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https://icons8.com Atenção Farmacêutica Giovanna Rêgo Prescrição Farmacêutica de Medicamentos A prescrição farmacêutica é regulamentada pela Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013. Ementa: Regula a prescrição farmacêutica e dá outras providências O farmacêutico seleciona e documenta terapias farmacológicas e não farmacológicas ou outras intervenções relativas ao cuidado à saúde do paciente. Visa promover, proteger e recuperar a saúde e a prevenção de doenças e outros problemas de saúde. A prescrição deve ser registrada sendo que uma via fica na farmácia e outra via fica com o paciente. As atribuições clínicas do farmacêutico são regulamentadas pela Resolução nº 585 de agosto de 2013. Ementa: Regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e dá outras providências. O farmacêutico generalista pode somente prescrever MIPs. O farmacêutico clínico com especialização (pós-graduação) pode prescrever MIPs, tarjados a partir de diagnóstico médico, mudar a dosagem, trocar medicamentos, etc. Anamnese farmacêutica: coleta de dados do paciente por meio de entrevista não podendo tocar o paciente para examinar, exceto o que está previsto na RDC 44/2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. A anamnese farmacêutica elabora a história de saúde, o perfil farmacoterapêutico e identifica suas necessidades relacionadas à saúde. (Art. 69) A aferição de parâmetros fisiológicos apenas deve ter a finalidade de fornecer subsídios para a atenção farmacêutica e o monitoramento da terapia medicamentosa, não possuindo em hipótese alguma o objetivo de diagnóstico. Parâmetros fisiológicos permitidos: - Pressão arterial - Temperatura corporal Parâmetro bioquímico permitido: - Glicemia capilar De acordo com a Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013, o farmacêutico pode prescrever os seguintes produtos com finalidades terapêuticas, desde que a dispensação não exija prescrição médica: Giovanna Rêgo https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20586_13%20-%20texto%20final(1).pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/585.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/rdc0044_17_08_2009.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/rdc0044_17_08_2009.pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20586_13%20-%20texto%20final(1).pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20586_13%20-%20texto%20final(1).pdf https://icons8.com - Medicamentos industrializados e preparações magistrais (alopáticos ou dinamizados); - Plantas medicinais; - Drogas vegetais; - Outras categorias ou relações de medicamentos que venham a ser aprovados pela ANVISA para prescrição farmacêutica. A RDC nº 98, de 1º de agosto de 2016 regulamenta os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) “Art. 3º Para um medicamento ser enquadrado como isento de prescrição, é necessário que comprove os critérios estabelecidos a seguir: III - Indicação para o tratamento, prevenção ou alívio de sinais e sintomas de doenças não graves e com evolução inexistente ou muito lenta, sendo que os sinais e sintomas devem ser facilmente detectáveis pelo paciente, seu cuidador ou pelo farmacêutico, sem necessidade de monitoramento laboratorial ou consulta com prescritor;” A Instrução Normativa IN n° 86 de 12 de março de 2021 define a lista de MIPs. Ela utiliza o código ATC, que é um código internacional sendo que: A = anatômica T = terapêutica C = química Exemplo: A10BA02 = metformina, sendo que: Código Classificação ATC Nível A Trato alimentar e metabolismo 1º nível: órgão ou sistêma orgânico em que atuam (anatômicas) A10 Medicamentos usados no diabetes 2º nível: subgrupo terapêutico A10B Medicamentos para baixar a glicose no sangue, excl. insulinas 3º nível: subgrupo farmacológico A10BA Biguanidas 4º nível: subgrupo químico A10BA0 2 metformina 5º nível: substância química Este tipo de código é como se fosse um CID, porém para medicamentos. 1- O grupo principal é representado por UMA LETRA e corresponde ao grupo anatômico 2- O primeiro subgrupo é representado por DOIS NÚMEROS e corresponde ao grupo terapêutico 3- O segundo subgrupo é representado por UMA LETRA e corresponde ao grupo farmacológico 4- O terceiro subgrupo é representado por UMA LETRA e corresponde ao grupo químico 5- O quarto subgrupo é representado por DOIS NÚMEROS e corresponde à substância química Os grupos principais da classificação ATC são: A Aparelho digestivo e metabolismo B Sangue e órgãos hematopoiéticos C Aparelho cardiovascular D Medicamentos dermatológicos G Aparelho genito-urinario e hormonios sexuais H Preparações hormonais sistêmicas, excluindo hormônios sexuais e insulinas J Anti-infecciosos gerais para uso sistêmico L Agentes antineoplásicos e imunomoduladores M Sistema musculo-esquelético N Sistema nervoso P Produtos antiparasitários, inseticidas e repelentes Q Uso veterinário R Aparelho respiratório Giovanna Rêgo https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/23376708/do1-2016-08-03-resolucao-rdc-n-98-de-1-de-agosto-de-2016-23376586 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-in-n-86-de-12-de-marco-de-2021-309013946 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-in-n-86-de-12-de-marco-de-2021-309013946 https://www.whocc.no/atc_ddd_index/ https://icons8.com S Órgãos dos sentidos V Vários O mesmo princípio ativo pode ser MIP e tarjado, o que vai definir isso é a dose. Na tabela de MIPs da IN n° 86 de 12 de março de 2021 encontra-se a dose máxima que é considerada um MIP. O farmacêutico nunca pode dar o primeiro diagnóstico, tendo que sempre encaminhar para atendimento médico caso necessário. As propedêuticas são técnicas de anamnese, porém para farmacêutico são muito limitadas. Exemplo: A “inflamação da garganta” está prevista nos MIPs: - R02A: preparações para a garganta - R06A: anti-histamínicos para uso sistêmico Porém é necessário atenção, pois 30% das faringoamigdalites são causadas por estreptococos, que demanda antibióticos. Em crianças, se não tratada de forma correta, a faringoamidalite estreptocócica pode levar a febre reumática, porém isso não é responsabilidade do farmacêutico. A Resolução nº 586 no Art. 6º prevê que o farmacêutico pode prescrever medicamentos cuja dispensação exija prescrição médica, desde que condicionado à existência de diagnóstico prévio e apenas se estiver previsto em programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprovados para uso no âmbito de instituições de saúde ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde. Para isto o parágrafo 1º exige para este exercício da profissão o farmacêutico tenha reconhecimento de título de especialista ou de especialista profissional na área clínica com comprovação da formação que inclua conhecimentos e habilidades em boas práticas de prescrição, fisiopatologia, semiologia, comunicação interpessoal, farmacologia clínica e terapêutica. Quanto a Resolução 596/2014, que corresponde ao Código de Ética do profissional farmacêutico, no Art. 14 proíbe: IV - praticar ato profissional que cause dano material, físico, moral ou psicológico, que possa ser caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência. No Art. 4º da Resolução nº 586 diz que o ato de prescrição farmacêutica pode ocorrer em: - Diferentes estabelecimentos farmacêuticos - Consultórios - Serviços e níveis de atenção à saúde Desde que respeitado o princípio da confidencialidade e a privacidade do paciente no atendimento. Logo, a partir disto conclui-se que o farmacêutico não pode prescrever no balcão de uma farmácia, tendo que ter uma salaou espaço privado para que este ato ocorra. Também na Resolução nº 586 está regulamentado que Giovanna Rêgo https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-in-n-86-de-12-de-marco-de-2021-309013946 https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20586_13%20-%20texto%20final(1).pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/596.pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20586_13%20-%20texto%20final(1).pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%C3%A7%C3%A3o%20586_13%20-%20texto%20final(1).pdf https://icons8.com Art. 9º A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por extenso, de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais, sem emendas ou rasuras, devendo conter os seguintes componentes mínimos: I- identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde ao qual o farmacêutico está vinculado; II- nome completo e contato do paciente; III- descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as seguintes informações: a) nome do medicamento ou formulação, concentração/dinamização, forma farmacêutica e via de administração; b) dose, frequência de administração do medicamento e duração do tratamento; c) instruções adicionais, quando necessário. IV- descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado do paciente, quando houver; V- nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no Conselho Regional de Farmácia; VI- local e data da prescrição. Comforme a RDC 44/2009 (Art. 61), farmácias e drogarias podem prestar serviços farmacêuticos além da dispensação, tendo que estar regularizados no licenciamento de cada estabelecimento sendo VEDADO utilizar qualquer dependência da farmácia ou drogaria como consultório. Os medicamentos homeopáticos são regulamentados pela Lei nº 5991/1973 e apenas as doses máximas são dependentes de receita médica, logo a anamnese homeopática pode ser feita pelo farmacêutico para a prescrição, além de ser fortemente caracterizada pela entrevista. A prescrição de medicamentos dinamizados e terapias relacionadas às práticas integrativas e complementares, deverá estar fundamentado em conhecimentos e habilidades relacionados a estas práticas. Cuidado farmacêutico na farmácia comunitária A “farmácia comunitária” consiste em um novo termo que remete às farmácias que prestam serviços à comunidade e não pertencem ao sistema de saúde ou unidades hospitalares, por exemplo. Sendo elas farmácias com ou sem manipulação. O farmacêutico da farmácia comunitária tem como atribuição: - Revisão das prescrições médicas e odontológicas - Orientação na dispensação - Prescrição de MIPs e terapêuticas não medicamentosas - Gestão da farmácia (da qualidade, dos insumos e de pessoas) A Lei º13.021, de 8 de agosto de 2014 dispõe sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas. O Art. 2º define ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA: “Conjunto de ações e de serviços que visem a assegurar a assistência terapêutica integral e a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenhem atividades farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao seu acesso e ao seu uso racional.” Já o Art. 3º define que “Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual Giovanna Rêgo https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/rdc0044_17_08_2009.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5991.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm https://icons8.com e coletiva, na qual se processe a manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, produtos farmacêuticos e correlatos.” A Instrução Normativa IN nº 9, de 17 de agosto de 2009 dispõe sobre a relação de produtos permitidos para dispensação e comercialização em farmácias e drogarias. Sendo elas (Art. 3º): - Medicamentos - Plantas medicinais - Drogas vegetais - Cosméticos - Perfumes - Produtos de higiene pessoal - Produtos médicos e para diagnóstico in vitro A Lei (SP) nº 12.623, de 25 de junho de 2007 considera que em farmácias podem ser comercializados artigos de conveniência, sendo eles: - Filmes fotográficos - Leite em pó - Pilhas - Meias elásticas - Colas - Cartões telefônicos - Cosméticos - Isqueiros - Água mineral - Produtos de higiene pessoal - Bebidas lácteas - Produtos dietéticos - Repelentes elétricos - Cereais matinais - Balas, doces e barras de cereais - Mel - Produtos ortopédicos - Artigos para bebê - Produtos de higienização de ambientes Quanto a orientação na prescrição, em tese, tudo que pode ser vendido em uma farmácia, o farmacêutico precisa fazer a dispensação orientada. Quanto às terapêuticas não medicamentosas, o farmacêutico deve saber e orientar quanto elas, principalmente as modificações de estilo de vida. Além de que, a indicação para outros profissionais e médicos precisa ser qualificada. Cuidado farmacêutico em pediatria A criança deve ser acolhida de forma adequada e deve-se criar uma relação com os cuidadores para desenvolver a relação terapêutica e ter como consequência o alcance dos resultados clínicos. A escuta sensível é essencial para perceber os significados das respostas. Também deve-se criar um vínculo com a criança. Quanto às políticas de Assistência Farmacêutica em Pediatria no Brasil do Ministério da Saúde deve se levar em consideração: Recomendação 25: Estimular e promover a presença do farmacêutico clínico com capacitação específica na rotina das unidades de assistência à saúde da população pediátrica. É necessário capacitar o farmacêutico e inseri-lo na equipe multidisciplinar de pediatria. Nem todas as diferenças farmacodinâmicas e farmacocinéticas entre pacientes pediátricos e Giovanna Rêgo https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/in9_170809.pdf https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/in9_170809.pdf https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2007/lei-12623-25.06.2007.html https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/assistencia_farmaceutica_pediatria_brasil_recomendacoes.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/assistencia_farmaceutica_pediatria_brasil_recomendacoes.pdf https://icons8.com adultos foram exploradas nas pesquisas clínicas. Essa condição promove o uso off-label. A RDC nº 406, de 22 de julho de 2020 define o que é off-label. Dispõe sobre as Boas Práticas de Farmacovigilância para Detentores de Registro de Medicamento de uso humano, e dá outras providências. “XXXI - uso off label: compreende o uso intencional em situações divergentes da bula de medicamento registrado na ANVISA, com finalidade terapêutica e sob prescrição. Pode incluir diferenças na indicação, faixa etária/peso, dose, frequência, apresentação ou via de administração.” A prescrição de off-label não é ilegal e não está necessariamente incorreta e está contemplada em diversos protocolos pediátricos. Também é necessário considerar que a criança apresenta parâmetros diferentes ao longo do seu desenvolvimento. Após o nascimento, o RN apresenta acloridria (pH neutro no estômago após o parto) e vai se alterando diversas vezes até se estabilizar aos 2 anos. Estas variações do pH são observadas em prematuros, pois parecem ter pouco ou nenhum ácido livre durante os primeiros 14 dias de vida. Uma criança a-termo é aquela que nasce entre a 37ª e a 42ª semana de gestação completa. A criança pré-termo é aquela que nasce antes da 37ª semana de gestação e a criança pós-termo é aquela que nasce após a 40ª semana de gestação. A 40ª semana de gestação é considerada a ideal para o nascimento. Em pediatria são utilizados cálculos de peso, superfície corporal (UTI neonatal) e idade para individualizara dose. Existem medicamentos que têm restrição por idade. O teste do pezinho deve ser feito até o 5º dia de vida do bebê com autorização escrita dos pais. A Lei nº 14154, de 26 de maio de 2021 descreve as doenças a serem pesquisadas pelo teste do pezinho. I - etapa 1: a) fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; b) hipotireoidismo congênito; c) doença falciforme e outras hemoglobinopatias; d) fibrose cística; e) hiperplasia adrenal congênita; f) deficiência de biotinidase; g) toxoplasmose congênita; II - etapa 2: a) galactosemias; b) aminoacidopatias; c) distúrbios do ciclo da ureia; d) distúrbios da beta-oxidação dos ácidos graxos; Giovanna Rêgo http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/4858873/RDC_406_2020_.pdf/c62cdded-e779-4021-858d-852edbd90178 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.154-de-26-de-maio-de-2021-322209993 https://icons8.com III - etapa 3: doenças lisossômicas; IV - etapa 4: imunodeficiências primárias; V - etapa 5: atrofia muscular espinhal. A interpretação da curva de IMC das crianças é feita da seguinte maneira: Programa Nacional de Imunizações (PNI) É internacionalmente reconhecido por promover a vacinação gratuita de vários imunógenos. 1990: 95% da população infantil tinha cobertura vacinal, indicando boa adesão da população à vacinação 2016: essa cobertura tem declinado cerca de 10 a 20 pontos percentuais É um sistema complexo tanto pelo aumento do número de vacinas fornecidas quanto pela diversificação de esquemas vacinais. O Calendário Nacional de Vacinação contempla não só as crianças , mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. A rotina de imunização contempla 19 vacinas que se inicia quando recém nascido e se estende para toda a vida. Sendo elas: 1. BCG, 2. Hepatite B, 3. Penta, 4. Pólio inativada, 5. Pólio oral, 6. Rotavírus, 7. Pneumo 10, 8. Meningo C, 9. Febre amarela, 10.Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), 11.Tetra viral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela), 12.DTP, 13.Hepatite A, 14.Varicela, 15.Difteria e tétano adulto (dT), 16.Meningocócica ACWY, 17.HPV quadrivalente, 18.dTpa, 19.Influenza (esta ofertada durante Campanha anual) e 20.Pneumocócica 23-valente (Pneumo 23) Não há contraindicação para associação ou simultaneidade de administração de vacinas ainda. Como estratégia de saúde pública , as vacinas são consideradas um dos melhores investimentos em Giovanna Rêgo https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/calendario-nacional-de-vacinacao https://icons8.com saúde, principalmente em relação ao custo-benefício. A vacina é um produto farmacêutico que contém um ou mais agentes imunizantes (vacina monovalente ou combinada) em diversas formas biológicas. A vacina é como se fosse um primeiro contato com a doença, induzindo a formação de células de memória sem desenvolver a doença, produzindo imunidade. Tem como origem: - Bactérias ou vírus atenuados - Vírus e bactérias mortas - Componentes purificados e/ou modificados dos agentes causadores das doenças contra as quais a vacina é dirigida Com a COVID, novas técnicas de desenvolvimento de vacina foram lançadas: - Vetores virais com adenovírus não replicantes que expressam a proteína S - Vacinas genéticas com RNA mensageiro, também da proteína S As vacinas são seguras e estimulam o sistema imunológico a proteger a pessoa contra doenças transmissíveis. Como todo medicamento, é passível que ocorram eventos adversos. Entre os eventos esperados podem ser: - Febre - Dor e edema local E eventos mais graves como: - Convulsões febris - Episódio hipotônico-hiporresponsivo - Choque anafilático Eventos adversos pós -vacinação (EAPV) são quaisquer ocorrências indesejadas após a vacinação e que não necessariamente tenham relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico (imunoglobulinas e soros heterólogos). Mesmo no caso de vacinas mais reatogênicas como a tríplice bacteriana (DTP), os benefícios são muito superiores aos riscos. Deve-se evitar a vacinação durante a evolução de doenças agudas febris graves, para que seus sinais e sintomas não sejam atribuídos ou confundidos com possíveis efeitos adversos (EAs) da vacina. Os EAs são característicos de cada vacina. Vacinas vivas: imunidade duradoura, às vezes de única dose; tem potencial de causar EAs mais graves em pessoas com deficiência imunológica ou fatores de predisposição desconhecidos (“idiossincrásicos”) Vacinas não-vivas: são potentes, mas menos duradouras, precisam de dose de reforço e por isso podem causar EAs decorrente de deposição de imunocomplexos. Principais causas de EAs: - Depressão imunológica - Reações de hipersensibilidade (tipo I, II, III e IV) Tipo I: alergia a algum componente que pode levar ao choque anafilático Giovanna Rêgo https://icons8.com Deve ter precauções na administração de vacina influenza e febre amarela em pessoas alérgicas a ovo. Tipo II: formação de anticorpos que se fixam a células do organismo levando a sua destruição por ação do complemento e por linfócitos que se fixam aos anticorpos provocando destruição celular. Principal responsável pela destruição da bainha de mielina. Tipo III: formação de complexos imunes que levam à vasculite e à necrose tecidual no sítio da aplicação, como pode ocorrer após número exagerado de doses de vacinas difteria e tétano. Tipo IV: hipersensibilidade tardia, que envolve a imunidade celular, com linfócitos T citotóxicos direcionados contra alvos do próprio corpo. Também podem ser localizadas como indivíduos que apresentam reações cutâneas à neomicina e ao timerosal, usados como conservantes em várias vacinas. São mais utilizados em frascos de multidoses. Podem ocorrer reações locais após a aplicação de qualquer vacina. Abcessos estão geralmente associados a infecção secundária e erros na técnica de aplicação. TRATAMENTO DAS EAs Tratamento das manifestações locais: 1. Analgésicos, se necessário; 2. Compressas frias nas primeiras 24-48 horas após a aplicação, nos casos de dor e reações locais intensas; 3. Os abscessos devem ser submetidos a avaliação médica para conduta apropriada. Atenção farmacêutica nos problemas respiratórios A tosse é um mecanismo de defesa das vias respiratórias e sintomas respiratórios. O arco reflexo da tosse é iniciado no epitélio respiratório através do estímulo de mecanorreceptores, nocirreceptores ou fibras aferentes vagais, mas não podem ser por problemas respiratórios. Receptores do ouvido também podem causar tosse. Paroxismo da tosse (muito intenso) pode prejudicar a qualidade de vida do paciente por interferirem no sono, provocar disfonia, vômitos, cefaléia ou incontinência urinária. Depois de descartar outros fatores precisa classificar quanto tempo e a produção de secreção. A tosse produtiva deve ser eficaz ou não. Tosse comum tende a ser benigna e é de curto prazo, não exigindo intervenção severa. Quando afeta a qualidade de vida se faz tratamento. Com muco pode fazer umidificação do muco (inalação, chuveiro quente, etc). O tratamento da tosse comum é geralmente feito por MIPs. Não há boas evidências a favor ou contra a efetividade dos medicamentos de venda livre (VL) e muitos incluem anti-histamínicos e antitussígenos de ação central (potencial de trazer danos graves). Giovanna Rêgo https://icons8.com Acetilcisteína; carbocisteína; cloridrato de ambroxol; cloridrato de bromexina________ R05C- Expectorantes, excluindo associações com antitussígenos Usados para secreções mucosas densas e viscosas, decorrentes ou associadas a doenças broncopulmonares. Acetilcisteína e carbocisteína: tem ação mucolítica reduzindo as pontes de dissulfeto que ligam as glicoproteínas e proteínas do muco. A acetilcisteína é um derivado do aa cisteína que serve como substrato para a síntese de glutationa (GSH) no organismo, que tem efeito antioxidante. A N-acetilcisteína funciona bem para a insuficiência hepáticacausada pela ingestão excessiva de paracetamol e a intoxicação por esse medicamento (tratamento padrão). Cloridrato de ambroxol: metabólito ativo da bromexina e tem ação antioxidante, anti-inflamatória, surfactante e anestésico local (por bloqueio dos canais de sódio). Bromidrato de dextrometorfano__________ R05D - Antitussígenos, excluindo associações com expectorantes É um agonista do receptor opióide sigma-1 e antagonista do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) do glutamato. Tem efeito dissociativo (a pessoa perde a noção, o Lorandi deu exemplo de que a pessoa ri em velório). Dextrorfano (metabólito ativo) produz efeitos neurocomportamentais enquanto o dextrometorfano não apresenta as mesmas ações. Guaifenesina______________________ R05C - Expectorantes, excluindo associações com antitussígenos Tem efeito antitussígeno em pacientes com IVAS, mas não inibe o reflexo de tosse em pacientes sadios submetidos à inalação de capsaicina. Acredita-se que a guaifenesina atue como expectorante ao irritar a mucosa gástrica e estimular secreções do trato respiratório, com consequente aumento do volume líquido respiratório e diminuição da viscosidade do muco. Guaifenesina + bromidrato de dextrometorfano____________________ R05F - Antitussígenos associados a expectorantes O uso de mel em uma única dose noturna pode ter um pequeno efeito na tosse e no sono em crianças com mais de 12 meses de idade. O mel não deve ser dado a crianças menores de 12 meses! Resfriado comum Eucaliptol 6 + terpina monoidratada + mentol e Levomentol + cânfora + óleo de eucalipto_________________________ R05X - Outros produtos para gripe e resfriados São utilizados pelo conhecimento tradicional sem estudos comprobatórios. Giovanna Rêgo https://icons8.com AAS; ibuprofeno; paracetamol__________ N02B - Analgésicos e antipiréticos Os analgésicos, antipiréticos e os AINEs com indicação pediátrica, segundo o Formulário Terapêutico Nacional, a ANVISA e a FDA são: AAS, paracetamol, ibuprofeno e dipirona. Para o tratamento da febre infantil, o ibuprofeno e o paracetamol quando utilizados de forma correta, com formulações adequadas para a faixa etária, devem continuar a ser a terapia de primeira linha. O uso de ibuprofeno e paracetamol em crianças vem aumentando devido a associação do uso de AAS e a síndrome de Reye (forma rara de encefalopatia aguda e infiltração gordurosa no fígado que tende a ocorrer após algumas infecções virais agudas, particularmente quando são usados os salicilatos). AAS; AAS + ácido ascórbico; AAS + paracetamol + cafeína; AAS + maleato de clorfeniramina + cafeína; AAS + maleato de dexclorfeniramina + cloridrato de fenilefrina + cafeína________________ N02B - Analgésicos e antipiréticos A suplementação rotineira de vitamina C (ácido ascórbico) não se justifica para a redução de incidência de resfriados na população geral. A intervenção dessa suplementação pode ser útil para pessoas expostas a curtos períodos de exercício físico intenso (atletas) e fumantes (pelo efeito antioxidante). Os antagonistas de H1 (maleato de clorfeniramina) são usados em estado gripal pelo efeito anticolinérgico que reduz a secreção e constipação nasal. A cafeína utilizada para os alívios dos sintomas de resfriado tem como objetivo evitar a sonolência causada pelos anti-histamínicos e ação analgésica secundária. Dipirona_________________________ N02B - Analgésicos e antipiréticos A dipirona tem ação analgésica e antipirética através de um mecanismo complexo com ação periférica e central complementares. Lorandi disse que ainda não é totalmente definida, mas a carla trouxe que é por inibição de COX-1 e COX-3, e por quase não inibir a COX-2 justifica a ausência de efeito anti-inflamatório. Dipirona + maleato de clorfeniramina + cafeína; Maleato de clorfeniramina + ácido ascórbico + dipirona monoidratada_______ N02B - Analgésicos e antipiréticos Também são associações utilizadas no tratamento de gripe e resfriados. Paracetamol + cafeína; Paracetamol + cloridrato de fenilefrina; Paracetamol + maleato de carbinoxamina; Paracetamol + cloridrato de fenilefrina + maleato de carbinoxamina; Paracetamol + cloridrato de fenilefrina + maleato de carbinoxamina + maleato de pentoxiverina; Paracetamol + cloridrato de fenilefrina + maleato de clorfeniramina; Paracetamol + propifenazona + cafeína________________________ N02B - Analgésicos e antipiréticos Giovanna Rêgo https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_nacional_2010.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/formulario_terapeutico_nacional_2010.pdf https://icons8.com Paracetamol inibe COX, porém têm ação anti-inflamatória fraca nas doses terapêuticas e maior dose analgésica e antipirética. Carbinoxamina = antagonista H1 Pentoxiverina = antitussígeno utilizado para resfriado comum Propifenazona = analgésico e antipirético Paracetamol + caridoprodol + cafeína N02B - Analgésicos e antipiréticos Paracetamol + citrato de orfenadrina + cafeína N03B - Relaxantes musculares de ação central O mecanismo de ação da orfenadrina não é totalmente esclarecido, porém seu efeito anticolinérgico em nível central está relacionado ao relaxamento muscular periférico e, pode ter propriedades analgésicas potencializadas pela ação de outros fármacos. O carisoprodol é um relaxante muscular de ação central introduzido ao final da década de 1950, sem muitos estudos de eficácia e segurança. Existem evidências de que o carisoprodol está associado a um risco de uso abusivo, deficiência psicomotora e intoxicação. É proibido na União Europeia (UE). Provavelmente devido a sensação de bem-estar associada ao relaxamento muscular. Ibuprofeno arginina_________________ N02B - Analgésicos e antipiréticos Muitas atividades suplementares da L-arginina, incluindo suas possíveis ações antiaterogênicas, podem ser explicadas por seu papel como precursos do óxido nítrico (NO). A iNOS (óxido nítrico sintetase) pode ser expressa constitutivamente em tecidos selecionados como o epitélio pulmonar. Maleato de bronfeniramina + cloridrato de fenilefrina________________________ R01B - Descongestionantes nasais para uso sistêmico Os descongestionantes nasais dividem-se em orais (pseudoefedrina e fenilefrina) e tópicos intranasais (fenilefrina, nafazolina e oximetazolina) Podem produzir elevação de PA, agitação, cefaleia, ansiedade, insônia, tremores, palpitações, ressecamento da mucosa, retenção urinária em pacientes com hipertrofia prostática, agravamento de glaucoma e tireotoxicose (produção em excesso de tiroxina). Os vasoconstritores de aplicação tópica tem rápido início de ação, ao redor de 10 minutos. Se utilizados por mais de 5 a 10 dias poderão acarretar ao aparecimento de um quadro de rinite denominado rinite medicamentosa, consequência do seu efeito rebote. A lavagem nasal com solução salina isotônica é fácil de ser realizada e praticamente não apresenta efeitos clínicos adversos relevantes, sendo bem tolerada e benéfica. O uso de cloreto de benzalcônio como conservante pode reduzir o movimento ciliar das fossas nasais. Giovanna Rêgo https://icons8.com As lavagens nasais com solução salina hipertônica (3%) mostraram-se seguras e seus efeitos adversos são mínimos. Seus possíveis efeitos seriam pela ação mecânica de limpeza, capacidade de diluir o muco nasal, indução de rinorreia e atuação sobre a frequência ciliar e consequentemente no clearance. Maleato de mepiramina (antagonista H1) + hidróxido de alumínio (efeito antiácido) + AAS + cafeína____________________ N02B - Analgésicos e antipiréticos R06A - anti-histamínicos para uso sistêmico Ibuprofeno + paracetamol; naproxeno_____ M01A - Anti-inflamatórios e anti-reumáticos não esteroidais Distúrbios do trato digestório tratáveis por MIPs São eles: - Dispepsia - Constipação - Diarreias - Hemorróidas Dispepsia é um distúrbio gastrintestinal de natureza multifatorial caracterizadapor sintomas como dor ou desconforto na região superior do abdômen. Pode ter causa emocional, doença ou medicamentosa. A dispepsia pode se enquadra em 3 categorias: 1. Ulcerosa: dor localizada no abdome superior é o sintoma predominante 2. Dismotilidade: gastroparesia como doença secundária da DM tendo redução da inervação gástrica. Tem como sintoma predominante o desconforto epigástrico 3. Inespecífica: os sintomas não se enquadram a nenhum dos outros 2 tipos Os sintomas dispépticos podem estar associados a: - Doenças digestivas específicas (úlcera péptica) - Parasitoses intestinais - Colelitíase (pedra na vesícula) - Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) - Uso de medicamentos como os AINEs - Câncer do trato digestivo, etc A dispepsia funcional não há evidências clínicas, bioquímicas, endoscópicas ou ultrassonográficas que expliquem os sintomas. O paciente com dispepsia funcional deve apresentar pelo menos 1 vez por semana desconforto persistente ou recorrente no abdômen superior e não ter evidência de que há melhora com a defecação e relação com a forma e frequência das fezes. É acompanhada pela sensação de saciedade precoce, empachamento pós-prandial e náuseas. Timpanismo (movimentação de gases no intestino), sensação de distensão abdominal, cujo aparecimento, ou piora, pode ou não estar relacionado à alimentação ou ao estresse. Tem forte relação com o estado emocional e bastante associada a ansiedade e depressão. Giovanna Rêgo https://icons8.com Anamnese: identificar o uso habitual de medicamentos (AINEs, nitratos, teofilina, bifosfonatos, corticosteróides). Terapia não-medicamentosa: mudança de estilo de vida para uma vida saudável Terapia medicamentosa: prescrição médica de IBP, mesmo sem diagnóstico por endoscopia ou descartado H. pylori pois apresenta melhor relação custo-benefício. MIPs Hidróxido de alumínio; hidróxido de magnésio; carbonato de cálcio; magaldrato (aluminato de magnésio hidratado)_______ A02A - Antiácidos Realizam reação de neutralização química do ácido estomacal. Essas bases neutralizantes são usadas isoladas ou associadas. Os antiácidos interagem com diversos outros medicamentos podendo alterar as taxas de dissolução e absorção de medicamentos como: - Hormônios tireoidianos - Antifúngicos imidazóis - ATBs (tetraciclina - quelada pelos hidróxidos) - AINEs (AAS, diclofenaco e ibuprofeno) Por conta disso quando utilizar um antiácido deve-se esperar 2 horas para tomar outro medicamento. A oxetaína (MIP) é um anestésico local, base fraca, utilizada para tirar a dor da dispepsia e não é ionizada em soluções ácidas. Fitoterápicos da IN 86/21 como: digestivos, hepatoprotetores, colagogos (estimulam o fluxo de bile para o duodeno) e coleréticos (estimulam a produção de bile pelo fígado) com ou sem efeito antiespasmódico. Colagogos e coleréticos são termos ultrapassados. Os fitoterápicos são derivados fortemente de terapêuticas tradicionais, principalmente de plantas medicinais. Os sintomas funcionais da vesícula biliar e os distúrbios do esfíncter de Oddi devem ser distinguidos daqueles provocados por colelitíase, pancreatite, DRGE, síndrome do intestino irritável, dispepsia funcional e úlcera péptica. O suposto mecanismo da dor biliar em pacientes com a vesícula biliar é o aumento da resistência do fluxo de bile na altura do ducto cístico, enquanto que a obstrução completa produz colecistite aguda. O ácido ursodesoxicólico (Ursacol®)(é um dos ácidos biliares fisiológicos) não é um MIP e a Conitec não o incorporou por não mostrar efetividade terapêutica. Inibe a síntese hepática do colesterol e estimula a síntese de ácidos biliares, restabelecendo desta forma o equilíbrio entre eles. Aloe ferox + Gentiana lutea; Gentiana lutea + Chamaemelum nobile; Cynara scolymus; Cynara scolymus + Pneumus boldus; Pneumus boldus; Silybum marianum; Pneumus boldus + Frangula purshiana + Rheym palmatum___________________ Digestivos, hepatoprotetores, colagogos e coleréticos com ou sem efeito antiespasmódico A Cynara scolymus é a alcachofra Giovanna Rêgo https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-in-n-86-de-12-de-marco-de-2021-309013946 https://icons8.com Tem indicação como antidispéptica, antiflatulenta e diurética, Auxilia na prevenção da aterosclerose, sendo coadjuvante no tratamento de dislipidemia mista leve a moderada e como auxiliar nos sintomas de síndrome do intestino irritável. Quanto ao Pneumus boldus, o boldo, na Europa a EMA limita o uso de boldo pela presença de ascaridol (muitas reações adversas). Usa-se apenas por extrato alcoólico. Efeitos tóxicos do ascaridol: - Irritação da pele e mucosas - Dor de cabeça - Vertigem - Náusea - Vômito - Obstipação - Zumbido - Surdez temporária - Diplopia e cegueira - Estímulo transitório seguido de depressão do SNC levando a delírio e coma - Convulsões ocasionais - Colapso circulatório devido paralisia vasomotora - Às vezes edema pulmonar Antifiséticos, antiflatulentos e carminativos (sinônimos) Atuam no controle da formação e eliminação de gases Flatulência/meteorismo é a produção excessiva de flatos (gases intestinais). São derivados de produtos de fermentação intestinal, assim como ingerido, quer bebidas gaseificadas, quer durante a refeição. Alguns alimentos são mais fermentáveis e consequentemente aumentam a flatulência como: - Leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha) - Vegetais crucíferos (repolho, couve-flor, brócolis, alcachofra) - Amido (batata, cereais, trigo) - Sorbitol e frutose (carboidratos contidos naturalmente em diversos alimentos e muito usados como adoçantes em produtos industrializados, que são carboidratos não digeríveis e também podem sofrer fermentação pelas bactérias intestinais) A insuficiência ou ineficácia de lactase pode causar flatulência lactose --(lactase)--> galactose + glicose Se diminui a lactase forma gases, a diminuição da produção dessa enzima ocorre por conta da idade ou da genética. A lactase 10.000 FCC é um suplemento alimentar que o farmacêutico pode orientar o uso. (1 unidade de FCC é definida como a quantidade de enzima que libera 0-nitrofenol a uma taxa de q mol/min sob as condições estabelecidas pelo Food Chemicals Codex) A administração de lactase exógena na forma de comprimidos tem sido usada para tratar a intolerância à lactose em crianças, adolescentes e adultos. Agentes usados para impedir a formação de espuma ou para tratar flatulência ou inchamento Memento fitoterápico da Farmacopeia Brasileira: Zingiber officinale Roscoe (gengibre) Antiemético, antidispéptico, e em cinetose, ação carminativa Giovanna Rêgo https://icons8.com Mentha piperita (hortelã) É carminativa Dados publicados na lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado da ANVISA. Alimentos carminativos: hortelã, canela e menta MIPs A simeticona é a forma ativada da dimeticona, contendo dióxido de silicone finamente dividido, para aumentar as suas propriedades. Esse fármaco diminui a tensão superficial das bolhas de gás presentes no trato gastrointestinal, facilitando a eliminação. Antiulcerosos Glycyrrhiza glabra (alcaçuz) Maytenus ilicifolia Alívio dos sintomas digesticos incluindo queimação e dispepsia Uso oral Maytenus ilicifolia + Jateoriza palmata (predominância de dor epigástrica) Constipação Não é uma doença e nem um sinal (percepção), mas é um sintoma (queixa). Atinge 40% dos pacientes idosos com idade acima de 65 anos. É fortemente derivada do estilo de vida. Sintomas: - Defecação insatisfatória - Dificuldade na passagem das fezes - Fezes infrequentes - Fezes duras - Dor ao evacuar - Sensação de evacuação incompleta - Menos de 3 evacuações por semana Pode ser - Isolada (mudança de estilo de vida) - Secundária a doença subjacente - Medicamentosa Normal: 3 vezes ao dia até 3 vezes na semana (o ideal seria dia sim dia não) Escala Bristol de consistência fecal Tipo 4 é normal (marromacastanhadas cremosas, parece salsicha/cobra - obrigada lorandi…) Fatores de risco: sedentarismo, baixo nível de hidratação e de ingestão de fibras, falta de rotina e medo de evacuar (ciclo vicioso - criança) Giovanna Rêgo https://icons8.com MEV: ingestão de pelo menos 30g/dia de fibras (frutas, verduras, grãos integrais e farelos), dieta bem diversificada, regular, evitar industrializados, alimentos crus A06A - LAXANTES 3 mecanismos de ação: 1. Propriedades hidrofílicas ou osmóticas (pouco absorvido no intestino -> retém H2O e facilita a evacuação 2. Por ação direta ou indireta sobre a mucosa colônica diminuindo a absorção total de água e NaCl 3. Aumentando a motilidade intestinal, causando diminuição da absorção de sal e água Estimulantes: São os piores, causam efeito rebote, pois induz o intestino a ficar preguiçoso Sene, cáscara sagrada, bisacodil, picossulfato de sódio e derivados da antraquinona. Podem ser usados em casos que as fibras (preferenciais) e os laxantes osmóticos não obtiveram sucesso (URGÊNCIA, JÁ USOU DE TUDO) Bisacodil Laxativo Prisão de ventre Sob orientação de profissional da saúde: preparo para diagnóstico (endoscopia/colonoscopia) ou cirúrgico Enema: usado para colonoscopia (o intestino precisa estar sem fezes) 1 dia antes para fazer lavagem intestinal com bisacodil Preparo de enemas para pré-operatório ou para lavagem intestinal com mais de 4 litros a base de PEG (polietilenoglicol, osmótico) e bisacodil pode causar convulsões. Indicado: enema de 10 mg de bisacodil + 1 L de PEG na véspera e 1 L no dia do exame/cirurgia Administração VO ou retal, metabolizado e transformado em ingrediente ativo Causa processo irritativo inflamatório no cólon trazendo líquido da mucosa para o lúmen intestinal, hidratando as fezes e aumentando o peristaltismo. Estimula o peristaltismo e o acúmulo de íons e líquidos no cólon gerando fezes líquidas. Também aumenta a liberação de PG, aumentando o peristaltismo Pode provocar constipação rebote Picossulfato de sódio É agressivo e gera cólicas (aumenta contração, aumenta espasmo e provoca cólica intestinal). Causa dor em cólica e diarreia aquosa, levando a distúrbio hidroeletrolítico. Rhamnus purshiana (Cáscara Sagrada) Laxante suave na constipação ocasional Não é indicado para uso contínuo O uso deve ser descontinuado caso não seja observado o efeito esperado em 10 dias de utilização devido ao risco carcinogênico intestinal, nefrotoxicidade e hepatotoxicidade. Giovanna Rêgo https://icons8.com Efeito laxante induzido por compostos antracênicos devido 2 mecanismos: 1. Mudança de mobilidade do cólon levando a um trânsito intestinal acelerado 2. Alteração na absorção e secreção do cólon resultando em acumulação de fluido Ambos os mecanismos dependem de interações com o epitélio do cólon. A mudança na mobilidade intestinal é causada por dano epitelial. A alteração da integridade da mucosa aciona a liberação de citocinas, que ativam as células imunes, para a liberação de histamina e serotonina. Compostos antracênicos (Sene) desacoplam a fosforilação oxidativa mitocondrial, resultando na redução da produção de ATP (edema celular, altera a permeabilidade e provoca lesão nos tecidos) Sene também apresenta derivados de antraceno. Formadores de bolo fecal Psyllium é a única fibra viscosa que resiste à total fermentação (formador de bolo fecal -> aumenta o volume das fezes, aumenta a hidratação e facilita a evacuação), o que lhe confere efeito laxativo, pois as demais fibras viscosas são extensivamente fermentadas. Parece ser mais efetivo que o docusato na constipação crônica idiopática. Uso sugerido na constipação crônica induzida por fármacos. É um expansor do volume fecal, assim como a metilcelulose, carboximetilcelulose (CMC - hidrata no estômago e forma um colóide promovendo saciedade e se incorpora no material fecal aumentando a hidratação e facilitando a defecação), goma adraganta e farelo. Chia, goma guar Associações Docusato sódico + bisacodil____________ Docusato amolece e hidrata as fezes Lubrificam as fezes e gera menos dor Emolientes (amolecedores das fezes), assim como a glicerina e petrolato (parafina) líquida (emolientes, alternativas interessantes para crianças) O lubrificante retal mais usado é o supositório de glicerina. A glicerina atua como agente osmótico e lubrificante no reto (reduz a dor). Seu uso não é baseado em estudos científicos clínicos, mas por experiência clínica (consenso na prática). Podem ser efetivos quando existe dificuldade na exoneração do conteúdo do reto e formação de fecalomas (limite: cirurgia). Os laxantes osmóticos criam um gradiente osmótico intraluminal que aumenta a secreção de eletrólitos, resultando em redução da viscosidade fecal e aumento da biomassa fecal, com efeitos no peristaltismo. Lactulose - dissacarídeo sintético formado pela galactose e pela frutose que, resistentes à atividade das enzimas intestinais, e por ação osmótica, aumentam a retenção de água na luz intestinal, Giovanna Rêgo https://icons8.com aumentando o volume das fezes e estimulando a motilidade intestinal. O polietilenoglicol (PEG) apresentou melhor tolerância quando comparado à lactulona em pacientes submetidos à enema pré-colonoscopia. A síndrome do intestino irritável é um distúrbio do trato digestivo que provoca dor abdominal e constipação ou diarreia recorrentes. Lubiprostona (NÃO É MIP) é um ativador dos canais de cloreto do tipo 2 que atua aumentando a secreção de fluido intestinal rico em cloreto e acelera o trânsito colônico. Usado em constipação crônica. Foi registrado na ANVISA em 2019 Fármacos procinéticos como o Tegaserode (antagonista de 5-HT4) e a prucaloprida (um agonista do receptor de 5-HT4 altamente seletivo) agem para aumentar o peristaltismo, acelerando assim o trânsito gastrointestinal. A incontinência fecal é uma alteração funcional que leva à perda involuntária das fezes líquidas, pastosas, sólidas ou flatos, dependendo da gravidade do caso, em tempo e/ou locais inadequados. Giovanna Rêgo
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