Introdução a Parasitologia

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Parasitologia é a ciência que estuda os parasitos, os 
quais são organismos que se alimentam de outros para 
sobreviver. Esses parasitos podem viver no interior ou 
exterior de outro organismo - hospedeiro. A relação 
entre parasito e hospedeiro nem sempre prejudica o 
hospedeiro. 
 Adaptações morfológicas 
Degenerações: quando algum órgão é perdido ou 
atrofiado. Ex: pulgas e percevejos que perderam as asas. 
Hipertrofia: quando algum órgão se torna muito grande 
ou forte. Ex: fortes ventosas dos helmintos. 
 Adaptações biológicas 
Capacidade reprodutiva: para garantir a perpetuação da 
espécie, os parasitos produzem grandes quantidades de 
ovos, cistos ou outras formas infectantes, assegurando 
que algumas formas ultrapassem as barreiras do 
hospedeiro. 
Tipo de reprodução: para facilitar o encontro entre 
machos e fêmeas ou tornar a reprodução mais segura, 
são utilizados diferentes mecanismos de reprodução. 
Ex: hermafroditismo, partenogênese e esquizogonia. 
Capacidade de resistência à agressão do hospedeiro: 
importante para resistir á ação de anticorpos ou células 
de defesa, podendo induzir imunossupressão. Ex: 
presença da enzima antiquinase que neutraliza a ação de 
sucos digestivos do hospedeiro sobre helmintos. 
Tropismo: a depender do local onde os parasitos buscam 
proteção, a reprodução e a propagação da espécie são 
facilitadas. Ex: se o parasito busca abrigo na terra, 
chamamos esse fenômeno de geotropismo. 
 Ação espoliativa 
O parasito absorve nutrientes ou tecidos do hospedeiro. 
Ex: os cestoides, parasitos que não têm tubo digestivo. 
 
 Ação traumática/ ação mecânica 
Migração das larvas de Ancylostomatidae nos pulmões 
e pele. A ação mecânica do parasito no hospedeiro pode 
ser exemplificada pelo enovelamento de lombrigas, 
Ascaris lumbricoides dentro do intestino, impedindo o 
fluxo de alimento. 
 Ação irritativa 
A presença constante do parasito, mesmo que este não 
produza traumatismo, já é o bastante para induzir 
irritação no local parasitado. Ex: o corpo do helminto 
que toca a mucosa intestinal. 
 Ação enzimática 
Ocorre lesão do epitélio para que parasitos como 
Entamoeba histolytica consigam se alimentar. 
 Ação tóxica 
Ocorre quando o parasito é capaz de liberar secreções 
tóxicas, responsáveis por destruir as células do 
hospedeiro. Ex: as reações teciduais produzidas pelas 
secreções no miracídio do ovo Schistosoma mansoni. 
Parasito: é um organismo que vive dentro ou fora de 
outro- hospedeiro-, para assim, poder se alimentar e/ou 
se proteger. Esses seres podem exercer variados tipos de 
parasitismo. 
 Principais tipos de parasitismo 
Acidental: o parasito se beneficia de um hospedeiro que 
não é o seu normal. Ex: seria o caso de um parasito de 
cão, como o Dipylidium caninum infectar uma criança. 
Errático: o parasito é encontrado em outro local, que não 
o seu normal. 
Facultativo: é o que ocorre independentemente de o 
parasito estar ou não parasitando um hospedeiro. 
Quando não está, é chamado parasito de vida livre. Ex: 
larvas de moscas Sarcophagidae, que podem 
desenvolver-se em feridas necrosadas ou em matéria 
orgânica em decomposição. 
Obrigatório: considerado o tipo básico de parasitismo, 
nele, o parasito é incapaz de sobreviver sem seu 
hospedeiro. 
Proteliano: expressa uma forma de parasitismo 
exclusiva de estágios lavares, sendo o estágio adulto de 
vida livre. 
 Especificidade parasitária 
Estenoxênico: quando parasita uma única espécie de 
hospedeiro ou espécies muito próximas. Ex: Enterobus 
vermicularis, que só parasita homem. 
Parasitologia 
Eurixênico: quando parasitam espécies de vertebrados 
muito diferentes, como o Toxoplasma gondii, que pode 
parasitar todos os mamíferos, além de muitas espécies 
de aves. 
 Habitat 
É o ecossistema, local ou órgão onde determinada 
espécie ou população vive. O Ascaris lumbricoides tem 
por habitat o intestino delgado humano. 
 Infecção 
A infecção ocorre quando o parasito está localizado 
dentro do hospedeiro, onde ocorre sua penetração, 
desenvolvimento e reprodução. 
 Infestação 
Ocorre quando o parasito está alojado na superfície 
externa do hospedeiro e lá se desenvolve e se reproduz, 
como é o caso dos carrapatos. 
 Período de incubação 
Intervalo entre a exposição ao agente infeccioso e o 
aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. 
 Período pré-patente 
É o período que decorre entre a infecção e o 
aparecimento das primeiras formas detectáveis do 
agente infeccioso. Ex: esquistossomose mansônica, o 
período entre a penetração da cercaria e o aparecimento 
de ovos nas fezes. 
 Patogenia 
Modo como o agente infeccioso causa dano no 
hospedeiro. Ex: Giardia duodenalis, que forma um 
tapete na parede intestinal do hospedeiro, impedindo a 
absorção de alimentos. 
 Profilaxia 
Conjunto de medidas que visam á prevenção, 
erradicação ou controle de doenças ou fatos prejudiciais 
aos seres vivos. 
 Fômite 
Qualquer objeto, vestimenta ou afim que possa veicular 
o agente infeccioso entre hospedeiros, como roupas, 
seringas e espéculos. 
 Reservatório 
Hospedeiro capaz de manter uma infecção com pouca 
patogenia. O reservatório é fundamental para parasitos 
que ainda podem ser transmitidos para outros 
hospedeiros. 
 Zoonose 
É qualquer doença transmitida em condições naturais 
entre o homem e outros animais vertebrados. Ex: 
doença de Chagas, leishmaniose e raiva. 
 Hospedeiro 
Organismo que alberga o parasito. 
Definitivo: abriga o parasito em fase de maturidade ou 
atividade sexual. 
Intermediário: aloja o parasito em fase larvária ou 
assexuada. 
Paratênico: o parasito não se desenvolve, geralmente 
fica encistado até que o hospedeiro definitivo o ingira. 
 Ciclo de vida ou ciclo biológico 
Trata do desenvolvimento e reprodução de indivíduos 
de uma espécie, cujo intuito é assegurar sua 
continuidade. O ciclo é dividido de acordo com as fases 
do desenvolvimento do parasito. 
Monoxênico: é o ciclo que apresenta apenas um 
hospedeiro. 
Heteroxênico: ciclo que apresenta mais de uma espe´cie 
de hospedeiro para completar todas as fases de 
desenvolvimento do parasito. Infecções parasitárias, por 
exemplo, podem ser transmitidas de um hospedeiro a 
outro por vetores (artrópodes). 
 Interação parasito-hospedeiro 
Essa interação é fundamentada na busca do primeiro por 
alimento e/ou proteção. Essa relação, no entanto, sofre 
inúmeras adaptações, cujo intuito é alcaçar o equilíbrio 
entre seus participantes. 
Harmônicas ou positivas: quando todos os organismos 
associados são beneficiados ou pelo menos não têm 
qualquer prejuízo. Ex: comensalismo, mutualismo e 
simbiose. 
Desarmônicas ou negativas: quando um dos associados 
é prejudicado. Ex: competição, canibalismo, predatismo 
e parasitismo. 
 Parasitismo 
É a associação desarmônica entre seres vivos, na qual o 
hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois lhe fornece 
alimento e abrigo. Tal espoliação tende a ser equilibrada 
e duradoura, pois a morte do hospedeiro prejudica o 
parasito. Ex: o tatu, hospedeiro natural do 
Trypanossoma cruzi, agente causador da Doença de 
Chagas, mas raramente morre devido a esse 
parasitismo. 
 Protozoários 
Os protozoários englobam todos os organismos 
protistas, eucariotas e unicelulares, sendo encontrados 
com variadas formas de reprodução, locomoção e 
processo de alimentação. Trata-se de um organismo que 
possui uma única célula, a qual executa todas as funções 
necessárias para a sua sobrevivência. 
Habitat: podem habitar diferentes tipos de ambientes e, 
embora possam viver livremente na natureza, alguns 
adotam a vida parasitária ou mantêm relações 
harmoniosas, vivendo em mutualismo ou comensalismo 
com outras espécies. 
Nutrição: são heterótrofos por ingestão quando ingerem 
outros seres vivos, ou por absorção, quando absorvem 
moléculas orgânicas do meio em que vivem. 
Respiração: na maioria dos casos,possuem respiração 
aeróbica, ocorrendo difusão direta dos gases em toda a 
superfície celular. Já quando parasitam ambientes com 
baixas concentrações de oxigênio, realizam respiração 
anaeróbica. 
Reprodução: 
-Sexuada 
 Conjugação: união temporária de dois 
indivíduos, com troca mútua de materiais 
nucleares. 
 Singamia ou fecundação: união de 
microgametas que formam o ovo ou zigoto. 
-Assexuada 
 Divisão binária ou cissiparidade 
 Brotamento ou gemulação 
 Endogenia que é a formação de duas ou mais 
células-filhas por brotamento. 
Movimentação: auxílio da associação de duas ou mais 
das seguintes organelas: pseudópodos, flagelos, cílios, 
microtúbulos subpeliculares.