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CTNBio). Mas também é relevante tratarmos do Ministério da Saúde, que desempenha 
importante papel na área de biossegurança em suas diversas dimensões (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2019). 
O Ministério da Saúde instituiu, em 2003, a Comissão de Biossegurança em Saúde 
– CBS, por meio da Portaria GM/MS n° 1.683 de 28 de agosto, disposta atualmente no 
Título II, Capítulo VI da Portaria de Consolidação GM/MS n°1 de 28 de setembro de 2017 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). 
Esta Comissão tem a missão de coordenar a elaboração e a formulação de diretri-
zes e normas de biossegurança no âmbito do Ministério da Saúde e estimular a integração 
de ações dos diversos entes do Sistema Único de Saúde - SUS, nas questões de biosse-
gurança (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). 
Ainda, essa comissão também colabora com instituições que visam o desenvol-
vimento e fortalecimento de ações em biossegurança, tais como instituições acadêmicas, 
centros de pesquisa e desenvolvimento, laboratórios oficiais, órgãos nacionais e internacio-
nais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). 
Considerando as atividades concernentes às diretrizes e normas de biosseguran-
ça, a CBS coordena a elaboração das Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção dos 
Agentes Biológicos e da lista de Classificação de Risco dos Agentes Biológicos (MINISTÉ-
RIO DA SAÚDE, 2019). 
31UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
Ainda, fazem parte das principais atribuições da Comissão de Biossegurança em 
Saúde (CBS): 
I. participar, nos âmbitos nacional e internacional, da elaboração e reformulação 
de normas no âmbito da biossegurança; 
II. proceder ao levantamento e à análise das questões referentes à biossegurança, 
visando identificar seus impactos e suas correlações com a saúde humana; 
III. propor estudos para subsidiar o posicionamento do Ministério da Saúde na 
tomada de decisões sobre temas relativos à biossegurança; 
IV. subsidiar representantes do Ministério da Saúde nos grupos interministeriais 
relacionados ao assunto, inclusive na Comissão Técnica Nacional de Biossegu-
rança - CTNBio; 
V. enviar aos órgãos e entidades deste Ministério os relatóriosfinais e encaminha-
mentos resultantes de suas atividades; 
VI. propiciar debates públicos sobre biossegurança, por intermédio de reuniões e 
eventos abertos à comunidade.
A cada dois anos, a comissão atualiza a lista de Classificação de Risco dos Agentes 
Biológicos que é uma publicação normativa de referência nacional para instituições públicas 
e privadas que desenvolvem atividades com agentes biológicos de risco, especialmente os 
da área da saúde, visando assegurar a informação necessária para orientar medidas de 
biossegurança (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). 
O Ministério da Saúde também trata de outra atribuição de biossegurança, não me-
nos importante, que cabe ser destacada e é de responsabilidade da SCTIE/MS, decorrente 
do Decreto nº 6.925, de 6 de agosto de 2009 e do Decreto nº 5.705, de 16 de fevereiro de 
2006, que promulgou o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da Convenção sobre 
Diversidade Biológica.
Pelo Decreto nº 6.925, de 6 de agosto de 2009, o Ministério da Saúde foi desig-
nado como uma das Autoridades Nacionais Competentes para implementar o Art. 19 do 
Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da Convenção sobre Diversidade Biológica 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019), decreto este que falaremos mais a respeito na leitura 
complementar desta unidade.
Os integrantes da CBS desempenham papel estratégico na articulação, consolida-
ção e fortalecimento da biossegurança e bioproteção no âmbito do Ministério da Saúde e 
no país, sobretudo, contribuem para os importantes avanços em qualidade e segurança na 
área da saúde no Brasil. E é nesse sentido que a CBS tem pautado suas ações, incluindo 
a realização de eventos anuais de biossegurança e bioproteção, com foco na melhoria da 
capacidade de biossegurança e bioproteção em saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019). 
32UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao fim da Unidade II da apostila da disciplina 
de Biossegurança. Esta unidade trouxe a legislação relativa ao assunto, evidenciando as 
normativas e leis relevantes. 
Retomando o que estudamos nesta unidade, inicialmente trabalhamos com os 
objetivos básicos e a aplicabilidade da Biossegurança, e no segundo tópico efetivamente 
foram trabalhadas as normativas necessárias, tratando principalmente da Lei nº 8.974/95, 
que foi revogada e substituída pela Lei nº 11.105, chamada Lei da Biossegurança. 
Neste tópico, também foi importante abordar a Comissão Técnica Nacional de Bios-
segurança (CTNBio), que possui papel fundamental e que surgiu a partir das Leis citadas 
anteriormente. 
Na sequência, foi abordado o assunto relacionado aos equipamentos de segurança 
e, é claro, a importância que possuem no cotidiano dos trabalhadores, sempre focando 
nas normativas dos respectivos assuntos, para em sequência, na unidade IV, retomar esse 
assunto com mais especificidade.
Para fechar a unidade II, foi tratado a respeito dos órgãos responsáveis pela nor-
matização e controle, e como alguns já haviam sido mencionados no tópico 2 da unidade, 
foi dado foco à Comissão de Biossegurança em Saúde – CBS. 
Na Unidade III trabalharemos com a Biossegurança e a saúde ambiental.
Bons estudos!
33UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
LEITURA COMPLEMENTAR
PROTOCOLO DE CARTAGENA SOBRE BIOSSEGURANÇA
Nesta leitura complementar, vamos trabalhar com esse importante protocolo: Pro-
tocolo de Cartagena sobre Biossegurança. 
Em 29 de janeiro de 2000, a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversi-
dade Biológica (CDB) adotou seu primeiro acordo suplementar conhecido como Protocolo 
de Cartagena sobre Biossegurança. Este Protocolo visa assegurar um nível adequado de 
proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos 
vivos modificados (OVMs) resultantes da biotecnologia moderna que possam ter efeitos 
adversos na conservação e no uso sustentável da diversidade biológica, levando em conta 
os riscos para a saúde humana, decorrentes do movimento transfronteiriço.
O Protocolo entrou em vigor em 11 de setembro de 2003, noventa dias após a en-
trega do 50º instrumento de ratificação. Até junho de 2006, 132 instrumentos de ratificação 
já haviam sido depositados na Secretaria Geral das Nações Unidas.
A adoção do Protocolo pelos Países-Partes da Convenção constitui-se em um 
importante passo para a criação de um marco normativo internacional que leva em conside-
ração as necessidades de proteção do meio ambiente e da saúde humana e da promoção 
do comércio internacional. Cria uma instância internacional para discutir os procedimentos 
que deverão nortear a introdução de organismos vivos modificados em seus territórios e 
estabelece procedimento para um acordo de aviso prévio para assegurar que os países 
tenham as informações necessárias para tomar decisões conscientes antes de aceitarem 
a importação de organismos geneticamente modificados (OGMs) para seu território.. Neste 
contexto, cabe salientar que o Protocolo incorpora em artigos operativos o Princípio da 
Precaução, um dos pilares mais importantes desse instrumento e que deve nortear as 
ações políticas e administrativas dos governos.
O Protocolo reflete o equilíbrio entre a necessária proteção da biodiversidade e 
a defesa do fluxo comercial dos OVMs. Instrumento essencial para a regulação do co-
mércio internacional de produtos transgênicos em bases seguras. Trata-se, portanto, de 
um instrumento de direito internacional que tem por objetivo proteger os direitos humanos 
fundamentais, tais como a saúde humana, a biodiversidade e o equilíbrio ecológico do meio 
ambiente, sem os quais ficam prejudicados os direitos à dignidade, à qualidade de vida, e 
à própria vida, direitos consagrados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da 
Organização das Nações Unidas, de 1948.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente. Disponível em:https://antigo.mma.gov.br/
biodiversidade/conven%C3%A7%C3%A3o-da-diversidade-biol%C3%B3gica/protocolo-de-
-cartagena-sobre-biosseguranca.html
http://www.biodiv.org/biosafety/protocol.asp
http://www.biodiv.org/biosafety/protocol.asp
34UNIDADE II Amparo Legal e Órgãos Responsáveis pela Normatização
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Biossegurança.
Autor: Amanda Stapenhorst, Érica Ballestreri, Fernanda Stape-
nhorst e Ana Paula Aquistapase Dagnio.
Editora: Sagah.
Sinopse: Este livro traz a história e a legislação da biossegurança, 
em âmbitos internacional e nacional, explica sobre os possíveis 
riscos existentes em um laboratório, sejam eles físicos, químicos, 
biológicos ou ergonômicos, como os riscos de acidentes. A obra 
também apresenta os organismos geneticamente modificados, os 
níveis de biossegurança em laboratórios – medidas de segurança, 
equipamentos de proteção individual e coletiva.
FILME/VÍDEO 
Título: Patch Adams – O Amor é Contagioso
Ano: 1998
Sinopse: Em 1969, após tentar se suicidar, Hunter Adams (Robin 
Williams) voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar 
outros internos, descobre que deseja ser médico, para poder ajudar 
as pessoas. Deste modo, sai da instituição e entra na faculdade 
de medicina. Seus métodos poucos convencionais causam ini-
cialmente espanto, mas aos poucos vai conquistando todos, com 
exceção do reitor, que quer arrumar um motivo para expulsá-lo, 
apesar dele ser o primeiro da turma.
35
Plano de Estudo:
● Biossegurança e a sustentabilidade, saúde ambiental no 
 contexto atual e novas perspectivas;
● Biossegurança e Biosseguridade.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender e enfatizar a importância que a biossegurança
 possui para a sustentabilidade;
● Compreender a importância do controle sanitário para a 
alimentação e saúde da população;
● Trabalhar a relação existente entre a Biossegurança e Biosseguridade. 
UNIDADE III
Biossegurança e Saúde Ambiental
Professor Me. Caio Cesar Violin de Alcantara
36
INTRODUÇÃO
UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
Caro(a) acadêmico(a), seja muito bem-vindo(a)à Unidade III da nossa apostila, 
penúltima unidade da nossa jornada na disciplina de Biossegurança. Nesta unidade, em 
específico, trataremos sobre a Biossegurança e a Saúde Ambiental. 
Este tema geral é de muita relevância para o conteúdo, e como já mencionamos 
anteriormente, a biossegurança tem papel importantíssimo na saúde ambiental e na sus-
tentabilidade perante à sociedade e, portanto, o foco principal desta unidade é tratar sobre 
essa relação. 
A unidade se divide em dois tópicos. No primeiro deles, o assunto principal: susten-
tabilidade. O tópico visa relacionar a biossegurança com a sustentabilidade, identificando o 
papel da biossegurança neste contexto, visto a importância que destacamos para o assunto 
nas duas unidades anteriores. 
A biossegurança tem seu papel na gestão ambiental, e é por esse motivo que 
nossa disciplina trabalha com esse assunto. Ainda, no mesmo tópico, abordaremos ao final 
as doenças emergentes e reemergentes. 
Em seguida, no segundo e último tópico, faremos a relação da biossegurança 
com a biosseguridade. Além de relacionar os assuntos, o intuito é também trazer a dife-
rença entre os termos, haja vista que, muitas das vezes, são tratados como sinônimos 
(de forma equivocada). 
Teremos, portanto, uma unidade com foco na saúde ambiental e na biodiversidade, 
evidenciando a relação com a biossegurança.
Bons estudos!
37UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
1. BIOSSEGURANÇA E SUSTENTABILIDADE, SAÚDE AMBIENTAL NO 
 CONTEXTO ATUAL E NOVAS PERSPECTIVAS 
Neste primeiro tópico da unidade III, trataremos a respeito deste assunto tão im-
portante para a população e a sua relação com a biossegurança. Estamos falando aqui da 
sustentabilidade. As unidades I e II já nos trouxeram bastante coisa a respeito desta relação, 
porém, nesta unidade em específico, falaremos mais a fundo acerca deste conteúdo. 
A biossegurança é primordial para a proteção da vida humana e do meio ambiente, 
sendo esta uma área que ajuda a diminuir os riscos de contaminação, tanto de pessoas 
quanto dos recursos naturais envolvidos. 
Está relacionada às ações que devem ser tomadas para proteção da vida tanto dos 
pacientes quanto dos profissionais, principalmente por pessoas que atuam na área da saú-
de, em hospitais, laboratórios etc. São procedimentos essenciais para prevenir infecções e 
também contaminações, como por exemplo, a correta esterilização de instrumentos. 
Mas a preocupação com a biossegurança vai além dos locais relacionados à área 
da saúde, como foram citados os hospitais e laboratórios. Outros locais também devem 
estar atentos à biossegurança, como por exemplo, empresas que lidam com tecnologia e 
com a manipulação de elementos químicos. Indústrias e universidades fazem parte desse 
grupo, na qual deve ter preocupação constante com a biossegurança, visando a proteção 
do meio ambiente.
38UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
Para tal, órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, estão 
atentos aos cuidados tomados pelas empresas que lidam com a manipulação de materiais 
biológicos e de organismos geneticamente modificados.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, foi criada pela Lei nº 9.782, de 
26 de janeiro 1999. Trata-se de uma autarquia sob regime especial, com sede no Distrito 
Federal, presente em todo o Brasil por meio das coordenações de portos, aeroportos, fron-
teiras e recintos alfandegados (ANVISA, 2021).
A finalidade da autarquia é promover a proteção da saúde da população, por meio 
do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância 
sanitária, incluindo ambientes, processos, insumos e tecnologias a eles relacionados, além 
do controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados (ANVISA, 2020). 
Temos ainda que falar do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), na qual 
compete realizar as atividades de vigilância sanitária no Brasil, que é vinculado ao Sistema 
Único de Saúde (SUS) e atua de maneira integrada e descentralizada em todo o território 
brasileiro (PORTAL RESÍDUOS SÓLIDOS, 2014). 
Dentro do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, a Agência Nacional de Vigilân-
cia Sanitária tem a responsabilidade de coordenar o sistema e atua em questões de âmbito 
federal, guiando e coordenando a execução de ações sanitárias em todo o Brasil (PORTAL 
RESÍDUOS SÓLIDOS, 2014). 
Deste modo, a biossegurança se relaciona com a gestão ambiental, área que atua 
no controle e no planejamento da segurança do meio ambiente. Para que substâncias não 
prejudiquem o meio ambiente, contaminando rios e matas, é extremamente necessário o 
bom planejamento do descarte de tais resíduos. 
Conforme tratam Rocha et al. (2012) as mudanças que vêm atingindo o mundo 
moderno acontecem em uma velocidade tremenda, e que se torna difícil de acompanhar e 
explicar. As alterações provocadas por elas não só afetam os modelos produtivos, em sua 
forma de criar e fazer circular mercadorias, como atingem a sociedade, no modo de viver 
dos indivíduos e na própria cultura. 
A globalização, que estimula a busca pela valorização do capital e a ampliação, por 
parte dos países capitalistas, de novos mercados consumidores. Porém, além disso, vem 
causando efeitos predatórios no meio ambiente como a contaminação do ar atmosférico, 
da água e do solo, caracterizando situações de risco que ultrapassam os limites produtivos 
e afetam a população (ROCHA et al., 2012). 
39UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
As preocupações listadas se inserem na trajetória da construção do campo do co-
nhecimento científico a que hoje se enquadra no campo da Biossegurança, que tem como 
foco a busca pelo controle dos riscos que o trabalho e o desenvolvimento tecnológico e 
científico que podem aportar à natureza e à vida no planeta (ROCHA et al., 2012). 
SAIBA MAIS
O Dia Mundial da Saúde é celebrado em 7 de abril. O principal objetivo desta data é 
conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação da saúde para ter uma 
melhor qualidade de vida.
Anualmente, o Dia Mundial da Saúde é destinado a discutir um tema específico que 
representa uma prioridade na agenda internacional da Organização Mundial da Saúde 
– OMS. Em 2018, o tema escolhido foi “Saúde para todos”, o que resumiu o objetivo da 
OMS ao longo dos seus 70 anos de existência.
Em 2017, o tema do Dia Mundial da Saúde foi a Depressão. Nesta ocasião, o lema ofi-
cial do evento Let ‘s Talk (“Vamos Conversar”, em português), teve como objetivo cons-
cientizar as pessoas sobre a necessidade de ter conhecimentos que ajudem a prevenir 
esta doença, a qual pode trazer diversas consequências graves.
Todos os assuntos debatidos durante o Dia Mundial da Saúde são prolongados ao longo 
de todo o ano, através de atividades e palestras instrutivas e educacionais, por exemplo. 
No Brasil, o debate sobre melhores condições de saúde também é pauta de outras da-
tas especiais, como o Dia Nacional da Saúde (5 de agosto) e o Dia da Saúde e Nutrição 
(31 de março).
O Dia Mundial da Saúde foi criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 
1948, devido a preocupação de seus integrantes em manter o bom estado de saúde das 
pessoas em todo o mundo, e também alertar sobre os principais problemas que podem 
atingir a população mundial.
Oficialmente, o Dia Mundial da Saúde é comemorado em 7 de abril desde 1950.De 
acordo com o conceito definido pela OMS, “a saúde é um estado de completo bem-estar 
físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
Fonte: Calendarr (2021).
https://www.calendarr.com/brasil/dia-nacional-da-saude/
https://www.calendarr.com/brasil/dia-da-saude-e-nutricao/
40UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
Os conceitos de sustentabilidade e ambiente estão presentes nos discursos atuais 
sobre preservação ambiental e equidade social, e vêm sendo alvo de polêmicos debates, par-
ticularmente no âmbito acadêmico,em razão do envolvimento de aspectos tão contraditórios 
em um único pretenso projeto, o da construção da sustentabilidade (ROCHA et al., 2012).
Assim, para a Biossegurança tem sido atribuída a função de garantir a integridade 
ambiental a partir de medidas técnicas e legais de monitoramento e fiscalização dos pro-
cessos de intervenção no meio ambiente (ROCHA ET AL., 2012), medidas que falamos 
até aqui em todo nosso material. Essa atribuição incorpora à Biossegurança a proposta de 
sustentabilidade relativa ao atendimento às demandas políticas e econômicas.
 
1.1 Biossegurança, ambiente e os riscos da emergência e reemergência de doenças
Os conceitos de doenças emergentes e reemergentes foram sendo construídos 
ao longo das últimas décadas, a partir de preocupações com o aparecimento de doenças 
como a AIDS, dengue, e com o aumento da resistência de agentes patogênicos a drogas e 
pesticidas (ROCHA et al., 2012). 
Uma doença emergente refere-se a uma doença infecciosa, uma doença nova 
ou que foi recentemente identificada com um repentino aparecimento de casos, já uma 
doença reemergente é a doença infecciosa conhecida (e geralmente controlada), que 
por algum motivo mudou o seu padrão epidemiológico, também havendo um aumento 
repentino de casos. 
REFLITA
Você, leitor(a), consegue refletir sobre um exemplo atual de doença emergente? E de 
uma doença reemergente? 
Fonte: o autor.
As ações propostas pela Biossegurança contribuem para o controle do risco de 
disseminação das doenças emergentes e reemergentes, na medida em que, ainda que 
não seja possível prever o momento exato do aparecimento de um determinado agravo, 
é possível avaliar o risco de sua introdução, em tempo de serem aplicadas medidas de 
prevenção, ou ações de enfrentamento de seus possíveis danos.
41UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
2. BIOSSEGURANÇA E BIOSSEGURIDADE
Neste segundo tópico da unidade III, faremos a relação da biossegurança com a 
biosseguridade. Outro assunto importantíssimo para o tema geral da nossa disciplina. 
Os objetivos da Biosseguridade e da Biossegurança para os laboratórios são a re-
dução do risco, descrevendo princípios, técnicas e práticas que devem ser implementadas, 
porém possuem focos diferenciados (CARDOSO et al., 2012).
Enquanto a Biossegurança tem como foco a proteção das pessoas, do meio am-
biente e das instalações contra impactos adversos, a Biosseguridade tem como foco a 
proteção física dos locais, além de instalações a materiais contra perdas, invasões ou uso 
inadvertido de material biológico (CARDOSO et al., 2012). 
Especificamente na aplicação da Biosseguridade, a maioria dos estudos se situa 
no âmbito do controle de risco e monitoramento das doenças de origem animal, com ocor-
rências no processo de produção de alimentos, especialmente de suínos e aves, o que 
implica o controle dos riscos advindos especialmente do aumento na densidade animal em 
uma determinada área geográfica, situação que favorece a multiplicação e disseminação 
de vários patógenos (CARDOSO et al., 2012).
Ainda buscando diferenciar os dois conceitos, Cardoso et al. (2012) destacam que 
o diferencial entre Biossegurança e Biosseguridade reside na amplitude das ações que a 
Biosseguridade deve observar frente à perspectiva de integração da noção de defesa, de 
estabilidade, de proteção, abrangendo possibilidades de ações de grande mobilização fren-
42UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
-te ao risco, podendo envolver, de acordo com a gravidade do evento, além das instituições 
científicas, as instituições de defesa que possam atuar no monitoramento de fronteiras, na 
elaboração de planos de contingência, etc., especialmente quando a magnitude do risco 
se relaciona com o volume quantitativo de populações. Porém, esta discussão conceitual 
indica que ambas se estruturam sobre a base da prevenção.
Cardoso et al. (2012) tratam da relação existente entre Biossegurança e Biossegu-
ridade, sempre relacionando os dois temas a partir da avaliação de riscos como princípio 
básico: 
FIGURA 1 - RELAÇÃO BIOSSEGURANÇA/BIOSSEGURIDADE
Fonte: Cardoso et al. (2012). 
Os autores tratam que a avaliação de risco é uma ação, ou uma série de ações, que 
objetiva o reconhecimento ou a identificação dos agentes de risco, a probabilidade do dano 
proveniente da exposição acidental, da liberação acidental e uso indevido desses agentes, 
levando em consideração, também, a severidade de suas consequências. 
Deste modo, estabeleceram a figura abaixo, evidenciando a avaliação de riscos 
tanto para a Biossegurança quanto para a Biosseguridade. 
43UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
FIGURA 2 - AVALIAÇÃO DE RISCOS
Fonte: Cardoso et al. (2012). 
Nota-se que as medidas a serem tomadas para ambos os casos partem da ava-
liação de riscos prévia, examinando as características fundamentais existentes, além das 
possibilidades existentes. 
Especificamente para Biosseguridade, os parâmetros para a avaliação de risco 
devem ser analisados sob a perspectiva de uso indevido e dizem respeito aos aspectos 
relacionados às consequências, aos impactos econômicos, e ao potencial do agente para 
ser utilizado na fabricação de armas de destruição em massa (CARDOSO et al., 2012).
No Brasil, a biosseguridade é aplicada na produção de animais, principalmente 
na indústria avícola e suinícola, por meio de normas e procedimentos técnicos sanitários, 
programas e controles estabelecidos, bem como na qualidade da alimentação e água e 
descarte de resíduos e animais mortos. 
Deste modo, é errado interpretar e utilizar o termo biossegurança em substituição 
ao termo biosseguridade. Como vimos neste tópico, se tratam de temas diferentes, porém, 
possuem objetivos similares, visto que ambos têm como intuito principal a prevenção. 
44UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) acadêmico(a), chegamos ao fim da Unidade III da apostila da disciplina de 
Biossegurança. Esta unidade trouxe à tona o assunto: Biossegurança e a Saúde Ambiental.
Retomando o que estudamos nos dois tópicos desta unidade, inicialmente tra-
balhamos com a sustentabilidade, tema importante para a unidade e para a disciplina 
como um todo, visto que a biossegurança está inserida em um contexto muito amplo no 
nosso meio ambiente. 
O intuito do tópico foi relacionar os dois temas, buscando contextualizar você, leitor(a), 
acerca da importância da nossa disciplina perante o meio ambiente e a gestão ambiental. 
Na sequência, foram abordadas também as doenças emergentes e reemergentes, 
assunto interessante inclusive para o contexto em que estamos inseridos, na qual doenças 
dessa natureza se tornam cada vez mais comuns. 
No segundo tópico foi falado sobre a biosseguridade e a sua relação com a bios-
segurança. Mas, além disso, foi trabalhada a diferença existente entre os termos, pois são 
assuntos com objetivos similares porém com ideias diferentes. 
Espero, leitor(a), que tenha aprimorado seus conhecimentos acerca da biossegu-
rança no contexto da saúde ambiental. Nos vemos na próxima e última unidade do nosso 
material da disciplina de Biossegurança. 
45UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
LEITURA COMPLEMENTAR
PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS - PPRA
Nesta leitura complementar vamos tratar sobre o Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais - PPRA. A Norma Regulamentadora NR9 estabelece a obrigatorieda-
de da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições 
que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais - PPRA. 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA é parte integrante do conjunto 
mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade 
dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR, em especial com 
o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO previsto na NR-7.As ações do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA devem ser 
desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do 
empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade 
dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a se-
guinte estrutura:
1. planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
2. estratégia e metodologia de ação;
3. forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
4. periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
Ainda, deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, 
uma análise global do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais para avaliação do seu 
desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas 
e prioridades.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá estar descrito num docu-
mento-base contendo todos os aspectos estruturais listados anteriormente, e este documen-
to-base e suas alterações e complementações deverão ser apresentados e discutidos na 
CIPA, quando existente na empresa, de acordo com a Norma Regulamentadora NR-5, sendo 
sua cópia anexada ao livro de atas desta Comissão (a Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes - CIPA é assunto para a leitura complementar da unidade IV do nosso material).
46UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
Quanto às etapas do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, a Norma 
Regulamentadora NR9 estabelece que deverá incluir as seguintes etapas: 
1. antecipação e reconhecimentos dos riscos;
2. estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
3. avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
4. implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
5. monitoramento da exposição aos riscos;
6. registro e divulgação dos dados.
A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão 
ser feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Tra-
balho - SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam 
capazes de desenvolver o disposto na Norma Regulamentadora NR9.
Com relação às medidas de controle, deverão ser adotadas as medidas necessárias 
suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais sempre 
que forem verificados riscos potenciais e evidentes à saúde. 
Além disso, o estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção 
coletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia:
1. medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de agentes pre-
judiciais à saúde;
2. medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no ambien-
te de trabalho;
3. medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente 
de trabalho.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deve estabelecer critérios e me-
canismos de avaliação da eficácia das medidas de proteção implantadas considerando os 
dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle médico da saúde previsto na Norma 
Regulamentadora NR7.
Por fim, tratando das responsabilidades, o empregador deve estabelecer, imple-
mentar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou 
instituição, enquanto que o colaborador deve: 
1. colaborar e participar na implantação e execução do Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais - PPRA;
47UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
2. seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do Progra-
ma de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;
3. informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, 
possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.
O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais 
de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais trabalhadores, 
os mesmos possam interromper de imediato as suas atividades, comunicando o fato ao 
superior hierárquico direto para as devidas providências.
Fonte: Norma Reguladora NR9 (MTE, 2020).
48UNIDADE III Biossegurança e Saúde Ambiental
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Biossegurança – estratégias de gestão de riscos, doenças 
emergentes e reemergentes: impactos na saúde pública.
Autores: Telma Abdalla de Oliveira Cardoso; Nery Cunha Vital; 
Marli B. M. de Albuquerque Navarro. 
Editora: Santos. 
Sinopse: No mundo contemporâneo o fenômeno da globalização 
é traduzido também pela complexidade dos riscos, destacando-se 
o risco ao ambiente e a saúde humana. Esta realidade faz com que 
o campo de conhecimento da Biossegurança avance no sentido 
de ampliar suas ações a fim de elaborar procedimentos eficazes 
no enfrentamento dos contextos de risco, destacando-se o risco 
biológico, expressos nas doenças emergentes e reemergentes, 
no bioterrorismo, na predação ambiental, no comprometimento do 
patrimônio ecológico do planeta e de seu equilíbrio. Os desafios 
colocados à saúde pública pela emergência e reemergência das 
doenças infecciosas vêm sendo discutidos amplamente, posto 
que, em termos das preocupações globais, são fatores que con-
figuram a construção de situações de calamidade mundial. Os 
conteúdos, ora desenvolvidos neste livro, representam uma impor-
tante contribuição para as aplicações da Biossegurança, a partir 
de proposições reflexivas que estão no campo da complexidade 
do risco no mundo atual.
FILME/VÍDEO 
Título: A Lei da Água – Novo Código Florestal 
Ano: 2015
Sinopse: O longa “A Lei da Água: Novo Código Florestal” é um 
documentário realizado sem fins lucrativos, com financiamento 
coletivo e parcerias entre o Instituto Socioambiental (ISA), WW-
F-Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica, Instituto Democracia e 
Sustentabilidade (IDS) e Bem-Te-Vi Diversidade. O documentário 
brasileiro retrata a importância das florestas para a conservação 
das águas, explicando a relação do novo Código Florestal e a crise 
hídrica brasileira. As florestas são importantes para a preservação 
da água, do solo e também para a produção de alimentos que 
necessitam da ação de polinizadores, como o café, o milho e a 
soja. O filme esclarece as mudanças promovidas pelo novo Códi-
go Florestal e a polêmica sobre a sua elaboração e implantação. O 
documentário mostra como a lei impacta diretamente a floresta e, 
assim, a água, o ar, a fertilidade do solo, a produção de alimentos 
e a vida de cada cidadão. Produzida ao longo de 16 meses, a 
obra baseia-se em pesquisa e 37 entrevistas com ambientalistas, 
ruralistas, cientistas e agricultores. Retrata ainda casos concretos 
de degradação ambiental e técnicas agrícolas sustentáveis que 
podem conciliar os interesses de conservação e produção da 
sociedade.
49
Plano de Estudo:
● Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo;
● Acidentes de trabalho e mapa de risco;
● Controle de infecção no suporte nutricional, enteral e parenteral.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar sobre os acidentes de trabalho e a importância de um mapa de risco;
● Compreender sobre os acidentes com perfurocortantes e o risco
 de transmissão de doenças por esse motivo;
● Entender a importância dos equipamentos de proteção individual e coletivo;
● Compreender a importância do controle de infecção no
 suporte nutricional, enteral e parenteral;
● Evidenciar as recomendações para profissionais de saúde 
que tem exposição a agentes biológicos. 
UNIDADE IV
Saúde do Trabalhador e 
Segurança no Trabalho
Professor Me. Caio Cesar Violin de Alcantara
50UNIDADE IV Saúde do Trabalhador e Segurança no Trabalho
INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), seja muito bem-vindo(a) à Unidade IV da nossa apostila, 
última unidade da nossa jornada na disciplina de Biossegurança. Nesta unidade, em espe-
cífico, trataremos sobre a Saúde do Trabalhador e a Segurança no Trabalho. 
Este tema geral é de muita relevância para o conteúdo, e como já

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