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0 
 
COLÉGIO TABLEAU/CENTRO EDUCACIONAL ETIP 
TÉCNICO FARMÁCIA 
TURMA N MÓDULO ll 
 
 
 
 
PRISCILA DE SOUZA MATTOS 
TAISMARA ARAÚJO CARDOSO DANTAS 
VANILZA DA SILVA REIS 
VANDERSON DE SANTANA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
HEPATITE MEDICAMENTOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caraguatatuba 
2020 
1 
 
PRISCILA DE SOUZA MATTOS 
TAISMARA ARAÚJO CARDOSO DANTAS 
VANILZA DA SILVA REIS 
VANDERSON DE SANTANA CHAGAS 
 
 
 
 
 
 
 
HEPATITE MEDICAMENTOSA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso Técnico de 
Farmácia do Colégio Tableau Centro 
Educacional ETIP, como requisito 
para obtenção do título de Técnico em 
Farmácia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caraguatatuba 
2020 
2 
 
RESUMO 
Hepatite medicamentosa é causada por inflamação no fígado de forma aguda 
(lesão hepática aguda) ou crônica provocada por drogas, medicamentos, suplementos 
alimentares, fitoterápicos ou insumos vegetais (chás e ervas). 
A maioria dos casos são assintomáticos e descobertos em exames rotineiros. 
Mas podem se manifestar como hepatite aguda com náuseas, vômito, cansaço, falta 
de apetite, seguidos por vezes de icterícia (olhos e pele amarelados), urina escura 
com cor de coca-cola. A evolução para cura ocorre na maioria dos casos. Mais 
raramente podem evoluir com insuficiência hepática grave (quando o fígado para de 
funcionar de forma aguda) com necessidade de cuidados intensivos e avaliação para 
transplante de fígado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
OBJETIVOS 
Objetivo Geral: 
• Alertar o uso inadequado de medicamentos de fácil acesso. 
Objetivos específicos: 
• Analisar o fácil acesso de medicamentos MIPS. 
• Investigar a automedicação. 
• Conscientizar o uso abusivo de medicamentos fitoterápicos. 
 
 
JUSTIFICATIVA 
O presente projeto justifica-se devido ao aumento significativo no número de 
casos de Hepatite no Brasil. A pesquisa segue o problema de quais são as 
consequências do uso inadequado de medicamentos de fácil acesso. 
 
METODOLOGIA 
Trata-se de um estudo de revisão da literatura, a coleta de dados será realizada 
nas seguintes bases de dados: Google Acadêmico, Scielo e Portal Capes, será 
utilizado os seguintes descritores de palavras chaves: Hepatite, Hepatite 
Medicamentosa e Saúde. No período de tempo serão coletadas pesquisas entre os 
anos de 2000 a 2019. A partir da coleta destes dados, os artigos serão analisados e 
só então será realizada a leitura dos resumos e dos artigos na íntegra. 
A análise de dados será realizada a partir da introdução ao que é a Hepatite e 
em seguida seu aprofundamento no real objetivo, a Hepatite Medicamentosa, em 
artigos de revisão, meta-análise e estudos de caso, através de entrevistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
LISTA DE SIGLAS 
OMS – Organização Mundial da Saúde. 
SUS - Sistema Único de Saúde. 
FA - Fibrilação atrial. 
TGO - Transaminase glutâmico-oxalacética. 
TGP - Transaminase glutâmico-pirúvica. 
GGT – Gamaglutamiltranspeptidase. 
AINES - Anti-inflamatórios não esteroides. 
AAS - Ácido acetilsalicílico. 
COX-2 - Ciclo-oxigenase-2. 
PAF - Polineuropatia Amiloidótica Familiar. 
ATP - Trifosfato de adenosina. 
RNA - Ácido ribonucleico. 
NSAID - Anti-inflamatórios não esteroides. 
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
SUMÁRIO 
REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 6 
1. O que é a Hepatite .......................................................................................... 6 
1.1. O que é a Hepatite Medicamentosa ...................................................... 7 
2. Automedicação .............................................................................................. 11 
2.1. Classes Terapêuticas – AINES ........................................................... 12 
2.1.1. Nimesulida ..................................................................................... 13 
2.1.2. Ibuprofeno ..................................................................................... 14 
2.1.3. Diclofenaco .................................................................................... 15 
2.2. Classes Terapêuticas – ANTIBIOTICOS ............................................ 16 
2.2.1. Amoxicilina + Clavulanato de Potássio .......................................... 19 
2.2.2. Eritromicina .................................................................................... 20 
2.2.3. Ciprofluxacino ................................................................................ 21 
2.3. Classes Terapêuticas – FITOTERÁPICOS ......................................... 21 
2.3.1. Hypericum Performatium-induced ................................................. 23 
2.3.2. Kava Kava ..................................................................................... 23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 25 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
REVISÃO DE LITERATURA 
1. O que é a Hepatite 
As doenças hepáticas estão entre as enfermidades mais frequentemente 
observadas na prática clínica. São causas muito comuns de morbilidade e de 
mortalidade, e consequentemente, o conhecimento sobre estas patologias tem vindo 
a aumentar exponencialmente, com a ampliação do número de análises laboratoriais 
disponíveis para o seu diagnóstico e monitorização nas suas diferentes etiologias: 
viral, metabólica e imunológica. 
Hepatite é um termo genérico que significa inflamação do fígado. Pode ser 
causada por medicamentos, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas, álcool, 
substâncias tóxicas e vírus. As hepatites mais conhecidas são as virais, causadas por 
vírus hepatotrópicos designados por letras do alfabeto (A, B, C, D e E). A doença tem 
um amplo espectro clínico, que varia desde formas assintomáticas, anictéricas, 
ictéricas atípicas, até a insuficiência hepática aguda grave. (BRASIL.2009). 
Conforme estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 
aproximadamente dois bilhões de pessoas se infectaram em algum momento da vida 
com o vírus da hepatite, e muitos portadores são assintomáticos e, devido a este fato, 
o diagnóstico é tardio, favorecendo a ocorrência de complicações da doença. 
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e 
C. Milhões de pessoas são portadoras do vírus B ou C e não sabem. Elas correm o 
risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves 
ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e 
fazer os exames de rotina que detectam a hepatite. 
A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E 
apresentam apenas formas agudas de hepatite (não possuindo potencial para formas 
crônicas). Isso quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se 
recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as 
hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas 
agudas quanto crônicas de infecção - nesse último caso, quando a doença persiste 
no organismo por mais de seis meses. 
7 
 
As hepatites virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada 
ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Esse registro é 
importante para mapear os casos de hepatites no país e ajuda a traçar diretrizes para 
as políticas públicas no setor. 
A hepatite nada mais é do que uma inflamação do fígado. O SUS oferece 
tratamento para todos independentes do grau de lesão do fígado. As hepatites são 
doenças que nem sempre apresentam sintomas, mas, quando estes estão presentes 
podem ser: 
Sintomasmais comuns da hepatite A e B: 
• Dor ou desconforto abdominal 
• Dor muscular 
• Fadiga 
• Náusea e vômitos 
• Perda de apetite 
• Febre 
• Urina escura 
• Amarelamento da pele e olhos 
 
Sintomas mais comuns da hepatite C: 
• Dor ou inchaço abdominal 
• Fadiga 
• Náusea e vômitos. 
• Perda de apetite 
• Febre 
• Urina escura 
• Coceira 
• Amarelamento da pele e olhos 
• Sangramento no esôfago ou no estômago 
O diagnóstico e o tratamento precoces podem evitar a evolução da doença 
para cirrose ou câncer de fígado. Por isso, é tão importante fazer os exames. O 
diagnóstico pode ser feito por testes rápidos que dão o resultado em uma hora. 
Também existem exames feitos em laboratório. 
A hepatite C tem cura em mais de 90% dos casos quando o tratamento é 
seguido corretamente. As hepatites B e D têm tratamento e podem ser controladas, 
evitando a evolução para cirrose e câncer. 
8 
 
A hepatite A é uma doença aguda e o tratamento se baseia em dieta e 
repouso. Geralmente melhora em algumas semanas e a pessoa adquire imunidade, 
ou seja, não terá uma nova infecção. Todas as hepatites virais devem ser 
acompanhadas pelos profissionais de saúde, pois as infecções podem se agravar. 
1.1. O que é a hepatite medicamentosa 
Hepatite medicamentosa é causada por inflamação no fígado de forma aguda 
(lesão hepática aguda) ou crônica provocada por drogas, medicamentos, suplementos 
alimentares, fitoterápicos ou insumos vegetais (chás e ervas). O desenvolvimento da 
hepatite medicamentosa pode estar relacionado, em alguns casos, com o uso em 
excesso de alguns medicamentos ou com a sua toxicidade, o que faz com que o 
remédio atinja diretamente as células do fígado. Em outros casos, a hepatite 
medicamentosa pode acontecer devido à hipersensibilidade da pessoa a determinado 
medicamento. 
A hepatite medicamentosa não se pega pois ela não é contagiosa, sendo 
somente causada pelo uso de substâncias que prejudicam o funcionamento do fígado. 
Os antibióticos são os mais frequentes medicamentos que podem vir a causar uma 
hepatite medicamentosa, incluindo aqueles utilizados para o tratamento da 
tuberculose, seguidos pelos anticonvulsivantes e anti-inflamatórios. A maioria dos 
casos são assintomáticos e descobertos em exames rotineiros. Mas podem se 
manifestar como hepatite aguda com náuseas, vômito, cansaço, falta de apetite, 
seguidos por vezes de icterícia (olhos e pele amarelados), urina escura com cor de 
Coca-Cola. A evolução para cura ocorre na maioria dos casos. Mais raramente podem 
evoluir com insuficiência hepática grave (quando o fígado para de funcionar de forma 
aguda) com necessidade de cuidados intensivos e avaliação para transplante de 
fígado! Alguns casos podem progredir para hepatite crônica, e mesmo cirrose hepática 
(tipo de cicatrização no fígado levando a doença hepática terminal). 
Os principais mecanismos de injúria provocada por medicamentos são: reação 
intrínseca e reação idiossincrásica. Na primeira, a droga em uso lesa diretamente o 
hepatócito, sendo o início rápido. São exemplos deste grupo o etanol e o 
acetaminofen. Na reação idiossincrásica ocorre lesão dos hepatócitos através da ação 
de metabólitos da medicação em uso. Nesta forma também são verificadas reações 
imunológicas. O período entre o uso da medicação e o início das manifestações é 
9 
 
variável e longo. São exemplos deste grupo, o halotano, a isoniazida e a amiodarona, 
entre outros. 
As manifestações clínicas associadas à hepatite medicamentosa são variadas 
podendo haver, por exemplo, hepatite aguda, hepatite crônica, colestase e esteatose. 
Nas formas com lesão hepatocelular são identificados aspectos clínicos semelhantes 
aos verificados nas hepatites agudas virais, como anorexia, náuseas, mal-estar, dor 
abdominal e astenia. Da mesma forma que nas hepatites agudas virais, a avaliação 
da função hepática é de grande importância, podendo determinar o momento da 
indicação do transplante hepático. 
Nos casos com características de lesão colestática, induzidos muitas vezes por 
anabolizantes ou anticoncepcionais, verifica-se icterícia, algumas vezes intensa. A 
colestase pode se apresentar como colestase pura, hepato- canalicular ou colangio-
destrutiva. Na forma pura verifica-se elevação de enzimas de colestase (G-GT e FA) 
e pequenas oscilações nos níveis séricos de transaminases. Na forma hepato-
canalicular ocorre elevação significativa de G-GT, FA e transaminases. Na colangio-
destrutiva pode ocorrer colestase cronica e até cirrose biliar secundária. 
Dentre os fatores de risco estão: idade avançada; uso associado de álcool e 
várias medicações; existência de doenças hepáticas prévias; consumo de extrato de 
plantas e doses elevadas de medicamentos. 
Os sintomas da hepatite medicamentosa surgem de forma repentina, 
normalmente após o uso do medicamento, sendo os principais sintomas: 
• Febre baixa; 
• Cor amarelada na pele e na parte branca dos olhos; 
• Coceira pelo corpo; 
• Dor no lado direito do abdômen; 
• Náuseas; 
• Vômitos; 
• Mal-estar; 
• Urina escura como cor de Coca-Cola; 
• Fezes de cor clara como argila ou massa de vidraceiro. 
A hepatite medicamentosa pode ser identificada por meio da avaliação dos 
sintomas pelo médico, principalmente após a utilização de alguma medicação ou 
exposição a substâncias tóxicas, e resultado dos exames solicitados. 
10 
 
Quando há suspeita de hepatite medicamentosa, o médico normalmente 
solicita o hepatograma, que corresponde a um grupo de exames que são solicitados 
para avaliar o funcionamento do fígado, sendo os exames realizados TGO, TGP, 
GGT, albumina, bilirrubina, lactato desidrogenase e tempo de protrombina. Esses 
exames normalmente são solicitados juntos e fornecem informações importantes 
sobre a condição do fígado, estando alterados quando há alguma lesão, já que são 
marcadores muito sensíveis. O tratamento para a hepatite medicamentosa consiste 
na suspensão imediata do medicamento, ou a exposição a qualquer substância tóxica 
que pode ter causado a doença. Quase 90% dos casos evoluem com melhora 
espontânea. Os pacientes sintomáticos devem receber hidratação e tratamento para 
aliviar os sintomas, como coceira, alergia, náuseas ou vômitos. Quando esta medida 
não é o suficiente, o médico pode prescrever corticoides por um período de 
aproximadamente 2 meses ou até a normalização dos exames do fígado. 
Normalmente após 1 a 3 anos o paciente deve ser novamente examinado para avaliar 
como está seu fígado. Aqueles pacientes que evoluem com falência hepática (parada 
de funcionamento do fígado) devem ser encaminhados para unidade de terapia 
intensiva com suporte e avaliação para o transplante hepático. 
Durante o período de tratamento, o paciente deve seguir uma dieta consiste 
basicamente em beber bastante água e aumentar o consumo de alimentos naturais 
como legumes, verduras, frutas e cereais, diminuindo o consumo de alimentos ricos 
em gorduras e as bebidas alcoólicas. Este tipo de alimentação é importante para 
facilitar a desintoxicação do fígado, pois estes tipos de alimentos são mais facilmente 
digeridos e o fígado é menos requisitado. 
Como formas de prevenção da hepatite medicamentosa recomenda-se só 
tomar medicamentos receitados pelo médico e nunca exceder as doses 
recomendadas. Além disso, pessoas que trabalham em ambientes industriais e são 
diariamente expostos a produtos tóxicos, devem utilizar vestimentas adequadas 
e máscaras para evitar a inalação desses produtos, evitando a irritação do fígado e 
desenvolvimento da hepatite medicamentosa. 
 
 
 
11 
 
2. Automedicação 
Os medicamentos ocupam um papel importante nos sistemas sanitários, pois 
salvam vidas e melhoram a saúde (MARIN et al, 2003). A utilização de medicamentos 
é a forma mais comum de terapia em nossa sociedade, porém existem estudos 
demonstrando a existência de problemas de saúde cuja origem está relacionada ao 
uso de fármacos.Às pressões sociais as quais estão submetidos os prescritores, a 
estrutura do sistema de saúde e o marketing farmacêutico são habitualmente citados 
como fatores envolvidos nessa problemática (DALL AGNOL, 2004). 
O amplo uso de medicamentos sem orientação médica, quase sempre 
acompanhado do desconhecimento dos malefícios que pode causar, é apontado 
como uma das causas de estes constituírem o principal agente tóxico responsável 
pelas intoxicações humanas registradas no país (LESSA, et al., 2008). Dessa forma, 
o uso indiscriminado de medicamentos tornou-se uma das grandes dificuldades 
enfrentadas pela saúde no âmbito mundial. 
Um estudo sobre farmácia caseira observou que 97% das residências 
visitadas possuíam pelo menos um medicamento estocado, e o número de 
medicamentos estocados variou de 1 a 89 itens (média de 20 itens). Cerca 
de 55% dos medicamentos em estoque foram adquiridos sem prescrição 
médica. Do total, 25% estavam vencidos e destes, 24% continuavam sendo 
utilizados (FERNANDES, 2000). 
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 29% dos óbitos 
ocorridos no Brasil são provocados por intoxicação medicamentosa. Além disso, 15% 
a 20% dos orçamentos hospitalares são utilizados para tratar complicações causadas 
pelo mal-uso de medicamentos. Estes dados deixam claro que as ações realizadas 
até hoje em termos de prevenção e promoção do uso racional de medicamentos não 
foram suficientes. 
No âmbito da assistência farmacêutica, a educação em saúde, ainda é o maior 
instrumento para a promoção do uso racional dos medicamentos. Este é um processo 
que informa, motiva e ajuda a população a adotar e manter práticas e estilos de vida 
saudáveis. Inclui a educação da população visando instruir sobre a natureza das 
enfermidades, motivando-os a participarem ativamente do seu controle e cumprindo 
com as instruções repassadas pelos profissionais de saúde. Com a promoção do uso 
racional de medicamentos, pode-se contribuir para a diminuição dos números de 
12 
 
intoxicação e internações hospitalares, e consequentemente atuar mais em níveis de 
prevenção e promoção da saúde proporcionando melhor alocação dos recursos 
disponíveis. 
2.1. Classes Terapêuticas – AINES 
 
Os AINEs pertencem a duas grandes classes, os Inibidores não seletivos da 
COX e os Inibidores seletivos da COX-2. 
 
Os AINEs com ação predominante sobre a COX- 1 são: ácido acetilsalicílico (AAS), 
indometacina, ibuprofeno, fenoprofeno, cetoprofeno e piroxican. Esses medicamentos 
são comercializados há muitos anos e são os mais utilizados em adultos e crianças. 
 
Os coxibes (celecoxibe), valdecoxibe, rofecoxibe e etoricoxibe são inibidores potentes 
da COX-2. Até 2005, nenhum desses fármacos havia sido aprovado para uso em 
crianças, e os dados sobre sua toxicidade provêm de estudos realizados em adultos 
e experimentalmente. 
 
Classificação dos AINEs: 
 
1. Ácidos e ésteres salicílicos - AAS, diflunisal, benorilato. 
2. Ácidos acéticos - fenilacéticos: diclofenaco, alclofenaco, fenclofenaco. 
3. Ácidos carbo e heterocíclicos - etodolaco, indometacina, sulindac, tolmetin. 
4. Ácidos propiônicos - carprofen, flurbiprofen, cetoprofeno, oxaprozin, suprofeno, 
ibuprofeno, naproxeno, fenoprofeno. 
5. Ácidos fenâmicos - flufenâmico, mefenâmico, meclofenâmico. 
6. Oxicams - piroxicam, sudoxicam, isoxicam, tenoxicam, meloxicam. 
7. Compostos não acídicos - nabumetona. 
8. Coxibes - celecoxibe, rofecoxibe*, etoricoxibe, valdecoxibe, parecoxibe. 
 
Todos os AINEs possuem eficácia anti-inflamatória similar. O AAS é protótipo do 
grupo, por ser o mais antigo, menos oneroso e mais bem estudado, é utilizado como 
referência nos estudos dos demais compostos do grupo. 
13 
 
 
Sendo a eficácia similar, a escolha do AINE a ser indicado, deve basear-se em 
outros critérios como: 
• Toxicidade relativa; 
• Conveniência para o paciente; 
• Custo; 
• Experiência de emprego. 
 
Embora os efeitos adversos sejam qualitativamente iguais, há diferenças quantitativas 
de intensidade e prevalência dos mesmos. Assim, derivados da pirazolona 
(fenilbutazona) são demasiadamente tóxicos para serem usados como analgésicos 
ou em processos inflamatórios menores. Por outro lado, o Nimesulida parece ser 
particularmente útil em pacientes que têm intolerância ao AAS e a outros AINEs. A 
conveniência se refere ao número de administrações diárias que variam de 1 a 4, 
dependendo da meia-vida das substâncias, o que influencia a adesão do paciente ao 
tratamento. Nessa perspectiva, salienta-se o Piroxicam administrado a cada 24 horas. 
 
O custo diário com doses médias é bastante variável, devendo ser analisado antes da 
prescrição. No Brasil, a diferença de preço entre os AINEs pode ser de 10 vezes, com 
o AAS, Piroxicam e Ibuprofeno entre os de menor custo. 
2.1.1. Nimesulida 
A nimesulida é um anti-inflamatório e tem como denominação química (N-(4-
nitro-2-fenoxifenil) metanossulfonamida). De acordo com a denominação comum e 
internacional é identificado por nimesulida (MOREIRA, et al, 2009). 
Segundo a Farmacopeia Brasileira (2004), a nimesulida apresenta-se na forma 
de um pó amarelo pálido, cristalino, levemente untuoso ao tato, inodoro e não 
higroscópico. 
Seu peso molecular é 308,31 g. mol-1. Apresenta- se como um ácido fraco 
praticamente insolúvel em água, pouco solúvel em etanol e facilmente solúvel 
em acetona (RUELA, et al, 2009). 
A nimesulida apresenta ações analgésicas, anti-inflamatórias e antipiréticas, 
estando indicados no tratamento de estados febris, processos inflamatórios 
14 
 
relacionados com a liberação de prostaglandinas, notadamente osteoarticulares e 
musculoesqueléticas; e também como analgésico para cefaleias, mialgias, e no alívio 
da dor pós-operatória. Além da inibição seletiva da COX-2, a nimesulida neutraliza a 
formação de radicais livres de oxigênio produzidos durante o processo inflamatório. 
Efeitos adicionais incluem a diminuição na produção de citocinas, a redução na 
produção de enzimas de degradação e eventualmente a ativação de receptores 
glicocorticoides. Também foi relatada a inibição da liberação de histamina pelos 
mastócitos e basófilos e a produção do fator de ativação plaquetária (PAF) por 
neutrófilos (ARAÚJO, 2012). 
A eliminação da nimesulida é quase que exclusivamente através do 
metabolismo hepático, sendo metabolizada pelas enzimas do citocromo 
P450. Dessa forma, a insuficiência hepática modifica quase que 
completamente o perfil farmacocinético da nimesulida, aumentando 
significativamente as taxas de seu metabólito 4- hidroxinimesulida e sua 
meia-vida plasmática, reduzindo assim a sua eliminação (ARAÚJO, 2012). 
A hepatotoxidade, embora seja raramente relatada como efeito adverso aos 
AINES, pode se manifestar de forma severa, o que fez com que alguns fármacos 
dessa categoria fossem retirados do mercado, uma vez que é pouco previsível em 
modelos de estudo pré-clínicos e em experimentos clínicos padronizados, vários 
autores têm relatado casos clínicos em que a hepatotoxidade associada ao uso de 
nimesulida ocorreu em vários países, tornando discutível sua segurança nesse 
aspecto (ARAÚJO, 2012). 
Conforme ARAÚJO (2012) vários dos mecanismos pelos quais se 
desenvolve a toxicidade hepática por medicamentos já foram esclarecidos, entre 
eles destacam-se: a biotransformação de xenobióticos mediada por enzimas do 
citocromo P450(CYP); a depleção de ATP; a ligação a constituintes 
citoplasmáticos e nucleares; interferências no RNA. 
2.1.2. Ibuprofeno 
O ibuprofeno é um anti-inflamatório nonsteroidal (NSAID) que reduza níveis das 
hormonas que causam a dor, a inflamação, o inchamento e a febre. 
Este medicamento tem ação contra a inflamação (reação de defesa do 
organismo a uma agressão), dor e febre. Ibuprofeno é indicado no alívio dos sinais e 
sintomas de osteoartrite (lesão crônica das articulações ou “juntas”) e artrite 
15 
 
reumatoide (inflamação crônicadas "juntas” causada por reações autoimunes, 
quando o sistema de defesa do corpo agride por engano ele próprio), reumatismo 
articular (inflamação das “juntas”), nos traumas relacionados ao sistema 
musculoesquelético (como entorse do tornozelo e dor nas costas) e alívio da dor após 
procedimentos cirúrgicos em odontologia, ginecologia, ortopedia, traumatologia e 
otorrinolaringologia. 
Como o outro NSAIDs, o ibuprofeno é associado com um número de efeitos 
secundários. Overdosing na droga pode conduzir à toxicidade e aos efeitos 
prejudiciais sérios, embora o risco de complicações risco de vida ou de morte seja 
baixo. Os efeitos da overdose incluem os sintomas que variam na severidade, de 
nenhuns sintomas toda completamente naqueles que exigem cuidados intensivos. Os 
efeitos tóxicos não são considerados geralmente em doses de menos de 100 mg/kg 
mas podem ser severos quando as doses excedem 400 mg/kg. 
As elevações em testes de função do fígado são encontradas em até 15% dos 
pacientes. Os efeitos secundários hepáticas colestase, hepatite, icterícia e falha 
hepática foram relatados raramente. O ibuprofeno foi implicado igualmente nas 
crianças com síndrome colagoga de desaparecimento aguda e na hepatite aguda 
entre pacientes com hepatite crônica C. Paciente com infecção hepática exija testes 
de função regulares do fígado quando estão recebendo o ibuprofeno. 
A hepatite Ibuprofeno-induzida pode conduzir à fatalidade. 
2.1.3. Diclofenaco 
O diclofenaco pertence ao subgrupo dos AINES derivados do ácido 
fenilacético, utilizado principalmente na forma de sal sódicoou potássico. Pode ser 
administrado pelas vias oral, intramuscular, retal ou tópica. Quando ingerido por via 
oral, o diclofenaco está sujeito a metabolismo de primeira passagem com cerca de 
60% atingindo a circulação sistêmica na sua forma inalterada. Em concentrações 
terapêuticas, o diclofenaco apresenta ligação às proteínas plasmáticas de mais de 
99%. As concentrações plasmáticas máximas são atingidas cerca de 30 minutos após 
a administração. Sua meia-vida terminal no plasma é de cerca de 1-2 horas. No 
entanto, o diclofenaco é capaz de entrar no líquido sinovial, onde as concentrações 
podem persistir e continuar a exercer uma resposta terapêutica, mesmo quando 
16 
 
ocorre diminuição das concentrações plasmáticas. Do metabolismo do diclofenaco 
decorre: 
• Hidroxidiclofenaco 
• hidroxidiclofenaco, 
• hidroxidiclofenaco 
• dihidroxidiclofenaco. 
 A excreção ocorre principalmente na urina (60%), bem como, na bile (35%), 
sob a forma de glicuronídeo e conjugados de sulfato. Menos de 1% é excretado como 
diclofenaco inalterado. 
O diclofenaco é indicado para o tratamento de dor branda a moderada e 
inflamação no âmbito clínico e pós-operatório. Está disponível em formulações orais 
nas formas de sais de sódio, po- tássio ou sódio/misoprostol; formas tópicas 
atualmente disponí-veis incluem gel, adesivo transdérmico e solução. O diclofenaco é 
utilizado no tratamento de ampla gama de doenças e condições, incluindo distúrbios 
osteomusculares e articulares, distúrbios Peri articulares, distúrbios do tecido mole e 
condições dolorosas, como cólicas renais, gota aguda, dismenorreia, enxaqueca, 
febre e queratoses actínicas. A solução tópica ocular do diclofenaco na forma de 
solução oftálmica a 0,1% é utilizada na prevenção de miose intraoperatória durante 
extrações cirúrgicas de cataratas, na inflamação pós-operatória, dor nos defeitos 
epiteliais da córnea após cirurgia ou trauma, como também no tratamento sinto- 
mático da conjuntivite alérgica10,11. O diclofenaco é o AINE mais frequentemente 
prescrito em todo o mundo, classificado como o 8o medicamento mais comercializado 
no mundo, tendo sido utilizado por mais de um bilhão de pacientes desde a primeira 
aprovação pelas autoridades sanitárias. 
2.2. Classes Terapêuticas – ANTIBIÓTICOS 
Antibióticos são medicamentos utilizados especificamente para a eliminação de 
bactérias sem danificar as células de nosso corpo. Existem diversos tipos de 
antibióticos diferentes para que haja efeito em todo tipo de bactéria prejudicial ao nosso 
organismo. Eles são medicamentos que funcionam exclusivamente em bactérias e não 
são capazes de eliminar vírus e fungos. 
17 
 
O primeiro antibiótico descoberto foi a penicilina. Ela foi descoberta por acidente 
pelo médico microbiologista britânico Alexander Fleming. Ele fazia estudos em busca 
de um jeito de evitar infecções bacterianas. Tirou férias em agosto de 1928 e esqueceu 
de colocar algumas das placas de amostras bacterianas em refrigeração. No mês 
seguinte, ao voltar ao trabalho, encontrou a amostra contaminada por mofo. Quando 
ia descartar a amostra, um colega o visitou e perguntou sobre a pesquisa. 
Fleming usou as amostras que tinha para explicar o trabalho e percebeu que, 
em uma delas, havia um círculo transparente ao redor do mofo que contaminava as 
bactérias, indicando que ele produzia uma substância bactericida. Depois de coletar 
amostras do mofo e fazer mais testes, foi produzida a penicilina, o primeiro antibiótico, 
pela primeira vez. 
Tipos de antibióticos: 
Existem diversas variedades de antibióticos que são usados para diferentes tipos de 
infecção. Os antibióticos são separados de acordo com suas estruturas químicas e 
mecanismos de ação. As classificações são as seguintes: 
Aminoglicosídeos 
Usado para tratar infecções severas por bactérias gram-negativas como a Escherichia 
coli. Pode causar toxicidade do nervo vestibulococlear. Antibióticos aminoglicosídeos 
penetram na bactéria e inibem a síntese de proteínas dela, matando-a. Um dos 
representantes é a neomicina. 
Ansamicinas 
Este antibiótico foi desenvolvido para a redução de células tumorais. Apesar de 
antibióticos agirem em bactérias, este ataca tumores usando o mesmo mecanismo 
usado para eliminar os micróbios. Ainda está em fase experimental. Pode causar 
toxicidade do fígado, dos rins e do sistema gastrointestinal. Um dos representantes é 
a herminicina. 
Carbacefem 
Usado para infecções respiratórias e urinárias. Pode ser representado 
pela loracarbefe. 
Carbapenem 
Um antibiótico de amplo espectro, é usado tanto para bactérias gram-positivas quanto 
para gram-negativas. Ele previne a divisão celular da bactéria ao inibir a produção da 
parede celular. Um dos representantes é o meropeném. 
Cefalosporinas (primeira a quinta geração) 
18 
 
As cefalosporinas são divididas em diversas gerações. Cada uma possui algumas 
diferenças em relação à anterior, frequentemente em sua eficácia contra resistências. 
As cefalosporinas de terceira geração, por exemplo, são eficazes em bactérias gram-
positivas e gram-negativas e são frequentemente utilizadas em infecções hospitalares, 
que costumam ser resistentes a diversos antibióticos devido a seu lugar de reprodução. 
As de quarta geração possuem o mesmo efeito, mas são mais eficazes ainda contra 
bactérias gram-positivas e mais eficazes contra bactérias resistentes a terceira 
geração. As cefalosporinas podem ser representadas pela cefalexina, da primeira 
geração. 
Glicopeptídeos 
Utilizados em pacientes em estado grave e com hipersensibilidade a antibióticos 
betalactâmicos, como as penicilinas e as cefalosporinas. Um glicopeptídeo é 
a teicoplanina. 
Macrolídeos 
Usados contra infecções pela Doença de Lyme e sífilis. Alguns macrolídeos podem ser 
usados contra pneumonia. A azitromicina é um dos representantes. 
Monobactamas 
Usadas contra bactérias gram-negativas aeróbias, como enterobactérias. São inativas 
contra gram-positivos e bactérias anaeróbicas. O aztreonam representa uma 
monobactama. 
Penicilinas 
Penicilinas são usadas contra muitos tipos de infecções. Foram os primeiros 
antibióticos e possuem um amplo espectro de ação. A amoxicilina faz parte deste 
grupo. 
Antibióticos polipeptídicos 
Pode ser usado em casos de infecções oculares e urinárias. A colistina, que pertencea este grupo, é usada para combater infecções hospitalares pois, devido a seu pouco 
uso, poucas bactérias desenvolveram resistência a ela. 
Quinolonas 
Usados em infecções do trato urinário, diarreia bacteriana, prostatites causadas por 
bactérias e gonorreia, entre outros. Representado pelo ciprofloxacino. 
Sulfonamidas 
Este tipo de antibiótico é usado contra infecções urinárias e por salmonela. 
A sulfadimetoxina faz parte deste grupo. 
Tetraciclinas 
Infecções por de clamídia, sífilis e acne podem ser tratadas pelas tetraciclinas, entre 
outras. A tetraciclina faz parte deste grupo e é o antibiótico que dá seu nome. 
https://minutosaudavel.com.br/sifilis/
https://minutosaudavel.com.br/pneumonia/
https://minutosaudavel.com.br/diarreia/
https://minutosaudavel.com.br/gonorreia/
https://minutosaudavel.com.br/acne/
19 
 
Lincosamidas 
Usado para prevenir infecções após a realização de cirurgias e para o tratamento de 
acne. A lincomicina faz parte deste grupo. 
Diversos antibióticos 
Cada uma dessas classes possui diversos antibióticos diferentes. Eles agem de 
maneira parecida dentro de sua própria classe, mas cada classe age de maneira 
diferente da outra. Algumas são mais agressivas e causam efeitos colaterais diferentes 
ou são, até mesmo, capazes de causar danos no corpo. Existem ainda os antibióticos 
que não se encaixam em nenhuma destas classificações, como é o caso do etambutol, 
um antibiótico utilizado para o tratamento de tuberculose e que age através da inibição 
da formação da parede celular das bactérias. 
Os antibióticos mais utilizados são os seguintes: 
• Ciprofloxacino; 
• Amoxicilina; 
• Ampicilina; 
• Azitromicina; 
• Cefalexina; 
• Tetraciclina 
 
2.2.1. Amoxicilina + Clavulanato de Potássio 
Amoxicilina + clavulanato de potássio é um antibiótico de amplo espectro que 
possui a propriedade de atuar contra microrganismos gram-positivos e gram-
negativos, produtores ou não de betalactamases. A amoxicilina é uma penicilina 
semissintética com amplo espectro de ação e deriva do núcleo básico da penicilina, o 
ácido 6-aminopenicilânico. O ácido clavulânico é uma substância produzida pela 
fermentação do Streptomyces clavuligerus, que possui a propriedade especial de 
inativar de modo irreversível as enzimas betalactamases, permitindo, dessa forma, 
que os microrganismos se tornem sensíveis à rápida ação bactericida da amoxicilina. 
Ambos os sais possuem propriedades farmacocinéticas muito equivalentes: os níveis 
máximos ocorrem 1 hora após a administração oral, têm baixa ligação proteica e 
podem ser administrados com as refeições porque permanecem estáveis na presença 
do ácido clorídrico do suco gástrico. Este medicamento contém como princípios ativos 
a amoxicilina, quimicamente D-(-)-alfa-amino-phidroxibenzilpenicilina, e o clavulanato 
de potássio, sal potássico do ácido clavulânico. 
Das reações um tanto raras da amoxicilina+clavulanato de potássio, está a 
hepatite: 
https://minutosaudavel.com.br/tuberculose/
https://consultaremedios.com.br/azitromicina/pa
https://consultaremedios.com.br/cefalexina/pa
20 
 
Hepatite e icterícia colestática (eventos notados com outros penicilânicos e 
cefalosporínicos); os eventos hepáticos reportados ocorreram predominantemente em 
homens e idosos e podem estar associados a tratamento prolongado. Em geral, os 
sinais e sintomas (normalmente reversíveis) ocorrem durante ou logo depois do 
tratamento, mas em alguns casos podem não ser aparentes até várias semanas após 
o término do tratamento. As reações hepáticas podem ser graves, mas os relatos de 
morte são extremamente raros. Os óbitos ocorreram quase sempre em pacientes com 
doença subjacente grave ou que faziam uso de outros medicamentos cujo potencial 
de efeitos hepáticos indesejáveis era conhecido. 
2.2.2. Eritromicina 
A eritromicina é um antimicrobiano da classe dos macrolídeos. Seu espectro 
de ação é muito semelhante ao da penicilina, sendo uma alternativa segura e eficaz 
em pacientes sensíveis à penicilina. A eritromicina é eficaz contra bactérias gram-
positivas e espiroquetas, mas não contra a maioria dos organismos gram-negativos, 
exceto pela N. gonorrhoeae e, em menor grau, o H. influenzae. O Mycoplasma 
pneumoniae, a Legionella e alguns microrganismos do tipo clamídia também são 
susceptíveis. 
A dose oral habitual para adultos é o equivalente a eritromicina 1 a 2 g 
diariamente em 2 a 4 doses divididas; para grave infecções esta pode ser aumentada 
para até 4 g por dia em doses divididas. Doses diárias superiores a 1 g devem ser 
administrado em mais de 2 doses divididas. Para a prevenção de infecções 
estreptocócicas em pacientes com evidência de febre reumática ou doença cardíaca, 
que são incapazes de tomar penicilina ou sulfonamidas, uma dose de 250 mg duas 
vezes ao dia pode ser administrada. Em doentes que não conseguem tomar 
eritromicina por via oral e naqueles que estão gravemente doentes, nos quais é 
necessário para atingir uma concentração sanguínea alta imediata, eritromicina pode 
ser administrada por via intravenosa como o lactobionato, em doses equivalentes às 
administradas por via oral. 
O uso da eritromicina está contraindicado para pacientes com 
hipersensibilidade à eritromicina e para hepatopatas. Este macrolídeo, especialmente 
na forma de estolato de eritromicina, tem potencial de ocasionar doença colestática e 
21 
 
necrose de hepatócitos. Muitas vezes necessita exploração cirúrgica, apresentando 
bom prognóstico. 
2.2.3. Ciprofluxacino 
Das características farmatológicas, o ciprofloxacino é um agente antibacteriano 
quinolônico sintético, de amplo espectro (código ATC: J01MA02). 
O ciprofloxacino, pertence ao grupo das quinolonas. As quinolonas bloqueiam 
a girase, uma enzima bacteriana, que tem um papel vital no metabolismo e na 
reprodução bacteriana, matando os germes causadores da doença. É indicado no 
tratamento de infecções complicadas e não complicadas causadas por 
microrganismos sensíveis ao ciprofloxacino, como as de trato respiratório, ouvido, 
olhos, rins e/ou trato urinário, pele, infecções generalizadas, entre outras. 
Os resultados das experiências clínicas realizadas e documentadas 
demonstraram que os microrganismos causadores das infecções foram erradicados 
em 81,9% dos casos. Clinicamente, quase 94,2% dos pacientes apresentaram 
melhora acentuada ou recuperação completa. 
Segundo a empresa farmacêutica SANDOZ (2003), o ciprofloxacino tem 
atividade in vitro contra uma ampla gama de microrganismos gram-negativos e gram-
positivos. A ação bactericida do ciprofloxacino resulta da inibição da topoisomerase 
bacteriana do tipo II (DNA girase) e topoisomerase IV, necessárias para a replicação, 
transcrição, reparo e recombinação do DNA bacteriano. 
O ciprofluxacino pode acarretar distúrbios hepatobiliares, como o aumento das 
transaminases e aumento da bilirrubina, disfunção hepática, icterícia e hepatite (não 
infecciosa) ou até mesmo uma necrose hepática (muito raramente progredindo para 
insuficiência hepática com risco para a vida). 
2.3. Classes Terapéuticas – FITOTERÁPICOS 
Os medicamentos fitoterápicos são definidos pela ANVISA (Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária) como aqueles que são obtidos a partir de derivados vegetais 
e que os riscos, os mecanismos de ação e onde agem no nosso corpo são conhecidos. 
Esses medicamentos são feitos exclusivamente de matéria-prima vegetal. É 
importante destacar que não é considerado um fitoterápico aquele medicamento que 
contém substâncias ativas isoladas, bem como sua associação com extratos vegetais. 
22 
 
Todo fitoterápico deve ter sua ação comprovada através de estudos 
farmacológicos e toxicológicos. Além disso, deve-se fazer um levantamento dos 
artigos publicados, bem como do conhecimento tradicional sobre determinada espécie 
vegetal. Só após confirmadas sua ação e qualidade, ele é registrado. 
A utilização de produtos naturais com propriedadesterapêuticas é tão 
antiga quanto à civilização humana e, ao longo do tempo, os produtos de 
origem mineral, animal e vegetal foram as principais fontes do arsenal 
terapêutico. Nos últimos anos, tem crescido o interesse nas terapias 
alternativas e no uso terapêutico de produtos naturais, principalmente 
aqueles derivados de plantas (Cragg & Newman, 2013; Tabassum, et al. 
2014; Lall & Kishore, 2014). 
Eles diferenciam-se das plantas medicinais em alguns pontos. Primeiramente, 
devemos saber que plantas medicinais são aquelas usadas tradicionalmente e que 
possuem capacidade de aliviar sintomas ou até curar algumas patologias. 
Normalmente, a população faz uso desse tipo de planta através de chás, infusões, 
macerados, sucos, entre outras formas. 
Ao utilizar a planta medicinal de maneira industrial para obtenção de um 
medicamento, surge um fitoterápico. O processo de industrialização é importante 
porque evita contaminações, além de dosar de maneira correta a quantidade que uma 
pessoa pode consumir. Esse último ponto é essencial para evitar intoxicações com 
esses produtos, fato que constantemente acontece com plantas medicinais. 
É comum que as pessoas pensem que, por ser um produto natural, ele não 
causa problemas à saúde. Entretanto, sabe-se que os fitoterápicos, assim como 
qualquer outro medicamento, podem ocasionar problemas que desencadeiem até 
mesmo a morte se não forem usados corretamente e em doses certas. 
Os medicamentos fitoterápicos possuem seus benefícios comprovados pela 
Organização Mundial de Saúde e, como qualquer medicamento, só devem ser usados 
com recomendação médica. Lembre-se também de que o médico deve ser informado 
sobre a utilização de qualquer um desses produtos, inclusive do uso de plantas 
medicinais. Isso é válido principalmente para pessoas que realizarão procedimentos 
cirúrgicos. 
Ao utilizar um medicamento fitoterápico, lembre-se de olhar as datas de 
validade, bem como as orientações de uso. É importante informar o médico da 
ocorrência de qualquer sintoma desagradável. Além disso, deve-se verificar se o 
23 
 
medicamento possui registro na ANVISA. Para isso, acesse o site da Agência e realize 
a consulta. Caso ele não tenha registro, comunique a Vigilância Sanitária. 
2.3.1. Hypericum Performatium-Induced 
É uma planta herbácea perene, distribuída pela Europa, Ásia, norte da África e 
nos Estados Unidos (Peng et al., 2005). É comumente conhecida como hipérico, 
orelha-de-gato, alecrim-bravo, arruda-de-São-Paulo, arruda-do-campo, milfurada, 
Erva de São João e St. John`s Wort (Bufalo, 2007). Na maioria das preparações 
farmacêuticas são utilizadas as partes aéreas da planta (Bufalo, 2007). 
O gênero Hypericum Linn. pertence à família Hypericaceae, compreendendo 
mais de 450 espécies, sendo Hypericum perforatum a mais representativa 
(Vattikuti & Ciddi, 2005; Coleta, 2008). 
A composição química de HP atrai a atenção de muitos cientistas, devido a sua 
grande variedade de metabólitos secundários diferentes. HP contém ao menos dez 
classes de compostos biologicamente ativos, dentre eles 
antraquinonas/naftodiantronas, derivados de floroglucinol, flavonoides, biflavonas, 
xantonas, óleos voláteis, aminoácidos, vitamina C, cumarinas, taninos e carotenoides. 
A concentração e proporção dos diferentes constituintes na planta estão intimamente 
relacionadas às condições ambientais e período da colheita, ao processo de secagem 
e condições de armazenamento. Considerando os dois extratos, orgânico e aquoso, 
aproximadamente 20% dos compostos presentes em cada extrato apresentam efeitos 
biológicos (Greeson et al., 2001; Hussain et al., 2009). 
Os flavonoides representam 2 a 4% do extrato do HP, sendo que os de maior 
importância são os derivados glicosilados da quercetina, como hiperosídeo, rutina, 
quercitrina e isoquercetrina. Os glicosídeos com agliconas como o canferol e 
miricetina também são encontrados (Patočka, 2003; Nör, 2006). 
Indicado no tratamento dos estados depressivos leves a moderados. Os 
comprimidos revestidos devem ser ingeridos inteiros e sem mastigar com quantidade 
suficiente de água para que sejam deglutidos. 
2.3.2. Kava Kava 
Esse medicamento é constituído por um extrato padronizado do rizoma de P. 
methysticum rico em substâncias lipossolúveis denominadas kavalac- tonas (kavaína, 
diidrokavaína, yangonina, desmetoxiangonina), também conhecidas como 
24 
 
kavapironas, as quais apresentam uma variedade de efeitos no Sistema Nervoso 
Central (SNC) com ação nos estágios leves a moderados de ansiedade e insônia. 
O extrato de P. methysticum possui ação sobre o núcleo amigdaliano le- vando 
a uma diminuição da atividade do sistema límbico, o que determina uma ação 
ansiolítica. Adicionalmente, exerce efeitos presumíveis sobre a formação reticular. A 
diminuição da ansiedade, da tensão e da agitação aumenta a tolerância 
ao estresse mental e leva a uma maior estabilidade emocional. 
Kava Kava Herbarium é destinada ao tratamento sintomático de estágios leves 
a moderados de ansiedade e insônia em curto prazo (1 a 8 semanas de tratamento). 
Possui substâncias chamadas kavalactonas que alteram alguns mecanismos 
cerebrais auxiliando no alívio da ansiedade e insônia. O início de ação deste 
medicamento se dá uma hora após sua administração. Os efeitos do produto são 
notados após um período breve, sendo intensificados durante as semanas 
subsequentes. 
Uma superdosagem pode ocasionar desordens do movimento como falta de 
coordenação, desequilíbrio, acompanhada de distúrbios da atenção, cansaço, 
sonolência, perda do apetite, diarreia, coloração amarelada da pele. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia (2011), vários relatos de 
hepatite aguda têm sido apresentados em função da automedicação com Kava-Kava, 
alguns com evolução grave para transplante hepático e mesmo para a morte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://minutosaudavel.com.br/estresse/
https://minutosaudavel.com.br/ansiedade/
https://minutosaudavel.com.br/insonia-o-que-e-causas-tratamento-remedios-e-o-que-fazer/
https://minutosaudavel.com.br/diarreia/
25 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Hepatite é uma inflamação que acomete o fígado provocada por vírus, 
substâncias tóxicas e álcool. O tipo menos conhecido e pouco discutido pela 
população é a hepatite tóxica ou medicamentosa que atinge as células do fígado de 
forma aguda ou crônica, provocada por drogas, medicamentos suplementos 
alimentares, fitoterápicos e insumos vegetais (chás e ervas). 
O consumo em excesso e as interações que acontecem entre outras 
substâncias, que na maioria das vezes é desconhecido pelo médico, pois o paciente 
faz uso de outros fármacos por conta própria (automedicação), tem contribuído para 
o aumento desta patologia. Por meio de farmácias e drogarias particulares a 
população tem encontrado nos medicamentos livres de prescrições uma fonte de 
acesso fácil para um problema de saúde pública que precisa ser efetivamente 
encerrado. 
Para nós alunos do curso de farmácia, este trabalho permitiu a ampliação dos 
conhecimentos e os riscos que implicam a automedicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
REFERÊNCIAS 
ALVES, A. C. S. Aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e terapêuticos 
do Hypericum perforatum L. Revista brasileiras de Plantas medicinais. Vol 16. 2014. 
BEZERRA, Clarisse. Hepatite Medicamentosa: o que é, causas, sintomas e 
tratamento. Revista Tua Saúde. Nov. 2019. 
 
DELGADO, Cláudia. Hepatite Tóxica Medicamentosa. Medicina Interna, vol 6, 2000. 
 
MOREIRA, Maria Margarida Miranda. Efeitos hepatotóxicos e nefrotóxicos dos 
antibacterianos. Universidade Fernando Pessoa. Porto, 2012. 
 
OLIVEIRA, Anabela. Hepatite aguda medicamentosa tratada com 
corticoesteróides – caso clínico. Serviço de Medicina II do Hospital Infante D. 
Pedro, Aveiro. 2005. 
 
UNIVALLE, Universidade da Região de Joenville. Professores e Alunos. RISCOS DA 
AUTOMEDICAÇÃO: TRATANDO O PROBLEMACOM CONHECIMENTO. 2017. 
 
HEPATOLOGIA, Sociedade Brasileira de. Tóxidades hepáticas de chás, ervas e 
fitoterápicos. Programa de Educação médica continuada. 2011. 
 
https://br.fagron.com/sites/default/files/eritromicina_mt_out-18.pdf 
 
https://infinitypharma.com.br/uploads/insumos/pdf/e/eritromicna-estolato.pdf 
 
https://consultaremedios.com.br/hypericum-perforatum/bula 
 
http://tudosobrefigado.com.br/wp-
content/uploads/2018/05/cartilha_hepatite_medicamentosa.pdf 
 
 
 
https://br.fagron.com/sites/default/files/eritromicina_mt_out-18.pdf
https://infinitypharma.com.br/uploads/insumos/pdf/e/eritromicna-estolato.pdf
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http://tudosobrefigado.com.br/wp-content/uploads/2018/05/cartilha_hepatite_medicamentosa.pdf
http://tudosobrefigado.com.br/wp-content/uploads/2018/05/cartilha_hepatite_medicamentosa.pdf

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