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ESTUDOS LEGISLATIVOS AULA 5 Prof. Luiz Costa 2 CONVERSA INICIAL Até aqui vimos como o processo legislativo é resultado de uma série de disputas e negociações que ocorrem no âmbito legislativo. Na sessão anterior, nos foi apresentado como os critérios partidários e os regimentos internos contribuem para a centralização do poder, via lideranças partidárias. Nesse cenário, resta pouco espaço para a ação individual dos deputados, assim como se reduz a tendência a políticas paroquiais e individualistas. No entanto, não são apenas o sistema eleitoral e a relação entre representantes e representados as únicas fontes de contato da arena legislativa com a sociedade civil. Alguns cientistas políticos notaram a existência de coletivos, para além dos partidos políticos, que buscam uma forma de influenciar o processo decisório dentro das casas legislativas. Trata-se dos chamados grupos de interesses. Estes são resultado da união de indivíduos, na forma de associações, empresas ou organizações, que consolidam a união de interesses e tentam influenciar o processo de alteração ou manutenção da legislação sobre determinado assunto. Esta aula se concentra na atuação política desses coletivos e sua capacidade de influenciar o processo legislativo. TEMA 1 – TEORIAS SOBRE GRUPOS DE INTERESSE De forma geral, a literatura que analisa a influência de grupos de interesse se concentra em dois tipos de prática: o financiamento de campanha e o lobby. A lógica por trás desses dois tipos de relação é semelhante. Os grupos de interesses demandam políticas específicas dos legisladores e oferecem em troca o suporte necessário (dinheiro ou vantagens) para a manutenção desses políticos em posições de poder. As especificidades de cada uma dessas práticas serão abordadas adiante. Tendo em vista o desenvolvimento histórico da literatura sobre o tema, num primeiro momento, destaca-se a obra de Arthur Bentley (1908). O autor defendeu a importância de grupos de interesses porque via nas decisões governamentais um reflexo dos conflitos e disputas dos grupos políticos organizados. Seu trabalho obteve reconhecimento expressivo no período pós- Segunda Guerra Mundial, contexto no qual a teoria pluralista da democracia começava a se destacar, principalmente por meio dos trabalhos de David Truman (1951) e Robert Dahl (1961). 3 É possível sintetizar a teoria pluralista da democracia na crença de que o modelo democrático deveria se apoiar em múltiplos centros de poder, já que um poder soberano é uma constante ameaça à distribuição dos direitos e, portanto, das bases pelas quais a democracia se sustenta. É por isso que Truman refutou o conceito de grupos de pressão, noção que atribuía aos coletivos que buscavam influenciar a política um valor negativo. Em suma, se a democracia deveria ter vários centros de poder, a ação de grupos que buscam influenciar a esfera política é natural desse sistema. Nesse sentido, qualquer interesse mútuo compartilhado representa um potencial grupo de interesse, possível de buscar alguma ação de influência política. Essa atuação pode surgir naturalmente diante de algum tipo de expectativa ou perturbação: “Uma perturbação nas relações e expectativas estabelecidas em qualquer parte da sociedade pode produzir novos padrões de interação destinados a restringir ou eliminar a perturbação” (Truman, 1951, p. 511). Se trocarmos o termo perturbação por crimes, como um tipo de ilustração do problema, podemos identificar um grupo de interesse em qualquer coletivo organizado que procure a ampliação de medidas de segurança e que busquem influenciar a esfera política para obter essas medidas. Isso quer dizer que ações desse tipo são reações naturais aos desequilíbrios socioeconômicos, uma visão sistêmica das relações políticas. As ideias básicas do pluralismo de Truman reapareceram posteriormente no livro Who Governs?, de Robert Dahl (1961). Nessa análise, Dahl defende a existência de diversos grupos, partidos políticos e candidatos de origens socioeconômicas distintas competindo por influência política na cidade de New Haven, nos Estados Unidos. O trabalho ganhou tons inovadores, uma vez que questionou o ponto de vista predominante de que a elite empresarial da cidade concentrava em suas mãos todo o poder político. Até aqui, é relevante a compreensão de que a teoria pluralista parte da negação de que interesses organizados são uma ameaça para a democracia e para a estabilidade do regime. Pelo contrário, a ameaça seria a centralização excessiva do poder. Aqui, grupos de interesses são naturais e se formam da tendência natural de uma sociedade plural: a existência de interesses mútuos e indivíduos de mentalidade semelhante. Mais tarde, a avaliação dos pluralistas em relação aos grupos de interesse foi problematizada pelos chamados teóricos da escolha racional, especialmente 4 Mancur Olson e seu trabalho A lógica da ação coletiva (1965). Adotando os pressupostos teóricos da economia clássica, Olson parte do pressuposto de que a racionalidade, aspecto presente em todo indivíduo, se traduz na prática social por meio da busca pela maximização de ganhos. Se isso é verdade, a lógica coletiva possui uma série de problemas para, de fato, se concretizar numa representação da soma das vontades individuais. Isso porque em situações nas quais a ação coletiva gera um ganho coletivo, distribuído entre os membros, o indivíduo racional pode optar por não agir com o coletivo, já que, de qualquer forma, esse ganho também será compartilhado com ele. Esse aspecto problematiza a teoria pluralista e levanta uma série de especulações quanto à valorização positiva da atuação de grupos de interesse. A visão racionalista proporcionou aos estudiosos do lobby a constatação de que esse tipo de atividade poderia gerar contextos de assimetria de poder, com os lobistas adquirindo maior capacidade de influenciar a esfera política e desequilibrando o resultado ótimo do ponto de vista social e geral de uma democracia. Entendemos aqui por lobby a atividade na qual se transfere informações privilegiadas (previsões, estatísticas, sinais, ameaças ou mensagens, por exemplo), de forma privada, diretamente do grupo de interesse para o legislador. Atualmente, os estudos de lobby se concentram em situações especificas que explicam a presença desse tipo de estratégia. Por exemplo, em contextos em que uma empresa/organização encontra sua existência ameaçada. Nesse caso, o recurso do lobby pode ser utilizado como uma busca da manutenção do espaço político-econômico para a sobrevivência do ente. Ou então, num segundo exemplo, a utilização do lobby como ferramenta de disputa-ideológica. Assim, o que tais estudos têm demonstrado é que o enquadramento puramente econômico não é capaz de captar completamente as ações dos lobistas que podem atuar por meio de distintas orientações. Já em estudos sobre o financiamento de campanha, em linhas gerais, os analistas têm demonstrado que a utilização dessa estratégia é comumente bem- sucedida nos casos em que os retornos legislativos esperados pelos grupos organizados não têm visibilidade ou nem despertam interesse público (Clawson, 1999; Denzau; Munder, 1986; Malbin, 1984; Welch, 1982). 5 TEMA 2 – FINANCIAMENTO DE CAMPANHA E LOBBY EM COMPARAÇÃO Veremos agora alguns estudos que analisam a presença do lobby e do financiamento de campanha em diversas nações do globo. O intuito aqui é apresentar um quadro geral desses estudos para posteriormente compararmos com o caso brasileiro. Faremos isso com base nos estudos do Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (IDEA), um banco de dados sobre financiamento político em 180 nações ao redor do globo. Basicamente, é possível sintetizar em três tendências os estudos feitos peloIDEA sobre o financiamento político em termos mundiais. Primeiro, a presença de algum tipo de regulamentação do financiamento político, em que normalmente há o detalhamento de quais atores são impedidos/limitados de realizar doações para partidos e candidatos. O objetivo principal é barrar a ação de interesses/grupos específicos cujas contribuições são prejudiciais para a competição democrática. A exemplo disso, é comum que instituições públicas estejam vedadas para participar desse tipo de relação, já que utilizam bens públicos para suas atuações. Um segundo exemplo é a proibição de doações estrangeiras e anônimas, a fim de manter a proteção/autonomia nacional. A segunda tendência diz respeito ao aumento global do financiamento público de partidos políticos. Estes podem ser realizados de forma direta, via repasses de dinheiro ou bens, ou indireta, via serviços gratuitos para campanha eleitoral e isenção fiscal para partidos e candidatos. O mapa a seguir apresenta os países que possuem financiamento público direto para partidos políticos: Figura 1 – Financiamento público direto para os partidos políticos no mundo Fonte: Reproduzido de Ohman, 2015, p. 50. 6 O financiamento do tipo público existe em aproximadamente 2/3 dos países do mundo. Mas como ele funciona? Em sua forma padrão, ele é feito com base no estabelecimento de critérios mínimos para se ter direito ao financiamento público, como forma de evitar o surgimento de partidos/candidatos oportunistas focados apenas nesses recursos ou reduzir desperdícios com atores eleitoralmente inviáveis. Chamamos tais critérios de limiar de elegibilidade. A fórmula mais comum de se traçar esse limiar é por meio do próprio desempenho de eleições anteriores. Na mesma direção, é ainda comum a existência de critérios de alocação do financiamento público. Levando em consideração aqueles atores considerados aptos pelo limiar de elegibilidade, a quantia de recurso público é distribuída de acordo com critérios preestabelecidos, normalmente ligados ao sucesso eleitoral e ao tamanho da representatividade do partido. No entanto, esses critérios são normalmente combinados com outras variáveis de controle, caso contrário forneceriam dinheiro aos atores que já possuem maiores recursos políticos e econômicos em detrimento de novas organizações em piores condições. Aqui, o risco é de manter ou aprofundar a diferença que se pretendia corrigir. A terceira tendência do financiamento público é a presença de mecanismos de fiscalização dos gastos. Há, na maioria dos países, regras que determinam a entrega de relatórios financeiros, nas quais beneficiários detalham como arrecadam e gastam seus recursos. Isso, é claro, facilita a fiscalização e funciona como uma espécie de prestação de contas dos entes políticos. Instrumentos dessa natureza estão presentes em quase 90% dos países. Já a atividade do lobby é pouco analisada em relação aos financiamentos porque são poucos os países que regulamentam essa atividade em lei. É por esse motivo que o caso mais estudado é justamente da nação pioneira tanto na regulação do lobby quanto na disponibilização de dados sobre essa atividade, os Estados Unidos. Dois consensos estão presentes na literatura norte- americana sobre o tema. O primeiro consenso se refere ao predomínio do recurso do lobby, para obter influência política, se comparado aos recursos gastos em financiamento de campanhas eleitorais. Ou seja, nos EUA, é comum que recursos disponibilizados ao lobby superem os de gastos de campanha. A segunda regularidade diz respeito a quem realiza essas transações de lobby. A maior parte dos estudos constata que corporações e associações comerciais são as mais responsáveis por gastos dessa natureza. 7 TEMA 3 – GRUPOS DE INTERESSES NO CONTEXTO BRASILEIRO Vimos até aqui a discussão teórica que fundamenta as discussões sobre grupos de interesse e um panorama mundial da utilização do lobby e do financiamento de campanhas. Agora, veremos como a ação desses grupos se caracteriza no caso brasileiro. Por muito tempo, os estudos sobre financiamento de campanha no Brasil apresentavam evidências de que as doações empresariais rendiam benefícios expressivos para os doadores, como acessos ao financiamento de bancos públicos (Claessens et al., 2011) e contratos com o governo (Boas et al., 214). Além disso, um segundo grupo de análises constatava que as eleições no Brasil estavam sendo custeadas basicamente por pessoas jurídicas, em que se destacavam as grandes empresas nacionais (Mancuso, 2015; Speck; Marciano, 2015). O problema ganhou outras dimensões quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Lava Jato, que identificou um esquema de troca de favorecimentos e propinas envolvendo grandes empresários e políticos brasileiros. Foi em função desse cenário que surgiu no Brasil uma série de reformas políticas e de novas regulamentações para o financiamento político, sendo a principal delas a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e limites de gastos eleitorais (Lei n. 13.487/2017). Já sobre as atividades de lobby, é importante ressaltar que o Brasil não possui regulamentação específica sobre esse tipo de atividade. O mais próximo disso é o conteúdo do art. 259 do regimento interno da Câmara dos Deputados que permite que representantes de “entidades de classe de grau superior, de empregados e empregadores, autarquias profissionais e outras instituições de âmbito nacional da sociedade” possam, eventualmente, prestar esclarecimentos à Câmara, por meio de comissões, às lideranças e aos deputados em geral. Esse mecanismo permite formalmente algum ativismo no legislativo por parte de grupos organizados que buscam rondar as sessões da Câmara. Das poucas pesquisas existentes sobre essa prática no Brasil, um estudo recente demonstrou que das organizações que utilizaram esse tipo de participação, durante o biênio de 2011 e 2012, 52,5% eram representantes do mundo do capital e do trabalho e 44,1% representantes do setor público (Santos et al., 2017). A mesma análise demonstrou um grau de profissionalização dos 8 grupos de interesses do Brasil, já que 67% das organizações que participaram da atividade legislativa possuem equipe especializada em assuntos de políticas públicas e 85% delas relataram possuir um setor focado na defesa de seus interesses junto a órgãos estatais. Esses dados constatam algum nível de relevância da atividade do lobby. TEMA 4 – INTERESSES SETORIAIS E PRODUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL A ciência política desenvolveu formas diferentes de avaliar se indivíduos/ organizações conseguem realmente influenciar a produção legislativa. Um caminho é classificar o conteúdo das leis para verificar se elas realmente priorizam a satisfação de interesses de uma parcela da sociedade em relação ao total. Anteriormente, vimos um exemplo disso no estudo de Mayhew (1974), que analisava as políticas paroquiais. Nesse estudo, a delimitação geográfica era a forma de especificação de interesses em relação ao todo social. Entretanto, estudos recentes revisaram o modelo de Mayhew e se concentraram em interesses setoriais do caso brasileiro, ao invés da delimitação geográfica (Ricci, 2006). A exemplo do raciocínio, isso significa supor que categorias profissionais, mesmo dispersas no território, fazem os indivíduos que a compõem compartilhar interesses e objetivos típicos da própria categoria. Se isso é verdade, as estratégias de obtenção de políticas que beneficiam essa categoria não precisam ser delimitadas num espaço geográfico, como pensou Mayhew. Em suma, interesses reúnem pessoas em prol de uma agenda. Esse dado não invalida as bases teóricas da conexão eleitoral, apenas atualiza ou adapta os pressupostos desse autor ao caso brasileiro. Se analisadas via interesses, as pesquisas legislativas demonstramque o conteúdo das normas se distingue pela prevalência de políticas setoriais, favorecendo grupos espalhados no território (Ricci, 2006). TEMA 5 – LEIS SETORIAIS NO CONGRESSO NACIONAL A adaptação do modelo de Mayhew permite elaborar uma classificação das leis que leve em conta seu impacto social e territorial e seus efeitos sobre os indivíduos. O cruzamento desses critérios gerou a classificação em leis gerais, seccionais e individuais, cuja distribuição está na Tabela 1 a seguir. 9 Tabela 1 – Número de leis do Congresso Nacional por conteúdo e tipo (1991- 2001) Conteúdo Projetos Sancionados Projetos Vetados Totalmente Projetos Rejeitados Total Geral/secional 262 (66,2%) 57 (63,2%) 212 (60,6%) 531 (63,4%) Micro de impacto amplo 46 (11,6%) 17 (17,9%) 82 (23,4%) 145 (17,3%) Micro de impacto local e individual 34 (8,6%) 10 (10,5%) 26 (7,4%) 70 (8,4%) Simbólico 54 (13,6%) 8 (8,4%) 30 (8,6%) 92 (10,9%) Total 396 (100%) 92 (100%) 350 (100%) 838 (100%) Fonte: Reproduzido de Ricci, 2003, p. 709. Por meio dessas evidências, pode-se perceber que de fato existe grande incidência de leis que atendem a grupos setoriais difundidos por todo o território do país e, portanto, não concentrados em alguma região. Tal dado nos leva a apoiar a afirmação de que os parlamentares respaldam a preferência de grupos de pressão organizados no Congresso Nacional. Por fim, pesquisas demonstram que, a partir de 1988, um número elevado de leis aprovadas apresentava concessões que beneficiavam o empresariado brasileiro. Até o ano de 2009, foram 52 leis aprovadas que resultaram em renúncias tributárias da ordem de R$ 95,8 bilhões (Mancuso; Moreira, 2013). Grande parte desses benefícios (60%) favoreceram empresas atuantes em segmentos específicos dos setores primário, secundário ou terciário. Por outro lado, empresas localizadas em regiões determinadas apareciam apenas na quinta posição entre os nove tipos de empresas beneficiadas. NA PRÁTICA A criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (Lei n. 13.487/2017) é uma reação à decisão do Supremo Tribunal Federal de declarar inconstitucional as doações financeiras de pessoas jurídicas às campanhas eleitorais. Tal decisão visava coibir a captura dos partidos políticos no Congresso 10 pelo poder das grandes empresas. Procure explorar essas medidas e avalie quais os efeitos dessa proibição, bem como a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha para o funcionamento dos partidos políticos no Congresso Nacional. FINALIZANDO Nesta aula, introduzimos à temática da produção legislativa a atuação de coletivos/grupos de interesses e seus principais canais de influência política. Vimos como os teóricos do pluralismo avaliavam a participação de grupos organizados como aspecto importante de regimes democráticos, idealmente organizados em torno da descentralização do poder. Uma visão quase otimista da mobilização dos grupos de interesses. Outros autores, como os da teoria da escolha racional, problematizaram a visão pluralista e trouxeram alguns entraves da ação coletiva diante da ação individual racionalista. Um ponto de vista que pode denotar contornos negativos desse tipo de prática. Tendo em vista o diálogo teórico, é possível afirmar que grupos de interesses atuam por meio de duas estratégias: via lobby ou via financiamento de campanha. Quanto ao lobby, vimos que os estudos brasileiros apresentam um quadro ainda impreciso, justamente por não termos uma regulamentação formal desse tipo de atividade. No caso dos financiamentos de campanha, estudos demonstram que o caso brasileiro pode ser caracterizado pelo benefício a grupos setoriais, não delimitados geograficamente. Apesar da conexão entre produção legislativa e doadores de campanha ser ainda pouco consistente, é notável que, até 2014, eram as grandes empresas brasileiras as principais doadoras de campanhas. O problema ganha contornos maiores quando temos na produção legislativa a concessão tributária para os setores empresariais. É relevante ressaltar que o Brasil modificou o regimento quanto ao financiamento de campanha após as agitações promovidas pela Operação Lava Jato. Esse aspecto faz da área de estudo sobre grupos de interesses e o legislativo brasileiro um terreno desconhecido, ainda pouco explorado pela ciência política. 11 REFERÊNCIAS BENTLEY, A. F. The process of government: a study of social pressures by Arthur F. Bentley. The University Press, 1908. BOAS, T. C.; HIDALGO, D. F.; RICHARDSON, N. P. The spoils of victory: campaign donations and government contracts in Brazil. The Journal of Politics, 76(2), p. 415-429, 2014. CLAESSENS, S.; FEIJEN, E.; LAEVEN, L. Political connections and preferential access to finance: the role of campaign contributions. Journal of Financial Economics, 88(3), p. 554-580, 2008. CLAWSON, D. Dollars and votes: how business campaign contributions subvert democracy. Philadelphia: Temple University Press, 1999. DAHL, R. A. Who Governs? Democracy and power in an American city. New Haven: Yale University Press, 1961. DENZAU, A.; MUNGER, M. Legislators and interest groups: how unorganized interest get represented. 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