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SLIDES - DIREITO PENAL II - PROF MARIA CAROLINA AGUIAR - UNIBRA - 2021 (3)

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DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
AULA nº 01
Prof. Carolina Aguiar
PROFESSOR AQUI
DIREITO PENAL II
BREVES CONSIDERAÇÕES 
Sua carreira profissional já começou!
A sua carreira profissional começa no primeiro período da faculdade.
Disciplinas tidas como menos importantes por muitos estudantes, lhe darão um diferencial tremendo de bagagem jurídica.
Se quer chegar aonde a maioria não chega, faça o que a maioria não faz!
FUJA DO COMODISMO!!!
Conteúdo Programático
1 DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Dos crimes contra a vida (arts. 121 a 128,CP)
Das lesões corporais (art. 129,CP)
Da periclitação da vida e da saúde (arts. 130 a 136)
Da rixa (art. 137)
Dos crimes contra a honra (arts. 138 a 145)
Dos crimes contra a liberdade individual 
(arts. 146 a 148)
2 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Furto (art.155 e 156)
Roubo (art. 157)
Extorsão (art. 158)
Extorsão mediante sequestro (art. 159)
Dano (arts. 163 e 167)
Apropriação indébita (art. 168)
Estelionato (art. 171)
Receptação (art. 180)
Disposições gerais (arts. 181 a 183)
Conteúdo Programático
3 DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
Violação de direito autoral (art. 184)
4 DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
Atentado contra a liberdade de trabalho e contrato (art. 197 e 198)
Atentado contra liberdade de associação (art. 199)
Paralisação de trabalho ( art. 200 e 201)
Sabotagem (art. 202)
Frustração de direito assegurado por lei trabalhista (art. 203)
Aliciamento de trabalhadores (art. 206 e 207)
Conteúdo Programático
5 DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo (art. 208)
Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária (art. 209)
Violação de sepultura (art. 210)
Destruição, subtração ou ocultação de cadáver (art. 211)
Vilipendio a cadáver (art. 212)
6 DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Estupro (art. 213)
Violação sexual mediante fraude (art. 215)
Assédio sexual (art. 216-A)
Estupro de vulnerável (art. 217-A)
Corrupção de menores (art. 218,218-A e 218-B)
Mediação para servir a lascívia de outrem (art. 227)
Favorecimento da prostituição (art. 228)
Rufianismo (art. 230)
Ato obsceno (art. 233)
Escrito obsceno (art. 234)
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Curso de Direito Penal brasileiro. Parte especial – Luiz Regis Prado 
Curso de Direito Penal – Parte especial. Vol. II. – Rogério Greco.
Manual de Direito Penal brasileiro. Parte especial – Eugenio Raúl Zaffaroni e José Henrique Pierangeli
Tratado de Direito Penal. Parte especial. Vol.2. Cezar Roberto Bitencourt
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BRANDÃO, Claudio. Teoria Jurídica do Crime. 4ª Ed. Volume 1. Atlas.
CIRINO DOS SANTOS, Juarez. Direito Penal: parte especial. Curitiba: ICPC; Lumen Juris.
PRONTOS PARA ENTRAREM NO TIME #PENAL NA VEIA?
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profcarolinaaguiar@gmail.com
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para a análise dos crimes em espécie, utilizaremos o conhecimento dos institutos tratados pela Parte Geral do Código Penal, além de adotarmos a classificação dos crimes.
A Parte Especial se inicia pelos crimes contra a pessoa, que são numerosos e demandam um estudo mais prolongado. Por isso, nesta primeira aula, estudaremos apenas os crimes contra a vida.
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DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Os crimes contra a vida estão inseridos no Título I, denominado “Dos Crimes Contra a Pessoa”. Dentro deste referido título, estão tratados mais especificamente no Capítulo I, sendo, portanto, os primeiros crimes previstos pelo Código Penal. Para alguns, essa precedência indica a importância da vida no nosso ordenamento jurídico, que é o núcleo e o princípio de todo o Direito.
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DOS CRIMES CONTRA A VIDA
A vida tutelada pelos crimes previstos no Capítulo I do Título I do Código Penal é tanto a extrauterina quanto a intrauterina. 
São os crimes contra a vida o homicídio; o induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio; o aborto e o infanticídio.
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DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Referidos delitos, se dolosos, são da competência do Tribunal do Júri, nos termos do que dispõe o artigo 5º, inciso XXXVIII:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
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DOS CRIMES CONTRA A VIDA
Com efeito, há determinadas situações em nosso ordenamento jurídico nas quais a vida poderá ser retirada de forma lícita. Basta recordarmos as situações em que se tem um homicídio (fato típico  art. 121, CP) praticado em legitima defesa.
A própria constituição relativiza o direito à vida, quando admite pena de morte, em caso de guerra declarada.
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HOMICÍDIO 
O artigo 121 nos apresenta o primeiro tipo penal do nosso Código. Seguindo a linha traçada pela larga maioria das legislações no mundo, o CPB inaugura a sua parte especial com o crime de homicídio.
Etimologicamente, a expressão “homicídio” remonta às expressões latinas “hominis”  homem e “excidium”  exterminar, destruir. Logo, homicídio retrata a destruição de um ser humano por outro. 
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO 
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MODALIDADES - HOMICÍDIO 
O crime de homicídio possui modalidade CULPOSA e DOLOSA;
É importante recordar que o nosso CP, em seu art. 18, aderiu ao critério da excepcionalidade do crime culposo, de modo que só existe o crime dito culposo quando a lei assim dispuser expressamente.
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MODALIDADES - HOMICÍDIO 
Em sua modalidade DOLOSA, o crime de homicídio possui as seguintes modalidades: 
HOMICÍDIO 
DOLOSO 
CULPOSO
QUALIFICADO
PRIVILEGIADO
SIMPLES
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TIPICIDADE OBJETIVA
A conduta consiste em “matar” alguém (exterminar a vida humana extrauterina. Esta conduta recai sobre “alguém” (qualquer pessoa humana). 
Bem jurídico tutelado: vida humana extrauterina;
Núcleo do tipo: “Matar”
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SUJEITOS
O sujeito ativo do crime de homicídio pode ser qualquer pessoa. Trata-se, portanto, de crime comum, pois não há exigência de qualquer qualidade especial do agente. 
No que diz respeito ao sujeito passivo também poderá ser qualquer pessoa, isto é, qualquer ser humano.
 ATENÇÃO! A depender da situação, a condição especial da vítima poderá fazer incidir alguma qualificadora do crime. É o que ocorre no feminicídio, por exemplo. 
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SUJEITOS
Animal não pode ser vítima de homicídio;
A viabilidade da vida da vítima é desnecessária, para a configuração do homicídio, por exemplo, matar uma pessoa mesmo essa estando na iminência da morte ou matar recém-nascido com baixa probabilidade de sobrevivência. 
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OBJETOS 
Objeto jurídico é a vida humana extrauterina, que começa a partir do inicio do parto. Antes disto, falaríamos em vida humana intrauterina, como nos casos de aborto.
Objeto material é a própria pessoa contra a qual recai a conduta do agente. 
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ELEMENTO SUBJETIVO
Elemento subjetivo é o dolo (direto ou eventual), compreendido como sendo a vontade consciente de matar alguém (animus necandi), isto é, exige-se do agente o consciente desejo de querer ceifar, acabar, dar fim à vida do outro ser humano e que ele conduza suas ações de forma a atingir o resultado pretendido.
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ELEMENTO SUBJETIVO
Por expressa disposição do artigo 121, 3º, o crime de homicídio também admite a modalidade culposa. Trata-se, como havia dito, da única modalidade de crime contra a vida que possui previsão para a conduta perpetrada à título de culpa. 
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CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consuma-se o crime quando o agente efetivamente atinge o resultado esperado, ou seja, a morte da pessoa. Em nosso ordenamento jurídico, a cessação da vida humana ocorre com a chamada morte encefálica.
A tentativa é admitida quando a conduta é dolosa, pois estaremos
diante de um crime plurissubsistente, isto é, compatível com o fracionamento do iter criminis.
 A “morte” se da com o diagnóstico de morte encefálica (art. 3º da Lei 9.934/97)
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AÇÃO PENAL
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. 
Quando não precisa de representação da vítima
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HOMICÍDIO SIMPLES
Homicídio, em sua forma simples, está previsto no caput do artigo 121 do Código Penal.
Homicídio simples:
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos
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HOMICÍDIO SIMPLES
Como já mencionado, o núcleo do tipo é o verbo “matar”. Como elementar do crime, há ainda o termo “alguém”, que pode ser traduzido por pessoa viva. Refere-se à vida extrauterina, não abrangendo o feto, cuja vida é tutelada pelo crime de aborto.
O elemento subjetivo do tipo é o dolo, a intenção de matar. Exige-se o chamado animus necandi, isto é, a vontade livre e consciente do autor de matar outro ser humano que deve estar, por óbvio, vivo. 
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO SIMPLES
A pena prevista no preceito secundário do tipo penal é de reclusão, de seis a vinte anos. O crime de homicídio simples é hediondo se praticado em atividade de grupo de extermínio, nos termos da primeira parte do inciso I do artigo 11º da Lei 8.072/90:
@prof.carolinaaguiar
TRANSMISSÃO DOLOSA DE HIV?
@prof.carolinaaguiar
TRANSMISSÃO DE HIV – HOMICÍDIO 
Há mais de um posicionamento..
Doutrina: Vítima morrer  Homicídio;
 Vítima não morrer  Tentativa;
STJ: Lesão corporal dolosa gravíssima (art. 129, II do CP)
Porém, o mais prudente é analisar o dolo do agente no caso concreto. 
@prof.carolinaaguiar
RESUMO  HOMICÍDIO 
Comum – qualquer pessoa pode cometer
Material – depende da existência de um resultado
Instantâneo – não se perpetua no tempo 
Plurissubsistente – crime fracionável (ex: faca) 
Forma livre – pode ser cometido de qualquer jeito
Unissubjetivo – pode ser praticado por uma única pessoa
Ação penal incondicionada 
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
O homicídio privilegiado consiste em uma causa de diminuição de pena ou minorante, no caso de o agente ter cometido o crime orientado por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.
Neste caso, o juiz, na terceira fase da dosimetria, deve proceder à diminuição da pena, utilizando a fração de um sexto a um terço.
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Essa diminuição de pena irá variar de 1/6 a 1/3 e, como toda minorante deverá incidir na terceira fase da dosimetria da pena.
Em que pese o artigo constar que “o juiz pode reduzir a pena”, trata-se de verdadeira obrigação. É um direito subjetivo do condenado.
POSSUI CARATER SUBJETIVO, NÃO CONSTITUI ELEMENTAR DO CRIME DE HOMICÍDIO. NÃO SE COMUNICA A AUTORES E PARTÍCIPES. 
@prof.carolinaaguiar
Ok, Carol... mas como o juiz escolherá a fração para reduzir a pena?
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Sobre a escolha da fração, o juiz deve se guiar pela influência que o motivo teve, a própria relevância do motivo para o autor ou, ainda, a intensidade da injusta provocação da vítima e o grau de abalo emocional causado no réu.
O motivo de relevante valor social consiste no interesse coletivo, naquela causa que diz respeito a toda a comunidade. Um exemplo é o sujeito matar o traidor da pátria. Ou, ainda, o sujeito que mata um político corrupto, com a pretensão de salvar a nação. Matar o traficante do bairro. 
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
O motivo de relevante valor moral, por sua vez, é o interesse individual do agente, como a compaixão. Alguns autores entendem que há cabimento desta hipótese de privilégio no caso de eutanásia, de um paciente terminal que não quer mais prolongar sua existência e que está sofrendo bastante. Menos polêmico é o cabimento do motivo de relevante valor moral no pai que mata o estuprador da própria filha.
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Já o chamado homicídio emocional é aquele cometido sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida de injusta provocação da vítima. São seus requisitos:
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Quanto ao chamado homicídio emocional, é importante recordar que a emoção não exclui a culpabilidade, nos termos do que dispõe o artigo 28, inciso I, do Código Penal.
Portanto, a emoção e a paixão não são excludentes da culpabilidade. Deve-se ressalvar, contudo, a hipótese de a situação se tornar patológica, o que pode configurar doença a impedir que o agente compreenda o caráter ilícito do que fez ou que ele se comporte conforme tal entendimento.
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Quanto ao chamado homicídio emocional, podemos citar como exemplo o caso do homicida que comete o crime contra quem lhe ofendera verbalmente. Também podem ser consideradas como provocações, as “brincadeiras de mau gosto”, as piadas ofensivas, etc. 
 Traição de cônjuge;
@prof.carolinaaguiar
PRESTA ATENÇÃO, ELITE!
As circunstâncias do homicídio privilegiado são subjetivas e, portanto, não se comunicam aos demais agentes. Cuida-se de circunstâncias previstas para a configuração da causa de diminuição de pena, de ordem subjetiva, razão pela qual não são comunicáveis, conforme a regra do artigo 30 do Código Penal.
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO QUALIFICADO
A qualificadora é a forma do tipo penal em que se comina uma diferente pena em abstrato, com novos limites mínimo e máximo. O homicídio qualificado está previsto no § 2º do artigo 121:
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO QUALIFICADO
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO QUALIFICADO
As qualificadoras são causas especiais que determinam uma pena maior, mais gravosa. Referem-se aos motivos determinantes do crime e aos meios e modos de sua execução. A qualificadora implica em um novo limite mínimo e um novo teto para a pena abstratamente prevista, sendo que no caso a pena será de reclusão de doze a trinta anos.
Não se pode aplicar mais de uma qualificadora em um mesmo crime (triplamente qualificado????) 
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO QUALIFICADO
O homicídio qualificado é crime hediondo, tanto em sua forma tentada quanto na consumada, conforme determina o artigo 1º, inciso I, da Lei 8.072/90. Vale mencionar que a Lei 13.964/2019 modificou o teor de referido dispositivo para incluir expressamente o inciso VIII (homicídio qualificado funcional).
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO QUALIFICADO
@prof.carolinaaguiar
VAMOS ANALISAR CADA UMA DAS HIPÓTESES DE HOMICÍDIO QUALIFICADO..
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I) Mediante paga (antes) ou promessa de recompensa (depois) ou por outro motivo torpe. 
O artigo 121, § 2º, I, do CP, trata do homicídio mercenário ou por mandato remunerado. É o crime cometido mediante paga, promessa de recompensa ou por outro motivo torpe. 
 Crime de concurso necessário. Dois agentes necessariamente. Um paga e o outro executa. Não precisa ter recebido para qualificar. 
@prof.carolinaaguiar
I) Mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe. 
 A paga ou promessa de recompensa, para a maior parte da doutrina, deve ter natureza financeira.
A discussão, entretanto, não possui relevância prática, já que, se não considerada a vantagem não financeira como paga nem como promessa de recompensa, há a fórmula de “outro motivo torpe”
@prof.carolinaaguiar
I) Mediante paga ou promessa de recompensa ou por outro motivo torpe. 
O motivo torpe é o motivo repugnante, vil, abjeto, desprezível. 
 A vingança vem sendo compreendida pelo STJ como um motivo torpe; 
Exemplo: Um exemplo seria matar para receber uma herança, ou matar por ter qualquer tipo de preconceito, entre outros.
@prof.carolinaaguiar
II) Motivo fútil 
Já o motivo fútil é aquele motivo insignificante, banal, motivo que normalmente não levaria ao crime, há uma desproporcionalidade entre o crime e a causa. 
Exemplo:
matar por ter levado uma fechada no transito, rompimento de relacionamento; pequenas discussões entre familiares; matar a esposa visto que ela não passou a sua roupa.
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III) Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel ou de que possa resultar perigo comum
O artigo 121, § 2º, inciso III, traz alguns meios de se praticar o homicídio que qualificam o crime. O homicídio, vale lembrar, é crime de forma livre, podendo ser realizado de qualquer modo, pelo agente, que leve ao resultado morte, como golpes de faca, envenenamento ou atropelamento.
Entretanto, existem alguns modos de realizar o crime que o tornam qualificado
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 EMPREGO DE VENENO
Uso de substância tóxica ao ser humano. Só haverá a incidência da qualificadora se a vítima não souber que ingere o veneno (o veneno, neste caso, é considerado um meio insidioso, ou seja, o crime é cometido de modo que o agente não sabe que está sendo assassinado).
Se for forçada a tomá-lo, ciente do que se trata, pode-se configurar o meio cruel, a depender do caso.
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 MEIO INSIDIOSO
É o dissimulado, realizado de forma sorrateira. O caso enumerado anteriormente e que serve de parâmetro para essa interpretação analógica é o emprego de veneno. O açúcar, por exemplo, pode ter efeito de veneno para um diabético com saúde muito debilitada, o que leva a se configurar como meio insidioso.
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 EMPREGO DE FOGO
De modo simples, é o uso de fogo, da combustão de material, para a execução do homicídio. O fogo, a depender do caso, pode configurar tanto meio cruel (a vítima ser queimada até a morte) como um meio de que pode resultar perigo comum (incêndio de um edifício, expondo a vida de moradores, vizinhos e transeuntes a risco de morte).
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 EMPREGO DE EXPLOSIVO
É a execução do homicídio por meio de substância explosiva, como
dinamite.
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 MEIO DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM 
É aquele pode atingir um número indeterminado de pessoas. A interpretação deve ser feita, de forma analógica, com atenção nos meios anteriormente enumerados de emprego de fogo e de explosivo.
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 EMPREGO DE TORTURA
É o grande tormento ou suplício causado à vítima. A tortura aqui é o meio para a morte.
 É diferente do crime de tortura. Aqui o crime é homicídio. No crime de tortura, o crime é puramente torturar. Presta atenção nisso!
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 MEIO CRUEL
É a forma de se praticar o delito que aumenta o sofrimento da vítima sem necessidade. O exemplo a ser utilizado como parâmetro é o emprego de tortura.
 Uso de fogo; 
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CASOS PÚBLICOS QUE RETRATAM O HOMÍCIDIO QUALIFICADO
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 CASO RICHTHOFEN
Um caso público que ilustra muito bem esse tipo de crime é o Richthofen, em que Suzane von Richthofen matou seus pais com a ajuda do namorado e irmão dele. 
Os três foram condenados por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, motivo torpe e dificultação de defesa).
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 CASO RICHTHOFEN
No julgamento, Suzane e o namorado receberam pena de mais de 39 anos na prisão, enquanto a terceira pessoa envolvida foi condenada a 38 anos de reclusão em regime fechado.
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 CASO NARDONI
Em outro caso conhecido, o Nardoni, Alexandre Nardoni e sua mulher foram condenados por homicídio qualificado de Isabella Nardoni, que na época tinha 5 anos de idade.
O pai da menina foi condenado a cumprir pena de mais de 31 anos pela morte por meio cruel, motivo torpe e acobertamento de outro crime. Já a mulher dele recebeu punição de mais de 26 anos de reclusão.
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 CASO GOLEIRO BRUNO E ELIZA SAMUDIO
Bruno foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador.
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
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IV) À traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido 
O inciso IV traz formas de execução do crime que o tornam mais gravoso e, por isso, qualificado.
 TRAIÇÃO: Traição: é o ataque súbito, inesperado e desleal. É o caso do amigo que chama a vítima para conversar em seu sítio, dizendo que tem problemas íntimos e privados, e lá se aproveita de sua distração para disparar projéteis de arma de fogo e causar sua morte. Esta circunstância pressupõe uma relação de confiança entre autor e vítima.
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IV) À traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido 
 EMBOSCADA : é a “tocaia”, a ocultação do agente para a prática do crime. Como exemplo, podemos imaginar o atirador que espera a vítima na beira da estrada, atrás de um arbusto, e
atira sem que ela possa sequer saber quem a matou.
 DISSIMULAÇÃO: é o fingimento, é a ocultação do desígnio do autor. É o sujeito que finge, por exemplo, precisar de ajuda, deitando-se na porta da casa da vítima e fingindo gemer de dor, e a esfaqueia quando ela se aproxima para ajudá-lo.
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IV) À traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido 
 OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DA VÍTIMA: cláusula de intepretação analógica, que tem como parâmetros todas as outras circunstâncias acima enumeradas. A doutrina dá como exemplo o caso do crime cometido com elemento surpresa.
Exemplo: O agente que ministra um poderoso sonífero na vítima, que adormece indefesa. 
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V) Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Conexão teleológica: é o crime que é praticado para assegurar a execução de outro crime. Caso do sujeito que, durante a execução do crime de estupro, é surpreendido por terceiro e o mata, para que ele não impeça sua atividade delitiva.
Conexão consequencial: é a infração penal praticada para assegurar a ocultação, vantagem ou impunidade de outro crime. O sujeito rouba um grande banco e, meses depois, é reconhecido por um policial no bairro em que mora. Então, comete homicídio contra ele, para garantir sua impunidade.
@prof.carolinaaguiar
V) Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
MUITA ATENÇÃO!
Em qualquer dos casos, o outro crime pode ter sido praticado ou não pelo próprio agente. Ele pode ter a intenção, por exemplo, de evitar que sua namorada seja presa ou que seu pai perca a vantagem adquirida por meio de um roubo.
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HOMICÍDIO QUALIFICADO: FEMINICÍDIO
O feminicídio é uma modalidade do crime de homicídio qualificado que possui nomen iuris específico, isto é, uma nomenclatura própria trazida pela própria lei. Está previsto no artigo 121, § 2º, VI, do CP:
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
(...)
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
(...)
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO QUALIFICADO: FEMINICÍDIO
Percebam que a qualificadora exige que o crime tenha sido cometido por razões da condição de sexo feminino. Por isso, a doutrina aponta que não se trata de femicídio, ou seja, de crime específico em que a mulher é a vítima. É imprescindível que haja motivo ligado à condição de sexo feminino.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição
de sexo feminino quando o crime envolve:
 I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
@prof.carolinaaguiar
HOMICÍDIO QUALIFICADO: FEMINICÍDIO
Portanto, teremos o crime denominado feminicídio quando for cometido por razões de condição de sexo feminino, ou seja, por razão de gênero. As referidas razões estarão presentes nos seguintes casos:
@prof.carolinaaguiar
I. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
A interpretação de “violência doméstica e familiar” deve ser feita de forma sistemática, considerando todo o sistema normativo de proteção da mulher, especialmente a Lei Maria da Penha.
A Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, nos termos do seu preâmbulo, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
@prof.carolinaaguiar
I. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Visa a combater a violência praticada contra a mulher, devido a sua maior fragilidade, decorrente de anos de tratamento desigual e de sua própria condição físico-biológica, que muitas vezes a deixa em situação de vulnerabilidade na sociedade. 
Prova disso é o número de mulheres assassinadas ou agredidas em seus próprios lares, local que deveria ser seu refúgio e local de paz
@prof.carolinaaguiar
I. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Visa a combater a violência praticada contra a mulher, devido a sua maior fragilidade, decorrente de anos de tratamento desigual e de sua própria condição físico-biológica, que muitas vezes a deixa em situação de vulnerabilidade na sociedade. 
Prova disso é o número de mulheres assassinadas ou agredidas em seus próprios lares, local que deveria ser seu refúgio e local de paz
@prof.carolinaaguiar
I. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Dentre as hipóteses de configuração da violência doméstica e familiar contra a mulher, há a prática de conduta omissiva ou comissiva, baseada no gênero, que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, desde que ocorra no âmbito da unidade doméstica, no âmbito da família ou envolva qualquer relação íntima de afeto.
@prof.carolinaaguiar
I. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
A Lei 11.340/2006, em seu artigo 5º, traz as circunstâncias que caracterizam a denominada violência doméstica e familiar contra a mulher, o que atrai a incidência de seus regramentos:
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
 I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
 III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
 Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual
@prof.carolinaaguiar
II. MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER
Essa hipótese de homicídio praticado por razões de condição do gênero feminino se liga ao menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
Menosprezo é o sentimento de repulsa ou de desprezo. Menosprezar alguém por sua condição de mulher é buscar diminuir o seu valor enquanto ser humano em virtude de tal qualidade, é depreciar tal condição.
@prof.carolinaaguiar
II. MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER
Discriminação contra a mulher é “toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo”. 
É o que prescreve o artigo 1º da Convenção para Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher, CEDAW, 1979, ratificada pelo Brasil em 1984.
@prof.carolinaaguiar
II. MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER
A qualificadora do feminicídio apenas se refere à violência contra a mulher, o que exclui os crimes cometidos contra as travestis e contra transexuais. 
Apesar de ser evidente que tais pessoas são vítimas frequentes de crimes cometidos em razão de sua condição, é vedada a analogia em norma penal incriminadora. Deste modo, por consequência do princípio da legalidade, bem como da decorrente necessidade de reserva legal, não há como se estender o termo mulher a outras pessoas que não sejam as que possuam a condição genética de sexo feminino, mesmo que possuam identificação com o gênero feminino. 
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II. MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER
Uma das hipóteses de feminicídio é o caso de um uxoricídio cometido por violência doméstica. Uxoricídio é o assassinato da esposa pelo próprio marido.
O Superior Tribunal de Justiça considera a violência doméstica uma circunstância de natureza objetiva, razão pela qual entende possível a sua cumulação com a circunstância do motivo torpe:
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II. MENOSPREZO OU DISCRIMINAÇÃO À CONDIÇÃO DE MULHER
“(...) 2. O Tribunal a quo decidiu em conformidade com o entendimento desta Corte superior, porquanto, tratando-se o motivo torpe (vingança contra ex-namorada) de qualificadora de natureza subjetiva, e o fato de a vítima e o acusado terem mantido relacionamento afetivo por anos, sendo certo, que o crime se deu com violência contra a mulher na forma da Lei n° 11.340/2006, ser uma agravante de cunho objetivo, não se pode falar em bis in idem no reconhecimento de ambas, de modo que não se vislumbra ilegalidade no ponto. (...)” (STJ, AgRg no REsp 1741418/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, DJe 15/06/2018)
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HOMICÍDIO QUALIFICADO: FEMINICÍDIO
Há causas de aumento de pena específicas para o feminicídio, as quais estão previstas no parágrafo sétimo do artigo 121. São as hipóteses, portanto, de feminicídio majorado:
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
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FEMINICÍDIO  MAJORANTES
Feminicídio praticado durante a gestação ou nos 3 meses posteriores ao parto: há maior vulnerabilidade da mulher em razão de sua condição de grávida ou de recuperação pós-parto, tornando maior o desvalor da conduta;
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FEMINICÍDIO  MAJORANTES
Vítima menor de 14 anos, maior de 60 anos, com deficiência ou que seja portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental: são exemplos de sujeito passivo com maior dificuldade de resistência, o que, tal como no caso de vítima gestante, torna pior o desvalor da conduta típica. Em se tratando de vítima portador de doenças degenerativas, o plural parece indicar que o sujeito passivo deve ter mais de uma enfermidade, o que não deve prevalecer. A interpretação deve ser de que a vítima possui uma doença degenerativa ou mais, desde que apresente a limitação ou a vulnerabilidade em decorrência do seu estado de saúde
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FEMINICÍDIO  MAJORANTES
Na presença física ou virtual de descendente ou ascendente da vítima: matar a vítima na presença
de seus pais, filhos ou outros ascendentes ou descendentes torna o desvalor da conduta muito maior. A norma teve sua redação alterada para incluir expressamente a incidência da majorante no caso de “presença virtual”. Deste modo, se os filhos da vítima presenciarem o crime por meio de uma chamada de vídeo (por exemplo, por Skype), incidirá a majorante
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FEMINICÍDIO  MAJORANTES
Em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006: as medidas protetivas previstas na chamada Lei Maria da Penha e mencionadas no artigo são:
“I -suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas,.
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SE LIGA, ELITE!!!
NÃO SÃO TODAS AS MEDIDAS PROTETIVAS QUE, SE VIOLADAS, ENSEJAM O AUMENTO DE PENA DO CRIME. 
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DADOS RECENTES
Dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontam que houve um aumento de 22% nos registros de casos de feminicídio no Brasil durante a pandemia do novo coronavírus. 
Os números correspondem aos meses de março e abril e foram comparados com o mesmo período do ano passado. O número passou de 117, em 2019, para 143 neste ano.
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DADOS RECENTES
O levantamento analisou os dados de 12 estados e indica que o Acre foi onde os casos mais cresceram. Por lá, foi observado um aumento de 300% no número de casos reportados, que passaram de 1 para 4 no período. 
Maranhão, com 166,7% de aumento, e Mato Grosso, com 150% vem logo na sequência.
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 DISQUE 180
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HOMICÍDIO DOLOSO MAJORADO
Há causas de aumento de pena, ou majorantes, referentes aos crimes de homicídio doloso. Estão previstas na parte final do parágrafo quarto e no parágrafo sexto do artigo 121 do Código Penal:
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
(...)
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
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HOMICÍDIO DOLOSO MAJORADO
São duas, portanto, as majorantes do crime de homicídio doloso:
Homicídio praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de sessenta anos:
Há a causa de aumento de pena quando se trata de homicídio doloso e a vítima for menor de 14 anos ou maior de 60 anos de idade. Como estudamos quanto ao tempo do crime, o crime se considera praticado ao tempo da ação ou da omissão típica, em razão de o Código Penal ter adotado a teoria da atividade. Deste modo, é este o paradigma para se verificar a idade da vítima, ou seja, devemos considerar quantos anos ela possui ao tempo da conduta delitiva.
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HOMICÍDIO DOLOSO MAJORADO
São duas, portanto, as majorantes do crime de homicídio doloso:
Homicídio praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de sessenta anos:
Em decorrência do princípio da culpabilidade, nosso Direito Penal não aceita a responsabilidade objetiva. Por isso, o agente deve ter conhecimento sobre a idade da vítima, também ao tempo de sua conduta, para que referida majorante possa incidir.
 A pena, presente essa majorante, deve ser aumentada de 1/3 (um terço) na terceira fase da dosimetria
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HOMICÍDIO DOLOSO MAJORADO
Homicídio praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio
Milícia privada é a reunião de pessoas, sejam civis ou militares, que buscam atuar com violência ou grave ameaça e pretexto de devolver a paz pública, mormente em comunidades carentes. A milícia pratica ingerência na área de segurança pública, utilizando-se da força, que é monopólio do Estado.
Grupo de extermínio é a reunião de pessoas que praticam assassinatos, tendo como vítimas as pessoas marginalizadas ou consideradas indesejadas pela sociedade. Consideram-se justiceiros, podendo também ser civis ou militares.
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HOMICÍDIO CULPOSO
O homicídio também é punível se praticado a título de culpa, isto é, imprudência, negligência ou imperícia. Em virtude de a culpa em sentido amplo integrar o tipo, que não pode esgotar todas as formas de se praticar o homicídio culposamente, considera-se que o tipo penal é aberto. Entretanto, dada a definição mínima da conduta, a doutrina e a jurisprudência aceitam referido modelo de tipo culposo. 
O homicídio culposo está previsto no parágrafo terceiro do artigo 121 do Código Penal:
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de um a três anos
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HOMICÍDIO CULPOSO - MAJORADO
 Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício.
O homicídio culposo é majorado quando há inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício. É a hipótese denominada de culpa profissional.
No caso da majorante, o agente possui o conhecimento da técnica, mas a ignora de forma deliberada. Portanto, só incide em caso de o agente ser habilitado para a profissão, conforme entende a doutrina majoritária.
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HOMICÍDIO CULPOSO - MAJORADO
 Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima
Há aumento de pena no homicídio culposo se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima. Para configuração da majorante, a doutrina aponta a necessidade de o agente poder prestar o socorro sem que isso implique em risco pessoal a ele.
Obviamente, só haverá crime de homicídio culposo majorado pelo fato de o agente deixar de prestar imediato socorro à vítima, se ele tiver provocado a morte por imprudência, negligência ou imperícia. Se não há culpa do agente quanto à morte, o crime será de omissão de socorro.
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HOMICÍDIO CULPOSO - MAJORADO
 Se o agente foge para evitar prisão em flagrante 
Por fim, haverá a causa de aumento de pena se o agente, após a prática de homicídio culposo, foge para evitar a prisão em flagrante.
Alguns doutrinadores entendem que a fuga para evitar a prisão seria inconstitucional, já que o réu não poderia ser penalizado por não ter permanecido no local aguardando sua própria prisão.
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PERDÃO JUDICIAL 
O artigo 121, § 5º, do Código Penal prevê a possibilidade de concessão de perdão judicial no crime culposo. Como visto, o perdão judicial é causa de extinção da punibilidade, vinculada ao princípio da desnecessidade da pena:
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
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PERDÃO JUDICIAL 
Parte da doutrina e o STJ têm interpretado a norma de modo a exigir vínculo afetivo entre a vítima e o agente, de modo a se demonstrar o sofrimento que atingiu o agente. 
De todo modo, há o entendimento de que basta o vínculo com uma das vítimas, podendo o perdão judicial se estender a outra vítima, desde que atingida no mesmo contexto, pela mesma conduta culposa do agente. Isto porque o perdão judicial atinge a conduta como um todo, sendo que, no caso de concurso formal, todos os resultados estariam abrangidos.
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PERDÃO JUDICIAL 
Sua natureza é de direito público subjetivo do réu. Isto é, presentes os requisitos previstos na lei, o juiz deve conceder o perdão judicial, por se tratar de direito
subjetivo do réu, apesar de a norma dizer que o magistrado “pode” deixar de aplicar a pena.
A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
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CASO CHRISTIANE TORLONI
Christiane é mãe de Guilherme e Leonardo. No entanto, ao sair de casa em 1991, um grave acidente ocorreu. Ela já estava dentro de sua caminhonete com os dois filhos, quando o automóvel despencou da garagem. Guilherme, de 12 anos, acabou não resistindo, já que ficou preso às ferragens do veículo. 
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
ARTIGO 122, CP 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o faça:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
 PACOTE ANTICRIME;
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
SUJEITO ATIVO
O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa. Entretanto, o sujeito passivo deve ser pessoa capaz de compreensão, sob pena de se configurar o homicídio. 
Caso o agente induza, por exemplo, uma criança de 8 anos de idade a beber veneno, deverá responder pela prática de homicídio, já que a vítima não possuía capacidade de compreender o que estava fazendo.
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
A conduta deve se dirigir a pessoa determinada ou a pessoas determinadas. Se a conduta se voltar a pessoas indeterminadas, pode-se configurar o delito de incitação ao crime, previsto no artigo 286 do Código Penal.
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
Os núcleos do tipo possuem os seguintes significados:
Induzimento: o agente cria na vítima a ideia.
Instigação: o agente reforça uma ideia preexistente.
Auxilio: o agente presta assistência material à vítima.
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
O auxílio material deve ser acessório, pois, se o agente praticar atos executórios, pode-se configurar o crime de homicídio. Por exemplo, se o agente fornece a corda para que o sujeito se enforque, temos auxílio ao suicídio. Se ele empurra o sujeito para que a corda o enforque, o crime é o de homicídio.
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
O elemento subjetivo é o dolo. Não há previsão de punição de modalidade culposa
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
A principal modificação operada, no preceito primário, foi a inclusão da participação em automutilação. Isto é, também passa a ser típica a conduta de instigar, induzir ou auxiliar alguém a praticar a automutilação.
Automutilação é a conduta de causar lesões em si próprio. Vale recordar, até mesmo pelo princípio da alteridade, que veda a punição de condutas que não ultrapassem o âmbito de disponibilidade do agente, a autolesão, por si só, não é punida. 
Assim como o suicídio não é punido, o que o legislador veda é o induzimento, a instigação ou o auxílio material a que alguém suicide ou que se mutile. 
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
Ademais, também foi alterado o preceito secundário, trazendo a sanção de 6 meses a 2 anos de reclusão. 
A maior modificação, neste âmbito, foi a não previsão de condicionamento da punição à existência de resultado naturalístico. Como consequência, o crime passa a admitir a modalidade tentada, já que o óbice apresentado pela doutrina majoritária, quando da análise da redação anterior do dispositivo, era a necessidade do resultado morte ou lesão corporal de natureza grave para a imposição de pena.
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
FORMA QUALIFICADA 
A ocorrência dos resultados naturalísticos lesão grave ou morte tornará o crime qualificado, ou seja, com novos limites mínimo e máximo de pena abstratamente cominada, conforme previsão dos parágrafos primeiro e segundo de referido dispositivo:
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
FORMA MAJORADA
§ 3º A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Vale recordar que o motivo egoístico consiste no interesse pessoal do agente. Seria o caso de quem induz o sujeito, com classificação superior em lista de espera de concorrido concurso, a se matar. 
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
FORMA MAJORADA
Motivo torpe  motivo repugnante, desprezível. Ex: vingança;
Motivo fútil  desproporcional em relação ao crime praticado. 
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INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXILIO AO SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
QUESTÃO INTERESSANTE SOBRE O TEMA: 
Na roleta russa, vários participantes são desafiados a efetuarem um disparo, geralmente de um revólver, cujo tambor só possui uma cápsula de munição. Antes da Lei 13.968/2019, caso um dos participantes morresse ou sofresse lesão corporal de natureza grave, os demais poderiam responder pelo delito. 
Hoje, os sobreviventes podem todos responder, já que a punição não depende de resultado lesão ou morte. Aplica-se o mesmo raciocínio para o duelo americano, em que há dois participantes, com duas armas, sendo que apenas uma delas está municiada.
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INFANTICÍDIO
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
É uma modalidade de homicídio doloso privilegiado. A aplicação do infanticídio, em detrimento do homicídio, dá-se por determinação do princípio da especialidade, estudado no concurso aparente de normas.
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INFANTICÍDIO
O infanticídio consiste na morte do neonato ou daquele que está nascendo, pela própria mãe, em estado puerperal. 
O estado puerperal é o período que vai do deslocamento e expulsão da placenta à volta do organismo materno às condições anteriores à gravidez, situação que pode levar a mulher a distúrbios psíquicos.
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INFANTICÍDIO
O objeto jurídico é a vida humana extrauterina, sendo que a vida intrauterina é tutelada pelo crime de aborto. O crime é de forma livre, o que significa que a lei não prevê uma forma específica para o agente efetuar a realização típica, com a prática da conduta nuclear.
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INFANTICÍDIO
O crime é próprio, pois só a mãe pode praticá-lo. Relembre-se que a condição pessoal, quando elementar do crime, comunica-se aos demais agentes, nos termos do que determina o artigo 30 do Código Penal. Há, entretanto, doutrina minoritária que entende ser a condição de mãe personalíssima, o que impediria a comunicabilidade.
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INFANTICÍDIO
Não se deve confundir a influência do estado puerperal com o estado patológico, em que a mãe foi acometida de doença mental. Neste último caso, teremos ausência de culpabilidade, não sendo o sujeito ativo imputável.
A diferenciação de abandono de recém-nascido com resultado morte e de infanticídio está no elemento subjetivo do agente, que no primeiro é de abandonar a vítima e no segundo é de matá-la. 
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ABORTO
O aborto é o crime que tutela a vida humana intrauterina, possuindo mais de uma modalidade, sendo possível que também haja a tutela da vida ou da incolumidade física da gestante.
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AUTOABORTO E ABORTO CONSENTIDO
O aborto provocado pela gestante, também chamado
autoaborto, ou o realizado com seu consentimento, denominado consentido, está previsto no artigo 124 do Código Penal:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque:
 Pena - detenção, de um a três anos
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AUTOABORTO E ABORTO CONSENTIDO
O delito consiste na interrupção da gravidez, com a eliminação do produto da concepção. O objeto jurídico, no autoaborto, é a vida humana intrauterina. No abordo praticado por terceiro, tutela-se também a incolumidade físico-psíquica da gestante.
O crime é de ação livre, sendo que o sujeito ativo pode realizar o núcleo do tipo de qualquer modo, desde que obtenha o resultado ou haja a prática de atos executórios com o objetivo de causá-lo. 
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AUTOABORTO E ABORTO CONSENTIDO
Não configura o crime a utilização da pílula do dia seguinte, nem o uso do método contraceptivo chamado de DIU, o qual impede a fixação do óvulo fecundado no útero.
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ABORTO SEM CONSENTIMENTO DA GESTANTE
O aborto provocado por terceiro, sem que a gestante consinta com essa prática, está previsto no artigo 125 do Código Penal:
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Neste caso, o delito é de dupla subjetividade passiva. São vítimas tanto a gestante quanto o produto da concepção. O crime é comum, razão pela qual qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo.
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ABORTO MAJORADO
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
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ABORTO LEGAL
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,quando incapaz, de seu representante legal.
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ABORTO NECESSÁRIO OU TERAPÊUTICO
O aborto necessário ou terapêutico torna permitida a interrupção de gravidez se não houver outro modo de se salvar a vida da gestante. Constitui um estado de necessidade sem exigência da atualidade do perigo.
A previsão legal é para aborto praticado por médico, como previsto expressamente no caput do artigo 128 do Código Penal.
No caso de a parteira realizar o aborto para salvar a gestante, só não será responsabilizada no caso de se configurar o estado de necessidade comum. Ou seja, neste caso, exige-se que haja perigo atual.
@prof.carolinaaguiar
ABORTO SENTIMENTAL, HUMANITÁRIO OU ÉTICO
A hipótese de gravidez resultante de estupro também possibilita a interrupção da gravidez sem a configuração de ilícito penal. Exige-se, entretanto, prévio consentimento válido da gestante ou de seu representante legal, se ela for incapaz
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DAS LESÕES CORPORAIS 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
@prof.carolinaaguiar
LESÕES CORPORAIS – OBSERVAÇÕES GERAIS 
A) qualquer pessoa pode praticar e qualquer pessoa pode ser vítima.
B) exige que o dolo do agente seja, tão somente, lesionar a vítima. Se houver dolo (direto ou eventual) para a morte da vítima o agente responde apenas por homicídio doloso, porque a lesão fica por este absorvida. 
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LESÕES CORPORAIS – OBSERVAÇÕES GERAIS 
C) é crime material e, na forma dolosa, admite tentativa.
D) a conduta do agente pode ser dirigida a ofender a integridade física ou a saúde do agente (ex: lesionar o nariz da vítima ou transmitir a ela uma doença incurável).
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LESÕES CORPORAIS – OBSERVAÇÕES GERAIS 
E) agressão física pode configurar crime de lesão corporal (havendo lesão na vítima) ou contravenção de vias de fato (não havendo lesão na vítima). 
F) A dor, desacompanhada de alteração anatômica ou ofensa à saúde, não constitui lesão. 
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LESÕES CORPORAIS – OBSERVAÇÕES GERAIS 
G) Equimoses decorrem do rompimento de pequenos vasos sanguíneos (capilares) no tecido subcutâneo, em razão de uma forte pancada recebida, e conferem coloração roxa à pele. A equimose constitui lesão porque é provocada pelo rompimento de tecidos — os vasos sanguíneos.
H) Eritemas não constituem lesão, pois são o resultado do deslocamento sanguíneo momentâneo para certa parte do corpo, que conferem vermelhidão à pele. Podem decorrer, por exemplo, de um beliscão ou de um tapa. A provocação de eritema como consequência de uma agressão pode configurar tentativa de lesão corporal ou contravenção de vias de fato, dependendo da existência da intenção de lesionar. 
@prof.carolinaaguiar
LESÕES CORPORAIS – OBSERVAÇÕES GERAIS 
A realização de tatuagem e a colocação de piercings só é permitida em pessoas maiores de idade. Se feitas ou colocadas em menores constitui crime. 
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GRAVIDADE DA LESÃO
A gravidade da lesão interfere na tipificação se o agente lesionou a vítima dolosamente; se lesionou culposamente, entretanto, a gravidade da lesão não interfere na tipificação (a tipificação, no CPB, será sempre o artigo 129, § 6º). 
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GRAVIDADE DA LESÃO
Por que, caso o agente lesione a vítima dolosamente, há interferência na tipificação?
Porque, a depender do que aconteceu com a vítima, a lesão pode ser considerada leve, grave, gravíssima ou seguida de morte
Caso a lesão seja leve, artigo 129, caput;
•Caso a lesão seja grave, artigo 129, § 1º;
•Caso a lesão seja gravíssima, artigo 129, § 2º;
•Caso a lesão seja seguida de morte, artigo 129, § 3º.
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LESÃO CORPORAL GRAVE (ART. 129, § 1º) 
 § 1º Se resulta:
 I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
 II - perigo de vida;
 III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
 IV - aceleração de parto:
 Pena - reclusão, de um a cinco anos.
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LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA (ART. 129, § 2º) 
§ 2° Se resulta:
 I - Incapacidade permanente para o trabalho;
 II - enfermidade incurável;
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
 IV - deformidade permanente;
 V – aborto
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
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LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE (ART. 129, § 3º) 
§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
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LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE (ART. 129, § 3º) 
Perceba: aqui a intenção do agente é LESIONAR e a morte acontece sem o agente ter intenção (porque se tivesse seria homicídio doloso por dolo direto) e sem o agente ter assumido o risco dessa morte (porque se tivesse seria homicídio doloso por dolo eventual).
Cuidado: se a morte ocorrer de forma não intencional e em decorrência da lesão causada, ENTRETANTO em situação completamente inesperada e imprevisível o agente responde somente pelo crime de lesão sem responder pelo crime de lesão corporal seguida de morte.
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LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA (ART. 129, § 3º) 
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
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SUBSTITUIÇÃO DA PENA 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
 I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
 II - se as lesões são recíprocas.
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LESÃO CORPORAL CULPOSA
§ 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
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AUMENTO DE PENA 
§ 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º o e 6º do art. 121
deste Código.
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
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LESÃO CORPORAL EM CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (ART. 129, § 9º)
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 
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LESÃO CORPORAL EM CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (ART. 129, § 9º)
Cuidado: a vítima deste crime pode ser HOMEM ou MULHER.
Cuidado: para que a tipificação da conduta seja o artigo 129, § 9º, a lesão precisa ser de natureza LEVE. Caso a lesão infligida for de natureza grave, gravíssima ou seguida de morte, a tipificação será o artigo 129, § 1º (no caso de ser grave) ou artigo 129, § 2º (no caso de ser gravíssima) ou artigo 129, § 3º (no caso de ser seguida de morte) e aí o contexto de violência doméstica funciona como causa de aumento de pena (§ 10º). 
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AÇÃO PENAL EM CRIMES DE LESÃO CORPORAL 
•Caso a lesão seja grave, gravíssima ou seguida de morte, independentemente do contexto (se há violência doméstica e familiar ou não) e da vítima, a ação é pública incondicionada (art. 100, CPB).
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AÇÃO PENAL EM CRIMES DE LESÃO CORPORAL 
Caso a lesão seja leve ou culposa, depende:
se a vítima for homem, independentemente do contexto (se há violência doméstica e familiar ou não), a ação é pública condicionada à representação (art. 88 da Lei 9.099/95).
B) se a vítima for mulher e o contexto não foi de violência doméstica e familiar, a ação é pública condicionada a representação (art. 88 da Lei 9.099/95).
C) se a vítima for mulher e o contexto for de violência doméstica e familiar, a ação é pública incondicionada (ADI 4.424/DF e súmula 542 do STJ).
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AÇÃO PENAL EM CRIMES DE LESÃO CORPORAL 
Caso a lesão seja leve ou culposa, depende:
se a vítima for homem, independentemente do contexto (se há violência doméstica e familiar ou não), a ação é pública condicionada à representação (art. 88 da Lei 9.099/95).
B) se a vítima for mulher e o contexto não foi de violência doméstica e familiar, a ação é pública condicionada a representação (art. 88 da Lei 9.099/95).
C) se a vítima for mulher e o contexto for de violência doméstica e familiar, a ação é pública incondicionada (ADI 4.424/DF e súmula 542 do STJ).
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DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Os crimes contra a honra são aqueles nos quais o bem jurídico tutelado é a honra do ofendido, seja em sua dimensão subjetiva ou objetiva: 
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DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Os crimes contra a honra são, nos termos do CP, três: 
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CALÚNIA
A calúnia é a imputação falsa de crime a alguma pessoa, e está prevista no artigo 138 do CP. Vejamos: 
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CALÚNIA
Na calúnia, o bem jurídico tutelado é a HONRA OBJETIVA do ofendido, pois o que está em jogo é a sua imagem perante a sociedade, perante o grupo que o rodeia.
O tipo objetivo é a conduta de imputar a alguém falsamente fato definido como crime, e essa conduta pode ser praticada somente na forma comissiva.
Não se exige que seja realizada mediante palavras (escritas ou faladas), podendo ser realizada mediante gestos, insinuações, etc. 
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CALÚNIA
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CALÚNIA
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CALÚNIA
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CALÚNIA
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DIFAMAÇÃO
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DIFAMAÇÃO
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DIFAMAÇÃO
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DIFAMAÇÃO
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INJÚRIA
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INJÚRIA
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INJÚRIA
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INJÚRIA RACIAL 
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INJÚRIA RACIAL 
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FURTO – ARTIGO 155, CPB
O Título II da Parte Especial do Código Penal se inicia pelo Capítulo I, denominado “Do Furto”.
 São previstas condutas de subtração de coisa, sem violência ou grave ameaça.
O bem jurídico tutelado no crime de furto é apenas o patrimônio, ou seja, o furto é um crime que lesa apenas um bem jurídico. 
A conduta prevista é a de SUBTRAIR, PARA SI OU PARA OUTREM, COISA ALHEIA MÓVEL.
SUJEITO ATIVO: Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: Aquele que teve a coisa subtraída. 
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FURTO – ARTIGO 155, CPB
Elemento Subjetivo: Dolo. Não se admite na forma culposa. 
O agente deve possuir no mínimo, a INTENÇÃO DE APODERAR DA COISA FURTADA.
É chamada de animus rem sibi habend (APODERAR-SE DEFINITIVAMENTE)
FURTO DE USO – FATO ATÍPICO – Se for para uso momentâneo é fato atípico.
FURTO FAMÉLICO
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TEORIAS DA CONSUMAÇÃO DO CRIME DE FURTO:
Teorias da contrectatio, amotio, ablatio ou illatio:
 a) a concretatio >basta tocar a coisa)
b) a teoria da "apprehensio" ou "amotio“>segundo a qual se consuma esse crime quando a coisa passa para o poder do agente, ainda que sem a posse mansa e pacífica sobre a coisa. 
c) a teoria da "ablatio“> consuma-se quando o agente desloca a coisa, após se apoderar dela.
d) a teoria da "illatio“>a coisa deve ser levada para o local desejado pelo agente para a consumação
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TEORIAS DA CONSUMAÇÃO DO CRIME DE FURTO:
STF e o STJ adotam a teoria segundo a qual o crime se consuma quando o agente passa a ter o poder sobre a coisa, ainda que por um curto espaço de tempo, ainda que não tenha tido a posse mansa e pacífica sobre a coisa furtada (teoria da amotio).
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FURTO NOTURNO
O §1° prevê a majorante no caso de o crime ser praticado durante o repouso noturno (aumenta-se de 1/3).
Conceito de furto noturno  DIVERGÊNCIA DOUTRINÁRIA 
Há divergência doutrinária a respeito de aplicação da majorante:
 repouso noturno x residência habitada. 
O STJ entende que se aplica ainda que se trate de residência desabitada ou estabelecimento comercial
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FURTO PRIVILEGIADO
O §2° prevê o chamado que é aquele no qual o réu é primário e a coisa é de pequeno valor (Há dois requisitos!)
O que acontece? Pode o Juiz:
1 - Substituir a pena de reclusão pela de detenção,
2- Diminuí-la de 1/3 a 2/3 
3- ou aplicar somente a pena de multa. 
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FURTO PRIVILEGIADO
A Jurisprudência vem entendendo como coisa de pequeno valor a coisa que vale menos que um salário mínimo vigente (cabendo ao Juiz analisar cada caso)
§3° traz uma CLÁUSULA DE EQUIPARAÇÃO, estabelecendo que se equipara a coisa móvel a ENERGIA ELÉTRICA ou qualquer outra energia que possua valor econômico
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FURTO QUALIFICADO
O §4° e seus incisos, bem como o § 5° do art. 155 estabelecem as hipóteses em que o furto será considerado QUALIFICADO, ou seja, mais grave, sendo previstas penas mínimas e máximas mais elevadas. 
1- Destruição ou rompimento de obstáculo para subtração da coisa Aquela conduta do agente que destrói ou rompe um obstáculo colocado de forma a impedir o furto
Ex.: Quebra de cadeado. 
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FURTO QUALIFICADO
2- Abuso de confiança, fraude, escalada ou destreza 
No abuso de confiança o agente se aproveita da confiança nele depositada.
Na fraude o infrator emprega algum artifício ou ardil
Escalada – supera barreira física
Destreza - Habilidade
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FURTO QUALIFICADO
3- USO DE CHAVE FALSA
4 – CONCURSO DE PESSOAS
 PENA DE 2 A 8 ANOS
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FURTO QUALIFICADO
IMPORTANTE!
Furto qualificado pelo emprego de explosivos (§ 4º-A) 
A nova modalidade de furto qualificado, previsto no § 4º-A do artigo 155 do Código Penal, foi inserida pela Lei nº 13.654/2018. 
Busca-se a punição de forma mais rígida para crimes como o de explosão de caixas eletrônicos para furto de dinheiro. 
A pena desta modalidade de furto é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa. 
Configura-se com o emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. Explosivo
é o que detona, estoura, como a dinamite. 
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FURTO QUALIFICADO
Furto qualificado (§ 5º) 
Subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. Pena: , de três a oito anos. 
Furto qualificado (§ 6º): 
O parágrafo sexto do artigo 155 traz o furto qualificado que é denominado pela doutrina de abigeato. 
É o furto de gado, cuja pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. Configura-se se o objeto material do delito for semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração. É o caso da subtração de várias cabeças de gado em determinada fazenda
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FURTO QUALIFICADO
 Furto qualificado (§ 7º)
 Subtração de substâncias explosivas ou de acessórios que conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.
Pena de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa. 
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DO ROUBO E DA EXTORSÃO
O Capítulo II do Título II da Parte Especial (Dos Crimes contra o Patrimônio) é denominado “Do Roubo e da Extorsão”. Traz os crimes de roubo, de extorsão, de extorsão mediante sequestro e de extorsão indireta.
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ROUBO
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ROUBO
O crime de roubo é o crime complexo que deriva da reunião do furto e do constrangimento ilegal, do furto e da ameaça ou do furto e do crime relativo à violência (lesão corporal, por exemplo). Está tipificado no artigo 157 do Código Penal:
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ROUBO
O núcleo do tipo é o mesmo do furto, qual seja: “subtrair”. Subtrair é apropriar-se, pegar de outrem ou apoderar-se. A conduta pode ser realizada direta ou indiretamente, mediante um uso de um animal treinado, por exemplo.
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ROUBO
Cuida-se de crime comum, pois qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo, menos o proprietário. 
Os sujeitos passivos, por sua vez, são tanto o proprietário, o possuidor ou o mero detentor da coisa, como a pessoa sobre a qual recai a violência, a grave ameaça ou que é reduzida à impossibilidade de resistência.
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ROUBO
O elemento subjetivo é o dolo, consistente na vontade livre e consciente de subtrair coisa alheia móvel, utilizando-se de violência, grave ameaça ou redução da vítima à impossibilidade de resistência. 
Não há previsão da modalidade culposa.
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ROUBO PRÓPRIO
O roubo próprio é aquele previsto no caput do artigo 157, com o seguinte teor:
“Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”.
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ROUBO PRÓPRIO
A subtração, portanto, pode ser praticada mediante:
Violência: vis absoluta. É a chamada violência própria, consistente no emprego da força física, do constrangimento físico sobre a vítima.
Grave ameaça: vis relativa. É a promessa de mal injusto e grave.
Outro meio de reduzir a vítima à incapacidade de resistência: sonífero, drogas, etc.
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ROUBO PRÓPRIO
Consuma-se com o apoderamento do bem, mesmo que o agente não consiga manter a coisa consigo depois. Não se exige posse mansa e pacífica.
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ROUBO IMPRÓPRIO OU POR APROXIMAÇÃO
O parágrafo primeiro do artigo 157 traz forma equiparada do crime de roubo.
O dispositivo prevê incorrer na mesma pena o agente que, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
A violência ou grave ameaça contra a pessoa não é utilizada para a subtração da coisa. O agente usa de um desses meios para assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa.
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
O artigo 157, no seu parágrafo segundo, prevê causas de aumento de pena aplicáveis ao roubo, cuja fração varia de um terço até metade.
O inciso I, de roubo circunstancia pelo emprego de arma, restou revogado pela Lei nº 13.654/2018, a qual também inseriu o inciso VI ao § 2º do artigo 157 do Código Penal, prevendo majorante para o caso de emprego de arma de fogo. 
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
Se há o concurso de duas ou mais pessoas:
O concurso de duas ou mais pessoas torna o roubo majorado. A doutrina majoritária entende cabível tanto o cômputo de coautores como de partícipes. Podem ser utilizados para o cálculo inimputáveis e indivíduos não identificados.
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância:
 Aqui, busca-se criminalizar com maior rigor o crime praticado contra os funcionários que estejam atuando no transporte de valores, quando no exercício da função. O transporte de valores pelo seu proprietário não configura tal majorante.
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior:
Cabem aqui os mesmos comentários feitos para o furto qualificado. Incide a majorante se o objeto material for veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
O dispositivo não menciona o Distrito Federal, razão pela qual a doutrina majoritária não reconhece a possibilidade de reconhecimento da qualificadora se a situação envolver referida unidade federativa. O argumento é que se trataria de analogia in malam partem. 
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade:
Há causa de aumento de pena se o agente mantém o ofendido em seu poder, restringindo sua liberdade, como meio para a subtração de coisa alheia móvel. A restrição da liberdade deve ser relevante, sendo que normalmente se exige que supere aquele tempo estritamente necessário para a prática da subtração. 
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego:
A causa de aumento de pena do inciso VI do parágrafo segundo foi inserido pela Lei 13.654/2018, que, como visto, visa a dar um tratamento mais rígido aos delitos patrimoniais, mormente aqueles praticados contra agências bancárias. Há aumento de pena se o agente subtrair substâncias explosivas ou acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montarem ou emprego. Portanto, há maior desvalor no fato de o objeto material do furto ser substância explosiva, como dinamite, ou mesmo acessórios que possibilitem, por si sós ou em conjunto com outros, fabricar, montar ou empregar explosivos.
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ROUBO MAJORADO (§ 2º)
se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
No caso da arma branca, a causa de aumento será de um terço até metade. A alteração só vale para os crimes cometidos a partir do início da vigência da Lei 13.964/2019, definido para 30 dias após a sua publicação. Não se deve considerar a arma de brinquedo para a incidência do dispositivo, já que não se trata propriamente de arma, mas apenas de um objeto que pode enganar a vítima, configurando a grave ameaça, elementar do tipo penal.
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CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
No caso de concurso de mais de uma das majorantes estudadas, surge a controvérsia se a sua presença já justifica aumento da pena, na terceira fase da dosimetria, acima da fração mínima, ou se é necessária fundamentação específica pelo juiz para adoção de fração diversa da menor prevista na norma (no caso do parágrafo segundo do artigo 157).
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CONCURSO DE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
O STJ já possui posição firmada, nos termos da Súmula 443:
O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a sua exasperação
a mera indicação do número de majorantes.
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FORMAS QUALIFICADAS
As formas qualificadas pelo resultado estão previstas no parágrafo terceiro do artigo 157:
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
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FORMAS QUALIFICADAS
A Lei 13.654/2018 deu nova redação ao dispositivo, mas, de efetiva alteração, só houve com relação ao limite máximo da pena do roubo seguido de lesão corporal grave, que passou do máximo de 15 anos para o limite de 18 anos de reclusão.
O resultado deve decorrer da violência, podendo ser causado por culpa ou dolo. Não se prevê, portanto, a forma qualificada se algum dos resultados decorrer de grave ameaça. 
Deste modo, se a vítima se assustar com a grave ameaça utilizada pelo agente e sofrer um ataque cardíaco, falecendo, o agente responderá pelo roubo (tentado ou consumado) e pelo homicídio culposo. A forma qualificada pelo resultado só se configura se resultar da violência empregada.
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FORMAS QUALIFICADAS
Se resulta lesão corporal grave:
Para configuração desta qualificadora, é necessário que a lesão corporal de natureza grave advenha da violência. Não incide se a vítima sofrer lesão corporal de natureza grave em virtude da grave ameaça, como aquela que se assusta e cai de determinada altura, lesionando-se gravemente.
A lesão corporal de natureza grave abrange tanto a lesão de natureza grave quanto a de natureza gravíssima, sendo importante recordar que esta última classificação é doutrinária. O Código Penal trata as lesões de natureza grave e gravíssima com a mesma denominação: lesões corporais de natureza grave.
A pena, neste caso, é de reclusão, de 7 a 18 anos, e multa.
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FORMAS QUALIFICADAS
Se resulta morte: latrocínio
O latrocínio é considerado crime contra o patrimônio e, por isso, ainda que a morte tenha sido causa por dolo, não é da competência do tribunal do júri. Isto porque só o são os crimes dolosos contra a vida, o que não inclui o latrocínio.
É importante frisar que o crime de latrocínio só se configura se a morte for resultado da violência empregada, e não da grave ameaça. Se a vítima se assustar com a ameaça e morrer, o agente deve responder pelo roubo e pelo homicídio, se eles se configurarem no caso, mas não por latrocínio.
 Sua pena é de reclusão, de 20 a 30 anos, e multa.
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EXTORSÃO
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EXTORSÃO
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EXTORSÃO
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EXTORSÃO
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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
A pena será de 12 a 20 anos se:
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EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO
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DA USURPAÇÃO
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DA USURPAÇÃO
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DA USURPAÇÃO
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DA USURPAÇÃO
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CRIME DE DANO
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CRIME DE DANO
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APROPRIAÇÃO INDÉBITA
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APROPRIAÇÃO INDÉBITA
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APROPRIAÇÃO INDÉBITA
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APROPRIAÇÃO INDÉBITA
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ESTELIONATO
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DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
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DA VIOLAÇÃO CONTRA OS DIREITOS AUTORAIS
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DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
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DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
 Apesar de os crimes contra a dignidade sexual serem, na prática, tristes e muito condenáveis, sua análise é interessante. 
 
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ESTUPRO
 O referido tipo penal foi alterado pela Lei 12.015/2009, sendo que sua presente redação resulta da junção dos antigos tipos penais do estupro e do atentado violento ao pudor: 
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ESTUPRO
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ESTUPRO
A conduta incriminada é constranger (tolher a liberdade de, obrigar, coagir) alguém, mediante violência ou grave ameaça, a fazer, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. O constrangimento, que de forma isolada configura o crime de constrangimento ilegal, é o meio para a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso, sem que a vítima consinta com isso.
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ESTUPRO
Atualmente, a conjunção carnal é apenas uma das formas de praticar o delito, que pode envolver tanto o sexo vaginal, quanto o anal ou oral. O tipo penal, na verdade, se configura com a prática de qualquer ato libidinoso, que pode envolver a masturbação, por exemplo
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ESTUPRO
Inclusive, não é necessário que seja praticado um ato libidinoso com a vítima, configurando-se também o delito se a vítima for constrangida a tolerar a prática de algum ato libidinoso com ela, como que o sujeito passe a mão em seus genitais para satisfazer sua lascívia. 
Como parâmetro normativo, já podemos notar que o estupro exige violência ou grave ameaça, enquanto o delito de importunação sexual envolve a prática de ato libidinoso contra a vítima e sem a sua anuência (ou seja, não exige violência ou grave ameaça).
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ESTUPRO
Portanto, o sujeito ativo pode ser homem ou mulher, assim como não é mais necessário o que o sujeito passivo seja mulher, podendo ser pessoa de ambos os sexos. 
Por conseguinte, o crime de estupro, após a alteração legislativa, passou a ser classificado como crime comum. Se a vítima for menor de 14 anos ou alguém que não tenha discernimento para a prática do ato, o crime será o de estupro de vulnerável.
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ESTUPRO
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ESTUPRO
O crime é doloso, sendo o elemento subjetivo a vontade livre e consciente de constranger outrem, por violência ou grave ameaça, a praticar conjunção carnal, a praticar ou a permitir que com eles se pratique outro ato libidinoso. 
Há divergências doutrinárias a respeito da necessidade ou não de elemento subjetivo especial do tipo, consistente na intenção sexual, na intenção libidinosa. Entretanto, essa parece ser extraída diretamente do tipo penal.
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ESTUPRO
O delito é material, exigindo a alteração no mundo naturalístico para sua ocorrência, sendo, inclusive, delito não transeunte, ou seja, que deixa vestígios, como adverte o professor Cezar Bitencourt. Também se classifica como instantâneo, já que se consuma num dado instante do tempo. Ademais, é plurissubsistente, admitindo a tentativa, modalidade também denominada de conatus.
@prof.carolinaaguiar
ESTUPRO QUALIFICADO
O parágrafo primeiro do artigo 213 prevê a primeira forma qualificada do estupro, cuja pena passa a ser de reclusão, de 8 a 12 anos. Incide se da conduta resultar lesão corporal de natureza grave ou se a vítima for menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos. 
Já o parágrafo segundo prevê o resultado morte, situação em que a pena passa a ser de reclusão, de 12 a 30 anos.
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