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Anamnese História familiar *Doenças hereditárias → ex: distúrbios metabólicos, distúrbios hemorrágicos, hemoglobinopatias, fibrose cística, rins policísticos, perda auditiva neurossensorial, doenças ou síndromes genéticas) *Distúrbios do desenvolvimento, incluindo distúrbios do espectro do autismo *Distúrbios que requerem triagem de acompanhamento em familiares → ex: displasia do desenvolvimento do quadril, refluxo vesicoureteral, anomalias cardíacas congênitas, arritmias familiares História materna *Idade *Gestação e paridade *Tratamentos de infertilidade necessários para a gravidez, incluindo a fonte do óvulo e do espermatozoide (de doador ou da mãe/pai) *Resultados de gestações anteriores (a termo, abortos espontâneos, óbitos fetais, óbitos neonatais, prematuridade, pós-termo, malformações) *Tipo sanguíneo e sensibilizações do grupo sanguíneo *Doença materna crônica → ex:,diabetes melito, hipertensão arterial, doença renal, doença cardíaca, doenças da tireoide, lúpus eritematoso sistêmico, miastenia gravis *Rastreio de doenças infecciosas na gravidez → estado de imunidade à rubéola → triagem de sífilis, gonorreia, clamídia e HIV → triagem de antígeno de superfície do vírus da hepatite B → cultura para estreptococos do grupo B (GBS) → testes para varicela, citomegalovírus e toxoplasmose, se realizados → reação ao derivado proteico purificado (PPD) e quaisquer tratamentos anteriores infecções recentes ou exposições *Triagem de doença hereditária → ex: eletroforese de hemoglobina, triagem de deficiência de glicose-6-fosfatodesidrogenase (G6PD), triagem genética para pacientes judeus Ashkenazi, teste de mutação da fibrose cística, teste do X frágil) *Fármacos *Tabagismo *Etilismo e uso de substâncias ilícitas *Complicações na gravidez → ex: diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, infecções, hemorragias, anemia, trauma, cirurgia, doenças agudas, parto pré-termo, com ou sem uso de tocolíticos ou glicocorticoides Exames do feto *Triagem de aneuploidia no primeiro e/ou no segundo trimestres (marcadores sorológicos e ultrassonografia) *Avaliação fetal por ultrassonografia do segundo trimestre (aproximadamente 18 semanas) *Testes genéticos, incluindo pré-implantação, biópsia de vilosidades coriônicas e triagem genética por amniocentese *Acompanhamento ultrassonográfico do bem-estar fetal *Testes de maturidade pulmonar fetal História intraparto *Idade gestacional no momento do parto e método de cálculo → ex: pela ultrassonografia, inseminação artificial ou fertilização in vitro, data da última menstruação *Apresentação *Início e duração do trabalho de parto *Tempo de ruptura de membranas e aparência do líquido amniótico (volume, presença de mecônio, sangue) *Resultados do monitoramento fetal *Febre *Fármacos, especialmente antibióticos, analgésicos, anestésicos e sulfato de magnésio *Complicações (ex: perda excessiva de sangue, corioamnionite, distocia de ombro) *Tipo de parto Anamnese e Exame Físico do Recém-nascido *Avaliação da criança na sala de parto, incluindo escores de Apgar e qualquer medida de reanimação necessária *Exame da placenta História social *Aspectos culturais da família *Estado civil da mãe *Natureza do envolvimento do pai do feto *Familiares agregados *Quem está com os outros filhos *Ocupação materna e paterna *Suporte social identificado *Envolvimento atual do serviço de apoio social *História pregressa ou atual de envolvimento de agências de proteção à criança *História pregressa ou atual de violência doméstica Exame físico de rotina no recém-nascido *Sempre que possível, o exame deve ser realizado na presença dos pais (o de outro acompanhante), para incentivá-los a fazer perguntas sobre o recém-nascido e possibilitar a observação compartilhada dos achados físicos normais e anormais Exame geral *No exame inicial, a atenção deve ser dirigida a determinar: → se há alguma anomalia congênita → se o recém-nascido fez uma transição bem-sucedida da vida fetal para a extrauterina → até que ponto a gestação, o trabalho de parto, o parto, os analgésicos ou anestésicos afetaram o recém- nascido → se o recém-nascido apresenta quaisquer sinais de infecção ou doença metabólica *O recém-nascido deve ser despido para o exame, de preferência em uma sala bem iluminada e com luzes de aquecimento para evitar hipotermia *O médico deve desenvolver uma ordem consistente para o seu exame físico, geralmente começando com o sistema cardiorrespiratório, que é mais bem avaliado quando o recém- nascido está tranquilo (contar FR e FC primeiro) *Se o recém-nascido que está sendo examinado está agitado, pode ser oferecido um dedo enluvado para que sugue *Deve-se aproveitar a oportunidade de realizar o exame oftalmológico sempre que o recém-nascido estiver acordado e alerta Sinais vitais e mensuração TEMPERATURA *Geralmente, é aferida na axila *A temperatura axilar normal está compreendida entre 36,5°C e 37,4°C FREQUÊNCIA CARDÍACA *A frequência cardíaca normal em um recém-nascido está entre 95 e 160 batimentos por minuto (bpm) *Alguns recém-nascidos, especialmente os pós-termo, podem ter uma frequência cardíaca de repouso tão baixa quanto 80 bpm → a boa aceleração com a estimulação deverá ser verificada nessas crianças *A pressão arterial normal garante a adequação do débito cardíaco em caso de bradicardia sinusal acentuada FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA *A frequência respiratória normal em um recém-nascido varia entre 30 e 60 incursões por minuto *A respiração periódica é comum em recém-nascidos *Pausas curtas (geralmente de 5 a 10 segundos) são consideradas normais *Períodos de apneia (definidos como 20 segundos ou mais) associados à cianose e/ou bradicardia não são normais em recém-nascidos a termo e merecem uma avaliação mais aprofundada PRESSÃO ARTERIAL *Não é aferida na rotina *Quando indicada, deve-se atentar ao tamanho adequado da braçadeira neonatal e à documentação do membro utilizado no registro da pressão sanguínea *Uma diferença acima de 10 mmHg entre a pressão sistólica do membro superior e do membro inferior leva à suspeita de coarctação ou outras anomalias da aorta OXIMETRIA DE PULSO *A cianose leve pode facilmente passar despercebida no recém- nascido, particularmente naquele com pigmentação mais escura de pele *Um critério razoável que merece uma investigação mais aprofundada para cardiopatia congênita é uma saturação de oxigênio abaixo de 95% em um dos membros inferiores após o primeiro dia de vida MENSURAÇÕES *Todos os recém-nascidos devem ser submetidos à mensuração do peso, comprimento e circunferência cefálica logo após o nascimento *Tais medidas devem ser plotadas em curvas de crescimento padrão → averiguar se o recém-nascido é apropriado para a idade gestacional (AIG), pequeno para a idade gestacional (PIG) ou grande para a idade gestacional (GIG) *Os recém-nascidos com moldagem e/ou bossa serossanguinolenta excessivas podem precisar de uma medida repetida da circunferência cefálica alguns dias após o nascimento Sistema cardiorrespiratório COR *O recém-nascido saudável deve ter um tom rosa-avermelhado → exceção: possível cianose normal das mãos e pés (acrocianose) *A palidez ou vermelhidão excessiva deve levar à medição do hematócrito para detectar anemia relativa (hematócrito inferior a 42%) ou policitemia (hematócrito superior a 65%), respectivamente PADRÃO RESPIRATÓRIO *Em repouso, passada a transição inicial, o recém-nascido deve respirar sem esforço, sem grunhido, sem batimento de asa de nariz (diminuição da resistência das vias respiratórias) nem retrações intercostais (estabilização da parede torácica) *Ocasionalmente, encontram-se estertores, diminuição do murmúriovesicular, bulhas cardíacas hipofonéticas ou deslocadas ou assimetria do murmúrio vesicular na ausculta de uma criança assintomática → esses achados podem revelar uma doença oculta, que deve ser confirmada por uma radiografia de tórax (ex: edema pulmonar, pneumonia neonatal, pneumotórax, pneumomediastino, dextrocardia) CORAÇÃO *O examinador deve observar a atividade precordial, a frequência, o ritmo, as características das bulhas cardíacas e a existência ou não de sopros *Deve-se determinar se o coração está do lado esquerdo ou direito do tórax, pela palpação do ponto de impulso máximo (PMI) e ausculta *Arritmias, na maioria dos casos extrassístoles atriais, são ocasionalmente ouvidas no exame neonatal de rotina → deve-se obter um eletrocardiograma (ECG) com derivação de ritmo para identificar a etiologia da arritmia e rastrear evidências de doença estrutural *Deve-se auscultar as bulhas cardíacas → atenção para confirmar a ocorrência de desdobramento da segunda bulha cardíaca (evidência da existência de duas valvas semilunares), a detecção de qualquer galope e a detecção de cliques de ejeção, que podem indicar estenose da valva pulmonar ou da aorta ou uma valva da aorta bicúspide *Os sopros sistólicos são frequentemente auscultados transitoriamente em recém-nascidos sem doença cardíaca estrutural significativa, sobretudo porque o canal arterial está fechando ou naqueles com estenose de ramo pulmonar leve *Os sopros diastólicos devem sempre ser considerados anormais *Os pulsos femorais devem ser palpados, embora muitas vezes sejam fracos no primeiro ou segundo dia após o nascimento Tórax *As clavículas devem ser palpadas → crepitação ou, menos comumente, um “degrau” pode ser encontrado em caso de fratura de clavícula → a palpação da clavícula deve sempre ser repetida no exame de alta, pois algumas fraturas podem ser mais aparentes no segundo ou no terceiro dia de vida *Deve-se inspecionar a forma e a simetria do tórax → ocasionalmente, são observados um ou mais mamilos acessórios na linha mamária → minúsculos acrocórdons periareolares na pele, que geralmente secam e caem nos primeiros dias de vida, também podem ser observados → normalmente podem ser palpados brotos mamários em recém-nascidos, devido à influência dos hormônios maternos Abdome *Os órgãos abdominais anteriores (ex: fígado, baço, intestino grosso) podem ser vistos pela parede abdominal, especialmente em recém-nascidos magros ou pré-termo *A diástase do músculo reto do abdome é frequentemente encontrada em recém-nascidos, e mais evidente durante o choro A assimetria devido a anomalias ou massas congênitas muitas vezes é percebida primeiramente pela observação *Ao palpar o abdome, deve-se começar com leve pressão ou deslizamento, movendo-se dos quadrantes inferiores para os superiores, a fim de revelar as bordas do fígado ou do baço → a borda hepática normal pode se estender até 2,5 cm abaixo da margem costal direita → o baço geralmente é não palpável. *Após o abdome ter sido palpado delicadamente, a palpação profunda é possível, não só por conta da falta de musculatura desenvolvida, mas também porque não há alimento e existe pouco ar no intestino → os rins podem ser palpados e as massas abdominais podem ser avaliadas *O coto umbilical deve ser inspecionado → deve ser identificada a veia umbilical e duas artérias umbilicais → observar se há secreções, odor ou eritema periumbilical → as hérnias umbilicais são vistas com frequência em recém-nascidos e geralmente são benignas e desaparecem espontaneamente Genitália e reto SEXO MASCULINO *Pênis → quase invariavelmente, tem fimose importante → o comprimento do pênis esticado inferior a 2,5 cm é anormal e requer avaliação – nesse caso, avaliar o grau de hipospádia, bem como a existência e o grau de curvatura peniana *Escroto → muitas vezes, é bastante grande, pois é um análogo embrionário dos lábios vaginais do sexo feminino e responde aos hormônios maternos → a hiperpigmentação da bolsa escrotal deve levar a suspeita de uma das síndromes adrenogenitais → também pode estar aumentado devido a hidrocele, que pode ser identificada como uma massa transluminescente em um ou ambos os lados do escroto (coleção de líquido peritoneal) *Testículos → devem ser palpados, com identificação do epidídimo e do ducto deferente → devem ter o mesmo tamanho e não devem parecer azuis (sinal de torção) atrás da pele do escroto → cerca de 2 a 5% dos recém-nascidos a termo apresentam um testículo retido, cuja descida deve ser acompanhada nos primeiros meses de vida SEXO FEMININO *Pequenos e grandes lábios → os grandes lábios de recém-nascidas a termo são frequentemente avermelhados e inchados devido à influência dos hormônios maternos, que também são responsáveis por secreção vaginal clara ou branca nos primeiros dias de vida → ocasionalmente, um pequeno volume de sangue (pseudomenstruação) acompanha a secreção após os primeiros dias de vida, conforme os hormônios maternos na neonata regridem *Introito vaginal → deve ser examinado e o hímen deve ser identificado → hímen imperfurado: pode ser difícil de distinguir de um cisto parauretral – encaminhar para ginecologista pediátrico *Clitóris → o aumento do clitóris, particularmente quando há hiperpigmentação associada, deve levantar a suspeita de excesso de andrógenos *Deve-se verificar cuidadosamente a perviedade, a posição e o tamanho do ânus Pele *O ressecamento é comum, às vezes acompanhado de fissuras ou descamação da pele, especialmente em recém-nascidos pós- termo MILLIUM SEBÁCEO *Cistos de inclusão preenchidos por restos celulares queratinosos *Pequenas pápulas brancas bem definidas, muitas vezes solitárias, comumente encontradas no rosto e couro cabeludo *Resolve-se espontaneamente nas primeiras semanas ou meses de vida HIPERPLASIA SEBÁCEA *Aparece como diminutas pápulas foliculares brancas amareladas, mais comumente agrupadas no nariz, que desaparecem espontaneamente nas primeiras semanas de vida ERITEMA TÓXICO NEONATAL *Classicamente, as lesões do eritema tóxico são pápulas amareladas sobre uma base eritematosa, levando o nome de dermatite em “picada de pulga” *As manifestações podem variar de algumas lesões espalhadas isoladas a áreas extensas de pápulas ou pústulas, às vezes confluentes, com eritema circundante *Tipicamente, aparece no segundo ou no terceiro dia de vida, aumenta e diminui durante alguns dias, e se resolve na primeira semana de vida NEVUS SIMPLEX / MANCHA SALMÃO *Malformação capilar frequente, encontrada na testa (geralmente em forma de V), na nuca, nas pálpebras, no nariz e no lábio superior *Embora a maioria das manchas salmão do rosto (“beijo de anjo”) desapareça no primeiro ano de vida, aquelas da nuca (“bicadas de cegonha”) às vezes persistem MELANOSE PUSTULOSA TRANSITÓRIA NEONATAL *Mais comum em recém-nascidos de pigmentação mais escura *Consiste em pústulas frágeis de 2 a 10 mm que se rompem espontaneamente e contêm neutrófilos, deixando um colar de escamas e máculas hiperpigmentadas subjacentes, que acabam desaparecendo (em semanas ou meses) MELANOSE DÉRMICA / MANCHA MONGÓLICA *Comumente vista em pessoas de pele mais escura e em pacientes de origem asiática *Consiste em coleções dérmicas de melanócitos que aparecem como máculas ou manchas de tamanho variável de cor azul, cinza ou ardósia preta, na maioria das vezes nas nádegas, embora possam ocorrer também em muitos outros locais *É prudente anotar no prontuário o achado de melanose cutânea no exame do recém-nascido, para que no futuro não haja confusão com hematomas traumáticos BOLHAS DE SUCÇÃO *Ocasionalmente encontradas na mão ouno antebraço do feto no momento do nascimento *Desaparecem sem incidentes e não devem ser motivo de preocupação ICTERÍCIA *O achado nas primeiras 24 horas de vida não é normal e exige avaliação mais aprofundada *Algum grau de icterícia após o primeiro dia de vida é comum Linfonodos *Linfonodos palpáveis são encontrados em cerca de um terço dos neonatos normais *Geralmente, têm menos de 12 mm de diâmetro e são frequentemente encontrados nas regiões inguinal, cervical e, ocasionalmente, axilar *A linfadenopatia excessiva exige avaliação mais aprofundada Membros, articulações e coluna vertebral MEMBROS *Anomalias dos dígitos, como polidactilia (presença de dedos adicionais nas mãos ou nos pés), clinodactilia (curvatura de um dedo no plano da palma) ou algum grau de membranas interdigitais ou sindactilia (união entre dois ou mais dedos das mãos ou dos pés), são vistas com relativa frequência *Por conta da posição fetal, muitos recém-nascidos têm adução do antepé, curvatura da tíbia ou mesmo torção tibial *O pé equinovaro, ou pé torto, sempre requer intervenção ortopédica, que deve ser procurada o mais rápido possível após o nascimento ARTICULAÇÕES *Todos os recém-nascidos devem ser examinados quanto à presença de displasia do desenvolvimento do quadril * : detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo → a coxa do quadril em exame é abduzida (o joelho é movido longe da linha média na posição de perna de rã) e delicadamente puxada anteriormente → a instabilidade é indicada pela palpação, às vezes um clique audível da cabeça do fêmur movendo-se sobre o arco posterior do acetábulo e recolocação na cavidade. * : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo → o quadril é retornado à posição inicial e, então, levemente abduzido (o joelho é puxado sobre o corpo) e o quadril é movido posteriormente → um clique indica que a cabeça do fêmur está se movendo para fora do acetábulo * : assimetria das pregas cutâneas entre as duas coxas, sendo a afetada em maior número onde a prega inguinal e glútea estará elevada * : diferença na altura dos joelhos quando a criança está em pronação, quadris fletidos, joelhos dobrados e pés sobre a mesa examinadora - sugere displasia, sobretudo a forma unilateral COLUNA VERTEBRAL *A criança deve ser virada e suspensa com a face para baixo, com a mão do examinador apoiando o tórax. As costas, em especial as áreas lombar inferior e sacral, devem ser examinadas *É fundamental a busca cuidadosa de trajetos fistulosos pilonidais, achados na pele ou pequenas tumefações medianas de consistência mole que podem indicar uma pequena meningocele ou outra anomalia Cabeça e pescoço *CABEÇA *Couro cabeludo → deve ser inspecionado à procura de cortes, escoriações ou contusões do processo de nascimento *Tumefação → deve ser observada e identificada, distinguindo entre uma bossa serosanguinolenta, céfalo-hematomas e hemorragia subgaleal → bossa serossanguinolenta: muitas vezes de textura amolecida, é simplesmente a tumefação dos tecidos moles pelo processo de nascimento; geralmente, situa-se na região occipital, embora também possa ter uma forma de “salsicha” na região parietal, atravessa as linhas de sutura e, mais frequentemente, desaparece no período de 1 ou 2 dias → céfalo-hematomas: mais comuns no contexto de um parto vaginal instrumentado; maioria das vezes, envolve um dos ossos parietais; decorrentes de hemorragia subperiosteal – não cruzam as linhas de sutura; mais tensos à palpação do que a bossa e podem levar semanas e até mesmo meses para se resolver plenamente; são uma fonte de excesso de produção de bilirrubina, que pode contribuir para a icterícia neonatal → hemorragias subgaleais: resultam de sangramento sob a aponeurose do músculo occipitofrontal e, classicamente, causam uma tumefação mole que flui livremente da nuca para a testa; em caso de suspeita dessa condição, o recém-nascido deve ser cuidadosamente monitorado para possível sangramento hemodinamicamente significativo dentro da hemorragia *Ossos do crânio → os ossos do crânio (occipital, parietal e frontal) devem ser examinados e as linhas de sutura (sagital, coronal, lambdoidal e metópica) devem ser palpadas → a mobilidade das suturas descarta a possibilidade de craniossinostose (fusão antecipada dos ossos do crânio) → a mobilidade pode ser verificada pela colocação de um polegar nos lados opostos da sutura e, em seguida, empurrando alternadamente ao sentir o movimento → CRANIOTABES: amolecimento e diminuição da espessura dos ossos do crânio encontrada à palpação (em geral os ossos parietais) resulta em um recuo semelhante ao efeito da pressão sobre uma bola de pingue-pongue geralmente, resolve-se em questão de semanas, não sendo necessária avaliação mais profunda, se este for um achado isolado *Fontanelas → quando a circunferência cefálica é normal e não há movimento das linhas de sutura, dá-se pouca atenção ao tamanho das fontanelas (grandes ou pequenas) → muitas fontanelas grandes refletem atraso na ossificação e podem estar associadas a hipotireoidismo, síndromes de trissomia, desnutrição intrauterina, hipofosfatasia e osteogênese imperfeita → as fontanelas devem ser moles, particularmente quando a criança está em uma posição vertical ou sentada → fontanelas tensas ou fechadas devem causar preocupação por pressão intracraniana elevada devido a causas como meningite ou hemorragia intracraniana aguda OLHOS *Devem ser examinados à procura de hemorragias das escleras, icterícia, exsudato conjuntival, coloração da íris, movimentos dos músculos extraoculares e tamanho, simetria, reatividade e centralização da pupila *Deve-se avaliar o reflexo vermelho e descartar a existência de catarata *Pálpebras inchadas podem impedir o exame dos olhos → caso isso ocorra, o fato deve ser anotado, de modo que os olhos sejam examinados durante as consultas de acompanhamento ORELHAS *Observar o tamanho, a forma, a posição e a existência de meato acústico, bem como a ocorrência de seio pré-auricular, covas ou marcas na pele NARIZ *O nariz deve ser inspecionado, observando qualquer deformação pela posição intrauterina, a permeabilidade das narinas ou evidências de lesão septal BOCA *Deve ser inspecionada por fissuras palatinas *PÉROLAS DE EPSTEIN: pequenos cistos de inclusão brancos, agrupados sobre a linha média na junção dos palatos duro e mole → achado frequente e normal *Achados muito menos comuns: mucoceles na mucosa oral, rânula sublingual (lesão resultante do extravasamento de saliva da glândula sublingual), cistos alveolares e dentes natais *O frênulo lingual também deve ser inspecionado e qualquer grau de anquiloglossia (frênulo lingual anormalmente curto e espesso ou delgado – “língua presa) deve ser observado PESCOÇO *Como os recém-nascidos têm pescoços curtos, o queixo deve ser levantado para expor o pescoço a uma avaliação completa *Deve-se estimar a amplitude de movimento do pescoço, avaliando-o também por bócio e arcos branquiais e ducto tireoglosso. Exame neurológico *A categorização das observações neurocomportamentais em quatro sistemas (autonômico, motor, comportamental e capacidade de resposta) possibilita ao médico capturar nuances de competência ou vulnerabilidade, regulação ou desregulação, maturidade ou imaturidade do recém-nascido, bem como identificar evidências de lesão ou comprometimento neurológico, caso existam SISTEMA AUTONÔMICO *Exame inclui a avaliação da estabilidade dos sinais vitais, a estabilidade neurocutânea (coloração rosada vs. manchas ou cianose), a estabilidadegastrointestinal, bem como a ocorrência ou não de agitação ou mioclonia (contração, tremor ou espasmo involuntário do músculo) *A agitação extrema deve ter sua causa investigada, incluindo a hipoglicemia, a hipocalcemia, a hipomagnesemia ou a abstinência da exposição intrauterina a fármacos ou drogas ilícitas, incluindo opioides, cocaína, tabaco ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) *Espirros, soluços e bocejos frequentes também podem ser considerados expressões sutis de estresse autônomo no neonato e são muito comumente encontrados em crianças normais a termo SISTEMA MOTOR *A avaliação começa com o tônus do tronco e membros, procurando particularmente por assimetrias, como aquelas vistas nas lesões do plexo braquial *Uma careta assimétrica durante o choro pode indicar lesão do sétimo nervo craniano (especialmente se acompanhada por fechamento palpebral ipsilateral incompleto), ausência congênita ou hipoplasia do músculo depressor do ângulo da boca, uma condição que se torna menos perceptível ao longo do tempo *As atividades motoras autorregulatórias (como os esforços de levar a mão à boca, colocá-la na boca, apertar e segurar) ou as atividades motoras disregulatórias (como arquear, agitar e espalmar a mão) também devem ser observadas *A parte motora do exame neurológico é completada pela estimulação dos REFLEXOS PRIMITIVOS → : desencadeado pela pressão da palma da mão - observa-se flexão dos dedos → : desencadeado pela pressão da base dos artelhos - observa-se flexão dos dedos → : o examinador deve estimular a porção lateral do pé da criança, no sentido proximal-distal após realizar esse movimento, será observada a extensão do hálux que, apesar de ser um indicativo de lesão neurológica no adulto, é considerado normal na criança até os 18 meses de vida → : desencadeado por queda súbita da cabeça, amparada pela mão do examinador - observa-se extensão e abdução dos membros superiores seguida por choro → : desencadeado por estimulação da face ao redor da boca - observa-se rotação da cabeça na tentativa de “buscar” o objeto, seguido de sucção reflexa deste → : desencadeado pela estimulação dos lábios - observa-se sucção vigorosa sua ausência é sinal de disfunção neurológica grave → : desencadeado por estímulo tátil na região dorso lateral - observa-se encurvamento do tronco ipsilateral ao estímulo → : desencadeado por rotação da cabeça enquanto a outra mão do examinador estabiliza o tronco do RN - observa-se extensão do membro superior ipsilateral à rotação e flexão do membro superior contralateral → : desencadeado por inclinação do tronco do RN após obtenção do apoio plantar - observa-se cruzamento das pernas, uma à frente da outra → : desencadeado pelo apoio do pé do RN sobre superfície dura, estando este seguro pelas axilas - observa-se extensão das pernas → : desencadeado por estimulo tátil do dorso do pé estando o bebê seguro pelas axilas - observa-se elevação do pé como se estivesse subindo um degrau de escada único reflexo primitivo com integração cortical → observação da qualidade e quantidade da atividade motora da criança SISTEMA COMPORTAMENTAL *Os seis estados comportamentais do recém-nascido incluem o sono profundo, o sono leve, a sonolência, o estado de alerta silencioso, a vigília ativa (ou agitação) e o choro *Os aspectos do estado comportamental que podem ser observados incluem: a clareza dos estados do recém-nascido, a gama de estados exibidos, a maneira como o recém-nascido passa de um estado para outro, a capacidade de proteger o sono de um estímulo externo e as características do choro e a capacidade de ser consolado CAPACIDADE DE RESPOSTA *Observa-se a capacidade de resposta do recém-nascido para o mundo exterior e a capacidade de se engajar socialmente, incluindo a capacidade de fixar e acompanhar um rosto e voz *Também pode ser observada a resposta a um estímulo inanimado, como a capacidade de fixar e acompanhar um objeto pequeno de alto contraste (como uma bola vermelha brilhante) ou de responder a um som, como um sino ou chocalho Referências: *Manual de Neonatologia – Cloherty (7ª edição) *https://www.fcm.unicamp.br/fcm/neuropediatria-conteudo- didatico/exame-neurologico/reflexos-primitivos#colocacao
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