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Apostila de BCM (Epidemiologia e Bioestatística ) -marcos grm

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C A D E R N O D E
B A S E S C I E N T Í F I C A S
D A M E D I C I N A
Marco s Rodrigue s - @marco s . grm
MED 18 MC - 2023 .1
(EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA)
 
Última modificação em: 24/07/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – BASES CIENTÍFICAS DA MEDICINA 
1 
 P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO! 
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares. 
Epidemiologia - Sumário 
INTRODUÇÃO: EPIDEMIOLOGIA E A PRÁTICA MÉDICA ...... 3 
INTRODUÇÃO ....................................................... 3 
Epidemiologia Geral x Epidemiologia Clínica ........... 3 
Epidemiologia Geral ...................................... 3 
Epidemiologia Clínica .................................... 3 
QUESTÃO CLÍNICA .................................................. 3 
Tipos de Questão Clínica e Delineamentos Adequados 4 
BASES EM EPIDEMIOLOGIA ........................................... 4 
Variáveis ..................................................... 4 
Desfechos..................................................... 4 
Desfechos Clínicos e Desfechos Biológicos ............ 4 
Importância dos Números .................................. 5 
População e Amostra ....................................... 5 
Distorções de Resultados................................... 5 
Viés e Variação Aleatória ................................ 5 
Validade Externa e Interna ................................ 5 
APLICAÇÕES DOS CONHECIMENTOS DA AULA ......................... 6 
DIAGNÓSTICO I: CAUSALIDADE E INFERÊNCIA CAUSAL .... 7 
INTRODUÇÃO ....................................................... 7 
ASSOCIAÇÃO CAUSAL E NÃO CAUSAL ................................ 7 
POSTULADOS DE KOCH (1882) ..................................... 7 
CARACTERÍSTICAS DE ASSOCIAÇÕES CAUSAIS ......................... 7 
Causas e Desfechos ......................................... 7 
Causa Necessária e Causa Suficiente ..................... 7 
Causas Pouco Específicas ................................... 8 
MECANISMO PATOGÊNICO ........................................... 8 
INTERAÇÃO DE CAUSA MÚLTIPLAS ................................... 8 
ESTABELECIMENTO DA CAUSA ....................................... 8 
OS 8 CRITÉRIOS DE BRADFORD HILL (1965) ......................... 8 
PESO DAS EVIDÊNCIAS .............................................. 9 
CRITÉRIOS QUE CONFIRMAM UMA RELAÇÃO CAUSAL .................. 9 
DIAGNÓSTICO: ACURÁCIA, SENSIBILIDADE, 
ESPECIFICIDADE .................................................10 
INTRODUÇÃO ...................................................... 10 
Certeza e Probabilidade .................................. 10 
RESULTADOS: TESTES E DIAGNÓSTICOS VERDADEIROS ............... 10 
PADRÃO OURO (CRITÉRIO PADRÃO OU PADRÃO DE REFERÊNCIA) ..... 10 
Testes Diagnósticos em Não Doentes ................. 10 
Ausência de Padrão Ouro ............................... 11 
Padrão Ouro Imperfeito ................................ 11 
SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE ................................... 11 
Sensibilidade................................................ 11 
Especificidade .............................................. 11 
Contrabalanço entre Sensibilidade e Especificidade.. 11 
Viés e Acaso ................................................. 12 
VALOR PREDITIVO ................................................. 12 
Valor Preditivo Positivo ................................... 12 
Valor Preditivo Negativo .................................. 12 
ACURÁCIA ........................................................ 12 
RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA OU DE PROBABILIDADE ................. 12 
ESTUDOS DE PREVALÊNCIA/DE CORTE TRANSVERSAL ....13 
INTRODUÇÃO ...................................................... 13 
Relevância Clínica (Exemplo) ............................ 13 
 
 
EXECUÇÃO ........................................................ 13 
Cálculo da Taxa de Prevalência .......................... 14 
Casos (Doença/Desfecho) .............................. 14 
População em Risco ..................................... 14 
Passo a Passo da Execução do Estudo ................... 14 
ABORDAGENS ANALÍTICAS .......................................... 14 
Medidas de Associação entre um Fator e um Agravo . 15 
Razão de Prevalência (RP) ............................. 15 
Odds Ratio de Prevalência (ORP) ...................... 15 
Intervalo de Confiança .................................... 15 
UTILIDADE DOS ESTUDOS DE PREVALÊNCIA .......................... 15 
LIMITAÇÕES E DESVANTAGENS ...................................... 15 
ESTUDOS DE COORTE/DE INCIDÊNCIA ....................... 16 
INTRODUÇÃO ...................................................... 16 
Histórico: John Snow e o Primeiro Estudo de Coorte . 16 
Definição .................................................... 16 
DESENHO DO ESTUDO ............................................. 16 
Grupos ....................................................... 16 
Fator de Risco/Proteção .................................. 16 
Estudos de Coorte Prospectivo e Retrospectivo ....... 16 
PRINCIPAIS USOS .................................................. 17 
VANTAGENS E DESVANTAGENS ..................................... 17 
Vantagens ................................................... 17 
Limitações e Desvantagens ............................... 17 
CUIDADOS ........................................................ 17 
CÁLCULOS ........................................................ 17 
Cálculo da Incidência ...................................... 17 
Medidas Específicas de Associação de Variáveis ....... 18 
Risco Relativo (RR) ...................................... 18 
Risco Atribuível/Redução do Risco Absoluto (RRA) . 18 
Risco Atribuível Populacional (RAP) ................ 18 
Modelo de COX ........................................... 18 
Intervalo de Confiança (IC) ............................ 18 
ESTUDOS DE CASO-CONTROLE ............................... 19 
INTRODUÇÃO ...................................................... 19 
Estudo de Coorte x Estudo de Caso-Controle .......... 19 
Características ............................................. 19 
CLASSIFICAÇÕES ................................................... 19 
Quanto à Definição Epidemiológica dos Casos 
(Prevalentes e Incidentes) ................................ 19 
Quanto à Seleção dos Grupos de Comparação (Pareados 
e Não Pareados) ............................................ 19 
SELEÇÃO DOS GRUPOS CASO E CONTROLE .......................... 20 
Critérios Básicos para Composição dos Grupos Caso e 
Controle ..................................................... 20 
Comparabilidade dos Grupos Caso e Controle ....... 20 
Fontes de Casos e Controles .............................. 20 
COLETA DOS DADOS ............................................... 20 
TESTE DE HIPÓTESES E VERIFICAÇÕES DE ASSOCIAÇÕES .............. 21 
Medidas de Associação .................................... 21 
Odds Ratio (OR) .......................................... 21 
ALGUNS FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR O ESTUDO .............. 22 
Tamanho da Amostra ...................................... 22 
Variáveis de Confusão e a Importância dos Estudos 
Pareados .................................................... 22 
 
 
 
Última modificação em: 24/07/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – BASES CIENTÍFICAS DA MEDICINA 
2 
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Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares. 
VANTAGENS E LIMITAÇÕES .........................................22 
Vantagens ................................................... 22 
Limitações e Desvantagens ............................... 22 
ENSAIOS CLÍNICOS ..............................................23 
INTRODUÇÃO ...................................................... 23 
DESENHO DO ESTUDO.............................................. 23 
Critérios de Inclusão e Exclusão ......................... 23 
Ensaios Clínicos Multicêntricos e Unicêntricos ........ 24 
Ensaios Clínicos Controlados ............................. 24 
Garantia do Benefício de uma Intervenção .......... 24 
Usos do Placebo ............................................ 24 
Ensaios Clínicos Randomizados ........................... 24 
Formas de Realizar a Randomização .................. 25 
Ocultação da Sequência de Randomização ........ 25 
Ensaios Clínicos Avaliados pelo Princípio da Intenção 
de Tratar ................................................. 25 
Estudos Cegos ............................................... 25 
Estudos Abertos, Cegos e Duplo Cegos ............... 25 
IMPORTÂNCIA DA SEMELHANÇA DOS GRUPOS CONTROLE E INTERVENÇÃO
 .................................................................. 26 
TRATAMENTO DOS GRUPOS AO LONGO DO ESTUDO .................. 26 
Seguimento dos Participantes ............................ 26 
Perdas de Seguimento .................................. 26 
ANÁLISE DO DESFECHO ............................................ 26 
ANÁLISE DE SUBGRUPOS ........................................... 27 
FASES DE EXPERIMENTAÇÃO ........................................ 27 
Fases ......................................................... 27 
REVISÕES SISTEMÁTICAS E METANÁLISES ...................28 
INTRODUÇÃO ...................................................... 28 
Estudos Originais e Estudos de Revisão ................. 28 
Estudos Originais ........................................ 28 
Estudos de Revisão ...................................... 28 
Revisões Tradicionais/Narrativas ........................ 28 
REVISÕES SISTEMÁTICAS E METANÁLISES ............................ 28 
Principais Características ................................. 28 
Elementos ................................................... 29 
Seleção de Estudos ......................................... 29 
Viés de Publicação ...................................... 29 
Análise da Qualidade Científica dos Estudos......... 29 
Apresentação dos Resultados (Gráfico de Floresta) .. 29 
Metanálises ................................................. 30 
Características Específicas ............................. 30 
Metanálise Cumulativa .................................. 31 
Vantagens e Desvantagens ................................ 31 
Principais Vantagens .................................... 31 
Principais Desvantagens ................................ 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Última modificação em: 24/07/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – BASES CIENTÍFICAS DA MEDICINA 
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 P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO! 
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares. 
Introdução: Epidemiologia e a Prática Médica 
Introdução 
Epidemiologia Geral x Epidemiologia 
Clínica 
Epidemiologia Geral 
-DEFINIÇÃO: Ciência que estuda o processo saúde-doença 
em coletividades humanas. Possui instrumental específico 
para análise do perfil de saúde-doença na POPULAÇÃO → 
Foco na POPULAÇÃO GERAL e no COLETIVO 
-ANALISA: Distribuição e fatores determinantes das 
enfermidades, danos à saúde e os eventos associados à 
saúde coletiva 
-CAPAZ DE PROPOR: Medidas específicas de prevenção, 
controle ou erradicação de doenças. Possibilita aclarar 
questões levantadas pelas rotinas das ações de saúde, 
produzindo novos conhecimentos 
-FORNECE: Indicadores que servem de suporte ou 
planejamento à administração e à avaliação das ações de 
saúde 
-PRINCIPAL OBJETIVO: Contribuir para a melhoria da 
qualidade de vida e soerguimento do nível de saúde da 
população 
-ÁREA MUITO ÚTIL PARA A GESTÃO EM SAÚDE: Quais são 
os principais problemas de saúde daquela população? Onde 
aplicar mais recursos? Onde focalizar determinadas 
políticas públicas? 
• OBS: Apesar disso, também é fundamental que o 
médico tenha esse conhecimento para entender as 
demandas da comunidade onde seus pacientes 
estão inseridos 
 
Conhecimento, por parte do médico, de que “A PRINCIPAL CAUSA 
DE MORTE NA POPULAÇÃO BRASILEIRA são as DOENÇAS 
CARDIOVASCULARES” → Essa informação pode dar ao médico um 
diagnóstico mais ou menos provável 
 
Epidemiologia Clínica 
-DEFINIÇÃO: Ciência básica para a medicina clínica, que 
estuda eventos clínicos em um GRUPO DE PACIENTES 
SIMILARES usando métodos científicos rigorosos e 
adequados → Foco em PACIENTES INDIVIDUAIS ou GRUPOS 
DE PACIENTES SIMILARES 
-UTILIZA: Conhecimentos fisiológicos, químicos e 
histopatológicos para compreender e tratar a doença e os 
doentes 
-OBJETIVO: Produzir informações válidas e acuradas 
necessárias ao cuidado dos pacientes 
-OBS: Embora haja o termo “clínica”, a epidemiologia 
clínica pode ser aplicável em qualquer área, incluindo a 
prática cirúrgica 
 
 
 
 
-PASSOS PARA A TOMADA DE DECISÃO EM MEDICINA: 
Prática da Medicina Baseada em Evidências (MBE) → Usar o 
conhecimento científico para oferecer ao paciente a melhor 
medicina disponível atualmente 
1. Geração de evidências 
2. Busca das evidências 
3. Avaliação crítica das evidências 
4. Aplicação das evidências 
5. Síntese das evidências 
-AUSÊNCIA DE EVIDÊNCIAS: Produzir estudos para tentar 
responder à pergunta (que também pode ser a pergunta de 
outros profissionais) 
 
Por que TRATAR o paciente com uma droga X, e não com uma 
droga Y? Porque há EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SUFICIENTES provando 
que a droga X é MAIS EFICAZ 
 
Por que NÃO utilizar uma conduta Z em uma determinada 
situação? Porque há EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SUFICIENTES provando 
que a conduta Z NÃO É EFICAZ quando aplicada em situações 
semelhantes à situação em questão 
 
A experiência acumulada ao longo do tempo exercendo a medicina 
NÃO é mais importante do que as evidências científicas → Não é 
porque você tomou uma conduta X que deu certo com um número 
Z de pacientes que essa conduta será considerada a mais adequada 
 
Questão Clínica 
-QUESTÃO CLÍNICA: Surge na prática médica quando 
estamos tratando algum paciente, podendo virar objeto de 
pesquisa em busca de uma resposta 
-FONTES DE INFORMAÇÃO PARA POSSÍVEIS PERGUNTAS 
CLÍNICAS: 
• PELA EXPERIÊNCIA CLÍNICA/CONHECIMENTO 
PRÓPRIO: Adquirida pelo tempo de exercício da 
profissão 
• OPINIÃO DE COLEGAS CONFIÁVEIS: Que tenham 
experiência no assunto em questão 
• PESQUISA CLÍNICA E LITERATURA CIENTÍFICA: A 
mais importante e preferível, pois é a fonte mais 
segura e mais sólida que irá fornecer informações 
de fato verdadeiras a respeito da conduta a ser 
tomada 
-CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA QUESTÃO CLÍNICA: Uma 
boa questão clínica, para ser respondida por estudos 
científicos, deve ser: 
• FACTÍVEL: Possível de ser respondida pelo 
conhecimento científico 
• INTERESSANTE: Precisa despertar a curiosidade da 
comunidade científica em responde-la 
• NOVA: O que já está respondido na comunidade 
científica não precisa ser respondido novamente 
• ÉTICA: A questão clínica não deve submeter 
ninguém a experimentos que causam danos ou 
coloquem os pacientes em risco 
• RELEVANTE: Precisa ter alguma aplicação prática 
 
 
 
Última modificação em: 24/07/2023MEDICINA – 3º PERÍODO – BASES CIENTÍFICAS DA MEDICINA 
4 
 P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO! 
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares. 
Tipos de Questão Clínica e 
Delineamentos Adequados 
-QUESTÃO CLÍNICA RELACIONADA À: 
• ETIOLOGIA OU RISCO: Estudos de Coorte ou caso-
controle 
Quais os fatores que contribuem para que uma pessoa tenha 
diabetes? → Dúvida em relação à CAUSA, ETIOLOGIA OU RISCO → 
Estudos de Coorte ou caso-controle como o mais indicado 
• DIAGNÓSTICO: Estudo de acurácia 
Para validar uma suspeita diagnóstica X, é melhor solicitar uma TC 
com ou sem contraste → Dúvida em relação ao DIAGNÓSTICO → 
ESTUDO DE ACURÁCIA como o mais indicado 
• INTERVENÇÃO OU TRATAMENTO: Ensaio Clínico 
controlado randomizado 
Para uma doença X, é melhor solicitar uma droga A ou uma droga 
B? → Dúvida em relação à INTERVENÇÃO OU TRATAMENTO → 
Ensaio Clínico controlado randomizado como o mais indicado 
• PROGNÓSTICO: Estudos de Coorte 
Qual a chance de um paciente diabético se tornar nefropata em 
decorrência do diabetes? → Dúvida em relação ao PROGNÓSTICO → 
Estudos de Coorte como o mais indicado 
 
“Homem, 56 anos, tabagista, portador de HAS, queixa-se de dor 
retroesternal ao subir ladeiras há cerca de 2 semanas. Observa 
melhora quando em repouso. Diz que além de subir ladeiras, 
outros esforços físicos também lhe causam dor” 
-POSSÍVEIS PERGUNTAS FEITAS PELO MÉDICO: 
• Até que ponto os diversos testes diagnósticos distinguem 
entre as possíveis causas de dor torácica? → Questão 
relacionada à DIAGNÓSTICO 
• Qual a probabilidade de outras complicações? A doença 
encurtará a vida do paciente? → Questão relacionada a 
PROGNÓSTICO 
• A redução dos fatores de risco para DAC reduz o risco da 
doença? → Questão relacionada ao RISCO 
• Em uma pessoa sem sintomas/doença, uma intervenção 
impede o surgimento da DAC? → Questão relacionada à 
PREVENÇÃO 
 
-OBS: É preciso ter em mente o real impacto que uma 
determinada intervenção relacionada a fatores de risco 
pode causar na vida do paciente que está sendo tratado → 
É necessário colocar na balança os benefícios e malefícios 
diante daquele paciente em específico: 
• Retirar o cigarro de um idoso de 70 anos que fuma desde 
a adolescência realmente seria realmente benéfico ou 
pioraria sua qualidade de vida? 
• Recomendar a prática de exercício físicos para quem 
detesta fazer exercícios realmente traria qualidade de 
vida a esse paciente? 
 
 
Bases em Epidemiologia 
Variáveis 
-VARIÁVEIS: Atributos/características dos pacientes ou dos 
eventos clínicos 
-VARIÁVEIS INDEPENDENTES/EXPLICATIVAS/PREDITORAS: 
Variáveis que explicam a CAUSA OU O SURGIMENTO do 
evento, desfecho ou consequência 
Ser homem, tabagista, portador de HAS e ter 56 anos → Explicam 
o motivo do paciente ter Doença Arterial Coronariana 
Possui dor retroesternal do tipo “em aperto” ao esforço → 
Explicam o motivo do paciente ter Doença Arterial Coronariana 
(evento/desfecho) 
-VARIÁVEIS DEPENDENTES/DESFECHOS: Variáveis que 
representam o efeito final, consequência ou desfecho 
Trata-se do resultado das características do(s) paciente(s) 
ou do(s) evento(s) 
Paciente ter Doença Arterial Coronariana (DAC) 
-VARIÁVEIS EXTERNAS: Variáveis que não influenciam no 
desfecho. São características presentes no evento, mas não 
são nem causa nem desfecho 
O paciente diagnosticado com DAC apresenta sinusite crônica, 
olhos azuis e é míope → Essas características não possuem relação 
com as variáveis explicativas ou com o desfecho 
Desfechos 
-DESFECHOS: Eventos que queremos entender, prever, 
interpretar e modificar quando cuidamos de um paciente 
-DESFECHOS MAIS IMPORTANTES (6): Eventos que possuem 
maior impacto na vida do paciente, devendo ser evitados 
pelo médico quando for prescrever o tratamento. Todos 
começam com a letra “D” em inglês: 
• DEATH: Morte 
• DISEASE: Doença 
• DISCOMFORT: Sintomas 
• DISABILITY: Deficiência funcional 
• DISSATISFACTION: Descontentamento e redução 
de qualidade de vida 
• DESTITUITION: Despesas e gastos com tratamento 
Ao prescrever uma medicação para um paciente diabético, além de 
controlar a glicemia, o médico deve ter a certeza de que a 
medicação também evite infarto, AVC e outros desfechos 
desfavoráveis → Deve-se PENSAR NOS DESFECHOS PRINCIPAIS, e 
não somente na redução da taxa glicêmica 
 
Desfechos Clínicos e Desfechos Biológicos 
-DESFECHOS CLÍNICOS/DURO/PRINCIPAL: Possui um 
impacto maior. Aquilo que de fato precisa ser previsto, 
interpretado ou modificado 
• EXEMPLOS: Morte, AVC hemorrágico, Infarto Agudo do 
Miocárdio (IAM)... 
-DESFECHOS BIOLÓGICOS/MOLE/SUBSTITUTO: Possui um 
impacto intermediário e secundário 
• EXEMPLOS: Redução de arritmias, redução de pressão 
arterial para valores mais próximos ao normal, redução 
do colesterol e da glicemia... 
 
Paciente com arritmia ventricular (EEVV) (DOENÇA) → Tratamento 
prescrito com uso de fármacos (INTERVENÇÃO) → Arritmias são 
reduzidas (DESFECHO BIOLÓGICO), mas o uso desse fármaco 
aumentou a probabilidade de morte súbita (DESFECHO CLÍNICO) → 
O medicamento interferiu apenas no DESFECHO BIOLÓGICO, e não 
no DESFECHO CLÍNICO (pois aumentou a mortalidade) 
 
Última modificação em: 24/07/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – BASES CIENTÍFICAS DA MEDICINA 
5 
 P3 – Medicina XVIII (UNINASSAU/Recife) @marcos.grm Encontrou algum erro? ENTRE EM CONTATO COMIGO! 
Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares. 
 
Importância dos Números 
-EXATIDÕES E PROBABILIDADES: “A medicina é a ciência 
da incerteza e a arte da probabilidade” → Diagnósticos não 
são certezas, mas estimações de probabilidades 
 
PACIENTE: “Vou ficar bom?” 
MÉDICO PRECISA RESPONDER COMO PROFISSIONAL E NÃO COMO 
AMIGO: Você tem uma alta/baixa probabilidade de ficar bom, pois 
a maioria dos pacientes nessas mesmas condições e nesta mesma 
terapêutica evoluem bem/mal 
 
-IMPRESSÕES, INTUIÇÕES E CRENÇAS: Também são 
importantes na prática médica, mas apenas quando 
somadas a uma base sólida de informações numéricas 
O tabagismo aumenta o risco de morte em qualquer idade → 
Informação imprecisa 
O tabagismo dobra o risco de morte em qualquer idade → 
Informação muito mais precisa 
População e Amostra 
-POPULAÇÃO: TODAS as pessoas em um cenário definido ou 
com certas características definidas 
-AMOSTRA: SUBCONJUNTO de pessoas em uma população 
definida. Para ser uma AMOSTRA REPRESENTATIVA e refletir 
confiavelmente a população, precisa ter CRITÉRIOS 
QUALITATIVOS E QUANTITATIVOS 
• É ÚTIL PARA FAZER INFERÊNCIAS APÓS O 
ESTUDO: Julgamento racional com base em dedos 
de que as características da amostra se 
assemelham àquelas da população de origem → 
Concluir que o que acontece com aquela amostra 
acontece com a população como um todo 
• AMOSTRA PROBABILÍSTICA: Cada membro da 
população tem uma PROBABILIDADE IGUAL (OU 
CONHECIDA) DE SER SELECIONADO. Podem produzir 
amostras extraordinariamente semelhante à 
população de origem → A inferência torna-se 
muito mais confiável 
• AMOSTRA NÃO PROBABILÍSTICA: Obtidas por 
ACASO OU CONVENIÊNCIA. Podem não representar 
corretamente a população de origem (pode 
prejudicar a inferência) 
Distorções de Resultados 
-CONCLUSÕES VÁLIDAS, VERDADEIRAS, APLICÁVEIS E 
RELEVANTES: Necessário analisar se há distorções no 
estudo que o tornem inválido, inaplicável ou irrelevante 
(enviesado) 
• OBS: Não é porque um estudo está publicado na 
melhor revista que ele não está enviesado. É 
preciso que haja a leitura e identificação do viés 
CONCLUSÃO DO ESTUDO: “Pacientes com hernia inguinal quepassam por cirurgia laparoscópica, aparentemente sofrem menor 
dor pós-operatória e retornam mais rápido ao trabalho que 
aqueles que são submetidos à cirurgia aberta tradicional” 
-AVALIAÇÕES CRÍTICAS: Os resultados são realmente melhores? → 
Evita que o leitor assuma qualquer estudo como verdadeiro, válido, 
aplicável e relevante 
• A laparoscopia é mais indicada para pacientes em melhor 
estado? → Se a resposta for sim, os resultados não 
refletem a técnica em si, e sim às condições prévias de 
saúde dos pacientes 
• Causa menos dor porque o procedimento é novo ou 
porque a cicatriz é menor? 
• Os cirurgiões perguntam menos sobre dor a paciente 
submetidos a cirurgia laparoscópica? Talvez sim porque 
os cirurgiões não esperam que essa seja uma queixa 
frequente no pós-operatório → Nesse caso, não 
necessariamente a dor foi menos frequente de fato, e 
sim porque foi menos indagada 
• Os pacientes submetidos à cirurgia laparoscópica são 
instruídos a retornar mais precocemente ao trabalho? Ou 
porque de fato possuem uma condição clínica pós-
operatória melhor que permite o retorno precoce? 
 
Viés e Variação Aleatória 
-VIÉS/ERRO SISTEMÁTICO: Processo, em qualquer estágio 
da inferência, com tendência a produzir resultados que se 
afastem sistematicamente dos valores verdadeiros. O 
enviesamento ocorre por um erro na METODOLOGIA do 
estudo (em como o estudo foi feito ou em como os 
pacientes foram selecionados) → Tende a distorcer a 
situação para uma mesma direção e é um erro possível de 
ser evitado 
Se houve prioridade na seleção de pacientes jovens para um 
estudo sobre melhor recuperação de pacientes submetidos a uma 
cirurgia laparoscópica, o estudo está ENVIESADO, pois houve 
favorecimento de pacientes jovens em relação aos idosos para 
provar a hipótese → Distorção/tendência colocada por falha na 
metodologia do estudo 
-ACASO/VARIAÇÃO ALEATÓRIA: Divergência entre a 
observação em uma amostra e o valor verdadeiro na 
população deve-se exclusivamente ao acaso. Não se deve a 
erros do método, e sim da amostra → Tende a distorcer o 
resultado tanto acima quanto abaixo do valor verdadeiro 
↑ Tamanho da amostra = ↓ Chance de acaso 
↓ Tamanho da amostra = ↑ Chance de acaso 
Validade Externa e Interna 
-VALIDADE EXTERNA: Capacidade de generalização ou 
extrapolação de resultados (o que aconteceu com a 
amostra também vale para a população). Grau de 
veracidade dos resultados de uma observação em outros 
cenários 
• AVALIAÇÃO DA VALIDADE EXTERNA: Para que 
uma conclusão tenha validade externa, é 
necessário avaliar se a população externa em 
questão é semelhante à população/amostra em 
que o estudo foi realizado 
-VALIDADE INTERNA: Grau em que os resultados de um 
estudo estão corretos para a amostra de pacientes sob 
análise. Os resultados só são válidos para quem foi 
estudado, não tendo utilidade para populações externas (a 
extrapolação não é possível) 
-OBSERVAÇÕES CLÍNICAS ÚTEIS: O estudo a ser levado em 
consideração na tomada de decisão precisa ter validade 
interna e externa 
 
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Aplicações dos Conhecimentos 
da Aula 
-UTILIZAR ARTIGOS CIENTÍFICOS: Responder perguntas: 
• Qual o problema que gerou a pesquisa? → 
Encontrado na INTRODUÇÃO 
• Qual a proposta dos autores para solucionar o 
problema? → Encontrado na METODOLOGIA 
• Quais as VARIÁVEIS definidas? 
• Quais os DESFECHOS definidos? 
• A pesquisa utilizou uma POPULAÇÃO OU UMA 
AMOSTRA? Qual? 
 
-QUAL PROBLEMA GEROU A PESQUISA? 
• A aterosclerose é a principal causa de 
morbimortalidade no mundo ocidental, sendo a 
Síndrome Coronariana Aguda uma de suas 
principais manifestações 
• Ainda são discutíveis os fatores desencadeantes 
• Dentre os eventos explorados como possíveis 
gatilhos de estresse emocional, as partidas 
desportivas são foco de estudo, pela ampla 
repercussão populacional 
• Relatos de associações entre partidas de futebol e 
taxas de doença e morte por causas cardíacas têm 
sido controversos 
• Supõe-se que as partidas da copa do mundo 
envolvendo a seleção brasileira poderiam ser um 
gatilho forte o suficiente para aumentar a 
incidência de emergências cardiovasculares 
As partidas de futebol envolvendo a seleção brasileira 
durante a Copa do Mundo são fatores desencadeantes de 
Síndrome Coronariana Aguda? 
-QUAL A PROPOSTA DOS AUTORES PARA SOLUCIONAR O 
PROBLEMA? 
• DELIMITAÇÃO DO PERÍODO: 1 de maio – 31 de 
agosto dos anos de 1998-2010 
• POPULAÇÃO/AMOSTRA: SCA que culminaram em 
internamento ou óbito intra-hospitalar e que 
tenham recebido o diagnóstico de angina e IAM 
o ESTUDO POPULACIONAL: Como usaram 
dados do DataSUS, houve informação de 
todos os eventos que ocorreram no 
período delimitado, não sendo necessárias 
amostras 
• VARIÁVEIS: Divisão da população em 3 grupos 
o GRUPO 1: Internamentos/mortes em 
datas sem jogos da copa do mundo 
o GRUPO 2: Em datas sem jogos do Brasil 
o GRUPO 3: Em datas dos jogos do Brasil 
• DESFECHO: Internamento por IAM e óbito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
Aulas e slides do professor Sandro + minhas anotações 
 
 
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Diagnóstico I: Causalidade e Inferência Causal 
Introdução 
-É RESPONSABILIDADE DO MÉDICO IDENTIFICAR A CAUSA 
DO PROBLEMA: O entendimento da causa é necessário para 
que o tratamento mais adequado e assertivo seja aplicado 
“O médico que não for capaz de informar ao paciente qual seria a 
provável causa de sua queixa, se for permitido que ela siga o curso 
natural, não está qualificado para prescrever nenhum tratamento 
racional para a sua cura.” 
-Hipócrates 
-CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: Baseados em SINTOMAS, 
SINAIS, HISTÓRIA CLÍNICA e RESULTADO DE TESTES 
• PODEM SE MODIFICAR RAPIDAMENTE: Pelo avanço 
científico, aperfeiçoamento de técnicas 
diagnósticas ou pelo contexto que estão sendo 
utilizados 
Associação Causal e Não 
Causal 
-ASSOCIAÇÃO NÃO CAUSAL: Uma NÃO depende da outra 
• EXEMPLO: “Tabagismo em obstetras leva a menores 
escores de Apgar em recém nascidos” → Associação NÃO 
CAUSAL, por que essa relação aparentemente não possui 
relação lógica 
-ASSOCIAÇÃO CAUSAL: Uma causa tem relação com a outra 
• Possui associação com sentido de causa e efeito 
(associação causal) 
• Depende do conhecimento científico da época 
• EXEMPLO: “O hábito de lavar as mãos por obstetras 
evita a sepse puerperal” → Associação CAUSAL, por que 
há uma relação de causa e efeito que se sabe que tem 
relação lógica 
-ASSOCIAÇÃO ≠ CAUSA: Para ser uma ASSOCIAÇÃO CAUSAL, 
é necessário que haja entendimento dessa associação sob o 
aspecto de: 
• Etiologia 
• Patogênese 
• Mecanismos 
• Fatores de risco 
-IMPORTÂNCIA DE IDENTIFICAR A CAUSA: Permite que 
haja: 
• Tratamento 
• Prevenção 
• Diagnóstico 
 
J.C.P.M 26 anos, apresenta PCR durante partida de futebol. Após 
40 min de RCP, os esforços são suspensos por falha em conseguir 
retorno à circulação espontânea → Importância de conhecer a 
causa para formular estratégias dePREVENÇÃO 
 
A.M.F 38 anos, tabagista, relata sobre astenia, tosse e inapetência 
há 2 dias → Importância de conhecer a causa para dar o 
DIAGNÓSTICO 
 
C.A.G 75 anos, queixa-se de perda de peso e aparecimento de 
“caroço” em epigástrico há 3 meses → Importância de conhecer a 
causa para definir o TRATAMENTO mais adequado 
Postulados de Koch (1882) 
-BUSCAVA DETERMINAR: Se um organismo vivo específico 
causava uma doença particular, devendo atender aos 
critérios: 
• O organismo precisa estar presente em todos os casos da 
doença 
• O organismo precisa ser isolado e cultivado em uma 
cultura pura 
• O organismo precisa causar uma doença específica 
quando inoculado em um animal 
• O organismo precisa ser recuperado e identificado 
-SÓ SE APLICA EM DOENÇAS INFECCIOSAS: Não é tão útil 
hoje porque não pode ser aplicado, por exemplo, em 
muitas doenças crônicas e não infecciosas (que é a principal 
causa de adoecimento em vários países) 
Características de Associações 
Causais 
Causas e Desfechos 
-UMA CAUSA, UM DESFECHO: HIV pode levar à Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida (SIDA) 
O agente (HIV) é o único causador da doença (SIDA) e a doença 
(SIDA) só pode ser causada por aquele agente → Relação de 
ALTÍSSIMA ESPECIFICIDADE → Forte chance de ser uma relação de 
causalidade 
-UMA CAUSA, MÚLTIPLOS DESFECHOS: Tabagismo pode 
levar à Doença Arterial Coronariana (DAC), DPOC, úlcera 
péptica, câncer de pulmão, câncer de bexiga... 
-MÚLTIPLAS CAUSAS, UM DESFECHO: HAS, tabagismo, 
inflamação, DM, hereditariedade podem levar à Doença 
Arterial Crônica (DAC) 
Causa Necessária e Causa Suficiente 
-CAUSA NECESSÁRIA: Quando só ela pode realizar um 
desfecho 
• TUBERCULOSE: Há diferentes componentes para a 
ocorrência de tuberculose, mas a infecção pelo 
Mycobacterium tuberculosis é uma causa 
necessária para que a doença aconteça 
-CAUSA NECESSÁRIA E SUFICIENTE: Está presente sempre 
que algo ocorre e este algo não acontece se ela não estiver 
presente. É necessário para que o efeito ocorra e somente 
ela é suficiente para tal 
• TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 21: É causa 
necessária e suficiente para que a Síndrome de 
Down ocorra 
-CAUSA NECESSÁRIA, MAS NÃO SUFICIENTE: Se estiver 
ausente, o efeito não ocorre, mas se estiver presente, não 
significa que o efeito necessariamente irá ocorrer 
• GRIPE: Exposição ao vírus não é suficiente para 
causar a doença (também envolve a 
imunocompetência) → Vírus é necessário, mas não 
suficiente para desenvolver gripe 
 
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Causas Pouco Específicas 
-CAUSAS POUCO ESPECÍFICAS: Diversas possibilidades 
podem chegar a um determinado desfecho 
• EXEMPLO: Morte por violência de trânsito (pode ter sido 
causado por acesso a arma de fogo, falta de cinto de 
segurança, condições sociais, direção sob influência de 
álcool e drogas, excesso de velocidade, etc.) 
Mecanismo Patogênico 
-IMPORTÂNCIA DO ENTENDIMENTO DO MECANISMO 
PATOGÊNICO: Ajuda a traçar estratégias para impedir que 
o mecanismo ocorra → Definição de tratamentos que atuem 
em diferentes frentes 
• ARTERIOSCLEROSE: Sabe-se sobre o mecanismo da placa 
de ateroma, que culmina como uma das causas da 
Síndrome Coronariana Aguda (infarto) → Há uma relação 
causal entre arteriosclerose e a Síndrome Coronariana 
Aguda 
• REDUÇÃO DO LDL: Sabe-se que a redução de LDL inibe a 
enzima HGM-CoA redutase, melhorando os desfechos 
cardiovasculares → Há uma relação causal entre a 
redução do LDL e a melhoria dos desfechos 
cardiovasculares 
-NEM SEMPRE SERÁ POSSÍVEL ENTENDER TODOS OS MECANISMOS: 
Entretanto, isso não é justificativa para não tentar entender a 
situação e intervir (etiologia, patogênese, mecanismos e fatores de 
risco) 
• As relações entre tabagismo e o câncer de pulmão só 
foram completamente compreendidos nas últimas 
décadas → Entretanto, mesmo sem compreender o 
fenômeno na época, medidas de saúde pública já eram 
instituídas para reduzir o número de fumantes e mortes 
por câncer de pulmão 
• O entendimento do porquê o hábito de lavar as mãos por 
obstetras reduzia a sepse puerperal só foi compreendido 
muito tempo depois → Mesmo sem explicação do porquê 
na época, somente os indícios da associação causal eram 
suficientes para que a lavagem das mãos fosse aplicada a 
fim de evitar complicações 
• Sabe-se que a psicoterapia melhora quadros depressivos, 
mas ainda não se sabe como isso ocorre a nível molecular 
→ Entretanto, o desconhecimento do mecanismo não é 
uma justificativa para negar a eficácia da psicoterapia na 
melhoria dos quadros depressivos 
Interação de Causa Múltiplas 
-INTERAÇÃO BIOLÓGICA E INTERAÇÃO ESTATÍSTICA: Não 
são iguais, de modo que a interação estatística não reflete 
a real interação biológica → A real interação biológica não 
obedece à soma dos riscos individuais 
• Quando há presença de múltiplos fatores, a interação 
biológica real de todos juntos representa um valor 
totalmente diferente do que a simples soma de todos os 
riscos individuais 
 
Estabelecimento da Causa 
-ESTABELECENDO UMA VARIÁVEL COMO CAUSA DE UM 
DESFECHO: É necessário: 
• Afastar a possibilidade do VIÉS (afastar 
subjetividade) 
• Afastar a possibilidade do ACASO (maximizar a 
amostra) 
• Afastar a possibilidade do CONFUNDIMENTO (outra 
variável que não é a causa do desfecho) 
 
“Evolução pós-operatória após a Cirurgia de 
Revascularização Miocárdica (CRM) era pior em mulheres” 
→ O sexo era realmente um fator causal para a evolução 
desfavorável? 
... 
Descobriu-se, posteriormente, que a evolução do pós-
operatório após a CRM era pior para vasos menos calibrosos 
→ Será que essa evolução desfavorável não é em 
decorrência do vaso ser mais fino? 
... 
A verdadeira causa da evolução desfavorável é o diâmetro 
do vaso, e não o sexo (que atuou como variável de 
confundimento) 
RESULTADO: Homens com diâmetro arterial menor também 
tinham evolução desfavorável 
 
Verificou-se que pessoas que tiveram infarto ingeriam mais 
café → O café era fator de risco para infarto? 
... 
Posteriormente, descobriu-se que quem era tabagista 
ingeria mais café → Na verdade, a verdadeira causa dos 
infartos era o tabagismo, e não o café (que atuou como 
variável de confusão) 
 
Os 8 Critérios de Bradford 
Hill (1965) 
-OS 8 CRITÉRIOS DE BRADFORD HILL: São úteis para 
auxiliar no estabelecimento de uma associação causal 
1. TEMPORALIDADE: As causas devem preceder os efeitos 
(a causa surgiu antes do efeito) 
O sobrepeso (causa) antecede a morte por doença 
cardiovascular (desfecho) 
2. FORÇA DA ASSOCIAÇÃO: Quanto maior a associação, 
maior a chance de ser uma relação causal. Fortes 
associações atuam como melhores evidências para uma 
relação causal do que uma associação fraca 
Tabagismo e câncer renal com risco relativo (RR) = 1,47 
comparado a quem não era tabagista → MENOS PROVÁVEL 
de que o tabagismo realmente seja a causa do câncer renal 
 
Hepatite B e desenvolvimento de hepatocarcinoma com 
risco relativo (RR) >200 comparado a quem não teve 
hepatite B → MUITO PROVÁVEL que a hepatite B esteja 
relacionada com o desenvolvimento do hepatocarcinoma 
(relação causal) 
 
 
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3. RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA: O aumento sucessivo da 
exposição à suposta causa é seguido por um efeito cada vez 
maior 
• Se aumentar a dose e aumentar o efeito, 
provavelmente se trata de uma associação causal 
• AUSÊNCIA DE RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA: 
Evidência relativamente fraca (mas não ausente) 
contra causalidade 
Aumentando a carga tabágica, há maior probabilidade de 
desenvolver câncer de pulmão 
4. ASSOCIAÇÕES REVERSÍVEIS: Um fator tem maior 
probabilidade de ser uma causa sempre que a sua remoção 
resultar na redução do risco de um desfecho 
Redução do tabagismo reduz o risco de mortalidade = Forte 
indicativo de que o tabagismo é causa de mortalidade 
 
5. CONSISTÊNCIA: Quando estudos conduzidos em 
diferentes épocas, diferentes cenários e com tipos 
diferentes de pacientes chegam à mesma conclusão 
• OBS: A causalidade é especialmente apoiada 
quando estudos que usam diferentes 
delineamentos, com formas e fraquezas 
complementares, levam ao mesmo resultado 
porque os estudos que utilizam o mesmo 
delineamento podem incorrer no mesmo erro 
Estudos realizados em diversos países e em diferentes 
épocas concluindo que o consumo de fibras reduz o 
surgimento do câncer de cólon → Foram estudos em épocas 
diferentes, populações diferentes e desenhos diferentes 
mostrando o mesmo resultado → Garantia de uma 
CONSISTÊNCIA à relação causal 
6. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA: A causa e o efeito são 
consistentes com o nosso conhecimento sobre o mecanismo 
da doença 
• DEPENDE DO CONHECIMENTO DA ÉPOCA: O que é 
biologicamente plausível depende do estado do 
conhecimento médico no momento 
7. ESPECIFICDADE: A presença de especificidade é uma 
evidência forte para a causalidade. Ausência de 
especificidade é uma evidência contra a relação de causa e 
efeito 
O HIV é o único causador da AIDS e a AIDS só pode ser 
causada pelo HIV→ Relação de ALTÍSSIMA ESPECIFICIDADE 
→ Forte chance de ser uma relação de causalidade 
8. ANALOGIA: Causas já bem estabelecidas são análogas 
àquela em questão 
“O tabagismo realmente causa câncer de pulmão?” 
Sabe-se que toxinas ambientais (asbesto, arsênico e urânio) 
causam câncer de pulmão → O tabagismo tem uma forte 
evidência de ser causa de câncer de pulmão 
 
 
Peso das Evidências 
-PESO DAS EVIDÊNCIAS: Quanto mais forte o desenho do 
estudo, maior a chance de que as associações mostradas 
por ele sejam causais 
• TOPO: Estudos com maior nível de evidência → 
Argumentos mais fortes e consistentes. Revisões 
sistemáticas e metanálises 
• BASE: Estudos com menor nível de evidência → 
Argumentos mais fracos. Opiniões de especialistas, 
relatos de caso 
 
 
Critérios que Confirmam uma 
Relação Causal 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
Aulas e slides do professor Sandro + minhas anotações 
Resumo de Epidemiologia – Carol Andrade
 
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Diagnóstico: Acurácia, Sensibilidade, Especificidade 
Introdução 
-DIAGNÓSTICO CLÍNICO: É necessário utilizar vários 
instrumentos e técnicas: 
• Anamnese e exame físico (suficientes para o diagnóstico 
na maioria dos casos) 
• Exame laboratorial e de imagem 
• Conjunto de achados (exame clínico + exames 
complementares) 
• Cirurgia exploradora (cirurgia com finalidade diagnóstica) 
• Biópsia (histopatológico/citopatológico...) 
• Acompanhamento com rastreamento (realizado quando o 
diagnóstico não é fechado) 
-MUITAS VEZES, NÃO É POSSÍVEL FECHAR O 
DIAGNÓSTICO: É muito difícil chegar nos 100% de certeza 
-SOLICITAÇÃO DE EXAMES COMPLEMENTARES: São 
complementares ao diagnóstico, só devendo ser usados 
quando não há certeza do diagnóstico ou quando há 
necessidade uma confirmação indubitável para iniciar uma 
terapêutica 
• PROBLEMÁTICA DOS EXAMES COMPLEMENTARES: 
Muitos são solicitados de forma desnecessária 
• DEVEM SER PESADOS OS RISCOS E BENEFÍCIOS: 
Alguns podem gerar danos 
• EXAMES DE RASTREAMENTO ≠ EXAMES PARA 
DIAGNÓSTICO: Nos exames de rastreamento, 
justifica-se seu uso em assintomáticos 
 
Suspeita de embolia pulmonar (pode levar ao óbito em poucas 
horas) tendo todo o arsenal de exames de diagnóstico a seu dispor, 
qual utilizar? 
O exame ideal é aquele com a maior precisão e com a menor 
margem de erro, mesmo que o exame traga algum risco ao 
paciente = Exame com a maior capacidade diagnóstica 
 
Certeza e Probabilidade 
-CERTEZA: Na maioria das vezes, não ocorre na Medicina → 
Trabalha-se com MAIORES OU MENORES PROBABILIDADES 
que guiam as decisões 
 
Submeter-se a um tratamento de alto risco diante de uma chance 
de diagnóstico de 40% → Solicitação de um exame complementar 
para aumentar a chance de diagnóstico 
 
-POSSÍVEIS DESFECHOS APÓS SOLICITAÇÃO DOS EXAMES 
COMPLEMENTARES: 
• AJUDA A REDUZIR O GRAU DE INCERTEZA: Ajuda 
a chegar ou excluir um diagnóstico (exame + 
alterações compatíveis com a hipótese) 
• AUMENTA O ENTENDIMENTO DO GRAU DE 
INCERTEZA: Quando há suspeita de uma doença, 
mas os resultados dos exames acusam 
normalidade, havendo necessidade de descartar o 
diagnóstico anterior 
• AUMENTA O NÍVEL DE INCERTEZA: Quando os 
exames complementares dificultam o diagnóstico 
(exame normal ou alterado com informações não 
compatíveis com a hipótese) 
Resultados: Testes e 
Diagnósticos Verdadeiros 
-VERDADEIRO POSITIVO: Doença presente + exame positivo 
→ Situação em que o exame aumenta o grau de CERTEZA 
de uma hipótese 
-FALSO POSITIVO: Doença ausente + exame positivo → 
Situação em que o exame aumentou o grau de INCERTEZA 
-VERDADEIRO NEGATIVO: Doença ausente + exame 
negativo → Situação em que o exame aumenta o grau de 
CERTEZA de uma hipótese 
-FALSO NEGATIVO: Doença presente + exame negativo → 
Situação em que o exame aumentou o grau de INCERTEZA 
• SE A HIPÓTESE AINDA PERMANECER MUITO FORTE: 
Repetir o exame (pode ter sido mal aplicado), solicitar 
outro mais sensível ou de maior precisão... 
 
Padrão Ouro (Critério Padrão 
ou Padrão de Referência) 
-EXAME QUASE PERFEITO: É aquele que mais se aproxima 
da verdade em saber se a doença está realmente presente 
ou não (identificação sólida da verdade) 
• NÃO NECESSARIAMENTE É O MAIS 
FREQUENTEMENTE UTILIZADO: Muitos exames 
padrão ouro são ARRISCADOS, COMPLEXOS e CAROS 
• QUANDO HAVERÁ INDICAÇÃO DE PADRÃO OURO: 
Quando testes preliminares (mais acessíveis, 
menos complexos e menos arriscados) dão 
positivos e é necessário confirmar o diagnóstico e 
ter a certeza para iniciar a terapêutica correta 
 
PADRÃO OURO NA PNEUMONIA: Não é a radiografia de tórax ou 
exame de escarro (mais usado, simples, barato) e sim a BIÓPSIA 
(apesar de ser invasiva, cara e complexa, por isso não é 
frequentemente utilizada) 
 
PADRÃO OURO NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO: Não é o ECG 
ou marcadores de necrose miocárdica, e sim o CATETERISMO 
(complexo, invasivo, caro, difícil acessibilidade e interpretação...) 
 
Testes Diagnósticos em Não Doentes 
-TESTES DIAGNÓSTICOS EM NÃO DOENTES: Mesmo em 
pacientes assintomáticos e sem alterações clínicas, alguns 
exames complementares (passados desnecessariamente) 
podem apresentar alterações 
• PARA DOENÇAS QUE NÃO HÁ FORMAS DE 
TRATAMENTO PRECOCE: As alterações nos exames 
complementares desnecessários não servem para 
nada e não justificam iniciar tratamento, já que o 
paciente não apresenta sintomatologia 
 
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Ausência de Padrão Ouro 
-AUSÊNCIA DE PADRÕES OBJETIVOS PARA DOENÇAS: 
Algumas doenças não possuem padrão ouro, ou seja, não 
possuem ferramentas para confirmar a hipótese 
• COMO APROXIMAR-SE DO DIAGNÓSTICO 
CORRETO: Juntar dados (anamnese, história 
clínica, exames complementares se necessário) 
• PRINCIPAIS EXEXMPLOS: Angina do peito, fogachos, 
Síndrome do Intestino Irritável, Autismo... 
o NA ANGINA DO PEITO: Para chegar ao diagnóstico, 
seria necessário reunir dados da história clínica, 
cateterismo, cintilografia, eletrocardiograma, etc. 
Padrão Ouro Imperfeito 
-PADRÃO OURO IMPERFEITO: Não é teste que tem a 
melhor acurácia, mas é o melhor disponível até o momento, 
podendo ser substituído futuramente por outros melhores 
• NOVOS TESTES PODEM CONFUNDIR: No início, o 
exame novo, após ser comparado com o padrão 
ouro, pode ser considerado erroneamente como 
falso positivo ou falso negativo 
Sensibilidade e Especificidade 
Sensibilidade 
-SENSIBILIDADE: Proporção de pessoas doentes com testes 
positivos. Capacidade de um teste diagnóstico identificar os 
VERDADEIROS POSITIVOS nos INDIVÍDUOS VERDADEIRAMENTE 
DOENTES 
• TESTES MUITO SENSÍVEIS: Resultados negativos 
praticamente excluem um diagnóstico 
-CÁLCULO: Usar coluna/linha da doença presente 
𝑆𝐸𝑁𝑆𝐼𝐵𝐼𝐿𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸 = 
𝑉𝐸𝑅𝐷𝐴𝐷𝐸𝐼𝑅𝑂 𝑃𝑂𝑆𝐼𝑇𝐼𝑉𝑂𝑆
𝑉𝐸𝑅𝐷𝐴𝐷𝐸𝐼𝑅𝑂𝑆 𝑃𝑂𝑆𝐼𝑇𝐼𝑉𝑂𝑆 + 𝐹𝐴𝐿𝑆𝑂𝑆 𝑁𝐸𝐺𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂𝑆
 
 
 
 
-QUANDO DEVE SER ESCOLHIDO: 
• Quando as consequências de se deixar passar uma 
doença são consideráveis 
o EXEMPLOS: Doenças graves, porém tratáveis 
(trombose venosa profunda/TVB, 
tuberculose/TB, sífilis...) 
• ESTÁGIOS INICIAIS DE DIAGNÓSTICO PARA 
REDUZIR POSSIBILIDADES: Uso de exames muito 
sensíveis reduz o número de hipóteses a serem 
consideradas 
o EXEMPLOS: Sintomas inespecíficos ou doenças 
com sintomatologias muito semelhantes 
Especificidade 
-ESPECIFICIDADE: Proporção de pessoas não doentes com 
teste negativo. Capacidade de um teste diagnóstico 
IDENTIFICAR OS VERDADEIROS NEGATIVOS nos indivíduos 
VERDADEIRAMENTE SADIOS 
• TESTES MUITO ESPECÍFICOS: Resultados positivos 
praticamente confirmam o diagnóstico 
o EXEMPLO: Macicez à percussão permite 
diagnóstico em 100% dos casos de 
derrame pleural 
-CÁLCULO: Usar coluna/linha da doença ausente 
𝐸𝑆𝑃𝐸𝐶𝐼𝐹𝐼𝐶𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸 = 
𝑉𝐸𝑅𝐷𝐴𝐷𝐸𝐼𝑅𝑂 𝑁𝐸𝐺𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂
𝑉𝐸𝑅𝐷𝐴𝐷𝐸𝐼𝑅𝑂𝑆 𝑁𝐸𝐺𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂 + 𝐹𝐴𝐿𝑆𝑂𝑆 𝑃𝑂𝑆𝐼𝑇𝐼𝑉𝑂
 
 
 
-UTILIDADES: 
• Útil para confirmar diagnósticos que tenha sido 
sugerido por outros dados 
• Testes altamente específicos raramente são 
positivos na ausência de doenças (produz POUCOS 
RESULTADOS FALSO-POSITIVOS) 
• Testes altamente específicos são especialmente 
necessários quando RESULTADOS FALSO-POSITIVOS 
POSSAM SER NOCIVOS (físicos, emocionais, 
financeiros...) 
Contrabalanço entre Sensibilidade e 
Especificidade 
-TESTES IDEAIS: Aqueles que sejam, ao mesmo tempo, 
altamente sensíveis e específicos 
• PROBLEMÁTICA: Muitas vezes, não há exames 
simultaneamente muito sensíveis e muito 
específicos 
-NA MAIORIA DAS VEZES: 
↑ Especificidade = ↓ Sensibilidade 
↓ Especificidade = ↑ Sensibilidade 
 
 
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-INFLUÊNCIA DO ESTÁGIO E GRAVIDADE DA DOENÇA: 
Podem estar relacionadas e influenciando na sensibilidade e 
especificidade de um teste 
 
-CENÁRIOS DE RASTREAMENTO: A sensibilidade tende a ser 
mais baixa e a especificidade mais alta do que quando o 
mesmo teste é aplicado a pacientes com suspeita de ter a 
doença 
• EXEMPLO: Colonoscopia pode ser usada tanto em 
cenários de diagnóstico (baixa sensibilidade, alta 
especificidade) quanto em cenários de rastreamento 
(alta sensibilidade, baixa especificidade) 
Viés e Acaso 
-VIÉS: Por vezes, o teste é interpretado levando em 
consideração outras informações clínicas, especialmente se 
o resultado do teste for interpretado subjetivamente 
• EM CENÁRIOS DA ESTUDOS DE AVALIAÇÃO DE 
CAPACIDADE DE UM EXAME: Não deve haver 
consideração de outras informações clínicas 
• NO COTIDIANO CLÍNICO: É normal ocorrer 
-ACASO: Os valores relatados de sensibilidade e 
especificidade não devem ser considerados muito 
literalmente se houver um pequeno número de pacientes 
sendo estudados 
Valor Preditivo 
-VALOR PREDITIVO: Estimar a CHANCE DE DOENÇA a partir 
do RESULTADO DE UM TESTE → Se o resultado do teste do 
paciente for positivo ou negativo, qual a probabilidade de 
o paciente ter ou não a doença? 
Valor Preditivo Positivo 
-VALOR PREDITIVO POSITIVO: Probabilidade de DOENÇA 
em um paciente com um RESULTADO POSITIVO (anormal) do 
teste 
• QUANTO MAIS ESPECÍFICO O TESTE: Maior será o 
valor preditivo positivo (mais confiante o clínico 
pode ficar de que um teste positivo confirme ou 
feche o diagnóstico que está sendo pesquisado) 
-CÁLCULO: Só usa valores de testes positivos 
𝑉𝑃 + =
𝑉𝐸𝑅𝐷𝐴𝐷𝐸𝐼𝑅𝑂 𝑃𝑂𝑆𝐼𝑇𝐼𝑉𝑂
𝑉𝐸𝑅𝐷𝐴𝐷𝐸𝐼𝑅𝑂 𝑃𝑂𝑆𝐼𝑇𝐼𝑉𝑂 + 𝐹𝐴𝐿𝑆𝑂 𝑃𝑂𝑆𝐼𝑇𝐼𝑉𝑂
 
 
-É INFLUENCIADO PELA PREVALÊNCIA DA DOENÇA NA 
POPULAÇÃO: 
• DOENÇA COM BAIXA PREVALÊNCIA: Mesmo em 
testes muito específicos, obteremos muitos 
resultados falsos positivos (por conta do elevado 
número de pessoas sadias na população) 
• DOENÇA COM ALTA PREVALÊNCIA: Em testes com 
boa sensibilidade, apresentam maior número de 
resultados falsos negativos 
Valor Preditivo Negativo 
-VALOR PREDITIVO NEGATIVO: Probabilidade de NÃO TER A 
DOENÇA quando o RESULTADO DO TESTE FOR NEGATIVO 
(normal) 
• QUANTO MAIS SENSÍVEL FOR UM TESTE: Maior 
será seu valor preditivo negativo → Mais confiante 
o clínico pode ficar de que um teste negativo 
descarte a doença que está sendo pesquisada 
• OBS: Resultados negativos, mesmo para testes 
muito sensíveis, quando aplicados a pacientes com 
alta probabilidade de ter a doença, serão em 
grande parte falso negativos 
-CÁLCULO: Só usa valores de resultados negativos 
𝑉𝑃 − =
𝑉𝐸𝑅𝐷𝐴𝐷𝐸𝐼𝑅𝑂 𝑁𝐸𝐺𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂
𝑉𝐸𝑅𝐷𝐴𝐷𝐸𝐼𝑅𝑂 𝑁𝐸𝐺𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂 + 𝐹𝐴𝐿𝑆𝑂 𝑁𝐸𝐺𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂
 
 
Acurácia 
-ACURÁCIA: Proporção de todos os resultados do teste 
(positivos e negativos) estejam corretos 
-CÁLCULO: Verdadeiros/Soma de tudo 
𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑃𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 + 𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑁𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜
𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑃𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜 + 𝑉𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑁𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 + 𝐹𝑎𝑙𝑠𝑜 𝑁𝑒𝑔𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 + 𝐹𝑎𝑙𝑠𝑜 𝑃𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜
 
Razão de Verossimilhança ou 
de Probabilidade 
-RAZÃO DE VEROSSIMILHANÇA: Quantas vezes o resultado 
de um determinado teste diagnóstico é mais (ou menos) 
provável em pessoas com a doença comparadas com 
aquelas sem a doença → ↑ Razão de verossimilhança, 
melhor o teste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
Aulas e slides do professor Sandro + minhas anotações 
Resumo de Epidemiologia – Carol Andrade
 
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Estudos de Prevalência/de Corte Transversal 
Introdução 
-TIPO DE ESTUDO MUITO IMPORTANTE PARA CONHECER 
AS REALIDADES: Os estudos deprevalência permitem 
identificar a prevalência de uma doença ou de uma 
condição associada à saúde de uma população específica 
• SUA EXECUÇÃO É FÁCIL, MAS O TAMANHO DA 
POPULAÇÃO PODE DIFICULTAR: Nesses casos, o mais 
indicado é realizar o estudo com AMOSTRAS, desde que 
sejam suficientemente representativas (para poder 
produzir conclusões que sejam válidas para a população 
inteira) 
“A principal causa de morte dos brasileiros são as doenças 
cardiovasculares” → Informação obtida por meio de estudos de 
prevalência 
-ESTUDO DE PREVALÊNCIA É SINÔNIMO DE ESTUDO DE 
CORTE TRANSVERSAL: Todas as variáveis a serem medidas 
são ESTUDADAS AO MESMO TEMPO → É como se fosse uma 
“fotografia”, examinando a exposição e a presença ou 
ausência de uma doença/desfecho 
• DETERMINAÇÃO DE CAUSA E EFEITO NÃO É 
POSSÍVEL: Não é possível, pois as variáveis são 
coletadas todas ao mesmo tempo → Não é possível 
determinar qual variável foi causa e qual foi efeito 
da doença/desfecho 
Estudo de prevalência que fez avaliação de obesidade e 
hipertensão → Como as variáveis são coletadas ao mesmo tempo, 
não é possível dizer que a obesidade causou a hipertensão ou vice-
versa 
 
 
-PRINCIPAL APLICAÇÃO DOS ESTUDOS DE PREVALÊNCIA: 
Esse tipo de estudo é, em geral, o primeiro a ser usado na 
investigação de surtos epidemiológicos com a finalidade de 
determinar a causa do surto 
Relevância Clínica (Exemplo) 
-INFORMAÇÃO 1: “A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) 
está associada a 40% dos casos de AVC e a 25% das doenças 
cardíacas isquêmicas” → Informação extremamente 
relevante, pois dá importância à HAS como causa associada 
a duas outras doenças importantes que devem ser evitadas 
(AVC e doenças cardíacas isquêmicas) 
-INFORMAÇÃO 2: “A HAS é um grave problema de saúde 
pública e uma das causas mais frequentes de morbidade” 
→ Possível conclusão retirada a partir da primeira 
informação 
-INFORMAÇÃO 3: “Existem poucos estudos sobre a 
prevalência da HAS em áreas rurais do Brasil” → A maioria 
dos estudos é feito em capitais ou grandes centros urbanos. 
A constatação de que há poucos estudos sobre a 
prevalência da HAS em ambientes rurais é importante 
porque também exige estudos de prevalência nessa 
população → QUAL A PREVALÊNCIA DA HAS EM ÁREAS 
RURAIS DO BRASIL? 
... 
-POSSÍVEL PERGUNTA CONDUTORA: Qual a prevalência da 
HAS em áreas rurais do Brasil? 
-POSSÍVEL HIPÓTESE: A prevalência da HAS em áreas rurais 
é semelhante à das áreas urbanas 
-OBJETIVO DE UM POSSÍVEL ESTUDO: Investigar a 
prevalência de HAS entre os habitantes de uma comunidade 
rural localizada no Vale do Jequitinhonha em Minhas Gerais 
(Brasil) 
 
Execução 
-SEPARAÇÃO DA AMOSTRA (SE HOUVER NECESSIDADE): É 
preciso que ela seja representativa da população (do todo) 
de forma quantitativa e qualitativa 
• CONDIÇÃO PARA QUE O ESTUDO TENHA 
VALIDADE EXTERNA (PODER SER EXTRAPOLADO): 
Para tirar conclusões para a população inteira 
baseando-se apenas na amostra, é necessário que 
a amostra e a população possuam 
CARACTERÍSTICAS MUITO SEMELHANTES 
-ANÁLISE DA DOENÇA/DESFECHO: Observar quantos foram 
positivos e quantos foram negativos para a 
doença/desfecho 
 
 
 
 
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Cálculo da Taxa de Prevalência 
-TAXA DE PREVALÊNCIA: Mede a proporção de indivíduos 
em uma população que foram acometidos por uma doença 
em um determinado momento 
• NUMERADOR: Número de indivíduos que foram 
afetados pela doença/desfecho 
• DENOMINADOR: Todos os indivíduos da amostra 
(população em risco). Só pode estar no 
denominador quem tem risco de virar numerador 
(quem tem risco de desenvolver a 
doença/desfecho) 
o DENOMINADOR CONSTANTE: Quanto 
maior o número de pessoas afetadas pela 
doença/desfecho, maior a taxa de 
prevalência 
𝑇𝐴𝑋𝐴 𝐷𝐸 𝑃𝑅𝐸𝑉𝐴𝐿Ê𝑁𝐶𝐼𝐴 = 
𝐷𝑜𝑒𝑛ç𝑎 𝑜𝑢 𝑑𝑒𝑠𝑓𝑒𝑐ℎ𝑜 (𝑐𝑎𝑠𝑜𝑠)
𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜
 
 
TAXA DE MORTALIDADE EM DIABÉTICOS: 
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑏é𝑡𝑖𝑐𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑒𝑟𝑎𝑚
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑏é𝑡𝑖𝑐𝑜𝑠
 
 
TAXA DE MORTE POR COVID: 
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑚𝑜𝑟𝑡𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝐶𝑂𝑉𝐼𝐷
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝐶𝑂𝑉𝐼𝐷
 
 
TAXA DE RECORRÊNCIA DE COVID: 
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑗á 𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟𝑎𝑚 𝐶𝑂𝑉𝐼𝐷 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑑𝑒 1 𝑣𝑒𝑧
𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑗á 𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟𝑎𝑚 𝐶𝑂𝑉𝐼𝐷
 
 
Casos (Doença/Desfecho) 
-CASOS (DOENÇA/DESFECHO): Pessoas na população que 
desenvolvem uma doença ou pacientes em ambientes 
clínicos com a doença que desenvolvem o desfecho, como 
recorrência, complicações do tratamento ou morte → Fica 
no NUMERADOR 
 
-A DOENÇA/DESFECHO (CASO) DEVE SER BEM DEFINIDO: 
As definições devem ser coerentes (cientificamente aceitas) 
e não podem ser inventadas, pois o numerador é 
dependente da definição adotada (definição da 
doença/desfecho) → A taxa de prevalência só é CONFIÁVEL 
se a definição for bem feita 
 
PERGUNTA CONDUTORA = QUAL A DOSE DE ASPIRINA QUE CAUSA 
BRONCOESPASMO? → Antes, é necessário definir o que é 
broncoespasmo (são as pessoas que apenas apresentam alteração 
na espirometria? São as que apenas apresentam sibilos à ausculta 
pulmonar? São as que apresentam apenas falta de ar?...) 
 
PERGUNTA CONDUTORA = QUAL A TAXA DE PREVALÊNCIA DA 
HIPERTENSÃO ARTERIAL? → Antes, é necessário definir o que é 
hipertensão (quais os valores exatos de P.A para ser classificado 
como hipertensão) 
 
População em Risco 
-POPULAÇÃO EM RISCO: Todos os membros da população 
devem ser suscetíveis ao desfecho de interesse → Fica no 
DENOMINADOR 
-A POPULAÇÃO EM RISCO DEVE SER BEM DEFINIDA: Deve 
haver exclusão da população que não possui o risco de 
desenvolver a doença/desfecho estabelecido 
• SE NÃO HOUVER EXCLUSÃO ADEQUADA DOS 
GRUPOS QUE NÃO CORRE RISCO: A taxa de 
prevalência se torna SUBESTIMADA, pois o 
denominador passará a ter um valor maior que o 
adequado 
• CASOS DE POPULAÇÕES MUITO GRANDES EM QUE 
HÁ NECESSIDADE DE AMOSTRAS: Deve-se ter o 
cuidado de selecionar uma AMOSTRA 
REPRESENTATIVA, de modo que os resultados 
tenham VALIDADE EXTERNA (possam ser 
extrapolados para toda a população) 
 
TAXA DE PREVALÊNCIA DO CÂNCER DE COLO UTERINO 
(CCU) 
-DOENÇA/DESFECHO (NUMERADOR): Mulheres com câncer 
de colo uterino 
-POPULAÇÃO EM RISCO (DENOMINADOR): Todas as 
mulheres com útero. Excluiu-se os homens e as mulheres 
sem útero 
𝑃𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝐶𝐶𝑈 = 
𝑀𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑐â𝑛𝑐𝑒𝑟 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑙𝑜 𝑢𝑡𝑒𝑟𝑖𝑛𝑜
𝑇𝑜𝑑𝑎𝑠 𝑎𝑠 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚 ú𝑡𝑒𝑟𝑜
 
 
Passo a Passo da Execução do Estudo 
-É NECESSÁRIO TER: 
• PERGUNTA CONDUTORA: Pergunta a qual está se 
tentando encontrar uma resposta que ainda não há 
na literatura 
• HIPÓTESE: É o que precisa ser testado 
• OBJETIVOS: São formulados a partir das hipóteses 
-DEFINIÇÃO DO OBJETIVO DO ESTUDO: Saber se uma 
exposição precede ou é consequência do efeito 
-DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO: Junto com a verificação se 
haverá necessidade de amostra 
-COLETA DE DADOS DA EXPOSIÇÃO E DA DOENÇA: 
• Pessoas expostas e doentes 
• Pessoas expostas e sadias 
• Pessoas não expostas e doentes 
• Pessoas não expostas e sadias 
-ABORDAGENS ANALÍTICAS: Cálculos de prevalência e de 
associações entre as variáveis 
Abordagens Analíticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Medidas de Associação entre um 
Fator e um Agravo 
-MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO ENTRE UM FATOR (EXPOSIÇÃO) 
E UM AGRAVO: Conseguem estimar a força de associação 
entre as variáveis estudadas 
• Razão de prevalência (RP) 
• Diferença de prevalência 
• Odds ratio de prevalência (ORP) 
Razão de Prevalência (RP) 
-RAZÃO DE PREVALÊNCIA (RP): Compara-se a PREVALÊNCIA 
DE DOENÇA nos grupos de exposição → Relação entre a 
prevalência de doença no grupo exposto sobre a 
prevalência de doença no grupo não exposto 
𝑅𝑃 =
𝐷𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
𝐷𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 + 𝑛ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
𝐷𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
𝐷𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 + 𝑁ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 
 
 
Odds Ratio de Prevalência (ORP) 
-ODDS RATIO DE PREVALÊNCIA (ORP): Compara-se a 
PREVALÊNCIA DE EXPOSIÇÃO nos grupos de doença (razão 
dos produtos cruzados) → Relação entre os doentes 
expostos e não doentes não-expostos sobre doentes não-
expostos e não-doentes expostos 
𝑂𝑅𝑃 = 
𝐷𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 × 𝑁ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
𝐷𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 × 𝑁ã𝑜 𝑑𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
 
 
Intervalo de Confiança 
-INTERVALO DE CONFIANÇA: Mede o grau de incerteza de 
uma proporção (P) 
-RELAÇÃO DO TAMANHO DA AMOSTRA COM A PRECISÃO: ↑ 
Tamanho da amostra = ↑ Precisão da medida observada 
Utilidade dos Estudos de 
Prevalência 
-O QUE SE ESPERA EM DIFERENTES SITUAÇÕES CLÍNICAS 
• EXEMPLO: “Linfadenopatia em crianças ou em adultos” 
→ Nas crianças, os estudos mostram que há prevalência 
maior de causas infecciosas. Em adultos, há prevalência 
maior de causas neoplásicas 
-FORNECEM A BASE PARA TESTES DIAGNÓSTICOS E DOS 
ESTUDOS PARA ESTABELECER RELAÇÃO CAUSAL: Os 
estudos de prevalência não servem para estabelecer 
relação causal (porque falta o critério temporal), mas 
podem ser usados como base para estabelecer uma relação 
causal → Se uma possível associação de duas variáveis é 
verificada em um estudo de prevalência, isso pode ser 
usado como base para desenvolver outro estudo capaz de 
estabelecer uma relação causal 
-SÃO ÚTEIS PARA PLANEJAR OS SERVIÇOS DE SAÚDE: 
Fornecem informações relevantes sobre o que deve ser 
priorizado enquanto problema de saúde 
-SÃO MAIS BARATOS E RÁPIDOS: São estudos simples de 
serem feitos. A única complexidade que pode surgir é em 
relação ao tamanho da população, que pode ser resolvida 
com amostragens 
Limitações e Desvantagens 
-NÃO PERMITE ESTABELECER RELAÇÃO DE CAUSA E 
EFEITO: Exceto se o fator prognóstico/de risco precedeu, 
com certeza, o desfecho 
Se houver uma avaliação por estudo de corte transversal de uma 
variável dependente sendo um FATOR GENÉTICO e o desfecho 
sendo o DESENVOLVIMENTO DE UMA DOENÇA NO PORTADOR, tem-
se a certeza de que o FATOR GENÉTICO SURGIU ANTES DA DOENÇA 
→ Nesse caso, é possível estabelecer uma relação causal, mesmo 
sendo um estudo de prevalência/de corte transversal 
-EM CASOS DE ALTERAÇÃO DE PREVALÊNCIA, NÃO HÁ 
COMO SABER AS CAUSAS: Em casos de alterações na 
prevalência de um evento, não há como saber se foi por 
MODIFICAÇÃO NA INCIDÊNCIA OU NA DURAÇÃO dessa 
doença/desfecho → O motivo da prevalência só é explicado 
usando outros tipos de estudo que não sejam estudos de 
prevalência/de corte transversal 
𝑃𝑅𝐸𝑉𝐴𝐿Ê𝑁𝐶𝐼𝐴 = 𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 × 𝐷𝑢𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑑𝑜𝑒𝑛ç𝑎 
-EM EVENTOS RAROS: Tem pouca utilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
Aulas e slides do professor Sandro + minhas anotações 
Resumo de Epidemiologia – Carol Andrade 
 
 
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Estudos de Coorte/de Incidência 
Introdução 
-É UM TIPO DE ESTUDO LONGITUDINAL: A variável tempo é 
também é considerada 
-TAMBÉM SÃO CHAMADOS DE “ESTUDOS DE INCIDÊNCIA”: 
Estudos que analisam o desfecho por meio da INCIDÊNCIA 
• INCIDÊNCIA: Refere-se apenas aos CASOS NOVOS 
Histórico: John Snow e o Primeiro 
Estudo de Coorte 
-JOHN SNOW (1854): Fez o primeiro estudo de Coorte (não 
intencionalmente) para descobrir por onde era veiculado o 
agente etiológico da cólera (doença de alta mortalidade na 
época) → Como as pessoas se contaminam pela cólera? 
• JOHN SNOW ACREDITAVA QUE A CÓLERA ERA 
TRANSMITIDA PELA ÁGUA: Supôs que nas áreas 
que morriam mais pessoas, as regiões eram 
abastecidas por água contaminada do Rio Tâmisa 
• ESTUDOU 3 FONTES DE ÁGUA (LAMBERTH, 
VAUXHALL E SOUTHWARK): Uma que fornecia 
água antes da passagem do Rio Tâmisa e outras 2 
que forneciam água após a passagem no Rio 
Tâmisa 
 
-FEZ ANÁLISE DO NÚMERO DE MORTES EM 2 GRUPOS: 
Grupo exposto x grupo não exposto 
• GRUPO EXPOSTO: Grupos que residiam em locais 
ABASTECIDOS POR FONTES SUPOSTAMENTE 
CONTAMINADAS 
• GRUPO NÃO EXPOSTO: Grupo que residia em 
locais ABASTECIDOS POR FONTES SUPOSTAMENTE 
NÃO CONTAMINADAS 
 
 
CÁLCULOS DE INCIDÊNCIA: 
GRUPO EXPOSTO: Mortes/população = 4093/266516 = 0,0154 
GRUPO NÃO EXPOSTO: Mortes/população = 461/173748 = 0,0027 
 
-CONCLUSÃO: Incidência de MORTE NO GRUPO EXPOSTO 
FOI MAIOR → Incidência maior de mortes → Hipótese de 
que a cólera é transmitida pela água foi CONFIRMADA 
 
 
 
Definição 
-COORTE: Grupo de pessoas que, agregadas por alguma 
CARACTERÍSTICA COMUM, são avaliadas e observadas por 
um PERÍODO DE TEMPO LONGO em que podem ser 
identificados eventos, denominados DESFECHOS do estudo 
• “TEMPO LONGO”: É variável de acordo com o 
objetivo do estudo 
• “COORTE”: Grupo de pessoas 
• “ESTUDO DE COORTE”: Grupo de pessoas com 
PELO MENOS UM GRUPO DE COMPARAÇÃO (coorte 
exposta X coorte não exposta) → Se não houver 
grupo de comparação, NÃO é estudo de coorte 
-NÍVEL DE EVIDÊNCIA DENTRO DOS ESTUDOS 
OBSERVACIONAIS: São o MELHOR NÍVEL de evidência entre 
os estudos observacionais 
• ESTUDOS OBSERVACIONAIS: Aqueles em que NÃO HÁ 
INTERVENÇÃO, apenas observação de grupos 
Desenho do Estudo 
Grupos 
-GRUPOS: Acompanhados até a ocorrência do 
evento/desfecho 
• GRUPO EXPOSTO (COORTE EXPOSTA) 
• GRUPO NÃO EXPOSTO (COORTE NÃO EXPOSTA): 
Deve ser SEMELHANTE AO GRUPO EXPOSTO EM 
TODOS OS ASPECTOS, exceto pelo fator de 
exposição em estudo → Isso faz com que o estudo 
gere resultados válidos 
o SE O GRUPO NÃO EXPOSTO NÃO FOR 
SEMELHANTE AO GRUPO EXPOSTO: As 
demais VARIÁVEIS QUE NÃO SÃO 
SEMELHANTES entre os grupos também se 
tornam SUSPEITAS DE CAUSAREM O 
DESFECHO (enviesamento do estudo) 
Fator de Risco/Proteção 
-FATOR DE RISCO: Quando há INCIDÊNCIA MAIOR de 
eventos/desfechos no GRUPO EXPOSTO 
-FATOR DE PROTEÇÃO: Quando há INCIDÊNCIA MENOR de 
eventos/desfechos no GRUPO EXPOSTO 
 
Estudos de Coorte Prospectivo e 
Retrospectivo 
-ESTUDO DE COORTE PROSPECTIVO: No início do estudo, o 
EVENTO/DESFECHO AINDA NÃO OCORREU. O grupo será 
acompanhado esperando que o evento ocorra no futuro 
 
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-ESTUDO DE COORTE RETROSPECTIVO: O 
EVENTO/DESFECHO JÁ OCORREU e os indivíduos serão 
selecionadospela presença ou não de exposição 
• DIFERENCIAÇÃO DE ESTUDOS DE COORTE 
RETROSPECTIVOS E ESTUDOS DE CASO CONTROLE: Se 
os grupos forem selecionados pela condição do DESFECHO 
será um estudo de caso controle. Se forem selecionados 
pela condição de EXPOSIÇÃO, será um estudo de coorte 
retrospectivo 
-OBS: Independentemente de ser um estudo de Coorte 
prospectivo ou retrospectivo, o início do estudo é SEMPRE A 
PARTIR DA EXPOSIÇÃO, e nunca do desfecho → Se iniciar 
pelo desfecho, será um estudo de caso-controle 
 
“Tabagismo causa câncer de pulmão?” 
-ESTUDO DE COORTE: Selecionar 2 grupos, sendo 1 que é 
TABAGISTA e outro não → Partiu da exposição 
-ESTUDO DE CASO-CONTROLE: Selecionar 2 grupos, sendo que 1 
tem CÂNCER de pulmão e outro não → Partiu do desfecho 
 
Quem teve Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) possui mais chance de 
morrer em relação a quem não teve IAM? 
1. COORTE EXPOSTA: Pessoas que tiveram IAM 
2. COORTE NÃO EXPOSTA: Pessoas que não tiveram IAM 
NÚMERO MAIOR DE MORTES NO GRUPO EXPOSTO?: IAM é fator 
de risco para o desfecho (morte) → IAM aumenta as chances de 
morrer 
NÚMERO MAIOR DE MORTES NO GRUPO NÃO EXPOSTO?: IAM é 
fator de proteção para o desfecho (morte) → IAM reduz as chances 
de morrer 
 
Principais Usos 
-PRINCIPAIS USOS: São os melhores estudos para: 
• Avaliação de PROGNÓSTICO 
• Avaliação de FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO 
 
Pessoas com diabetes possuem mais chances de desenvolver 
retinopatias e tornar-se cega?→ Busca avaliar PROGNÓSTICO 
Quais as chances de amputação de um membro em função do 
diabetes? → Busca avaliar PROGNÓSTICO 
Pessoas que sofreram Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) possui mais 
risco de morrerem? → Busca avaliar PROGNÓSTICO 
O tabagismo causa câncer de pulmão? → Busca avaliar FATOR DE 
RISCO 
 
-ESTUDOS DE COORTE POSSUEM DESENHO PARECIDO COM 
OS ESTUDOS DE INTERVENÇÃO: Porém, nos estudos de 
intervenção, há uma intervenção nos grupos analisados. Nos 
estudos de coorte, SÓ HÁ OBSERVAÇÃO dos grupos 
• OS ESTUDOS DE COORTE ATUAM COMO “MODELO” 
PARA OS ESTUDOS DE INTERVENÇÃO: Os estudos de 
intervenção, são, na verdade, “modelos adaptados” de 
estudos de Coorte em que há inserção de alguma 
intervenção em um dos grupos 
Vantagens e Desvantagens 
Vantagens 
-SEGUE UMA SEQUÊNCIA TEMPORAL CLARA: A sequência 
temporal entre causa e desfecho é clara, já que há um 
acompanhamento do grupo → Consegue VERIFICAR A 
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA (desde o início dos sintomas 
até o desfecho) 
-SÃO A MELHOR FORMA DE DETERMINAR INCIDÊNCIA 
-POSSIBILITA ESTUDAR MÚLTIPLOS DESFECHOS: Com 
apenas uma exposição, é possível estudar múltiplos 
desfechos 
-FATOR DE EXPOSIÇÃO PODE SER QUANTIFICADO: 
Consegue dizer, em média, quanto tempo de exposição é 
necessário para alcançar um evento/desfecho específico 
Limitações e Desvantagens 
-ESTÁ SUJEITO A VIÉS DE SELEÇÃO: Ocasionado 
principalmente pela má seleção dos grupos a serem 
participados do estudo (criando grupos exposto e não 
exposto sem muita semelhança) 
-PERDA DE SEGUIMENTO PELO LONGO TEMPO DE 
ACOMPANHAMENTO: Como o tempo de acompanhamento 
dos grupos pode ser longo, pode haver perda de pessoas 
para o estudo (pela perda de contato, por exemplo) 
-DOENÇAS COM LONGO TEMPO DE EVOLUÇÃO: Estudos de 
coorte podem ser extremamente longos, tornando-se 
muitas vezes inviáveis 
-CUSTOS ELEVADOS: São mais caros e mais lentos. A cada 
reavaliação dos pacientes para o estudo, geram-se novos 
custos 
-NÃO SÃO ADEQUADOS PARA DOENÇAS RARAS: Ocorrerá 
dificuldade de montar os grupos (já que em doenças raras, 
seria necessária uma quantidade muito grande de pessoas 
para que uma manifestasse a doença) 
• ÚNICA EXCEÇÃO: O estudo pode ser feito se for em 
CENTROS DE REFERÊNCIA (local com facilidade de 
encontrar muitos casos) com uma POPULAÇÃO 
ALTAMENTE EXPOSTA a um fator de risco 
Cuidados 
-DEVE HAVER DEFINIÇÕES CLARAS DA EXPOSIÇÃO E DO 
DESFECHO: Deve haver boa definição da exposição e do 
evento/desfecho e que essas definições sejam COMPATÍVEIS 
E COERENTES COM A LITERATURA científica 
• SE NÃO HOUVER DEFINIÇÕES CLARAS: O estudo 
tem mais risco de sofrer com viés de seleção 
 
“Avaliação de dislipidemia como fator de risco para morte por 
Doença Cardiovascular (DCV)” 
POSSÍVEL DEFINIÇÃO DE DISLIPIDEMIA PARA O ESTUDO: LDL alto 
POSSÍVEL DEFINIÇÃO PARA MORTE POR DCV PARA O ESTUDO: 
Pessoas que morrem por INFARTO 
 
 
Cálculos 
Cálculo da Incidência 
-INCIDÊNCIA NOS EXPOSTOS: 
𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 = 
𝑄𝑡𝑑. 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝐹𝐴𝑇𝑂𝑅 𝑃𝑅𝐸𝑆𝐸𝑁𝑇𝐸
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝐸𝑋𝑃𝑂𝑆𝑇𝐴𝑆
 
 
-INCIDÊNCIA NOS NÃO EXPOSTOS: 
𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑚 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 = 
𝑄𝑡𝑑. 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑜 𝐹𝐴𝑇𝑂𝑅 𝐴𝑈𝑆𝐸𝑁𝑇𝐸
𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑁Ã𝑂 𝐸𝑋𝑃𝑂𝑆𝑇𝐴𝑆 
 
 
 
Última modificação em: 24/07/2023 MEDICINA – 3º PERÍODO – BASES CIENTÍFICAS DA MEDICINA 
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Esta apostila/transcrição foi desenvolvida por um estudante e não substitui a aula do docente e/ou a leitura de bibliografias complementares. 
 
Medidas Específicas de Associação de 
Variáveis 
-PRINCIPAL APLICAÇÃO: Fazem a avaliação do NÍVEL DE 
ASSOCIAÇÃO DAS VARIÁVEIS (grau de associação da 
exposição ao desfecho) 
↑ Grau de associação = ↑ Possibilidade de ser uma relação de causa 
e efeito 
Risco Relativo (RR) 
-RISCO RELATIVO (RR): Informa quantas vezes o desfecho 
esperado é mais frequente no grupo exposto em relação ao 
não exposto → Indica QUANTAS VEZES O RISCO É MAIOR EM 
UM GRUPO RELAÇÃO AO OUTRO 
𝑅𝐼𝑆𝐶𝑂 𝑅𝐸𝐿𝐴𝑇𝐼𝑉𝑂 =
𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜 𝐸𝑋𝑃𝑂𝑆𝑇𝑂
𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑔𝑟𝑢𝑝𝑜 𝑁Ã𝑂 𝐸𝑋𝑃𝑂𝑆𝑇𝑂
 
-INTERPRETAÇÕES: 
• RR = 1: Efeito NEUTRO 
• RR > 1: Fator de RISCO 
• RR < 1: Fator de PROTEÇÃO 
 
Risco Atribuível/Redução do Risco Absoluto (RRA) 
-RISCO ATRIBUÍVEL OU REDUÇÃO DO RISCO ABSOLUTO 
(RRA): Fração de casos que, de fato, pode ser atribuída ao 
fator de risco em estudo → Subtração da INCIDÊNCIA DE 
EXPOSTOS MENOS a INCIDÊNCIA DE NÃO EXPOSTOS 
 
𝑅𝑅𝐴 = 𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 − 𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑛ã𝑜 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠 
 
Interpretação: 0,061 é a fração de casos que, de fato, podem ser 
atribuídas à dislipidemia 
 
Risco Atribuível Populacional (RAP) 
-RISCO ATRIBUÍVEL POPULACIONAL (RAP): Mostra a 
prevalência daquele fator de risco na população → RRA 
MULTIPLICADO pela PREVALÊNCIA DO FATOR DE RISCO NA 
POPULAÇÃO 
• DADO DE GRANDE RELEVÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: 
Consegue guiar a formulação de políticas públicas 
 
𝑅𝐴𝑃 = 𝑅𝑅𝐴 × 𝑃𝑟𝑒𝑣𝑎𝑙ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑟𝑖𝑠𝑐𝑜 𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑝. 
 
 
 
 
-OBS: Mesmo que o RRA seja pequeno, para alguns FATORES 
DE RISCO MUITO PREVALENTES, PEQUENAS ALTERAÇÕES NOS 
FATORES DE RISCO podem levar a GRANDES ALTERAÇÕES EM 
TERMOS POPULACIONAIS 
Na HAS, por ser um fator de risco muito prevalente, pequenas 
diminuições nos níveis pressóricos podem levar a grandes 
diminuições em termos populacionais da mortalidade associada à 
doença 
INTERSALT: Uma redução de apenas 2 mmHg na média da Pressão 
Arterial Sistêmica (PAS) da população associou-se com uma 
redução de 14% na mortalidade por doença cardiovascular → 
Apesar de uma redução de 2mmHg parecer praticamente 
insignificante, ela tem um grande impacto na redução da 
mortalidade 
 
Modelo de COX 
-MODELO DE COX: Considera o TEMPO DECORRIDO para 
ocorrer um determinado desfecho/evento 
 
𝑀𝑂𝐷𝐸𝐿𝑂 𝐷𝐸 𝐶𝑂𝑋 =
𝑄𝑡𝑑. 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠
∑ 𝑄𝑡𝑑. 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎𝑠 × 𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑝𝑜𝑠𝑖çã𝑜
 
 
 
 
Intervalo de Confiança (IC) 
-INTERVALO DE CONFIANÇA (IC): Representa o intervalo 
numérico em que 95% dos possíveis resultados do estudo 
vão estar presentes

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