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Resumo Cultivo de Camarão de agua doce

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10
1 INTRODUÇÃO
A população mundial cresce rapidamente a cada segundo, trazendo consigo a necessidade do consumo de alimentos. E um dos meios que pode fornecer este recurso é o meio aquático. Porém é necessário que a retirada dos peixes, crustáceos e outros organismos aquáticos tenham um planejamento, para que este não se torne escasso. Por conta disso a aquicultura (cultivo de organismos aquáticos) está ganhando espaço, principalmente pela busca de tecnologias aplicáveis a esta área.
O cultivo de camarão marinho, também chamado de carcinicultura marinha, é uma atividade da aquicultura que tem se destacado mundialmente. Esta atividade representa uma alternativa para o suprimento do déficit entre a quantidade de camarões capturados e a demanda de consumo mundial de camarões, o que está tornando esta uma área caracterizada por grandes negócios, o qual traz grandes compensações econômicas para as regiões onde é feito o cultivo.
O presente trabalho tem como objetivo analisar o cultivo de camarão marinho de uma maneira geral, demonstrando as características dos camarões marinhos, passando por onde e como é feito o cultivo, assim como as consequências que tal atividade causa no meio ambiente.
	
	
	
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE A BIOLOGIA DOS CAMARÕES PENEÍDEOS
A morfologia externa dos camarões tem como característica a divisão do corpo em duas partes distintas, o cefalotórax e o abdômen. O cefalotórax é uma peça do camarão onde estão fundidas duas partes: a cabeça e o tórax, enquanto o abdômen inclui as nadadeiras e a cauda do camarão. Também na morfologia externa é possível detectar o sexo do camarão, onde o macho e a fêmea apresentam características externas próprias.
Figura 01. Morfologia externa.
Fonte: SANTOS, 2010.
	Os camarões marinhos tem reprodução sexuada e o seu acasalamento ocorre em águas oceânicas, um macho adulto é atraído pelos feromônios liberados por uma fêmea adulta instantes após a realização da muda. Com auxilio do petasma o macho deposita o espermatóforo na telicum da fêmea.
Figura 02. Dimorfismo sexual.
Fonte: SANTOS, 2010.
A desova geralmente é noturna, com uma fêmea podendo desovar até 100 mil ovos por vez. A fecundação acontece com os óvulos e os espermatozoides lançados diretamente na água, após a fecundação o ovo submerge até o fundo até o momento da eclosão do Náuplio. Em um temperatura de 28oC a fase de ovo dura aproximadamente 14 horas.
O camarão peneídeo durante seu ciclo de vida apresenta fases larvais, a 1a fase é conhecida como Náuplio, onde ele não se alimenta e sobrevive apenas de suas reservas corporais adquiridas no estagio embrionário no ovo. Na Zoéa, que é a 2a fase, inicia-se a alimentação através de captura de organismos do fitoplâncton e pequenas larvas de outros microcrustácios. Na 3a fase denominada Mysis, a alimentação continua sendo a base de plâncton, e é nesta fase onde é possível visualizar os primeiros movimentos de patas e antenas. É importante destacar que as fases citadas acima são observadas em ambiente oceânico onde permanecem nesta condição ate a próxima fase.
Figura 03. Fases larvais.
Fonte: SANTOS, 2010.
	Na 4a fase de desenvolvimento chamada de Pós-Larvas, ou simplesmente PL, os indivíduos pertencentes desta fase utilizam-se das correntes marinhas para migrar para o litoral onde buscam águas de pouca profundidade nos estuários para se alimentarem até atingir o estágio juvenil.
Após completarem seu desenvolvimento nos estuários, os juvenis começam sua migração de retorno para o leito dos oceanos, local que já chegam como adultos completando seu ciclo biológico.
 Figura 04. Ciclo de Vida dos Camarões Peneídeos
Fonte: SANTOS, 2010.
2.2 HISTÓRIA DO CULTIVO DE CAMARÃO MARINHO
O cultivo de camarão teve inicio no Sudoeste da Ásia, onde pescadores artesanais construíram diques de terra nas zonas costeiras com o objetivo de aprisionar pós-larvais selvagens que habitam as águas estuarinas, e seu posterior crescimento nas condições naturais da região. Tais diques eram abastecidos e renovados através do regime das marés, fazendo com que todo processo fosse natural.
A atividade se manteve artesanal até o inicio da década dos anos 30, quando cientistas japoneses iniciaram trabalhos de larvicultura com a espécie Penaeus japonicus, com esses trabalhos os cientistas conseguiram fazer a primeira desova em laboratório. Tais resultados contribuíram para a construção de fazendas de criação do camarão marinho na costa japonesa. 
Posteriormente países como a China, Taiwan, França e Estados Unidos começaram a publicar artigos e validações tecnológicas visando à viabilização do cultivo de camarão. Mas foi só entre 1975 e 1985 que o cultivo de camarão marinho se consolidou como uma fonte rentável capaz de chamar a atenção de investidores. Tal consolidação fez com que países da America do sul como Equador e Brasil adquirirem interesse no cultivo de camarão marinho.
No final da década de 80 a atividade teve um grande crescimento, graças ao avanço de processos tecnológicos que estabeleceu uma tendência de cultivos intensivos associados ao aumento de produtividade, esse crescimento levou a produção de 450.000 toneladas no ano de 1988.
Atualmente, mais de 50 países exploram esta atividade. A Tailândia é o maior produtor de camarão cultivado no mundo e o Equador, da America do sul. Os EUA, a Europa e o Japão são os principais países consumidores e apesar de terem uma produção intensiva e de alta tecnologia, apresentam uma produção relativamente baixa.
O cultivo de camarão no Brasil como dito acima teve inicio na década de 70, com a criação do Projeto Camarão proposto pelo governo do rio grande do norte. Foi este estado que realizou os primeiros experimentos com uma espécie exótica Marsupenaeus japonicus. Vale salientar que naquela época o estado de Santa Catarina já desenvolvia também pesquisas envolvendo reprodução, larvicultura e engorda do camarão cultivado, sendo o primeiro a obter pós-larvas em laboratório na America Latina.
Já na década de 90 com a inviabilidade de cultivo do camarão japonês, por causa da sua incompatibilidade com o ambiente tropical do Brasil, houve a consolidação de uma nova espécie exótica oriunda do Oceano Pacífico, o camarão branco Litopenaeus vannamei. Tal consolidação aconteceu através de investimentos para o cultivo dessa espécie principalmente no Nordeste Brasileiro, motivo pelo qual o Nordeste é ate hoje o estado de maior produção de camarão no país.
 	No ano de 2003 o Brasil teve uma de suas melhores marcas na produção atingindo cerca de 90.000 toneladas, com exportações de 58.455 t e US$ 226 milhões. Mas a partir de 2004 um conjunto de fatores afetou a atividade fazendo sua produção cair através dos anos. Mesmo com essa queda o Brasil ocupa atualmente o oitavo lugar no ranking na produção de camarões pela aquicultura. 
2.3 PANORAMA DA PRODUÇÃO MUNDIAL E BRASILEIRA DE CAMARÃO MARINHO CULTIVADO
Embora recente a atividade de cultivo do camarão marinho já se constitui o principal vetor de desenvolvimento de tecnologias e serviços para o setor aquícola mundial.
No contexto mundial, a produção de camarão marinho apresentou um expressivo aumento e uma mudança significativa na composição dos seus produtos nos últimos 30 anos, especialmente no tocante a produção de cultivo como demonstra os números reportados pela FAO (2010) para o período de 1978 a 2008 (FIGURA 05).
Figura 05. Perfil da Produção Mundial de Camarão Marinho: Cultivado e Capturado.
Fonte: FAO, 2010.
Analisando a origem da produção no ano de 2008, constata-se que a o continente Asiático, detém uma representação hegemônica especialmente no segmento da carcinicultura, com uma participação de 85,53%, comparado com 14,08% do continente Americano e 0,39% de Outros Continentes, tendo como destaques: (1) do lado asiático; China, com uma produção de 1.268.074 toneladas; Tailândia, com 507.500 toneladas e Indonésia, com 408.346 toneladas e, (2) do lado americano, Equador, com 150.000 l toneladas; México, com 130.201 toneladas e Brasil, com 65.000 toneladas (TABELA01).
 Tabela 01. Principais Produtores de Camarão extrativo e de cultivo.
 Fonte: ROCHA, 2011.
O cultivo brasileiro que se baseia na exploração do camarão branco do oceano pacífico (Litopenaeus vannamei), embora tenha utilizado pouco mais de 3,0% (18.500 há) do seu potencial (600.000 há) em 2009, é uma atividade com viabilidade técnica, econômica, social e ambiental demonstradas na região Nordeste. Haja vista que sua participação na mitigação da pobreza, já é uma realidade amplamente demonstrada, pois a mesma contribui de forma significativa para a geração de negócios, renda, divisas e empregos permanentes no meio rural dessa região.
2.4 PRINCIPAIS ESPÉCIES DE CAMARÃO CULTIVADO
Em termos mundiais a espécie Penaeus monodon(camarão-tigre-gigante) é a responsável pelo maior volume de produção no cultivo de camarões, sendo acompanhada, respectivamente, pelas espécies Fenneropenaeus chinensis(camarão-branco-chinês) e Litopenaeus vannamei (camarão branco do Pacífico).
A espécie mais importante no Brasil é a L.vannamei, se constituindo o principal camarão marinho cultivado do país. Também são cultivadas as espécies nativas Litopenaeus schmitti(camarão branco do sul), Farfantepenaeus subtilis(camarão marrom do sul) e Farfantepenaeus paulensis(camarão carpa), porém em pequenas quantidades de produção. 
Figura 06. Penaeus monodon
Fonte: <http://www.fish-journal.com/2011/01/astaxanthin-essential-carotenoid-for.html.>.
Figura 07. Litopenaeus vannamei.
 Fonte: <http://portuguese.alibaba.com/product-free/shrimp-litopenaeus-vannamei-106517561.html.>.
2.5 O CULTIVO
· Sistemas de Cultivo
Em função do nível de manejo aplicado o cultivo se processa de vários modos, tais modos podem ser classificados em sistema extensivo, semi-intensivo e intensivo. Esses sistemas são definidos de acordo com o aporte de nutrientes, densidade de estocagem e controle de qualidade de água.
O sistema extensivo é normalmente praticado nos trópicos, em áreas alagadas ao longo de baías e rios com influência de marés. Os viveiros têm tamanhos variáveis desde áreas pequenas até centenas de hectares. Geralmente são utilizados camarões trazidos pelas marés ou ate mesmo capturados na natureza, também pode ser utilizadas pós-larvais fornecidas por laboratórios de larvicultura.
Nesse sistema a densidade normalmente não passa de 25.000 camarões por hectare, com renovação diária de água de 5% a 10%. A alimentação dos camarões é desenvolvida naturalmente nos viveiros, que necessitam de adubação orgânica ou fertilização inorgânica para poderem ter uma carga de nutrientes suficiente para os camarões.
As construções e os custos operacionais do sistema extensivo tem um baixo valor, entretanto sua produtividade também possui um valor baixo, produzindo uma média de 50 a 500 Kg/há/ano, já os custos de produção variam em torno de 1 a 3 dólares por Kg.
Já o sistema semi-intensivo é praticado acima da linha da maré mais alta. São utilizados viveiros berçários e de engorda, que variam de 5 a 25 hectares, a água tem uma renovação diária de 10% a 20%. A densidade de estocagem varia de 25.000 a 200.000 animais por hectare, fazendo com que aumente a competição do alimento natural, sendo assim torna-se importantíssimo à utilização de rações especificas para camarões.
Os custos das construções do semi-intensivo variam de 15.000 a 25.000 dólares/ha, e o custo de produção gira em torno de 3 a 5 dólares por Kg, já a produtividade deste sistema varia de 500 a 5.000 Kg/ha/ano, sendo que uma produtividade acima de 2.000 Kg/ha/ano já é considerada um bom resultado. 
Enquanto o sistema intensivo o cultivo é praticado em tanques de 0.1 a 5 hectares, com uma alta densidade de estocagem acima de 200.000 juvenis/ha. Nesse sistema é necessária ter manejos constantes, alimentação intensiva, remoção de dejetos, aeração e renovação de água acima de 30% diariamente.
Técnicas sofisticadas de despeça e limpeza do fundo permitem a produção durante todo o ano, tendo produtividade que varia de 5.000 a 10.000 Kg/ha/ano. Os custos de construções são de 25.000 a 100.000 dólares por hectare, e os custos de produção de 5 a 7 dólares por Kg.
· Modelos de Cultivo
Os modelos de cultivo podem ser divididos de acordo com suas fases, sendo eles monofásicos bifásicos e trifásicos, descritos a seguir.
O modelo de cultivo é monofásico quando a fazenda não dispõe de tanques berçários, e utilizam povoamento direto nos tanques de engorda com pós-larvas fornecidas dos laboratórios larvicultores. 
O modelo bifásico inicia-se com a introdução de berçários intensivos, que disponibiliza animais com maior resistência para o povoamento dos viveiros de engorda, contribuindo para o aumento da sobrevivência dos camarões.
O sistema de berçário tem sido implementado em larga escala, contribuindo de diversas formas para o cultivo, de uma forma simplificada o berçário é uma sequencia da larvicultura, com a redução da densidade de estocagem, modificação gradual do tipo de alimento ofertado, alem de sistema diferenciado de controle da qualidade da água.
E no trifásico, destaca-se “o cultivo em três fases”, onde na primeira fase as pós-larvas são armazenadas em pré-berçários com densidade que varia entre 25 a 80 PL/Litro. Na segunda fase, tem-se o cultivo em berçários onde as pós-larvais ficam em densidades entre 150 a 250 PL/m2, a partir daí tem-se a terceira e ultima fase nos viveiros de engorda com densidades de 20 a 30 juvenis/m2.
· Fases do Cultivo
O cultivo de camarão marinho compreende varias fases, que vai desde a fase larval até o seu beneficiamento, para posterior comercialização.
Figura 08. Fases do Cultivo.
Fonte: ALBUQUERQUE, 2005.
1. Larvicultura:
A larvicultura é feita em laboratórios especializados no desenvolvimento e procriação de larvas de camarão. O processo é divido em duas etapas, a maturação e o desenvolvimento larval em tanques de larvicultura.
Figura 09. Laboratório de Larvicultura.
 Fonte: ALBUQUERQUE, 2005.
A maturação é o setor responsável pela reprodução e a desova. Em geral, machos e fêmeas são mantidos juntos em tanques apropriados até que ocorra o acasalamento. Após o acasalamento as fêmeas ovadas são transferidas para os tanques de desova. Acontecendo a desova, faz-se a desinfecção dos ovos e em 10 horas ocorre à eclosão no estágio larval chamado náuplio. Estes são estocados nos tanques de larvicultura enquanto as fêmeas são remanejadas novamente para os tanques de maturação. Uma fêmea de 40 g produz em media 150.000 náuplios por desova podendo desovar de 2 a 4 vezes por mês.
Figura 10. Laboratório de Maturação. 
 
Fonte: AZEVÊDO, 2005. 
Figura 11. Tanque Para Desova.
 
Fonte: ABRUNHOSA, 2011.
Os tanques de larvicultura são armazenados em galpões fechados com rígido controle de assepsia e temperatura. Os náuplios recém-eclodidos são alimentados com uma dieta exclusiva para larvas, eles permanecem nestes tanques até atingirem o estágio de mysis.
Figura 12. Tanque de Cultivo de Larvas.
Fonte: ABRUNHOSA, 2011.
Com a mudança de fase larval é feita a transferência para tanques á céu aberto, sem controle de temperatura, tais tanques são chamados de “raceways” (tanques com grande fluxo de água). As larvas permanecem nesses tanques até chegarem ao estagio pós-larval onde estarão prontas para o comércio para as fazendas de cultivo.
2. Berçário
A fase de berçário ocorre entre a saída do laboratório de larvicultura e a fase de engorda, esta fase já é feita nas fazendas de cultivo com as pós-larvais comercializadas com os laboratórios de larvicultura. 
Com a chegada das pós-larvas nas fazendas é necessário ser feito a estocagem delas em tanques berçários, tal pratica tem que ser feita com muito cuidado, pois não pode haver diferença de temperatura entre as água que vem com as larvais e a água dos viveiros, caso tenha uma diferença pode ocasionar a morte dos camarões devido a um choque térmico.
Esta fase é importantíssima, mas nem sempre obrigatória, pois nem todas as fazendas a utilizam. Os berçários são importantes para a aclimatação e gradual adaptação dos camarões as condiçõesambientes do cultivo e o acompanhamento da qualidade das pós-larvas, tais berçários são tanques geralmente circulares que apresentam sistemas de abastecimento, aeração e despesca independente.
Figura 13. Tanques berçário Raceways.
Fonte: ABRUNHOSA, 2011.
O berçário tem como vantagem, além da adaptação e aclimatação das pós-larvas, a observação da qualidade das pós-larvas compradas de laboratórios, um ambiente livre de predadores e uma boa taxa de sobrevivência final.
As pós-larvas ficam geralmente de 30 a 45 dias nos tanques berçários, quando passando a etapa de adaptação os camarões que já estão em fase juvenil precisam ser transferidos para o viveiro de engorda.
3. Viveiro de engorda
Os camarões juvenis são estocados em viveiros de terra, onde devem ser mantidos por 100 a 120 dias nos viveiros de engorda. É extremamente importante que a água do viveiro seja previamente fertilizada para estimular a proliferação de fitoplâcton e de nutrientes naturais.
Os camarões permaneceram nos viveiros de engorda até atingirem o tamanho comercial, que é quando chegam a pesar de 12 a 13 gramas, tendo tamanho comercial os camarões já estão prontos para a despesca.
 Figura 14. Viveiro de engorda de camarão marinho.
 
 Fonte: ABRUNHOSA, 2011. 
4. Despesca do Camarão
A despesca é um processo de retirada ou colheita dos camarões do viveiro de engorda, quando estes estiverem em um tamanho desejado.
Os camarões precisam ter uma altíssima qualidade, com relação ás especificações dos importadores. Existem diversos critérios para que o camarão esteja em boa qualidade como a firmeza da carapaça e da cabeça, ausência de defeitos morfológicos, como necrose ou má formação, uniformidade de cor e ausência de melanose (manchas escuras). A maneira de como é feita a despesca é primordial para um produto de alta qualidade.
O processo de colheita começa com uma analise feita em uma amostragem preliminar, que ira confirmar o peso médio e a biomassa no reservatório, além de determinar se os camarões tem alguma deformidade.
Quando o viveiro é considerado apto para a colheita, precisa-se baixar o nível da água para começar a despesca, que pode ser manual ou mecânica.
A despesca mecânica tem a vantagem de não precisar de muita mão-de-obra e de diminuir o risco de esmagamento e deterioração do camarão. Já a colheita manual é feita com dois tipos de redes, a do tipo “tubo aberto” ou a do tipo “tubo bolso”. A rede de tubo aberto é simples de usar, entretanto os pescadores precisam passar mais tempo na água e há sempre um risco de esmagar os camarões. A rede de tubo bolso é aberta na parte superior, fazendo com que haja menos risco de esmagamento.
Após sair do viveiro os camarões são colocados em tanques com água, gelo e solução do antioxidante metabissulfito de sódio. O gelo além de manter a qualidade do camarão tem a função de mata-los, pois não resistem à queda brusca de temperatura. O metabissulfito é utilizado para inibir o processo da melanose no camarão. Após isso se usa caixas de isopor para estoca-los e transferi-los para o local onde eles vão ser beneficiados.
Figura 15. Despesca manual de viveiro de engorda.
Fonte: ABRUNHOSA, 2011. 
Figura 16. Camarão em solução de metabissulfito de sódio.
Fonte: AZEVÊDO, 2005.
5. Beneficiamento
O beneficiamento é feito em duas fases consecutivas, o resfriamento e o processamento.
O resfriamento é um processo que precisa ser rápido, fazendo com que a temperatura do camarão fique abaixo de 5oC, esta temperatura pode ser obtida simplesmente usando gelo. O processamento envolve a classificação do camarão, o descabeçamento e/ou descascamento, a embalagem e o congelamento. A partir daí o camarão beneficiado pode ser comercializado tanto no mercado interno como no externo.
Figura 17. Beneficiamento manual do camarão marinho.
Fonte: AZEVÊDO, 2005.
Figura 18. Beneficiamento mecânico do camarão marinho.
Fonte: AZEVÊDO, 2005.
2.6 QUALIDADE DA ÁGUA NO CULTIVO DE CAMARÃO MARINHO
Para ter êxito no cultivo de qualquer organismo aquático é de extrema importância ter um monitoramento completo dos parâmetros físico-químicos da água de cultivo. Abaixo estarão exemplificados alguns destes parâmetros.
O oxigênio dissolvido é um destes parâmetros, sendo ele essencial para a sobrevivência de qualquer organismo aquático que possuem respiração aeróbica. A redução da concentração dele pode causar atraso no crescimento, redução na eficiência alimentar, aumento na incidência de doenças e na mortalidade dos camarões. O teor do oxigênio na água pode ser medido por um oximetro ou por titulação, na pratica o oximetro portátil é mais utilizado, pois é de fácil manuseio.
Outro parâmetro é a temperatura, a qual atua diretamente na reprodução e no crescimento dos camarões, ela também tem grande importância nos processos metabólicos dos organismos e na produtividade biológica da água. Para verificar a temperatura da água, pode-se usar um termômetro de mercúrio ou digital.
A salinidade da água também deve ser controlada por ser um fator limitante para muitas espécies e a sua variação acima dos padrões aceitáveis pode ser determinante para o sucesso ou fracasso do cultivo. Entretanto algumas espécies, como no caso do L.Vannamei, podem ser adaptadas a suportar diferentes níveis de salinidade. Ela é definida pela quantidade em gramas de sais dissolvidos na água, e uma maneira prática de mensurar a salinidade é através de um aparelho portátil chamado de refratômetro.
O pH é caracterizado como importante parâmetro de determinação da qualidade da água, afinal mede o valor da intensidade de suas reações ácidas ou alcalinas. Todas as soluções aquosas contêm íons de hidrogênio carregados positivamente (H+) e íons de hidroxilas (OH-) carregados negativamente. Pode-se dizer em termos práticos que o valor do pH dirá o quanto a água do cultivo é acida ou básica. Água com pH igual a 7 é considerada neutra enquanto acima ou a abaixo desse valor é básica ou ácida, respectivamente. Para medi-lo se utiliza um aparelho chamado peagômetro ou pH-metro. 
Controla-se também a dureza da água, sendo que ela está relacionada com a quantidade de sais de cálcio e magnésio. A dissolução de pedras calcárias é a maior fonte de alcalinidade em águas naturais. Águas que contem altas concentrações de minerais alcalinos são referidas como águas duras, tais concentrações podem ser medidas por métodos químicos ou por equipamentos eletrônicos.
E a transparência da água, que demonstra a penetração de luminosidade na água do viveiro é um fator determinante na produtividade primário, pois é da luz que o fitoplâncton e as bactérias retiram energia para fotossíntese. Quanto maior a transparência, maior será a camada onde se processará a produção orgânica. O cálculo dela pode ser feita através de um disco de Secchi, um prato de 20 a 30 cm de diâmetro que deve ser afundado na água, a profundidade de desaparecimento do disco corresponde à medida da transparência. 
Tabela 02. Plano de monitoramento de qualidade de água. 
Fonte: ABRUNHOSA, 2011.
2.7 MONITORAMENTO DO SOLO PARA O CULTIVO DE CAMARÃO MARINHO
Para o melhor monitoramento do solo é importante que haja o repouso e assepsia dos viveiros, isso ocorre da seguinte forma, após a despesca dos viveiros, é comum seca-los e deixa-los vazios por um período de duas semanas antes de serem cheios novamente. Esse período promove a aeração do fundo do viveiro para poder haver a decomposição da matéria orgânica, destruindo com os organismos causadores de doenças e algumas outras reações químicas.
O fundo do viveiro não pode ficar totalmente seco, pois pode causar rachaduras no mesmo, por isso deixa-se o fundo do viveiro como uma taxa de 10 a 20% de umidade. Também se deve aplicar cal virgem no fundo e nas laterais dos viveiros para a eliminação dos predadores.
A aplicação da cal é conhecida como calagem, e é definida como a introdução de calcário (CaCO3) no solo, aumentando a disponibilidade de cálcio na água, fazendo com que haja um incremento na produção primária, assim como esse cálcio é um importanteincremento corporal para os crustáceos. Esse processo ainda reduz as grandes variações de pH, sendo usada também quando as fertilizações não atingem o efeito esperado.
A aplicação do calcário é feita diretamente na água, em sacos imersos que permitem a saída do produto, ou então a lanço, ao longo da superfície do viveiro. Esse procedimento deve ser feito cerca de 3 ou 4 dias antes de iniciar a adubação/fertilização da água.
Após esses processos ocorre a adubação ou fertilização do solo, a qual é uma maneira simples de aumentar a disponibilidade dos nutrientes aos organismos que ali crescem. O aumento da produção primaria dos viveiros acarreta no aumento de outros organismos que podem servir de alimentos para os camarões. Podem ser usados fertilizantes orgânicos ou inorgânicos, os orgânicos são compostos vegetais e esterco de animais, como frango, patos, porcos, etc. Em geral os adubos orgânicos favorecem a produção do fitoplâncton e da fauna bêntica. Os adubos inorgânicos apresentam como principais vantagens à rápida disponibilidade de nutrientes, o pequeno risco de causar diminuição excessiva do oxigênio dissolvido e mortalidade dos animais cultivados.
Figura 19. Preparação do solo para um viveiro de engorda.
Fonte: ABRUNHOSA, 2011.
2.8 PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO CULTIVO DE CAMARÃO MARINHO
2.8.1 Perda do ecossistema de manguezal.
Os manguezais são ecossistemas que tem uma grande importância dentro do equilíbrio ecológico, sendo um berçário favorável para o desenvolvimento de muitas espécies de animais e plantas. Normalmente estão ligados às margens de baías, barras, desembocaduras de rios, lagunas, enseadas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar. São sistemas funcionalmente complexos, altamente resistentes e, portanto, estáveis.
A riqueza biológica do manguezal faz com que essas áreas sejam grandes berçários naturais, tanto para as espécies características desses ambientes, como para espécies que migram para essas áreas pelo menos em uma fase do seu ciclo de vida.
Figura 20. Ecossistema de Manguezal. 
Fonte:< http://en.wikipedia.org/wiki/File:Mangrove_lagoon.jpg.>.
Essas características fazem com que as áreas de mangue sofram com a implantação das fazendas de cultivo. Atualmente o maior impacto ambiental decorrente da maricultura, em especial a carcinicultura, que provoca: a redução do habitat de numerosas espécies; a extinção de áreas de apicuns e áreas de expansão da vegetação de mangue; o impedimento das trocas laterais e dos processos hidrodinâmicos; a impermeabilidade das unidades do ecossistema manguezal; etc. 
Com o desmatamento do mangue varias áreas de mariscagem e captura de caranguejos são extintas, causando diversos impactos sociais com a expulsão de marisqueiros e catadores de suas áreas de trabalho, o que acaba deslocando-os das comunidades tradicionais, para as cidades.
Mundialmente, calcula-se que mais de 50% da destruição dos manguezais nos dias atuais, ocorreu devido à implantação de fazendas de camarões, em termos globais, estima-se que 765.000 há de mangues foram desmatados para aquicultura, sobretudo para o cultivo de camarão. Em alguns países, a derrubada do mangue para construir viveiros de camarão foi a maior causa de destruição de manguezais nas ultimas décadas. 
A perda do manguezal representa para as comunidades locais a diminuição da qualidade de vida, isso porque essas pessoas necessitam dos recursos oferecidos por essas áreas para sua sobrevivência, tais recursos são: 1) alimentos como mariscos, peixes, camarões, ostras, caranguejos e siris; 2) tanino, obtido das cascas das árvores que é utilizado para proteger as redes de pesca e as velas das embarcações contra microrganismos que apodrecem esses materiais; 3) produtos medicinais, originados de folhas, frutos de cascas dos mangues. Além disso, algumas comunidades utilizam a madeira do mangue para construção de casas e de barcos, para a fabricação de papel e em lugar de lenha para cozinhar alimentos; entretanto vale salientar que estes usos também degradam o meio ambiente, porém a utilização da vegetação do mangue para estes afins, pela população local, em geral, acontece de forma sustentável, sem causar grandes danos para o meio ambiente.
2.8.2 Irreversibilidade do uso das terras
O cultivo intensivo de camarão nas áreas de mangues, sem os devidos cuidados ambientais, torna o ambiente em questão praticamente irreversível, pois os custos de sua remediação são bastante elevados.
O termo irreversibilidade se deve ao fato de que uma vez que houve modificação na terra e construção de estruturas para a implementação de fazendas de camarão, torna-se difícil a sua reversibilidade para a condição original. Adicionalmente, o acumulo de águas salgadas nas lagoas de camarão altera as propriedades químicas do solo, tornando-o impróprio, não só as terras de cultivo como também para terras adjacentes a elas.
Além disso, os camarões cultivados não convertem toda a alimentação, desperdiçando 77,5% de nitrogênio e 84% de fósforo, tal desperdício fica acumulado no fundo das lagoas de cultivo como sedimentos ou são descarregados no meio ambiente. Sendo assim, ao passar do tempo, as terras se tornam improdutivas e as fontes de água são contaminadas pelo aumento de nutrientes.
2.8.3 Introdução de espécies exóticas.
Com o pensamento de aumentar a produção do cultivo de camarão, alguns países, incluindo o Brasil começaram a importar as espécies Penaeus em razão de seu grande tamanho na idade da colheita, rápido crescimento, resistência a doenças, facilidade de reprodução e produção de larvas. Entretanto o processo de transportar estoques de camarão entre áreas de produção e/ou diferentes regiões geográficas ocasionou a introdução de vírus em regiões onde os mesmos não deviam existir antes, sendo que das vinte e quatro ocorrências de vírus anotadas no mundo, foi verificado que dez foram decorrentes da introdução de espécies exóticas. Em alguns casos, essas introduções foram catastróficas.
Figura 21. Litopenaeus vannamei, espécie introduzida no Brasil.
 Fonte:<http://www.guiadapesca.com.br/wp-content/uploads/2009/12/litopenaeus-annamei.jpg.>.
Os aparecimentos destas doenças esta relacionado como o excesso de estresse associado à intensificação do cultivo; à baixa qualidade de água, à deterioração dos fundos das lagoas de cultivo devido à acumulação de resíduos; ao crescimento de algas nas lagoas e sua subsequente decomposição; à falta de instalação de tanques de reserva para realizar as devidas inspeções relativas à qualidade de água, e como lançamento de efluentes sem tratamento nomeio ambiente.
A introdução das espécies aquáticas pode levar, além dos patógenos e doenças, a mudança nos habitats, distúrbios nas populações biológicas locais causadas pela competição e predação, além de interações genéticas com as populações nativas, o que direta ou indiretamente, resulta na perda da biodiversidade.
Além disso, em função das alterações de salinidade que ocorrem nas áreas de manguezal, os organismos adaptados a este ambiente tornam-se menos resistente ás alterações ambientais, mais sensíveis e, consequentemente, com menor capacidade competitiva, podendo ser mais facilmente vencidos por espécies exóticas mais resistentes, o que pode acarretar danos irreparáveis à biodiversidade do meio.
2.8.4 Declínio da biodiversidade.
Apesar de a produção de pós-larvais em laboratórios seja comum entre os países da Ásia e América Latina, as larvas nativas ainda são a maior fonte para as comunidades que sobrevivem da pesca extrativista e para as fazendas de pequeno porte, essa prática passa a ser uma ameaça aos estoques naturais, considerando que a engorda de crias capturadas no meio ambiente pode levar ao declínio das espécies nativas, e com isso comprometer a biodiversidade.
A perda de alevinos nativos é contribuída pelo tipo de sistema de cultivo implementado pelos grandes produtores. Visando aumentar a produtividade das fazendas, as empresas normalmente utilizam os sistemas de cultivo intensivoe semi-intensivo. Nesses sistemas o produtor utiliza como alimento rações balanceadas especificas para camarão. Muitas dessas rações são feitas através de farinha de peixe, cuja elaboração tem um elevado custo ambiental, pois para a produção de 1 tonelada de farinha de peixe são necessárias 5 toneladas de peixes, mostrando claramente que esse volume na pesca causa danos nos estoques naturais dos próprios peixes, assim como também de espécies que se alimentam deles.
Com base no que já foi escrito, claramente observamos que a destruição de ecossistemas de manguezais, a captura indiscriminada de larvas de camarão e a degradação de populações biológica nativas, em conjunto, contribuem para o declínio na biodiversidade.
2.8.5 Descarga de Efluentes
O lançamento de efluentes de fazendas de cultivo de camarão nos ecossistemas aquáticos tem sido um dos impactos mais preocupantes. Tendo como efeito, a eutrofização e a sedimentação decorrentes do acondicionamento dos efluentes podem levar a modificação do habitat, ocasionando a perda da fauna, sobretudo de organismos bentônicos.
É no final de cada ciclo de cultivo do camarão que acontece o maior despejo de efluentes no meio ambiente, embora haja lançamentos intermitentes em função de haver renovação diariamente de água para manutenção da qualidade e salinidade. Geralmente a água que foi utilizada e que fica poluída e contaminada é devolvida para o meio ambiente, sem sofrer nenhum tipo de tratamento, como objetivo de reduzir os custos de produção das empresas. Quando lançados no meio ambiente, os efluentes das lagoas de criação contaminam as águas costeiras, marítimas e as águas subterrâneas, a flora e a fauna nativas, as comunidades instaladas nas áreas adjacentes que utilizam estas águas e os alimentos nelas coletados, bem como aumentam a salinidade do solo das áreas mais próximas.
Figura 22. Liberação de efluentes após uma despesca em uma fazenda de camarão.
Fonte: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Shrimp_pond_bottom_pyrite.jpg.>.
A liberação desses efluentes ocasiona sérios problemas para os organismos do ecossistema, representando uma intervenção nociva ao ambiente, já que para manter o sistema de cultivo intensivo, as empresas costumam utilizar alem dos alimentos artificiais, produtos diversos como fertilizantes, pesticidas, aditivos químicos e antibióticos. Estes compostos juntamente com as fezes dos camarões e com os alimentos peletizados, não incorporados totalmente pelos camarões, acabam sendo sedimentados no fundo das lagoas, alterando a qualidade da água e, posteriormente são descartados como efluentes. Com isso, altos teores de matéria orgânica são descartados, resultando na diminuição das taxas de oxigênio dos corpos receptores, associados à elevação da salinidade, provocam sérios danos para a fauna aquática, em especial para as populações bentônicas, assim como também causam a eutrofização do corpo hídrico receptor. Estes efluentes normalmente são lançados, em grande quantidade e sem nenhum tratamento, diretamente nos corpos hídricos adjacentes.
As maneiras economicamente viáveis para um produtor de camarão tratar as águas de efluentes parecem ser a aplicação das boas práticas de manejo (BPM), policultura e a utilização de viveiros ou bacias de sedimentações. As BPMs incluem a redução de insumos nutricionais não aproveitados, a redução da erosão, e melhora de concentração de oxigênio dissolvido. Assim para solucionar a questão do impacto causado pelo lançamento de efluentes, precisa-se ter como exigência o tratamento da água antes de ser despejada no meio ambiente, assim como ter controle na renovação de água, pois é este recurso que produtores usam para o seu próprio cultivo.
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	 A partir da pesquisa realizada, se nota que o cultivo de camarão marinho apesar de ser um processo recente e bastante complexo, este já vem sendo muito utilizado no mundo todo, por conta da necessidade do homem de manipular a produção de alimentos como o camarão.
	Economicamente o cultivo de camarão marinho tem agradado diversos países, pois a busca por esse tipo de alimento vem crescendo em larga escala. Vale salientar que exportar um alimento como esse não é fácil, pois os países que os importam têm fortes exigências quanto à qualidade, fazendo com que os países exportadores necessitem de uma alta tecnologia para o beneficiamento do camarão.
	Falando em termos tecnológicos os principais países exportadores de camarão ainda necessitam de um grande avanço, afinal o cultivo ainda não é feito de uma forma sustentável, ocasionando diversos impactos tanto no meio aquático como ao meio ambiente como um todo. Então se deve considerar a importância da criação de alternativas de modo a minimizar estes impactos.
	De um modo geral o cultivo de camarão marinho tem pontos positivos e negativos, e com o passar do tempo e estudos avançados no assunto pode-se aprimorar os pontos positivos e solucionar os negativos, demonstrando que essa atividade ainda tem muito a evoluir, e se isso for feito de uma forma sustentável o cultivo de camarão marinho pode se tornar umas das grandes áreas de negócios alimentícios.
	
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