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Estado da Arte e Perspectivas para a Zoologia no Brasil Organizadores ROSANA M. DA ROCHA & WALTER A. BOEGER © Rosana Moreira da Rocha e Walter Antonio Pereira Boeger Estado da arte e perspectivas para a Zoologia no Brasil Coordenação editorial Daniele Soares Carneiro Revisão Erica Rodrigues Revisão final dos Organizadores Projeto gráfico e editoração Científica Consultoria em Meio Ambiente, Editora e Gestão da Informação S/S Capa Reinaldo Weber – com base em ilustrações de Ernst Haeckel Série Pesquisa, n. 149 Coordenação de Processos Técnicos. Sistema de Bibliotecas. UFPR Congresso Brasileiro de Zoologia (27.: 2008: Curitiba) Estado da arte e perspectivas para a zoologia no Brasil, Curitiba, 17/02 a 21/02/2008; Sociedade Brasileira de Zoologia; organizadores Rosana M. da Rocha & Walter A. Boeger. – Curitiba: Ed. UFPR, 2009. 296p.: il., grafs., tabs. ISSN 2176-3763 Inclui referências 1. Zoologia – Congressos. I. Sociedade Brasileira de Zoologia. II. Rocha, Rosana Moreira da, 1962-. III. Boeger, Walter Antonio Pereira, 1957-. IV. Título. V. Série. CDD 591 CDU 590 ISSN 2176-3763 Ref. 550 Direitos reservados à Editora UFPR Rua João Negrão, 280 - Centro Tel.: (41) 3360-7489 - Fax: (41) 3360-7486 Caixa Postal 17309 80010-200 - Curitiba - Paraná - Brasil 2009 CTP, Impress o e Acabamento Imprensa Oficial do Estado de S o Paulo ã ã CAPÍTULO SETE CRUSTACEA1 Adilson Fransozo, Aline do Vale Barreto, André R. Senna, Célio U. Magalhães, Cristiana R. Maciel, Fernando A. Abrunhosa, Fernando D’Incao, Fernando L. Mantelatto, Georgina Bond-Buckup, Lourdes Maria A. Elmoor-Loureiro, Ludwig Buckup, Marcos Tavares, Maria Lucia Negreiros-Fransozo, Marilena Ramos-Porto, Marina de Sá L. C. de Araújo, Nilton J. Hebling, Odete Rocha, Paula B. de Araújo, Petrônio A. Coelho, Roberto M. Shimizu & Wagner C. Valenti Histórico da pesquisa no Brasil Desde o século XVI os crustáceos vêm sendo mencionados em diários dos viajantes e dos missionários que passam em terras brasileiras. As pesquisas com espécies de crustáceos, no entanto, iniciaram-se com investigadores estrangeiros como MARCGRAVE (1648), pionei- ro no registro científico sobre a ocorrência de camarões palemonídeos no espaço brasileiro. Seus dados serviram de base para outros trabalhos, como na 10ª edição do “Sistema Naturae”, LINNAEUS (1758). No final do século XIX, seguiram-se as investigações realizadas por GÖLDI (1885), com resultados sobre caranguejos de água doce; MARTENS (1869), com descrições de lagostins coletados no sul do Brasil; MULLER (1892) e IHERING (1897), abordando os camarões de água doce brasileiros; RICHARD (1897) e SARS (1901), abordando os microcrustácos límnicos. POCOCK (1890) publicou uma das primeiras citações dos Stenopodidea, Microprosthema semilaeve (Von Martens, 1872), para o Brasil. MELO (1996, 1999, 2003) fornece resenhas com os registros históricos dos vários Decapoda em território brasileiro. A primeira síntese sobre vários grupos de crustáceos, considerada obra de referência, apareceu somente em 1901, realizada por Carlos MOREIRA, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, intitulada “Contribuições para o Conhecimento da Fauna Brazileira. Crustáceos do Brazil”. O conhecimento sobre os Decapoda Brachyura das Américas, incluindo o espaço bra- sileiro, sofreu um grande avanço com as monografias de RATHBUN, publicadas entre 1918 e 1937. As obras proporcionaram uma visão de conjunto sobre o grupo na região e durante décadas foram os pilares da braquiurologia para o Atlântico e Pacífico americanos. Desde então, centenas de artigos sobre novas espécies e novas ocorrências, levantamentos faunísticos e desenvolvimento larval foram publicados alavancando o conhecimento dos Brachyura. 1 Autores em ordem alfabética. Georgina Bond-Buckup foi a organizadora do capítulo. 102 ESTADO DA ARTE E PERSPECTIVAS PARA A ZOOLOGIA NO BRASIL Até fins da década de 50, predominavam publicações provenientes de dois centros de pesquisa, o Museu Nacional no Rio de Janeiro e o Museu de Zoologia em São Paulo, identi- ficado naquela época como Museu Paulista. Destacam-se as contribuições de MOREIRA (1901, 1903, 1912, 1913), LUEDERWALDT (1919, 1929), SAWAYA (1946), VALENTE (1948) e VALENTE & EDWARDS (1955). Grande parte do conhecimento sobre Peracarida no Brasil, em especial Isopoda, se deve aos estudos LOYOLA E SILVA (1962) e LEMOS DE CASTRO (1958) entre outros, com registro de novas ocorrências e descrição de espécies nas décadas de 60 a 80. Estudos pioneiros com os Isopoda parasitos, acrescidos de registros de novas espécies, iniciaram com THATCHER (1988) na região Amazônica. O interesse de pesquisadores estrangeiros pela carcinofauna brasileira foi abordado em DOFLEIN (1901), NOBILI (1901), CALMAN (1907), BROOKS (1931), PESTA (1931), SCHMITT (1942) e HOLTHUIS (1951), que estudaram materiais depositados em museus, principalmente no Carnegie Museum, U.S. National Museum, American Museum of Natural History e o Turin Museum. Os pesquisadores FOREST (1964) e FOREST & SAINT LAURENT (1968) realizaram diversas ex- pedições ao Brasil e contribuíram com descrições de espécies dos Anomura marinhos. A obra monográfica de HOLTHUIS (1966) alavancou as pesquisas com os camarões carídeos brasileiros e até os dias atuais é considerada obra de referência. A partir da década de 60, com o desenvolvimento vários centros de pesquisa no Nor- deste, sobressaindo-se Fortaleza e Recife, as pesquisas com crustáceos receberam um gran- de impulso com as investigações de levantamentos faunísticos sobre camarões de água doce, camarões marinhos, lagostas e caranguejos lideradas por Paiva & Barreto, Coelho, Ramos-Porto, Fausto Filho. Nesta época, iniciaram as pesquisas relacionadas com os cama- rões marinhos no Brasil, com os trabalhos de FAUSTO-FILHO (1966), COELHO & RAMOS (1968) e FORNERIS (1969) que reportaram levantamentos faunísticos em determinadas regiões. As investigações com os crustáceos, de modo geral, foram intensificadas a partir dos anos 70, com a implantação de programas de pós-graduação em Zoologia, em Ecologia e a consolidação de pesquisas na área da Limnologia no Brasil. Estudos sobre crustáceos fazi- am parte de projetos de pesquisas e as investigações foram incrementadas em vários cen- tros universitários. Os estudos sobre a avaliação dos estoques de camarões marinhos por grupos de pesquisadores reunidos pelo IBAMA foram implementados nessa época. Devem ser destacados também os resultados da atividade pesqueira no norte do Brasil, realizada principalmente no Amapá, Pará e Maranhão e tendo como alvo principal o estoque de Farfantepeaneus subtilis (Perez Farfante, 1967) (DIAS NETO & DAMASCENO 1984). Os crustáceos Decapoda, por mostrarem uma grande variabilidade de padrões em seus ciclos de vida e diferentes estratégias de assentamento nos diversos ambientes, ensejam pesquisas sobre o desenvolvimento larval e juvenil. Estudos morfológicos larvais de algu- mas espécies de Brachyura, Porcellanidae e Callianassidae e, em especial, destaque para os Astacidea e Palinuridae tem sido publicado desde a década de 80 e encontram-se dispersos em muitos artigos. As iniciativas para o desenvolvimento da carcinicultura no Brasil ocorreram na década de 70, entretanto, os primeiros cultivos comerciais foram implantados 10 anos mais tarde. A carcinicultura de água doce teve seus primórdios com estudos direcionados às espécies nativas: Macrobrachium acanthurus (Wiegmann, 1836), Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) e Macrobrachium carcinus (Linnaeus, 1758). Todavia, o seu desenvolvimento se deu após a introdução da espécie exótica Macrobrachium rosenbergii (De Man, 1879), em 1978, pelo departamento de Oceanografia de Pernambuco (CAVALCANTI et al. 1986). O auge da sua expansão foi na década de 90, apresentando 32 larviculturas e mais de 700 hectares de viveiros de produção localizadas, principalmente, na região nordeste (VALENTI 1993). No 103Crustacea final dessa década, muitas larviculturas fecharam e houve redução da área cultivada, inici- andouma nova fase, em que a atividade se consolidou na região sudeste. A carcinicultura marinha foi iniciada no Rio Grande do Norte, com a criação do “Pro- jeto Camarão”, utilizando a espécie exótica Penaeus japonicus (Bate, 1888) (SOUZA & MONTE 1974). Entretanto, ocorreram problemas na sua adaptação às condições ambientais brasi- leiras. Após essa iniciativa, os esforços foram voltados para as espécies nativas, Farfantepenaeus paulensis (Pérez Farfante, 1967), Farfantepenaeus brasiliensis (Latreille, 1970), Farfantepenaeus subtilis (Pérez Farfante, 1967) e Litopenaeus schmitti (Burkenroad, 1936) (e.g. NEIVA 1971, BRISSON 1989, BUENO 1990, CAVALLI et al. 1997, NUNES et al. 1997). As primeiras pós-larvas do Brasil foram obtidas em Santa Catarina (POLI 1972), contudo, a produtividade desejada nunca foi alcançada. Desse modo, a atividade se desenvolveu somente na década de 90, com a espécie exótica Litopenaeus vannamei (Boone, 1931). A década de 90 destacou-se pela publicação de várias obras em formato de livro que visaram reunir, sintetizar e consolidar todos os conhecimentos de natureza sistemática, até então acumulados pelas publicações dos pesquisadores sobre a fauna de crustáceos brasilei- ros. Em 1998, publicou-se o “Catalogue of Crustacea of Brazil”, organizado por Paulo S. Young, do Museu Nacional do Rio de Janeiro, contando com a participação de 47 pesquisa- dores especialistas. A obra relaciona as espécies, sua sinonímia e distribuição no Brasil, mostrando o estado do conhecimento da sistemática e taxonomia de todos os crustáceos brasileiros (YOUNG 1998). Até os dias atuais esse Catálogo vem sendo uma obra de referên- cia na área da sistemática. As obras coordenadas por Melo, do Museu de Zoologia da USP, no formato de manuais de identificação, abrangendo os Brachyura (MELO 1996), Anomura, Thalassinidea, Palinuridea, Astacidea (MELO 1999) e os crustáceos límnicos (MELO 2003), foram um impor- tante suporte para o desenvolvimento das pesquisas e, nos dias atuais, são adotadas no ensino da carcinologia das instituições brasileiras. Duas obras de âmbito regional consolidaram o conhecimento dos crustáceos. Uma delas, “Os Crustáceos do Rio Grande do Sul”, organizado por BUCKUP & BOND-BUCKUP (1999), mobilizou 26 autores especialistas nos vários grupos; a outra, “Invertebrados de Água Doce do Estado de São Paulo, organizado por ISMAEL et al. (1999), reuniu informações sobre os copépodos e cladóceros. Foram obras que visaram reunir e sintetizar os conhecimentos sobre a sistemática e distribuição das espécies brasileiras, informações até então dispersas e acumuladas em publicações individuais de vários pesquisadores. Avanços na última década O avanço no conhecimento da sistemática e da biologia da carcinofauna brasileira ocorreu em todos os grupos taxonômicos dos crustáceos. As observações a seguir sinteti- zam e procuram contextualizar esse conhecimento nos últimos dez anos. As investigações com os copépodos não marinhos foram realizadas por REID & ROCHA (2003), SILVA & MATSUMURA-TUNDISI (2005), CORGOSINHO & ARBIZU (2005), CORGOSINHO et al. (2007) e PREVIATTELLI & SANTOS-SILVA (2007). Novos táxons de copépodos parasita de peixes foram abor- dados por SANTOS (2007), enquanto os ostrácodos semi-terrestres foram pesquisados por PINTO et al. (2003, 2004). A taxonomia e filogenia de cladóceros límnicos vêm sendo investigadas por PAGGI & ROCHA (1999) e por ELMOOR-LOUREIRO (2000, 2004, 2005, 2006, entre outros). Além das obras de revisão e sistematização do conhecimento e os estudos em sistemáti- ca, os avanços no conhecimento sobre os microcrustáceos não marinhos foram impulsiona- dos por diferentes iniciativas. Primeiramente por estudos sobre a ecologia das comunidades 104 ESTADO DA ARTE E PERSPECTIVAS PARA A ZOOLOGIA NO BRASIL planctônicas em reservatórios ou inventários de fauna e flora realizados nos estudos sobre os impactos ambientais ocasionados pela construção de barragens em diferentes bacias hidrográficas (EIA-RIMA). Destacam-se os inventários de diversidade que foram estimulados por editais específicos de diferentes agências financiadoras nacionais e internacionais (PRONEX, PRONABIO, PELD, BIOTA/FAPESP). Além desses, estudos foram realizados por ini- ciativas isoladas com abordagens diversificadas, no âmbito da biodiversidade, ecologia e ecofisiologia. Como resultado, tem-se uma intensa produção bibliográfica, com cerca de 170 artigos publicados, número que inviabiliza sua citação nominal no presente trabalho. O conhecimento dos Peracarida sofreu avanços com a publicação do “Atlas de invertebrados marinhos da região central da Zona Econômica Exclusiva brasileira”, cujo capítulo sobre Crustacea, foi de autoria de SEREJO et al. (2007). Uma prova do grande poten- cial do estudo taxonômico do grupo foi a publicação da obra “Biodiversidade Marinha da Baía da Ilha Grande” (CREED et al. 2007), abordando gêneros novos de Isopoda e espécies novas de Amphipoda. Sobre os anfípodos gamarídeos de água doce, representados pelo gênero Hyalella (Dogielinotidae) as pesquisas foram incrementadas nesta última década, com a descrição de novas espécies por PEREIRA (2004) e GONZALEZ et al. (2006). Aspectos da ecologia de popu- lações de algumas espécies foram investigados por CASTIGLIONI et al. (2007) e CASTIGLIONI & BOND-BUCKUP (2008), e aspectos de fisiologia por DUTRA et al. (2007). Acerca dos anfípodos marinhos, houve avanços no conhecimento taxonômico em di- versos ambientes, da zona entre-marés ao mar profundo. Para águas rasas costeiras, desta- cam-se os trabalhos de BUSTAMENTE (2002) e VALÉRIO-BERARDO et al. (2007). Em relação às ilhas oceânicas brasileiras, destaca-se o primeiro registro da subordem Ingolfiellidea para o Bra- sil e descrições de três espécies novas (SENNA & SEREJO 2005). O estudo recente do grupo para os ambientes de plataforma continental, talude e mar profundo, gerou a descrição de dois gêneros novos e 15 espécies novas (SEREJO & WAKABARA 2003, SENNA & SEREJO 2007, 2008, VALÉRIO-BERARDO 2007). Foram também desenvolvidos estudos de ecologia populacional (RI- BEIRO et al. 2003, LEITE et al. 2007) e filogenia (SEREJO 2004). Para os isópodos terrestres (Oniscidea), além da descrição de novas espécies, como os trabalhos de ARAUJO (1999), ARAUJO & LOPES (2003), SOUZA et al. (2006), ARAUJO & ALMERÃO (2007), esses resultados possibilitaram reunir as primeiras informações sobre a biologia dos isópodos terrestres neotropicais. Registraram-se avanços no conhecimento sobre o desen- volvimento pós-embrionário (ARAUJO et al. 2004), a ecologia populacional (ARAUJO & BOND- BUCKUP 2005, QUADROS & ARAUJO 2007), da diversidade (LOPES et al. 2005) e da ecotoxicologia (NIEMEYER et al. 2006). Em relação aos isópodos marinhos, a maior parte dos trabalhos taxonômicos realiza- dos se concentrou no mar profundo, com descrições de várias espécies novas (MAGALHÃES & YOUNG 2003). Alguns trabalhos taxonômicos foram realizados enfocando os Cumacea e Tanaidacea. Destacam-se a descrição de um gênero novo e quatro espécies novas de tanaidáceos de mar profundo (SANTOS 2007, SANTOS & HANSKNECHT 2007). Estes grupos vêm sendo bem estudados nas áreas de ecotoxicologia por PENNAFIRME & SOARES-GOMES (2005) e da estrutura e dinâmica populacional, por SANTOS & PIRES-VANIN (1999). As campanhas sobre o inventário da fauna marinha muito têm contribuído para o avan- ço do conhecimento dos crustáceos marinhos. COELHO et al. (2002) relataram sobre a biodiversidade do Pernambuco e CALADO et al. (1998) publicaram sobre a ocorrência de sete espécies agrupadas em seis famílias de Stomatopoda para o litoral de Alagoas. Os estomatópodos capturados na pesca industrial do camarão-rosa e no Programa REVIZEE, fo- 105Crustacea ram investigados por SILVA et al. (2003). No ano seguinte, a obra “Biodiversidade Bentônica da Região Sudeste-Sul do Brasil – Plataforma Externa e Talude Superior” contemplou um capítulo sobre os Decapoda e Stomatopoda (MELO 2004). Com material do REVIZEE/Central, RODRIGUES & YOUNG (2005) publicaram novasocorrências para águas brasileiras. LAVRADO & IGNACIO (2006) e LAVRADO & VIANA (2007) registraram as espéciesde Stomatopoda agrupadas em quatro famílias para a região central da Zona Econômica Exclusiva brasileira. Outras pu- blicações abordaram resultados de locais pontuais como para a Baía de Camamu, Estado da Bahia (ALMEIDA et al. 2007); para o complexo lagunar Mundaú/Manguaba, em Alagoas (SOUZA et al. 1998), para o largo da costa dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina (SEVERINO-RODRIGUES et al. 2007); para a Baía da Ilha Grande (CREED et al. 2007). A década deste novo século tem sido caracterizada como o momento de sintetizar a informação com ênfase, em especial, aos Decapoda. As contribuições mencionadas anteri- ormente consolidaram as bases necessárias para a identificação das espécies, alavancando e estimulando a realização de outras linhas de pesquisa sobre a biologia, a ecologia, a morfologia e a fisiologia dos animais, espalhadas pelos diferentes grupos de trabalho no território nacional. Estudos sobre a pesca de camarões marinhos vem sendo objeto de pesquisadores do Instituto de Pesca (SP), CEPSUL-IBAMA (SC) e FURG (RS), contribuindo especialmente com a implementação das políticas públicas sobre a época do defeso, para garantir o recruta- mento juvenil e o estoque adulto. A maior parte dos estoques de regiões tropicais e subtropicais tem enfrentado taxas de exploração muito intensas, ou mesmo, encontram-se sobre explorados. O camarão-rosa do Sudeste/Sul abrange duas espécies, Farfantepenaeus brasiliensis (Latreille, 1817) e F. paulensis (Perez Farfante, 1967), essa última estudada por BRANCO & VERANI (1998a, 1998b). Este recurso representou, juntamente com o camarão sete- barbas (Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862), a mais importante pescaria de camarões da pla- taforma continental desta região (CASTRO et al. 2005). No entanto, a pesca foi considerada colapsada a partir do final da década de 90, fazendo com que a frota pesqueira do camarão- rosa fosse modificada em sua atuação passando para uma atividade de pesca multi-específi- ca, dispersa por grande parte da área de plataforma. O camarão-rosa praticamente passou à condição de fauna acompanhante (KEUNECKE et al. 2007, SOUZA et al. 2008). Uma das consequências deste colapso foi o deslocamento de parte da frota para a pesca dirigida aos estoques de camarões do sul do Brasil, Artemesia longinaris Bate, 1888 e Pleoticus muelleri (Bate, 1888) (FRANSOZO et al. 2004, CASTILHO et al. 2008, entre outros). As avaliações dos estoques de camarões foram recentemente abordadas por COSTA & FRANSOZO (1999, 2004), D’INCAO et al. (2002), FRANSOZO et al. (2002) e COSTA et al. (2003, 2007). A partir do atual levantamento foi constato que o taxon Caridea é bem estudado. Dentre os assuntos pesquisados 42% referem-se a trabalhos sobre sistemática e taxonomia, 27% sobre ciclo de vida e desenvolvimento, 11% sobre ecologia; os demais assuntos, carcinologia econômica e zoogeografia representaram um total de 5% e morfologia, 3%. Quanto aos grupos sistemáticos estudados, 53% das contribuições dizem respeito aos Palaemonoidea, 24% aos Caridea em geral, 12% aos Alpheoidea; as superfamílias restantes atingiram porcentual igual ou inferior a 5%. Além disso, 76% dos trabalhos foram publica- dos em revistas nacionais. As espécies das famílias Aristeidae, Sicyoniidae e Sergestidae que ocorrem no Brasil foram revisadas por PEZZUTO et al. (2006) e CARDOSO & SEREJO (2003). Outro grupo de camarões, os Stenopodidea foram abordados por SAZIMA et al. (2004) e por GREGATI et al. (2006). Estudos populacionais de espécies de Alpheidae foram estudados por MOSSOLIN et al (2006), de Palaemonidae foram investigados por ALBERTONI et al. (2003), NAZARI et al (2003), MULLER et al. (2004, 2007). 106 ESTADO DA ARTE E PERSPECTIVAS PARA A ZOOLOGIA NO BRASIL Avanços significativos foram mostrados nas pesquisas com os lagostins Parastacidae, nas quais se constatou a ocorrência de hermafroditismo protândrico em Parastacus brasiliensis, uma característica até então desconhecida nestes crustáceos neotropicais (ALMEIDA & BUCKUP 2000, NORO et al. 2007, 2008, entre outros). Aspectos da biologia dos lagostins foram investigadas como as relações filogenéticas dos parastacídeos sulamericanos (CRANDALL et al. 2000), o desenvolvimento dos juvenis (NORO et al. 2005), aspectos da morfologia ex- terna com ênfase na caracterização das setas (e.g. HORN & BUCKUP 2004) e as variações na composição bioquímica do lagostim fossorial Parastacus defossus por BUCKUP et al. (2007). O conhecimento sobre os lagostins Nephropidae foi bastante ampliado pelos trabalhos reali- zados com o material coletado pelo programa REVIZEE (TAVARES & YOUNG 2002). As lagostas Polychelidae, com numerosos gêneros e espécies de mar profundo, mas sem interesse econômico, foram abordadas quanto à ocorrência e distribuição (RAMOS-POR- TO et al. 2000) e como recurso pesqueiro vivos do Atlântico Oeste Central (TAVARES 2002). No âmbito do Programa REVIZEE/Norte, SILVA et al. (2003) destacam que as lagostas foram consideradas pouco abundantes. DALL’OCCO & TAVARES (2004) fornecem chave para a identi- ficação das espécies e mencionam registros adicionais para outras localidades brasileiras de algumas espécies do gênero Pentacheles. COELHO et al. (2007) também mostraram uma lista atualizada dessas lagostas cegas do norte e nordeste do Brasil. As lagostas da Infra-ordem Achelata, pela sua importância econômica, constituem um dos grupos de Crustacea Decapoda mais bem estudados. Nos últimos dez anos identificou-se 183 artigos sobre as lagostas Achelata, sendo 30 de autores brasileiros, fruto do trabalho de cinquenta e seis autores, sendo vinte e nove da região Nordeste, doze do Sudeste, três do Norte, dois do Sul e seis do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – IBAMA. Outros enfoques foram dados às pesquisas com lagostas, destacando-se a dinâmica reprodutiva (SOARES et al. 1998, SOARES & PERET 1998), desenvolvimento (IGARASHI 2000), registros de ocorrência (D’INCAO 1999, SANKARANKUTTY et al. 2001, COBO et al 2002), aspectos populacionais (SILVA et al. 2001). Infor- mações sobre biologia e ecologia das espécies de lagostas foram acrescentadas (SANTOS & SOUZA 2002, COELHO & SANTOS 2002, BARRETO et al. 2003), a ampliação de distribuição de Synaxidae (SAMPAIO et al. 2005), destacando-se aspectos da morfologia ovariana (SILVA & LANDIM 2006) além da dinâmica reprodutiva (BARRETO & KATSURAGAWA 2008). Recentemente, em 2007, duas publicações reuniram e sintetizaram o atual conhecimento taxonômico das lagostas e outros grupos (COELHO et al. 2007, DALL’OCCO et al. 2007). Nos últimos dez anos, sensíveis alterações quantitativas e qualitativas foram notadas no panorama de pesquisas realizadas com os talassinídeos no Brasil, contabilizando apro- ximadamente 25 artigos publicados no período. Outro aspecto notável foi a expansão das regiões geográficas estudadas, anteriormente concentradas no Norte-Nordeste e no Sudeste e que passaram a incluir os estados do Sul do país com as publicações de PEZZUTO (1998), SOUZA et al. (1998), ALVES & PEZZUTO (1998), SOUZA & BORZONE (2003), ALVES et al. (2005), GIBERT et al. (2006) e MELO et al. (2006). Com relação aos temas de estudo, houve um aumento na sua diversificação, sendo que aqueles de caráter ecológico passaram a predominar, consti- tuindo praticamente a metade dos trabalhos publicados. Foram estudados padrões de dinâ- micas populacionais (SHIMIZU & RODRIGUES 2000, BOTTER-CARVALHO et al. 2002, 2007) e de co- munidades (NUCCI et al. 2001), impactos de atividades humanas sobre populações (SHIMIZU & ROSSO 2000, SOUZA & BORZONE 2003) e morfologia de galeria relacionada ao comportamen- to dos animais (COELHO et al. 2000, COELHO & RODRIGUES 2001a, CANDISANI et al. 2001). Aten- ção também foi dada a espécies que vivem associadas à talassinídeos (ALVES & PEZZUTO 1998, ALVES et al. 2005, KIHARA et al. 2005). Os estudos sobre morfologia desenvolvidos no período enfatizaram o caráter funcional das estruturasanalisadas, relacionando-as com estratégias 107Crustacea de alimentação (COELHO et al. 2000, COELHO & RODRIGUES 2001b). Os trabalhos abordando taxonomia e distribuição geográfica (ALMEIDA et al. 2006, COELHO FILHO 2006, MELO et al. 2006, COELHO et al. 2007) e desenvolvimento ontogenético (MELO & BROSSI-GARCIA 2000, ABRUNHOSA et al. 2005) continuaram a contribuir para a atualização do conhecimento sobre o grupo. Uma síntese de informações ecológicas para C. major está disponível em um traba- lho de revisão de RODRIGUES & SHIMIZU (1997). Estudos paleontológicos também vêm sendo continuados, incluindo sistemática de exemplares fósseis (TÁVORA et al. 2005) e morfologia de icnofósseis (GIBERT et al. 2006). As pesquisas com os Anomura marinhos tiveram avanços nesta década. No período foram contabilizados mais de 50 trabalhos publicados sobre os mais variados temas, ver- sando sobre taxonomia e distribuição das espécies de anomura (FRANSOZO et al. 1999, MANTELATTO et al. 2006). Os avanços nos estudos da biologia reprodutiva foram expressivos (MANTELATTO & GARCIA 1999, TURRA & LEITE 2000, TURRA & DENADAI 2001, MARTINELLI et al. 2002, TURRA 2007, SCELZO et al. 2004, FANTUCCI et al. 2007, entre outros). A abordagem ecoló- gica nas pesquisas com os Anomura marinhos desenvolveu-se nesta década, contabilizando número expressivo de publicações (e.g. TURRA et al. 1998, GARCIA & MANTELATTO 2000, 2001, FLOETER et al. 2000, MANTELATTO & SOUSA 2000, BRANCO et al. 2002, MANTELATTO & DOMINCIANO 2002, PEZZUTI et al. 2002, GARCIA et al. 2003, MEIRELES et al. 2003, TURRA & LEITE 2003, DOMINCIANO & MANTELATTO 2004, MANTELATTO & MEIRELES 2004, TURRA & DENADAI 2004, MANTELATTO et al. 2005, MEIRELES & MANTELATTO 2005, BIAGI et al. 2006, FARIA et al. 2007, entre outros). Recente- mente algumas informações de Anomura foram publicadas sobre espécies habitantes de profundidades, de Galatheidae e Porcellanidae, obtidas durante as coletas feitas pelo pro- grama REVIZEE (SEREJO et al. 2006). Os avanços das pesquisas com os anomuros eglídeos também foram significativas nes- ta última década. No passado o enfoque da pesquisa na taxonomia e sistemática forneceu suporte na identificação das espécies, possibilitando investigações em outras áreas do co- nhecimento. Nos últimos anos a abrangência das pesquisas foi, principalmente, com as- pectos da biologia e da ecologia das espécies (e.g. BUENO et al. 2000, SWIECH-AYOUB & MASUNARI 2001, BOND-BUCKUP et al. 2003, LIZARDO-DAUDT & BOND-BUCKUP 2003, BUENO & BOND-BUCKUP 2004, CASTRO-SOUZA & BOND-BUCKUP 2004, ROCHA & BUENO 2004, COLPO et al. 2005, BOOS JUNIOR et al. 2006, GONÇALVES et al. 2006, VIAU et al. 2006, ALMERÃO et al. 2007, BUENO et al. 2007, FRANCISCO et al. 2007, OLIVEIRA et al. 2007, SOKOLOWICZ et al. 2007, TEODOSIO & MASUNARI 2007). O status da conservação e a diversidade global das espécies e as relaçoes filogenéticas dos Aeglidae foram abordadas por PEREZ-LOSADA et al. (2004 e outros) e, mais recentemente, por BOND-BUCKUP et al. (2008). Nos últimos dez anos houve um considerável avanço no conhecimento dos Brachyura. Além da publicação de artigos com a descrição de novas espécies, incrementou-se a infor- mação sobre a distribuição geográfica dos táxons no território brasileiro com trabalhos de cunho faunístico. Inúmeras foram as contribuições sobre aspectos da biologia, ecologia, fisiologia e etnozoologia de várias espécies. Uma síntese sobre o grupo dos Pseudothelphusidae e Trichodactylidae foi publicada por MAGALHÃES (2003). Descrições de novas espécies de pseudotelfusídeos e ampliação da distribuição de espécies de ambos os grupos continuaram a ser feitas nos últimos cinco anos (MAGALHÃES et al. 2005 entre outros), destacando outros aspectos que não somente os taxonômicos ou faunísticos. Outras publicações merecem destaque como as de MANSUR & HEBLING (2002), MANSUR et al. (2005) sobre biologia e crescimento de espécies do Pantanal mato-grossense, sobre fisiologia (AMADO et al. 2006, AUGUSTO et al. 2007), etnozoologia (COS- TA NETO 2007). 108 ESTADO DA ARTE E PERSPECTIVAS PARA A ZOOLOGIA NO BRASIL Nesta última década prosseguiram as pesquisas com desenvolvimento larval e juvenil inicial de várias espécies de Brachyura, Caridea e Anomura, como os Porcellanidae, Paguridae e Aeglidae (BUENO & BOND-BUCKUP 1996, MELO & BROSSI-GARCIA 1999, 2000, LOPES et al. 2000, RIEGER & BELTRÃO 2000, RIEGER & DOS SANTOS 2001, NEGREIROS-FRANSOZO & FRANSOZO 2001, FLORES et al. 2002, NEGREIROS-FRANSOZO et al. 2002, 2007, LIZARDO-DAUDT & BOND-BUCKUP 2003, GUIMA- RÃES & NEGREIROS-FRANSOZO 2005, SANTANA et al. 2006, FRANCISCO et al. 2007). Investigações sobre estágios larvais de Astacidea e Palinuridae tiveram um grande avanço nesta década, com destaque das publicações de ABRUNHOSA et al. (e.g. 2000, 2004, 2008), NORO et al. (2005), SOUZA et al. (2006), MELO et al. (2006) e ABRUNHOSA & AGUIAR (2008). Os estudos sobre a filogenia dos decápodos utilizando caracteres das larvas seguiram com MARQUES & POHLE (1998, 2003), MARQUES et al. (2003), POHLE & MARQUES (e.g. 2003) e SANTANA et al. (2003, 2004, 2006). A produção de pescados proveniente do extrativismo manteve-se estagnada, na última década, enquanto a aquicultura aumentou em uma taxa anual próxima de 3% (FAO 2006). No Brasil, houve mudança dos sistemas extensivos para sistemas semi-intensivos de produ- ção (VALENTI 2000). A maioria das pesquisas em carcinicultura refere-se ao cultivo de cama- rões de água doce e marinhos. Poucos trabalhos sobre o cultivo de caranguejos, siris e lagostas foram publicados. A carcinicultura de água doce está embasada na espécie asiática Macrobrachium rosenbergii (De Man, 1879). No Brasil, a atividade encontra-se estável, com uma produção de 400 toneladas/ano, em fazendas que variam de 0,2 a 2 hectares, sendo a maior produção con- centrada na região sudeste (VALENTI & MORAES-RIODADES 2004). Na última década, foram pu- blicados aproximadamente 45 artigos, com resultados que deram suporte ao desenvolvi- mento da tecnologia do cultivo. As maiores contribuições foram originadas de pesquisado- res do estado de São Paulo, representando 62,5% da produção, destacando-se o CAUNESP a USP e o Instituto de Pesca (e.g. SAMPAIO et al. 2007). Em 1998, foi editado no Brasil um livro sobre a produção do M. rosenbergii, abordando vários aspectos da produção e envolvendo diversos pesquisadores de todo o país (VALENTI 1998). Dois anos mais tarde, foi publicado no exterior o livro mais completo sobre o assunto, com circulação internacional (NEW & VALENTI 2000) e com a participação de nove autores brasileiros. Em 2001, foi constituído um grupo de pesquisa, envolvendo mais de 10 instituições com pesquisadores de todo Brasil, com a finalidade de desenvolver um pacote tecnológico para a produção da espécie nativa Macrobrachium amazonicum (Heller, 1862) (VALENTI et al. 2008, SANTOS et al. 2007, entre outros). A carcinicultura marinha apresentou um pico de produção em 2003, com aproxima- damente 90.000 toneladas (ROCHA 2007). Entretanto, em 2004, houve redução em torno de 16%, devido a problemas nas exportações impostas pela ação “anti-dumping”, movida nos Estados Unidos (DIEGUES 2006), aos problemas sanitários e às enfermidades causadas pelo vírus IMNV (SUPLICY 2004). Essa atividade conta com uma associação forte (ABCC) e carac- teriza-se por grandes empreendimentos. Cerca de 67% da produção é proveniente de fa- zendas com mais de 50 hectares de lâmina d’água. A criação de camarões marinhos con- centrou maior volume de pesquisa, com cerca de 140 artigos publicados, sendo 48% nos últimos três anos. A FURG e a UFSC foram as instituições com o maior número de publica- ções direcionadas às espécies nativas. Por outro lado, as universidades do nordeste (UFC, UECE, UFRN, UFPE e UFRPE) vêm investindo mais esforços na espécie exótica Litopenaeus vannamei (Boone, 1931). Todavia, um terço das publicações é originado da região sudeste, destacando-se a USP, UNESP e UFSCar. Apesar dos estudos desenvolvidos com os camarões nativos (Farfantepenaeuspaulensis e Penaeus schmitti Burkenroad, 1936, entre outras), a es- pécie mais cultivada foi L. vannamei, que alcançou viabilidade econômica a partir de 1998. 109Crustacea Foram raros os esforços direcionados ao cultivo de espécies de caranguejo de interesse econômico. Entre os 44 artigos publicados, 24 foram dedicados à fisiologia e estudos ecoló- gicos. A UFRJ e a UNESP foram as instituições que mais contribuíram, representado 50% da produção, sendo a ênfase dada ao Ucides cordatus (Linnaeus, 1763), espécie mais explorada no Brasil, pelo extrativismo. A UFPR contribui com estudos (SILVA et al. 2006, BOEGER et al. 2007, entre outros) sobre a produção em laboratório e sobre a doença que atingiu U. cordatus. No Quadro 1 encontram-se listadas as Instituições e pesquisadores brasileiros onde se realizam pesquisas com crustacea, enquanto que no Quadro 2 estão arrolados os investiga- dores da área de desenvolvimento pós-embrionário de crustáceos e carcinicultura. Diretrizes para a próxima década As diretrizes de trabalho para os vários grupos de crustáceos são muito semelhantes e se sobrepõem em alguns aspectos. Com a finalidade de possibilitar a sua contextualização, nas diversas áreas de pesquisa, essas foram agrupadas em grandes temas. A pesquisa O carcinólogo brasileiro depara-se por um lado com a riquíssima diversidade de for- mas, sejam marinhas ou dulcícolas, e por outro lado, com o avanço incontrolável do im- pacto sobre as condições destes ambientes. É evidente a necessidade de medidas severas no sentido de minimizar a degradação ambiental, principalmente em áreas de criadouros das espécies, como estuários e baías, bem como aqueles onde se registra casos de endemismo. A biodiversidade marinha brasileira constitui forte indicativo da necessidade de pes- quisas e aplicação de alternativas para a proteção das comunidades animais, particular- mente aquelas que são influenciadas pelos efeitos da pesca. A exploração racional dos re- cursos pesqueiros, por outro lado, a sua proteção e as demais espécies que compartilham e interagem no ambiente, devem ser implementadas através de planos de monitoramento e manejo, como forma de promover o equilíbrio entre a extração pesqueira e a recuperação do ambiente. O gerenciamento dos recursos pesqueiros e de sua fauna acompanhante deve estar baseado em conhecimentos sólidos sobre a diversidade da fauna, sobre a intensidade e distribuição da pesca, sobre a dinâmica populacional, os ciclos de vida das espécies e a variabilidade ambiental. Outros aspectos mais pontuais, mas igualmente importantes quanto os mencionados acima, podem ser listados: 1. o avanço nos estudos sobre o conhecimento de novas formas pós-embrionárias de espécies de águas mais profundas, com ciclo de vida ainda desconhecido, como ferramenta importante na avaliação da biodiversidade de uma determinada área geográfica, poderia ser estimulada com a implantação de programas de fomento tanto para jovens pesquisadores interessados em tais pesquisas como pós-doutoran- dos; 2. pesquisas enfocando a reprodução e a larvicultura de espécies nativas de interesse econômico ameaçadas de extinção, como de algumas espécies de camarões de água doce, ou super-exploradas como muitos camarões, caranguejos, siris e lagostas de- vem ser estimuladas visando produção para mercados consumidores e para o repovoamento de ambientes naturais; 110 ESTADO DA ARTE E PERSPECTIVAS PARA A ZOOLOGIA NO BRASIL 3. nas pesquisas com microcrustáceos não planctônicos, sugere-se o desenvolvimento de metodologias mais padronizadas, permitindo avançar na compreensão de seu papel e dinâmica nos ambientes límnicos, bem como a comparação entre resulta- dos obtidos em diferentes ambientes; 4. avaliação da existência de padrões de ocorrência de espécies de microcrustáceos em função das características físicas e químicas dos corpos d’água, permitindo o reco- nhecimento de espécies bioindicadoras da qualidade de água; 5. cultivo de espécies nativas e desenvolvimento de protocolos padrão, com vistas à sua utilização em bioensaios; 6. desenvolvimento de pesquisa aplicada sobre ecotoxicologia aquática e terrestre; 7. estímulo à realização de pesquisas aplicadas de algumas espécies consideradas po- tencialmente úteis para cultivo, como espécies utilizadas como iscas vivas em pes- carias esportivas; 8. o estímulo à exploração de áreas e ecossistemas pouco estudados ou em vias de desaparecimento como consequência de atividades sócio-econômicas mostra ser um investimento interessante nos próximos anos. Estimular trabalhos faunísticos vi- sando incrementar o conhecimento sobre a composição e distribuição da fauna de Decapoda dulcícolas das bacias hidrográficas brasileiras, especialmente nas porções sul, sudeste e sudoeste da região amazônica, com ênfase nas áreas sujeitas a constru- ções de barragens para usinas hidroelétricas previstas no Plano de Aceleração do Crescimento; 9. realização de pesquisas sistemáticas e biogeográficas, estimulando-se as análises cladísticas que proponham hipóteses para esclarecer as relações filogenéticas exis- tentes entre espécies ou grupos de espécies, dentre os grupos de cada família e os seus atuais padrões distribucionais; 10. apoio projetos de grupos de pesquisa, visando ampliar estudos sobre a biologia, genética, fisiologia e ecologia das espécies brasileiras, tendo em vista que não exis- tem informações sobre aspectos básicos como reprodução, crescimento, alimenta- ção, dinâmica populacional, autoecologia e sinecologia, para a grande maioria das espécies que ocorrem no Brasil; 11. incentivo a projetos de taxonomia e diversidade em ambientes de acesso controla- do, como ilhas oceânicas e mar profundo; 12. ênfase em estudos de grupos taxonômicos menos estudados, como por exemplo, os anomuros de profundidades (Lithoidea, Galatheoidea e Paguroidea); 13. incentivo às pesquisas sobre a composição faunística, reprodução e populações das espécies nativas. Publicações Estimular a elaboração de inventariamentos regionais, como catálogos e listas, da fauna de crustáceos, não necessariamente por região político-administrativa, mas por eco-regiões límnicas e marinhas. Tais inventários devem incluir também ambientes até o momento pouco explorados, como a zona litorânea dos corpos d’água lênticos e lóticos e ambientes semi-terrestres. 111Crustacea Quadro 1. Diagnóstico atual da pesquisa com Crustacea no Brasil. Instituições e pesquisadores. Grupo de Crustacea Investigado Instituição Pesquisadores Microcrustáceos não-marinhos UFSCar, USP, São Carlos Takako Matsumura-Tundisi, José G. Tundisi, Odete Rocha, Evaldo L. G. Espíndola, William M. da Silva UNESP, Botucatu Raoul Henry, Marcos Gomes Nogueira USP-RP Marlene Arcifa Instituto de Pesca, São Paulo Suzana Sendacz UEM Fábio Lansac-Toha, Cláudia C. Bonecker, Luiz Felipe Machado Velho, Alice Takeda, Janet Higuti INPA Elsa Rodrigues Hardy, Bárbara A. Robertson UFRJ, UERJ Francisco Esteves, Reinaldo Bozelli, Cristina W. Castelo Branco UFMG Ricardo M. Pinto-Coelho, Paulina Maia- Barbosa UnB Cláudia Padovesi-Fonseca UCB Luciana de Mendonça-Galvão UFPE Sigrid Neumann Leitão UFPB Maria Cristina B. Crispim da Silva UFRN Renata Panosso UFRGS Norma Würdig Copepoda límnicos USP-IB Carlos Eduardo F. da Rocha INPA Edinaldo Nelson dos Santos-Silva Ostracoda UFMS Koenraad Martens USP-IB Ricardo Lourenço Pinto Cladocera UCB Lourdes Elmoor-Loureiro Amphipoda límnicos UFRGS Georgina Bond-Buckup, Paula B. Araujo PUCRS Guendalina T. de Oliveira Amphipoda marinhos MNRJ, UFRJ Cristiana Serejo Univ. Mackenzie Maria Teresa Valério Berardo Cumacea Tanaidacea USP-IO Ana Maria S. Pires Vanin, Kátia Christol dos Santos Oniscidea UFRGS Paula B. Araujo UECE Leila A. Souza UFBA Eduardo M. da Silva FURG Elis R. L. Leitzke Isopoda UFPR Jayme de Loyola e Silva UFRA Kátia Cristina de Araújo Silva, Israel Hidenburgo Aniceto Cintra Continua 112 ESTADO DA ARTE E PERSPECTIVAS PARA A ZOOLOGIA NO BRASIL Quadro 1. Continuação.Grupo de Crustacea Investigado Instituição Pesquisadores Isopoda parasitos UFPR Vernon E. Thatcher Hoplocarida UFPE Petrônio Alves Coelho MNRJ, UFRJ Cristiana Serejo Crustacea Decapoda UNESP, Botucatu Adilson Fransozo, Maria Lucia Negreiros- Fransozo Dendrobranchiata UNESP BAURU Rogerio Caetano da Costa, Antonio Leão Castilho UFERSA RN Fúlvio Aurélio de Moraes Freire UFPA Jussara M. Martinelli UNIVALI Joaquim Olinto Branco, Paulo R. Pezzuto FURG Fernando D'Incao, B.Campos, L.F.C. Dumont UFRA Israel Hidenburgo Aniceto Cintra UFRPE/UAST Marilena Ramos-Porto, Girlene Fábia Segundo Viana INPA Célio Magalhães Caridea UFRA Kátia Cristina de Araújo Silva, Israel Hidenburgo Aniceto Cintra UFPE Petrônio Alves Coelho UFRPE/UAST Marilena Ramos-Porto, Girlene Fábia Segundo Viana UNESP, Botucatu Adilson Fransozo, Maria Lucia N Fransozo UFES Alegre ES Adriane A. Braga UNITAU Taubaté Valter Jose Cobo UNESP, Registro Giovana Bertini UNIRP, Rio Preto Fabiano G. Taddei USP-MZ Gustavo Augusto Schmidt de Melo USP-RP Fernando L. Mantelatto UFSC Yara M.R. Müller UFPE Petrônio Alves Coelho, Aline do Vale Barreto Stenopodidae UFRPE/UAST Marilena Ramos-Porto, Girlene Fábia Segundo Viana UNESP Maria Lucia N Fransozo UNITAU Valter J. Cobo UFRGS Ludwig Buckup Astacidea USP-MZ Gustavo Augusto Schmidt de Melo UFPE Petronio Alves Coelho Continua 113Crustacea Quadro 1. Continuação. Grupo de Crustacea Investigado Instituição Pesquisadores Astacidea (continuação) UFRPE/UAST Marilena Ramos-Porto, Girlene Fábia Segundo Viana UFRA Kátia Cristina de Araújo Silva, Israel Hidenburgo Aniceto Cintra UNIVALI Paulo R. Pezzuto UFPE Petronio Alves Coelho Thalassinidea USP-IB Roberto M. Shimizu USP-RP Fernando L. Mantelatto UFPR Carlos Borzone UFRPE/UAST Marilena Ramos-Porto, Girlene Fábia Segundo Viana UFRA Kátia Cristina de Araújo Silva, Israel Hidenburgo Aniceto Cintra UFRPE/UAST Marilena Ramos-Porto, Girlene Fábia Segundo Viana Polychelida Achelata UFRA Kátia Cristina de Araújo Silva, Israel Hidenburgo Aniceto Cintra UFPE Petrônio Alves Coelho, Aline do Vale Barreto IBAMA Carla Carneiro Marques, Samuel Nélio Bezerra, José Airton de Vasconcelos, Geraldo Machado Pereira Lim Jeung Sik UFAL Teresa Calado Anomura UFPE Petronio Alves Coelho USP, Ribeirão Preto Fernando M. Mantelatto USP Gustavo Augusto Schmidt de Melo Univ. Mackenzie Gustavo Augusto Schmidt de Melo Filho USP-IB Sérgio L. S. Bueno USP-IO Alexander Turra UNICAMP Fosca leite UFPR Setuko Masunari UFRGS Georgina Bond-Buckup UFSM Sandro Santos, Marlise Bartholomei Santos INPA Célio Magalhães UERR, UFRR Patrícia Guterres, Luiz Fernando Guterres Brachyura UFPE Petrônio Alves Coelho, Aline do Vale Barreto, Maria Fernanda Abrantes Torres UFRPE/UAST Marilena Ramos-Porto, Girlene Fábia Segundo Viana Continua 114 ESTADO DA ARTE E PERSPECTIVAS PARA A ZOOLOGIA NO BRASIL Quadro 1. Continuação. Grupo de Crustacea Investigado Instituição Pesquisadores Brachyura (continuação) UFRA Kátia Cristina de Araújo Silva, Israel Hidenburgo Aniceto Cintra UFBA Rodrigo Johnsson UESPI Parnaíba João Marcos de Góes, Lissandra Fernandes-Goes UFMS Jelly M. Nakagaki, Mônica M. Chacur, Cynthia de Barros Mansur UNESP, Botucatu Adilson Fransozo, Maria Lucia N Fransozo, Daniela Carvalho dos Santos UNITAU Taubaté Valter J. Cobo, Rosana C. F. Cardoso USP, Ribeirão Preto Fernando L. Mantelatto UNESP, Botucatu Maria Lucia Negreiros Fransozo, Adilson Fransozo UNESP, São Vicente Marcelo A. A. Pinheiro, Tânia Márcia Costa USP-MZ Marcos Tavares, Gustavo Augusto Schmidt de Melo, Aline Staskowian Benetti Univ. Mackenzie Maria H. de Arruda Leme UNESP, Registro Giovana Bertini Univ. Metropolitana de Santos Álvaro Luis Diogo Reigada UFSM Sandro Santos URI, Santiago,RS Karine Delevati Colpo Quadro 2. Instituição de pesquisa e pesquisadores que investigam em desenvolvimento pós- embrionário de crustáceos e Carcinicultura. Desenvolvimento pós-embrionário UFPA-Bragança Fernando Araújo Abrunhosa Cristiana Ramalho Maciel UFPE Aline do Vale Barreto UNESP- Botucatu Maria Lucia Negreiros Fransozo Adilson Fransozo USP-RP Fernando L. Mantelatto USP-IB Fernando P. L. Marques FURG Paulo J. Rieger Carcinicultura UNESP-Jaboticabal Wagner C. Valenti UFPE Petrônio Alves Coelho Aline do Vale Barreto 115Crustacea Preparar e publicar edições revisadas e atualizadas dos trabalhos de inventariamento nacional e regional dos crustáceos anteriormente divulgados; dentre estes: “Catalogue of Crustacea of Brazil”, “Manual de Identificação de Cladóceros Límnicos do Brasil”, “Invertebrados de Água Doce do Estado de São Paulo”, “Crustáceos do Rio Grande do Sul”, “Manual de Identificação dos Crustacea Decapoda de água doce do Brasil”, entre outros. Um aspecto a ser considerado é a produção científica concentrada em seis instituições, sendo necessário um maior investimento de forma a envolver um maior número de cen- tros de pesquisa, especificamente na região Centro-Oeste. Coleções Científicas A existência de coleções biológicas para estudos sistemáticos é condição sine quoi non para o conhecimento adequado da biodiversidade. Isto porque a construção do conheci- mento se dá a partir de interpretações e reinterpretações de evidências materiais que são as coleções biológicas. Como corolário, as coleções preservam e são depositárias dos testemu- nhos da história da vida. Neste sentido, acervo e pesquisa são indissociáveis, um apenas se reveste de sentido em relação ao outro. Sem pesquisa que lhe dê significado o objeto mate- rial é vazio de sentido e carece de contexto, aquela sem este não se sustenta. Deve ser prioridade nos próximos anos o incentivo à organização e informatização das coleções através de editais específicos por instituições governamentais, bem como o incen- tivo para os diferentes pesquisadores se preocupem em depositar lotes de exemplares em coleções de referência nacional. Recursos Humanos A formação de pesquisadores para atuar na área da taxonomia constitui um grande desafio nos dias de hoje. A falta de estímulos para a realização de estudos sobre sistemática e taxonomia, bem como a abertura de novas vagas para absorção de pessoal capacitado, levou a uma diminuição alarmante do número de profissionais na área, não somente no Brasil, mas em vários países que tradicionalmente pesquisavam nesse tema. Considerando cada grupo de crustáceos, não se encontra mais do que dois ou três pesquisadores em ativi- dade no país trabalhando com a sistemática e taxonomia, mostrando a urgente necessida- de de formação de pessoal nessa área. Recomenda-se, portanto: 1. incrementar programas nacionais para a formação de pesquisadores em taxonomia e zoologia com enfoque multidisciplinar; 2. nucleação com o incentivo à permanência de pesquisadores em IES, Museus e Fun- dações de Pesquisa de todo o país. 3. investir na qualificação dos profissionais da área, através de treinamentos, inter- câmbios e cursos, como o de “Biology of the Lobster” (julho de 2008), no Estado de Maine, EUA, e também em programas de pós-doutorado. 4. estabelecer, entre os líderes de grupos de trabalho, discussões em reuniões e encon- tros científicos como nos moldes dos “Exploratory Workshops” apoiados pela “European Science Foundation” (www.esf.org). 5. fortalecer a cooperação entre grupos/líderes de pesquisa para melhorar a troca de informações e fomentar a pesquisa de grupos de regiões pouco investigadas. 116 ESTADO DA ARTE E PERSPECTIVAS PARA A ZOOLOGIA NO BRASIL Pós-Graduação Incentivo à pesquisa na pós-graduação para os temas já em desenvolvimento e temas novos. Deve-se considerar as desigualdades regionais e desenvolver um programa de fixa- ção de recursos humanos nessas regiões. Incentivar a cooperação entre grupos de pesquisa consolidados com os grupos emergentes especialmente em regiões com escassos recursos humanos na área. Infra-Estrutura 1. Para os crustáceos de mar profundo sugere-se o incremento da pesquisa em toda a costa brasileira, para a qualfaz-se necessário o melhoramento da infra-estrutura de coleta em mar profundo nas instituições de pesquisas oceanográficas e zoológicas com a aquisição de embarcações bem equipadas para a captura de espécies abissais com vistas à investigação da ocorrência das espécies; 2. Investir esforços para programas de expedições nacionais visando à coleta, análise de áreas pouco estudadas do ambiente marinho, em áreas protegidas dos recifes costeiros e em profundidades acima de 50m. 3. Agilizar medidas com vistas à obtenção de licenças de pesca e transporte de material biológico para pesquisa. Carcinicultura A carcinicultura comercial no Brasil não é uma atividade estável nem perene. Muitos projetos grandes ou pequenos iniciaram atividades e desapareceram nos últimos anos. Isto está mais associado ao uso de tecnologia não sustentável e a problemas com a instabilidade da cadeia produtiva do que propriamente com a tecnologia de produção. Os elos mais fracos são os serviços de extensão rural, a política de juros, a legislação ambiental e a distri- buição e comercialização no mercado interno. Portanto, o fortalecimento da atividade dentro dos paradigmas atuais depende muito mais de uma política governamental adequada e esforços do setor produtivo do que propriamente de pesquisas cientificas. Por outro lado, mudanças de paradigmas são necessárias e urgentes. Pesquisas devem se concentrar no desenvolvimento de novas tecnologias de produção que aumentem a sustentabilidade econômica, social e ambiental dos sistemas de produção como o uso de sistemas multiespaciais e multitróficos. Além disso, são necessários estudos sobre o melhoramento genético, visando tolerân- cia a enfermidades específicas, variáveis ambientais e aspectos biológicos convenientes ao cultivo (crescimento, fertilidade etc). Para aumentar a competitividade no mercado inter- nacional é necessário viabilizar a rastreabilidade e o processamento do pescado, com a finalidade de agregar valor ao produto. Atualmente, a biodiversidade é o recurso natural mais valioso do Brasil e tanto o culti- vo de camarões marinhos como de água doce está embasado em espécies exóticas, conside- rada um das principais causas da destruição da diversidade biológica. Pesquisas que viabilizem o cultivo de espécies nativas com sustentabilidade econômica e social são ur- gentes e essenciais. 117Crustacea AGRADECIMENTOS Agradecemos a colaboração da Dra. Maria Lúcia Negreiros-Fransozo pelas sugestões e revisão do texto e as Biólogas Daiana da Silva Castiglioni e Tainã Loureiro pela importante revisão das referências bibliográficas. LITERATURA CITADA ABRUNHOSA, F.A. & M.M. AGUIAR. 2008. Development and functional morphology of the foreguts of larvae and postlarvae of three crustacean decapods. Brazilian Journal of Biology 68: 631-637. ABRUNHOSA, F.A.; J.P. ABRUNHOSA & R.M. DA COSTA. 2004. The early larval stages of phyllosomas Panulirus echinatus and P. laevicauda (Decapoda: Palinuridae). Nauplius 12 (1): 21-29. ABRUNHOSA, F.A.; A.P. SANTIAGO & J.P. ABRUNHOSA. 2008. The early phyllosoma stages of spiny lobster Panulirus echinatus (Decapoda: Palinuridae) reared in the laboratory. Brazilian Journal of Biology 68: 631-637. ABRUNHOSA, F.A.; L.N. MENDES; T.B. LIMA; S.O. YAMAMOTO; C.Y. OGAWA & M. OGAWA. 2000. Cultivo do caran- guejo terrestre Cardisoma guanhumi (Latreille, 1825) do ovo ao estágio juvenil. 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