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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA PAMELA YAKABE – N556668 ANNA JÚLIA C. DIAS DA SILVA – F11CGE5 MARIA LUISA R. BARBOSA – N574JE2 LARYSSA GYOVANNA P. G. ALVES – N6432J0 TRABALHO DE APS DE PSICOLOGIA DO COTIDIANO GOIÂNIA – GO FLAMBOYANT – MATUTINO MAIO/2022 1 UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA PAMELA YAKABE – N556668 ANNA JÚLIA C. DIAS DA SILVA – F11CGE5 MARIA LUISA R. BARBOSA – N574JE2 LARYSSA GYOVANNA P. G. ALVES – N6432J0 TRABALHO DE APS DE PSICOLOGIA DO COTIDIANO Trabalho apresentado no Curso Superior de Psicologia da UNIP, como requisito para a aprovação em Atividades Práticas Supervisionadas. Profº. Me. Roberdan Ferreira de Oliveira GOIÂNIA - GO FLAMBOYANT – MATUTINO MAIO/2022 2 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho realizado para a disciplina Psicologia do Cotidiano, tem como objetivo desenvolver e refinar técnicas de observação sobre as interações humanas e toda a sua complexidade em diferentes ambientes, desenvolver a percepção para os fenômenos da vida cotidiana como um todo, refletir sobre a diversidade, coletividade e em como as pessoas reagem a diferentes contextos. O tema escolhido para a realização do trabalho foi “Geração e Idade” em que pode caracterizar a compreensão de membros de uma sociedade que nasceram e viveram aproximadamente na mesma época, apresentando algum grau de parentesco sanguíneo ou não. O propósito das observações para com o tema é atentar-se para as possíveis generalidades de grupos pertencentes a uma mesma geração e/ou idade, mantendo-se sempre em posição passiva ao enxergar o sujeito em toda sua integridade. 3 2. METODOLOGIA Para que este trabalho pudesse ser feito e concluído foram atribuídas 40 horas de elaboração dele sendo essas horas individuais para os integrantes do grupo, sendo 25 horas de observação em campo, 10 horas de registro e 5 horas de elaboração de relatório. As observações foram feitas de maneira individual, no qual cada integrante escolheu livremente seus locais para o desenvolvimento de suas observações. O tempo de cada observação deveria ser de no mínimo 10 minutos até 1 hora de duração. Após a elaboração de cada observação de integrantes, o grupo se juntava para assim a discussão sobre o tema, relato de nossas experiências perante a observação, e para leitura das observações de cada participante. 2.1 Sujeito: Os sujeitos observados foram pessoas comuns no seu cotidiano, executando atividades comuns para elas, no qual, trabalhando, comendo, passeando, conversando, brincando, estudando. 2.2 Ambiente, material e instrumento utilizado: O ambiente variava de acordo com o local escolhido pelos integrantes, sendo estes restaurantes, faculdade, bares, shopping, praças de alimentações, filme ou documentários, parques da cidade, etc. Os materiais utilizados para elaboração e registro foram folhas de caderno, lapiseiras ou canetas, celular (registro digital). Contudo, para a elaboração e registro final das observações para o professor, foi utilizado uma ficha de registro de observação padrão para a disciplina. Os instrumentos utilizados para este trabalho foram folhas de registro de observação, cronometro para marcar o tempo de observação. 2.3 Procedimento: O método usado neste trabalho, foi a observação e descrição do tema geração e idade em ambientes públicos distintos. Buscamos ampliar nossa visão sobre o tema, e nos desenvolvermos como observadores, procurando melhorar nossa atenção aos detalhes e aprendendo a criar hipóteses, para podermos compreender como ocorrem relações do cotidiano em que fazemos parte com diversas gerações e idades interagindo continuamente. Nos empenhamos a compreender os fenômenos observados e descritos em nossos ambientes sociais, para depois nos reunirmos em grupo para uma discussão de nossos pontos de vistas. Posteriormente isso, juntos fazíamos uma síntese de tudo que vivenciamos para uma ampliação da visão do grupo frente ao tema e aos eventos observados, para que pudéssemos 4 discutir o que houve de semelhante para nós nos nas cenas observadas, no qual, formulamos as compressões frente ao que foi vivenciado por cada um de nós. 5 3. DESENVOLVIMENTO 1) Observação do refeitório da faculdade O ambiente de observação é um lugar amplo, bem iluminado, com várias mesas e cadeiras, e já várias pessoas sentadas e transitando pelo lugar, algumas possuem bolsas e mochilas, a diversidade de estilos e também de idade e geração. Há um grupo de três jovens sentados em uma mesa, sendo aparentemente 2 homens, que possuem estilos diferentes, pois um deles está vestindo uma camiseta preta, calça jeans e tênis vans preto, e tem o cabelo um pouco grande e jogado de lado; já o outro garoto está com um estilo social, vestindo uma camisa social azul escuro, calça jeans e sapa tênis preto, e o cabelo com um corte estilo militar. Já a está vestindo uma calça de moletom cinza, camiseta preta e um tênis vans preto. Estão conversando e rindo, a garota está mostrando algo para os meninos porque eles olharam na mesma direção em que ela após ela ter falado e apontado. Eles mexem no celular de vez em quando. O garoto de azul levantou e ajudou uma menina que estava chegando com uma caixa (vestindo calça jeans skinny, sandália rasteira, uma blusa de alcinha preta, tem cabelo longo e liso, e usa ele solto), ela se sentou na mesma mesa que eles, em frente ao menino de preto, e por alguns minutos todos ficaram sérios. E logo em seguida outra garota (vestindo uma calça jeans skinny, blusa de alcinha verde, sandália rasteira, tem cabelo longo e liso, e usa ele solto) chegou e se sentou com eles e ela fala algo e todos começam a rir, mas, logo a menina de verde fica calada e está olhando todos eles conversarem, ela aparenta ser a mais quieta do grupo. Aparentemente, o garoto de preto ficou desconfortável com a chegada da garota de preto, pois parou de sorrir, está olhando para os lados e parou de conversa com os amigos. Suponha-se que o garoto de azul está inquieto, pois está balançando a perna e dedilhando os dedos na mesa. A garota de preto deu uma gargalhada e apontou para a de verde que aparamente ficou com vergonha e tampou o rosto com as mãos e ao levantar o mesmo está vermelho e sorrindo. Enquanto os quatro jovens estão conversando e rindo, a de verde está apenas sentada, observando-os e pelas suas feições demonstra estar seria. Aparentemente algo caiu no chão, pois o garoto de preto levantou e se ajoelhou no chão procurando algo, e agora está em pé em frente a mesa. E após isso, todos se levantaram e saíram, aparentemente ido para a sala. Foi utilizando o tempo como parâmetro de observação, sendo 20 minutos de análise. O grupo aparentemente demonstra ter idades diferentes, com uma faixa etária que varia entre 18 à 28 anos. Teve bastante interação entre o grupo, demonstrando uma aparente intimidade. 2) Observação da escola que faço estágio 6 Em um ambiente escolar, que contém as séries 6º ao 9º (Ensino Fundamental II), após o término das aulas esportivas contidas na grade estudantil, vários alunos, de, provavelmente, idades aproximadas, direcionamse para a área de espera de responsáveis. Durante esse período, dentre aspectos observados, está o contínuo de aparelhos eletrônicos pela maioria dos alunos, diminuindo assim o contato social dentre eles. No entanto, há alguns que conversam entre si, possivelmente animados pela maneira que mexem euforicamente as mãos e conversam aumentando otom de voz. Há outros correndo e também outros sentados, sem manter o uso de eletrônicos bem como interação com os outros alunos. É perceptível também, interações de alunos com funcionários da escola, diz-se funcionário devido aos uniformes de trabalho diferenciados e com cores diferentes. Com o passar do tempo, após alguns terem ido embora e esvaziado o local, percebe-se possivelmente inquietação (andam de um lado para o outro por minutos significativos e, usando o tempo como parâmetro, não ficam por muito tempo no mesmo lugar) por parte de alguns discentes. Com a forte chuva, sentaram-se em áreas cobertas e continuavam a interagir e/ou mexer nos respectivos celulares. Pode-se perceber que a interação de tais indivíduos diminuía ainda mais à medida em que uns deixavam o ambiente escolar. 3) Observação Restaurante Wasabi O local onde foi realizado a observação é amplo, bem iluminado, com mesas espalhadas e até então com poucas pessoas. Foi possível notar a existência de indivíduos em que pode se supor que sejam funcionários do estabelecimento devido suas roupas iguais (calças sociais, blusas brancas e avental preto) com o logotipo do restaurante bordado à mostra. Duas pessoas diferenciam-se (sendo essas o gênero não importante para a observação) que estão do lado de dentro de uma bancada, ambas com um semblante aparentemente de concentração (sobrancelhas unidas, lábios comprimidos e pouco diálogo entre si) enquanto trabalham cortando peixes e outros condimentos. Em sequência, há um indivíduo que pode ser destacado no que diz respeito a sua vestimenta (este se veste de uma maneira possivelmente mais formal em relação aos demais: calça social preta, camisa de mangas compridas preta, gravata vermelha e a logo do restaurante também presente) além deste estar em constante contato com as demais pessoas presentes incluso aquelas que não possuem uma vestimenta com o nome do restaurante, aparentemente este indivíduo está ditando regras e afazeres para algumas pessoas pois foi possível observar gestos mais duros e indicativos com os braços e mãos. 7 Em uma das mesas, ocupa-se uma pessoa trajando uma blusa vermelha e aparentemente comendo sushi com o talher tradicional oriental mais comumente conhecido por sua nomenclatura japonesa “Hashi”. Este indivíduo possui olhos puxados, rosto mais arredondado e pele bronzeada (no entanto não é possível afirmar sua etnia) e em hipótese essa pessoa possuí por volta de 40 anos devido a presença de rugas e uma pele mais madura, barbas e alguns fios grisalhos em seus cabelos. De modo geral, é possível supor a existência de diferentes idades devido as formas, tamanhos e tipo dos corpos/pele das pessoas observadas no presente momento. Em contrapartida torna-se difícil afirmar com exatidão as gerações das pessoas presentes sem uma interferência direta do observador, porém é possível supor que algumas delas pertencem a um mesmo grupo sendo elas unidas pelo aparentemente uniforme do restaurante. Reflexão do grupo Observar as relações de pessoas de diversas idades e gerações em diversos ambientes nos levou a refletir a respeito dos comportamentos observáveis destas relações. Foi notável para nós que convivemos diariamente com idades e gerações diferentes, mas, que nem percebemos tanto a diferenciação geralmente por conta da rotina. Entretanto, ao parar para observar de maneira mais atencional e visando este tema, foi captado que convivemos dentro da geração que nascemos, mas também naquela em que está, tecnicamente, em vigor no atual momento, e, que também há uma mistura dessas gerações. Pode ser percebido isso diariamente com os ensinamentos de nossos pais e avós, ou de alguém mais velho e experiente, além disso, em como jovens possuem costumes diferentes dos mais velhos, em que, ambos aprendem entre si, porque pode-se perceber que pessoas mais velhas tem alguns costumes dos mais novos, e que os jovens possuem costumes passados pelos mais velhos. Durante as observações pudemos notar isso mais nitidamente e concluir que isso ocorre em todos os ambientes observados. Nas nossas primeiras observações relatamos com certo vigor sobre descrição física, comportamentos que estavam exercendo, como por exemplo, em questão de aparência parte do grupo sentia a necessidade de colocar o gênero da pessoa observada, já a outra parte não possuía essa necessidade, apenas citando a pessoa observada como um indivíduo. Já na questão comportamento, pode-se observar em certos aspectos que diferenciavam os indivíduos por suas idades e gerações, entretanto, podia-se notar também em como alguns indivíduos tinham comportamentos (linguagem corporal) parecidos com a pessoa do seu grupo de convívio. 8 Entretanto, neste primeiro momento de observação e elaboração dos registros foi sentida certa dificuldade em descrição dos gêneros, dúvidas quanto vocabulário utilizada, e aparente dificuldade na criação de hipótese. Percebemos em discussão grupal as nossas próprias inferências e o quanto estavam limitadas, entretanto, decidimos continuar dando uma chance para a matéria sem fechar nossa cabeça pelas dificuldades percebidas neste primeiro momento, e assim seguimos construindo e desenvolvendo nossas observações e registros. Ainda sobre as primeiras observações algumas de nós sentiu, dificuldade por perceber o julgamento dentro das observações, mas que conseguiu com a ajuda grupal desconstruir estes julgamentos, e seguir em frente. Outras de nós conseguiu sem grande dificuldade obter a imparcialidade logo no primeiro momento de construção das observações. Grande parte do grupo sentiu como obstáculo a maneira de como iniciar a observação, ou o que deveria ser relatado no texto. Algumas integrantes do grupo estavam sentindo-se ansiosas para essa iniciação dos trabalhos de observação, pois era algo novo a todas nós e queríamos explorar esse lado de trabalharmos de fora da bolha em que estávamos, pois, nos momentos em que estávamos observando nos sentíamos como fora daquele momento, como se fossemos um telespectador assistindo tudo de fora. No decorrer do tempo, das aulas que tivemos, das orientações com o professor, no qual ele nos ajudou a corrigir certos hábitos que estavam arraigados e nos instruiu o caminho que deveríamos seguir e em como seguir, e através das nossas primeiras correções das observações entregues, sentimos que começa assim a modificação e também evolução da maneira como estávamos observando, como percebíamos agora as coisas com mais detalhes e facilidade. Foi notado por todas as integrantes a maior facilidade agora em descrição das observações, no que deveríamos observar mais precisamente, em como nosso tema geração e idade estava presente em todo nosso dia a dia. Começamos a conseguir separar nossa vida pessoal do profissional, ou seja, conseguimos separar as nossas opiniões pessoais das hipóteses que deveríamos criar ao observar determinado evento. Já na elaboração das últimas observações e descrições notamos o quanto crescemos e evoluímos nas nossas observações, descrições, conseguimos notar que certos aspectos em nós pessoais também foi mudado, em questão de julgamento, rotulação, atenção e etc. Desse modo, o grupo em si sentiu maior facilidade para construção destas observações, como também encontramos divertimento ao observar e fazer nossos relatórios, pois, por não estarmos mais com tanto medo de errar ou por não saber o que fazer, e agora dispondo de um caminho e uma 9 noção sobre a disciplina acabamos sentindo toda essa experiência como algo prazeroso e interessante. Sentimos também uma evolução grupal, e inclusive comentamos sobre isso em nossas últimas reunião de discussão das observações. No início do trabalho, apesar de ser um grupo no qual trabalhamos juntas a um tempo, ainda possuíamos certa dificuldade em trabalho grupal, por conta de divergências de opiniões,falta de intimidade, questões em que algumas sentia-se mais à vontade trabalhando de maneira individual. Mas, ao decorrer do trabalho e do tempo, começamos a sair mais juntas para observar ambientes e situações em conjunto (mesmo que realizando individualmente nossas observações), começamos a conversar mais sobre nossas dificuldades e se ajudar mais, e também a pedir para uma dar sua opinião na descrição da outra. E por essa proximidade criada, este vínculo que se desenvolveu, pode-se ser percebido uma melhora na dinâmica do grupo, em que agora adquirimos uma facilidade em conversar, e em ver de certo modo a visão que a outra tinha. Obviamente que nossas divergências não acabaram, até porque somos seres diferentes, mas agora vemos as nossas divergências, contudo, aprendemos a lidar com elas e sempre respeitando a opinião e visão do outro. Entretanto, pode ser sentido e notado que agora estávamos mais abertas a ver a visão do outro, e de certo modo, mais interessadas em entender o porquê possuíamos essa visão, tentando compreender os outros integrantes. E isso fez com que nossa dinâmica em grupo melhorasse em 100%. Tivemos uma percepção que gostamos ao perceber que além do nosso tema do trabalho, os demais temas apresentados na disciplina se interligam, pois, o Ser Humano é caracterizado por inúmeras facetas e diversas influências, sendo difícil focalizar apenas o nosso tema na hora de descrever todas as nossas observações. De maneira geral, gostamos nosso trabalho como um todo e afirmamos que tenha sido de muita importância para nosso desenvolvimento como uma futura profissional da área de Psicologia. 10 4. CONCLUSÃO Muitas vezes, principalmente nas primeiras observações, o olhar perante as pessoas que observávamos era alicerçado em julgamentos e afirmações sem embasamento e obtenção de uma hipótese. A partir dos próximos contatos, o processo de observação deu-nos a possibilidade e oportunidade de ‘abrir nossa mente’ a respeito dos fenômenos observados, e aprimorar ideias que inicialmente tínhamos consideradas errôneas e estereotipadas sobre os sujeitos e relações entre as tantas idades e gerações. Diante disso, pode-se afirmar que o processo de observação e descrição de tais, é um processo construtivo, principalmente devido às concepções pré-concebidas que temos social e individualmente formadas de indivíduo e de relações sociais pré-concebidas e, por isso, torna- se difícil e com extrema importância desvencilhar-se delas. Assim, pode-se inserir que a experiência de acompanhar o cotidiano dos indivíduos com uma postura profissional enquanto psicólogos, leva-nos a enxergar o ambiente e as relações das pessoas entre elas mesmas e o próprio ambiente mais atentamente, tornando possível o levantamento de hipóteses sem interferências daquilo que acreditamos ser verdade universal e desconstruir os pré-julgamentos.
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