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GEOGRAFIA POLÍTICA APOL1

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Questão 1/10 - Geografia política
“Assim como a concepção de Estado soberano, parece natural que a relação das pessoas com esse tipo de organização política apresente uma estrutura geográfica particular: sujeição virtualmente completa de um lado de uma linha imaginária, restrição de entrada do outro. No entanto, assim como os Estados nacionais a que está associada, essa estrutura geográfica é historicamente delimitada e contingente. Trata-se de uma estratégia de exercício de poder sobre pessoas em particular, hoje dominante, mas não a única. Historicamente, organizações políticas que visavam exercer poder sobre indivíduos adotaram diversas estratégias. Os impérios antigos, como o romano, preocupavam-se muito mais em se valer do controle das cidades e não tanto das fronteiras, muito mais porosas do que a concepção contemporânea de fronteiras nacionais nos faria imaginar”.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Território).
Partindo do conteúdo da disciplina “Geografia Política”, examine nos enunciados quais são as armadilhas territoriais que devemos evitar ao associar Estado, soberania e território.
I. Presumir que a política doméstica é independente da política internacional.
II. Entender territórios como a base do exercício do poder em Estados soberanos.
III. Assumir que existe uma forte descontinuidade entre os domínios da política doméstica e da política internacional.
IV. Esperar encontrar órgão do Estado exercendo o poder contra e acima de organizações locais em um determinado espaço geográfico.
Sobre as assertivas acima, é correto o que se afirma em:
Nota: 0.0
	
	A
	Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
	
	B
	Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina, “A naturalidade dessa associação entre Estado, soberania e território, prende nossa compreensão da relação entre poder e espaço em uma “armadilha territorial”, argumenta o geógrafo John Agnew (1994). Quando questionamos como e por quem o poder é exercido em determinado espaço geográfico, somos levados, por essa armadilha territorial, a esperarmos encontrar órgãos do Estado exercendo-o contra e acima de organizações locais. Frequentemente, contudo, isso não é o que observamos. A noção de Estados falidos refere-se, precisamente, a organizações políticas que são reconhecidas internacionalmente como titulares da soberania sobre determinado território, porém não são capazes de efetivamente exercer controle militar sobre ele. O governo reconhecido internacionalmente da Somália, por exemplo, exerce consistentemente controle militar apenas sobre a capital, Mogadíscio. O interior é controlado por diferentes grupos sob o comando de senhores da guerra locais e os mares, por piratas. Confrontados com a inconsistência entre essas realidades empíricas e as expectativas geradas pela associação entre Estado, soberania e território, somos levados pela armadilha territorial a classificar essas situações como excepcionais e desviantes, quando historicamente elas são a regra. Em uma perspectiva histórica, a exceção é o Estado soberano que exerce consistentemente controle militar sobre o território sob sua jurisdição. No entanto, essa não é a única miopia causada pela armadilha territorial, uma vez que esta também nos conduz a assumir uma forte descontinuidade entre os domínios da política doméstica e da política internacional. A política internacional é povoada por Estados interagindo entre si, seja competindo, seja cooperando. Estes são como indivíduos, com interesses e vontades próprios. A política doméstica é relevante apenas na medida em que influencia a formação da vontade desses Estados. É claro que há disputas no domínio da política doméstica sobre questões de política internacional, mas assume-se que são resolvidas, mesmo que sempre provisoriamente, no domínio doméstico, e somente essas resoluções – não as disputas que as demandaram – são carregadas para o plano internacional. Nesse domínio, os Estados comportam-se como indivíduos em uma condição de natureza hobbesiana. A realidade empírica contradiz novamente essas expectativas. Frequentemente, política doméstica e política internacional estão intimamente relacionadas. Grupos políticos poderosos no domínio doméstico atuarão no internacional de maneira a favorecer seus interesses, domésticos ou não. Ditadores interferirão na política doméstica de outros países para tentar colocar políticos amigáveis no poder e, dessa forma, reduzir o risco externo à sua própria sobrevivência política. Líderes
eleitos se envolverão em conflitos armados do outro lado do mundo para evitar que adversários políticos possam acusá-los de derrota para um Estado percebido como inimigo pela opinião pública doméstica. A interferência, armada ou não, de organizações estrangeiras no processo de seleção de líderes domésticos é uma constante histórica. Todas essas considerações colocam em dúvida a naturalidade da associação entre Estado, soberania e território. A reação mais apropriada não é necessariamente rejeitar esses conceitos e as relações tradicionalmente articuladas entre eles, pois estes são centrais para a teoria e para a retórica política, tal que não é possível compreender as relações entre política e espaço na contemporaneidade sem os utilizar”.
As alternativas I (Presumir que a política doméstica é independente da política internacional) e II (Entender territórios como a base do exercício do poder em Estados soberanos) estão, portanto, incorretas.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Território).
	
	C
	Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
	
	D
	Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
	
	E
	As afirmativas I, II, III e IV estão corretas
Questão 2/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“Chega-se, portanto, ao ponto central da "construção" schumpeteriana: o Imperialismo é resultante de um caráter atávico. São características que acompanham a evolução de alguns povos desde épocas distantes. Nas palavras do autor: ‘É um elemento que provém de condições vivas, não do presente, mas do passado – ou, em termos de interpretação econômica da História, que provém antes das relações de produção predominantes no passado do que hoje existem [...] O Imperialismo tende a desaparecer como elemento estrutural porque a estrutura que o colocou em destaque está em declínio, dando lugar, no curso da evolução social, a outras estruturas onde não há lugar para ele, e que eliminam os fatores do poderio que eram seu fundamento” (Gomes barbosa, 2009, p. 154).
Fonte: GOMES BARBOSA, Glaudionor. Imperialismo, Capitalismo e Burguesia: revisitando as contribuições teóricas de Joseph Schumpeter e Hannah Arendt. Colomb.int. 2009, n.70, pp.145-165. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0121-56122009000200007&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, como Schumpeter compreendia o fenômeno do imperialismo:
Nota: 10.0
	
	A
	Para Schumpeter, o imperialismo representava o avanço da modernidade para os países atrasados, de modo que só poderia acabar com o fim do subdesenvolvimento.
	
	B
	Para Schumpeter o imperialismo utilizava de práticas contrárias aos direitos humanos e às liberdades individuais, de modo que a criação da ONU impediu a sua continuidade.
	
	C
	Para Schumpeter, o imperialismo era fruto das disputas coloniais europeias, de modo que o fenômeno se encerrou com a vitória norte-americana na Segunda Guerra Mundial.
	
	D
	Para Schumpeter, o imperialismo consistia em uma empreitada de alto custo, de modo que acabou sendo substituída por uma alternativa mais lucrativa e pacífica, o livre mercado.
Você acertou!
As teorias marxistas do imperialismo indicam queo fenômeno seria uma fase do capitalismo. Mas qual? A mais alta, ou a final? A história nos mostra como essas interpretações continham equívocos. O capitalismo floresceu após o fim do imperialismo, como também já apontara Schumpeter (1919), para quem o imperialismo não era uma fase necessária – dado que a história não é um motor de eventos lineares – do desenvolvimento econômico capitalista, mas uma escolha política. A interpretação sobre as proposições de Schumpeter era que o imperialismo funcionou como um período de transição do capitalismo, uma resposta temporária da fusão entre Estados em expansão e o livre mercado. O imperialismo era uma empreitada de altos custos, e fora substituído por uma alternativa mais barata, pacífica e eficaz: o capitalismo de livre mercado (Michaelides; Milios, 2015).
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a Impressão. Tema 3 “O Imperialismo acabou, o Capitalismo não”; Tema 4 “Alternativas Pós-Imperialistas”.
	
	E
	Para Schumpeter, o imperialismo foi um fenômeno de expansão dos valores cristãos da Europa para o mundo, de modo que o seu fim de deve à conversão ao cristianismo de todos os povos infiéis.
Questão 3/10 - Geografia política
“No imaginário político contemporâneo, território é o outro lado da moeda da soberania. Um Estado soberano é aquele cujo poder é supremo e incontestável. Toda organização política que exerce algum tipo de poder lhe é subordinada. No entanto, em um mundo divido em Estados, cada uma dessas organizações políticas exerce seu próprio poder. Nenhuma delas é suprema em relação às demais ou subordinada a outra. Como, então, esses Estados podem ser soberanos? Eles estão soberanos porque seu poder é supremo dentro do espaço geográfico sobre o qual reivindicam autoridade” (Adaptado).
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Território).
Partindo da contextualização acima, examine quais dos enunciados abaixo abordam o conceito de território, tal como vimos na disciplina Geografia Política.
I. O território é esse espaço geográfico cuja delimitação, ou fronteiras, marca uma descontinuidade na relação entre o Estado e as pessoas.
II Podemos afirmar que pessoas localizadas dentro do território têm uma relação diferente com o Estado do que aquelas localizadas fora dele.
III. Na condição de conceitos da teoria política, soberania e território articulam uma relação particular e historicamente delimitada entre poder e espaço.
IV. Por muito tempo, soberania e território foram artifícios retóricos que grupos políticos mobilizavam para reivindicar uma autoridade cujo poder subjacente eles ainda não detinham.
Agora assinale a alternativa que faz uma análise correta:
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
	
	B
	Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
	
	C
	Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
	
	D
	Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
	
	E
	As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
Você acertou!
As afirmativas I, II, III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina, “O território é esse espaço geográfico cuja delimitação, ou fronteiras, marca um
na relação entre o Estado e as pessoas: aquelas localizadas dentro do território têm uma relação diferente com o Estado do que aquelas localizadas fora dele. O Estado exerce poder sobre ambas, mas de maneira diferente. Enquanto seu poder sobre as primeiras se manifesta, por exemplo, na exigência de que sigam as leis nacionais, aquele sobre as demais se manifesta, a título de ilustração, em sua capacidade de impedir que ingressem no território. Na condição de conceitos da teoria política, soberania e território articulam uma relação particular e historicamente delimitada entre poder e espaço. A história política da humanidade não é exclusivamente uma história de Estados exercendo poder e reivindicando autoridade sobre territórios. Por muito tempo, soberania e território foram artifícios retóricos que grupos políticos mobilizavam para reivindicar uma autoridade cujo poder subjacente eles ainda não detinham. Ainda hoje, a autoridade de Estados sobre seus territórios é constantemente contestada por competidores, como grupos separatistas e guerrilhas, inspirados por ideologias extremistas, nacionalismos ou fundamentalismos religiosos, entre outros”.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Poder e espaço).
Questão 4/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“Nos oito ou dez milênios depois que surgiu o primeiro casal, as cidades e os estados oscilaram entre o amor e o ódio. Conquistadores armados muitas vezes arrasaram cidades e chacinaram os seus habitantes apenas para erguer novas capitais em seu lugar. O povo da cidade resguardou a sua independência e reclamou da interferência do rei nas questões urbanas, mas solicitou a proteção de seu rei contra os bandidos, os piratas e os grupos rivais de mercadores. A longo prazo e a certa distância, as cidades e os estados revelaram-se indispensáveis um ao outro.
Durante a maior parte da história, os estados nacionais - aqueles que governam múltiplas regiões adjacentes e as suas cidades por intermédio de estruturas centralizadas, diferenciadas e autônomas — surgiram muito raramente. A maioria deles eram não-nacionais: impérios, cidades-estado, ou algo semelhante. Para nosso pesar, o termo "estado nacional" não significa necessariamente estado-nação, um estado cujo povo compartilha uma forte identidade linguística, religiosa e simbólica. Embora alguns estados, como a Suécia e a Irlanda, se aproximem hoje desse ideal, pouquíssimos estados nacionais da Europa se qualificaram algum dia como estados-nação (TILLY, 1996).”
Fonte: TILLY, Charles (1996). Coerção, capital e estados europeus (990-1992). São Paulo: EDUSP.
Tendo como base a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Geografia Política, assinale a alternativa que expõe, corretamente, como se deu a formação dos Estados nacionais europeus:
Nota: 10.0
	
	A
	Ela se deu de forma regular e linear ao longo dos séculos e ao mesmo tempo.
	
	B
	Ela se deu como um efeito colateral da atividade de guerrear dos governantes europeus.
Você acertou!
A história europeia é de guerras praticamente incessantes, que não apenas foram constantes ao longo da história do continente, mas também, quando ocorriam, frequentemente envolviam quase todos os Estados da região. Príncipes e reis europeus estavam todos emaranhados em uma rede de alianças por parentesco, casamento ou conveniência. Todos tinham algo a ganhar ou a perder em uma guerra. Se não fossem ganhos territoriais diretos, seriam ganhos indiretos por meio do fortalecimento de um aliado ou enfraquecimento de uma ameaça. Sucessões incertas, com a morte de um monarca que não deixa um herdeiro direto, por exemplo, eram um convite para que outros intervissem, apoiando candidatos ao trono alinhados consigo e escalonando a crise, que, eventualmente, resultava em guerra civil e internacional. Nesses casos, a primeira raramente acontecia sem a segunda. A guerra era o jogo em que se desenrolavam as ambições da nobreza real europeia. Esse ponto é central para o surgimento dos Estados nacionais. Como explica Tilly (1985; 1993), os Estados nacionais surgiram como um efeito colateral da atividade de guerrear dos governantes europeus. Para fazer e vencer guerras, estes precisaram tomar uma série de decisões e resolver inúmeros de problemas. A cada momento, tomaram um curso de ação quando havia outros disponíveis. Essas escolhas influenciavam quais cursos estariam disponíveis dali em diante. Algumas trajetórias tomadas dessa forma se mostraram bem-sucedidas no longo prazo; outras, não. Houve, ainda, aquelas que pareceram bem-sucedidas por muito tempo, até que deixaram de ser. Tudo isso, contudo, aconteceu em um prazo muito mais longo do que aqueles que os governantesque adotaram esses cursos de ação tinham em mente. Eles estavam apenas tomando as melhores decisões para que pudessem ganhar as guerras em que estavam envolvidos ou as próximas e, dessa forma, sobreviverem.
Referência: SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA, Glauco Peres da. Poder e território: uma abordagem a partir da Ciência Política. Curitiba: Editora InterSaberes, 2021, Capítulo 2.
	
	C
	Ela se deu como resultado da ampliação do leste europeu, em acordos de paz com o sul.
	
	D
	Para vencer as guerras, os governantes desejavam organizar a sua estrutura e com isso criaram as cidades-estados.
	
	E
	Ela se deu como um resultado da conquista e autonomia da Prússia e do Império Romano-Germânico, sendo esses os únicos do continente.
Questão 5/10 - Geografia política
Leio o texto abaixo:
“Ainda que uma teoria do imperialismo não possa ser encontrada em Marx e Engels, a colonização a partir da “América” foi posta como marco importante para a acumulação primitiva do capital (Marx, 2013:821), e a polêmica interpretação sobre o colonialismo britânico na Índia revelou a impossibilidade de emancipação humana fora dos limites do progresso, evolucionismo e eurocentrismo no pensamento marxiano (Marx e Engels, s/d). Apesar da antiguidade das manifestações imperiais e coloniais ao longo da história do mundo, a hegemonia da força explicativa pelo marxismo do fenômeno imperial provém em parte da sua associação diferencial, constitutiva e vinculante com o desenvolvimento do sistema capitalista na modernidade. Seu início, metaforicamente sugerido no ano de 1492 por Dussel (1993), constituiu pela primeira vez um sistema econômico globalmente interconectado, o sistema mundo moderno/colonial (Quijano e Wallerstein, 1992)” (BALLESTRIN, 2017, p. 506-507).
Fonte: BALLESTRIN, Luciana Maria de Aragão. Modernidade/Colonialidade sem “Imperialidade”? O Elo Perdido do Giro Decolonial. DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 60, no 2, 2017, pp. 505 a 540. Disponível em: http://repositorio.ufpel.edu.br:8080/bitstream/prefix/7378/1/Modernidade_Colonialidade_sem_Imperialidade.pdf
Tendo como base o texto citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, uma das principais críticas, feita pelas abordagens contemporâneas do imperialismo às interpretações sobre o fenômeno dos marxistas clássicos:
Nota: 10.0
	
	A
	O pensamento marxista sobre o imperialismo encoraja a centralização da religião como instrumento de dominação e marginaliza a consideração das variáveis militares e econômicas relacionadas com o fenômeno.
	
	B
	A abordagem marxista a respeito do imperialismo favorece uma redução do fenômeno ao seu caráter cultural e social, negligenciando a influência das capacidades econômicas e militares para a consolidação do fenômeno.
	
	C
	A interpretação marxista do imperialismo tende a esvaziar o caráter político desse fenômeno, uma vez que prioriza as variáveis sistêmicas e estruturais em detrimento da observação das decisões políticas dos atores envolvidos.
Você acertou!
O argumento marxista sobre o fenômeno do imperialismo é essencialmente tautológico. O imperialismo seria fruto do avanço do capital financeiro monopolista, e caracterizaria uma fase do capitalismo: o imperialismo seria o capitalismo avançado. E, nesse sentido, o contrário também é verdadeiro: capitalismo avançado é sinônimo de imperialismo. Não há qualquer forma de fugir disso, senão a completa substituição do sistema econômico, o que mais uma vez conta no argumento da militância política. Mais uma vez, somos conduzidos a confirmar esses argumentos – e por vezes até acreditar em suas propostas de solução – porque nos baseamos (ou somos levados a fazê-lo) no caráter violento das investidas imperialistas. A prescrição da teoria marxista sobre o fim do capitalismo (e, portanto, do imperialismo) esvazia toda e
qualquer agência política ao redor do fenômeno, como se um sistema fosse responsável pelos horrores, e não os políticos. Da mesma forma, esvazia-se a agência do outro, a quem só cabe o papel de dominado. Países figuram nessas teorias como campos de batalha passivos, sob nenhum aspecto como participantes ativos (Brewer, 2002). Só há a dominância dos fortes, do capital financeiro monopolista do estágio mais alto, ou final, do capitalismo.
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a Impressão. Tema 3 “O Imperialismo acabou, o Capitalismo não”.
	
	D
	A leitura marxista a respeito do imperialismo fomenta uma interpretação economicista do fenômeno, excluindo as variáveis vinculadas à capacidade militar de um Estado e à necessidade de expansão territorial da observação.
	
	E
	O enquadramento marxista sobre o imperialismo acaba por adicionar excessiva importância ao componente político do fenômeno, compreendendo que a dominação imperialista permanece em decorrência da passividade dos atores dominados.
Questão 6/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“Ao longo da história da formação dos Estados nacionais, os governantes tinham essencialmente três fontes das quais extrair os recursos necessários para pagar pela guerra: tributos, empréstimos e minérios. Os tributos eram a fonte a que todos os governantes podiam recorrer, ainda que não sem seus desafios. Pelo contrário, os desafios colocados pelo estabelecimento e pela coleta de impostos e a maneira como diferentes príncipes e reis enfrentaram-nos deram o caráter da formação dos Estados nacionais cujos governantes não podiam recorrer a outras alternativas” (SILOTTO et al, 2021).
Fonte: SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA, Glauco Peres da. Poder e território: uma abordagem a partir da Ciência Política. Curitiba: Editora InterSaberes, 2021, Capítulo 2.
Tendo como base a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Geografia Política, assinale a alternativa que expõe o que os Estados Nacionais necessitavam para começar a cobrar tributos permanentemente:
Nota: 0.0
	
	A
	Apoio da nobreza.
	
	B
	Apoio da Igreja Católica.
	
	C
	Convencimento da população.
	
	D
	Desenvolvimento de propaganda.
	
	E
	Burocracia diretamente submetida ao Estado.
Poder tributar os governados também significava subjugar ou contornar instituições não subordinadas ao Estado. Como assinalamos, inicialmente, os tributos eram temporários e autorizados pelas assembleias de representantes dos estados. Essa autorização não era mera formalidade, pois os governantes frequentemente dependiam dos grupos representados nessas instituições para serem capazes de coletar os impostos. Muitas vezes eram os nobres, o clero e as autoridades municipais que coletavam os tributos devidos por aqueles sujeitos à sua autoridade e repassavam o valor aos cofres da Coroa. Libertar-se da necessidade de pedir
autorização a essas instituições dependia da criação de uma burocracia diretamente submetida ao Estado que coletaria os impostos diretamente da população e, por vezes, à força. Nas regiões em que essa estratégia foi perseguida com sucesso, isso resultou na irrelevância e, eventualmente, na dissolução das assembleias dos estados.
Referência: Referência: SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA, Glauco Peres da. Poder e território: uma abordagem a partir da Ciência Política. Curitiba: Editora InterSaberes, 2021, Capítulo 2.
Questão 7/10 - Geografia política
“Assim como ocorre com o poder, o conceito de soberania é contestado, tal que diferentes autores discordam a respeito de seus aspectos fundamentais, de acordo com os projetos políticos com os quais se comprometem. Uma dessas divergências, por exemplo, está atrelada ao seu caráter necessariamente popular ou não, ou seja, trata-se de questionar se apenas “o povo”, seja lá como essa entidade for caracterizada, pode deter a titularidade da soberania ou não. Respostas negativas e positivas a essa questão frequentemente são associadas a diferentes atitudes em relação às instituições políticasestabelecidas, respectivamente, sua defesa e consolidação ou sua contestação, reforma ou, até mesmo, derrubada”.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Soberania).

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