Buscar

Direito Penal (Parte Especial) (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 443 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 443 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 443 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL ESPECIAL 
(Aulas do Masson + Mege + CP Iuris + Ciclos + Emagis + Greco + CP 
comentado) 
Última atualização: 18/03/21 
 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA _____________________________________________________________11 
1. HOMICÍDIO ____________________________________________________________________________ 11 
1.1. Homicídio Simples __________________________________________________________________________ 11 
1.2. Homicídio “privilegiado” _____________________________________________________________________ 12 
1.3. Homicídio qualificado _______________________________________________________________________ 14 
1.3.1. I) mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe: _________________________ 14 
1.3.2. II) Por motivo fútil ______________________________________________________________________ 15 
1.3.3. III. Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum ____________________________________________________________________________ 17 
1.3.4. IV) À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a 
defesa do ofendido ______________________________________________________________________________ 18 
1.3.5. V) Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime ________________ 19 
1.3.6. VI) Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio) _________________________ 20 
1.3.7. VII) contra autoridade ou agente descritonos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:(Incluído pela Lei nº 
13.142, de 2015) ________________________________________________________________________________ 24 
1.4. Causas de aumento de pena do homicídio doloso __________________________________________________ 26 
1.5. Homicídio privilegiado-qualificado _____________________________________________________________ 27 
1.6. Homicídio culposo __________________________________________________________________________ 28 
1.6.1. Causas de aumento de pena do homicídio culposo_____________________________________________ 29 
1.6.2. Perdão judicial _________________________________________________________________________ 30 
1.6.3. Confronto _____________________________________________________________________________ 31 
1.6.4. QUADRO-RESUMO _____________________________________________________________________ 31 
2. INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO ___________________________________________ 38 
2.1. Qualificadoras – Vítima Capaz ou não Vulnerável __________________________________________________ 41 
2.2. Qualificadoras – Vítima Incapaz ou Vulnerável _____________________________________________________ 41 
2.3. Majorantes de pena _________________________________________________________________________ 42 
2.4. Hipóteses específicas _______________________________________________________________________ 42 
2.4.1. Pacto de morte (ambicídio) ________________________________________________________________ 43 
2.4.2. Roleta russa ou duelo americano ___________________________________________________________ 43 
2.4.3. Desafio da baleia azul, jogo da asfixia e práticas análogas________________________________________ 43 
3. INFANTICÍDIO __________________________________________________________________________ 43 
3.1. Concurso de agentes ________________________________________________________________________ 45 
3.2. Confronto _________________________________________________________________________________ 46 
4. ABORTO _______________________________________________________________________________ 48 
4.1. Espécies de aborto: _________________________________________________________________________ 49 
4.1.1. Aborto praticado pela própria gestante ou com seu consentimento _______________________________ 49 
4.1.2. Provocar aborto sem o consentimento da gestante____________________________________________ 50 
4.1.3. Aborto praticado por terceiro, com o consentimento da gestante _________________________________ 51 
4.1.4. Causas de aumento de pena ou aborto majorado pelo resultado __________________________________ 51 
4.1.5. Aborto legal permitido ___________________________________________________________________ 52 
4.2. Outras hipóteses ___________________________________________________________________________ 53 
4.3. Confronto _________________________________________________________________________________ 54 
4.3.1.1. Quadro-resumo _______________________________________________________________________ 54 
LESÃO CORPORAL ______________________________________________________________________57 
1. LESÃO CORPORAL DOLOSA________________________________________________________________ 60 
1.1. Lesão corporal dolosa de natureza leve __________________________________________________________ 60 
1.2. Lesão corporal dolosa de natureza grave _________________________________________________________ 63 
1.3. Lesão corporal dolosa de natureza gravíssima _____________________________________________________ 66 
1.4. Lesão corporal seguida de morte _______________________________________________________________ 69 
1.5. Lesão corporal dolosa privilegiada ______________________________________________________________ 71 
1.6. Violência doméstica e familiar _________________________________________________________________ 71 
1.6.1. Lesão leve dolosa qualificada pela violência doméstica __________________________________________ 71 
1.6.2. Pessoa portadora de deficiência e causas de aumento de pena da lesão leve praticada no âmbito doméstico 
e familiar 73 
1.6.3. Causas de aumento de pena da lesão dolosa __________________________________________________ 73 
1.6.3.1. Causa de aumento de pena na lesão grave, gravíssima e seguida de morte praticada no âmbito de 
violência doméstica ___________________________________________________________________________ 73 
1.6.3.2. Causa de aumento de pena da lesão dolosa ________________________________________________ 73 
1.6.3.3. Causa de aumento de pena da lesão dolosa ________________________________________________ 74 
1.7. LESÃO CORPORAL CULPOSA __________________________________________________________________ 74 
1.7.1. Figura simples _________________________________________________________________________ 74 
1.7.2. Causa de aumento de pena da lesão culposa ___________________________________________________ 75 
1.8. Perdão judicial _____________________________________________________________________________ 76 
1.9. AÇÃO PENAL _______________________________________________________________________________ 76 
1.10. CONFRONTO _______________________________________________________________________________ 77 
2. OMISSÃO DE SOCORRO ___________________________________________________________________ 78 
2.7. Causa de Aumento de Pena ____________________________________________________________________ 81 
2.8. Confronto _________________________________________________________________________________ 81 
2.8.1. Confronto -Código de Trânsito Brasileiro _____________________________________________________ 81 
3. CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL __________________________ 82 
3.7. Causa de Aumento de Pena ____________________________________________________________________ 83 
3.8. Confronto _________________________________________________________________________________ 84 
4. RIXA __________________________________________________________________________________ 84 
4.1. Qualificadora ______________________________________________________________________________ 86 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA ___________________________________________________________87 
1. CALÚNIA ______________________________________________________________________________91 
1.1. Propalação ou divulgação da calúnia ____________________________________________________________ 93 
1.2. Exceção da verdade _________________________________________________________________________ 94 
2. DIFAMAÇÃO ____________________________________________________________________________ 95 
2.1. Exceção da verdade _________________________________________________________________________ 96 
2.2. Exceção de notoriedade (CPP) _________________________________________________________________ 97 
3. INJÚRIA _______________________________________________________________________________ 97 
3.1. Perdão judicial _____________________________________________________________________________ 99 
3.2. Injúria real _________________________________________________________________________________ 99 
3.3. Injúria preconceito (ou racismo impróprio ou injúria qualificada) _____________________________________ 100 
4. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ___________________________________________________________ 103 
5. EXCLUSÃO DO CRIME ____________________________________________________________________ 105 
5.1. RETRATAÇÃO ______________________________________________________________________________ 110 
5.2. PEDIDO DE EXPLICAÇÕES ____________________________________________________________________ 111 
6. AÇÃO PENAL __________________________________________________________________________ 112 
7. CONFRONTO __________________________________________________________________________ 113 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL _____________________________________________113 
1. CONSTRANGIMENTO ILEGAL _____________________________________________________________ 116 
1.1. Figura simples _____________________________________________________________________________ 117 
1.2. Causas de aumento de pena __________________________________________________________________ 118 
1.3. Sanção __________________________________________________________________________________ 119 
1.4. Causas de exclusão do crime __________________________________________________________________ 119 
1.5. Confronto ________________________________________________________________________________ 120 
1.6. Quadro-resumo ___________________________________________________________________________ 121 
2. AMEAÇA _____________________________________________________________________________ 121 
3. SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO __________________________________________________________ 124 
3.1. Figura simples _____________________________________________________________________________ 124 
3.2. Figuras qualificadas ________________________________________________________________________ 126 
3.3. Confronto ________________________________________________________________________________ 127 
3.4. Quadro-resumo ___________________________________________________________________________ 128 
4. REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO _____________________________________________ 129 
4.1. Figura simples_____________________________________________________________________________ 129 
4.2. Sanção __________________________________________________________________________________ 131 
4.3. Causas de aumento da pena __________________________________________________________________ 131 
4.4. Competência _____________________________________________________________________________ 132 
4.5. Confronto ________________________________________________________________________________ 133 
4.6. Quadro resumo ____________________________________________________________________________ 133 
5. TRÁFICO DE PESSOAS ___________________________________________________________________ 134 
5.1. Introdução _______________________________________________________________________________ 134 
5.2. Das disposições penais______________________________________________________________________ 138 
5.3. Figura simples _____________________________________________________________________________ 140 
5.4. Causas de aumento de pena __________________________________________________________________ 141 
5.5. Causa de diminuição de pena ________________________________________________________________ 142 
5.6. Ação Penal _______________________________________________________________________________ 142 
6. INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO ____________________________________________________ 142 
6.1. Figura simples _____________________________________________________________________________ 143 
6.2. Figura equiparada __________________________________________________________________________ 145 
6.3. Causa de aumento de pena ___________________________________________________________________ 145 
6.4. Figura qualificada __________________________________________________________________________ 145 
6.5. Causa de aumento de pena da figura qualificada _________________________________________________ 146 
6.7. Ação penal _______________________________________________________________________________ 146 
6.8. Competência _____________________________________________________________________________ 147 
6.9. Quadro resumo ____________________________________________________________________________ 147 
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO _____________________________________________________149 
1. FURTO _______________________________________________________________________________ 149 
1.1. Figura simples_____________________________________________________________________________ 150 
1.2. Furto famélico ____________________________________________________________________________ 155 
1.3. Princípio da insignificância___________________________________________________________________ 155 
1.4. Crime impossível e tentativa _________________________________________________________________ 158 
1.5. Furto majorado pelo repouso noturno _________________________________________________________ 159 
1.6. Causa de diminuição de pena (furto “privilegiado” ou mínimo) _____________________________________ 161 
1.7. Furto qualificado __________________________________________________________________________ 162 
1.7.1. Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa (I) _____________________________ 163 
1.7.2. Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza (II) ___________________________ 164 
1.7.3. Com emprego de chave falsa (III) __________________________________________________________ 169 
1.7.4. Mediante concurso de duas ou mais pessoas (IV) _____________________________________________ 170 
1.7.5. Furto cometido com emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (Incluído pela 
Lei nº 13.654, de 2018) __________________________________________________________________________ 170 
1.8. Veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou exterior (§ 5º) __________________ 171 
1.9. Semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração (§ 6º) 172 
1.10. Furto de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, 
montagem ou emprego (§ 7º) _______________________________________________________________________ 172 
1.11. Confronto ________________________________________________________________________________ 172 
1.11.1.1. Quadro resumo _____________________________________________________________________ 173 
2. FURTO DE COISA COMUM _______________________________________________________________ 175 
3. ROUBO _______________________________________________________________________________ 177 
3.1. Roubo próprio (caput) ______________________________________________________________________ 178 
3.2. Roubo Impróprio (ou roubo por aproximação)___________________________________________________ 181 
3.3. Quadro-resumo (distinções entre o roubo próprio e o impróprio): ___________________________________ 182 
3.4. Roubo e concurso de crimes _________________________________________________________________184 
3.5. Causas de aumento de pena (roubo majorado) __________________________________________________ 185 
3.6. A pena aumenta-se de 1/3 até a metade (§ 2º) __________________________________________________ 185 
3.7. A pena aumenta-se de 2/3 (§ 2º-A - Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018) _____________________________ 188 
3.8. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se 
em dobro a pena prevista no caput deste artigo. (§ 2º-B - Incluído pela Lei nº 13.964/2019). ______________________ 191 
3.9. Presença de mais de uma causa de aumento ____________________________________________________ 191 
3.10. ROUBO QUALIFICADO ______________________________________________________________________ 192 
3.10.1. Aspectos Gerais _______________________________________________________________________ 192 
3.10.2. Latrocínio ____________________________________________________________________________ 193 
3.10.3. Latrocínio e cooperação dolosamente distinta _______________________________________________ 196 
3.11. Confronto ________________________________________________________________________________ 197 
3.12. Quadro resumo ___________________________________________________________________________ 197 
4. EXTORSÃO ____________________________________________________________________________ 204 
4.1. Figura simples _____________________________________________________________________________ 204 
4.2. Sextorsão ________________________________________________________________________________ 207 
4.3. Causas de aumento de pena (extorsão majorada) ________________________________________________ 208 
4.4. Extorsão qualificada pela lesão grave ou morte __________________________________________________ 208 
4.5. Extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima (“sequestro relâmpago”) ____________________ 208 
4.6. Confronto ________________________________________________________________________________ 209 
4.7. Quadro resumo ____________________________________________________________________________ 210 
5. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO ________________________________________________________ 211 
5.1. Figura simples_____________________________________________________________________________ 211 
5.2. Figuras qualificadas ________________________________________________________________________ 213 
5.2.1. Duração do sequestro superior a 24 horas, sequestrado menor de 18 ou maior de 60 anos, ou crime 
cometido por associação criminosa (§ 1º) ____________________________________________________________ 213 
5.2.2. Resultado lesão grave ou morte (§ 2º e § 3º) ________________________________________________ 214 
5.3. Delação premiada _________________________________________________________________________ 214 
6. DANO ________________________________________________________________________________ 216 
6.1. FIGURA SIMPLES___________________________________________________________________________ 217 
6.2. FIGURA QUALIFICADA ______________________________________________________________________ 218 
6.2.1. Com violência à pessoa ou grave ameaça ___________________________________________________ 218 
6.2.2. Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave _______ 219 
6.2.3. Contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia, fundação 
pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos ________ 219 
6.2.4. Por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima ________________________________ 221 
6.3. AÇÃO PENAL ______________________________________________________________________________ 222 
7. APROPRIAÇÃO INDÉBITA ________________________________________________________________ 224 
7.1. FIGURA SIMPLES___________________________________________________________________________ 225 
7.2. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA ______________________________________________________________ 228 
7.2.1. Recebimento da coisa em depósito necessário _______________________________________________ 228 
7.2.2. Na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial 229 
7.2.3. Em razão de ofício, emprego ou profissão___________________________________________________ 230 
7.3. Apropriação indébita privilegiada _____________________________________________________________ 230 
7.4. Apropriação indébita previdenciária ___________________________________________________________ 231 
7.5. Extinção da punibilidade ____________________________________________________________________ 232 
7.5.1. Perdão Judicial ou privilégio _____________________________________________________________ 233 
7.6. CONFRONTO ______________________________________________________________________________ 235 
7.7. QUADRO RESUMO _________________________________________________________________________ 236 
8. ESTELIONATO __________________________________________________________________________ 237 
8.1. FIGURA SIMPLES___________________________________________________________________________ 237 
8.2. ESTELIONATO PRIVILEGIADO _________________________________________________________________ 243 
8.3. FIGURAS EQUIPARADAS _____________________________________________________________________ 243 
8.3.1. Dispõe de coisa alheia como própria ______________________________________________________ 244 
8.3.2. Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria __________________________________________ 244 
8.3.3. Defraudação de penhor _________________________________________________________________ 245 
8.3.4. Fraude na entrega de coisa ______________________________________________________________ 245 
8.3.5. Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro ___________________________________ 245 
8.3.6. Fraude no pagamento por meio de cheque _________________________________________________ 246 
8.4. Causa de aumento de pena em razão da natureza da vítima ________________________________________ 249 
8.5. Estelionato Previdenciário e causa de aumento de pena ___________________________________________ 249 
8.5.1. Estelionato Previdenciário e Reparação do dano _____________________________________________ 251 
8.6. Causa de aumento de pena em razão da idade da vítima __________________________________________ 252 
8.7. Ação Penal _______________________________________________________________________________ 252 
8.8. CONFRONTO ______________________________________________________________________________ 254 
8.9. QUADRO RESUMO _________________________________________________________________________ 256 
9. ART. 172. DUPLICATA SIMULADA __________________________________________________________ 258 
10. ABUSO DE INCAPAZES _________________________________________________________________ 259 
11. INDUZIMENTO À ESPECULAÇÃO _________________________________________________________ 259 
12. RECEPTAÇÃO ________________________________________________________________________ 260 
12.1. RECEPTAÇÃO DOLOSA SIMPLES _______________________________________________________________ 261 
12.2. Receptação dolosa própria (art. 180, caput, 1ª parte): ______________________________________________ 262 
12.3. Receptação dolosa imprópria (art. 180, caput, 2ª parte): ___________________________________________ 263 
12.4. RECEPTAÇÃO DOLOSA QUALIFICADA __________________________________________________________ 264 
12.5. Receptação dolosa privilegiada _______________________________________________________________ 265 
12.6. Qualificadora em razão da qualidade da vítima atingida (§ 6º) ______________________________________ 265 
12.7. RECEPTAÇÃO CULPOSA _____________________________________________________________________ 266 
12.8. PERDÃO JUDICIAL __________________________________________________________________________ 266 
12.9. EFEITO DA CONDENAÇÃO ___________________________________________________________________267 
12.10. RECEPTAÇÃO DE ANIMAL __________________________________________________________________ 267 
12.11. CONFRONTO ___________________________________________________________________________ 268 
12.12. QUADRO RESUMO _______________________________________________________________________ 268 
13. DISPOSIÇÕES GERAIS ACERCA DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ___________________________ 270 
13.1. IMUNIDADE PENAL ABSOLUTA OU ESCUSA ABSOLUTÓRIA __________________________________________ 270 
13.2. IMUNIDADE PENAL RELATIVA OU ESCUSA RELATIVA ______________________________________________ 272 
13.3. INAPLICABILIDADE DAS ESCUSAS _____________________________________________________________ 273 
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL _________________________________________273 
1. VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL __________________________________________________________ 273 
1.1. Figura simples _____________________________________________________________________________ 274 
1.2. Figuras qualificadas ________________________________________________________________________ 275 
1.3. Figura qualificada do § 1º ____________________________________________________________________ 275 
1.4. Figura qualificada do § 2º ____________________________________________________________________ 276 
1.5. Figura qualificada do § 3º ____________________________________________________________________ 276 
1.6. Atipicidade – Exceções ou Limitações aos direitos autorais __________________________________________ 277 
1.7. Ação penal _______________________________________________________________________________ 278 
1.8. Confronto ________________________________________________________________________________ 279 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE OS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL _______________________279 
1. ESTUPRO _____________________________________________________________________________ 280 
1.1. FIGURA SIMPLES ___________________________________________________________________________ 280 
1.2. FIGURA QUALIFICADA ______________________________________________________________________ 288 
1.3. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA _______________________________________________________________ 289 
1.3.1. CRIME HEDIONDO _____________________________________________________________________ 289 
1.4. AÇÃO PENAL ______________________________________________________________________________ 290 
1.5. CONDENAÇÃO POR ESTUPRO BASEADA NA PALAVRA DA VÍTIMA ___________________________________ 290 
1.6. ESTUPRO CORRETIVO_______________________________________________________________________ 290 
1.7. ESTUPRO, INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL E GRAVIDEZ ________________________________________________ 290 
1.8. PROVA DA AUTORIA E MATERIALIDADE DO FATO ________________________________________________ 290 
1.9. ESTUPRO TENTADO x DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ________________________________________________ 291 
1.10. EJACULAÇÃO PRECOCE X IMPOTÊNCIA SEXUAL X ESTUPRO ________________________________________ 292 
1.11. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA _______________________________________________________________ 292 
2. ESTUPRO DE VULNERÁVEL________________________________________________________________ 293 
2.1. FIGURAS QUALIFICADAS_____________________________________________________________________ 298 
2.2. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA _______________________________________________________________ 299 
2.3. AÇÃO PENAL ______________________________________________________________________________ 299 
2.4. DISPOSIÇÕES GERAIS DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ____________________________________ 299 
2.5. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA _______________________________________________________________ 299 
2.5.1. ESTUPRO COLETIVO E ESTUPRO CORRETIVO: NOVAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA __________________ 300 
2.5.1.1. Estupro coletivo _____________________________________________________________________ 300 
2.5.1.2. Estupro Corretivo ___________________________________________________________________ 301 
2.6. Ação Penal _______________________________________________________________________________ 301 
3. Violação sexual mediante fraude (art. 215 CP) ________________________________________________ 304 
3.1. CLASSIFICAÇÃO____________________________________________________________________________ 306 
3.2. FINALIDADE LUCRATIVA E APLICAÇÃO CUMULATIVA DA PENA DE MULTA ____________________________ 306 
4. IMPORTUNAÇÃO SEXUAL ________________________________________________________________ 306 
5. Assédio sexual _________________________________________________________________________ 309 
5.1. CONCEITO ________________________________________________________________________________ 309 
5.2. Classificação Doutrinária ____________________________________________________________________ 311 
6. Registro não autorizado da intimidade sexual (Art. 216-B do CP) __________________________________ 311 
6.1. Figura equiparada __________________________________________________________________________ 313 
7. CORRUPÇÃO DE MENORES _______________________________________________________________ 314 
7.1. CLASSIFICAÇÃO____________________________________________________________________________ 315 
8. Satisfação de Lascívia Mediante Presença de Criança ou Adolescente ____________________________ 315 
8.1. Desnecessidade da Presença Física do Menor de 14 Anos __________________________________________ 317 
8.2. Classificação Doutrinária ____________________________________________________________________ 317 
8.3. Art. 218-A do Código Penal e art. 241-D do Estatuto da Criança e do Adolescente: Distinção ______________ 317 
9. Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de 
vulnerável ________________________________________________________________________________ 317 
9.1. Classificação Doutrinária ____________________________________________________________________ 319 
10. DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO E DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL E CENA DE SEXO OU PORNOGRAFIA
 319 
10.1. Causa de exclusão da ilicitude _________________________________________________________________ 321 
11. MEDIAÇÃO PARA SERVIR A LASCÍVIA DE OUTREM __________________________________________ 321 
11.1. A Questão da Instigação para Satisfação da Lascívia Alheia e o Art. 241-D do Estatuto da Criança e do 
Adolescente _____________________________________________________________________________________ 323 
11.2. Classificação Doutrinária ____________________________________________________________________ 323 
11.3. Figuras Qualificadas: §§ 1º e 2º _______________________________________________________________ 323 
12. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL _______________ 323 
12.1. Classificação Doutrinária ____________________________________________________________________ 325 
13. CASA DE PROSTITUIÇÃO _______________________________________________________________ 325 
13.1. Classificação Doutrinária ____________________________________________________________________ 326 
13.2. Prisão em Flagrante ________________________________________________________________________ 327 
14. RUFIANISMO ________________________________________________________________________ 327 
14.1. Classificação Doutrinária ____________________________________________________________________ 329 
14.2. Figuras Qualificadas: art. 230, §§ 1º e 2º _______________________________________________________ 329 
15. PROMOÇÃO DE MIGRAÇÃO ILEGAL ______________________________________________________ 329 
15.1. Classificação Doutrinária ____________________________________________________________________ 331 
16. ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR___________________________________________________________ 331 
16.1. ATO OBSCENO _____________________________________________________________________ 332 
16.1.1. A questão do beijo em local público _______________________________________________________ 332 
16.2. ESCRITO OU OBJETO OBSCENO _______________________________________________________________333 
16.2.1. Classificação doutrinária ________________________________________________________________ 334 
16.2.2. Figuras equiparadas ___________________________________________________________________ 334 
17. DISPOSIÇÕES GERAIS __________________________________________________________________ 335 
17.1. CAUSA DE AUMENTO DE PENA ________________________________________________________________ 335 
17.2. NOVAS CAUSAS DE AUMENTO DE PENA PARA OS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL _______________ 335 
17.4. EFEITOS DA CONDENAÇÃO (Lei 13.715/18 – Alteração do CP, CC e ECA) _________________________________ 336 
18. JURISPRUDÊNCIA ____________________________________________________________________ 337 
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ______________________________________________________339 
1. ART. 289. MOEDA FALSA __________________________________________________________________ 340 
2. ART. 290. CRIMES ASSIMILADOS AO DE MOEDA FALSA __________________________________________ 343 
3. ART. 291. PETRECHOS PARA FALSIFICAÇÃO DE MOEDA __________________________________________ 344 
4. ART. 292. EMISSÃO DE TÍTULO AO PORTADOR SEM PERMISSÃO LEGAL _____________________________ 345 
5. ART. 293. FALSIFICAÇÃO DE PAPÉIS PÚBLICOS _________________________________________________ 346 
6. ART. 294. PETRECHOS DE FALSIFICAÇÃO ______________________________________________________ 349 
7. ART. 295. FORMA MAJORADA ______________________________________________________________ 349 
7. ART. 296. FALSIFICAÇÃO DO SELO OU SINAL PÚBLICO _________________________________________ 349 
8. ART. 297. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO ___________________________________________ 350 
9. ART. 298. FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PARTICULAR _______________________________________ 354 
10. ART. 299. FALSIDADE IDEOLÓGICA _______________________________________________________ 356 
11. ART. 300. FALSO RECONHECIMENTO DE FIRMA OU LETRA ____________________________________ 360 
12. ART. 301. CERTIDÃO OU ATESTADO IDEOLOGICAMENTE FALSO _______________________________ 360 
13. ART. 302. FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO ______________________________________________ 361 
14. ART. 303. REPRODUÇÃO OU ADULTERAÇÃO DE SELO OU PEÇA FILATÉLICA ______________________ 362 
15. ART. 304. USO DE DOCUMENTO FALSO ___________________________________________________ 362 
16. ART. 305. SUPRESSÃO DE DOCUMENTO __________________________________________________ 365 
17. ART. 306. FALSIFICAÇÃO DO SINAL EMPREGADO NO CONTRASTE DE METAL PRECIOSO OU NA 
FISCALIZAÇÃO ALFANDEGÁRIA, OU PARA OUTROS FINS ___________________________________________ 366 
18. FALSA IDENTIDADE ___________________________________________________________________ 366 
18.1. ART. 307. ________________________________________________________________________________ 366 
18.2. ART. 308. ________________________________________________________________________________ 367 
19.3. FRAUDE DE LEI SOBRE ESTRANGEIRO____________________________________________________________ 368 
19.3.1. ART. 309. FRAUDE DE LEI SOBRE ESTRANGEIRO _________________________________________________ 368 
19.3.2. ART. 310. _______________________________________________________________________________ 368 
19. ART. 311. ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR __________________ 368 
20. ART. 311-A. FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO _________________________________ 370 
DOS CRIMES CONTRA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ___________________________________________371 
1. INTRODUÇÃO _________________________________________________________________________ 374 
2. CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS ______________________________________ 374 
2.1. Funcionário público típico ___________________________________________________________________ 376 
2.2. Funcionário público atípico ou por equiparação _________________________________________________ 376 
2.3. CRIMES FUNCIONAIS PRÓPRIOS E CRIMES FUNCIONAIS IMPRÓPIOS _________________________________ 377 
2.4. CAUSA DE AUMENTO DE PENA PARA OS CRIMES FUNCIONAIS ______________________________________ 377 
3. PECULATO ____________________________________________________________________________ 379 
3.1. PECULATO PRÓPRIO ________________________________________________________________________ 380 
3.1.1. BEM JURÍDICO TUTELADO: ______________________________________________________________ 380 
3.1.2. Sujeitos do Crime. _____________________________________________________________________ 380 
3.1.3. Conduta _____________________________________________________________________________ 381 
3.1.4. Voluntariedade:_______________________________________________________________________ 383 
3.1.5. Consumação: _________________________________________________________________________ 383 
3.2. PECULATO IMPRÓPRIO _____________________________________________________________________ 384 
3.3. PECULATO CULPOSO _______________________________________________________________________ 384 
3.3.1. Conduta _____________________________________________________________________________ 385 
3.3.2. Consumação _________________________________________________________________________ 385 
3.3.3. Benefícios exclusivos do peculato culposo __________________________________________________ 385 
4. PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM (PECULATO-ESTELIONATO) ____________________________ 386 
4.1. Consumação ______________________________________________________________________________ 387 
5. PECULATO ELETRÔNICO (INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES E MODIFICAÇÃO OU 
ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES) ______________________________________ 387 
5.1. INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES ______________________________________ 388 
5.2. MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES. ____________________ 389 
5.2.1. CAUSA DE AUMENTO DE PENA ___________________________________________________________ 390 
6. EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO __________________________ 391 
7. EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS ______________________________________ 392 
8. CONCUSSÃO __________________________________________________________________________ 393 
8.1. SUJEITOS DO CRIME ________________________________________________________________________ 394 
8.2. CONDUTA ________________________________________________________________________________ 395 
8.2.1. Indevida vantagem: ____________________________________________________________________ 396 
8.3. VOLUNTARIEDADE _________________________________________________________________________ 396 
8.4. CONSUMAÇÃO ____________________________________________________________________________ 396 
8.5. AÇÃO PENAL ______________________________________________________________________________ 397 
8.6. EXCESSO DE EXAÇÃO _______________________________________________________________________ 397 
8.6.1. SUJEITOS DO CRIME ____________________________________________________________________ 398 
8.6.2. CONDUTA ___________________________________________________________________________ 398 
8.6.3. VOLUNTARIEDADE ____________________________________________________________________ 399 
8.6.4. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA _____________________________________________________________ 399 
8.6.5. AÇÃO PENAL__________________________________________________________________________ 399 
9. CORRUPÇÃO PASSIVA ___________________________________________________________________ 403 
9.1. Corrupção passiva e princípio da insignificância __________________________________________________ 406 
9.2. Distinção ____________________________________________________________________________________ 406 
9.3. FORMA MAJORADA ________________________________________________________________________ 407 
9.4. CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA __________________________________________________________ 407 
10. FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO ________________________________________409 
10.1. TIPO OBJETIVO ______________________________________________________________________________ 410 
10.2. CONSUMAÇÃO ______________________________________________________________________________ 410 
11. PREVARICAÇÃO ______________________________________________________________________ 410 
12. PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA ____________________________________________________________ 412 
13. CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA ________________________________________________________ 412 
14. ADVOCACIA ADMINISTRATIVA __________________________________________________________ 413 
15. USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA ______________________________________________________ 415 
16. RESISTÊNCIA ________________________________________________________________________ 416 
17. DESOBEDIÊNCIA _____________________________________________________________________ 417 
18. DESACATO __________________________________________________________________________ 419 
19. TRÁFICO DE INFLUÊNCIA _______________________________________________________________ 420 
20. CORRUPÇÃO ATIVA ___________________________________________________________________ 420 
21. DESCAMINHO _______________________________________________________________________ 421 
22. CONTRABANDO ______________________________________________________________________ 424 
23. SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA __________________________________________ 428 
23.3. CAUSA EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE __________________________________________________________ 429 
23.4. PERDÃO JUDICIAL E CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA ____________________________________________ 432 
24. COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU CONTRAVENÇÃO ______________________________________ 434 
25. AUTOACUSAÇÃO FALSA _______________________________________________________________ 435 
26. FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA __________________________________________________ 436 
27. EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES. ___________________________________________ 439 
28. FAVORECIMENTO PESSOAL ____________________________________________________________ 440 
29. FAVORECIMENTO REAL. _______________________________________________________________ 441 
 
 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
1. HOMICÍDIO 
 
Homicídio é a injusta morte de uma pessoa praticada por outrem. Nosso CP prevê várias modalidades 
do crime: 
 Homicídio doloso simples; 
 Homicídio doloso privilegiado; 
 Homicídio doloso qualificado; 
 Homicídio culposo; 
 Homicídio culposo majorado; 
 Homicídio doloso majorado. 
 
1.1. Homicídio Simples 
 
Homicídio simples 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
Objeto jurídico – O que se busca proteger é a vida humana extrauterina, que é marcada pelo início 
do parto. A doutrina diverge quanto ao momento do começo do parto, mas prevalece ter como limite 
mínimo o instante marcado pelas dores das contrações expulsivas, com o rompimento do saco amniótico. 
“Iniciado o trabalho de parto, não há falar mais em aborto, mas em homicídio 
ou infanticídio, conforme o caso, pois não se mostra necessário que o 
nascituro tenha respirado para configurar o crime de homicídio, notadamente 
quando existem nos autos outros elementos para demonstrar a vida do ser 
nascente. STJ. 5ª Turma. HC 228998-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
julgado em 23/10/2012.” 
Sujeito ativo – Qualquer pessoa (crime comum). Admite a coautoria e a participação. 
Sujeito passivo – Qualquer pessoa com vida. Não é possível o homicídio de pessoa já morta (configura 
crime impossível, por impropriedade absoluta do objeto material- art. 17 do CP). 
Elemento subjetivo ou voluntariedade – O homicídio simples tem como elemento subjetivo o 
dolo, podendo ser tanto direto (consciência e vontade de matar alguém) quanto eventual (assunção do 
risco de matar). 
A intenção de matar é denominada animus necandi ou animus occidendi. Não é necessária 
finalidade especial (elemento subjetivo específico), embora o motivo determinante possa qualificar o 
delito (ex.: quando praticado com o especial fim de assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou 
vantagem de outro crime, incide a qualificadora descrita no inciso V do § 2º) ou constituir causa de 
diminuição de pena. 
O crime pode ser praticado por ação, por omissão, por meios diretos e por meios indiretos. 
OBSERVAÇÃO: Trataremos das situações envolvendo mortes no trânsito (“racha” e embriaguez ao 
volante) ao analisarmos o Código de Trânsito Brasileiro. 
Consumação e tentativa – O crime se consuma com a morte da vítima (crime material). O 
conceito de morte pode serextraído da Lei 9.434/1997 (dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do 
corpo humano para fins de transplante), segundo a qual tais procedimentos devem ser precedidos de 
morte encefálica (art. 3º), que é a cessação das atividades do tronco cerebral. 
A tentativa é admissível, já que o crime é PLURISSUBSISTENTE e pode ser fracionado em diversos 
atos. Ocorrerá nas hipóteses em que o agente inicia a conduta visando a morte da vítima, mas não atinge o 
objetivo por circunstâncias alheias à sua vontade (ex.: agente desfere golpes de faca contra o ofendido, mas 
é impedido de prosseguir por terceiro, evitando-se a morte). 
 
1.2. Homicídio “privilegiado” 
 
Caso de diminuição de pena 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante 
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em 
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um 
sexto a um terço. 
A figura prevista no § 1º do art. 121 é costumeiramente chamada de homicídio “privilegiado”, 
expressão que utilizaremos abaixo. Contudo, tenha em mente que, tecnicamente, trata-se de uma 
causa de diminuição de pena. 
Três hipóteses permitem o seu reconhecimento: relevante valor social, relevante valor moral e 
prática do crime sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. 
Vamos examiná-las mais detidamente: 
 Relevante valor social ou moral - Embora o homicídio seja um crime bastante grave, em tais casos 
é possível dizer que há certa “nobreza” na motivação do agente. Isso não afasta o delito, mas permite a 
redução da pena. Diferenciam-se porque o valor social se refere a interesses da coletividade (ex.: 
matar o traidor da pátria, matar um traficante que prejudica a comunidade etc.), enquanto o valor moral 
diz respeito a interesses individuais (ex.: matar o estuprador da filha; matar um parente gravemente 
enfermo, atendendo seu pedido, para abreviar um sofrimento insuportável – eutanásia, etc.). 
OBSERVAÇÃO: O homicídio eutanásico é, inclusive, exemplo de homicídio atenuado elencado na 
exposição de motivos do Código Penal. 
Aproveitando o ensejo, qual a diferença entre eutanásia, ortotanásia e distanásia? 
 
 
Eutanásia 
É a morte piedosa, sem sofrimento, por relevante valor moral. Antecipa-se a 
morte para evitar maiores sofrimentos, por motivo de compaixão. Configura homicídio, 
podendo ser privilegiado. Pode ocorrer de forma ativa, quando presentes atos positivos 
com o fim de matar alguém (ex.: ministrar medicamento letal) ou de forma passiva, que 
se dá com a omissão de tratamento ou de qualquer meio capaz de prolongar a vida 
humana já comprometida, acelerando o processo da morte (ex.: deixar de alimentar o 
enfermo). 
 
 
 
 
 
 
Ortotanásia 
É a eutanásia por omissão, apenas cometida pelo médico que deixa de prolongar o 
inevitável processo de morte do paciente, por meios artificiais, que poderiam protrair 
aquela situação fática. A situação em que ocorre a ortotanásia, o doente já se encontra 
em processo natural de morte, processo este que recebe uma contribuição do médico 
no sentido de deixar que esse estado se desenvolva no seu curso natural. Apenas o 
médico pode realizar a ortotanásia. Entende-se que o médico não está obrigado a 
prolongar o processo de mortedo paciente, por meios artificiais, sem que este tenha 
requerido que o médico assim agisse. A ortotanásia, para grande parte da doutrina, é 
conduta atípica frente ao Código Penal, vez que não é causa de morte da pessoa, pois o 
processo de morte já está instalado. Ex.: não reanimação de paciente em estado de 
coma profundo e irreversível. 
Obs. Enquanto na eutanásia passiva o agente deixa de empregar medidas que 
eram indicadas para tratar o paciente, na ortotanásia não há mais a possibilidade de cura, 
adotando-se apenas procedimentos para trazer conforto ao doente sem cura. No âmbito 
médico, o procedimento é considerado ético, sendo objeto da Resolução n. 1805/2006, 
editada pelo Conselho Federal de Medicina. 
 
 
 
 
Distanásia 
Chama-se de distanásia o prolongamento artificial do processo de morte, com 
sofrimento do doente. É uma ocasião em que se prolonga a agonia, artificialmente, 
mesmo que os conhecimentos médicos, no momento, não prevejam possibilidade de 
cura ou de melhora. É expressão da obstinação terapêutica pelo tratamento e pela 
tecnologia, sem a devida atenção em relação ao ser humano. Ao invés de se permitir ao 
paciente uma morte natural, prolonga- se sua agonia, sem que nem o paciente nem a 
equipe médica tenham reais expectativas de sucesso ou de uma qualidade de vida 
melhor para o paciente. Conforme Maria Helena Diniz, "trata-se do prolongamento 
exagerado da morte de um paciente terminal ou tratamento inútil. Não visa prolongar 
a vida, mas sim o processo de morte. Evidentemente, não configura crime”. 
 
 Domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima - Para a 
configuração desta causa de diminuição, exige-se que o agente esteja sob o domínio de violenta emoção, 
ou seja, absorvido por sentimento de elevada intensidade. A emoção não deve ser leve e passageira. 
Além disso, o crime deve ser precedido de injusta provocação da vítima, que pode ser tanto física (ex.: 
desferir um tapa) quanto verbal (ex.: xingamentos ou humilhações), dirigida contra o próprio agente ou 
contra terceiro (ex.: contra a mãe). 
A provocação justa não permite diminuição da pena (ex.: terceiro guincha o veículo do agente parado 
em local proibido). 
Por fim, o crime deve ser praticado logo em seguida à provocação, isto é, deve haver uma relação 
de imediatidade (não é um critério com precisão matemática). 
OBSERVAÇÃO: Nos termos do artigo 65, III, “c”, última parte, do Código Penal, é circunstância atenuante o 
fato de ter o agente cometido o crime “sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto 
da vítima”. Para configuração da atenuante, basta que a infração tenha sido praticada sob a influência da 
violenta emoção, não sendo preciso o domínio da emoção violenta. Além disso, a relação de imediatidade 
entre a provocação da vítima e a reação do agente, exigida na causa de diminuição de pena, não aparece na 
atenuante. 
 
Presentes os requisitos do homicídio privilegiado, a redução de pena é obrigatória ou facultativa? 
Embora a lei mencione que o juiz “poderá” reduzir a pena, a redução é obrigatória (direito 
subjetivo do réu). Cabe ao juiz dosar o montante da redução (1/6 a 1/3), considerando o caso concreto 
(isto é, a natureza do valor social ou moral que motivou o delito, ou a intensidade da violenta emoção e da 
provocação injusta). 
As causas de diminuição se comunicam aos coautores e participes? Não, pois não são elementares 
típicas e têm natureza subjetiva (Art. 30 – “não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter 
pessoal, salvo quando elementares do crime”). Nada impede que cada um dos agentes seja beneficiado pela 
redução, mas por conta da sua motivação própria. 
OBSERVAÇÃO: No procedimento do Tribunal do Júri, tendo em vista a observância do princípio da plenitude 
de defesa, as teses benéficas ao acusado devem, obrigatoriamente, ser quesitadas antes das 
qualificadoras e das causas de aumento de pena. Desta maneira, reconhecida pelos jurados a existência 
de homicídio privilegiado, estarão automaticamente prejudicados os quesitos pertinentes a eventuais 
qualificadoras de natureza subjetiva. 
 
1.3. Homicídio qualificado 
 
§ 2º Se o homicídio é cometido: 
1.3.1. I) mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe: 
O inciso I traz o homicídio qualificado por motivo torpe. Motivo torpe é aquele ignóbil, que gera 
repulsa. Trata-se de qualificadora de ordem subjetiva. 
Observe que o legislador forneceu um exemplo de motivo torpe (“mediante paga ou promessa de 
recompensa”) seguido de uma expressão genérica (“ou por outro motivo torpe”), permitindo a 
interpretação analógica. Outros exemplos de motivação torpe são: inadimplemento de dívida de drogas; 
eliminar o candidato rival para ficar com a vaga em concurso público etc. 
 
Mediante paga ou promessa de recompensa: 
É o chamado homicídio mercenário. Na paga de recompensa, o prêmio já foi recebido pelo agente, 
enquanto na promessa há a expectativa de recebimento futuro. Trata-se de crime de concurso necessário 
(também chamado crime de concurso não eventual ou crime bilateral), sendo necessária a presença de 
pelo menos duas pessoas: quem paga ou promete a recompensa e quem a recebe ou espera recebê-la. 
Para a configuração da qualificadora, não é necessário o efetivo recebimento. 
A recompensa precisa ter natureza econômica? Há duas correntes: 
a) Pode ser qualquer vantagem. Ex.: favores sexuais, promessa de um casamento futuro, etc. 
(Damásio). 
b) Deve ser vantagem econômica. É o entendimento majoritário. (Bitencourt, Mirabete, Hungria). 
Mas perceba, na prática essa discussão é inócua, pois como o inciso encerra forma de interpretação 
analógica, se a vantagem tiver outra natureza, poderá configurar outro motivo torpe. 
A qualificadora se comunica ao mandante? Tema polêmico. 
a) Sim, pois a qualificadora é uma circunstância elementar do crime. Nesse sentido: “No 
homicídio mercenário, a qualificadora da paga ou promessa de recompensa é elementar do tipo 
qualificado, comunicando-se ao mandante do delito. (STJ. 6ª Turma. AgInt no REsp 1681816/GO, Rel. Min. 
Nefi Cordeiro, julgado em 03/05/2018).” 
b) Não, pois a qualificadora não é uma elementar do crime, mas sim simples circunstância de 
caráter subjetivo, não se comunicando ao mandante de crime (Bitencourt). Adotando essa orientação: “A 
qualificadora de ter sido o delito praticado mediante paga ou promessa de recompensa é circunstância de 
caráter pessoal e, portanto, incomunicável, por força do art. 30 do CP. (STJ. 5ª Turma. HC 403263/SP, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 13/11/2018). 
 
1.3.2. II) Por motivo fútil 
 
É o motivo insignificante, banal, sem importância. Ex.: matar alguém porque não disse “bom dia” ou 
porque não quis vender fiado. Trata-se de qualificadora de ordem subjetiva. 
Entende-se que, para incidir a qualificadora, a futilidade deve ser direta ou imediata. Não se caracteriza 
o motivo fútil, por conseguinte, se a futilidade for indireta ou mediata, ou seja, se a desavença começou por 
uma razão banal, mas evoluiu para troca de ofensas e agressões entre o agente e a vítima. Ex.: agente fica 
nervoso por causa de uma buzinada no trânsito. Começa a discutir com o outro motorista. Os dois 
começam a se xingar, descem do carro e os impropérios evoluem para troca de socos. Então, o agente 
saca uma arma e mata o outro. 
“Se o fato surgiu por conta de uma bobagem, mas depois ocorreu uma 
briga e, no contexto desta, houve o homicídio, tal circunstância pode 
vir a descaracterizar o motivo fútil. Vale ressaltar, no entanto, que a 
discussão anterior entre vítima e autor do homicídio, por si só, não 
afasta a qualificadora do motivo fútil. Assim, é preciso verificar a 
situação no caso concreto”. (STJ. 5ª Turma. AgRg no Resp 1113364-PE, 
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/08/2013). 
O ciúme funciona como qualificadora (motivo fútilou torpe) ou como causa de diminuição 
de pena (relevante valor moral)? 
O tema é controvertido. Prevalece que pode configurar qualquer uma das hipóteses, a depender 
do caso concreto. Há diversos julgados do STJ nesse sentido: 
“Na linha dos precedentes desta Corte, 'o sentimento de ciúme pode 
tanto inserir-se na qualificadora do inciso I ou II do § 2º, ou mesmo no 
privilégio do § 1º, ambos do art. 121 do CP, análise feita concretamente, 
caso a caso (...)'” (STJ, Resp 1415502 / MG, Rel. Min. Felix Fischer, 5ª T., j. 
15/12/2016, v.u.). 
E ainda, reconhecendo que cabe ao conselho de sentença tal análise em cada caso: 
“Ausente qualquer fundamentação idônea para o afastamento da 
qualificadora e havendo pertinência entre ela e as provas dos autos, 
cabe ao conselho de sentença decidir se o crime foi motivado por 
ciúmes e se, no caso concreto, esse sentimento constitui o motivo 
torpe que qualifica o crime de homicídio” (STJ, HC 255974 / MG, Rel. 
Min. Rogerio Schietti Cruz, 6ª T. j. 01/09/2016). 
A vingança configura motivo torpe ou fútil? 
Assim como o ciúme, pode configurar tanto a qualificadora do motivo torpe ou fútil quanto a 
causa de diminuição de pena do relevante valor moral ou social. Dependedo caso concreto. 
Exemplo: o agente pode tanto se vingar de alguém que estuprou a filha (relevante valor moral) 
quanto se vingar de um traficante rival que dominou seu ponto de venda de drogas (motivo torpe). 
Falta de motivo é motivo fútil? 
Prevalece que não. É dificil conceber a prática de um homicídio verdadeiramente sem motivo. 
Ainda que a razão jamais venha a ser conhecida, algo na mente do agente o impulsionou a tirar a vida da 
outra pessoa (mesmo que seja o simples prazer de matar). De todo modo, para configuração da 
qualificadora, é preciso que a motivação fique demonstrada nos autos (devendo inclusive constar 
expressamente na denúncia), não sendo possível reconhecer automaticamente a ausência de motivo 
como motivo fútil. O princípio da reserva legal não admite interpretação diversa. (Bitencourt, Delmanto, 
Nucci, entre outros). No mesmo sentido: 
“Na hipótese em apreço, a incidência da qualificadora prevista no art. 121, § 2º, 
inciso II, do Código Penal, é manifestamente descabida, porquanto motivo fútil 
não se confunde com ausência de motivos, de tal sorte que se o crime for 
praticado sem nenhuma razão, o agente somente poderá ser denunciado por 
homicídio simples (Precedentes STJ)” (STJ, HC 152548 / MG, Rel. Min. Jorge Mussi, 
5ª T., j. 22/02/2011, v.u.). 
Há posição contrária, afirmando que não faria sentido punir mais gravemente o homicídio 
praticado por motivo fútil e de forma mais branda o homicídio praticado sem motivo. 
Motivo injusto é motivo fútil? 
Prevalece o entendimento de que o motivo fútil é injusto, mas nem sempre o motivo injusto pode 
ser considerado fútil, por isso, devemos analisar o caso concreto. 
“Quanto ao fato de o réu, em tese, ter cometido o homicídio contra sua esposa, por 
não aceitar a anunciada separação, pode caracterizar-se como motivo injusto, 
porém isso não significa que seja torpe ou ao menos fútil. Em princípio, trata-se, 
portanto, de um homicídio simples. Com esses argumentos, entre outros, a Turma 
concedeu parcialmente a ordem de habeas corpus.(HC 77.309-SP, Rel. Min. Felix 
Fischer, julgado em 6/5/2008).” 
No julgado, o motivo foi injusto, considerando que não há justificativa para ceifar a vida de uma 
pessoa em razão do fim de um relacionamento. Por outro lado, não se pode dizer que a razão que motivou 
o agente seja insignificante (desprezível). 
Caso, em razão de uma tolice, iniciar-se uma briga e, nesse cenário, acontecer um homicídio, tal 
circunstância caracterizará o motivo fútil? 
Para o STJ, a discussão anterior entre vítima e autor do homicídio, por si só, não afastaria a 
qualificadora do motivo fútil. Por isso, é preciso verificar a situação no caso concreto. (STJ. 5ª Turma. AgRg 
no REsp 1113364-PE, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 06/08/2013 - Info 525) 
Para elucidar a situação, é salutar o seguinte exemplo de Cleber Masson: “Depois de discutirem 
futebol, “A” e “B” passam a proferir diversos palavrões, um contra o outro. Em seguida, “A” cospe na face 
de “B”, que, de imediato, saca um revólver e contra ele atira, matando-o. Nada obstante o início do 
problema seja fútil (discussão sobre futebol), a razão que levou à prática da conduta homicida não 
apresenta essa característica.” 
A qualificadora do motivo fútil é compativel com o dolo eventual? 
CUIDADO. O STJ se divide quanto ao tema: 
a) O fato de o réu ter assumido o risco de produzir o resultado morte (dolo eventual), não exclui a 
possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto ou 
indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta. (STJ. 5ª Turma. Resp 912.904/SP, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 06/03/2012. STJ. 6ª Turma. Resp 1601276/RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 
julgado em 13/06/2017). O dolo eventual e o motivo fútil são figuras penais diversas e, em tese, 
compativeis, ou seja, elas não se excluem: um é elemento subjetivo do tipo, enquanto a outra, 
circunstância que se relaciona com a ação nuclear de matar alguém, tornando o tipo qualificado. 
b) A qualificadora de motivo fútil é incompativel com o dolo eventual, tendo em vista a ausência do 
elemento volitivo. (STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 19/4/2016. Info 583). 
OBSERVAÇÃO: “Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2º, II, do CP), na hipótese de 
homicídio supostamente praticado por agente que disputava “racha”, quando o veículo por ele conduzido 
– em razão de choque com outro automóvel também participante do “racha” – tenha atingido o veículo 
da vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. Motivo fútil corresponde a uma reação 
desproporcional do agente a uma ação ou omissão da vítima. No caso de “racha”, tendo em conta que a 
vítima (acidente automobilístico) era um terceiro, estranho à disputa, não é possível considerar a presença 
da qualificadora de motivo fútil, tendo em vista que não houve uma reação do agente a uma ação ou 
omissão da vítima. STJ. 6ª Turma. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião 
Reis Júnior, julgado em 19/4/2016”. 
 
OBSERVAÇÃO: Prevalece que o motivo não pode ser fútil e torpe ao mesmo tempo. 
 
1.3.3. III. Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum 
O homicídio também é qualificado quando praticado por meio insidioso (dissimulado), cruel (atroz) 
ou de que possa resultar perigo comum (atingir um número indeterminado de pessoas). 
O legislador fornece como exemplos o emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia e tortura, 
permitindo, ao final, a interpretação analógica, para abranger outras hipóteses semelhantes. 
Veneno – Existem substâncias que são venenosas por si (ex.: cianureto, “chumbinho”), enquanto 
outras assumem tal qualidade em razão das características do organismo da vítima e da forma como 
administradas (ex.: glicose em quantidades elevadas para diabéticos; remédios em super dosagem). 
Nestes casos, é possível o reconhecimento da qualificadora. 
O homicídio praticado mediante o emprego de veneno é denominado veneficio. 
Há o entendimento de que, para incidir a qualificadora atinente ao emprego de veneno (enquanto 
meio insidioso), é preciso que a substância seja ministrada de forma velada no organismo da vítima. Se o 
agente, mediante violência ou grave ameaça, obrigar a vítima a consumir o veneno, é possível o 
reconhecimento de outro meio cruel ou recurso que dificultou a defesa da vítima. 
Asfixia – É a supressão da função respiratória, podendo ter causa mecânica ou tóxica. Causas 
mecânicas: 
a) esganadura Aperto do pescoço da vítima,utilizando o agente de seu próprio corpo 
(mãos, braços ou pernas). 
b) estrangulamento 
Aperto do pescoço com algum instrumento (fio, corda, tecido etc.), valendo-se o 
agente de sua própria força. 
c) enforcamento 
Compressão do pescoço com o uso de corda ou algo similar, usando o peso 
da vítima e a força da gravidade. 
d) sufocação direta Impedimento a respiração pela oclusão das vias aéreas. 
e) sufocação indireta 
ou imprensamento 
Supressão do funcionamento da musculatura responsável pela respiração 
(ex.: colocar peso sobre o tórax da vítima). 
f) afogamento Impedimento da respiração devido à aspiração de substância líquida. 
g) soterramento 
Supressão da respiração devido à penetração de substância sólida nas vias 
aéreas. 
 
Causas tóxicas: 
a) gazes asfixiantes; 
b) confinamento (asfixia por rarefação). 
 
Tortura – A Lei 9.455/1997, ao punir o crime de tortura, contempla a figura qualificada pela morte da 
vítima, cominando-lhe pena de reclusão, de 8 a 16 anos (art. 1º, § 3º, 2ª parte). 
Qual a diferença entre homicídio qualificado pela tortura e tortura qualificada pela morte? No 
homicídio qualificado, a intenção do agente é eliminar a vítima por meio da tortura. 
Ou seja, o agente quer matar a vítima, mas deseja que ela passe por um intenso sofrimento antes de 
morrer. Já na hipótese da Lei 9.455/1997, a intenção do agente é torturar a vítima (por exemplo, para obter a 
sua confissão), vindo a lhe causar culposamente a morte (crime preterdoloso). 
A reiteração de golpes configura meio cruel? 
Sim, é considerado meio cruel se causar intenso sofrimento à vítima. Caso a vítima venha a morrer 
já no primeiro golpe, os subsequentes não poderão ser considerados meio cruel. 
“O fato de o agente ter praticado o crime com reiteração de golpes na vítima, 
ao menos em princípio e para fins de pronúncia, é circunstância indiciária do 
“meio cruel”, previsto no art. 121, § 2º, III, do CP. STJ”. 6ª Turma. Resp 
1241987-PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6/2/2014. 
Meio de que possa resultar perigo comum – É aquele que pode atingir um número indefinido de 
pessoas (ex.: incêndio, explosão). Chamado homicídio catastrófico. 
1.3.4. IV) À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido 
Traição – É o ataque desleal, que contraria as expectativas da vítima. Ex.: após briga, o agente finge 
ter feito as pazes com a vítima e, quando esta “abaixa a guarda”, é alvejada. 
Emboscada – É a chamada tocaia. O agente permanece à espreita, esperando a vítima chegar para 
pegá-la desprevenida. 
Dissimulação – É a ocultação da verdadeira intenção do agente, com o objetivo de atingir a vítima 
desprevenida, indefesa. 
Recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima – Nesta fórmula genérica, 
podem ser incluídas outras hipóteses em que o agente atua de forma a mitigar a possibilidade de reação 
do ofendido. Ex.: surpresa, ataque contra pessoa dormindo etc. 
OBSERVAÇÃO: Premeditação – O crime premeditado (previamente calculado) se contrapõe ao crime de 
ímpeto (praticado de forma irrefletida, no calor dos acontecimentos). A premeditação, por si, não qualifica 
o crime, mas pode configurar outras qualificadoras, como a emboscada. 
 
A 2ª Turma do STF já decidiu que em se tratando de crime de trânsito, cujo 
elemento subjetivo foi classificado como dolo eventual, não há 
compatibilidade com a qualificadora do art. 121, § 2º, IV (traição, emboscada, 
dissimulação). Para a corte, para que incida a qualificadora da surpresa é 
indispensável que fique provado que o agente teve a vontade de surpreender 
a vítima, impedindo ou dificultando que ela se defendesse. STF. 2ª Turma. HC 
111442/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/8/2012. 
 
1.3.5. V) Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime 
O dispositivo traz, na 1ª parte, a conexão teleológica, na qual o agente elimina a vítima para garantir 
a execução de outro delito futuro (ex.: matar o segurança de um mercado para subtrair o dinheiro 
guardado no cofre). 
Em seguida, prevê a conexão consequencial, na qual o homicídio é cometido para assegurar a 
ocultação, a impunidade ou a vantagem de outro crime cometido no passado, que pode ser de própria 
autoria ou de terceiro. Vejamos os exemplos abaixo: 
a) a ocultação de outro crime – o agente busca que o próprio crime cometido no passado não seja 
descoberto. Ex.: elimina auditor que descobriu a existência de desvio de dinheiro da empresa; 
b) a impunidade de outro crime – o agente busca que a autoria do crime passado não seja descoberta. Ex.: 
mata a única testemunha presencial de outro homicídio; 
c) a vantagem de outro crime – o agente busca garantir o produto/proveito do crime passado. Ex.: mata 
o comparsa de roubo a banco para se apropriar do dinheiro. 
 
OBSERVAÇÃO: Se o crime é praticado para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de 
uma contravenção penal, não incide a qualificadora. Conforme o caso, pode o motivo ser considerado fútil 
ou torpe. 
 
 
 
 
1.3.6. VI) Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio) 
 
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) 
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino 
§ 2º A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando 
o crime envolve: 
I – violência doméstica e familiar; 
II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
 
A Lei 13.104, de 9 de março de 2015, incluiu o denominado feminicídio como qualificadora 
do crime de homicídio (art. 121, § 2º, do CP). Além disso, acrescentou o feminicídio ao rol de crimes 
hediondos (art. 1º, I, da Lei 8.072/1990). O § 7º do art. 121, com redação alterada pelalei nº 13.771/18, 
traz causas específicas de aumento de pena para esta nova figura típica. 
Feminicídio e femicídio não se confundem. Ambos caracterizam o homicídio, mas enquanto aquele 
se baseia em razão da condição do sexo feminino, este consiste em qualquer homicídio contra mulher. 
Assim, nem todo homicídio praticado contra mulher é feminicídio. 
O feminicídio é um novo crime? 
Não! O feminicídio é uma qualificadora do homicídio. 
Sujeito passivo do feminicídio – Deve ser mulher. Não se configura o feminicídio se a vítima for 
homem, mesmo que se trate de relação homoafetiva. 
E se a vítima for transexual? 
Há entendimento que se a vítima transexual formalmente obteve o direito de ser reconhecida 
como mulher, deve incidir a qualificadora, eis que para todos os demais efeitos esta pessoa será considerada 
mulher. Há outro entendimento sinalizando que a vítima transexual, geneticamente, não é mulher, o que 
afasta a possibilidade de proteção especial. 
O que se entende por razões da condição de sexo feminino? 
O significado é trazido no § 2º -A, segundo o qual o crime se dá por razões da condição de sexo 
feminino quando envolver violência doméstica e familiar ou na hipótese de menosprezo ou 
discriminação à condição de mulher. 
Violência doméstica e familiar – O conceito está no art. 5º da Lei 11.340/2006: “Configura violência 
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, 
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: 
 
I – no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de 
pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; 
II – no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou 
se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; 
III – em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a 
ofendida, independentemente de coabitação”. 
 
Há posição no sentido de que, para incidir a qualificadora, não basta o crime serpraticado no 
ambiente doméstico e familiar (que na verdade deve ser lido como ambiente doméstico ou familiar) é 
preciso que o fator determinante seja o gênero feminino. Nessa ótica, se o marido mata a mulher para 
receber o seguro de vida, não há feminicídio. Mas se ele a mata porque não aceita que ela trabalhe fora, 
há feminicídio. 
Menosprezo à condição de mulher – Refere-se ao menoscabo, ao sentimento de superioridade 
que o agente pensa ter em relação à vítima, pelo fato de esta ser mulher. Para o agressor, a ofendida é 
inferior, por ser do sexo feminino. 
Discriminação à condição de mulher – “Toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e 
que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, 
independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos 
humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em 
qualquer outro campo” (art. 1º da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação 
contra as Mulheres, da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1979, promulgada no Brasil pelo Decreto 
4.377/2002). 
O feminicídio é uma qualificadora de natureza objetiva ou subjetiva? 
Não obstante a inequívoca e necessária política de repressão à violência doméstica, que foi 
determinante para a criação da figura penal qualificada do feminicídio, a redação do dispositivo provocou 
sérios problemas de hermenêutica e acirrada discussão doutrinária a respeito na natureza objetiva ou 
subjetiva da qualificadora. Em que pese tal conceituação possa parecer, à primeira vista, meramente 
didática, os reflexos no mundo prático são muitos, tendo em vista que, conforme a doutrina majoritária, 
as qualificadoras subjetivas não podem ser cumuladas entre si, e muito menos com as privilegiadoras (que 
são sempre de ordem subjetiva). 
Na doutrina e na jurisprudência, ainda incipientes, há duas correntes sobre o tema. 
 
a) É uma qualificadora de natureza subjetiva – A violência de gênero não é uma forma de 
execução do crime e sim sua razão ou seu motivo (Luiz Flávio Gomes e Alice Bianchini). Desta forma, para 
os adeptos dessa corrente o feminicídio seria incompativel com a forma privilegiada do § 1º e impossível 
de ser reconhecido concomitantemente com as demais qualificadoras de ordem subjetiva (motivo torpe 
e motivo fútil), sob pena de indevido bis in idem. 
b) Objetiva – Liga-se ao gênero da vítima: ser mulher. Nesse sentido, afirma Nucci: “O agente não 
mata a mulher somente porque ela é mulher, mas o faz por ódio, raiva, ciúme, disputa familiar, prazer, 
sadismo, enfim, motivos variados, que podem ser torpes ou fúteis; podem, inclusive, ser moralmente 
relevantes. Não se descarta, por óbvio, a possibilidade de o homem matar a mulher por questões de 
misoginia ou violência doméstica; mesmo assim, a violência doméstica e a misoginia proporcionam aos 
homens o prazer de espancar e matar a mulher, porque esta é fisicamente mais fraca. É o que se chama 
de violência de gênero, o que nos parece objetivo – e não subjetivo. Basta verificar processo por processo 
de agressão à mulher: o marido matou a esposa porque se casou com uma mulher? Não, ele se sente 
encorajado em matá-la, porque se sente superior e ela o traiu com outra pessoa”. 
Assim, para aqueles que advogam ter essa circunstância caráter objetivo, é possível a coexistência da 
qualificadora tanto com o motivo torpe e fútil quanto com o privilégio. 
 
Na jurisprudência: 
 
“A inclusão da qualificadora agora prevista no art. 121, § 2º, inciso VI, do CP, não poderá servir 
apenas como substitutivo das qualificadoras de motivo torpe ou fútil, que são de natureza subjetiva, sob 
pena de menosprezar o esforço do legislador. A Lei 13.104/2015 veio a lume na esteira da doutrina 
inspiradora da Lei Maria da Penha, buscando conferir maior proteção à mulher brasileira, vítima de 
condições culturais atávicas que lhe impuseram a subserviência ao homem. Resgatar a dignidade perdida 
ao longo da história da dominação masculina foi a ratio essendi da nova lei, e o seu sentido teleológico 
estaria perdido se fosse simplesmente substituída a torpeza pelo feminicídio. Ambas as qualificadoras 
podem coexistir perfeitamente, porque é diversa a natureza de cada uma: a torpeza continua ligada 
umbilicalmente à motivação da ação homicida, e o feminicídio ocorrerá toda vez que, objetivamente, haja 
uma agressão à mulher proveniente de convivência doméstica familiar. 3 Recurso provido.” (Acórdão 
n.904781, 20150310069727RSE, Relator: GEORGE LOPES LEITE, 1ª Turma Criminal, Data de Julgamento: 
29/10/2015, Publicado no DJE: 11/11/2015. Pág.: 105). 
HABEAS CORPUS Nº 440.945 – MG (2018/0059557-0) RELATOR: MINISTRO NEFI CORDEIRO “No 
concernente ao pleito de reconhecimento do bis in idem entre as qualificadoras do motivo torpe e 
do feminicídio, tem-se que o Tribunal de origem manifestou-se, nos seguintes termos (fls. 530/532): 
PRELIMINAR: Como visto, a defesa sustenta, preliminarmente, a nulidade do julgamento pelo 
reconhecimento simultâneo das qualificadoras do feminicídio e do motivo torpe, ao argumento de 
que são incompativeis, configurando bis in idem. Contudo, razão não lhe assiste. Consoante é cediço, a Lei 
13.104/2015 alterou o artigo 121 do CP, incluindo o crime de feminicídio como uma modalidade qualificada 
do homicídio, delito tipificado, inclusive, comohediondo. Tais mudanças atuam como uma resposta à 
necessidade de providências rígidas e rápidas, em razão dos altos índices de violência contra a mulher. No 
caso sub judice, o acusado ceifou a vida da vítima, sua companheira, na residência do casal, sendo 
reconhecido pelos jurados que o móvel do delito foi o fato de que “o acusado acreditava que tinha posse 
sobre a vítima, a qual manifestou o desejo de pôr fim ao relacionamento conjugal”. Além disso, o júri 
reconheceu que“ o crime foi praticado contra o gênero mulher, prevalecendo o acusado de relações 
domésticas e familiares” (f. 311 v). Tais circunstâncias, diversamente do sustentado pela defesa, não 
são incompativeis nem caracterizadoras de bis in idem. Isso porque, enquanto o motivo torpe está relacionado 
à razão do delito, ao que levou o réu a praticar o crime, o reconhecimento do feminicídio decorreu da ocorrência 
de violência doméstica e familiar. Assim, presentes uma qualificadora de cunho subjetivo (motivo torpe) e 
outra de cunho objetivo (feminicídio), circunstâncias de naturezas diversas que coexistem em perfeita 
harmonia, não há nulidade a ser declarada. Extrai-se dos autos que a Corte de origem não reconheceu o 
alegado bis in idem, porquanto enquanto o motivo torpe está relacionado à razão do delito, ao que 
levou o réu a praticar o crime, o reconhecimento do feminicídio decorreu da ocorrência de violência 
doméstica e familiar. Ressaltou, ainda, que o acusado acreditava que tinha posse sobre a vítima, a qual 
manifestou o desejo de pôr fim ao relacionamento conjugal – motivo torpe, e o crime foi praticado contra o 
gênero mulher, prevalecendo o acusado de relações domésticas e familiares – feminicídio. Dessa forma, 
tem-se que o Tribunal a quo decidiu em conformidadecom oentendimento desta Cortesuperior, porquanto, 
tratando-seomotivo torpe de qualificadora de natureza subjetiva, e o feminicídio de qualificadora objetiva não há 
se falar em bis in idem no reconhecimento de ambas, de modo que não se vislumbra ilegalidade no ponto. 
Destaco que, conforme determina o art. 121, § 2º-A, II, do CP, a qualificadora do homicídio deve ser reconhecida 
nos casos em que o delito é cometido em face de mulher em violência doméstica e familiar. Assim, o fato de o 
paciente valer-se do relacionamento familiar que possuía com a vítima é aferível de maneira objetiva, e não se 
confunde com a circunstância

Continue navegando