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Questão 1/10 - Geografia política
“Assim como ocorre com o poder, o conceito de soberania é contestado, tal que diferentes
autores discordam a respeito de seus aspectos fundamentais, de acordo com os projetos
políticos com os quais se comprometem. Uma dessas divergências, por exemplo, está
atrelada ao seu caráter necessariamente popular ou não, ou seja, trata-se de questionar se
apenas “o povo”, seja lá como essa entidade for caracterizada, pode deter a titularidade da
soberania ou não. Respostas negativas e positivas a essa questão frequentemente são
associadas a diferentes atitudes em relação às instituições políticas estabelecidas,
respectivamente, sua defesa e consolidação ou sua contestação, reforma ou, até mesmo,
derrubada”.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Soberania).
Considerando o conteúdo discutido na disciplina “Geografia Política”, sobre o
conceito de soberania desenvolvido por Hobbes em O Leviatã, classifique as
afirmativas abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) I. Para Hobbes, a soberania é mais bem vista como uma articulação das pretensões de
grupos políticos que integram ou passaram, posteriormente, a integrar um Estado.
( ) II. O Leviatã é frequentemente interpretado como um trabalho de investigação intelectual,
sem qualquer relação com a prática política, que visava defender um projeto constitucional
específico.
( ) III. Soberania foi o artifício retórico que grupos políticos mobilizaram para reivindicar uma
autoridade cujo poder subjacente eles ainda não detinham, para uma vez conquistado,
apresentá-lo como justo, bom ou vantajoso.
( ) IV. Trata-se de um método de decisão política. Para Hobbes, a soberania é o instrumento
institucional para se chegar a decisões políticas. Segundo esse método, cada indivíduo
adquire o poder de decidir, ante uma concorrência, cujo objeto é o voto popular.
Selecionar a alternativa que dispõe a sequência correta:
Nota: 0.0Você não pontuou essa questão
A V – V – V – F
A sequência correta é: (V – V – V – F). De acordo com o livro base da disciplina,
“Desde os tempos de Hobbes, o conceito de soberania ocupa um lugar central na
teoria e na retórica política. Políticos e teóricos justapuseram o adjetivo popular para
dar apoio retórico a ações políticas que visavam à reforma ou à derrubada das
instituições políticas estabelecidas. Também o aplicaram às relações entre países, a
fim de dar similar suporte a ações que visavam retirá-los da esfera de influência política
de organizações que competiam localmente com o poder estatal, como a Igreja
Católica. Essas jogadas foram tão bem-sucedidas que, atualmente, parece natural que
o grupo que ocupa posições na organização política que chamamos de Estado exerça
poder e reivindique autoridade sobre um território contra todos os demais grupos
políticos que ali atuam. Em outras palavras, parece natural que a soberania seja um
elemento constitutivo do Estado e descreva sua realidade. Na verdade, a soberania é
mais bem vista como uma articulação das pretensões de grupos políticos que integram
ou passaram, posteriormente, a integrar um Estado. O Leviatã, uma fonte clássica para
discussões sobre soberania, é frequentemente interpretado como um trabalho de
investigação intelectual, sem qualquer relação com a prática política, quando se trata
de uma obra retórica, que visava defender um projeto constitucional específico. Longe
de excepcional, esse caráter retórico e politicamente engajado é a regra do uso do
conceito de soberania. Partidários do parlamento justapuseram-na ao adjetivo popular
para reivindicar a supremacia desse órgão sobre o rei na Inglaterra do século XVII, no
que foram seguidos por revolucionários nos atuais Estados Unidos, reivindicando seu
direito de se autogovernar, e na França, pleiteando a possibilidade de derrubar e
refazer do zero as instituições políticas estabelecidas. Já sua variante hobbesiana,
autoritária, foi mobilizada para criticar a lentidão e os impasses do processo decisório
parlamentar e defender a usurpação de competências constitucionais por chefes do
Executivo. Em todas essas instâncias, soberania foi o artifício retórico que grupos
políticos mobilizaram para reivindicar uma autoridade cujo poder subjacente eles ainda
não detinham e, para uma vez conquistado, apresentá-lo como justo, bom ou
vantajoso” (Adaptado).
A alternativa IV (Trata-se de um método de decisão política. Para Hobbes, a soberania
é o instrumento institucional para se chegar a decisões políticas. Segundo esse
método, cada indivíduo adquire o poder de decidir, ante uma concorrência cujo objeto é
o voto popular) é, portanto, falsa.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Soberania)
B F – V – F – F
C V – F – V – V
Você assinalou essa alternativa (C)
D V – V – F – F
E F – F – V – V
Questão 2/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“Nos oito ou dez milênios depois que surgiu o primeiro casal, as cidades e os estados
oscilaram entre o amor e o ódio. Conquistadores armados muitas vezes arrasaram cidades
e chacinaram os seus habitantes apenas para erguer novas capitais em seu lugar. O povo
da cidade resguardou a sua independência e reclamou da interferência do rei nas questões
urbanas, mas solicitou a proteção de seu rei contra os bandidos, os piratas e os grupos
rivais de mercadores. A longo prazo e a certa distância, as cidades e os estados
revelaram-se indispensáveis um ao outro.
Durante a maior parte da história, os estados nacionais - aqueles que governam múltiplas
regiões adjacentes e as suas cidades por intermédio de estruturas centralizadas,
diferenciadas e autônomas — surgiram muito raramente. A maioria deles eram
não-nacionais: impérios, cidades-estado, ou algo semelhante. Para nosso pesar, o termo
"estado nacional" não significa necessariamente estado-nação, um estado cujo povo
compartilha uma forte identidade linguística, religiosa e simbólica. Embora alguns estados,
como a Suécia e a Irlanda, se aproximem hoje desse ideal, pouquíssimos estados nacionais
da Europa se qualificaram algum dia como estados-nação (TILLY, 1996).”
Fonte: TILLY, Charles (1996). Coerção, capital e estados europeus (990-1992). São Paulo:
EDUSP.
Tendo como base a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Geografia
Política, assinale a alternativa que expõe, corretamente, como se deu a formação dos
Estados nacionais europeus:
Nota: 10.0
A Ela se deu de forma regular e linear ao longo dos séculos e ao mesmo tempo.
B Ela se deu como um efeito colateral da atividade de guerrear dos
governantes europeus.
Você assinalou essa alternativa (B)
Você acertou!
A história europeia é de guerras praticamente incessantes, que não apenas foram
constantes ao longo da história do continente, mas também, quando ocorriam,
frequentemente envolviam quase todos os Estados da região. Príncipes e reis
europeus estavam todos emaranhados em uma rede de alianças por parentesco,
casamento ou conveniência. Todos tinham algo a ganhar ou a perder em uma guerra.
Se não fossem ganhos territoriais diretos, seriam ganhos indiretos por meio do
fortalecimento de um aliado ou enfraquecimento de uma ameaça. Sucessões incertas,
com a morte de um monarca que não deixa um herdeiro direto, por exemplo, eram um
convite para que outros intervissem, apoiando candidatos ao trono alinhados consigo e
escalonando a crise, que, eventualmente, resultava em guerra civil e internacional.
Nesses casos, a primeira raramente acontecia sem a segunda. A guerra era o jogo em
que se desenrolavam as ambições da nobreza real europeia. Esse ponto é central para
o surgimento dos Estados nacionais. Como explica Tilly (1985; 1993), os Estados
nacionais surgiram como um efeito colateral da atividade de guerrear dos governantes
europeus. Para fazer e vencer guerras, estes precisaram tomar uma série de decisões
e resolver inúmeros deproblemas. A cada momento, tomaram um curso de ação
quando havia outros disponíveis. Essas escolhas influenciavam quais cursos estariam
disponíveis dali em diante. Algumas trajetórias tomadas dessa forma se mostraram
bem-sucedidas no longo prazo; outras, não. Houve, ainda, aquelas que pareceram
bem-sucedidas por muito tempo, até que deixaram de ser. Tudo isso, contudo,
aconteceu em um prazo muito mais longo do que aqueles que os governantes que
adotaram esses cursos de ação tinham em mente. Eles estavam apenas tomando as
melhores decisões para que pudessem ganhar as guerras em que estavam envolvidos
ou as próximas e, dessa forma, sobreviverem.
Referência: SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA,
Glauco Peres da. Poder e território: uma abordagem a partir da Ciência Política.
Curitiba: Editora InterSaberes, 2021, Capítulo 2.
C Ela se deu como resultado da ampliação do leste europeu, em acordos de paz
com o sul.
D Para vencer as guerras, os governantes desejavam organizar a sua estrutura e
com isso criaram as cidades-estados.
E Ela se deu como um resultado da conquista e autonomia da Prússia e do
Império Romano-Germânico, sendo esses os únicos do continente.
Questão 3/10 - Geografia política
Leia o texto abaixo:
Norman Angell explicava em ‘A grande ilusão’ (1910) que a “globalização” em curso desde
as últimas décadas do século XIX tornara os indivíduos e as nações cada vez mais
interdependentes e, portanto, inclinados a atitudes progressistas, cosmopolitas e
democráticas: Todo progresso no sentido da civilização se verifica às custas do espírito
militar, e à medida que declina a tendência à luta, desenvolve-se a inclinação para o
trabalho. “A nação progride mediante a cooperação das pessoas, que trabalham umas com
as outras em vez de digladiarem-se” (ANGELL, 2002, p. 192). Os conflitos modernos já não
eram entre as nações, e sim “entre a democracia e a autocracia, ou entre o socialismo e o
individualismo, a reação e o progresso” (ANGELL, 2002, p. 164-165)” (LYNCH, 2021, p. 11).
Fonte: Lynch, Christian Edward CyrilIdealismo e realismo na teoria política e no pensamento
brasileiro: três modelos de história intelectual. Revista Brasileira de Ciência Política [online].
2021, n. 34, e237103. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-3352.2021.34.237103>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política,
assinale a alternativa que apresenta, corretamente, qual é a relação entre o
capitalismo e a paz para Gartzke e Rohner:
Nota: 0.0Você não pontuou essa questão
A A partir da consolidação de regras e regimes internacionais, que separam
países capitalistas de países socialistas, houve uma ampla diminuição nas
guerras entre Estados.
Você assinalou essa alternativa (A)
B Em decorrência da ampliação das redes de proteção humanitária nos últimos
anos e da diminuição da desigualdade capitalista podemos observar
diminuição nos índices de violência.
C A partir do desenvolvimento tecnológico e cientifico, os países capitalistas
aprenderam a produzir todos os recursos naturais necessários à produção e
não precisam mais recorrer à guerra.
D Em decorrência da expansão dos valores capitalistas e cristãos ao redor do
globo, observou-se uma sensível diminuição de conflitos, uma vez que não
existem mais Estados subdesenvolvidos.
E A partir dos avanços na produtividade, o capitalismo acabou por subtrair
a ênfase econômica dada à terra e aos recursos minerais, diminuindo
assim o uso da força entre os Estados na disputa por esses recursos.
Gartzke (2007) testa sua teoria econômica de que o capitalismo - entendido aqui como
livre mercado, desenvolvimento econômico e coordenação na política monetária - é o
responsável pela paz e encontra evidências positivas. Segundo Garztke e Rohner, o
capitalismo, segundo o autor, ao tirar a ênfase econômica sobre a terra e recursos
minerais, é quem reduz o uso da força entre os Estados. Seu poder viria da condição
de avanços na produtividade, e não da posse de matérias primas (Gartzke; Rohner,
2011). Além, é claro, de diminuir o peso da ação do Estado na economia (McDonald,
2010). Gartzke (2007) aponta que não seria necessariamente o arranjo democrático,
nem mesmo sua filosofia liberal por si só, mas o livre mercado e o desenvolvimento
econômico possibilitado por ele que trazem paz.
Referências: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 5 “Democracia, Capitalismo e Paz”.
SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA, Glauco
Peres da. Poder e Território: uma abordagem a partir da Ciência Política. Curitiba:
Intersaberes. 2021, p. 133.
Questão 4/10 - Geografia política
Leia o texto abaixo:
“O primeiro momento desse desenvolvimento devastador do imperialismo foi organizado em
torno da conquista das Américas, no quadro do sistema mercantilista da Europa atlântica da
época. As devastações desse primeiro capítulo da expansão capitalista mundial (genocídio
dos índios, tráfico de escravos africanos) produziram – com atraso – as forças de libertação
que questionaram as lógicas que as comandavam. A primeira revolução do continente foi a
dos escravos de São Domingos (atualmente Haiti), no fim do século XVIII, seguida mais de
um século depois pela revolução mexicana dos anos 1910, e cinquenta anos mais tarde
pela de Cuba. E, se não enumero aqui a famosa "revolução americana", nem a das colônias
espanholas que rapidamente se seguiu, é porque, nesses casos, tratou-se apenas de uma
transferência de poder de decisão das metrópoles para os colonos para fazer a mesma
coisa, ou seja, dar continuidade ao mesmo projeto com ainda mais brutalidade – sem ter
que dividir os lucros com as "mães pátrias" de origem” (AMIN, 2005, p. 84).
Fonte: AMIN, Samir. O imperialismo, passado e presente. Tempo, Niterói, v. 9, n. 18, p.
77-123, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-77042005000100005&lng=en
&nrm=iso>. access on 19 May 2021. https://doi.org/10.1590/S1413-77042005000100005.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política e o
texto citado acima, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, qual era a
solução apontada pelos autores marxistas clássicos para a superação do
imperialismo:
Nota: 0.0Você não pontuou essa questão
A Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado por meio
da criação de uma organização internacional de caráter supranacional.
B Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado a partir da
realização de uma revolução burguesa e nacionalista.
C Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado por meio
da defesa internacional dos direitos humanos.
Você assinalou essa alternativa (C)
D Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado a partir da
independência dos territórios coloniais.
E Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado por
meio da revolução socialista.
No decorrer da aula 3, observamos que para Lenin e Bukharin o imperialismo consistia
na expansão do capitalismo em seu maior estágio (a fase monopolista), não
constituindo apenas uma forma de expansão territorial do Estado-Nação. Ambos os
autores, assim como Rosa Luxemburgo, entendiam que a revolução socialista era a
única saída para o capitalismo e, portanto, para o imperialismo. Assim, à exceção de
Hobson, todos os autores prescreviam como única solução para os horrores do
imperialismo a saída revolucionária socialista. Esse tipo de leitura era frequente
porque, como ressaltou Callinicos (2009), essa literatura ocupou, sobretudo, autores
ativistas. A literatura sobre imperialismo é essencialmente não acadêmica. Isso era
visto como um problema para alguns, como Hilferding, que se indagava sobre a
exclusão destes autores das universidades, restando a eles o tempo de lazer para a
produção teórica sobre o fenômeno.
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema2 “Teorias Clássicas sobre o Imperialismo”; Tema 3 “O Imperialismo
acabou, o Capitalismo não”.
Questão 5/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“Apesar de Maquiavel e Clausewitz, nem toda política envolve confronto. Algumas vezes as
pessoas trabalham consensualmente, outras vezes reúnem-se para celebrar memórias
compartilhadas e frequentemente institucionalizam suas atividades políticas. O confronto
político tem início quando, de forma coletiva, as pessoas fazem reivindicações a outras
pessoas cujos interesses seriam afetados se elas fossem atendidas. As reivindicações vão
desde súplicas humildes até ataques brutais, passando por petições, reivindicações através
de palavras de ordem e manifestos revolucionários. O confronto, portanto, depende da
mobilização, da criação de meios e de capacidades para a interação coletiva.”
Fonte: MCADAM, Doug; TARROW, Sidney and TILLY, Charles. Para mapear o confronto
político. Lua Nova [online]. 2009, n.76, pp.11-48. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452009000100002&lng=en
&nrm=iso>. ISSN 0102-6445. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-64452009000100002
Tendo como base a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Geografia
Política, assinale a alternativa que expõe, corretamente, padrões, semelhanças, que
existem na formação dos Estados nacionais na Europa:
Nota: 0.0Você não pontuou essa questão
A Padrões linguísticos.
B Padrões geográficos.
O processo de formação dos Estados nacionais na Europa apresentou padrões
geográficos. A distribuição irregular, ao longo do território europeu, dos fatores que
influenciaram as diferentes trajetórias de formação dos Estados nacionais fez com que
estes assumissem configurações variadas em diversas regiões do continente. Tais
fatores podem ser reduzidos à presença de cidades e de grandes proprietários rurais
ou, na terminologia de Tilly (1993), de capital e coerção. Onde havia escassez de
capital e concentração de coerção, o processo de formação do Estado nacional foi
marcado pela ênfase na coerção. Monarquias fortes e centralizadas formaram-se onde
príncipes e reis foram capazes de aglutinar a nobreza fundiária, como na Suécia e na
Rússia, e colapsaram onde os governantes não exibiram essa capacidade, como na
Polônia-Lituânia. No outro ponto do espectro, onde havia escassez de coerção e
concentração de capital, outras formas de Estado predominaram, como as
cidades-Estados do norte da Itália, a república dos Países Baixos ou a federação de
cantões suíços. Essas formas sobreviveram enquanto foram capazes de resistir ao
insistente assédio de ambições dinásticas, a que algumas, eventualmente,
sucumbiram, como na Itália. Entre esses extremos, encontramos Estados onde
príncipes e reis contavam tanto com uma nobreza fundiária quanto com acesso a
centros comerciais e financeiros, como na Inglaterra e na França.
Referência: Referência: SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente
de; SILVA, Glauco Peres da. Poder e território: uma abordagem a partir da Ciência
Política. Curitiba: Editora InterSaberes, 2021, Capítulo 2.
C Padrões culturais, distribuição regular.
D Padrão de formação de constituições nacionais.
Você assinalou essa alternativa (D)
E Padrão de conquista a partir do emprego da democracia e do voto.
Questão 6/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“Chega-se, portanto, ao ponto central da "construção" schumpeteriana: o Imperialismo é
resultante de um caráter atávico. São características que acompanham a evolução de
alguns povos desde épocas distantes. Nas palavras do autor: ‘É um elemento que provém
de condições vivas, não do presente, mas do passado – ou, em termos de interpretação
econômica da História, que provém antes das relações de produção predominantes no
passado do que hoje existem [...] O Imperialismo tende a desaparecer como elemento
estrutural porque a estrutura que o colocou em destaque está em declínio, dando lugar, no
curso da evolução social, a outras estruturas onde não há lugar para ele, e que eliminam os
fatores do poderio que eram seu fundamento” (Gomes barbosa, 2009, p. 154).
Fonte: GOMES BARBOSA, Glaudionor. Imperialismo, Capitalismo e Burguesia: revisitando
as contribuições teóricas de Joseph Schumpeter e Hannah Arendt. Colomb.int. 2009, n.70,
pp.145-165. Disponível em:
http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0121-56122009000200007&ln
g=en&nrm=iso&tlng=pt
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política,
assinale a alternativa que apresenta, corretamente, como Schumpeter compreendia o
fenômeno do imperialismo:
Nota: 10.0
A Para Schumpeter, o imperialismo representava o avanço da modernidade para
os países atrasados, de modo que só poderia acabar com o fim do
subdesenvolvimento.
B Para Schumpeter o imperialismo utilizava de práticas contrárias aos direitos
humanos e às liberdades individuais, de modo que a criação da ONU impediu
a sua continuidade.
C Para Schumpeter, o imperialismo era fruto das disputas coloniais europeias, de
modo que o fenômeno se encerrou com a vitória norte-americana na Segunda
Guerra Mundial.
D Para Schumpeter, o imperialismo consistia em uma empreitada de alto
custo, de modo que acabou sendo substituída por uma alternativa mais
lucrativa e pacífica, o livre mercado.
Você assinalou essa alternativa (D)
Você acertou!
As teorias marxistas do imperialismo indicam que o fenômeno seria uma fase do
capitalismo. Mas qual? A mais alta, ou a final? A história nos mostra como essas
interpretações continham equívocos. O capitalismo floresceu após o fim do
imperialismo, como também já apontara Schumpeter (1919), para quem o imperialismo
não era uma fase necessária – dado que a história não é um motor de eventos lineares
– do desenvolvimento econômico capitalista, mas uma escolha política. A interpretação
sobre as proposições de Schumpeter era que o imperialismo funcionou como um
período de transição do capitalismo, uma resposta temporária da fusão entre Estados
em expansão e o livre mercado. O imperialismo era uma empreitada de altos custos, e
fora substituído por uma alternativa mais barata, pacífica e eficaz: o capitalismo de livre
mercado (Michaelides; Milios, 2015).
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 3 “O Imperialismo acabou, o Capitalismo não”; Tema 4 “Alternativas
Pós-Imperialistas”.
E Para Schumpeter, o imperialismo foi um fenômeno de expansão dos valores
cristãos da Europa para o mundo, de modo que o seu fim de deve à conversão
ao cristianismo de todos os povos infiéis.
Questão 7/10 - Geografia política
Leia o texto a seguir:
“As rivalidades na região (Europa) levaram à realização, entre 1884-85, da Conferência de
Berlim, marco histórico do imperialismo contemporâneo. Sob o disfarce de objetivos
humanitários, a conferência reúne vários países europeus, com maior ou menor interesse
pelo continente africano, aos quais se unem o Império Turco e os Estados Unidos da
América. Nenhuma ação independente africana foi convidada a participar dos assuntos que
diziam respeito, diretamente, aos seus territórios. Invocando Deus no seu primeiro
parágrafo, o documento que resultou da Conferência pouco cuidou dos objetivos
humanitários iniciais, mas estabeleceu “regras” a serem observadas pelas potências
signatárias para apropriação “legal” dos territórios africanos. Esta passaria, em primeiro
lugar, pela ocupação efetiva do território e, logo após, pela comunicação às demais
potências e sua ratificação” (CHAGASTELLES, 2008, p. 119).
Fonte: CHAGASTELLES, Tânia Maria Seggiaro. As sociedades africanas e o colonialismo.
In: MACEDO, JR., org. Desvendando a história da África [online]. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2008. Diversidades series, pp. 111-122. Disponível em:
http://books.scielo.org/id/yf4cf/pdf/macedo-9788538603832-09.pdf
Considerando o texto citado acima e tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina
de Geografia Política, analise as afirmações abaixo, que abordamas modificações nos
significados do termo imperialismo ao longo do tempo:
I. Durante o século XIX, o termo imperialismo não era, necessariamente, empregado como
sinônimo de um fenômeno negativo, uma vez que era compreendido como parte de um
processo ‘civilizatório’ – e necessário – das populações periféricas pelas nações europeias.
II. No início do século XX a compreensão sobre o imperialismo, paulatinamente, vai
incorporando elementos econômicos à análise do fenômeno, definindo-o como uma política
de expansão de mercados territoriais com vistas a obtenção de lucros.
III. As leituras marxistas do imperialismo acabaram por impedir a visualização do caráter
humanitário envolvido no fenômeno do imperialismo e nos altos custos de manutenção dos
instrumentos coloniais ou neocoloniais para os países centrais.
IV. Para as análises marxistas, o termo imperialismo está vinculado ao potencial de
expansão cultural e política da classe proletária no mundo, mesmo que isso envolva a
constituição de mecanismo formais de dominação de culturas não europeias.
Agora, assinale a alternativa que indica apenas as corretas:
Nota: 10.0
A Apenas as afirmativas I e VI estão corretas.
B Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
C Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
E Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
Você assinalou essa alternativa (E)
Você acertou!
A alternativa correta é aquela que indica que apenas as afirmativas I e II estão
corretas. A afirmação I está correta, uma vez que, como se observou na aula 3, o
termo imperialismo, que é relativamente recente, nem sempre teve conotação
negativa. Primeiramente era utilizado para caracterizar políticas francesas adotadas
por Luís Napoleão, entre 1852 e 1870. E, pouco tempo depois, para descrever a
política externa de Benjamin Disraeli, que estabeleceu o governo e controle britânico
sobre Cabul, além da manutenção violenta da dominância política britânica sobre
Estados da África. Nesse último caso, inclusive, o termo era empregado tanto como
uma estratégia para evitar a secessão das colônias dos Estados independentes,
quanto para explicar a atitude expansionista sobre os países pobres, “não civilizados”,
da África, indo em direção ao Pacífico. A afirmação II está correta, uma vez que ao
passo que essas dúvidas
cresciam na opinião pública, floresciam também em fins do século XIX e início do
século XX, as interpretações teóricas e econômicas ligadas ao marxismo. A saliência
do débito imperialista despertou os ânimos no Quinto Congresso da Internacional
Comunista, em 1900. O debate dá origem ao livro seminal do economista inglês J.A.
Hobson em 1902. Em sua obra, o Imperialismo – Um estudo (1902), Hobson afirma
que o imperialismo é uma política de expansão de mercados territoriais com vistas a
obtenção de lucros. A afirmação III está incorreta porque as leituras marxistas
concentravam as suas análises na compreensão do imperialismo como um fenômeno
que envolve interesses econômicos e busca pela consolidação de poder de um Estado.
Por conseguinte, esse tipo de enquadramento aprofunda o debate por meio de um
olhar crítico e problematiza o discurso civilizador utilizado na legitimação de políticas
imperialistas. A afirmação IV está incorreta porque para as leituras marxistas, o termo
imperialista está vinculado ao processo de expansão do sistema capitalista e dos
interesses da classe burguesa. O imperialismo seria, na perspectiva de Hobson, um
misto de orgulho nacional (sobre “a grandeza do Império”) para a opinião pública, que
remontava o período colonialista, e o reflexo das necessidades de expansão de
mercados do sistema capitalista. Para Hobson o ímpeto das empreitadas imperialistas
era baseado nas pressões que capitalistas exerciam sobre governos para dar vazão ao
suposto excesso da produção.
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 1 “O Campo de Estudos sobre o Imperialismo”.
Questão 8/10 - Geografia política
Leia o texto a seguir:
“Os termos “colonialismo” e “imperialismo” foram cunhados na transição do século XIX para
o XX e tornaram-se indispensáveis para o entendimento das diferentes dinâmicas de
expansão do capitalismo moderno no interior do sistema interestatal. Ao longo do século
XX, uma vasta literatura sobre imperialismo foi desenvolvida por diferentes correntes,
destacadamente no domínio do marxismo. Desde aí, as palavras império e imperialismo
foram negativadas tanto pela crítica teórica marxista, quanto pela luta concreta de
movimentos sociais e políticos, vinculando-as às formas de exploração, dominação e
violência econômica internacional” (BALLESTRIN, 2017, p. 505).
Fonte: BALLESTRIN, Luciana Maria de Aragão. Modernidade/Colonialidade sem
“Imperialidade”? O Elo Perdido do Giro Decolonial. DADOS – Revista de Ciências Sociais,
Rio de Janeiro, vol. 60, no 2, 2017, pp. 505 a 540. Disponível em:
http://repositorio.ufpel.edu.br:8080/bitstream/prefix/7378/1/Modernidade_Colonialidade_sem
_Imperialidade.pdf
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política,
assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a definição do termo
“imperialismo” elaborada por Rudolf Hilferding:
Nota: 0.0Você não pontuou essa questão
A O imperialismo consiste na fase intermediária do capitalismo, na qual os
Estados ainda possuem a responsabilidade de usar o seu aparato militar para
garantir o progresso e o desenvolvimento da sua população.
Você assinalou essa alternativa (A)
B O imperialismo consiste na etapa social do capitalismo, na qual ocorre a
exportação dos valores e das normas sociais das sociedades desenvolvidas
para as populações periféricas e subdesenvolvidas.
C O imperialismo consiste na fase final do capitalismo, na qual há a
formação dos monopólios e a utilização do aparato do Estado, pelo
capital financeiro, para garantir a expansão de mercados.
Hilferding acreditava que era preciso dar continuidade à obra teórica de K. Marx e
incluir em sua teoria o surgimento e a presença de monopólios no argumento. A
principal contribuição do autor, assim, foi a de caracterizar o imperialismo como a fase
final do estágio do desenvolvimento capitalista (Hilferding, 1910), distanciando-o do
seu predecessor, o colonialismo. A essa fase é comum a presença de monopólios,
segundo Hilferding, e seriam eles que viabilizariam a empreitada imperialista. Esses
monopólios seriam o resultado da junção do capital bancário e industrial, e seu objetivo
não é o livre-mercado, mas dominar mercados. O Estado, nessa explicação, deveria
ser forte para garantir o sucesso da expansão de mercados e o processo de
acumulação de capital. O capital financeiro teria a ânsia de conquistar novos mercados
internacionais para o interesse dos monopólios garantindo apoio militar, econômico,
e/ou ainda político, lançando mão de tarifas protecionistas e estratégias imperialistas.
Portanto, o capital financeiro, interessado na expansão de mercados, usaria o Estado
para tal.
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 2 “Teorias Marxistas Clássicas sobre o Imperialismo”.
D O imperialismo consiste na etapa inicial do capitalismo, na qual a elite
burguesa manipula as instituições do Estado para conquistar formalmente
novos territórios e mão de obra de escrava.
E O imperialismo consiste no período intermediário do capitalismo, no qual a
consolidação dos grandes monopólios impede o funcionamento do livre
mercado.
Questão 9/10 - Geografia política
Leia o texto abaixo:
“Governos democráticos são mais sensíveis aos interesses e preferências da população do
que governos autoritários, já que dependem dos votos populares para se manter no poder.
Se guerras geram morte, destruição e privação socioeconômica, elas tendem a ser
altamente impopulares, o que desincentiva governos democráticos a seguir esse curso de
ação. Nas palavras dos autores: "as pessoas tipicamente desejam a paz não apenas pelaausência de mortes, mas pela oportunidade de viver vidas normais. A paz não é só comum;
ela é desejável" (ONEAL; RUSSETT, 2001, p. 81-82). Desse modo, governantes
democráticos autointeressados evitariam as guerras como forma de manter seu apoio
popular. Cabe ressaltar que essa premissa de Oneal e Russett, de resto compartilhada pelo
grosso da literatura no campo, de fato é mais compatível com a tese monádica do pacifismo
geral das democracias. Afinal, se o elemento causal é a repulsa popular pelos efeitos e
constrangimentos impostos por confrontações armadas, o regime político de um eventual
oponente em quase nada importa” (Mendes, 2012, p.82-83).
Fonte: Mendes, Flávio Pedroso. Clausewitz, o realismo estrutural e a paz democrática: uma
abordagem crítica. Contexto Internacional [online]. 2012, v. 34, n. 1, pp. 79-111. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/S0102-85292012000100003>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política,
assinale a alternativa que analisa, corretamente, a correlação entre paz e democracia:
Nota: 10.0
A A correlação entre democracia e paz acontece apenas nos países da Europa
Ocidental, uma vez que eles possuem democracias mais consolidadas.
B A correlação entre democracia e paz é tida como premissa pelas teorias
realistas das Relações Internacionais para explicar o sistema internacional.
C A correlação entre democracia e paz é espúria, uma vez que o capitalismo
é considerado como o verdadeiro responsável por diminuir as guerras
entre países democráticos.
Você assinalou essa alternativa (C)
Você acertou!
A ideia de que o liberalismo traz paz às nações não é nova. O argumento é que a
estrutura democrática restringiria países de endossarem guerras custosas, sobretudo
contra outras democracias, e incentivaria os políticos a optarem por saídas
diplomáticas e pacíficas (De Mesquita et al., 1999; Lake, 1992). Haveria, além disso,
um elemento normativo: nações perceberiam que (supostamente) têm valores
parecidos, e também teriam a percepção que julgam como preferidas algumas formas
de resolver conflitos e, ao adotar um governo liberal, se oporiam às guerras contra os
Estados (Owen, 1994). Contudo, Gartzke (2007) mostra que, na verdade, a correlação
entre democracia e paz é espúria, pois, na verdade, o capitalismo foi o responsável por
trazer fim às guerras entre países democráticos. Segundo o autor, o capitalismo, ao
tirar a ênfase econômica da terra e dos recursos minerais, reduz o uso da força entre
os Estados. Isso porque o poder viria da condição de avanços na produtividade, e não
mais da posse de matérias-primas (Gartzke; Rohner, 2011). Além disso, esse cenário
diminuiria o peso da ação do Estado na economia (McDonald, 2010).
Referências: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 5 “Democracia, Capitalismo e Paz”.
SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA, Glauco
Peres da. Poder e Território: uma abordagem a partir da Ciência Política. Curitiba:
Intersaberes. 2021, p. 132.
D A correlação entre democracia e paz é observada somente em casos nos
quais há a combinação entre democracia e valores cristãos, que condenam a
guerra.
E A correlação entre democracia e paz é uma unanimidade na literatura
especializada, uma vez que países democráticos possuem princípios de
atuação condizentes com os direitos humanos.
Questão 10/10 - Geografia política
“Assim como a concepção de Estado soberano, parece natural que a relação das pessoas
com esse tipo de organização política apresente uma estrutura geográfica particular:
sujeição virtualmente completa de um lado de uma linha imaginária, restrição de entrada do
outro. No entanto, assim como os Estados nacionais a que está associada, essa estrutura
geográfica é historicamente delimitada e contingente. Trata-se de uma estratégia de
exercício de poder sobre pessoas em particular, hoje dominante, mas não a única.
Historicamente, organizações políticas que visavam exercer poder sobre indivíduos
adotaram diversas estratégias. Os impérios antigos, como o romano, preocupavam-se muito
mais em se valer do controle das cidades e não tanto das fronteiras, muito mais porosas do
que a concepção contemporânea de fronteiras nacionais nos faria imaginar”.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Território).
Partindo do conteúdo da disciplina “Geografia Política”, examine nos enunciados quais são
as armadilhas territoriais que devemos evitar ao associar Estado, soberania e território.
I. Presumir que a política doméstica é independente da política internacional.
II. Entender territórios como a base do exercício do poder em Estados soberanos.
III. Assumir que existe uma forte descontinuidade entre os domínios da política doméstica e
da política internacional.
IV. Esperar encontrar órgão do Estado exercendo o poder contra e acima de organizações
locais em um determinado espaço geográfico.
Sobre as assertivas acima, é correto o que se afirma em:
Nota: 10.0
A Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
B Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
Você assinalou essa alternativa (B)
Você acertou!
Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina,
“A naturalidade dessa associação entre Estado, soberania e território, prende nossa
compreensão da relação entre poder e espaço em uma “armadilha territorial”,
argumenta o geógrafo John Agnew (1994). Quando questionamos como e por quem o
poder é exercido em determinado espaço geográfico, somos levados, por essa
armadilha territorial, a esperarmos encontrar órgãos do Estado exercendo-o contra e
acima de organizações locais. Frequentemente, contudo, isso não é o que
observamos. A noção de Estados falidos refere-se, precisamente, a organizações
políticas que são reconhecidas internacionalmente como titulares da soberania sobre
determinado território, porém não são capazes de efetivamente exercer controle militar
sobre ele. O governo reconhecido internacionalmente da Somália, por exemplo, exerce
consistentemente controle militar apenas sobre a capital, Mogadíscio. O interior é
controlado por diferentes grupos sob o comando de senhores da guerra locais e os
mares, por piratas. Confrontados com a inconsistência entre essas realidades
empíricas e as expectativas geradas pela associação entre Estado, soberania e
território, somos levados pela armadilha territorial a classificar essas situações como
excepcionais e desviantes, quando historicamente elas são a regra. Em uma
perspectiva histórica, a exceção é o Estado soberano que exerce consistentemente
controle militar sobre o território sob sua jurisdição. No entanto, essa não é a única
miopia causada pela armadilha territorial, uma vez que esta também nos conduz a
assumir uma forte descontinuidade entre os domínios da política doméstica e da
política internacional. A política internacional é povoada por Estados interagindo entre
si, seja competindo, seja cooperando. Estes são como indivíduos, com interesses e
vontades próprios. A política doméstica é relevante apenas na medida em que
influencia a formação da vontade desses Estados. É claro que há disputas no domínio
da política doméstica sobre questões de política internacional, mas assume-se que são
resolvidas, mesmo que sempre provisoriamente, no domínio doméstico, e somente
essas resoluções – não as disputas que as demandaram – são carregadas para o
plano internacional. Nesse domínio, os Estados comportam-se como indivíduos em
uma condição de natureza hobbesiana. A realidade empírica contradiz novamente
essas expectativas. Frequentemente, política doméstica e política internacional estão
intimamente relacionadas. Grupos políticos poderosos no domínio doméstico atuarão
no internacional de maneira a favorecer seus interesses, domésticos ou não. Ditadores
interferirão na política doméstica de outros países para tentar colocar políticos
amigáveis no poder e,dessa forma, reduzir o risco externo à sua própria sobrevivência
política. Líderes
eleitos se envolverão em conflitos armados do outro lado do mundo para evitar que
adversários políticos possam acusá-los de derrota para um Estado percebido como
inimigo pela opinião pública doméstica. A interferência, armada ou não, de
organizações estrangeiras no processo de seleção de líderes domésticos é uma
constante histórica. Todas essas considerações colocam em dúvida a naturalidade da
associação entre Estado, soberania e território. A reação mais apropriada não é
necessariamente rejeitar esses conceitos e as relações tradicionalmente articuladas
entre eles, pois estes são centrais para a teoria e para a retórica política, tal que não é
possível compreender as relações entre política e espaço na contemporaneidade sem
os utilizar”.
As alternativas I (Presumir que a política doméstica é independente da política
internacional) e II (Entender territórios como a base do exercício do poder em Estados
soberanos) estão, portanto, incorretas.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Território).
C Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
E As afirmativas I, II, III e IV estão corretas
Questão 1/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“Apesar de Maquiavel e Clausewitz, nem toda política envolve confronto. Algumas vezes as
pessoas trabalham consensualmente, outras vezes reúnem-se para celebrar memórias
compartilhadas e frequentemente institucionalizam suas atividades políticas. O confronto
político tem início quando, de forma coletiva, as pessoas fazem reivindicações a outras
pessoas cujos interesses seriam afetados se elas fossem atendidas. As reivindicações vão
desde súplicas humildes até ataques brutais, passando por petições, reivindicações através
de palavras de ordem e manifestos revolucionários. O confronto, portanto, depende da
mobilização, da criação de meios e de capacidades para a interação coletiva.”
Fonte: MCADAM, Doug; TARROW, Sidney and TILLY, Charles. Para mapear o confronto
político. Lua Nova [online]. 2009, n.76, pp.11-48. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452009000100002&lng=en
&nrm=iso>. ISSN 0102-6445. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-64452009000100002
Tendo como base a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Geografia
Política, assinale a alternativa que expõe, corretamente, padrões, semelhanças, que
existem na formação dos Estados nacionais na Europa:
Nota: 10.0
A Padrões linguísticos.
B Padrões geográficos.
Você assinalou essa alternativa (B)
Você acertou!
O processo de formação dos Estados nacionais na Europa apresentou padrões
geográficos. A distribuição irregular, ao longo do território europeu, dos fatores que
influenciaram as diferentes trajetórias de formação dos Estados nacionais fez com que
estes assumissem configurações variadas em diversas regiões do continente. Tais
fatores podem ser reduzidos à presença de cidades e de grandes proprietários rurais
ou, na terminologia de Tilly (1993), de capital e coerção. Onde havia escassez de
capital e concentração de coerção, o processo de formação do Estado nacional foi
marcado pela ênfase na coerção. Monarquias fortes e centralizadas formaram-se onde
príncipes e reis foram capazes de aglutinar a nobreza fundiária, como na Suécia e na
Rússia, e colapsaram onde os governantes não exibiram essa capacidade, como na
Polônia-Lituânia. No outro ponto do espectro, onde havia escassez de coerção e
concentração de capital, outras formas de Estado predominaram, como as
cidades-Estados do norte da Itália, a república dos Países Baixos ou a federação de
cantões suíços. Essas formas sobreviveram enquanto foram capazes de resistir ao
insistente assédio de ambições dinásticas, a que algumas, eventualmente,
sucumbiram, como na Itália. Entre esses extremos, encontramos Estados onde
príncipes e reis contavam tanto com uma nobreza fundiária quanto com acesso a
centros comerciais e financeiros, como na Inglaterra e na França.
Referência: Referência: SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente
de; SILVA, Glauco Peres da. Poder e território: uma abordagem a partir da Ciência
Política. Curitiba: Editora InterSaberes, 2021, Capítulo 2.
C Padrões culturais, distribuição regular.
D Padrão de formação de constituições nacionais.
E Padrão de conquista a partir do emprego da democracia e do voto.
Questão 2/10 - Geografia política
Leia o texto abaixo:
Norman Angell explicava em ‘A grande ilusão’ (1910) que a “globalização” em curso desde
as últimas décadas do século XIX tornara os indivíduos e as nações cada vez mais
interdependentes e, portanto, inclinados a atitudes progressistas, cosmopolitas e
democráticas: Todo progresso no sentido da civilização se verifica às custas do espírito
militar, e à medida que declina a tendência à luta, desenvolve-se a inclinação para o
trabalho. “A nação progride mediante a cooperação das pessoas, que trabalham umas com
as outras em vez de digladiarem-se” (ANGELL, 2002, p. 192). Os conflitos modernos já não
eram entre as nações, e sim “entre a democracia e a autocracia, ou entre o socialismo e o
individualismo, a reação e o progresso” (ANGELL, 2002, p. 164-165)” (LYNCH, 2021, p. 11).
Fonte: Lynch, Christian Edward CyrilIdealismo e realismo na teoria política e no pensamento
brasileiro: três modelos de história intelectual. Revista Brasileira de Ciência Política [online].
2021, n. 34, e237103. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-3352.2021.34.237103>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política,
assinale a alternativa que apresenta, corretamente, qual é a relação entre o
capitalismo e a paz para Gartzke e Rohner:
Nota: 0.0Você não pontuou essa questão
A A partir da consolidação de regras e regimes internacionais, que separam
países capitalistas de países socialistas, houve uma ampla diminuição nas
guerras entre Estados.
B Em decorrência da ampliação das redes de proteção humanitária nos últimos
anos e da diminuição da desigualdade capitalista podemos observar
diminuição nos índices de violência.
Você assinalou essa alternativa (B)
C A partir do desenvolvimento tecnológico e cientifico, os países capitalistas
aprenderam a produzir todos os recursos naturais necessários à produção e
não precisam mais recorrer à guerra.
D Em decorrência da expansão dos valores capitalistas e cristãos ao redor do
globo, observou-se uma sensível diminuição de conflitos, uma vez que não
existem mais Estados subdesenvolvidos.
E A partir dos avanços na produtividade, o capitalismo acabou por subtrair
a ênfase econômica dada à terra e aos recursos minerais, diminuindo
assim o uso da força entre os Estados na disputa por esses recursos.
Gartzke (2007) testa sua teoria econômica de que o capitalismo - entendido aqui como
livre mercado, desenvolvimento econômico e coordenação na política monetária - é o
responsável pela paz e encontra evidências positivas. Segundo Garztke e Rohner, o
capitalismo, segundo o autor, ao tirar a ênfase econômica sobre a terra e recursos
minerais, é quem reduz o uso da força entre os Estados. Seu poder viria da condição
de avanços na produtividade, e não da posse de matérias primas (Gartzke; Rohner,
2011). Além, é claro, de diminuir o peso da ação do Estado na economia (McDonald,
2010). Gartzke (2007) aponta que não seria necessariamente o arranjo democrático,
nem mesmo sua filosofia liberal por si só, mas o livre mercado e o desenvolvimento
econômico possibilitado por ele que trazem paz.
Referências: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 5 “Democracia, Capitalismo e Paz”.
SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA, Glauco
Peres da. Poder e Território: uma abordagem a partir da Ciência Política. Curitiba:
Intersaberes. 2021, p. 133.
Questão 3/10 - Geografiapolítica
“Assim como a concepção de Estado soberano, parece natural que a relação das pessoas
com esse tipo de organização política apresente uma estrutura geográfica particular:
sujeição virtualmente completa de um lado de uma linha imaginária, restrição de entrada do
outro. No entanto, assim como os Estados nacionais a que está associada, essa estrutura
geográfica é historicamente delimitada e contingente. Trata-se de uma estratégia de
exercício de poder sobre pessoas em particular, hoje dominante, mas não a única.
Historicamente, organizações políticas que visavam exercer poder sobre indivíduos
adotaram diversas estratégias. Os impérios antigos, como o romano, preocupavam-se muito
mais em se valer do controle das cidades e não tanto das fronteiras, muito mais porosas do
que a concepção contemporânea de fronteiras nacionais nos faria imaginar”.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Território).
Partindo do conteúdo da disciplina “Geografia Política”, examine nos enunciados quais são
as armadilhas territoriais que devemos evitar ao associar Estado, soberania e território.
I. Presumir que a política doméstica é independente da política internacional.
II. Entender territórios como a base do exercício do poder em Estados soberanos.
III. Assumir que existe uma forte descontinuidade entre os domínios da política doméstica e
da política internacional.
IV. Esperar encontrar órgão do Estado exercendo o poder contra e acima de organizações
locais em um determinado espaço geográfico.
Sobre as assertivas acima, é correto o que se afirma em:
Nota: 10.0
A Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
B Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.
Você assinalou essa alternativa (B)
Você acertou!
Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. De acordo com o livro base da disciplina,
“A naturalidade dessa associação entre Estado, soberania e território, prende nossa
compreensão da relação entre poder e espaço em uma “armadilha territorial”,
argumenta o geógrafo John Agnew (1994). Quando questionamos como e por quem o
poder é exercido em determinado espaço geográfico, somos levados, por essa
armadilha territorial, a esperarmos encontrar órgãos do Estado exercendo-o contra e
acima de organizações locais. Frequentemente, contudo, isso não é o que
observamos. A noção de Estados falidos refere-se, precisamente, a organizações
políticas que são reconhecidas internacionalmente como titulares da soberania sobre
determinado território, porém não são capazes de efetivamente exercer controle militar
sobre ele. O governo reconhecido internacionalmente da Somália, por exemplo, exerce
consistentemente controle militar apenas sobre a capital, Mogadíscio. O interior é
controlado por diferentes grupos sob o comando de senhores da guerra locais e os
mares, por piratas. Confrontados com a inconsistência entre essas realidades
empíricas e as expectativas geradas pela associação entre Estado, soberania e
território, somos levados pela armadilha territorial a classificar essas situações como
excepcionais e desviantes, quando historicamente elas são a regra. Em uma
perspectiva histórica, a exceção é o Estado soberano que exerce consistentemente
controle militar sobre o território sob sua jurisdição. No entanto, essa não é a única
miopia causada pela armadilha territorial, uma vez que esta também nos conduz a
assumir uma forte descontinuidade entre os domínios da política doméstica e da
política internacional. A política internacional é povoada por Estados interagindo entre
si, seja competindo, seja cooperando. Estes são como indivíduos, com interesses e
vontades próprios. A política doméstica é relevante apenas na medida em que
influencia a formação da vontade desses Estados. É claro que há disputas no domínio
da política doméstica sobre questões de política internacional, mas assume-se que são
resolvidas, mesmo que sempre provisoriamente, no domínio doméstico, e somente
essas resoluções – não as disputas que as demandaram – são carregadas para o
plano internacional. Nesse domínio, os Estados comportam-se como indivíduos em
uma condição de natureza hobbesiana. A realidade empírica contradiz novamente
essas expectativas. Frequentemente, política doméstica e política internacional estão
intimamente relacionadas. Grupos políticos poderosos no domínio doméstico atuarão
no internacional de maneira a favorecer seus interesses, domésticos ou não. Ditadores
interferirão na política doméstica de outros países para tentar colocar políticos
amigáveis no poder e, dessa forma, reduzir o risco externo à sua própria sobrevivência
política. Líderes
eleitos se envolverão em conflitos armados do outro lado do mundo para evitar que
adversários políticos possam acusá-los de derrota para um Estado percebido como
inimigo pela opinião pública doméstica. A interferência, armada ou não, de
organizações estrangeiras no processo de seleção de líderes domésticos é uma
constante histórica. Todas essas considerações colocam em dúvida a naturalidade da
associação entre Estado, soberania e território. A reação mais apropriada não é
necessariamente rejeitar esses conceitos e as relações tradicionalmente articuladas
entre eles, pois estes são centrais para a teoria e para a retórica política, tal que não é
possível compreender as relações entre política e espaço na contemporaneidade sem
os utilizar”.
As alternativas I (Presumir que a política doméstica é independente da política
internacional) e II (Entender territórios como a base do exercício do poder em Estados
soberanos) estão, portanto, incorretas.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Território).
C Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
E As afirmativas I, II, III e IV estão corretas
Questão 4/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“A luta constante, em forma pacífica e bélica, entre Estados nacionais concorrentes pelo
poder criou as maiores oportunidades para o moderno capitalismo ocidental. Cada Estado
particular tinha que concorrer pelo capital, que estava livre de estabelecer-se em qualquer
lugar e lhe ditava as condições sob as quais o ajudaria a tornar-se poderoso. Da aliança
forçada entre o Estado nacional e o capital nasceu a classe burguesa nacional - a burguesia
no sentido moderno da palavra. É, portanto, o Estado nacional fechado que garante ao
capitalismo as possibilidades de sua subsistência e, enquanto não cede lugar a um império
universal, subsistirá também o capitalismo” (WEBER, 2009).
Fonte: WEBER, Max. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva.
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2009, pp. 517.
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de
Geografia Política, assinale a alternativa que apresente, corretamente, a definição de
Estado de Max Weber:
Nota: 0.0Você não pontuou essa questão
A O Estado é a sua burocracia.
B Um grupo de pessoas que transfere e destitui o seu poder de força.
C Um grupo de pessoas que desenvolve a iniciativa de construir a burocracia de
Estado.
Você assinalou essa alternativa (C)
D Um conglomerado de grupos que se alternam na disputa pelo poder e
oligopolizam o direito do uso da violência, com sucesso.
E Um grupo de pessoas que reivindica com sucesso o monopólio do uso
legítimo da violência dentro de um determinado território.
A mais famosa definição de Estado foi oferecida pelo sociólogo Max Weber (2011): um
grupo de pessoas que reivindica com sucesso o monopólio do uso legítimo da violência
dentro de um território determinado.
Referência: SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA,
Glauco Peres da. Poder e território: uma abordagem a partir da Ciência Política.
Curitiba: Editora InterSaberes, 2021, Capítulo 2.
Questão 5/10 - Geografia política
Leia o texto abaixo:“O primeiro momento desse desenvolvimento devastador do imperialismo foi organizado em
torno da conquista das Américas, no quadro do sistema mercantilista da Europa atlântica da
época. As devastações desse primeiro capítulo da expansão capitalista mundial (genocídio
dos índios, tráfico de escravos africanos) produziram – com atraso – as forças de libertação
que questionaram as lógicas que as comandavam. A primeira revolução do continente foi a
dos escravos de São Domingos (atualmente Haiti), no fim do século XVIII, seguida mais de
um século depois pela revolução mexicana dos anos 1910, e cinquenta anos mais tarde
pela de Cuba. E, se não enumero aqui a famosa "revolução americana", nem a das colônias
espanholas que rapidamente se seguiu, é porque, nesses casos, tratou-se apenas de uma
transferência de poder de decisão das metrópoles para os colonos para fazer a mesma
coisa, ou seja, dar continuidade ao mesmo projeto com ainda mais brutalidade – sem ter
que dividir os lucros com as "mães pátrias" de origem” (AMIN, 2005, p. 84).
Fonte: AMIN, Samir. O imperialismo, passado e presente. Tempo, Niterói, v. 9, n. 18, p.
77-123, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-77042005000100005&lng=en
&nrm=iso>. access on 19 May 2021. https://doi.org/10.1590/S1413-77042005000100005.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política e o
texto citado acima, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, qual era a
solução apontada pelos autores marxistas clássicos para a superação do
imperialismo:
Nota: 10.0
A Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado por meio
da criação de uma organização internacional de caráter supranacional.
B Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado a partir da
realização de uma revolução burguesa e nacionalista.
C Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado por meio
da defesa internacional dos direitos humanos.
D Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado a partir da
independência dos territórios coloniais.
E Para os marxistas clássicos, o imperialismo só poderia ser superado por
meio da revolução socialista.
Você assinalou essa alternativa (E)
Você acertou!
No decorrer da aula 3, observamos que para Lenin e Bukharin o imperialismo consistia
na expansão do capitalismo em seu maior estágio (a fase monopolista), não
constituindo apenas uma forma de expansão territorial do Estado-Nação. Ambos os
autores, assim como Rosa Luxemburgo, entendiam que a revolução socialista era a
única saída para o capitalismo e, portanto, para o imperialismo. Assim, à exceção de
Hobson, todos os autores prescreviam como única solução para os horrores do
imperialismo a saída revolucionária socialista. Esse tipo de leitura era frequente
porque, como ressaltou Callinicos (2009), essa literatura ocupou, sobretudo, autores
ativistas. A literatura sobre imperialismo é essencialmente não acadêmica. Isso era
visto como um problema para alguns, como Hilferding, que se indagava sobre a
exclusão destes autores das universidades, restando a eles o tempo de lazer para a
produção teórica sobre o fenômeno.
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 2 “Teorias Clássicas sobre o Imperialismo”; Tema 3 “O Imperialismo
acabou, o Capitalismo não”.
Questão 6/10 - Geografia política
“Assim como ocorre com o poder, o conceito de soberania é contestado, tal que diferentes
autores discordam a respeito de seus aspectos fundamentais, de acordo com os projetos
políticos com os quais se comprometem. Uma dessas divergências, por exemplo, está
atrelada ao seu caráter necessariamente popular ou não, ou seja, trata-se de questionar se
apenas “o povo”, seja lá como essa entidade for caracterizada, pode deter a titularidade da
soberania ou não. Respostas negativas e positivas a essa questão frequentemente são
associadas a diferentes atitudes em relação às instituições políticas estabelecidas,
respectivamente, sua defesa e consolidação ou sua contestação, reforma ou, até mesmo,
derrubada”.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Soberania).
Considerando o conteúdo discutido na disciplina “Geografia Política”, sobre o
conceito de soberania desenvolvido por Hobbes em O Leviatã, classifique as
afirmativas abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) I. Para Hobbes, a soberania é mais bem vista como uma articulação das pretensões de
grupos políticos que integram ou passaram, posteriormente, a integrar um Estado.
( ) II. O Leviatã é frequentemente interpretado como um trabalho de investigação intelectual,
sem qualquer relação com a prática política, que visava defender um projeto constitucional
específico.
( ) III. Soberania foi o artifício retórico que grupos políticos mobilizaram para reivindicar uma
autoridade cujo poder subjacente eles ainda não detinham, para uma vez conquistado,
apresentá-lo como justo, bom ou vantajoso.
( ) IV. Trata-se de um método de decisão política. Para Hobbes, a soberania é o instrumento
institucional para se chegar a decisões políticas. Segundo esse método, cada indivíduo
adquire o poder de decidir, ante uma concorrência, cujo objeto é o voto popular.
Selecionar a alternativa que dispõe a sequência correta:
Nota: 10.0
A V – V – V – F
Você assinalou essa alternativa (A)
Você acertou!
A sequência correta é: (V – V – V – F). De acordo com o livro base da disciplina,
“Desde os tempos de Hobbes, o conceito de soberania ocupa um lugar central na
teoria e na retórica política. Políticos e teóricos justapuseram o adjetivo popular para
dar apoio retórico a ações políticas que visavam à reforma ou à derrubada das
instituições políticas estabelecidas. Também o aplicaram às relações entre países, a
fim de dar similar suporte a ações que visavam retirá-los da esfera de influência política
de organizações que competiam localmente com o poder estatal, como a Igreja
Católica. Essas jogadas foram tão bem-sucedidas que, atualmente, parece natural que
o grupo que ocupa posições na organização política que chamamos de Estado exerça
poder e reivindique autoridade sobre um território contra todos os demais grupos
políticos que ali atuam. Em outras palavras, parece natural que a soberania seja um
elemento constitutivo do Estado e descreva sua realidade. Na verdade, a soberania é
mais bem vista como uma articulação das pretensões de grupos políticos que integram
ou passaram, posteriormente, a integrar um Estado. O Leviatã, uma fonte clássica para
discussões sobre soberania, é frequentemente interpretado como um trabalho de
investigação intelectual, sem qualquer relação com a prática política, quando se trata
de uma obra retórica, que visava defender um projeto constitucional específico. Longe
de excepcional, esse caráter retórico e politicamente engajado é a regra do uso do
conceito de soberania. Partidários do parlamento justapuseram-na ao adjetivo popular
para reivindicar a supremacia desse órgão sobre o rei na Inglaterra do século XVII, no
que foram seguidos por revolucionários nos atuais Estados Unidos, reivindicando seu
direito de se autogovernar, e na França, pleiteando a possibilidade de derrubar e
refazer do zero as instituições políticas estabelecidas. Já sua variante hobbesiana,
autoritária, foi mobilizada para criticar a lentidão e os impasses do processo decisório
parlamentar e defender a usurpação de competências constitucionais por chefes do
Executivo. Em todas essas instâncias, soberania foi o artifício retórico que grupos
políticos mobilizaram para reivindicar uma autoridade cujo poder subjacente eles ainda
não detinham e, para uma vez conquistado, apresentá-lo como justo, bom ou
vantajoso” (Adaptado).
A alternativa IV (Trata-se de um método de decisão política. Para Hobbes, a soberania
é o instrumento institucional para se chegar a decisões políticas. Segundo esse
método,cada indivíduo adquire o poder de decidir, ante uma concorrência cujo objeto é
o voto popular) é, portanto, falsa.
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Soberania)
B F – V – F – F
C V – F – V – V
D V – V – F – F
E F – F – V – V
Questão 7/10 - Geografia política
Leia o trecho a seguir:
“Todo contrato é uma transferência mútua, uma troca de direitos; e essa é a razão pela qual
aquele que apenas fornece a promessa deve, pelo fato de que ele já recebeu a vantagem
que motiva sua promessa, ser compreendido como se tivesse a intenção de que seu direito
passe a outrem: com efeito, se ele não tivesse consentido a que suas palavras fossem
compreendidas desse modo, o outro não teria se executado primeiro (HOBBES, 1988).”
Fonte: HOBBES, T. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil.
Coleção Os Pensadores. (1º volume). 4ª Edição, Nova Cultural, 1988.
Tendo como base a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Geografia
Política, assinale a alternativa que expõe, corretamente, a motivação do surgimento
dos Estados nacionais:
Nota: 10.0
A Surgiram em resposta aos governados, após a conquista de direitos sociais.
B Surgiram em resposta às demandas das corporações de ofício, da Igreja
Católica e as assembleias locais.
C Surgiram em resposta aos interesses da Igreja Católica que, para fortalecer o
seu poder, eliminou a possibilidade de outras organizações políticas.
D Surgiram em resposta às demandas da população que, empobrecida, almejava
a conquista de direitos sociais e políticos.
E Surgiram em resposta aos interesses dos governantes em eliminar as
organizações políticas que competiam consigo dentro do mesmo
território, como a nobreza, as corporações de ofício, a Igreja Católica e as
assembleias locais.
Você assinalou essa alternativa (E)
Você acertou!
Os Estados nacionais surgiram em resposta aos interesses dos governantes, não dos
governados. Era do interesse dos governantes eliminar as organizações políticas que
competiam consigo dentro do mesmo território, como a nobreza, as corporações de
ofício, a Igreja Católica e as assembleias locais.
Referência: SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA,
Glauco Peres da. Poder e território: uma abordagem a partir da Ciência Política.
Curitiba: Editora InterSaberes, 2021, Capítulo 2.
Questão 8/10 - Geografia política
Leia o texto a seguir:
“As rivalidades na região (Europa) levaram à realização, entre 1884-85, da Conferência de
Berlim, marco histórico do imperialismo contemporâneo. Sob o disfarce de objetivos
humanitários, a conferência reúne vários países europeus, com maior ou menor interesse
pelo continente africano, aos quais se unem o Império Turco e os Estados Unidos da
América. Nenhuma ação independente africana foi convidada a participar dos assuntos que
diziam respeito, diretamente, aos seus territórios. Invocando Deus no seu primeiro
parágrafo, o documento que resultou da Conferência pouco cuidou dos objetivos
humanitários iniciais, mas estabeleceu “regras” a serem observadas pelas potências
signatárias para apropriação “legal” dos territórios africanos. Esta passaria, em primeiro
lugar, pela ocupação efetiva do território e, logo após, pela comunicação às demais
potências e sua ratificação” (CHAGASTELLES, 2008, p. 119).
Fonte: CHAGASTELLES, Tânia Maria Seggiaro. As sociedades africanas e o colonialismo.
In: MACEDO, JR., org. Desvendando a história da África [online]. Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2008. Diversidades series, pp. 111-122. Disponível em:
http://books.scielo.org/id/yf4cf/pdf/macedo-9788538603832-09.pdf
Considerando o texto citado acima e tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina
de Geografia Política, analise as afirmações abaixo, que abordam as modificações nos
significados do termo imperialismo ao longo do tempo:
I. Durante o século XIX, o termo imperialismo não era, necessariamente, empregado como
sinônimo de um fenômeno negativo, uma vez que era compreendido como parte de um
processo ‘civilizatório’ – e necessário – das populações periféricas pelas nações europeias.
II. No início do século XX a compreensão sobre o imperialismo, paulatinamente, vai
incorporando elementos econômicos à análise do fenômeno, definindo-o como uma política
de expansão de mercados territoriais com vistas a obtenção de lucros.
III. As leituras marxistas do imperialismo acabaram por impedir a visualização do caráter
humanitário envolvido no fenômeno do imperialismo e nos altos custos de manutenção dos
instrumentos coloniais ou neocoloniais para os países centrais.
IV. Para as análises marxistas, o termo imperialismo está vinculado ao potencial de
expansão cultural e política da classe proletária no mundo, mesmo que isso envolva a
constituição de mecanismo formais de dominação de culturas não europeias.
Agora, assinale a alternativa que indica apenas as corretas:
Nota: 10.0
A Apenas as afirmativas I e VI estão corretas.
B Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.
C Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
D Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
E Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
Você assinalou essa alternativa (E)
Você acertou!
A alternativa correta é aquela que indica que apenas as afirmativas I e II estão
corretas. A afirmação I está correta, uma vez que, como se observou na aula 3, o
termo imperialismo, que é relativamente recente, nem sempre teve conotação
negativa. Primeiramente era utilizado para caracterizar políticas francesas adotadas
por Luís Napoleão, entre 1852 e 1870. E, pouco tempo depois, para descrever a
política externa de Benjamin Disraeli, que estabeleceu o governo e controle britânico
sobre Cabul, além da manutenção violenta da dominância política britânica sobre
Estados da África. Nesse último caso, inclusive, o termo era empregado tanto como
uma estratégia para evitar a secessão das colônias dos Estados independentes,
quanto para explicar a atitude expansionista sobre os países pobres, “não civilizados”,
da África, indo em direção ao Pacífico. A afirmação II está correta, uma vez que ao
passo que essas dúvidas
cresciam na opinião pública, floresciam também em fins do século XIX e início do
século XX, as interpretações teóricas e econômicas ligadas ao marxismo. A saliência
do débito imperialista despertou os ânimos no Quinto Congresso da Internacional
Comunista, em 1900. O debate dá origem ao livro seminal do economista inglês J.A.
Hobson em 1902. Em sua obra, o Imperialismo – Um estudo (1902), Hobson afirma
que o imperialismo é uma política de expansão de mercados territoriais com vistas a
obtenção de lucros. A afirmação III está incorreta porque as leituras marxistas
concentravam as suas análises na compreensão do imperialismo como um fenômeno
que envolve interesses econômicos e busca pela consolidação de poder de um Estado.
Por conseguinte, esse tipo de enquadramento aprofunda o debate por meio de um
olhar crítico e problematiza o discurso civilizador utilizado na legitimação de políticas
imperialistas. A afirmação IV está incorreta porque para as leituras marxistas, o termo
imperialista está vinculado ao processo de expansão do sistema capitalista e dos
interesses da classe burguesa. O imperialismo seria, na perspectiva de Hobson, um
misto de orgulho nacional (sobre “a grandeza do Império”) para a opinião pública, que
remontava o período colonialista, e o reflexo das necessidades de expansão de
mercados do sistema capitalista. Para Hobson o ímpeto das empreitadas imperialistas
era baseado nas pressões que capitalistas exerciam sobre governos para dar vazão ao
suposto excesso da produção.
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 1 “O Campo de Estudos sobre o Imperialismo”.
Questão 9/10 - Geografia política
Leia o texto a seguir:
“Os termos “colonialismo” e “imperialismo” foram cunhados na transição do século XIX para
o XX etornaram-se indispensáveis para o entendimento das diferentes dinâmicas de
expansão do capitalismo moderno no interior do sistema interestatal. Ao longo do século
XX, uma vasta literatura sobre imperialismo foi desenvolvida por diferentes correntes,
destacadamente no domínio do marxismo. Desde aí, as palavras império e imperialismo
foram negativadas tanto pela crítica teórica marxista, quanto pela luta concreta de
movimentos sociais e políticos, vinculando-as às formas de exploração, dominação e
violência econômica internacional” (BALLESTRIN, 2017, p. 505).
Fonte: BALLESTRIN, Luciana Maria de Aragão. Modernidade/Colonialidade sem
“Imperialidade”? O Elo Perdido do Giro Decolonial. DADOS – Revista de Ciências Sociais,
Rio de Janeiro, vol. 60, no 2, 2017, pp. 505 a 540. Disponível em:
http://repositorio.ufpel.edu.br:8080/bitstream/prefix/7378/1/Modernidade_Colonialidade_sem
_Imperialidade.pdf
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política,
assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a definição do termo
“imperialismo” elaborada por Rudolf Hilferding:
Nota: 10.0
A O imperialismo consiste na fase intermediária do capitalismo, na qual os
Estados ainda possuem a responsabilidade de usar o seu aparato militar para
garantir o progresso e o desenvolvimento da sua população.
B O imperialismo consiste na etapa social do capitalismo, na qual ocorre a
exportação dos valores e das normas sociais das sociedades desenvolvidas
para as populações periféricas e subdesenvolvidas.
C O imperialismo consiste na fase final do capitalismo, na qual há a
formação dos monopólios e a utilização do aparato do Estado, pelo
capital financeiro, para garantir a expansão de mercados.
Você assinalou essa alternativa (C)
Você acertou!
Hilferding acreditava que era preciso dar continuidade à obra teórica de K. Marx e
incluir em sua teoria o surgimento e a presença de monopólios no argumento. A
principal contribuição do autor, assim, foi a de caracterizar o imperialismo como a fase
final do estágio do desenvolvimento capitalista (Hilferding, 1910), distanciando-o do
seu predecessor, o colonialismo. A essa fase é comum a presença de monopólios,
segundo Hilferding, e seriam eles que viabilizariam a empreitada imperialista. Esses
monopólios seriam o resultado da junção do capital bancário e industrial, e seu objetivo
não é o livre-mercado, mas dominar mercados. O Estado, nessa explicação, deveria
ser forte para garantir o sucesso da expansão de mercados e o processo de
acumulação de capital. O capital financeiro teria a ânsia de conquistar novos mercados
internacionais para o interesse dos monopólios garantindo apoio militar, econômico,
e/ou ainda político, lançando mão de tarifas protecionistas e estratégias imperialistas.
Portanto, o capital financeiro, interessado na expansão de mercados, usaria o Estado
para tal.
Referência: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 2 “Teorias Marxistas Clássicas sobre o Imperialismo”.
D O imperialismo consiste na etapa inicial do capitalismo, na qual a elite
burguesa manipula as instituições do Estado para conquistar formalmente
novos territórios e mão de obra de escrava.
E O imperialismo consiste no período intermediário do capitalismo, no qual a
consolidação dos grandes monopólios impede o funcionamento do livre
mercado.
Questão 10/10 - Geografia política
Leia o texto abaixo:
“Governos democráticos são mais sensíveis aos interesses e preferências da população do
que governos autoritários, já que dependem dos votos populares para se manter no poder.
Se guerras geram morte, destruição e privação socioeconômica, elas tendem a ser
altamente impopulares, o que desincentiva governos democráticos a seguir esse curso de
ação. Nas palavras dos autores: "as pessoas tipicamente desejam a paz não apenas pela
ausência de mortes, mas pela oportunidade de viver vidas normais. A paz não é só comum;
ela é desejável" (ONEAL; RUSSETT, 2001, p. 81-82). Desse modo, governantes
democráticos autointeressados evitariam as guerras como forma de manter seu apoio
popular. Cabe ressaltar que essa premissa de Oneal e Russett, de resto compartilhada pelo
grosso da literatura no campo, de fato é mais compatível com a tese monádica do pacifismo
geral das democracias. Afinal, se o elemento causal é a repulsa popular pelos efeitos e
constrangimentos impostos por confrontações armadas, o regime político de um eventual
oponente em quase nada importa” (Mendes, 2012, p.82-83).
Fonte: Mendes, Flávio Pedroso. Clausewitz, o realismo estrutural e a paz democrática: uma
abordagem crítica. Contexto Internacional [online]. 2012, v. 34, n. 1, pp. 79-111. Disponível
em: <https://doi.org/10.1590/S0102-85292012000100003>.
Tendo como base os conteúdos discutidos na disciplina de Geografia Política,
assinale a alternativa que analisa, corretamente, a correlação entre paz e democracia:
Nota: 10.0
A A correlação entre democracia e paz acontece apenas nos países da Europa
Ocidental, uma vez que eles possuem democracias mais consolidadas.
B A correlação entre democracia e paz é tida como premissa pelas teorias
realistas das Relações Internacionais para explicar o sistema internacional.
C A correlação entre democracia e paz é espúria, uma vez que o capitalismo
é considerado como o verdadeiro responsável por diminuir as guerras
entre países democráticos.
Você assinalou essa alternativa (C)
Você acertou!
A ideia de que o liberalismo traz paz às nações não é nova. O argumento é que a
estrutura democrática restringiria países de endossarem guerras custosas, sobretudo
contra outras democracias, e incentivaria os políticos a optarem por saídas
diplomáticas e pacíficas (De Mesquita et al., 1999; Lake, 1992). Haveria, além disso,
um elemento normativo: nações perceberiam que (supostamente) têm valores
parecidos, e também teriam a percepção que julgam como preferidas algumas formas
de resolver conflitos e, ao adotar um governo liberal, se oporiam às guerras contra os
Estados (Owen, 1994). Contudo, Gartzke (2007) mostra que, na verdade, a correlação
entre democracia e paz é espúria, pois, na verdade, o capitalismo foi o responsável por
trazer fim às guerras entre países democráticos. Segundo o autor, o capitalismo, ao
tirar a ênfase econômica da terra e dos recursos minerais, reduz o uso da força entre
os Estados. Isso porque o poder viria da condição de avanços na produtividade, e não
mais da posse de matérias-primas (Gartzke; Rohner, 2011). Além disso, esse cenário
diminuiria o peso da ação do Estado na economia (McDonald, 2010).
Referências: Rota de Aprendizagem de Geografia Política. Aula 3 – Material para a
Impressão. Tema 5 “Democracia, Capitalismo e Paz”.
SILOTTO, Graziele; GELAPE, Lucas; CASTRO, Pedro Vicente de; SILVA, Glauco
Peres da. Poder e Território: uma abordagem a partir da Ciência Política. Curitiba:
Intersaberes. 2021, p. 132.
D A correlação entre democracia e paz é observada somente em casos nos
quais há a combinação entre democracia e valores cristãos, que condenam a
guerra.
E A correlação entre democracia e paz é uma unanimidade na literatura
especializada, uma vez que países democráticos possuem princípios de
atuação condizentes com os direitos humanos.
Questão 1/10 - Geografia política
“No imaginário político contemporâneo, território é o outro lado da moeda da soberania. Um
Estado soberano é aquele cujo poder é supremo e incontestável. Toda organização política
que exerce algum tipo de poder lhe é subordinada. No entanto, em um mundo divido em
Estados, cada uma dessas organizações políticas exerce seu próprio poder. Nenhuma
delas é suprema em relação às demais ou subordinada a outra. Como, então, esses
Estados podem ser soberanos? Eles estão soberanos porque seu poder é supremo dentro
do espaço geográfico sobre o qual reivindicam autoridade” (Adaptado).
Fonte: SILOTTO, G; GELAPE, L; [et al.]. Poder e território: uma abordagem a partir da
ciência política. Curitiba: InterSaberes, 2021 (Capítulo 1: Território).
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