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Alice Bastos Farmacodermias Introdução As farmacodermias são reações cutâneas (que podem ter efeito sistêmico) adversas a medicamentos que representam uma consequência não terapêutica e não intencional do uso de uma droga; Acometem de 0,1 a 1% da população geral e cerca de 2 a 3% dos pacientes hospitalizados; Qualquer fármaco pode gerar reações cutâneas, porém alguns deles possuem uma maior prevalência de relação com as farmacodermias: → Penicilinas, sulfonamidas, anticonvulsivantes aromáticos, antiinflamatórios não esteroidais (AINE), alopurinol e inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA); Os tipos mais comuns de farmacodermias são: Fisiopatologia As farmacodermias ocorrem por dois mecanismos principais: → Mecanismo alérgico; → Mecanismo não alérgico; Mecanismo alérgico Segue a classificação de Gell-Coombs, pela qual se divide o mecanismo em 4 categorias; Tipo I: anafilática – ocorre por estímulo à degranulação dos mastócitos elaborada pela presença de IgE circulante, culminando com a liberação de histamina; → Ex.: urticária, angioedema e choque anafilático; Tipo II: citotóxica – ocorre através de anticorpos citotóxicos, com lesão direta das células; → Ex.: penfigoide bolhoso fármaco-induzido e a plaquetopenia induzida por drogas; Tipo III: por imunocomplexos – ocorre pela formação de complexos contendo antígeno e anticorpo, gerando doenças autoimunes e vasculites fármaco-induzidas; Tipo IV: celular tardia – mediado pela imunidade celular, não pela humoral, sendo efetivado pela ação de linfócitos T; → Ex.: Síndrome de Steven-Johnson e necrólise epidérmica tóxica. Mecanismo não alérgico Efeito colateral ou secundário: é decorrente da ação secundária e não terapêutica do medicamento; → Ex.: eflúvio anágeno e alopecia secundários ao uso de citostáticos e sonolência pelo uso de anti-histamínicos; Alterações metabólicas: fármacos podem alterar o status nutricional ou metabólico por vários mecanismos; → Ex.: retinoides sistêmicos, levando ao aparecimento de xantomas; Interações medicamentosas: existem três mecanismos pelos quais os medicamentos podem interagir e causar farmacodermia: → Uma substância interferir na excreção de outra; → Uma substância inibir ou estimular enzimas importantes na degradação de outra; → Medicamentos competindo pelo mesmo local, que pode ser o da proteína plasmática transportadora; nesse caso, potencializando o efeito ou o deslocamento do receptor e, portanto, diminuindo a ação do fármaco deslocado; Exacerbação da doença preexistente; Alterações de equilíbrio ecológico; Alice Bastos → Aparecimento de candidíase e diarreia decorrentes de alteração da flora intestinal por uso prolongado de antibiótico; Mecanismos farmacológicos: decorrem de ação farmacológica direta de determinada substância; Superdosagem: ocorre após ter sido ultrapassado, a curto prazo ou após uso prolongado (efeito cumulativo), o limite de tolerância do organismo; Intolerância: é uma resposta individual exagerada às doses normais da medicação. Importante! Os fármacos mais frequentes nas farmacodermias podem ser lembrados pelo mnemônico abaixo: Exantema induzido por drogas Drogas mais comuns: 1. Betalactâmicos (penicilinas); 2. Sulfonamidas; 3. Eritromicina; 4. Gentamicina; 5. Anticonvulsivantes aromáticos; É o mais frequente das farmacodermias, correspondendo a cerca de 75% dos casos; O mecanismo é desconhecido; O rash cutâneo aparece geralmente dentro de duas semanas após início da droga, podendo também ocorrer até duas semanas após a sua suspensão; → Se o indivíduo for reexposto ao agente, o exantema aparece mais cedo e é mais grave; É uma erupção eritematosa maculopapular de distribuição simétrica, geralmente pruriginosa; → Surge principalmente no tronco e nas áreas de pressão em pacientes acamados; • Normalmente poupa palmas das mãos, plantas dos pés e rosto; → O rash desaparece à digito-pressão; Pode ser do tipo morbiliforme, com lesões eritematosas confluentes, semelhantes ao sarampo; O exantema evolui com escamas à medida que melhora; O curso dessa farmacodermia é benigno, cujo tratamento é feito apenas com a suspensão da medicação que estava em uso, com regressão das lesões em uma a duas semanas; → Em situações mais graves, pode-se utilizar anti- histamínicos (10-14 dias) e corticosteroides (5 dias). Urticária Drogas mais comuns: 1. Penicilinas; 2. Cefalosporinas; 3. Sulfonamidas; 4. Contraste iodado; 5. AINEs (oxicams, butazonas); 6. Anestésicos; 7. Plasma (na deficiência de IgA); 8. Látex; 9. Não IgE mediada; 10. Morfina, codeína; 11. Contraste iodado; 12. IECA (captopril); É um distúrbio comum na população (cerca de 20% das pessoas terão um episódio ao longo da vida); Alice Bastos Geralmente surgem (assim como o angioedema) de forma imediata, ou seja, nos primeiros 30 minutos após a exposição à medicação; Pode ser classificada em aguda (< 6 semanas) ou crônica (> 6 semanas); → Na forma aguda, a chance de encontrar uma causa específica é maior e costuma estar relacionada a infecções e reação a medicamentos, comida ou insetos; • No caso dos medicamentos, pode aparecer 30 a 60 minutos após (imediata) ou mesmo dias após sua administração (tardia); → Na urticária crônica, não identificamos a etiologia em 80- -90% dos casos, sendo comumente autolimitada, com duração média de 2-5 anos; O caráter transitório é característico e as lesões individuais tendem a desaparecer em menos de 24 horas; Se apresenta através de lesões elementares chamadas de urticas ou ponfos, caracterizadas por pápulas e placas eritematosas e edematosas, de bordos irregulares, confluentes ou não, com o centro pálido, predominando no tronco e nas extremidades proximais, bastante pruriginosas; → O prurido pode ser generalizado, referido mesmo nas áreas sem lesão; Algumas se apresentam como lesões policíclicas; O dermografismo é algo muito comum; O diagnóstico é clínico; → Ao investigar a etiologia, a minoria requer exames: TSH, fator antinúcleo, parasitológico, teste cutâneo alérgico (em casos crônicos); • Quando nenhuma causa é encontrada, é chamada de urticária idiopática; A condição pode estar associada a quadros mais graves, como angioedema e anafilaxia. Angioedema O angioedema (edema angioneurótico) está presente em 50% dos casos (de pacientes com urticária) ou pode vir de forma isolada; Possui fisiopatogenia semelhante à da urticária, diferindo apenas na profundidade do acometimento; → É um edema profundo que atinge derme e subcutâneo, doloroso e de involução mais lenta que as urticas; Pode ser dividido em adquirido e hereditário; → No angioedema hereditário, há uma deficiência do inibidor da C1q esterase; É caracterizado pelo edema mole dos lábios, pálpebras, língua, de apresentação assimétrica e algumas vezes desfigurante; A reação anafilática é uma complicação esperada e que pode matar o paciente se não tratado de imediato; Alice Bastos → É marcada por edema de glote, que pode vir associado a uma reação de náuseas e vômitos, febre baixa, hipotensão ou choque (choque anafilático); Importante! A anafilaxia é altamente provável quando qualquer um dos 3 critérios a seguir é atendido: 1. Doença de início agudo (min a horas) de envolvimento de pele e/ou mucosa (urticária, prurido generalizado, rubor, edema de língua e lábio) e pelo menos 1: • Comprometimento respiratório (sibilo, dispneia); • Hipotensão ou síncope ou distonia ou incontinência; 2. PA reduzida após a exposição de um alérgeno conhecido para esse paciente; • Lactentes e crianças: PA sistólica baixa (específica para idade) ou redução superior a 30% na PA sistólica; • Adultos: PA sistólica inferior a 90 mmHg ou 30% menor queo basal do paciente; 3. 2 ou + dos seguintes após exposição a um alérgeno provável: • Envolvimento de pele e mucosa (prurido, edema); • Comprometimento respiratório (hipoxemia, dispneia); • Pressão arterial reduzida ou sintomas associados; • Sintomas gastrointestinais. O tratamento para o angioedema (e também da urticária) é a suspensão da droga implicada e o início de anti-histamínicos orais (por 14 dias), corticoide (5- 7 dias); Importante! No caso de pacientes com reação anafilática, a principal droga é a adrenalina (epinefrina) IM no vasto lateral da coxa (ampola 1 mg/mL – peso do paciente); → Crianças é 0,01 mg/kg (máximo 0,3 mg); → Adultos 0,2 a 0,5 mg/kg; → Essa dose pode ser repetida a cada 5-15 minutos, se necessário; Além da adrenalina, o tratamento é composto por reposição de volume, anti-histamínico H1 e H2 (duplo bloqueio), corticoide, broncodilatador. Eritema pigmentar fixo Drogas mais comuns: 1. Fenoftaleína (laxantes); 2. Tetraciclinas; 3. Sulfonamidas; 4. Penicilinas; 5. Barbitúricos (fenobarbital); 6. AINEs (oxicams, butazonas); 7. Salicilatos; Está presente em 10% dos casos de farmacodermias, surgindo até 24 horas após a exposição e persistindo por dias a semanas; Caracterizado pelo surgimento de uma ou múltiplas lesões, que começam com uma tonalidade eritematosa, e com o passar do tempo, vão ficando acastanhadas, bordos bem definidos; Foto: eritema pigmentar fixo em fase inicial. As lesões são não pruriginosas (eventualmente com sensação de queimação); Alice Bastos Lesões predominando na face, no pescoço, nas extremidades e na genitália, de distribuição assimétrica; Podem ocorrer bolhas; O paciente pode apresentar manifestações sistêmicas, como febre, mal-estar, sintomas abdominais; O diagnóstico é confirmado quando surge a mesma lesão, exatamente nos mesmos locais das lesões prévias, após nova exposição à droga; → As lesões recorrentes podem deixar hiperpigmentação residual; O tratamento consiste em afastamento do agente causal, aplicação local de compressas de água fria e pomada com antibiótico; → Eventualmente, aplicação de corticoides tópicos em casos mais graves. Eritema multiforme ou polimorfo Drogas mais comuns: 1. Sulfonamidas; 2. Penicilinas; 3. Quinolonas; 4. Cefalosporinas; 5. Anticonvulsivantes aromáticos; 6. Alopurinol; 7. AINEs; Polimorfo ou multiforme: podem estar presentes vesículas, máculas, bolhas, pápulas e pústulas; Também chamado de eritema multiforme minor, está presente em 5% dos casos de farmacodermias, sendo que em 20% desses casos pode haver a evolução para o eritema multiforme major (Síndrome de Stevens- Johnson); Pode tanto ser causada por uma infecção herpética como se apresentar por uma farmacodermia, sendo a primeira etiologia a mais comum; → As lesões usualmente surgem cerca de uma semana após as lesões herpéticas labiais; Trata-se de uma erupção eritematosa de início súbito, distribuição simétrica, raramente pruriginosa, predominando na porção extensora dos membros, mãos e pés (embora possa ocorrer na região palmar), face e eventualmente mucosa oral; → Em alguns casos, o rash progride centripetamente para o tronco; → Uma vez estabelecida, o rash cutâneo é estável e desaparece espontaneamente após um a três semanas, com um curso extremamente benigno; As lesões podem ser de várias morfologias, embora alguns pacientes possam ter apenas uma delas; → O aspecto mais comum é o de lesões eritematopapulares arredondadas, bordos bem definidos, tamanhos variados (poucos milímetros a 2 cm), que podem ou não apresentar confluência; → Muitas dessas lesões apresentam bordas edematoeritematosas e centros violáceos ou pigmentados ou podem ter características purpúricas; As lesões clássicas do eritema polimorfo são as “lesões em alvo” ou “lesões em íris”, que são fundamentais para o diagnóstico; → Caracterizam-se por terem anéis concêntricos alternados, cada um com uma morfologia ou cor diferente; → As lesões típicas são elevadas e possuem três ou mais anéis; → As lesões em alvo atípicas são achatadas ou planas e contêm apenas dois anéis; São exemplos de lesão em alvo aquelas com centro eritematoso, violáceo ou vesiculoso, circulado por palidez e novamente eritema; Em alguns pacientes, surgem algumas bolhas (eritema multiforme bolhoso); As lesões mucosas são vistas em 70% dos casos, apresentando-se nos lábios, cavidade bucal, palato, gengiva e genital; Alice Bastos → São lesões enantematosas, erosadas ou esbranquiçadas, geralmente dolorosas; Não há fase prodrômica e tipicamente não ocorrem sintomas constitucionais; → O estado geral do paciente encontra-se bom; Pelo seu curso benigno e autolimitado, geralmente não há necessidade de tratamento; → Quando necessita de tratamento, este deve ser feito conforme agente causal; • Se a causa for não infecciosa, tratar com corticoide e anti-histamínicos H1. Stevens-Johnson (SSJ) e Necrólise Epidérmica Tóxica (NET) Drogas mais comuns: 1. Sulfonamidas; 2. Penicilinas; 3. Quinolonas; 4. Cefalosporinas; 5. Alopurinol; 6. AINEs; São consideradas a mesma doença, mas com espectros diferentes; → SSJ: mais leve, desnudamento em < 10% da superfície corporal total; → NET: desnudamento de > 30% da superfície corporal; → Overlap SSJ-NET: entre 10-30% de desnudamento da superfície corporal; A SJJ é 2 vezes mais comum que a NET, possuindo uma letalidade de cerca de 5%, sendo, portanto, uma doença mais benigna; → A NET possui uma letalidade cerca de 10 vezes maior que a SJJ, de cerca de 50%, se apresentando como uma doença grave; Ambas se apresentam após 15 dias de exposição ao fármaco e a cada reexposição esse tempo diminui e as manifestações são mais graves; São geralmente autolimitadas, durando cerca de 1 mês; → Evoluem sem sequelas cutâneas, porém podem apresentar sequelas em mucosas; Estágio prodrômico é encontrado em metade dos pacientes, sendo caracterizado por febre, mal-estar, cefaleia, coriza, angina, mialgias, artralgias e eventualmente, vômitos e diarreia; Começa com erupção eritematosa maculopapular em tronco e face, progredindo de forma centrífuga para as extremidades; Algumas lesões são dolorosas e tendem à confluência, principalmente na face, no pescoço e no tórax anterior, que podem apresentar um eritema difuso e bolhas flácidas, ocasionalmente hemorrágicas; O sinal de Nikolsky é positivo; → SSJ: aparece de maneira precoce, surgindo antes das áreas de desnudamento espontâneo; → NET: aparece na área lesada; Foto: sinal de Nikolsky. Dentro dos primeiros quatro a cinco dias as lesões eritematosas aumentam em número e tamanho; As áreas de eritema confluente podem originar áreas desnudas, desprendendo epiderme necrótica, com aspecto de escaldadura; Alice Bastos Foto: necrólise epidérmica tóxica. As lesões mucosas são obrigatórias, com pelo menos 2 mucosas acometidas (entre ocular, oral e genital); → As lesões são caracterizadas por eritema, erosões dolorosas, crostas; A gravidade do quadro pode ser avaliada através dos critérios de gravidade para SSJ e NET (Scorten): O principal tratamento é o de suporte, incluindo: → Internação: é uma emergência dermatológica, o paciente deve ser internado em UTI; → Reposição hidroeletrolítica, guiada pelos sinais vitais, hematócrito e eletrólitos séricos; → Nutrição enteral; → Medidas oftalmológicas preventivas: lubrificantes oculares, limpeza e remoção de adesões; → Debridamento da pele necrótica apenas quando terminar a progressão da doença (fase estável), recobrindo-se as lesões com gaze embebida em soro fisiológico ou curativos hidrocoloides; Medicações: → Corticoides sistêmicos: uso ainda controverso; → Imunoglobulinas intravenosas: administraçãoprecoce, 2,7g/kg por 3 dias; → Inibidores do TNF-alfa: com o intuito de reduzir a inflamação; → Ciclosporina IV: adjuvante de forma precoce (24-48h), 3-5 mg/kg/dia; → Plasmaférese: pode remover metabólitos ou anticorpos reativos a fármacos. Importante! Não utilizar antibiótico profilático sistêmico (fazer somente se tiver infecção ativa), nem sulfadiazina de prata. Síndrome DRESS Drogas mais comuns: 1. Anticonvulsivantes (fenitoína e alopurinol); 2. Minociclina; 3. Sulfonamidas (dapsona, sulfassalazina); 4. Alopurinol; 5. Antirretrovirais; Síndrome rara, potencialmente grave; Aparece entre 2 a 6 semanas após a exposição à droga; O paciente inicialmente apresenta febre, mal-estar, linfadenopatia generalizada dolorosa e erupção cutânea morbiliforme que pode se tornar confluente e progredir para dermatite esfoliativa; Ao hemograma: eosinofilia e linfocitose atípica; O acometimento de órgãos internos é esperado; → Principais órgãos acometidos: fígado, rins e pulmões; A partir dos critérios diagnósticos, é possível dividir em típica (presença de todos os critérios) e atípica (presença de 5 a 7): 1. Erupção maculopapulosa que se inicia após 3 semanas do início do uso da droga suspeita (25% apresenta edema facial associado ao rash); Alice Bastos 2. Sintomas clínicos persistem após a retirada da droga; 3. Febre > 38 °C; 4. TGP > 100 UI/L; 5. Anormalidades leucocitárias (pelo menos uma presente): leucocitose > 11.000/mm3, linfocitose atípica > 5% ou eosinofilia > 1.500/ mm3; 6. Linfadenopatia; 7. Reativação do HHV-6 (elevação dos títulos do IgG anti-HHV6); O tratamento consiste na suspensão da droga; → A melhora ocorre gradualmente dentro de 6 a 9 semanas; Também está indicada a prednisona 1mg/kg/dia, com desmame lento (6 a 8 semanas); É importante internar o paciente para realizar monitoramento de órgãos internos. Erupção acneiforme Drogas mais comuns: 1. Corticoides; 2. Anabolizantes; 3. Lítio; 4. Tuberculostáticos; 5. Anticoncepcionais; Farmacodermia muito comum no período da COVID; Simulam lesões de acne, sendo caracterizadas por pápulas eritematosas e pústulas; Pode ter prurido; Diferencia-se da acne pela ausência de comedões e por estar presente tanto em áreas seborreicas como em áreas não seborreicas; O tratamento consiste na suspensão da droga utilizada. Iododerma e bromoderma São erupções raras causadas essencialmente pelo iodo e pelo bromo; → Iodeto: amiodarona e contrastes radiológicos; → Brometo: brometo de ipatrópio, brometo de piridostigmina; O mecanismo está associado com a hipersensibilidade celular, com atração de linfócitos e macrófagos; Iododerma: erupção acneiforme, pápulas e pústulas localizadas em face e tronco superior; Foto: Iododerma. Bromoderma: lesões ulceradas e pustulares localizadas em membros inferiores e região malar; O tratamento consiste na suspensão do fármaco, hidratação, diuréticos e manitol. Vasculite por hipersensibilidade (essa farmacodermia não foi dada em LPI) Tem como mecanismo proposto a reação de hipersensibilidade tipo III, ou seja, uma doença por imunocomplexos, causando vasculite leucocitoclástica de predomínio nos membros inferiores; O paciente apresenta uma erupção eritematosa maculopapular que se transforma num rash purpúrico, com petéquias e púrpuras confluentes, de distribuição simétrica pelos membros inferiores; → A presença da púrpura palpável (elevada) e a ausência de plaquetopenia são bastante sugestivos do diagnóstico; Alice Bastos → Lesões urticariformes, bolhas e necrose podem ocorrer; A erupção pode ser assintomática ou associada a um conjunto de sinais e sintomas que recebem a denominação de doença do soro; → Esta pode se apresentar com ou sem a vasculite cutânea leucocitoclástica e/ou lesão urticariforme; Caracteriza-se pela ocorrência, sete a dez dias após a administração da droga, de febre alta, mialgias, artralgias e linfadenopatia; Por ser uma doença mediada por imunocomplexos, há queda do complemento plasmático; Suspendendo-se o medicamento, os sintomas desaparecem em dias ou poucas semanas.
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