Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTRUTURAS METÁLICAS EM PERFIS LAMINADOS E SOLDADOS - DIMENSIONAMENTO Professora: Robertta Dantas Rezende E-mail: robertta.rezende@hotmail.com Notas de aula fornecidas pela Mestre em Ciências Tauana de Oliveira Batista 5.1 Introdução BARRAS TRACIONADAS são aquelas solicitadas exclusivamente por força axial de tração Peças tracionadas aparecem compondo: ✓ vigas treliçadas ou tesouras; ✓ pilares treliçados; ✓ sistemas de contraventamentos; ✓ tirantes e pendurais. PENDURAIS TIRANTES Como as barras tracionadas não apresentam problemas de instabilidade, a propriedade geométrica mais importante no dimensionamento é a área da seção transversal. Nas regiões de ligação dessas barras comparado a outros componentes da estrutura, muitas vezes a área de trabalho é inferior a área da seção transversal, devido a presença de furos (no caso das ligações parafusadas) e, também a distribuição não uniforme das tensões, causada por concentração de tensões junto aos parafusos e soldas. 5.1 Introdução 5.2 Estudo da região de ligação Linha de ruptura e lagura líquida (bn) Linha de ruptura é o percurso que passa por um conjunto de furos em uma ligação parafusada, segundo o qual se rompe uma barra tracionada. Exemplos de linha de ruptura: Furação “padrão uniforme”: linhas de furação são todas iguais. Linha de ruptura A-B-C-D Furação “padrão não uniforme” Linha de ruptura – necessário um estudo mais rigoroso. Possibilidades de linha de ruptura para a Chapa 1: 1) A-B-C-D 2) A-B-F-C-D 3) A-B-F-G-C-D 4) A-B-F-K-G-C-D 5.2 Estudo da região de ligação Linha de ruptura e lagura líquida (bn) Linha de ruptura é o percurso que passa por um conjunto de furos em uma ligação parafusada, segundo o qual se rompe uma barra tracionada. Exemplos de linha de ruptura: Furação “padrão uniforme”: linhas de furação são todas iguais. Linha de ruptura A-B-C-D Linha de ruptura e lagura líquida (bn) Na prática, para determinação da linha de ruptura que prevalece, usa-se um processo empírico que apresenta resultados bons e compatíveis com ensaios. Por esse processo, deve-se determinar uma largura líquida (bn) para cada uma das possíveis linhas de ruptura. 𝑏𝑛 = 𝑏𝑔 −𝑑ℎ + 𝑖=1 𝑛 𝑠𝑖 2 4𝑔𝑖 largura da seção transversal soma dos diâmetros de todos os furos da linha de ruptura considerada Número de segmentos diagonais (não perpendiculares à linha de atuação da força de tração) Espaçamento entre dois furos do segmento diagonal, na direção paralela à linha de atuação da força de tração Espaçamento entre dois furos do segmento diagonal, na direção perpendicular à linha de atuação da força de tração. A linha de ruptura que apresentar a menor largura líquida deve ser adotada 5.2 Estudo da região de ligação Linha de ruptura e lagura líquida (bn) Voltando à Chapa 1, nota-se que somente foram consideradas as linhas de ruptura: 1) A-B-C-D; 2) A-B-F-C-D; 3) A-B-F-G-C-D; 4) A-B-F-K-G-C-D todas passando pelos furos B e C Isso porque, nas ligações usuais, somente precisam ser levadas em conta as linhas de ruptura que passam pelos furos situados na região da chapa submetida ao valor máximo da força axial atuante (N), no caso os furos B e C (os furos F e G estão submetidos à força (N-2N/7) e os furos J, K e L à força (N-4N/7) Esse procedimento baseia-se na hipótese simplificada de que todos os parafusos submetidos a cisalhamento de uma ligação trabalham igualmente (no caso, cada um dos parafusos transmite da Chapa 1 para a Chapa 2 uma força de N/7) 5.2 Estudo da região de ligação Linha de ruptura e lagura líquida (bn) Voltando à Chapa 1, nota-se que somente foram consideradas as linhas de ruptura: 1) A-B-C-D; 2) A-B-F-C-D; 3) A-B-F-G-C-D; 4) A-B-F-K-G-C-D todas passando pelos furos B e C A linha de ruptura A-B-G-C-D não foi considerada, pois possui a mesma lagura líquida da linha A-B-F-C-D As linhas de ruptura são formadas por um conjunto de segmentos retos, que podem se situar na seção transversal (perpendiculares à força N) ou formarem um ângulo diferente de 90° com essa força (segmentos diagonais), mas sempre se dirigem de uma das extremidades longitudinais da chapa para a outra O primeiro segmento das linhas de ruptura se situa sempre na seção transversal e une uma extremidade longitudinal da chapa a um furo e o último segmento também se situa na seção transversal e une a outra extremidade longitudinal da chapa a um furo 5.2 Estudo da região de ligação Linha de ruptura e lagura líquida (bn) Na Chapa 2, as linhas de ruptura possíveis, todas passando pelos furos J, K e L, seriam: 1) I’-J-K-L-M’; 2) I’-J-F-K-L-M’ (ou I’-J-K-G-L-M’); 3) I’-J-F-K-G-L-M’ A linha de ruptura de uma chapa, obtida em ensaio, passa pelos furos submetidos ao valor máximo da força axial atuante 5.2 Estudo da região de ligação Diâmetro dos furos (dh) Os furos são feitos por broca ou punção chapas de qualquer espessura limitados a espessuras de chapa que não ultrapassam o diâmetro do furo em mais de 3mm 5.2 Estudo da região de ligação Na maioria das ligações os furos, chamados furos-padrões, apresentam um diâmetro, dh, 1,5 mm superior ao diâmetro do parafuso, db. É comum ocorrer danos no metal, na borda dos furos, quando estes são feitos por punção. Por isso, a ABNT NBR 8800 prescreve a adição de 2 mm ao diâmetro dos furos para o cálculo da área dos furos. Resumindo: furos broqueados: dh = db + 1,5 mm furos punção: dh = db + 3,5 mm 𝑏𝑛 = 𝑏𝑔 −𝑑ℎ + 𝑖=1 𝑛 𝑠𝑖 2 4𝑔𝑖 5.2 Estudo da região de ligação Diâmetro dos furos (dh) Área Líquida (An) É igual a área da seção transversal (área bruta, Ag) reduzida da área dos furos. • Nas chapas, a área líquida é obtida pelo produto da largura líquida pela espessura (𝑨𝒏 = 𝒃𝒏𝒕) • As cantoneiras podem ser rebatidas segundo a linha do esqueleto (linha que passa pela semi-espessura das abas) e tratadas como chapas para a obtenção da largura líquida e área líquida. A largura é igual à soma das larguras das abas menos a espessura. Notar que na passagem da linha do esqueleto de uma aba para a outra perde-se uma espessura t 5.2 Estudo da região de ligação Área Líquida (An) • Nos perfis I, H e U, pode-se usar um procedimento simplificado que consiste em determinar a área líquida de cada elemento componente independentemente A área líquida do perfil será então a soma das áreas líquidas dos elementos: 𝐴𝑛 𝑝𝑒𝑟𝑓𝑖𝑙 = 𝐴𝑛 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝐴𝑛 𝑚𝑒𝑠𝑎 𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 + 𝐴𝑛 𝑎𝑙𝑚𝑎 + 𝐴𝑛 𝑚𝑒𝑠𝑎 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 5.2 Estudo da região de ligação Área Líquida (An) • CASO GERAL: em um perfil qualquer, quando a linha de ruptura tem todos os seus segmentos na seção transversal, a área líquida pode ser obtida subtraindo-se da área bruta (Ag) a área dos furos No perfil I da figura abaixo, a área líquida é dada por: 𝐴𝑛 = 𝐴𝑔 − 4 𝑑ℎ𝑡𝑓 − 2(𝑑ℎ𝑡𝑤) Na cantoneira, a área líquida é dada por: 𝐴𝑛 = 𝐴𝑔 − 2 𝑑ℎ𝑡 5.2 Estudo da região de ligação Área Líquida (An) Peças ligadas apenas por meio de solda não sofrem redução de área em função da presença de furos e, portanto, têm área líquida (An) igual à area bruta (Ag), ou seja, 𝑨𝒏 = 𝐀𝐠 5.2 Estudo da região de ligação Área Líquida Efetiva (Ae) Uma barra tracionada, conectada com parafusos ou soldas, por apenas alguns dos elementos componentes da seção transversal, fica submetido a uma distribuição não-uniforme na região da ligação Isso ocorre porque o esforço tem que passar pelos elementos conectados, que ficam submetidos a uma tensão média maior que a dos elementos não conectados (elementos soltos) 5.2 Estudo da região de ligação Área Líquida Efetiva (Ae) Exemplo do comportamento de uma cantoneira ligada a uma chapa por meio de parafusos e por meio de solda, por apenas um das abas. O fluxo de força apresenta um afunilamento junto à ligação, se concentrado mais no elemento conectado. A seção 1-1 é a mais solicitada em ambos os casos(ligação parafusada e soldada). 5.2 Estudo da região de ligação Área Líquida Efetiva (Ae) - Na ligação parafusada, a seção 1-1 está mais próxima a entrada do esforço, por isso, fica submetida a totalidade da força de tração N. A seção 2-2 fica submetida à N/2, uma vez que os furos da seção 1-1 já transmitiram a outra metade de N. - Na ligação soldada, a seção 1-1 também situa-se em posição mais próxima da entrada do esforço, portanto, nenhuma parcela da força de tração N foi transmitida ainda pela solda para a chapa. Toda a força de tração solicita esta seção. 5.2 Estudo da região de ligação Área Líquida Efetiva (Ae) A seção 1-1, portanto, fica submetida a uma tensão não-uniforme, e em razão disso, para efeitos práticos, considera-se apenas uma parte da seção trabalhando sob tensão uniforme, de valor igual ao máximo atingido. A parte da seção sob tensão uniforme é denominada de área líquida efetiva (Ae). 𝐴𝑒 = 𝐶𝑡𝐴𝑛 área líquida da barra coeficiente de redução da área líquida 5.2 Estudo da região de ligação Área Líquida Efetiva (Ae) A seção 1-1, portanto, fica submetida a uma tensão não-uniforme, e em razão disso, para efeitos práticos, considera-se apenas uma parte da seção trabalhando sob tensão uniforme, de valor igual ao máximo atingido. A parte da seção sob tensão uniforme é denominada de área líquida efetiva (Ae). 𝐴𝑒 = 𝐶𝑡𝐴𝑛 área líquida da barra coeficiente de redução da área líquida Diversos ensaios foram feitos para determinação da área líquida efetiva, que permitiram que se chegassem aos valores do coeficiente Ct que serão apresentados a seguir (esses valores fornecem desvios máximos de 10% em relação a um conjunto de ensaios realizados). 5.2 Estudo da região de ligação Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal aberta: Nas barras com seções transversais abertas, quando a força de tração for transmitida somente por parafusos ou somente por soldas longitudinais ou ainda por uma combinação de soldas longitudinais e transversais para alguns (não todos) elementos da seção transversal: 0,6 ≤ 𝐶𝑡 ≤ 0,9 5.2 Estudo da região de ligação 𝐶𝑡 = 1 − 𝑒𝑐 𝑙𝑐 Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal aberta: ec é a excentricidade da ligação, igual à distância do centro geométrico da seção da barra, G, ao plano de cisalhamento da ligação (em perfis com um plano de simetria, a ligação deve ser simétrica em relação a ele e consideram-se duas barras separadas e simétricas, cada uma correspondente a um plano de cisalhamento da ligação, por exemplo, duas seções T no caso de perfis I ou H ligados pelas mesas ou duas seções U, no caso desses perfis serem ligados pela alma) 5.2 Estudo da região de ligação 𝐶𝑡 = 1 − 𝑒𝑐 𝑙𝑐 Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal aberta: lc é o comprimento efetivo da ligação (esse comprimento, nas ligações soldadas, é igual ao comprimento da solda na direção da força axial; nas ligações parafusadas é igual a distância do primeiro ao último parafuso da linha de furação com maior número de parafusos, na direção da força axial) 5.2 Estudo da região de ligação 𝐶𝑡 = 1 − 𝑒𝑐 𝑙𝑐 Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal aberta: Verifica-se então que o coeficiente Ct é tanto maior quanto menor for a distância do centro geométrico da barra ao plano de cisalhamento da ligação (ec) e quanto maior for o comprimento da ligação (lc) Isso pode ser entendido observando-se a ligação de um perfil I pelas mesas, com a alma não conectada Quanto maior o comprimento da ligação, menor a área que não trabalha no elemento não conectado (alma) na seção 1-1, a mais solicitada 𝐶𝑡 = 1 − 𝑒𝑐 𝑙𝑐 5.2 Estudo da região de ligação Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal aberta: Verifica-se então que o coeficiente Ct é tanto maior quanto menor for a distância do centro geométrico da barra ao plano de cisalhamento da ligação (ec) e quanto maior for o comprimento da ligação (Lc) Isso pode ser entendido observando-se a ligação de um perfil I pelas mesas, com a alma não conectada Se o perfil I tiver largura das mesas próxima à altura do perfil, a excentricidade ec é relativamente pequena e a área que não trabalha é menor que se o perfil tiver altura bastante superior à largura das mesas 𝐶𝑡 = 1 − 𝑒𝑐 𝑙𝑐 5.2 Estudo da região de ligação Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal aberta: Quando a força de tração é transmitida diretamente em cada um dos elementos da seção transversal da barra, por soldas ou parafusos (situação em que não existem elementos não conectados): 𝐶𝑡 = 1,0 5.2 Estudo da região de ligação Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal aberta: Quando a força de tração for transmitida somente por soldas transversais: onde Ac é a área da seção transversal dos elementos conectados. 𝐶𝑡 = 𝐴𝑐 𝐴𝑔 5.2 Estudo da região de ligação Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal aberta: Nas chapas planas, quando a força de tração for transmitida somente por soldas longitudinais ao longo de ambas as suas bordas. Se houver também solda transversal, usar 𝐶𝑡 = 1,0 𝐶𝑡 = 1,0 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑙𝑤 ≥ 2𝑏 𝐶𝑡 = 0,87, 𝑝𝑎𝑟𝑎 2𝑏 > 𝑙𝑤 ≥ 1,5𝑏 𝐶𝑡 = 0,75, 𝑝𝑎𝑟𝑎 1,5𝑏 > 𝑙𝑤 ≥ 𝑏 5.2 Estudo da região de ligação Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal tubular circular: Nas barras com seções tubulares circulares, quando a força de tração for transmitida por meio de uma chapa de ligação concêntrica: ⎯ se o comprimento da ligação, lc, for superior ou igual a 1,30 do diâmetro externo da barra: Ct = 1,00; ⎯ se o comprimento da ligação for superior ou igual ao diâmetro externo da barra e menor que 1,30 vez esse diâmetro. 𝐶𝑡 = 1 − 𝑒𝑐 𝑙𝑐 ≤ 0,90 5.2 Estudo da região de ligação Coeficiente de Redução (Ct) Barras com seção transversal tubular retangular: Nas barras com seções tubulares retangulares, quando a força de tração for transmitida por meio de uma chapa de ligação concêntrica ou por chapas de ligação em dois lados opostos da seção, desde que o comprimento da ligação, lc, não seja inferior à dimensão da seção na direção paralela à(s) chapa(s) de ligação, o coeficiente deve ser obtido por: 𝐶𝑡 = 1 − 𝑒𝑐 𝑙𝑐 5.2 Estudo da região de ligação Estado Limite Último de Escoamento da Seção Bruta (ESB) Se a tensão de tração atuante ao longo do comprimento da barra tiver uma distribuição uniforme e se esta tensão atingir o valor da tensão de escoamento do aço, a barra sofrerá um escoamento generalizado em todo o seu comprimento, consequentemente um alongamento excessivo ocasionará o colapso da barra. Nestas condições a barra atingiu o estado limite último de escoamento da seção bruta (ESB). Para que esse estado-limite não ocorra, deve ser atendida a seguinte condição: 𝑁𝑡, 𝑆𝑑 ≤ 𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 𝐴𝑔𝑓𝑦 𝛾𝑎1 força axial de tração solicitante de cálculo da barra força axial de tração resistente de cálculo da barra Coeficiente de ponderação da resistência relacionado ao escoamento (=1,1) 5.3 Dimensioamento à tração Estado Limite Último de Ruptura da Seção Líquida Efetiva (RSE) Para que esse estado-limite não ocorra, deve ser atendida a seguinte condição: 𝑁𝑡, 𝑆𝑑 ≤ 𝑁𝑡,𝑅𝑑 = 𝐴𝑒𝑓𝑢 𝛾𝑎2 força axial de tração solicitante de cálculo da barra força axial de tração resistente de cálculo da barra Coeficiente de ponderação da resistência relacionado a ruptura(=1,35) Na região da ligação, a área de trabalho da barra é igual a sua área líquida efetiva e a distribuição da tensão de tração atuante não é uniforme, havendo uma maior tensão na região dos furos. Quando a tensão de tração na seção da ligação atingir o valor da tensão de ruptura do aço, a barra sofrerá um colapso caracterizado pela ruptura da barra nesta seção. O estado limite último de ruptura da seção líquida efetiva (RSE) foi atingido. 5.3 Dimensioamento à tração Dimensionamentoaos Estados Limites Últimos Em resumo, o valor do esforço de tração resistente de cálculo deve ser tomado como o menor dos valores: 𝑁𝑡,𝑅𝑑 ≤ 𝐴𝑔𝑓𝑦 𝛾𝑎1 𝐴𝑒𝑓𝑢 𝛾𝑎2 onde g1 é o coeficiente de ponderação das resistências para estados limites de escoamento (fy); g2 é o coeficiente de ponderação das resistências para estados limites de ruptura (fu). 5.3 Dimensioamento à tração Estados Limites Últimos O escoamento da seção líquida efetiva não representa um estado limite último. No escoamento da seção bruta, toda a barra entra em escoamento, o que faz com que o aumento do comprimento da barra seja excessivo. No escoamento da seção líquida efetiva, apenas a região da ligação escoa, e a barra, como um todo, sofre um aumento de comprimento pouco significativo. O colapso da seção líquida efetiva só fica caracterizado, portanto, quando essa seção se rompe. 5.3 Dimensioamento à tração Estados Limites Últimos a) ligação soldada em uma aba, com o colapso se dando por escoamento da seção bruta, sem ocorrência do escoamento da seção líquida efetiva. b) ligação parafusada com uma linha de furação, com dois furos, na direção da solicitação, com o colapso se dando por escoamento da seção bruta, mas após a ocorrência do escoamento da seção líquida efetiva. c) ligação parafusada com duas linhas de furação, com dois furos cada, na direção da solicitação, com o colapso se dando por ruptura da seção líquida efetiva, obviamente após a ocorrência do escoamento dessa seção. 5.3 Dimensioamento à tração Estado Limite de Serviço – Índice de Esbeltez Recomenda-se que o índice de esbeltez das barras tracionadas, tomado como a maior relação entre o comprimento destravado e o raio de giração correspondente (L/r), excetuando-se as barras que tenham sido montadas com pré-tração, não supere 300, para evitar que fiquem demasiadamente flexíveis e apresentem: - deformação excessiva causada pelo peso próprio ou por choques durante o transporte e montagem; - vibração de grande intensidade quando atuarem ações variáveis, como vento, ou quando existirem solicitações de equipamentos vibratórios, como compressores, vibração esta que se transmite para toda a edificação, causando sensações de grande desconforto ao usuário. Recomenda-se que perfis ou chapas, separados uns dos outros por uma distância igual à espessura de chapas espaçadoras, sejam interligados através dessas chapas espaçadoras, de modo que o maior índice de esbeltez de qualquer perfil ou chapa, entre essas ligações, não ultrapasse 300, conforme exemplifica a figura a seguir: 5.3 Dimensioamento à tração Estado Limite de Serviço – Índice de Esbeltez 5.3 Dimensioamento à tração Caso as recomendações não sejam adotadas, o responsável técnico pelo projeto estrutural deve estabalecer novos limites para garantir que as barras tracionadas tenham um compotamento adequado em condições de serviço Uma barra chata, sob esforço normal de tração, possui uma emenda com dois cobrejuntas. Verificar o maior esforço suportado pela peça (Nd) e determinar a maior carga nominal suportada pela peça (N). Dados: Furo padrão (punção), chapas de aço MR250 fy=250MPa e fu=400MPa Exercício 1 Duas chapas de 28cm x 20mm são emendadas por transpasse com parafuso de diâmetro igual a 20mm, sendo os furos realizados por punção. Calcular o esforço resistente de projeto das chapas, admitindo-as submetidas à tração axial. Dados: Furo padrão (punção), chapas de aço MR250 fy=250MPa e fu=400MPa Exercício 2 2 2 3 3 4 4 4 Determinar o maior esforço de cálculo e a maior carga nominal para a cantoteira abaixo, sob esforço normal de tração, que possui emenda em cobrejunta com outra cantoneira. Dados: Furo padrão (punção), aço MR250 fy=250MPa e fu=400MPa Exercício 3 Cantoneira desenvolvida FIM!
Compartilhar