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1 Epidemiologia Clinica -Bases Científicas da Medicina

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Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 1 
1 
BASES CIENTÍFICAS 
DA MEDICINA 
EPIDEMIOLOGIA 
 Existe uma distinção geral entre epidemiologia geral e 
epidemiologia clínica, uma vez que essas duas vertentes, 
apesar de abordarem o estudo das variáveis envolvidas no 
processo saúde-doença apresentam distinções nas análises e 
tomadas de decisões feitas. 
EPIDEMIOLOGIA GERAL 
 Assim, a epidemiologia geral é presente na saúde 
coletiva e estuda o processo saúde-doença em coletividades 
humanas, analisando a distribuição e os fatores 
determinantes das enfermidades, danos à saúde e os eventos 
associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas 
de prevenção, controle ou erradicação de doenças e 
fornecendo indicadores. 
 A epidemiologia geral se presta a propor ações de 
saúde, de modo a produzir novos conhecimentos. E assim, 
contribui para a melhoria da qualidade de vida e o 
soerguimento do nível de saúde das coletividades humanas. 
EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA 
 Já a epidemiologia clínica estuda eventos clínicos em 
um grupo de pacientes similares, do mesmo modo que a 
epidemiologia geral, produz informações válidas e acuradas, 
necessárias aos cuidados dos pacientes. Tem um aspecto 
mais direcional e focal no paciente individual e grupos de 
pacientes restritos nos ambientes de trabalho dos médicos. 
 Esse tipo de epidemiologia utiliza-se de conhecimentos 
fisiológicos, químicos e histopatológicos para tratar os 
indivíduos. Um exemplo disso seria um paciente com lúpus 
que adquire Chikungunya e desenvolve um quadro 
particular e diferente do cenário epidemiológico da 
população geral daquele local. 
 Desse modo, a epidemiologia clínica tem como um de 
seus principais objetivos dar subsídios intelectuais, 
baseados na ciência, para realizar processos necessários a 
tomada de decisão na medicina. Os principais processos 
para tomada de decisões na medicina são: 
• Geração de evidências (a partir da prática 
clínica); 
• Busca de evidências 
• Avaliação crítica das evidências; 
• Aplicação das evidências; 
• Síntese das evidências (por isso deve ser 
uma medicina baseada nas evidências). 
Assim, uma boa questão clínica para ser objeto 
de estudo relevante deve passar pelo crivo de ser: 
• Factível (possível de testar a hipótese); 
• Interessante; 
• Nova; 
• Ética; 
• Relevante. 
Um exemplo seria testar substâncias que são 
possivelmente danosas ao ser humano que seria 
antiético, então isso se classifica como uma má 
questão clínica. Desse modo, para cada questão se 
necessita um planejamento para melhor responder a 
dúvida, esse planejamento é o delineamento do 
estudo que vai favorecer o desenvolvimento desse 
trabalho. 
Para se montar uma boa questão clínica fontes 
de informação para as perguntas de questão clínica 
são necessárias, algumas delas são: 
• Experiência clínica/conhecimento 
próprio; 
• Opinião de colegas; 
• Pesquisa clínica. 
Assim, para se analisar questões clínicas mais 
profundamente alguns conceitos são necessários 
tais como: 
• Variáveis: atributos dos pacientes e 
eventos clínicos; 
• Desfechos: são os eventos que queremos 
entender, prever, interpretar e modificar 
quando cuidamos de um paciente. (Alguns 
desfechos são: morte, doença, sintomas, 
deficiência funcional, descontentamento e 
despesa). Existem diversos desfechos 
(moles e duros) e alguns são mais 
importantes do que outros, então deve-se 
priorizar desfechos que impactem 
positivamente na vida do paciente, acima 
foram listados desfechos importantes que 
devem ser levados em consideração. 
 
 
Dalton Willians S Arandas – Medicina AULA 1 
2 
DESFECHOS CLÍNICOS X DESFECHOS 
BIOLÓGICOS 
A medicina é a ciência da incerteza e a arte da 
probabilidade, segundo William Osler. Nesse sentido, não 
existem certezas concretas em afirmações na medicina. 
Assim, impressões, intuições e crenças também são 
importantes na medicina, mas apenas quando somados a 
uma base sólida de informações numéricas. 
População e amostra: A amostra é um subconjunto de uma 
população e deve representar uma semelhança com o 
universo. 
Inferência: é o julgamento racional com base em dados de 
que as características da amostra se assemelham àquelas da 
população de origem. 
Amostra probabilística: cada membro da população tem 
uma probabilidade igual (ou conhecida) de ser selecionado. 
Podem produzir amostras extraordinariamente semelhantes 
a população de origem. 
Amostras não probabilísticas: obtidas por acaso ou 
conveniência. Podem não representar corretamente a 
população de origem. 
CONCLUSÕES VÁLIDAS 
 Devem responder diversas perguntas (Por exemplo: os 
resultados são realmente melhores? Causa menos dor?) para 
garantir uma segurança ao estudo. Essas perguntas 
dependem do tipo de conclusão que o estudo apresenta e 
devem ser posicionadas de acordo com a proposta do estudo. 
Conclusões que apresentem viés são fracas e não passam 
confiabilidade. 
 Então o que seria um viés? Trata-se de um erro 
sistemático, por se tratar de um processo em qualquer 
estágio da inferência, com tendência a produzir resultados 
que fujam da realidade. 
Acaso: é uma variação aleatória que depende do tamanho 
da amostra. E essa variação aleatória é a divergência entra a 
observação em uma amostra e o valor verdadeiro na 
população. 
Validade interna: é o grau em que os resultados de um 
estudo estão corretos para a amostra de pacientes sob 
analise. Para que uma observação clínica seja útil, a validade 
interna é uma condição necessária, mas insuficiente. 
Validade externa: capacidade de generalização, ou seja, é 
o grau de veracidade dos resultados de uma observação em 
outros cenários. 
 Como artigos científicos podem ajudar para 
aprofundar essa temática? 
 A partir da leitura que se paute na 
identificação de: 
1. O problema que gera a pesquisa 
(geralmente se encontra na introdução); 
2. Qual é a proposta dos autores para 
solucionar o problema (maioria dos casos 
está na metodologia); 
3. Variáveis; 
4. Desfechos; 
5. População; 
6. Amostras.

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