Buscar

Psicologia dos Transtornos - Capítulo 1 História e Definições - David Holmes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1 Gil Marcos – Psicologia – 6º período 
Psicologia dos Transtornos - Capítulo 1 – História e Definições 
• As doenças mentais tocam a todos nós em 
algum momento da vida; 
• Devemos considerar os sintomas, as causas e 
os tratamentos de uma variedade de 
transtornos. 
Panorama Histórico 
• A sociedade explicou e tratou o 
comportamento anormal de diferentes 
maneiras em diferentes momentos. 
• Europa medieval → ponto de vista religiosa 
(eram demônios) 
• EUA → acreditava mais na ciência (doenças 
mentais) 
Fases na História do Comportamento Anormal 
Introdução de Explicações Fisiológicas 
• A 1ª tentativa de explicar o comportamento 
anormal em termos de causa naturais 
o Hipócrates → ensinou que o cérebro 
é o órgão responsável pelos 
transtornos mentais. 
o Comportamento governado pelos 
níveis relativos de quatro humores 
(líquidos) no corpo: bile negra, bile 
amarela, fleuma e sangue 
• Retorno à Demonologia – Durante a Idade 
média 
o A religião tornou-se a força 
dominante em todos os aspectos da 
vida europeia 
o A vida sendo percebida como uma 
luta entre as forças do bem e forças 
do mal 
o Por volta do final da Idade Média → a 
política da igreja oficial ditava que as 
bruxas deviam ser identificadas e 
destruídas 
o Manual “o martelo das bruxas” em 
1486 
o Os indivíduos perturbados eram vistos 
como ameaças para a sociedade e 
mortos em uma tentativa de proteger 
os outros. 
o A perseguição de indivíduos como 
bruxas diminuiu em algumas áreas da 
Europa, já em 1610, e foi legalmente 
proibida na América do Norte por 
volta de 1700 
Introdução do Cuidado Humanitário 
• No século XVI marcou a 1ª vez que foi 
amplamente reconhecido que as pessoas 
perturbadas precisavam de atendimento, não 
de exorcismo ou condenação. 
• Os primeiros asilos eram mais como prisões 
do que como hospitais. Nasa era feito para os 
internos, além de confiná-los sob horríveis 
condições. 
• Primeiros asilos constituíam uma fonte de 
divertimento e ingressos para ver os pacientes 
eram realmente vendidos ao público. 
• Philippe Pinel → em 1972, ordenou que os 
pacientes de seu hospital, paris, fossem 
desacorrentados e que os alojamentos fossem 
renovados para se tornarem mais agradáveis. 
• William Tuke → abriu um “retiro” para 
pacientes em uma propriedade rural. A 
natureza como um valor terapêutico. 
• Benjamin Rush → nos EUA, introduziu 
“tratamento humanitário” no Pennsylvania 
Hospital em 1783 
• Dorothea Dix → campanha para informar o 
público sobre o problema; levantou dinheiro e 
lhe é creditado o estabelecimento de 32 
hospitais psiquiátricos nos Estados Unidos. 
Introdução das Explicações Psicológicas 
• Franz Anton Mesmer → acreditava que o 
comportamento anormal era decorrente de 
um desequilíbrio de determinados “líquidos 
magnéticos” no corpo (uma causa fisiológica). 
o Era aparentemente bem-sucedido em 
avaliar os sintomas de alguns dos seus 
pacientes, porém sua técnica foi 
seriamente questionada pelas 
comunidades cientificas em Viena e 
Paris. 
o Depois foi rotulado charlatão e 
proibido de clinicar. De todo modo, 
 
2 Gil Marcos – Psicologia – 6º período 
seu trabalho contribui para que 
outros concluíssem que fatores 
psicológicos e interpessoais 
desempenhavam um papel 
importante em muitos transtornos. 
o Considerado o pai do hipnotismo 
(mesmerismo). 
• Jean-Martin Charcot → estava interessado 
em pacientes que sofriam do que era então 
chamado histeria. 
o Tornou-se famoso por demonstrações 
nas quais hipnotizou pacientes e 
então, dramaticamente, eliminou ou 
induziu sintomas. 
o Ele concluiu que transtornos 
histéricos e hipnose não eram 
decorrentes de uma franqueza 
neurológica (uma causa fisiológica), 
mas eram os efeitos de sugestão (uma 
causa psicológica). 
• Sigmund Freud → juntamente com outro 
neurologista (josef Breuer) tratou uma 
paciente que depois que ela falou sobre seus 
sintomas sob hipnose, os sintomas 
desapareceram temporariamente. Breuer 
sugeriu que falar sobre seus problemas 
capacitou Anna O. a reduzir a tensão e que a 
redução da tensão levou a uma redução dos 
sintomas. Ele rotulou este processo de 
catarse. 
o Desistiu da hipnose e subsistiu por 
associação livre; 
o Freud acreditava que a fonte de todo 
o comportamento normal e anormal é 
interação das forças da mente → 
perspectiva psicodinâmica. 
• Ivan Pavlov → descobriu um processo hoje 
chamado de condicionamento clássico. 
o Sendo relevante para entender o 
comportamento porque pode ser 
usado para explicar por que um 
individuo tem uma resposta 
fisiológica ou emocional particular 
incontrolável quando é exposto a um 
estímulo particular. 
• Edward L. Thorndike → condicionamento 
operate 
• Pavlov e Thorndike não estavam interessados 
pois o seu trabalho limitou-se a animais, 
porém expandiram o entendimento de como 
o condicionamento influencia o 
comportamento. 
• John B. Watson → aceitou a noção de 
condicionamento e ativamente promoveu a 
ideia de que ele poderia ser usado para 
explicar o comportamento normal e anormal 
nos humanos. 
• B. F. Skinner → continuou o refinamento do 
condicionamento operante e era um forte 
defensor do comportamentalismo. 
o Alguns psicólogos acreditavam que 
ele era demasiado limitado porque 
ignorava processos cognitivos. 
• Durante a década de 70 houve um aumento 
de interesse na influência dos processos de 
pensamentos sobre o comportamento 
humano. 
• Perspectiva cognitiva sobre o 
comportamento anormal → o 
reconhecimento de que os pensamentos 
influenciam o comportamento, em 
combinação com um aumento no 
entendimento de como pensamos. 
Interesse renovado nas Explicações Fisiológicas 
• Estavam em uso vários tratamentos 
fisiológicos para o comportamento anormal. 
o Tratamento para esquizofrenia → era 
amarrar o paciente a uma cadeira e 
girá-la até que o paciente perdesse os 
sentidos. 
o Mergulhavam o paciente em banhos 
quentes e frios. 
• No início da década de 50, foi introduzido um 
método fisiologicamente embasado de 
tratamento → os químicos franceses estavam 
trabalhando sobre anti-histamínicos para o 
uso no tratamento de alergias e asma. 
• Um paraefeito negativo dos anti-histamínicos 
foi sua tendencia a tornar os indivíduos 
normais sonolentos. → uma versão mais forte 
dos anti-histamínicos foi dada para pacientes 
com esquizofrenia, eles se tornaram calmos, 
sua confusão cognitiva foi reduzida e o 
comportamento tornou-se muito mais 
normal. 
• Muitos pacientes que previamente 
necessitavam ser trancados podiam agora 
receber medicações e ser liberados. 
• Uso de drogas psicóticas reduziu em muito a 
necessidade de hospitalização. 
 
3 Gil Marcos – Psicologia – 6º período 
• Outro efeito importante das drogas 
antipsicóticas foi o novo modo de estudar as 
causas do comportamento anormal. 
o Se os pesquisadores pudessem 
determinar como o cérebro causara o 
comportamento anormal, nascendo 
daí a importante área da 
psicofarmacologia. 
 
Perspectivas atuais sobre o comportamento anormal 
• Passamos de demônios a químicos para 
explicar o comportamento anormal, mas 
quando novas ideias sugiram, nem sempre 
abandonamos as explicações anteriores. 
o Positivo → transtornos diferentes 
podem se originar de causas 
diferentes; qualquer transtorno pode 
resultar de mais de uma causa; causas 
diferentes podem se combinar para 
resultar em um transtorno 
o Negativo → não foi abandonada 
certas explicações e tratamento que 
não tem apoio científico. 
• Está claro que a fase atual do entendimento e 
do tratamento do comportamento anormal 
representa uma fusão do que aconteceu 
antes, alguns válidos, outros não. 
Definindo o comportamento anormal 
• Definindo o comportamento anormal do 
ponto de vista do indivíduo 
o A atenção é focalizada primeiro no 
sofrimento do individuo → que são 
definidos como anormaisquando 
estão ansiosos, deprimidos, 
insatisfeitos ou de outro modo 
seriamente perturbados 
o Atenção focalizada na incapacidade 
do individuo → são definidos como 
anormais quando não são capazes de 
funcionar pessoal, social, fisiológica 
ou profissionalmente. 
• Do ponto de vista cultural 
o Atenção é focalizada em desvio da 
norma, ou seja, o grau no qual o 
individuo se desvia de norma 
culturais. → Deve se observar que o 
normal em uma cultura pode não ser 
em outra. 
o A anomalia é definida em termos de 
normais culturais e os sentimentos do 
individuo são considerados. 
• Se usar apenas o ponto de vista pessoal o 
indivíduo feliz, mas que alucina não será 
tratado e se usamos o ponto de vista cultural, 
o individuo deprimido que não causa 
incomodo para ninguém será ignorado até 
tentar suicídio. 
• As vezes os pontos de vistas pessoal e cultural 
entram em conflito. 
 
O mito da doença mental 
• A crença de que a doença mental é um mito 
baseia-se em três noções. 
1. Alega-se que o comportamento 
anormal é simplesmente um 
comportamento diferente e não 
necessariamente um reflexo de 
doença 
2. Um individuo pode ter uma crença 
incomum, mas isto não significa que o 
individuo esteja errado. 
3. É que o comportamento anormal é 
devido a algo de errado na sociedade 
ao invés de algo errado no indivíduo. 
• Quem defende a ideia do “mito da doença 
mental” 
o Pode levar a péssimas consequências 
→ se rotular indivíduos como 
doentes, pode-se implicitamente 
encorajar comportamento anormal 
porque este é o modo como as 
pessoas doentes se comportam. 
o E se rotular podem aliviá-los da 
responsabilidade pelo seu 
comportamento porque as pessoas 
doentes não são responsáveis por 
suas condições. 
• Hoje em dia, a noção que a doença mental é 
um mito é menos popular do que há 20 anos.

Continue navegando