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Propedêutica Cirurgica - M5 Ana Laura Coradi T.XXII 1 Propedêutica urológica O rim é um órgão retroperitonial. Ele fica escondido nas cúpulas diafragmáticas, músculos posteriores, são parcialmente oculatos pelos arcos costais e o rim esquerdo é 2 ou 3cm mais alto que o rim direito. Os cólons estão sempre situados anteriormente a ele (necessário tirar o cólon para se chegar ao retroperitônio). Ele é móvel com a respiração e também movél com decúbito. Lembrar as projeções anatômicos sobre o rim: Estruturas na loja renal nem sempre indicam problemas. Ele é aderido a supra renal. A veia que liga o plexo panpiniforme a veia renal esquerda: se tiver ectasia venosa na pelve renal, pode ocorrer um regurgitamento venoso na região escrotal. O rim recebe 22% do débito cardíaco, sendo que a taxa de filtração glomerular é de 125ml/min ou seja 180L/dia. A filtração ocorre através da pressão colidosmótica (sangue) e da pressão hidrostática. O volume urinário é de 1.5L/dia. O rim é dividido em córtex renal com os glomérulos e na medula temos os tubulos que se convertem e formam o sistema calicial. Além disso temos a arteríola aferente, que se enrola no glomérulo e depois sai como arteríola eferente. A taxa de filtração glomerular é a função mais importante do rim, mas além disso ele absorve, secreta e sintetiza substâncias importantes. A taxa de filtração acontece no glomérulo, a reabsorção acontece proximal no túbulo sem muito gasto de ATP, já a secreção feita na parte mais distal, gasta mais energia. É feita nos túbulos proximais e é regulada pelo hormônio ADH, secretado pela hipófise. A insuficiência hipofisária, ode levar ao desenvolvimento de diabetes insipidus. Nos túbulos proximais são secretados potássio, mediada por gradientes e de cálcio, que é regulado pelo paratormônio, secretado pela paratireóide. Presença de algum íon nos tubulos distais gastando ATP, principalmente amônia e íons hidrogênio. Secreta eretropoitina e renina, hormônios importantes. A renina leva a vasodilatação ou vasoconstrição mediante a alterações fisiológicas. A eritropoitina por outro lado atua na medula óssea, ajudando na produção e mais células sanguíneas. Eritropoitina: glicoproteína sintetizada pelos túbulos proximais renais e também pelo fígado. A maioria das causas que levam a falência renal poderiam ser evitadas, o rim é um órgão sensível. Absorção Excreção Síntese Secreção Propedêutica Cirurgica - M5 Ana Laura Coradi T.XXII 2 Problemas pulmonares e cradíacos podem ser secundários a um problema renal. INSPEÇÃO: em condições normais os rins não podem ser identificados, tumores volumosos mostram abaulamentos nos flancos. Processos inflamatórios mostram abaulamentos com snais flogísticos. PERCUSSÃO: impossível a percussão dígito- digital, por estar oculto com o cólon em sua frente. Mas temos algumas percussões indiretas. São a punho-percussão (Murphy) ou mão espalmada, que é o sinal de Giordano, dor a percussão da região lombar na projeção dos rins. Nos processos inflamatórios, se percute a linha de Brödel. PALPAÇÃO: 1- Processo de Israel: paciente em decúbito lateral com membro inferior em extensão e membro inferior do lado examinado fletido. A palpação é bimanual, sente-se o polo inferior durante descida respiratório. *Palpação mais comum. 2- Processo de Trousseau: paciente em decúbito dorsal. A palpação é bimanual do ãngulo lombo-costal e borda lateral do músculo reto anterior. Sente-se a descida insiratória. Só é boa a técnica se o rim estiver dilatado. 3- Processo de Devoto: semelhante ao Trousseau, mas a mão pinça o polo inferior do rim. 4- Processo de Glenard: paciente em decúbito dorsal, palpação manual com auxílio da outra, facultativo. O polegar tenta sentir o rim durante movimentos respiratórios, inspiração profunda. 5- Processo de Guyon: Método do rechaço, semelhante a Trousseau, a mão lombar executa pequenos abaulamentos rápidos na direção póstero-anterior. 6- Processo de Goelet e Bellington: paciente em flexão de dorso em pé. Caracteres palpatórios: superfície lisa, com borda regular e indolor. Seu volume, tamanho e forma são característicos, com uma chanfradura hilar, além de ser de consistência firme. O seu aumento de tamanho pode aumentar em casos de: tumores renais, rins policísticos e hidronefrose (aumento da pelve renal, devido a estase ureter, causando retenção urinária), pielonefrites (levam a sinais flogisticos na loja renal). é um grande condutor e apresenta reservatórios. Coleta a urina formada, e propulsiona a urina a diante, deve-se ser evitado o refluxo e a estase. Bexiga Deve ser esvaziada totalmente após a micção, sendo um ato voluntário. É através de sensores que o SNC (controle central da micção, assim em alguns problemas espinhais por exemplo, a pessoa pode ter perda urinária, ou ainda em casos de pacientes com AVC, ou problemas psicológicos). é avisado da urgência urinária. A ativação do sistema em situações de pânico, também ocorre. A hiperpressão calicial que se forma leva a uma urgência urinária grande, ou seja, não é possível segurar muito tempo, diferentemente das fezes. Nos homens é necessário que o jato seja sempre forte, se a micção ocorrer com dificuldade é um sinal de algum ponto de obstrução. Propedêutica da bexiga: Situa-se na região supra-púbica, no hipogastro apoiando-se no útero da mulher e na próstata nos homens. Correlações anatômicas: principalmente com a próstata, sendo assim a principal causa de bexigoma, é a hiperplasia prostática. INSPEÇÃO: abaulamento supra-púbico quando a bexiga está cheia. Apresenta globo vesical. PALPAÇÃO: palpação profunda e deslizante com as mãos espalmadas e em garras para detectar bexigoma, mas também hipertrofia de próstata, calculose vesical e estreitamento da uretra. PERCUSSÃO; a bexiga vazia não é percutível. Somente a bexiga cheia é delimitada pela percussão, sendo que o som é maciço. Aparelho excretor Propedêutica Cirurgica - M5 Ana Laura Coradi T.XXII 3 Uretra A palpação é feita em pinça, em toda a sua extensão. Procurar por corrimentos, cálculos e induratio ( Doença de Peyronie: trave fibrótica entre os corpos cavernosos, que leva a um entortamento do pênis durante a ereção). O esmegma é pela falta de higiene, ainda temos a balanite e balonopostite. Principais sintomas de doenças renais Geralmente os sintomas são mais generalizados, com dor em região lombar, em cólica na maioria dos casos, apresentando também febre e edema, pela manhã, perceptível nos olhos principalmente, devido a não função de filtração adequada. Edema: é de consistência mole e depressível (Sinal de Godet), tem início nas pálpebras e rostos, o paciente apresenta palidez, de intensidade variável. Dor: começa em região lombar, irradia para hipocondrios ou para hipogástrico em cólicas. Febre: geralmente está ligada a pielonefrite aguda ou crônica. Os órgãos: coração, pulmão e rins, são responsáveis por controlar a volemia, sendo um grande sistema de regulação através de sinalizadores bioquímicos e através da regulação do sangue que passa por eles. DISÚRIA: ato miccional difícil, não é fisiológico. A retenção urinária pode ser uma evolução da disúria, que é a impossibilidade de urinar. ANÚRIA: Pacientes que não urinam podem ou não produzir urina, ou aindaproduzir mais não conseguir eliminar, devido a obstrução urinária. POLACIÚRIA: Emissão de urina em pequena quantidade em espaços curtos de tempo. Embora a sensação seja que bexiga sempre cheia. Principal causa é uma irritação do urotélio da bexiga, chamada de cistite, comum no sexo feminino. DOR: Cólica nefrética ou renal: é uma dor em cólica, devido a contração da pelve renal, que se irradia para metâmeros em direção ao hipogástro. INCONTINÊNCIA URINÁRIA: Perda involuntária de urina e constante, é espontânea ou ainda pode ocorrer devido a esforços, por exemplo risada, partos normais. URINA NORMAL: • Até 1500Ml em 24 H. • 50-100Ml por micção • 2/3 diurno e 1/3 noturno • Sem micção durante o sono e com coloração amarela típica. Mas alterações podem ocorrer: micção noturna, alteração de cor, alteração de volume urinário entre outros. A bexiga é um reservatório de 300-600Ml e geralmente se urina em intervalos de 4h, o que pode variar devido a ingestão de bebibas alcóolicas e líquidos em geral. A micção ocorre devido a contração do músculo da bexiga. Poliúria: aumento da quantidade de urina nas 24h. As causas são aumento de ingestão de água (2-3L), glicosúria (5-6L)- diabetes mielitus e lesões hipofisárias devido ao ADH (10-15L)- diabetses insipido. • Diabetes mielitus: insuficiencia pancreática • Diabetes insipido: insuficiência hipofisária. Proteinúria : eliminação patológica de proteínas, apresenta espuma abundante. Nictúria: inversão do ritmo urinário, volume urinário será maior a noite. Pode ser pela Urina Alterações urinárias Distúrbios da micção Propedêutica Cirurgica - M5 Ana Laura Coradi T.XXII 4 secreção inadequada de alguns hormônios, ou neoplasias por exemplo. Noctúria: volume urinário eliminado no período noturno, 1/3 do volume urinário. Enurese: xixi na cama, é comum em crianças. Oligúria: diminuição do volume urinário, sendo a principal causa a redução da ingesta de água. Mas pode ter como outras causas a insuficiência renal ou a obstrução urinária. Observar se a bexiga estará cheia ou vazia. Anúria: volume pequeno, as vezes inexistente de urina. Volume menor que 400Ml em 24h, não confundir com retenção urinária. Hematúria: eliminação de sangue junto com a urina, usar a sonda vesical de 3 vias, para não obstruir a sonda. Apresentação coloração rósea. É possível inferir de onde vem o sangue da urina, através da divisão do ato miccional em 3 partes: • Início da micção: hematúria inicial. Origem uretral ou prostática (uretro-protática). • Final da micção:hematúria terminal. Origem vesical, a bexiga ao fim está vazia, podendo comprimir algo que provocou o sangramento. • Hematúria no início, meio e fim: hematúria total.Geralmente proveniente das porções proximais do aparelho excretor, está sendo produzida a hematúria juntamente com a urina, geralmente devido a problemas renais ou pielocalicial. Piúria: é a eliminação de pus na urina, eliminação de grumos e filamentos esbranquiçados. A urina é turva e mal cheirosa. Não confundir com corrimento vaginal em mulheres durante a micção. Cólica nefrética: devido a uma hipertensão paroxística do sistema peilo-calicial ou pielo- uretral as causas são geralmente cálculos ou obstruções de outra natureza. Geralmente por reflexo víscero-visceral e está associada a náuseas e vômitos, meteorismo, sintomas gastro- intestinais podem estar associados. Impotência coeundi: ereção ausente ou incompleta. Impotência generandi: ou infertilidade. Priaprismo: ereção dolorosa sem excitação erótica. Trombose ou estase sanguínea nos corpos cavernosos. Distúrbios da ejaculação: Hemospermia: ejaculação com sangue. Ato sexual exacerbado, devido a lesão uretral mínima, durante o ato miccional, mas pode ocorrer devido a neoplasias. Algopareunia: dor a ejaculação. Oligospermia: pouca produção de espermatozóides. Testículos e bolsa escrotal: É importante observar a pele, bolsa testicular, cordão vásculo, testículos e epidídimo. O plexo panpinoforme, é importante. A bolsa escrotal deve ser comparada dos dois lados procurando assimetrias. Cordão vásculo-espermático: formado por vasos deferente. Pode estar espessado em caso de orquiepididimite, varicocele (estase do plexo pampiniforme, quando a direita sugere compressão da desembocadura venosa da veia cava). Ectopias, não estão presentes nas bolsas escrotais ou sintopias, presentes nas bolsas escrotais. Os testículos são móveis, pode também ocorrer aumento dos testículos com dor: orquites e sem dor: hidroceles (acúmulo de líquido entre as túnicas) e hérnias inguinais. A varicocele pode ser causa de infertilidade. Aparelho genital masculino Aparelho reprodutor masculino Propedêutica Cirurgica - M5 Ana Laura Coradi T.XXII 5 Criptorquidia: ausência por dificuldades hormonais na descida testicular. Pode ser unilateral ou bilateral. Fica na cavidade abdominal, caso não retirado pode virar uma neoplasia. Torção testicular: dor aguda de forte intensidade, acompanhada de vômitos, e melhora a suspensão. Hérnias: e Hidrocele: transiluminação, positiva: hidrocele ou negativa: hérnia ínguino-escrotal ou tumor, em casos de hérnia. Vesículas seminais: Normalmente não são palpáveis, em processos inflamatórios ou neoplásicos da próstata os tecidos peri-prostáticos estão aumentados. Pênis: Apresenta corpos cavernosos e corpo esponjoso que ficam a espera de sangue. A incapacidade de encher os corpos de sangue, é a impotência sexual. Fimose: dificuldade de exteriorizar a glande. Pode ser com anel constritor no prepúcio ou sem anel constritor no prepúcio. É necessário fazer uma circuncisão cirúrgica. Glânde e prepúcio: Lesões visíveis no meto uretral: • Hipospádia: meato em situação inferior • Epispádia: meato em situação superior. Prepúcio: protege a glande, mas tem que possibilitar a sua exposição. É necessário observar a fimose e o anel constritor. Meato urinário: observar se abertura do meato está em situação anatômica normal. Hipospádia: do assoalho peniano à glande na face inferior do pênis. Ou epispádia: na face superior do pênis. Próstata: O paciente em posição genu-palmar, ou seja, ajoelhado,, através da face posterior do reto, é possível fazer a palpação da próstata. Pode ser feita também pela posição de Sims. Características palpatórias da próstata: formato de castanha, a consistência é fibro elástica, relevos bilaterais, sulco mediano definido, é móvel e não aderida, alé de ser indolor. Na hiperplasia prostática benigna: aumento do tamanho simétrico dos lobos, o sulco mediano é preservado, com contornos simétricos, indolor e de cosistência fibroelástica, continua sendo móvel. Na neoplasia de próstata: aumento assimétrico, desaparecimento do sulco mediano, consistência pétrea, está aderida a planos profundos e geralmente é dolorosa.
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