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TEOLOGIA E EXEGESE BÍBLICA - AULA 7

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Teologia e Exegese Bíblica
Aula 7: Introdução à exegese do Antigo Testamento - II
Apresentação
Tomando por critério a extensão dos respectivos livros, os Profetas são distribuídos em duas categorias: a dos maiores, compreendendo Isaías, Jeremias e Ezequiel; e a dos menores, compreendendo Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Após o livro de Jeremias, nossas bíblias trazem os livros de Lamentações e Baruch e após Ezequiel, o livro de Daniel. Estes três, contudo, não são escritos proféticos e por isso serão estudados em outro momento.
Esses homens acompanharam o povo de Deus durante longos anos, aconselhando, repreendendo, chorando, animando o povo e anunciando a palavra que vinha de Deus.
A divisão de profetas em maiores e menores não quer dizer que os primeiros foram mais importantes, mas escreveram mais que os outros. Os profetas menores são assim chamados por serem curtas suas mensagens anunciadas ao povo, por determinada época e por motivos específicos. Essas mensagens eram muitas vezes de repreensão e aviso para que o povo abandonasse seus pecados, idolatria e desonestidade
Objetivos
Praticar a interpretação do texto bíblico em busca da clareza da mensagem e seu contexto;
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Analisar a passagem bíblica utilizando os gêneros exegéticos vistos anteriormente;
Praticar a interpretação do texto bíblico compreendendo as mensagens e ensinamentos com clareza e sem ocultação de sua mensagem original.
Isaías
Ele é o primeiro dos três Isaías que aparecem na Bíblia. Surge por volta do ano 740 antes de Cristo, no rei no ddo Sul, depois da morte do rei Osias. Ele é chamao de Proto-Isaías (ou primeiro Isaías).
Na Bíblia, o livro de Isaías vai do capítulo 1 até o capítulo 66. Um estudo mais
aprofundado do livro nos mostra que ele possui três partes diversas. Nota-se também que os assuntos são distintos para cada bloco e mesmo a situação do povo é outra.
Apenas para visualizar os critérios de separação do livro, veja como poderia ter acontecido a sua composição:
1
Isaías 1-39
O autor fala e adverte sobre os perigos da idolatria, da injustiça etc. antes do exílio da Babilônia;
2
Isaías 40-55
É o livro da consolação. O autor ou a comunidade está no exílio da Babilônia,
mas estão esperançosos no fim do cativeiro. O livro fala de esperança;
3
Isaías 55-56
O autor e a comunidade já estão em terra firme. Outra vez, sente-se a liberdade e agora se precisa consolidar a Aliança.
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O reino do Norte (Samaria) estava
chegando ao seu final. Enquanto Oséias ainda pregava no Reino do Norte, aparece Isaías (o Primeiro), no Reino do Sul
(Judá), onde Acaz detinha o poder real e, como ele juntasse a si a política,
economia e religião, o seu governo e o povo estavam caminhando muito mal.
O rei de Damasco (Rason) e o rei de Israel (Samaria) querem que Acaz entre numa aliança com eles para combater o rei da Assíria, Tiglate-Pileser II. Acaz, no entanto, envia mensageiros para o rei da
Assíria traindo o plano de seus vizinhos. O profeta Isaías se opõe a Acaz e se coloca do lado do povo e dos reis vizinhos. Sua intervenção é infrutífera.
Imagem do profeta Isaias - Antonio Balustre (Fonte:
https://pt.wahooart.com/Antonio-Balestra-Profeta-Isaias ).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Profetas Maiores
Jeremias
Jeremias é o profeta que presencia o acontecer de suas profecias. Nasce em Anatot, de família sacerdotal. Helcias, seu pai, era filho de Abiatar, sacerdote no templo de
Jerusalém, na época de Salomão (1Rs 2.26-35). Por razões não referidas, Salomão expulsa Abiatar, avô de Jeremias, do Templo.
Nascido da marginalização, Jeremias, ainda jovem, é chamado à missão (por volta do ano 626, no décimo terceiro ano de Josias). Não só pela sua marginalização, mas acima de tudo pela vocação, Jeremias pode ser considerado um protótipo de teólogo social. Da sua profecia destacamos os seguintes aspectos:
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Clique nos botões para ver as informações.
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O livro da Lei
O livro da Lei: No ano de 605/4 os operários estavam reformando o Templo e encontraram o rolo da lei (provavelmente o Dt 4-16), pertencente à época da
reforma de Ezequias, em 716-697, não concluído por causa das guerras. Josias, que pretendia reformar do templo, encontra o rolo e com ele pretende reformar também a vida do povo, mas morre em 609, em Meguido, numa batalha, contra o faraó
Necao (2Rs 23, 23.29-30). Depois disso, Jeremias conhece a desordem interna, o crescer da miséria do povo e o crescimento das ameaças de Nabopolassar, da
Babilônia;
 O novo Êxodo
O novo Êxodo: Dias virão em que não mais se dirá: Viva Javé, que fez subir os filhos de Israel da terra do Egito! Mas sim: Viva Javé, que fez subir os filhos de Israel da terra do Norte (Babilônia) e de todas as regiões para onde os tinha dispersado (Jr
16,14-15; Dt 30,1). Neste clima de antevisão, o profeta fala da visão da panela que fervia e estava no Norte, mas tinha a boca voltada para o Sul (1,13). Era uma
profecia da ação da Babilônia como uma panela fervendo. Da mesma forma ele fala da taça (25,1-38), que traz o sinal da contradição. Jeremias é o profeta do verdadeiro Êxodo, pois o primeiro não surtirá efeitos;
A canga
A canga: O profeta pede explicações à Deus porque os maus têm êxito nas suas empreitadas (12,1-6), enquanto ele tem só a experiência da cadeia por causa da verdade. Apresenta-se diante das autoridades e o rei Joaquim com uma canga de madeira no pescoço. O rei manda tirá-la e quebrá-la. Jeremias diz a Joaquim que uma de madeira ele pode quebrar, mas aquela que Nabucodonosor iria colocar
sobre o seu pescoço seria de ferro, e esta ele teria que carregar para o cativeiro (27, 1).
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Ezequiel
Ezequiel, que significa Deus dá força, era sacerdote (Ez 1,3) e casado, que perdeu a esposa pouco antes da queda de
Jerusalém (Ez 24,16-18). O livro está
dentro de um ambiente semelhante ao do Segundo-Isaías, ou seja, do exílio, mas já voltado para fora (37,1).
Ezequiel é um sacerdote nascido no exílio (1,3) e trabalha a pedagogia do castigo,
inicialmente (2-3). Essa pedagogia é uma reflexão em torno da responsabilidade do cativeiro. Se houve sofrimento, é porque houve culpa. Ezequiel faz aqui uma
aplicação das causas que levaram o povo ao cativeiro e ele afirma que Israel e Judá não quiseram ouvir a voz de Javé, enviada através dos profetas (2,3).
Imagem do profeta Ezequiel segundo Aleijadinho (Fonte: www.gaudiumpress.org/profetaesperança ).
Ele apresenta uma profecia muito densa de significado e um pouco complexa na sua simbologia. Vejamos alguns tópicos:
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O rolo
O profeta narra a própria vocação
através da visão do rolo (livreto) que ele precisa engolir para depois anunciar
(2,93,15).
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A circuncisão do coração
Retomando a profecia de Jeremias (4,4),
mesmo que Ezequiel nunca fale de
Jeremias, o profeta grita contra o rito da circuncisão
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O templo e o novo culto
A parte final do livro é uma retomada litúrgica da função do templo e do culto.
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Profetas Menores
De Amós a Habacuque
Os profetas Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias,
Ageu, Zacarias e Malaquias são chamados menores porque nos deixaram escritos pequenos no século II a.C. e colecionados num só volume, mais ou menos igual ao
volume de um dos profetas maiores (Is, Jr, Ez); o Eclesiástico, escrito no século II a.C., supõe já realizada a compilação dos doze profetas num só rolo (Ec 49,10).
A seguir, serão apresentadas características de cada profeta seguindo a provável ordem do cânon.
De Amós a Habacuque
Originário de Técua, ao sul da Palestina, próximo do mar Morto, Amós é um dos primeiros
profetas de Israel (Reino do Norte) dentro do período da Monarquia. Ele deve aparecer por volta dos anos 750 a.C., profetizando no reino do Norte,junto ao santuário de Betel. Ali havia um
sincretismo religioso e cultos a outros deuses que manifestavam o descrédito e as infidelidades do
povo de Javé.
Por outro lado, a idolatria revelava uma sociedade injusta e o centro religioso significava um
lugar de manipulação ideológica e profanação do sagrado. Amós afirma que estes grupos interesseiros de falsos sacerdotes e líderes políticos perversos haviam esquecido sua missão, e propõe uma mudança destes cultos e um restabelecimento ao culto de Javé.
Atenção
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Na verdade, a política de Jeroboão II (783-743) afrontava a miséria do povo pela sua luxúria e ostentação. O culto não era senão um ardil para enganar a ingenuidade dos pobres.
Ele reclama dos nobres, pois enquanto a miséria do povo aumentava, eles bebiam
crateras de vinho (6,6) com o lucro da falsificação das balanças (8,4-6) na época das colheitas.
Com isso, não demora a surgir uma guerra contra ele e o expulsam de Betel como a um estranho no ninho e o mandam cuidar de suas vacas em Basã (3,9;4,1;6,1).
Ele afirma que não é profeta de profissão como os que estavam lá e falavam sempre a favor do sistema. Ele não mentia para ganhar o pão como os
profetas de Betel. Aceita-se como filho de vaqueiros, mas não se encaixa nesta corja de vilões palacianos (7,10-17).
Seu livro consta de várias partes:
1-2: os crimes dos povos e, sobretudo de Israel; 3-6: palavras de condenação contra Israel;
7.1-9,10: cinco visões, entremeadas de um relato sobre o conflito de Amós com Amasias (7,10-17) e de palavras de condenação (8,4-13; 9,7-10);
Promessas para o futuro (9,11-15). Esparsos pelo livro estão três fragmentos de hino que louvam o Senhor todo-poderoso (4,13; 5,8-9; 9,5-6).
Oséias
Oséias é do Norte e ele vive nos últimos tempos deste reino. A situação vinha se deteriorando até acentuar-se ao extremo. Em quinze anos foram assassinados quatro reis. Assim, o profeta sente as dores do fim, pois o reino cai diante da Assíria em 722.
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"Numa certa continuidade à profecia de Amós, Oséias acentua a necessidade de restaurar o culto e a função do templo de Betel como um lugar do verdadeiro culto a lahweh."
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Numa parábola com o amor esponsal, entre um homem e uma mulher, o profeta faz a relação entre Javé e seu povo.
A ganância e perversão fizeram de seu povo como uma prostituta que, dividindo o seu amor, não gera senão filhos da prostituição e da desgraça.
Javé teve uma primeira intenção de despedir essa esposa para sempre, mas depois lembrou-se de sua misericórdia e achou por bem reconstruir o amor de sua juventude (Os 2,16-25). Para tanto, decide levá-la para o deserto e falar-lhe ao coração (Os 2,16).
Miquéias
O profeta Miquéias profetiza no reino do Sul (Judá). Quando este profeta está profetizando no reino do Sul, o reino do Norte já está no seu caos final (722) diante de Sanaquerib, rei da Assíria. Este Miquéias é de Morasti-Gat, região a oeste de Hebron (1,14). Ele é camponês, no estilo de Amós. Sua profecia pode ser caracterizada nos seguintes aspectos:
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Javé abandona o templo
Javé abandona o templo: A falsidade do culto fez com que lahweh saísse do templo (1,2). Contemporâneo de Isaías, ele profetiza de modo mais duro. Miquéias anuncia coisas brutais sobre Jerusalém, em virtude da retirada de Deus: Sião será lavrada
como um campo, Jerusalém se tornará um lugar de ruínas e a montanha do Templo um certo de brenhas (Mq 3,12);
Balanças falsificadas
Balanças falsificadas: Solidário com a situação dos camponeses que quando
vendiam seus produtos, quem os pesava eram os comerciantes inescrupulosos da cidade. Ele acompanha a linha de Amós da defesa dos direitos do campo contra a exploração da cidade (Mq 6,9-15 e Am 8,5). Por outro lado, quando os agricultores compram os produtos industrializados, quem estabelece os pesos e os preços são novamente os da cidade;
A restauração virá com um novo messias
A restauração virá com um novo messias: Miquéias é o profeta do novo Êxodo. Numa relativa releitura do Dt 5,6;7,8, o profeta relembra que foi Javé quem enviou
Moisés, Míriam e Aarão ao Egito para libertar o povo (6,4-8). Mas a resposta do povo deixa Deus amargurado e Ele pergunta: Meu povo, que te fiz eu? Em que te
contristei? Responde-me (Mq 6,3). O povo ignora o seu passado e parece querer repetir a experiência. No entanto, o profeta, ainda assim, fala de esperança: E tu (Belém) Éfrata, embora o menor dos clãs de Judá, de ti sairá para mim aquele que será dominador em Israel. Suas origens são de tempos antigos de dias
imemoráveis (Mq 5,1).
Sofonias
Dentre os profetas menores, Sofonias é um dos mais diminutos. O seu livro apresenta três capítulos, do mesmo modo que com Malaquias, Habacuque e Naum. O menor é Ageu, com dois capítulos. Vive na época de Jeremias, na iminência do exílio. Alguns estudiosos afirmam que Sofonias escreve a profecia, mas parece não a proclamar.
Vejamos:
Os inimigos históricos
Seguindo a
deterioração do poder e da situação do povo,
Sofonias se levanta
contra o uso ideológico do aparato religioso.
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O dia de Javé
Diante de um quadro tão caótico, no qual as autoridades resistem aos apelos divinos através dos profetas e do povo,
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Os pobres
A única esperança dos pobres está na
intervenção de Javé, pois só neste dia lhes será devolvida a
dignidade (Sf 2,1-3)
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Habacuque
"Esta profecia parece ser mais uma visão. Ele não menciona os destinatários, mas a catilinária refere-se aos fabricantes da injustiça. "
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Ela expressa mais uma conversa com Deus (Hc 1,2-4.12-17;2,1-4). Ele tem em suas Página 11 de 19
palavras a situação do povo, mais que sua situação pessoal. Habacuque introduz uma
novidade na profecia: ele pede que Deus preste contas de sua administração do universo (Hc 1,2). O profeta entende que o povo pecou, mas não entende que lahweh chama um
povo bárbaro para fazer justiça (Hc 1,6).
No contexto histórico, a profecia parece situar-se já depois da destruição de Nínive pelos babilônios (612 - Nabopolassar vence Assurbanipal da Assíria). Deus é todo forte, o
santo e com os seus olhos puros, vê tudo (Hc 1,12-13;3,1-2).
Por outro lado, Habacuque proclama as Teofanias da Libertação (Hc 2,3,3,3-15). A
conclusão é um pouco litúrgico-escatológica, onde o plano terreno não assume muita importância (3,16-19). O miolo de sua profecia, no entanto, expressa a concretude histórica da Salvação e inspira os discursos sociológicos do Novo Testamento.
Malaquias
A profecia altamente hierocrática e cultura de Malaquias, preocupada com a pureza e o Templo, parece posterior à restauração do culto (515), mas anterior às medidas de Neemias contra os casamentos mistos (445).
Próximo de Malaquias está Joel, que inclusive usa expressões idênticas (Jl 2,11 = MI 3,2; e Jl 3,4 = MI 3, 3.23), pelo menos na atual forma de redação (há quem pense que a atual forma seja uma releitura de uma profecia pré-exílica).
Atenção
Como Malaquias e Abdias, demonstra rejeição às nações estrangeiras. Parece refletir a mentalidade do tempo de Neemias e Esdras (4.8.1). Os capítulos 3 e 4 são notavelmente apocalípticos e talvez posteriores.
Jonas
O livro de Jonas se afasta sensivelmente de mentalidade xenófoba da época de Esdras. Conforme este romance, o profeta Jonas é mandado para pregar a destruição de Nínive, capital do reino assírio. Ele quer se esquivar dessa missão perigosa, mas um peixe o
engole e o vomita nas proximidades de Nínive. Jonas cumpre a sua tarefa, anuncia a destruição da cidade, mas a cidade se converte e não é destruída. Como o profeta
participa dos sentimentos nacionalistas da população judaica, fica profundamente frustrado, mas Deus lhe dá uma boa lição (Jn 4).
Jonas difere os outros livros proféticos, pois narra a história de um profeta que recusou a ordem do Senhor para que fosse pregar aos ninivitas.Milagrosamente colhido pela Providência, Jonas vai a Nínive e consegue converter a grande cidade. Eis, porém, que se entristece por haver comunicado a mensagem da fé a pagãos. Então Deus afirma que a misericórdia divina atinge todos os povos.
Este livro é uma narração teológica que leva a compreender que a salvação é para todos os homens. Denota a importância da conversão, a importância da penitência, pois Deus é rico em misericórdia e proposto ao perdão.
Profeta Jonas e o grande peixe | Fonte: Bíblia Palavra Viva (Fonte: //bibliapalavraviva.blogspot.com/2011/09/historia-de- jonas).
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Lamentações
As Lamentações vêm a ser uma coleção de cinco cânticos, que mostra a queda da Cidade de Jerusalém em 587 a.C.:
No primeiro cântico, há a lamentação da destruição de Jerusalém;
No segundo, o autor lastima a punição de Jerusalém e exorta a cidade à penitência (Lm 2,1-19);
No terceiro cântico, há a descrição da dor diante da desgraça de Jerusalém e sua esperança na misericórdia divina;
No quarto cântico, é pranteada a ruína de Jerusalém castigada segundo a justiça;
No último cântico, verificamos a forma de oração (Profeta Jeremias) que implora a ajuda de Deus para as vítimas da catástrofe de Jerusalém.
A tradição atribui ao profeta Jeremias a autoria das Lamentações, com base em 2Cr 35,25. As Lamentações são atribuídas a um ou mais autores anônimos e teriam sido redigidas na própria Terra Santa, na época da
catástrofe de 587 a.C.
Baruch
Baruch é uma coletânea de uma introdução e três peças. A introdução apresenta o escrito como composto por Baruch, exilado na Babilônia (Bar 1,1-14):
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Bar 1,15-3,8
A primeira parte é uma oração de confissão dos pecados e de
esperança implorando a misericórdia divina;
Bar 3,9-4,4
A segunda parte é um poema sapiencial, que identifica a sabedoria com a Lei de Deus;
Bar 4,5–5,9
A terceira parte nos dá Jerusalém
personificada, dirigindo-se a seus filhos no exílio, exortando-os à
coragem e à
perseverança na fé (Bar 4,5-29).
LA introdução (Bar 1,1-14) foi escrita diretamente em grego e o restante do livro deve ter sido redigido originariamente em hebraico. As características do livro, especialmente o louvor à Sabedoria em Br 3,9–4,4, são da época posterior ao exílio; na mesmo quem
julgue tratar-se de obra de meados do séc. I a.C. Donde se vê que Baruch não é o autor de tal livro: é de crer que os escritos relativos à destruição de Jerusalém foram na tradição judaica atribuídos a Jeremias e a Baruch. Este último também gozava de
grande autoridade, pois lhe foram atribuídos dois Apocalipses judaicos, um em grego e outro em siríaco, no século II da era cristã.
Atenção
Dada sua origem tardia, Baruch não é livro reconhecido pelos judeus como canônico; pertence, porém, ao cânon católico.
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Daniel
A luta dos macabeus provocou uma literatura de exortação: o livro de Daniel. Este livro
narra a sabedoria de Daniel, alto funcionário judeu da corte de Nabucodonosor (Ez 28,3).
De acordo com a cultura babilônia, essa sabedoria consiste em ler sonhos. Mas os
sonhos, no caso, não se referem ao tempo de Nabucodonosor (575 a.C.), e sim ao reino de Antíoco IV Epífanes, quatro séculos depois.
Assim, por exemplo, a visão do filho do homem (Dn 7). Daniel vê quatro feras subirem do mar. A quarta fera, a mais feroz, tem dez chifres e cresce-lhe o undécimo, que elimina três outros e começa a falar blasfêmias. Depois, o visionário vê no céu o tribunal do
Ancião e um como que filho d'homem (= um ser humano) que aparece com as nuvens do céu. O Ancião determina que o poder seja tirado das feras e dado ao filho d'homem.
O simbolismo é transparente: as quatro feras são os impérios deste mundo, enquanto o império de Deus tem traços humanos. Ao analisar mais de perto, descobrimos que as quatro feras são descritas com traços simbólicos que
significam o reino babilônio, medo, persa e greco-sírio, cujo décimo primeiro rei é Antíoco Epífanes. Dn 7, 25 faz clara alusão aos fatos de 167 a C. Seu
reino será destruído pelo filho d'homem, que significa o povo dos santos do Altíssimo (7,27): o reinado de Deus.
O livro foi escrito pouco antes de 164 a.C., pois ainda não menciona a reconquista de Jerusalém em 164. Foi escrito metade em aramaico,
metade em hebraico, e faz parte da Bíblia hebraica. Na tradução da Septuaginta, recebeu algumas complementações deuterocanônicas (caps. 13-14), que podem se originar em tradições independentes a respeito do lendário Daniel.
Saiba mais
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O livro de Daniel compreende uma parte canônica (1,1-12,13, com exceção de 3,24-90) e outra deuterocanônica, só existente em grego (13,1-14,42, além de 3,24-90). A parte
canônica divide-se em duas seções: histórias (1,1-6,28) e visões (7,1-12,13). A parte deuterocanônica (Dn 13-14) traz a história de Suzana, de Bel e da serpente. O livro é
apocalíptico com dois gêneros distintos em suas duas partes, a saber; as narrações de histórias (1-6.13– 14) e as narrações de visões (c. 7–12).
Atividade
1 - Quais as principais características que podemos observar no 3º livro de Isaías?
2 - Qual livro aponta a contradição existente entre o comportamento de Judá, dos poderosos?
Amós
Habacuque
Sofonias
Daniel
Lamentações
Qual livro bíblico profético que nos remete ao gênero apocalíptico?
Baruch
Isaías
Miquéias
Habacuque e)Daniel
Notas
O rolo
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O rolo: O profeta narra a própria vocação através da visão do rolo (livreto) que ele prePcágiisnaa17 de 19
engolir para depois anunciar (2,93,15). Este anúncio tem muito de lamentações e
gemidos (2,10). O rolo representa a Lei, a Escritura que o profeta precisa assimilar antes de anunciar. Por isso, Ezequiel fala que é difícil ser fiel aos compromissos com Deus diante de um povo que não pratica a lei. A missão se reveste de muitas dificuldades;
A circuncisão do coração
A circuncisão do coração: Retomando a profecia de Jeremias (4,4), mesmo que Ezequiel nunca fale de Jeremias, o profeta grita contra o rito da circuncisão, afirmando que ela é inútil, particularmente se o coração não pertence a lahweh (36,25-32). A única forma de fazer uma circuncisão válida é converter-se de todo o coração (Dt 10,16;30,6). É no
íntimo da vida que o coração precisa palpitar. Nas tábuas de pedra, ele afirma que a Aliança não se plenificaria;
O templo e o novo culto
O templo e o novo culto: A parte final do livro é uma retomada litúrgica da função do templo e do culto. As prescrições são bastante rígidas para quem quer entrar no templo, pois este foi o sinal da contradição, antes do exílio: Bastem-vos todas estas
abominações, ó casa de Israel; por teres introduzido estrangeiros... (Ez 44,6-7). Essa rigidez vai ser a meta de Esdras, ao reconstruir o Templo, tomando todas as precauções contra a idolatria, mas provocando inúmeras injustiças contra as mulheres, estrangeiros e crianças (Ed 8-10).
Os inimigos históricos
Os inimigos históricos: Seguindo a deterioração do poder e da situação do povo,
Sofonias se levanta contra o uso ideológico do aparato religioso. Ele condena com
veemência a falsidade dos cultos. Os nobres sobem os degraus do templo para enchê-lo de violência e falsidade (Sf 1,8-9);
O dia de Javé
O dia de Javé: Diante de um quadro tão caótico, no qual as autoridades resistem aos
apelos divinos através dos profetas e do povo, o dia de Javé virá como um dia de castigo pelos pecados (Sf 1,2-3), sofrimento e a ira de Javé recairão sobre todos (Sf 1,14-18); atingirá com maior violência as autoridades, príncipes, profetas e sacerdotes falsos (Sf
3,1-5). Este dia será um dia universal, quando o mundo todo verá a glória de Javé e o verdadeiro Israel será restaurado (Sf 3,14-20).
Os pobres
ROesfeproêbrnecs:iaAsúnica esperança dos pobres está na intervenção de Javé, pois só neste dia lhes será devolvida a dignidade (Sf 2,1-3) e quando todos forem para o exílio, no dia de
Javé, um pequeno resto será resgatado e receberá lábios puros para louvar e invocar a
Deus (Sf 3,9-10).A BÍBLIA. Bíblia católica online. Disponível em: https://www.bibliacatolica.com.br/.
Acesso em: 22 ago. 2019.
A BÍBLIA. Bíblia protestante online. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/. Acesso em: 22 ago. 2019.
BACON, B. Estudos na Bíblia Hebraica: exercícios de exegese. São Paulo: Vida Nova, 1991.
CASTILLO, J. Jesus, a humanização de Deus. Petrópolis: Vozes, 2015. DE LA POTTERIE, I. et al. Exegese cristã hoje. Petrópolis: Vozes, 1996.
FRIESEN, A. Teologia bíblica pastoral na pós-modernidade. Curitiba: InterSaberes, 2016.
LIMA, M. L. C. Exegese Bíblica: teoria e prática. São Paulo: Paulinas, 2014. MICHELETTI, G. As 12 parábolas de Jesus. Petrópolis: Vozes, 2014.
PEREIRA, S. Exegese do Antigo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2017. PEREIRA, S. Exegese do Novo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2018.
Página 18 de 19
SILVA, C. M. D. Metodologia de exegese bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.
Próxima aula
Exegese do Novo Testamento;
Características dos Evangelhos e Atos dos Apóstolos referente à exegese bíblica.
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Veja o que esta breve pregação do Padre Paulo Ricardo sobre a história do profeta Jonas tem a ensinar concretamente a cada um de nós.
O que nos ensina a história do profeta Jonas?
https://padrepauloricardo.org/episodios/o-que-nos-ensina-a-historia-do-profeta-jonas
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