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Temporada I - Transmissão de sinais em canais de radiofrequência

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Transmissão de sinais em canais de 
radiofrequência
APRESENTAÇÃO
A transmissão de sinais em canais de radiofrequência permite a comunicação móvel, a Internet s
em fio (Wi-Fi), a TV digital, entre outros serviços.
O canal de radiofrequência (RF) impõe limites no desempenho desses serviços e, na maioria das 
vezes, não pode ser ajustado nem controlado. Logo, é importante conhecer as características e pr
opriedades do canal de radiofrequência para o correto desenvolvimento dos sistemas de comunic
ação.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer um pouco mais sobre o canal de transmissã
o de RF, sua capacidade máxima de transmissão, vai aprender o que são ruídos, interferências e 
erros e compreender como é avaliado o desempenho de um canal de RF.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar a capacidade máxima de transmissão de um canal de RF.•
Discutir ruídos, interferências e erros em um canal de RF. •
Descrever a avaliação de desempenho de um canal de RF. •
DESAFIO
Em comunicações analógicas e digitais, a relação sinal-ruído, frequentemente escrita S/N, é uma 
medida da força do sinal em relação ao ruído de fundo. A relação é geralmente medida em decib
éis (dB) usando-se uma fórmula de relação sinal-ruído.
Os engenheiros de comunicação sempre se esforçam para maximizar a relação S/N. Tradicional
mente, isso é feito usando a largura de banda do sistema de recepção mais estreita possível, cons
istente com a velocidade de dados desejada.
Diante do que foi explicado, se a largura de banda do canal for igual a 1 MHz, e a relação sinal-r
uído (S/N) for igual a 63, qual será a taxa de bits e o nível de sinal apropriado desse canal?
INFOGRÁFICO
As pesquisas de local, comumente conhecidas como site survey, são inspeções de uma área onde 
será instalado o equipamento de RF (radiofrequência), tais como estação rádio-base, sistema Wi-
Fi, entre outros, para reunir informações para o projeto dessa instalação.
O site survey pode determinar uma localização precisa, acesso, melhor orientação para o local e 
a localização de obstáculos. O tipo de levantamento do local e as melhores práticas exigidas dep
endem da natureza do projeto.
Exemplos de projetos que exigem levantamento preliminar do local incluem construção urbana, 
construção especializada (como a localização de um telescópio), projeto de rede sem fio, implan
tação de uma ERB (estação rádio-base), de telefonia celular, etc.
Neste Infográfico, você vai conhecer melhor como é realizado um site survey e suas principais c
aracterísticas.
CONTEÚDO DO LIVRO
Ondas de radiofrequência (RF) são geradas quando uma corrente alternada passa por um materia
l condutor. As ondas são caracterizadas por sua frequência e comprimento. As ondas de rádio sã
o ondas eletromagnéticas e viajam na velocidade da luz no espaço livre.
O alcance de um link de comunicação de rádio é definido como a distância mais longa em que o 
receptor pode estar do transmissor e ainda manter uma relação sinal-ruído (signal-to-noise ratio
 — SNR) suficientemente alta para uma recepção de sinal confiável.
No capítulo Transmissão de sinais em canais de radiofrequência, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você vai entender como calcular a capacidade máxima de um canal de RF, vai c
ompreender o que são ruídos e interferências e aprender como avaliar o desempenho de um cana
l de RF.
Boa leitura.
REDES SEM FIO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Explicar a capacidade máxima de transmissão de um RF.
 > Discutir ruídos, interferências e erros em um canal de RF
 > Descrever a avaliação de desempenho de um canal de RF.
Introdução
Os canais de transmissão de radiofrequência (RF) são utilizados para os mais 
diversos fins, como a transmissão de sinais de TV, rádio, telefonia celular, sinais 
de satélite e internet sem fio (Wi-Fi). Esses canais de RF são modelados por meio 
de técnicas estatísticas baseadas em medidas reais de propagação de sinais. 
Neste capítulo, você vai conhecer o que é e como funciona um canal de 
transmissão de RF, vendo a capacidade de transmissão, os ruídos e interfe-
rências e a análise do desempenho desses canais, características essenciais 
para qualquer projeto de um sistema de transmissão de RF. 
Transmissão de 
sinais em canais de 
radiofrequência
Gustavo de Lins e Horta
Capacidade máxima de transmissão 
de uma radiofrequência
De acordo com Rappaport (2009), a codificação de canal protege os dados 
digitais contra erros. Esses códigos de canal usados para detectar erros são 
chamados de códigos de detecção de erros, e os códigos que podem detectar 
e corrigir erros são chamados de códigos de correção de erros.
Conforme Jeszensky (2004), em 1928, o engenheiro Harry Nyquist formulou 
a equação que relaciona a transmissão máxima de um canal de banda limitada 
e imune a ruídos e que é dada por:
C = 2 × B × log2(L)
onde:
 � C = taxa de bits;
 � B = largura de banda;
 � L = número de níveis de sinal.
Então, em 1948, o matemático americano Claude Elwood Shannon demons-
trou que, realizando a codificação apropriada da informação, os erros induzidos 
por um canal com ruído podem ser reduzidos a qualquer nível desejado, sem 
prejuízo na taxa de transferência dessa informação.
De acordo com Haykin e Moher (2008), a equação da capacidade do canal 
conhecida como equação de Shannon/Hartley é dada por: 
onde:
 � C = capacidade do canal (bits por segundo);
 � B = largura de banda de transmissão (Hz);
 � P = potência do sinal recebido (W);
 � N0 = densidade da potência de ruído para um único lado (W/Hz).
Essa equação é aplicada ao canal AWGN (Additive White Gaussian Noise, 
ou ruído gaussiano aditivo branco), que é o modelo de canal mais utilizado 
para avaliação de um canal sem fio.
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência2
Já a potência recebida em um receptor é dada pela equação:
P = Eb × Rb
onde:
 � Eb = energia de bit média;
 � Rb = taxa de transmissão de bit.
A equação de Shannon/Hartley pode ser normalizada pela largura de 
banda de transmissão; logo:
onde:
 � C/B = eficiência da largura de banda.
Conforme Rappaport (2009), o principal objetivo das técnicas de detecção 
e correção de erro é introduzir redundâncias nos dados para melhorar o 
desempenho do enlace sem fio. A introdução de redundâncias acarreta um 
aumento da taxa bruta de utilizada no enlace e, consequentemente, aumenta 
o requisito de largura de banda para uma mesma taxa de dados. Isso leva a 
uma redução da eficiência de largura de banda do enlace em condições de alta 
S/N (signal-to-noise ratio ou relação sinal-ruído), mas permite um excelente 
desempenho de BER (bit error rate) em baixos valores de S/N. 
Segundo Rappaport (2009), a S/N é uma medida da força do sinal em 
relação ao ruído de fundo. A relação é geralmente medida em decibéis 
(dB) usando uma fórmula de relação sinal-ruído. Se a intensidade do sinal de 
entrada em microvolts for Vs, e o nível de ruído, também em microvolts, for Vn, 
então a relação sinal-ruído, S/N, em decibéis, é dada pela equação:
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência 3
Quando Vs=Vn, S/N = 0. Nessa situação, o sinal beira o ilegível, porque o 
nível de ruído compete severamente com ele. Nas comunicações digitais, isso 
provavelmente causará uma redução na velocidade dos dados devido a erros 
frequentes que exigem que o computador ou terminal de origem (transmissor) 
reenvie alguns pacotes de dados.
Conforme Haykin e Moher (2008), a relação sinal-ruído (S/N) é definida 
como a relação de a potência do sinal desejada para a potência do ruído. 
S/N indica a confiabilidade do link entre o transmissor e o receptor.
Ainda segundo Haykin e Moher (2008), o critério mais significativo para 
avaliação do desempenho dos sistemas de comunicação é o BER, isto é, 
o número de erros aceitáveis que o sistema está preparado para tolerar. Nor-
malmente, é um número entre 0,1 e 0,000001. Essa relação está intimamenteligada à relação sinal-ruído (S/N). Um S/N alto é necessário para um BER baixo; 
um S/N baixo terá um BER aumentado. Simplificando, um sinal forte é melhor 
do que um fraco e tem menos chance de erros. O motivo de o erro aumentar 
com S/N se deve ao ruído.
A Figura 1 apresenta dois casos de S/N. Na Figura 1a, é apresentado um 
gráfico com uma S/N alta e na 1b é apresentado um gráfico com uma S/N baixa.
Figura 1. Dois exemplos de S/N.
Fonte: Forouzan e Mosharraf (2013, p. 550).
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência4
De acordo com Jeszensky (2004), a BER é um parâmetro-chave para 
medir o desempenho de um canal de dados com ou sem fio e usado na 
caracterização do desempenho dos canais de dados. Ao transmitir dados de um 
ponto a outro, por meio de um link de rádio/sem fio ou de telecomunicações com 
fio, o parâmetro principal é quantos erros aparecerão nos dados que aparecem 
na extremidade remota. 
Como o nome indica, uma taxa de erro de bit é definida como a taxa na 
qual os erros ocorrem em um sistema de transmissão. Isso pode ser traduzido 
diretamente no número de erros que ocorrem em uma sequência de um deter-
minado número de bits. A definição da taxa de erro de bit pode ser traduzida 
em uma equação simples:
Um sistema de rádio enlace possui uma S/N de 20 dB, e a largura de 
banda de RF é de 30 kHz. Nessas condições, qual será a taxa de dados 
teórica máxima que pode ser transmitida nesse enlace de rádio?
 � Solução:
 � S/N = 20 Db = 100
 � Largura de banda = 30 kHz
Aplicando a equação de equação de Shannon, temos:
 �
 � C = 30.000 × log2(1 + 100)
 � C = 199,75 Kbps
Ruídos, interferências e erros em 
um canal de RF
A interferência é o maior fator limitador no desempenho de sistemas de 
radiofrequência (RAPPAPORT, 2009). No entanto, de acordo com Haykin (2014), 
antes da publicação do artigo clássico de Shannon de 1948, acreditava-se que 
aumentar a taxa de transmissão em um canal aumentaria a probabilidade 
de erro; entretanto, a comunidade da teoria da comunicação foi pega de 
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência 5
surpresa quando Shannon declarou que isso não era verdade, desde que a 
taxa de transmissão estivesse abaixo da capacidade do canal — a capacidade 
do canal varia com a probabilidade de erro.
No sinal NRZ (non-return-to-zero ou sem retorno a zero) polar, os símbolos 
1 e 0 são representados por pulsos de transmissão de amplitudes + A e –A, 
respectivamente. O código de linha polar NRZ é relativamente fácil de gerar, 
mas sua desvantagem é que o espectro de potência do sinal é grande, próximo 
à frequência 0.
Conforme Jeszensky (2004), o sinal NRZ se refere a uma forma de transmis-
são digital de dados na qual os estados binários baixo e alto, representados 
pelos números 0 e 1, são transmitidos por tensões CC (corrente contínua) espe-
cíficas e constantes. Na NRZ de lógica positiva, o estado baixo é representado 
pela tensão mais negativa ou menos positiva, e o estado alto é representado 
pela tensão menos negativa ou mais positiva. Veja o seguinte exemplo:
 � lógica 0 = +0,5 volts;
 � lógica 1 = +5,0 volts.
Na NRZ de lógica negativa, o estado baixo é representado pela tensão 
mais positiva ou menos negativa, e o estado alto é representado pela tensão 
menos positiva ou mais negativa. Por exemplo:
 � lógica 0 = +5,0 volts;
 � lógica 1 = +0,5 volts.
Para canais AWGN, a formulação da probabilidade média de erro de símbolo 
pe é conceitualmente simples. De acordo com Haykin (2014), na literatura 
sobre sinalização sobre canais de ruído gaussiano branco aditivo (AWGN), as 
fórmulas são derivadas para cálculos de erro probabilísticos usando a função 
de erro complementar:
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência6
Já a probabilidade de ocorrência de erro em um canal AWGN em função 
da amplitude média do sinal e do desvio padrão da amplitude é dada pela 
equação:
onde:
 � pe= probabilidade erro;
 � A = amplitude média do sinal;
 � 𝜎 = desvio padrão da amplitude.
O ruído em sistemas de RF geralmente pode ser considerado como qual-
quer energia de RF que não seja o sinal desejado. Dois termos comumente 
usados para descrever o ruído de RF são interferência eletromagnética (EMI) 
e interferência de radiofrequência (RFI). EMI é um ruído de banda larga alea-
tório, enquanto RFI é um ruído de banda estreita transmitido em frequências 
específicas (JESZENSKY, 2004).
A EMI é gerada por dispositivos eletrônicos e motores elétricos. O ruído 
emitido por esses dispositivos é um subproduto de seu funcionamento. A EMI 
pode entrar em um microfone sem fio ou sistema IEM por meio da antena, 
linha de transmissão ou conexão de energia, e o efeito é tipicamente ruído 
de alta frequência ou distorção. Curiosamente, a presença de EMI pode ser 
vista em um monitor CRT (Cathodic Ray Tube), ou seja, tubos de raios catódigos 
(os antigos monitores de computador), em que frequentemente se apresenta 
como faixas verticais de pontos movendo-se pela tela.
Já a RFI difere da EMI porque não é energia irradiada involuntariamente 
em níveis de potência aleatórios, mas, sim, simplesmente a presença de 
sinais de RF indesejados transmitidos por transmissores de RF. As fontes de 
RFI podem incluir outros microfones sem fio e IEMs, transmissão de rádio 
e televisão, sistemas de comunicação sem fio ou dispositivos eletrônicos 
com funcionalidade sem fio. A presença de RFI também pode ser vista em 
um monitor CRT, em que frequentemente se apresenta como várias barras 
horizontais ou linhas onduladas na tela.
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência 7
Tipos e fontes de ruídos
Segundo Haykin (2014), o termo “ruído” é normalmente utilizado para designar 
sinais indesejados que tendem a perturbar a transmissão e o processamento 
de sinais em sistemas de comunicação e sobre os quais temos controle in-
completo. Na prática, descobrimos que existem muitas fontes potenciais de 
ruído em um sistema de comunicação. 
As fontes de ruído podem ser externas ao sistema (como, por exemplo, 
ruído atmosférico, ruído galáctico, ruído artificial) ou internas ao sistema. 
A segunda categoria inclui um tipo importante de ruído que surge do fenômeno 
de flutuações espontâneas do fluxo de corrente que é experimentado em todos 
os circuitos elétricos. Em um contexto físico, os exemplos mais comuns do 
fenômeno de flutuação espontânea são o ruído impulsivo, que surge devido à 
natureza discreta do fluxo de corrente em dispositivos eletrônicos; e o ruído 
térmico, que é atribuído ao movimento aleatório de elétrons em um condutor. 
Porém, no que se refere à análise de ruído de sistemas de comunicação, sejam 
eles analógicos ou digitais, a análise costuma ser baseada em uma fonte de 
ruído chamada de ruído branco.
Essa fonte de ruído é idealizada, na medida em que sua densidade es-
pectral de potência é considerada constante e, portanto, independente da 
frequência de operação. O adjetivo “branco” é usado no sentido de que a luz 
branca contém quantidades iguais de todas as frequências dentro da faixa 
visível da radiação eletromagnética.
Ainda segundo Haykin (2014), o ruído branco, denotado por W(t), é um 
processo estacionário cuja densidade espectral de potência SW(f) tem um 
valor constante em todo o intervalo de frequência –∞ < f < ∞.
Já o ruído de impulso é caracterizado por intervalos longos e silenciosos 
seguidos por pulsos estreitos de amplitude variável. Em sistemas de comu-
nicação, um ruído impulsivo tem uma duração normalmente superior a uma 
amostra. Por exemplo, no contexto de sinais de áudio, pulsos agudos e de 
curta duração de até 3 milissegundos (60 amostras a uma taxa de amostragem 
de 20 kHz) podem ser considerados como ruído impulsivo. Esse tipo de ruído 
se origina em algum ponto no tempo e no espaço e então se propaga através 
do canal até o receptor (FOROUZAN; MOSHARRAF, 2013).
Segundo Jeszensky (2004), a diafonia (crosstalk) é uma perturbação causada 
pelos campos elétricos e/ou magnéticos de um sinal de telecomunicação 
que afetamum sinal em um circuito adjacente. Em um circuito telefônico, 
o crosstalk pode resultar em audição de parte de uma conversa de voz de 
outro circuito. O fenômeno que causa a diafonia é chamado de interferência 
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência8
eletromagnética (EMI) e pode ocorrer em microcircuitos de computadores e 
equipamentos de áudio, bem como em circuitos de rede.
A interferência cocanal existe quando dois ou mais dispositivos estão 
operando no mesmo canal de frequência, como, por exemplo, sistemas celu-
lares CDMA (Code Division Multiple Access, ou acesso múltiplo por divisão de 
código) e OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing, ou multiplexação 
de divisão de frequência ortogonal). A interferência cocanal não é realmente 
uma interferência, mas, sim, uma espécie de congestionamento. Isso dificulta 
o desempenho ao aumentar o tempo de espera, pois o mesmo canal é usado 
por um dispositivo diferente (ROCHOL, 2018).
De acordo com Rappaport (2009), a capacidade do canal de um sistema de 
rádio pode ser definida como o número máximo de canais ou usuários que 
podem ser alocados em uma banda de frequência fixa. Esse parâmetro pode 
ser determinado pela razão da portadora-interferência (C/I), que é dada por:
onde:
 � n0 = expoente da perda do caminho na célula desejada;
 � D0 = distância da estação base desejada até a estação móvel;
 � Dk = distância da k-ésima célula a partir da estação móvel;
 � nk = expoente de perda do caminho da k-ésima estação base que está 
interferindo;
 � M = células mais próximas do cocanal.
Supondo que as células possuem formato hexagonal e a distância das 
estações que estão interferindo é igual à distância da estação móvel consi-
derada, a equação resulta em:
onde:
 � N = fator de reuso de frequência mínima do sistema celular considerado.
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência 9
No Brasil, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é respon-
sável por analisar e homologar os equipamentos de telecomunicações 
em relação ao EMI e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é respon-
sável por analisar e homologar os equipamentos médicos em relação ao EMI.
Avaliação de desempenho de um canal 
de radiofrequência
O desempenho em termos de probabilidade de erro de bit em função de uma 
relação entre a energia por bit e a densidade espectral de potência do ruído 
e é dada por Rochol (2018):
Eb/No 
onde:
 � Eb = energia por bit;
 � No = densidade espectral da potência do ruído.
A relação Eb/No é uma proporção adimensional; basicamente, é uma relação 
sinal-ruído presente na entrada de um receptor e é usada como a medida 
básica de quão forte é o sinal.
Costuma-se dizer que a relação Eb/No na comunicação digital é equiva-
lente ao S/N nos sistemas de comunicação analógica. Portanto, é muito 
importante ter um alto Eb ou um baixo No (densidade de ruído espectral) para 
uma recepção de boa qualidade. Eb é a energia por bit para o sinal limpo e 
No é a amplitude do ruído PSD (Power Spectral Density). Consequentemente, 
Eb/No é de grande importância e todas as curvas BER e SER (Symbol Error Rate) 
são plotadas versus Eb/No.
A equação que relaciona eficiência espectral C/B para Eb/No é dada por:
Eb/No = B/C(2C/B – 1)
onde:
 � C = capacidade do canal em bits por segundo;
 � B = largura de banda do canal em Hz.
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência10
Como encontrar o Eb/No mínimo necessário para atingir uma eficiência 
espectral de 6 bps/Hz?
Solução:
sendo:
 � B = 1 Hz;
 � C = 6 bps.
 � Aplicando a equação que relaciona eficiência espectral C/B para Eb/No, 
podemos calcular o Eb/No mínimo.
Logo:
Eb/No = (1/6)(26 – 1) = 10,5
Diferentes formas de modulação, como BPSK (Binary phase-shift keying, 
ou chaveamento de mudança de fase binária), QPSK (Quadrature Phase Shift 
Keying, ou modulação por deslocamento de fase), QAM (Quadrature Amplitude 
Modulation, ou modulação de amplitude de quadratura), entre outras, têm 
diferentes curvas de taxas de erro de bit teóricas (BER) versus Eb/No. Essas 
curvas mostram ao engenheiro de comunicações o melhor desempenho que 
pode ser alcançado por meio de um link digital com uma determinada quan-
tidade de potência de RF e nível de ruído no sistema (HAYKIN; MOHER, 2008).
Entretanto, podemos ter a relação Eb/No em decibéis, que pode ser calculada 
pela seguinte equação:
onde:
 � SdBw = nível de sinal recebido;
 � R = taxa de dados em bps;
 � K= temperatura.
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência 11
Suponha que uma técnica de codificação de sinal exija que Eb/No 
seja igual a 8,4 dB para uma taxa de erro de bit de 10-4 (um erro de 
bit em cada 10.000). Se a temperatura de ruído efetiva for 290 °K (temperatura 
ambiente) e a taxa de dados é 2400 bps, qual é o nível de sinal recebido necessário 
superar o ruído térmico?
Solução:
A Figura 2 apresenta um gráfico com a comparação da probabilidade de 
erro de símbolo de diferentes sistemas de transmissão digital. No gráfico, são 
apresentadas as probabilidades de erro dos sinais BPSK (binary phase-shift 
keying), BFSK (binary frequency-shift keying), DPSK (differential phase-shift 
keying) e FSK não coerente. Esse gráfico exibe uma melhoria exponencial na 
probabilidade média de erro de símbolo Pe com o aumento de Eb/No.
A relação Eb/No é particularmente útil quando se compara o desempenho 
da taxa de erro de bit (BER) de diferentes esquemas de modulação. 
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência12
Figura 2. Comparação de desempenho de ruído.
Fonte: Adaptada de Haykin e Moher (2008).
A relação Eb/No é igual ao S/N dividido pela eficiência espectral “bruta” 
do link em (bit/s)/Hz, em que os bits, nesse contexto, são bits de dados 
transmitidos, incluindo informações de correção de erro e outro overhead 
de protocolo.
onde:
 � B = largura de banda do canal;
 � fb = taxa de dados do canal.
A relaçãoEb/No é comumente usada com modulação e design de codificação 
para sistemas de comunicação com limitação de ruído, em vez de sistemas de 
comunicação com limitação de interferência, e para sistemas de comunicação 
com limitação de energia em vez de limitação de largura de banda. 
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência 13
O valor Eb/No está relacionado à potência da portadora e às configurações 
de taxa de bits do instrumento. Se não alterarmos a potência da portadora, 
mas apenas aumentarmos a taxa de bits, o valor Eb/No também aumentará. 
Para o valor mais baixo da potência da portadora, o cálculo Eb/No também 
diminui para a mesma largura de banda do receptor.
Exemplos de sistemas com limitação de energia incluem espalhamento 
de espectro e espaço profundo, que são otimizados usando grandes larguras 
de banda em relação à taxa de bits.
Então, o que é, de fato, Eb/No? Simplificando, é um dos “segredos” usados 
pelos principais engenheiros de projeto de RF para avaliar opções para links 
de RF digitais e uma etapa crucial no projeto de sistemas que atenderão as 
expectativas de desempenho.
Muitos tipos diferentes de comunicação dependem total ou parcialmente 
de tecnologias RF. O campo não se limita a aplicações mais antigas, como 
transmissão de rádio, ondas curtas e assim por diante, mas também in-
clui comunicações celulares modernas, como 4G/LTE e as novas redes 5G. 
Na verdade, por mais que a RF seja uma ciência estabelecida, ainda existe 
um potencial incrível para soluções inovadoras que expandem seu alcance e 
utilidade em todos os aspectos da vida moderna. O estudo e a compressão 
dos sinais de RF, interferências, ruídos e a própria transmissão do sinal são 
fundamentais para o desenvolvimento e projetos de comunicação sem fio.
Referências
FOROUZAN, B. A.; MOSHARRAF, F. Redes de computadores: uma abordagem top-down. 
Porto Alegre: AMGH, 2013. 
HAYKIN, S. Digital communication systems. Hoboken, NJ: Wiley, 2014.
HAYKIN, S.; MOHER, M. Sistemas modernos de comunicações wireless. Porto Alegre: 
Bookman, 2008.
JESZENSKY, P. J. E. Sistemas telefônicos.Barueri: Manole, 2004.
RAPPAPORT, T. S. Comunicações sem fio: princípios e práticas. 2. ed. São Paulo: Pearson, 
2009.
ROCHOL, J. Sistemas de comunicação sem fio: conceitos e aplicações. Porto Alegre: 
Bookman, 2018.
Transmissão de sinais em canais de radiofrequência14
DICA DO PROFESSOR
Comunicações, sistemas de navegação e até sistemas de terra automática podem ser afetados pel
a RFI (Radio Frequency Interference — interferência de radiofrequência) em aeroportos. Preven
ir e resolver rapidamente as interferências nos aeroportos é essencial para evitar perturbações, pe
rdas financeiras e acidentes graves.
Por esse motivo, tanto a ITU (International Telecommunications Union — União Internacional d
e Telecomunicações) quanto a ICAO (International Civil Aviation Organization — Organização 
da Aviação Civil Internacional) detalham recomendações específicas para lidar com a interferên
cia de RF na aviação.
Na Dica do Professor, você verá como a RFI afeta a aviação e como tratar tais interferências.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
 
EXERCÍCIOS
A RFID (identificação por radiofrequência) é uma tecnologia de identificação por rad
iofrequência que vem ganhando mercado e que apresenta inúmeras vantagens em rel
ação ao código de barras, por exemplo. As principais características da RFID são apr
esentadas a seguir:
I. Os sistemas de RFID transmitem sinais de rádio em longas distâncias.
II. Os sistemas de RFID fornecem uma tecnologia poderosa para rastrear o movimen
to de mercadorias em toda a cadeia de abastecimento.
III. Os sistemas de RFID usam pequenas etiquetas com microchips embutidos conten
do dados sobre um item e sua localização.
1) 
IV. As empresas podem ser obrigadas a atualizar o hardware e o software para acomo
dar as enormes quantidades de dados que estão sendo produzidas pelos sistemas de R
FID.
V. Os sistemas de RFID tem sua utilização restrita à área de cadeia de suprimentos.
Estão corretas as afirmações apresentadas em:
A) 
II e III. 
B) 
I, II, III, IV e V. 
C) 
II e IV. 
D) 
I, II e V. 
E) 
I, III, IV e V. 
2) Um sinal de RF é uma onda eletromagnética que os sistemas de comunicação usam p
ara transportar informações pelo ar de um ponto a outro. Os sinais de RF estão em u
so há muitos anos e estão sujeitos a vários tipos de interferências, oscilações, perdas, e
tc.
Relacione as colunas:
(I) Perda de intensidade do sinal de acordo com a distância
(II) Alteração do sinal devido a problemas na transmissão
(III) Fenômeno mais difícil de combater
a) Ruído
b) Distorção
c) Atenuação
A sequência correta é apresentada em:
A) 
I a , II b, III c. 
B) 
I c , II b, III a. 
C) 
I c , II a, III b. 
D) 
I b , II c, III a. 
E) 
I a , II c, III b. 
3) O modelo de propagação no espaço livre é o cenário mais simples para a propagação 
de sinais de rádio. Nesse caso, eles são considerados como viajando para fora do pont
o onde são irradiados pela antena. A forma como os sinais de radiofrequência se prop
agam pode ser comparada às ondulações das ondas em um lago que se propagam a p
artir do ponto onde uma pedra é jogada em um lago.
A atenuação do espaço livre, também chamada de path loss, deve-se a:
A) 
perdas na impedância características do espaço livre.
B) 
perdas devido à absorção na alta atmosfera.
C) 
diminuição da energia por metro quadrado devido à expansão da frente de onda.
D) 
diminuição da energia por metro quadrado devido à absorção da frente de onda.
E) 
aumento da energia por metro quadrado devido à absorção da frente de onda.
4) A interferência e a sobreposição de canais em radiofrequência são alguns problemas 
que devem ser evitados. Uma maneira de evitar tais problemas é utilizar uma banda 
de guarda. 
A banda de guarda é:
A) 
a largura de banda atribuída ao sinal.
B) 
o espectro do canal.
C) 
o espectro adquirido pelo ruído entre o sinal.
D) 
uma pequena largura de banda não utilizada entre os canais de frequência.
E) 
largura de banda separada para transmitir o sincronisno do canal.
5) Uma rede de telefonia celular é constituída de várias ERBs (estações rádio-base). Cad
a ERB é responsável por transmitir os sinais de RF e fazer a cobertura de determina
da região ou localidade. A quantidade de ERBs em uma cidade, por exemplo, vai dep
ender da quantidade de usuários, existência de obstáculos (montanhas, prédios), entr
e outros fatores.
A interferência entre as estações-base vizinhas pode ser evitada:
A) 
usando-se diferentes antenas.
B) 
usando-se transmissores com diferentes níveis de potência.
C) 
usando-se transmissores com os mesmos níveis de potência.
D) 
usando-se as mesmas antenas em todas as ERBs.
E) 
usando-se diferentes grupos de canais.
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