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CRIMES EM ESPÉCIE I - RESUMO

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Monitoria 
1º bimestre 
 
1 
 
Crimes em espécie I 
Introdução 
 
 
TIPO PENAL OBJETIVO: 
É a descrição da conduta. O meio executório; a ação 
ou omissão. O núcleo do tipo é o verbo. 
Elementos que compõem o tipo objetivo: autor da 
ação, ação ou omissão, resultado, nexo causal e 
imputação objetiva. 
Por exemplo, no homicídio, o tipo penal é MATAR. 
TIPO PENAL SUBJETIVO 
Reúne todas as características subjetivas direcionadas à 
produção de um tipo penal objetivo. A função é averiguar o 
ânimo e a vontade do agente. 
É a vontade (dolo). Culpa somente quando houver previsão 
legal. 
Exemplo: animus necandi (vontade de matar) 
SUJEITO ATIVO E PASSIVO: 
Ativo: é a pessoa que, de alguma 
forma, participa do crime (como 
autor ou como partícipe). 
 
Passivo: é quem sofre a ofensa 
causada pela infração penal. 
Crimes Comuns: não exige nenhuma qualidade específica do sujeito ativo para ser 
praticado. Como exemplo, o homicídio, furto, estupro. 
Crime Próprio: exige certa qualidade do sujeito ativo para sua prática. Admite-se a 
autoria mediata, coautoria e a participação nos crimes próprios. Exemplo: peculato e 
autoaborto. 
Crime Bi Próprio: necessária qualidade especial para que seja sujeito ativo e passivo. 
Exemplo: bigamia. 
Crime de mão própria: só pode ser praticado pela própria pessoa, por si mesma. 
Admite-se a participação. Como exemplo, o falso testemunho. 
NECESSIDADE DE RESULTADO 
NATURALÍSTICO PARA CONSUMAÇÃO: 
Crime material: exige um resultado 
naturalístico para consumação. 
 
Ex: homicídio – é necessário o 
resultado morte. 
 
Crime formal: descreve um 
resultado naturalístico, sendo a 
ocorrência irrelevante para a 
consumação. 
 
Ex: extorsão mediante sequestro. 
 
Crime de mera conduta: aqui, o 
resultado naturalístico não pode 
acontecer, pois o tipo penal prevê a 
conduta, e não o resultado. 
 
Ex: violação de domicílio. 
AÇÕES PENAIS: 
Ação penal pública incondicionada (regra): nessa modalidade, quem pode intentar 
a ação é apenas o Estado, por meio do Ministério Público. 
Ação penal pública condicionada: pública porque a titularidade é exclusiva do MP; 
condicionada pois depende da manifestação de outrem. 
Ação penal privada: A lei atribui a titularidade do direito da ação penal ao ofendido 
ou ao seu representante legal. Subdivide-se em: exclusivamente privada, 
personalíssima ou subsidiária da pública). 
TERMOS IMPORTANTES! 
a) qualificadora: nova pena base maior; altera na primeira fase. 
Exemplo: homicídio simples – pena de 6 a 20 anos; no qualificado, é de 12 a 30 anos. 
b) privilegiadora: Nomenclatura errônea; esse tipo é causa de diminuição e não uma 
pena base menor. 
c) majorante: causa de aumento; altera na 3ª fase, pode-se extrapolar o máximo e o 
mínimo previsto em lei. Exemplo: +1/2; +2/3 
 
d) minorante: causa de diminuição. Exemplo: - 1/3; -1/2. – Art. 14 do CP. 
 
e) agravantes: causas que sempre aumentam a pena; diferente da majorante, não 
diz quanto é aumentado. Exemplo: Art. 61, do CP (genéricas) 
f) atenuantes: reduz a pena, sem dizer o quanto. Exemplo: art. 65, do CP (genéricas). 
 
Monitoria 
1º bimestre 
 
2 
 
CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
Os crimes contra a vida são aqueles nos quais o bem jurídico tutelado é a vida humana. 
 
A vida humana., para efeitos penais, é intrauterina e extrauterina, ou seja, a vida de quem 
já nasceu é tutelada, assim como a vida daqueles que estão no ventre materno (nascituro). 
 
Os artigos 121 ao 123 tratam da vida EXTRAUTERINA (já nasceu – rompimento do saco 
amniótico), enquanto que os artigos 124 ao 127 cuidam da vida INTRAUTERINA (nascituros). 
Não é necessário que o feto seja viável, basta que nasça com vida. 
 
A morte é considerada quando diagnosticada a morte encefálica, a partir do laudo médico., 
conforme art. 3º da Lei n. 94.349/97. É a justificativa pela qual é permitido o aborto de feto 
anencéfalo. 
 
1.1 homicídio 
No crime de homicídio, previsto no artigo 121 do Código Penal, o bem jurídico tutelado é a 
vida humana. Pode ocorrer nas seguintes modalidades: 
• Homicídio simples 
• Homicídio privilegiado (§1º) 
• Homicídio qualificado (§2º) 
• Homicídio culposo (§3º) 
• Homicídio culposo majorado 
(§4º, primeira parte) 
• Homicídio doloso majorado 
(§4º, segunda parte e §§6º e 7º)
Os crimes de homicídios são julgados pelo Tribunal do Júri. A ação é pública incondicionada. 
1.1.1 Homicídio simples: 
Trata-se do previsto no caput do artigo 
121 do Código Penal. 
 
O sujeito ativo pode ser qualquer 
pessoa física, assim como o sujeito 
passivo. 
 
O tipo objetivo é TIRAR A VIDA DE 
ALGUÉM/MATAR. 
 
Pode ser praticado de forma livre, 
podendo ser praticado de maneira 
comissiva (ação) ou omissiva 
(omissão). 
 
ATENÇÃO: O homicídio pode ser cometido 
por meios psicológicos, não sendo necessário 
o uso de meios materiais. 
O elemento subjetivo é o dolo, não sendo 
exigido uma finalidade específica. Pode ser 
dolo direto ou indireto. 
A consumação ocorre com o falecimento da 
vítima, sendo, assim, um crime material. 
Pode ser um crime fracionado em vários atos 
(crime plurissubsistente), existindo a 
possibilidade de tentativa, contando que, 
iniciada a execução, o crime não seja 
consumado por circunstancias alheias à 
vontade do agente. 
Se for praticado por grupo de extermínio, é 
considerado crime hediondo. (art. 1º, Lei n. 
8.072/90 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Monitoria 
1º bimestre 
 
3 
 
1.1.2 Homicídio privilegiado (§1º) 
Trata-se de um homicídio praticado 
em circunstâncias especiais, sendo a 
reprovabilidade da conduta do agente 
é menor, e, assim, o agente faz jus a 
uma diminuição de pena. 
 
Pode acontecer em três situações: 
 
a) motivo relevante valor social: 
praticado para benefício da 
comunidade, como matar um 
traficante conhecido. 
 
b) motivo de relevante valor moral: 
sentimento intenso pessoal, senso 
pessoal. Por exemplo, matar por 
eutanásia. 
c) sob domínio de violenta emoção, logo 
após injusta provocação da vítima: pratica o 
ato dominado por sentimento de violenta 
emoção, imediatamente após a vítima criar 
esse sentimento. 
ATENÇÃO: Caso o delito seja cometido em 
concurso de pessoas, a circunstâncias pessoal 
(violenta emoção) não se comunica entre os 
agentes. Responde por homicídio simples 
aquele que não estava sob violenta emoção. 
➔ Não precisa dos 3 motivos juntos, pode ser 
apenas um. 
1.1.3 Homicídio qualificado (§2º) 
Possui pena mais grave (12 a 30 anos) 
em virtude da maior reprovabilidade 
da conduta do agente. Será qualificado 
quando for praticado: 
 
a) mediante paga ou promessa de 
recompensa ou OUTRO motivo torpe: 
motivação repugnante. Por exemplo, o 
mercenário. 
Na promessa de pagamento, o 
pagamento é irrelevante; existe o 
concurso necessário (quem paga e 
quem executa). É qualificadora 
SUBJETIVA. 
 
b) por motivo fútil: motivo nabal, bobo, 
ridículo, desproporcional. Motivo injusto não é 
fútil. É qualificadora SUBJETIVA. 
O motivo fútil não pode coexistir com o 
homicídio privilegiado – não pode ter 
relevante social ou moral e ao mesmo tempo 
ser fútil Só se pode ter UMA qualificadora 
subjetiva – por exemplo, não posso ter motivo 
fútil e torpe 
Obs.: doutrina majoritária entende que não ter 
motivo é qualificado, mas o STJ afirma em 
sentido contrário. 
 
c) com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar perigo 
comum: possibilidade de interpretação 
analógica (há outros meios). A doutrina 
entende que a qualificadora do emprego de 
veneno só incide se a vítima não sabe que está 
ingerindo; se souber, pode ser qualificado pelo 
meio cruel. É qualificadora OBJETIVA. 
ATENÇÃO: Utilizar a tortura como meio para 
cometer o homicídio, qualifica o delito. No 
entanto, se o agente tem o dolo de torturar, e 
acaba matando a vítima, terá tortura 
qualificada pelo resultado morte (art.1º, da Lei 
n. 9.455/97). 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo 
de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio 
de violenta emoção, logo em seguida a injusta 
provocação da vítima, o juiz pode (DEVE) reduzir a 
pena de um sexto a um terço. 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
 I - mediante paga ou promessa de 
recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo fútil; 
III - com emprego de veneno, fogo, 
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio 
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante 
dissimulação ou outro recurso que dificulte 
ou torne impossível a defesa do ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Monitoria 
1º bimestre 
 
4 
 
d) à traição, de emboscada, ou qualquer 
meio que dificulte ou torne impossível a 
defesa do ofendido: qualificado em razão do 
meio utilizado. Meios que dificultam a reação 
da vítima. É qualificadora OBJETIVA. 
e) Para assegurar a execução, ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime: a 
chamada conexão objetiva, ou seja, o agente 
comete o homicídio para garantir alguma 
vantagem em relação a outro crime. Trata-se 
de uma forma de modificação de 
competência, pois unifica os crimes. Pode ser 
teleológica (assegurar a execução futura de 
outro crime) ou consequencial (garantir a 
ocultação, a impunidade ou a vantagem de 
outro crime que já foi praticado); esse outro 
crime não precisa ter sido praticado pelo 
mesmo agente. É qualificadora SUBJETIVA. 
 f) Feminicídio: homicídio qualificado por ter 
sido praticado contra mulher, por “violência de 
gênero”. É preciso que seja caracterizada a 
violência de gênero; se caracteriza quando o 
crime envolver violência doméstica e familiar 
ou menosprezo ou discriminação à condição 
de mulher. 
OBS: feminicídio é diferente de femicídio. 
Femicídio é morte de qualquer mulher. 
Feminicídio é a morte por ser mulher. 
Causas de aumento para o feminicídio: art. 121, 
§7º CP. O sujeito passivo somente pode ser 
uma mulher. 
Qualificadora objetiva, pois caso fosse 
reconhecida que essa qualificadora fosse 
subjetiva não poderia ser aplicada a 
qualificadora de motivo fútil, torpe, e, 
portanto, diminuiria a proteção à mulher – 
maior amplitude para cumulação de 
qualificadoras 
OBS. Transexuais: quando tiverem efeitos 
juridicamente considerando-os como 
mulheres, por exemplo, no direito civil 
possuem nomes e são tratados como 
mulheres, serão assim também tratados no 
direito penal. 
 
g) Contra agentes de segurança e das forças 
armadas: quando praticado contra 
integrantes das Forças Armadas (Marinha, 
Aeronáutica, Exército), das forças de 
segurança pública (Policiais federais, militares, 
civis, corpo de bombeiros militar), dos agentes 
do sistema prisional (Agentes penitenciários) e 
integrantes da Força Nacional de Segurança. 
É necessário que o crime seja praticado em 
virtude da função exercida pelo agente. Se não 
tiver relação, não aplica. 
Além dos agentes, também aplica a 
qualificadora se praticado contra os parentes 
destes funcionários públicos (cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau). É preciso que seja parente 
consanguíneo; filho adotado, por exemplo, 
não considera nessa qualificadora. 
Quando o agente estiver em serviço, é 
presumido que o homicídio foi praticado em 
razão da função. É qualificadora SUBJETIVA. 
➔ Pode ter um crime privilegiado qualificado, 
ou seja, terá um motivo de natureza 
objetiva e um de natureza subjetiva. 
 
➔ Homicídio qualificado é considerado crime 
hediondo (art. 1º, da Lei n. 8.072/90) 
OBSERVAÇÕES: 
↳ Se tiver mais de uma circunstância qualificadora? 
Não existe crime DUPLAMENTE ou TRIPLAMENTE 
QUALIFICADO. 
O crime é somente qualificado. Se tiver mais de uma 
qualificadora, uma delas qualifica o delito, e a outra (ou as 
demais) é considerada como agravante genérica (se existir 
previsão) ou circunstância judicial desfavorável. 
 
↳ Se o crime for, ao mesmo tempo, qualificado e privilegiado? 
Tem-se o chamado homicídio qualificado-privilegiado. 
Todavia, só será possível se a qualificadora for OBJETIVA (meio 
utilizado), pois a privilegiadora é sempre subjetiva (motivos do 
crime). Dessa forma, nunca poderá ser cometido por motivo 
torpe ou motivo de relevante valor moral ou social. 
Homicídio qualificado privilegiado não é crime hediondo; o 
motivo prevalece sobre o meio utilizado. 
Feminicídio 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da 
Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino 
quando o crime envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
 
 
 
Monitoria 
1º bimestre 
 
5 
 
1.1.4 Homicídio culposo 
O homicídio culposo acontece quando o 
agente pratica uma conduta direcionada a 
outro fim, mas em virtude da 
inobservância de um dever de cuidado 
(negligência, imprudência ou imperícia), 
acaba causando a morte da pessoa. 
↳ negligência: imprudência de forma 
omissiva, ausência de precaução. 
↳ imprudência: precipitação, com 
correria. 
↳ imperícia: não possui aptidão 
técnica para realizar o ato. 
ATENÇÃO: O homicídio culposo na direção de 
veículo automotor, com o advento da Lei n. 
9.503/97, é crime previsto no art. 302 do CTB. 
➔ Homicídio culposo NÃO vai para ser julgado 
no Tribunal do Júri 
PERDÃO JUDICIAL (§5º) – homicídio culposo. 
↳ Não precisa que o ofendido aceita. É ato 
unilateral. 
↳ Ocorre quando o juiz verifica que a 
consequência do ato para o agente é pior 
que a pena em si. 
↳ Réu fica isento de pena. Não vai ter pena, 
será equiparado a uma decisão declaratória 
de extinção da punibilidade. Fica sem 
antecedentes (Súmula 18 STJ). 
 
 
 
 
1.1.5 Homicídio majorado 
O crime de homicídio pode ter a sua pena 
aumentado (majorado) no caso de ter sido 
praticado em algumas circunstâncias. Sendo 
elas: 
▪ No homicídio CULPOSO: (aumento de 1/3) 
↳ inobservância de regra técnica ou 
profissão, arte ou ofício 
↳ Agente deixa de prestar imediato socorro 
à vítima 
↳ Não procura diminuir as consequências 
de seu ato 
↳ Foge para evitar prisão em flagrante: 
 
▪ No homicídio DOLOSO: 
↳ Se o crime for praticado contra pessoa 
menor de 14 anos ou maior de 60 anos 
(aumento 1/3) 
↳ Se o crime for praticado por milícia 
privada, sob o pretexto de prestação de 
segurança, ou por grupo de extermínio 
(aumento 1/3 até a metade) 
↳ Se o crime, no caso de Feminicídio, for 
cometido: a) durante a gestação ou nos 3 
meses posteriores ao parto; b) contra 
pessoa menor de 14 anos, maior de 60 
anos ou com deficiência; c) na presença 
de ascendente ou descendente da vítima 
(aumento de 1/3 até a metade) 
 
 
 
Homicídio culposo 
§3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLO: Médico cirurgião em uma 
cirurgia esquece a pinça na barriga do 
paciente que falece em virtude disso. Não 
houve imperícia, pois é médico e tem 
aptidão, mas teve negligência. 
 
 
 
 
Aumento de pena 
§4º No homicídio culposo, a pena é aumentada 
de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte 
ou ofício, ou se o agente deixa de prestar 
imediato socorro à vítima, não procura diminuir 
as consequências do seu ato, ou foge para evitar 
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a 
pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é 
praticado contra pessoa menorde 14 (quatorze) 
ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a 
metade se o crime for praticado por milícia 
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de 
segurança, ou por grupo de extermínio. 
 
 
 
 
 
 
 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz 
poderá deixar de aplicar a pena, se as 
consequências da infração atingirem o 
próprio agente de forma tão grave que a 
sanção penal se torne desnecessária. 
Monitoria 
1º bimestre 
 
6 
 
 
12. Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação 
O suicídio é a eliminação voluntária da 
própria vida. Não é ilícito penal, nem mesmo 
sua tentativa. Todavia, a conduta de um 
terceiro que induz, instiga ou auxilia a outra 
pessoa a se matar (material ou moralmente) 
é crime. 
A automutilação é agredir, lacerar, cortar voluntariamente e conscientemente o próprio corpo. 
O bem jurídico tutelado é a vida alheia. Aplica-se o princípio da alteridade, ou seja, o direito penal 
só vai punir condutas que sejam lesivas a patrimônios ou direitos alheios. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo admitido o concurso de pessoas. Entretanto, apenas a PESSOA 
QUE TENHA ALGUM DISCERNIMENTO pode ser o sujeito passivo desse crime, pois se não tiver, será 
considerado crime de homicídio. Além disso, o sujeito passivo precisa ser determinado ou determinável; a 
vítima ou grupo deve ser determinada. O autor de um livro que causa muitos suicídios não pode ser punido. 
O crime pode ser praticado de três formas (elementos 
objetivos): 
• Instigar: reforça a ideia preexistente. 
 
• Induzir: cria a ideia que já existia – apoio moral. 
 
• Auxiliar: fornece materiais para a conduta; é diferente de realizar 
atos de execução; quem realiza atos de execução, pratica 
homicídio. Por exemplo, se o agente empresta a corda para que o 
sujeito se enforque, temos auxílio ao suicídio. Se ele empurra o 
sujeito para que a corda o enforque, o crime é o de homicídio. 
Elemento subjetivo: Só pode ser punido quando tiver o dolo do agente. Não admite modalidade culposa. É 
possível a prática do crime por meio do dolo eventual. 
É considerado crime formal, logo, não é necessário que o resultado aconteça. Admite-se tentativa, basta a mera 
intenção do agente, mesmo que não tenha obtido êxito. 
ATENÇÃO: Com a redação anterior ao advento da Lei n. 13.968/2019, caso a vítima não tentasse se matar ou 
sofresse tão somente lesão leve, não havia crime. Só existia relevância penal se a vítima sofresse lesão corporal 
de natureza grave ou se ela realmente tivesse conseguido se matar. Nesse entendimento, a tentativa não era 
juridicamente possível. A principal alteração foi a não previsão de condicionamento da punição à existência de 
resultado naturalístico. Assim, ATUALMENTE, admite-se a tentativa. 
Forma qualificada (§§1º e 2º): antes da alteração trazida pela Lei n. 13.968/2019, o art. 122, do Código Penal 
só previa condutas no caso do suicídio se consumar ou de a tentativa de suicídio resultar em lesão corporal de 
natureza grave. Com a mudança legislativa, a ocorrência de resultados naturalísticos como lesão grave ou 
morte torna o crime qualificado. 
EXEMPLO: uma babá, após assistir Peter 
Pan com as crianças, diz para elas que tem 
um pó igual o do filme para que elas possam 
voar, mas elas precisam pular do prédio. A 
criança, acreditando na babá, pula do prédio 
e morre – a criança é incapaz, portanto, não 
tem consciência do ato praticado e não há 
como alegar suicídio (instigação ao suicídio), 
por fim a babá responde por homicídio 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar 
automutilação ou prestar-lhe auxílio material para que o 
faça: (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, nos termos 
dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) 
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte: (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2
Monitoria 
1º bimestre 
 
7 
 
Forma majorada: O §3º do art. 122 do CP traz as causas de 
aumento de pena. Foram incluídas pela Lei n. 13.968/2019 a 
do crime ser praticado por motivo torpe ou fútil. 
Vítima menor de idade -> Não pode ser pessoa que não tem 
capacidade de compreender aquilo que faz. Utiliza-se o 
limite de 14 anos de idade. 
 
Diminuição da capacidade de resistência -> aquele que, 
por qualquer razão, está mais suscetível, assim como aquela 
que possui algum enfermidade, como depressão. 
 
 
 
 
 
↳ Por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real (§4º): precisa ser para 
pessoa(s) determinada(s). Será aumento de pena, no caso, por exemplo, do agente que utiliza chamada 
de vídeo ou mesmo serviço de mensagens de uma rede social, como Facebook. Exemplo: baleia azul 
↳ No caso de o agente ser o líder ou o coordenador de grupo ou de rede virtual (§5º): Aumento de metade 
se quem pratica é o líder ou coordenador do grupo ou da rede virtual. Não tem como acontecer o §5º sem 
acontecer o §4º. O §5º está ligado ao §4º, aplicam-se os dois juntos 
 
➢ Hipóteses de configuração de crime mais grave: a Lei n. 13.968/2019 inseriu os §§6º e 7º no art. 122 do CP. 
Dessa forma, configura lesão corporal gravíssima ou homicídio se o crime qualificado pelo resultado for 
praticado contra: 
 
a) Menor de 14 anos de idade: 
caso a vítima com 14 anos de idade se mate ou 
se mutile, e isso cause lesão de natureza 
gravíssima, o agente responderá pelo crime 
de homicídio ou de lesão corporal gravíssima, 
respectivamente. 
 
b) Vítima que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento contra a prática do ato: 
Trata-se da vítima, que tem alguma 
enfermidade ou deficiência, e que não tem 
capacidade de decidir, de forma consciente e 
livre, sobre o fim da própria vida ou sobre a 
automutilação. 
c) Vítima que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência: abrange qualquer sujeito passivo vulnerável, 
que não resista. É o exemplo de alguém que ingere bebida alcóolica e não tem domínio. 
➢ Punição de acordo com o resultado obtido: (considerando as vítimas mencionadas acima) 
↳ se causar lesão corporal gravíssima: agente responde nos termos do art. 129, §2º, do CP. Ou seja, é 
necessário que enseja na incapacidade permanente para o trabalho; enfermidade incurável. perda ou 
inutilização do membro, sentido ou função; deformidade permanente ou aborto. 
↳ se causar a morte: se as vítimas destacadas no 
§7º do art. 122 do CP falecerem, haverá a 
configuração do homicídio por expressa previsão 
legal, sendo afastada a forma qualificada do §2º 
do art. 122 do CP. 
A força para impedir o suicídio não é punida 
(art. 146, §3º, inciso II, do CP). A ação penal é 
pública incondicionada. 
§ 3º A pena é duplicada: (Incluído pela Lei nº 13.968, 
de 2019) 
I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe 
ou fútil; (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) 
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por 
qualquer causa, a capacidade de 
resistência. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) 
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é 
realizada por meio da rede de computadores, de 
rede social ou transmitida em tempo real. (Incluído 
pela Lei nº 13.968, de 2019) 
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é 
líder ou coordenador de grupo ou de rede 
virtual. (Incluído pela Lei nº 13.968, de 2019) 
 
 
 
 
 
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão 
corporal de natureza gravíssima e é cometido contra menor de 14 
(quatorze) anos ou contraquem, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, 
ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, 
responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste 
Código. 
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra 
menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime 
de homicídio, nos termos do art. 121 deste Código. 
ROLETA RUSSA ou PACTO DE MORTE: 
Roleta russa: quem sobrevive responde pelo art. 122 CP, pois 
se encaixa em quem instigou ou induziu, porque a pessoa dá 
o apoio moral para que isso aconteça 
Pacto de morte: EX: quando as pessoas combinam de tomar 
veneno juntas, se uma delas sobreviver, ela responde pelo art. 
122 CP – se ele, ao invés de beber o próprio veneno, ele dá o 
veneno para o outro tomar, ele responde pelo art. 121 CP 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2
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1º bimestre 
 
8 
 
1.3 Infanticídio 
O infanticídio é o crime mediante o qual a mãe, sob influência do estado puerperal, mata o próprio 
filho recém-nascido, durante ou logo após o parto. 
O objeto jurídico protegido é a vida humana. Trata-se de 
uma espécie privilegiada de homicídio. 
O sujeito ativo aqui, só pode ser a mãe da vítima e ainda, 
desde que esteja sob influência do estado puerperal 
(CRIME PRÓPRIO). O sujeito passivo é o recém-nascido, 
logo após o parto ou durante ele. 
Se retirar qualquer um dos elementos (matar, estado puerperal, próprio filho, durante ou logo após 
o parto) não se tem infanticídio, se tem um homicídio 
O crime só pode ser praticado na forma dolosa (dolo direto e dolo eventual), não sendo admitia a 
modalidade culposa. Se a mãe matar o filho, sem querer, sob influência do estado puerperal, vai 
responder por homicídio culposo. 
ATENÇÃO: Apesar de ser um crime próprio, é possível o concurso de agentes, que responderão 
por infanticídio (desde que saibam da condição da mãe da vítima), nos termos do art. 30 do Código 
Penal. 
ESTADO PUERPERAL: 
↳ Período que se estende do início do parto até a volta da 
mulher às condições da pré-gravidez 
↳ Não tem um período específico, pois depende de cada 
mulher. É analisado através de perícia 
↳ O início do parto é marcado pelo rompimento do saco 
amniótico, se for antes do rompimento é crime de 
aborto 
 
➢ E se a mãe matar o filho de outra pessoa por equívoco (confunde com seu próprio filho)? 
Nesse caso, vai responder também por infanticídio, como se tivesse praticado o delito contra seu 
filho, por se tratar de erro sobre a pessoa (art. 20, §3º, do CP). 
CONSUMAÇÃO e TENTATIVA: 
o É um crime material, portanto para consumar precisa de um resultado naturalístico, ou seja, 
precisa da morte para a consumação 
o Caso o crime não ocorra devido a circunstâncias alheia da mãe, ocorre a tentativa 
o A mãe pode responder por uma ação ou omissão imprópria (art. 13, §2º CP) 
Exemplo: quando a mãe está amamentando, a criança se afoga e a mãe não faz nada para 
impedir que ela morra 
↳ A ação penal é pública INCONDICIONADA. 
 
 
 
Infanticídio 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado 
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos 
EXEMPLO: 
Joana, que acabou de dar à luz a um bebê, 
resolve tirar-lhe a vida. Sob a influência do 
estado puerperal, pede ajuda ao marido 
Mario, pedindo que este traga uma faca. O 
marido aceita ajudar e entrega a ela a faca. 
Ambos responderão pelo infanticídio. Trata-
se de circunstância elementar do delito. 
Monitoria 
1º bimestre 
 
9 
 
1.4 Aborto 
Considerações Gerais: 
Conceito: é a interrupção proposital da gestação com resultado morte do feto mesmo que ocorre 
fora do ventre da gestante. 
O crime de aborto é julgado pelo Tribunal do Júri. 
A partir do rompimento do saco amniótico, considera-se homicídio/infanticídio. 
Fenômeno da nidação: momento inicial do aborto – quando há uma junção do espermatozoide com 
o óvulo. 
O aborto vai do momento da nidação até o rompimento do saco amniótico. 
A ação é pública INCONDICIONADA. 
Pílula e DIU não são considerados como abortos, pois interrompe o clico antes da nidação. 
Formas: 
a. Aborto natural: espontâneo; próprio corpo da gestante causa; atípico, não é crime. 
b. Aborto acidental: em casos de acidentes, que não existe dolo da gestante; atípico, não é crime. 
c. Aborto criminoso: decorre de uma ação da gestante ou de terceiros; típico, é crime. Art. 124 ao 
127 do CP. 
d. Aborto legal: Há permissão legal para realizar; atípico, não é crime. Art. 128 CP. 
e. Aborto miserável: por questões financeiras, comete o aborto. Típico, é crime. 
f. Aborto honoris causae: realizado para esconder adultério; é típico, é crime. 
g. Aborto eugênico: realizado quando há má formação do feto ou alguma patologia de ordem 
genética. Típico, é crime. Exceção: anencéfalo – completamente sem cérebro. 
Figuras Típicas: 
➔ Aborto provocado pela gestante ou com 
seu consentimento (art. 124, CP) 
 
Provocar em si, ou seja, apenas a gestante 
pode responder pelo artigo 124, do CP. 
O sujeito ativo só pode ser a mãe 
(gestante). 
 
Consentir – o terceiro que ajudou responde 
de acordo com o art. 126 do CP, enquanto a 
mãe responde pelo art. 124, do CP. Exceção 
à teoria monista (teoria segunda a qual os 
comparsas devem responder pelo mesmo 
crime). 
 
Trata-se de um crime de mão própria. 
O sujeito passivo é o produto da 
concepção (embrião ou feto). 
 
 
 
Duas formas distintas: 
o gestante pratica o aborto em si própria 
o gestante permite que outra pessoa 
pratique o aborto nela. 
O crime só é punido na forma dolosa. Se o 
aborto for culposo, a gestante não pratica o 
crime (Ex: Gestante se acidente e causa a 
morte). 
O crime se consuma com a interrupção da 
gestação com destruição do produto da 
concepção (morte do nascituro). É possível a 
tentativa. 
Aborto provocado pela gestante ou com seu 
consentimento 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que 
outrem lho provoque: 
Pena - detenção, de um a três anos 
Monitoria 
1º bimestre 
 
10 
 
➔ Aborto praticado por terceiro sem o 
consentimento da gestante (art. 125, do 
CP) 
 
Nesse crime o terceiro pratica o aborto na 
gestante, sem que ela concorde com o 
ato. 
 
Não é necessário que seja um médico, pode 
ser praticado por qualquer pessoa (crime 
comum). O sujeito passivo é o produto da 
concepção (embrião ou feto). Todavia, o 
sujeito passivo aqui, a vítima, também será 
a gestante. 
 
A gestante é considerada vítima e não 
responde por nada 
 
Apesar de o crime ocorrer sem o 
consentimento da gestante, também 
ocorrerá o crime quando o consentimento 
for prestado por quem não tenha 
condições, como o menor de 14 anos ou a 
alienada mental, ou caso o consentimento 
seja obtido mediante fraude por parte do 
agente (infrator). 
 
Se o agente pretende matar a mãe, 
sabendo da gravidez, e ambos os 
resultados ocorrem, responderá por dois 
crimes (homicídio e aborto) em concurso. 
Art. 126, §Ú 
• Dissentimento, ou seja, consentimento 
viciado – responderá pelo artigo 125 
 
• Dissentimento presumido = menor de 14 
anos, débil mental ou alienado mental 
 
• Dissentimento real = quando o 
consentimento é obtido por fraude, grave 
ameaça ou violência 
 
➔ Aborto praticado com o consentimento 
da gestante (art. 126, do CP) 
 
Aqui, apesar do aborto ser praticado por 
terceiro, existe o consentimento da 
gestante. A gestante responde pelo crime 
do art. 124 do CP e o terceiro responde por 
este delito. 
 
O consentimento só é válido quando a 
gestante possui condições de se 
manifestar. 
 
Caso a gestante não tenha condições de se 
manifestar, ou o faz em virtude de ter sido 
enganada ou pela fraude do agente, o 
crime é o previsto do art. 125do CP. 
 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, 
com exceção da própria gestante. O sujeito 
passivo é o produto da concepção 
(nascituro). 
 
O elemento subjetivo é somente o dolo. 
 
O crime é consumado com a interrupção 
da gestação com destruição do produto da 
concepção (nascituro). A tentativa é 
possível. 
 
❖ MAJORANTES NO ABORTO: 
Se no aborto provocado por terceiro (arts. 125 
e 126), em virtude dos meios utilizados pelo 
terceiro, ou em decorrência do aborto em si, a 
gestante sofre lesão corporal, as penas são 
aumentadas de 1/3; se sobrevém a morte, as 
penas são duplicadas. 
O resultado agravador, em ambos os casos 
(lesão grave e morte), decorre de culpa doa 
gente. Se o agente tem o dolo, responde por 
dois crimes. 
Aborto provocado por terceiro 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da 
gestante: 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
Art. 126, CP. Parágrafo único. Aplica-se a pena do 
artigo anterior, se a gestante não é maior de 
quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se 
o consentimento é obtido mediante fraude, grave 
ameaça ou violência 
 
 
 
Art. 126 - Provocar aborto com o 
consentimento da gestante: (Vide ADPF 54) 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 
Monitoria 
1º bimestre 
 
11 
 
Se o agente tem intenção de provocar lesão na 
mãe e acaba causando o aborto, responde por 
lesão corporal gravíssima (art. 129, §2º, CP). 
↳ + 1/3 LESÃO GRAVE – envolve a gravíssima 
também. Se perder o útero, é gravíssima. 
↳ x2 MORTE – morte da gestante. 
❖ Aborto Permitido 
 O aborto não será considerado crime 
quando: 
↳ For a única forma de salvar a VIDA da 
gestante (Risco de morte, ou seja, casos 
de vida ou morte da gestante); ou 
↳ Quando a gestação for decorrente do 
estupro. 
 
 
Ocorre quando houver estupro + 
consentimento da gestante ou de seu 
representante legal 
Não precisa ter o trânsito em julgado do crime 
de estupro para poder ser feito o aborto – não 
precisa nem mesmo da conclusão do 
inquérito policial, nem de autorização judicial 
Para comprovar o crime de estupro e ser 
realizado o procedimento exige-se somente 
uma declaração unilateral da mulher (como, 
por exemplo o B.O) – considera a prova idônea 
Se for identificado que a gestante mentiu, ela 
poderá responder pelo autoaborto e também 
por denunciação caluniosa ou notícia falsa de 
crime (crimes contra a dignidade da justiça) – 
será duplamente punida 
É recomendado que se faça o procedimento 
do aborto até a 12ª semana de gestação – por 
conta do desenvolvimento do feto e do 
mínimo impacto a gestante – a lei não traz um 
prazo específico, portanto se passa da 12ª 
semana geralmente o médico se recusa e a 
gestante precisa de autorização judicial 
↳ STF entende que aborto de fetos 
anencéfalos (anencefálicos, ou seja, sem 
cérebro ou com má-formação cerebral) 
não é crime, sendo mais uma exceção. 
Somente o médico pode realizar, com o 
consentimento da gestante. 
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos 
anteriores são aumentadas de um terço, se, em 
conseqüência do aborto ou dos meios empregados 
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de 
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer 
dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por 
médico: (Vide ADPF 54) 
Aborto necessário 
 I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
(aborto humanitário) 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é 
precedido de consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal. 
 
Exemplo de exceção: gestante chega com grande 
sangramento no posto de saúde – a enfermeira 
constata que caso não seja parado o sangramento 
em duas horas a gestante morre, sendo necessário 
realizar o aborto – ela liga para o médico e ele alega 
que não conseguirá chegar a tempo – a enfermeira 
tem que realizar o aborto e acaba sendo 
processada pelo fato – pode ser alegado estado de 
necessidade (art. 24 CP) – QUALQUER pessoa que 
saiba fazer o procedimento e caso fosse a única 
forma de salvar a vida pode alegar estado de 
necessidade. A alegação de estado de necessidade 
só cabe nesse caso 
QUESTÃO: 
Maria mantém relacionamento clandestino com João. 
Acreditando estar grávida, procura o seu amigo Pedro, que é 
auxiliar de enfermagem, e implora para que ele faça o aborto. 
Pedro, que já auxiliou diversas cirurgias legais de aborto, 
acreditando ter condições técnicas de realizar o ato sozinho, 
atende ao pedido de sua amiga, preocupado com a situação 
pessoal de Maria, que não poderia assumir a gravidez por ela 
anunciada. Durante a cirurgia, em razão da imperícia de Pedro, 
Maria vem a falecer, ficando apurado que, na verdade, ela não 
estava grávida. Em razão do fato narrado, Pedro deverá responder 
pelo crime de HOMICÍDIO CULPOSO 
Pedro não responderá pela tentativa de aborto, nos termos do 
artigo 17 do CP, tendo em vista a absoluta impropriedade do 
objeto, já que Maria não estava grávida, sendo impossível 
consumar o crime. 
Entretanto, pela imperícia na cirurgia, Pedro responderá por 
homicídio culposo, nos termos do artigo 121, §3º, do CP. 
 
 
 
 
 
 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
Monitoria 
1º bimestre 
 
12 
 
considerações gerais: 
As lesões corporais podem ser quaisquer danos provocados no sistema de funcionalidade normal 
do corpo humano. 
Não é um crime doloso contra vida, é um crime contra a integridade física. É a ofensa voltada à 
integridade corporal ou saúde, todo aquele dano ocasional à normalidade funcional do corpo 
humano. A finalidade deve ser voltada para integridade física, e não para a morte 
O núcleo do tipo da lesão corporal é ofender – ofensa 
potencialmente lesiva 
Qualquer forma de ofensa à integridade física (química, 
física, psicológica) 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, assim como o 
sujeito passivo. Em alguns casos, no entanto, o sujeito 
passivo vai ser a mulher grávida (art. 129, §§1º, IV e 2º, V). 
 
É um crime comum e material (exige resultado). Crime de forma livre. Pode ser praticado de 
forma comissiva ou comissiva por omissão (omissivo impróprio – quando o agente tem o dever de 
cuidado, mas não presta). É crime instantâneo (ação ocorre em um único momento). 
Admite-se tentativa. Crime cuja ações podem ser fracionadas. 
A autolesão não é crime (causar lesões em si próprio), por falta de lesividade a bem jurídico alheio. 
Se for induzida, responde pelo art. 122 do CP; se for incapaz, responde pelo art. 129 do CP, com 
justificativa do art. 122, §6º, do CP. 
Princípio da Insignificância: depende da doutrina, pois pode ou não caber. Depende da 
fundamentação do caso. Somente cabe no caso de lesões corporais leves (salvo se for caso de 
violência doméstica) 
Pluralidade de lesões: várias lesões corporais causadas no mesmo contexto fático. Se for no mesmo 
contexto fático, é apenas um crime. Verifica que tipo de lesão que ocorreu (leve, grave e gravíssima) 
pega a pior lesão para qualificar, e o resto das lesões usa como circunstância negativa na 1ª fase (art. 
59, do CP). 
A lesão corporal pode ser classificada como: 
↳ Simples (caput) 
↳ Qualificada (§§1º, 2º e 3º) 
↳ Privilegiada (§§4º e 5º) 
↳ Culposa (§6º) 
A lesão corporal simples é a prevista no art. 129, caput, do CP, e ocorrerá sempre que não resultar em 
lesão de natureza mais grave ou morte. 
A lesão qualificada pode ocorrer pela ocorrência de resultado grave (lesões graves) ou em virtude do 
resultado morte (lesão corporal seguida de morte). 
 
Exemplo: 
Se um indivíduo tem a vontade de matar 
outra pessoa e desfere 10 facadas nele – o 
indivíduo responderá somente pela morte, 
pois o crime fim absolve o crime meio 
(princípio da consunção/absorção) quando o 
crime meio é necessário para o crime fim, 
devendo ser analisado o dolo (se o indivíduo 
queria a morte) 
 
Monitoria 
1º bimestre13 
 
LESÃO CORPORAL LEVE OU 
SIMPLES 
Prevista no caput do art. 129 do Código Penal. 
É residual, por exclusão das demais. Ou seja, 
será leve quando não for grave, nem 
gravíssima. 
É competência dos Juizados Especiais 
Criminais (exceto quando for caso de violência 
doméstica contra mulher). 
 
 
 
 
LESÃO CORPORAL GRAVE 
Quando resultar em: 
↳ Incapacidade para as ocupações 
habituais, por mais de trinta dias (deve ser 
mais de 30 dias e pode ser qualquer 
ocupação, como academia). Se for 29 dias, 
não é lesão grave. 
↳ Perigo de vida: risco de morte, concreta 
possibilidade. Perito diz se houve risco de 
vida. Deve se dar de forma culposa. O 
perigo não é assumido. 
↳ Debilidade permanente de membro, 
sentido ou função: debilidade é redução. 
Obs.: órgãos duplos que exercem a mesma 
função ou se prestam para o mesmo 
sentido – debilidade – deve-se olhar a lesão 
e consequência dessa lesão. 
Exemplo: se perder somente um rim/olho, 
tem debilidade, pois é possível sobreviver 
com apenas um rim/olho, que exerce a 
mesma função, portanto então é grave. 
↳ Aceleração de parto: somente a gestante 
pode ser vítima. Nasce antes do tempo. 
 
 
 
LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA 
Quando resultar em: 
↳ Incapacidade permanente para o 
trabalho: praticamente inválido, não 
consegue mais prover a própria 
subsistência. Não consegue trabalhar 
em nenhum lugar e nenhuma área. 
↳ Enfermidade incurável: perda de 
memória, por exemplo. 
↳ Perda ou inutilização do membro, 
sentido ou função: perder um braço ou 
braço inutilizado. Perder o olho (não a 
visão). 
↳ Deformidade permanente: qualquer 
sequela permanente que causa repulsa, 
desconforto na vítima. Uma cicatriz, por 
exemplo. 
↳ Aborto: agressor precisa saber que a 
mulher está grávida; lesão com dolo e 
aborto com culpa (preterdoloso). Se tiver 
dolo na lesão e no aborto, responde por 
ambos os crimes em concurso formal. 
Lesão corporal 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a 
saúde de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano. 
Lesão corporal de natureza grave 
§ 1º Se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 
trinta dias; 
II - perigo de vida; 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou 
função; 
IV - aceleração de parto: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
O CP trata ambas como lesões graves, mas a doutrina 
chama as primeiras de Lesões Graves e as segundas de 
Lesões Gravíssimas. 
 
 
§ 2° Se resulta: 
I - Incapacidade permanente para o trabalho; 
II - enfermidade incurável; 
III perda ou inutilização do membro, sentido 
ou função; 
IV - deformidade permanente; 
V – aborto 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
 
Monitoria 
1º bimestre 
 
14 
 
 
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE 
MORTE 
Crime qualificado pelo resultado, mais 
especificamente, um crime PRETERDOLOSO 
(dolo na lesão e culpa na morte). 
 
 
 
Figura privilegiada: causa de diminuição 
de pena e de substituição 
↳ Agente comete o crime movido por 
relevante valor moral ou social, ou 
movido por violenta emoção, logo em 
seguida à injusta provocação da vítima: 
pena diminuída de 1/6 a 1/3. 
↳ Não sendo graves as lesões: a) Ocorrer a 
situação anterior; ou b) se tratar de lesões 
recíprocas entre infrator e ofendido – o juiz 
pode substituir a pena privativa de 
liberdade pela multa. 
LESÃO CORPORAL CULPOSA 
Prevista no §6º do art. 129 do CP. É praticada 
quando há violação a um dever objetivo de 
cuidado (negligência, imprudência ou 
imperícia) 
Não faz diferença para a pena base a 
gravidade da lesão – em todos os tipos de 
lesão corporal, se for culposa, a pena base será 
de dois meses a um ano. Será ação penal 
pública condicionada, salvo em casos de 
violência doméstica contra a mulher. 
OBS: Previsão específica na modalidade 
culposa quando é na direção de veículo 
automotor - art. 303 CTB 
Na lesão corporal culposa, o juiz pode 
conceder perdão judicial ao infrator, assim 
como no caso de homicídio culposo. 
O CP trata da violência doméstica. A violência 
doméstica é a praticada contra ascendente, 
descendente, irmão, cônjuge, companheiro, 
pessoa com quem conviva, ou tenha convivido 
ou, ainda, quando o agente se prevalece das 
relações de hospitalidade e convivência. Tanto 
homem quanto mulher pode ser vítima. Em 
crime de violência doméstica contra o 
homem, vai para juízo comum e depende de 
representação. 
Em relação ao delito de lesão corporal 
praticado no âmbito de violência doméstica: 
↳ se o crime for qualificado (lesão grave, 
gravíssima ou morte) – pena aumentada 
de 1/3. 
↳ se a vítima de violência doméstica é 
pessoa com deficiência – pena 
aumentada de 1/3. 
↳ Contra autoridade ou agente policial (§12) 
Se o crime de lesões corporais for praticado 
contra integrantes das Forças Armadas 
(Marinha, Exército e Aeronáutica), das 
forças de segurança pública (Policial 
Federal, Policial Rodoviário Federal, Militar 
e corpo de bombeiros militar), dos agentes 
do sistema prisional (agente 
penitenciários) e integrantes da Força 
Nacional de Segurança. 
É necessário que o crime tenha sido 
praticado no exercício da função ou em 
razão da função exercida pelo agente. 
Relacionada também os parentes destes 
funcionários públicos (cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até 
terceiro grau). 
Exemplo: um indivíduo bate no outro com as 
mãos, não tendo o objetivo matar o outro, 
porém depois das agressões esse outro 
indivíduo acaba morrendo 
 
Diminuição de pena 
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de 
relevante valor social ou moral ou sob o domínio de 
violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Substituição da pena 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda 
substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos 
mil réis a dois contos de réis: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
Monitoria 
1º bimestre 
 
15 
 
OBSERVAÇÕES 
↳ Em casos de violência doméstica, só se aplicam as disposições se a lesão for dolosa. Se a 
lesão for culposa, a regra é a mesma das lesões comuns (não domésticas). 
↳ No crime de violência doméstica, é possível o enquadramento, por exemplo, da babá, que 
se aproveita da convivência com a criança para agredi-la. 
↳ O crime de lesão corporal é processado mediante ação penal pública incondicionada, via de 
regra. Todavia, em caso de lesão corporal culposa, a ação será pública condicionada à 
representação (art. 88, da Lei n. 9.099/95). 
↳ ATENÇÃO: Se a lesão é praticada com violência doméstica À MULHER, a ação será pública 
incondicionada (súmula n. 542, STJ). 
 
 
Os crimes contra a honra são aqueles em que o bem 
jurídico tutelado é a honra do ofendido. 
Os crimes contra a honra são três: 
↳ Calúnia 
↳ Injúria 
↳ Difamação 
 
 
 
 
 
Lesão corporal culposa 
§ 6° Se a lesão é culposa: (Vide Lei nº 4.611, de 1965) 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
Aumento de pena 
 Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. (Redação ڎ7 § 
dada pela Lei nº 12.720, de 2012) 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.(Redação dada pela Lei nº 8.069, de 1990) 
Violência Doméstica (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha 
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: (Redação dada pela 
Lei nº 11.340, de 2006) 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena 
em 1/3 (um terço). (Incluído pela Lei nº 10.886, de 2004) 
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo,a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de 
deficiência. (Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006) 
o O §9º é para lesão leve 
o Aplica-se o §10 para lesão grave, gravíssima, ou com morte – pega a pena base a aumenta 1/3 
 
HONRA OBJETIVA 
é o apreço que os outros têm pela 
pessoa. É ligada à imagem da pessoa 
perante a sociedade. 
HONRA SUBJETIVA 
É o sentimento de apreço pessoal 
que a pessoa tem de si mesma. 
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3.1 Calúnia: 
é a imputação falsa, a alguma pessoa, de 
fato definido como crime. Prevista no art. 
138, do Código Penal. 
Na calúnia, o bem jurídico protegido é a 
honra objetiva do ofendido, pois sua imagem 
perante a sociedade está em 
jogo. 
 
O tipo objetivo é a conduta de imputar a 
alguém falsamente fato definido como 
crime. Conduta só pode ser pratica na forma 
comissiva. 
 
Pode ocorrer quando o fato imputado não 
ocorreu ou quando mesmo tendo ocorrido, 
não foi o caluniado o seu autor. 
 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. 
Todavia, em alguns casos, algumas pessoas 
possuem imunidade material, não praticando 
o crime quando caluniam alguém no exercício 
da profissão (parlamentares, como exemplo). 
O sujeito passivo também pode ser qualquer 
pessoa. Os mortos também podem ser 
caluniados, mas os sujeitos passivos são seus 
familiares. 
 
A Pessoa Jurídica pode ser vítima de calúnia 
desde que o crime imputado seja um crime 
ambiental 
O inimputável pode ser caluniado. Não exige 
que o ofendido seja culpável (imputável), 
bastando que o fato que lhe está sendo 
atribuído seja definido como crime. 
Não se admite calúnia na modalidade culposa. 
O elemento subjetivo é o dolo. Se alguém 
caluniar na brincadeira, não é crime. É 
necessária a intenção de caluniar. 
Se o agente imputa a si mesmo fato definido 
como crime, de forma falsa (auto calúnia), 
poderá estar cometendo o crime de 
autoacusação (Art. 314, do CP), dependendo 
das circunstâncias. 
A calúnia praticada contra o Presidente da 
República, por questões políticas, é crime 
contra a segurança nacional. 
Conduta equiparada: nesta modalidade, só 
se admite o dolo direto, e não eventual. Se 
consuma com a divulgação da calúnia a um 
terceiro. Trata-se de um crime formal. 
É cabível a tentativa. 
Exceção da Verdade: trata-se do direito que o 
sujeito ativo tem de provar que o fato que ele 
imputa ao sujeito passivo, de fato, ocorreu. 
Não se admite invocar a exceção da verdade 
quando: 
a. No caso de ação penal privada, se não 
houve ainda sentença irrecorrível – se o 
ofendido estiver respondendo a um 
processo criminal, não pode alegar exceção 
da verdade. 
b. No caso de calúnia dirigida ao Presidente 
da República ou chefe de governo 
estrangeiro. 
Calúnia 
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe 
falsamente fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a 
imputação, a propala ou divulga. 
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
Exceção da verdade 
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação 
privada, o ofendido não foi condenado por sentença 
irrecorrível; 
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas 
indicadas no nº I do art. 141; 
 III - se do crime imputado, embora de ação pública, 
o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLOS: 
João imputa a Maria um fato definido como crime, levando ao 
conhecimento de algumas pessoas esse fato. Se estas 
pessoas não acreditarem, não haverá resultado naturalístico, 
pois a honra objetiva não foi atingida. É irrelevante para a 
consumação. 
Ana encaminha uma carta a Paula contendo um fato 
calunioso em relação a Mario. Imagine que Mario intercepte a 
carta antes que chegue ao conhecimento de Paula (terceiro). 
Houve a tentativa. 
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c. No caso de ação penal pública, caso o 
caluniado tenha sido absolvido por 
sentença penal transitada em julgado. 
Diferença entre calúnia e denunciação 
caluniosa: 
Calúnia: crime contra a honra. 
Denunciação caluniosa: dolo, sabendo que a 
outra pessoa é inocente. Crime contra a 
justiça. Vai até a autoridade e inventa algo. 
3.2 Difamação: 
Semelhante à calúnia, tendo também como 
bem jurídico tutelado a honra objetiva do 
ofendido. 
A diferença é que o fato imputado NÃO É 
CRIME, mas apenas ofende a reputação. 
O sujeito ativo e passivo pode ser qualquer 
pessoa. Trata-se de crime comum. 
 
ATENÇÃO: Não se pune difamação contra os 
mortos. 
 
O tipo subjetivo é o dolo (direto ou 
eventual), não se admitindo a forma 
culposa. 
 
A consumação ocorre quando um terceiro 
tem conhecimento do fato difamatório, 
independentemente se acreditar ou não ao 
fato. A tentativa é possível na forma escrita. 
 
Exceção da verdade: Só é admitida se o 
ofendido é funcionário público e a difamação 
é referente ao exercício das funções. 
3.3 Injúria: 
A injúria busca tutelar a honra subjetiva do 
ofendido. 
O sujeito ativo e passivo podem ser qualquer 
pessoa. 
Aqui não se trata de fato, mas da emissão de 
um conceito depreciativo sobre o ofendido. 
Não se exige que um terceiro tenha 
conhecimento da vítima. É necessário 
somente que a própria vítima tenha 
conhecimento das ofensas. 
O crime é formal, se consumando com a 
chegada da ofensa aos conhecimentos da 
vítima, independentemente do fato de esta se 
sentir ofendida ou não. 
Cabe tentativa na forma escrita 
Não se admite prova da verdade (exceção da 
verdade). 
O §1º dispõe sobre o PERDÃO JUDICIAL. É o 
caso da provocação e da retorsão 
Difamação 
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo 
à sua reputação: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se 
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa 
é relativa ao exercício de suas funções. 
EXEMPLO: 
Ângelo espalha para a vizinhança que João 
anda traindo sua esposa. Isso é um exemplo 
de difamação, pois tem relação com sua 
reputação e não é crime. 
Exceção da verdade 
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se 
admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é 
relativa ao exercício de suas funções. 
 Injúria 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade 
ou o decoro: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou 
diretamente a injúria; 
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra 
injúria. 
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O §2º trata da chamada INJÚRIA REAL, pois 
há contato físico, pretendendo humilhar 
através de contato físico (tapa na cara, por 
exemplo. 
É preciso que o agente tenha a finalidade 
especial de agir (elemento subjetivo), 
consistente na intenção de ofender. 
O §3º trata sobre a injúria qualificada, que é 
uma modalidade em que a lei prevê uma pena 
mais grave. 
A intenção do agente é ofender. Diferente do 
crime de racismo, no qual o infrator pratica 
uma espécie de segregação, buscando 
marginalizar determinada pessoa em razão de 
alguma condição pessoal. 
A doutrina entende que não é cabível perdão 
judicial na injúria qualificada nem na injúria 
real. 
 
 § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, 
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se 
considerem aviltantes: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, 
além da pena correspondente à violência. 
 
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a 
condição de pessoa idosa ou portadora de 
deficiência: 
Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
 
 
OBSERVAÇÕES: 
↳ Se o crime for praticado contra Presidente da República ou 
chefe de governo estrangeiro, contra funcionário público (no 
exercício da função, na presença de váriaspessoas ou por 
meio que facilite a divulgação ou, ainda, contra pessoa maior 
de 60 anos ou deficiente (salvo no caso de injúria), a pena do 
agente é aumentada em 1/3. 
↳ Se o crime for praticado mediante paga ou promessa de 
recompensa, a pena é aplicada em dobro. 
↳ A injúria ou difamação não é punível se for realizada em juízo, 
pela parte ou seu procurador, se decorre de crítica literária, 
artística ou científica (salvo se inequívoca intenção de 
injuriar). 
↳ Se for praticada calúnia e difamação pelos meios de 
comunicação, a retratação deve ocorrer pelos mesmos meios 
que foram cometidos. 
↳ A ação penal, em regra, é privada, salvo no caso de injúria real 
quando tiver violência. Se resultar em lesão corporal, será de 
ação penal pública condicionada ou incondicionada. 
↳ A ação é pública incondicionada à representação do ofendido 
no caso de injúria qualificada. 
Disposições comuns 
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo 
aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é 
cometido: 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe 
de governo estrangeiro; 
II - contra funcionário público, em razão de suas 
funções; 
 III - na presença de várias pessoas, ou por meio que 
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da 
injúria. 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou 
portadora de deficiência, exceto no caso de 
injúria. 
§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou 
promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro 
Exclusão do crime 
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou 
por seu procurador; 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, 
salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; 
 III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do 
ofício. 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou 
pela difamação quem lhe dá publicidade. 
 
Retratação 
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente 
da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a 
calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a 
retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos 
meios em que se praticou a ofensa. 
 
 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, 
difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir 
explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do 
juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. 
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede 
mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência 
resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante 
requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 
141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso 
do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 
deste Código. 
 
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Os crimes contra a liberdade individual são crimes que atentam contra a liberdade da pessoa. 
Protege-se a escolha que todo cidadão possui de agir, ou não agir, conforme a sua própria 
vontade. 
São divididos em quatro grupos:
↳ Crimes contra a liberdade pessoal 
↳ Crimes contra a inviolabilidade do domicílio 
↳ Crimes contra a inviolabilidade das correspondências 
↳ Crimes contra a inviolabilidade dos segredos 
4.1 Constrangimento ilegal 
 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa 
(crime comum). O sujeito passivo também 
pode ser qualquer pessoa, desde que tenha 
discernimento. Se o sujeito ativo for 
funcionário público no exercício da função, 
podemos estar diante do crime de abuso de 
autoridade. 
O elemento subjetivo é o dolo. Não existe na 
modalidade culposa. 
A conduta pode ser realizada de várias 
maneiras, contando que o agente empregue 
violência, grave ameaça ou outro meio que 
diminua a capacidade de resistência, a fim de 
COAGIR a pessoa a fazer alguma coisa. 
Só existirá esse crime caso não se trate de 
crime mais grave (subsidiariedade expressa). 
Por exemplo, se uma pessoa coage alguém 
para manter relações sexuais, está cometendo 
o crime de estupro e não de constrangimento 
ilegal. 
Pode ser praticado, de acordo com a doutrina, 
de forma comissiva (ação) ou omissiva 
(omissão). 
A consumação ocorre quando a vítima age ao 
comando do agente e pratica aquilo que foi 
coagida. Trata-se de crime material e 
plurissubsistente, sendo possível a tentativa. 
❖ AUMENTO DE PENA 
Se o crime for cometido por meio de concurso 
de mais de três empresas ou através de 
emprego de arma (qualquer tipo), a pena é 
aplicada em dobro, conforme §1º do art. 146, do 
CP. 
Se na execução o agente utilizar violência, 
acarretando em lesões na vítima, responderá, 
cumulativamente, pelo constrangimento 
ilegal e pela violência aplicada (§2º), em 
concurso material. 
O constrangimento ilegal não será punido 
quando: 
↳ for praticado por médico, objetivando 
salvar a vida do paciente (quando este não 
quiser); ou 
↳ o agente exerce coação para impedir 
suicídio do coagido (§3º) 
Constrangimento ilegal 
Art. 146 - Constranger alguém, mediante 
violência ou grave ameaça, ou depois de lhe 
haver reduzido, por qualquer outro meio, a 
capacidade de resistência, a não fazer o que 
a lei permite, ou a fazer o que ela não manda: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou 
multa. 
 
 Aumento de pena 
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, 
quando, para a execução do crime, se reúnem mais de 
três pessoas, ou há emprego de armas. 
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as 
correspondentes à violência. 
 
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo: 
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o 
consentimento do paciente ou de seu representante legal, 
se justificada por iminente perigo de vida; 
II - a coação exercida para impedir suicídio. 
 
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4.2 Ameaça 
A ameaça é o delito pelo qual um indivíduo 
promete uma realização futura de um mal 
grave e injusto a outra pessoa. 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa 
(crime comum), assim como o sujeito 
passivo. No entanto, o sujeito passivo precisa 
ter capacidade de entender o caráter da 
ameaça. 
Pode ser cometido de várias formas 
(palavras, gestos, escritos), de maneira 
implícita ou explícita. Pode ser direta ("eu vou 
te matar") ou indireta ("se eu fosse você, eu 
faria... "). 
A ameaça pode ser incondicionada (ameaça 
de fazer o mal injusto e grave); ou 
condicionada (mal prometido só ocorrerá sob 
certas condições). 
O mal precisa ser injusto e grave. A gravidade 
é analisada de acordo com o caso concreto, 
considerando a sensibilidade de cada pessoa. 
O elemento subjetivo é o dolo, baseado na 
vontade de ameaçar. Não é admitida a forma 
culposa. 
A consumação ocorre com a chegada da 
ameaça ao conhecimento da vítima. Via de 
regra, não cabe tentativa, mas é admitida na 
forma escrita. 
É ação penal CONDICIONADA À 
REPRESENTAÇÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou 
qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e 
grave: 
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
Parágrafo único - Somente se procede mediante 
representação. 
 
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QUESTÕES 
1. Insatisfeito com o comportamento de seu empregador Juca, Carlos escreve uma carta 
para a família daquele, afirmando que Juca seria um estelionatário e torturador. Lacra a carta e 
a entrega no correio, adotando todas as medidas para que chegasse aos destinatários. No dia 
seguinte, porém, Carlos se arrepende de seu comportamento e passa a adotar conduta para 
evitar que a carta fosse lida por qualquer pessoa e o crime consumado. Carlos vai até acasa de 
Juca, tenta retirar a carta da caixa do correio, mas vê o exato momento em que Juca e sua esposa 
pegam o envelope e leem todo o escrito. Ofendido, Juca procura seu advogado e narra o ocorrido. 
Considerando a situação apresentada, o advogado de Juca deverá esclarecer que a conduta de 
Carlos configura crime de: 
a. injúria, consumado; 
b. tentativa de injúria, pois houve arrependimento eficaz, devendo Carlos responder apenas pelos 
atos já praticados; 
c. tentativa de calúnia, pois houve desistência voluntária, devendo Carlos responder apenas pelos 
atos já praticados; 
d. tentativa de calúnia, pois houve arrependimento eficaz, devendo Carlos responder apenas pelos 
atos já praticados; 
e. calúnia, consumado. 
 
2. João, servidor público estadual ocupante do cargo efetivo de engenheiro civil, foi o 
responsável por determinada obra com escavação de um poço. João agiu culposamente, nas 
modalidades de imperícia e negligência, pois, na condição de engenheiro civil, realizou obra sem 
observar seu dever objetivo de cuidado e as regras técnicas da profissão, provocando como 
resultado a morte de um pedreiro que trabalhava no local. Em termos de responsabilidade 
criminal, em tese, João: 
 
a. não deve ser processado por homicídio, pois não agiu com dolo ou culpa criminal, restringindo-se 
sua responsabilidade à esfera cível; 
b. não deve ser processado por homicídio, pois agiu como funcionário público no exercício da função, 
restando apenas a responsabilidade cível que recairá sobre o poder público; 
c. deve ser processado por homicídio doloso, eis que agiu com dolo direto e eventual, na medida em 
que assumiu o risco de provocar a morte do pedreiro; 
d. deve ser processado por homicídio culposo, com causa de diminuição de pena, eis que não agiu 
com intenção de provocar o resultado morte do pedreiro; 
e. deve ser processado por homicídio culposo, com causa de aumento de pena, eis que o crime 
resultou de inobservância de regra técnica de profissão. 
 
R: LETRA A – Não houve imputação de fato no caso narrado; portanto, não houve calúnia e nem difamação. 
Houve, assim, injúria. Consumada pois estão reunidos todos os elementos necessários para a definição legal; a 
carta chegou ao destinatário e foi lida. 
 
R: LETRA E -> De acordo com o caso, o agente responde por homicídio culposo (agiu culposamente). 
Ademais, a situação mencionada de imperícia e negligência caracteriza o aumento de pena por 
inobservância de regra técnica. 
 
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3. Roberta, enquanto conversava com Robson, afirmou categoricamente que presenciou 
quando Caio explorava jogo do bicho, no dia 03/03/2017. No dia seguinte, Roberta contou para 
João que Caio era um “furtador”. 
Caio toma conhecimento dos fatos, procura você na condição de advogado(a) e nega tudo o que 
foi dito por Roberta, ressaltando que ela só queria atingir sua honra. 
Nesse caso, deverá ser proposta queixa-crime, imputando a Roberta a prática de 
a. 1 crime de difamação e 1 crime de calúnia. 
b. 1 crime de difamação e 1 crime de injúria. 
c. 2 crimes de calúnia. 
d. 1 crime de calúnia e 1 crime de injúria. 
 
4. Paloma, sob o efeito do estado puerperal, logo após o parto, durante a madrugada, vai até 
o berçário onde acredita encontrar-se seu filho recém-nascido e o sufoca até a morte, retornando 
ao local de origem sem ser notada. No dia seguinte, foi descoberta a morte da criança e, pelo 
circuito interno do hospital, é verificado que Paloma foi a autora do crime. Todavia, constatou-se 
que a criança morta não era o seu filho, que se encontrava no berçário ao lado, tendo ela se 
equivocado quanto à vítima desejada. 
Diante desse quadro, Paloma deverá responder pelo crime de 
a. homicídio culposo. 
b. homicídio doloso simples. 
c. infanticídio. 
d. homicídio doloso qualificado. 
 
5. No que toca ao delito de aborto e seus permissivos legais, é correto afirmar que: 
 
a. não é admissível na legislação pátria, diante do direito à vida consagrado na Constituição da 
República. 
b. é amplamente admissível na legislação pátria, diante da supremacia da disposição da mulher 
sobre seu corpo. 
c. é excepcionalmente admissível na legislação pátria, no caso de aborto terapêutico ou aborto 
humanitário (ou piedoso). 
d. é excepcionalmente admissível na legislação pátria, no caso de aborto eugênico ou aborto 
humanitário (ou piedoso). 
e. é amplamente admissível na legislação pátria, em razão de questões de política de saúde pública, 
mesmo sem o consentimento da gestante. 
 
R: LETRA B -> Primeiramente, cabe dizer que “explorar jogo do bicho” é uma contravenção penal, logo, não 
há o que se falar em calúnia (precisa ser CRIME). Quanto ao fato de Roberta contar para João que caio era um 
furtador, não houve uma imputação de um fato, logo, não caracteriza a difamação e a calúnia. Houve uma 
ofensa genérica, portanto, uma injúria. 
 
Nesse caso, seria possível uma queixa por INJÚRIA, visto que Roberta ofendeu a dignidade/decoro 
de Caio ao chamá-lo de “furtador”. 
 
Nesse caso, caberia uma queixa sobre DIFAMAÇÃO, visto que Roberta imputou a Caio fato OFENSIVO À SUA 
REPUTAÇÃO (explorar jogo do bicho). 
 
b) No dia seguinte, Roberta co 
 
R: LETRA C -> No caso em apreço, Paloma responderá pelo crime de infanticídio, conforme art. 122, do CPP. 
Embora Paloma tenha matado o filho de outra pessoa, a intenção era matar o próprio filho. Houve erro sobre a 
pessoa; neste caso, o agente responde como se tivesse atingido a pessoa visada (art. 20, §3º, do CP) 
R: LETRA C -> nos termos do art. 128, incisos I e II, do CP. 
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REFERÊNCIAS: 
Noções de Direito Penal p/ Prefeitura de Campos do Jordão/SP (Guarda Municipal) Pós-
edital – Estratégia Concursos. Professor Renan Araújo. 
Direito Penal para Policial Civil de São Paulo (Agente Policial). Professor Renan Araújo. 
Direito Penal e Processual Penal para Prefeitura de Valinhos (Guarda Municipal) – Pós-Edital. 
Professor Renan Araújo.

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