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Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 2 SUMÁRIO 1 - CONHECENDO O ANTIGO TESTAMENTO ............................................................................... 5 1.1. NOMES ESCRITURAIS PARA A BÍBLIA ............................................................................................. 5 1.2. DIVISÕES DO ANTIGO TESTAMENTO .............................................................................................. 7 1.3. A MENSAGEM GERAL ................................................................................................................ 7 2 - O PENTATÊUCO .................................................................................................................. 11 2.1. GÊNESIS ................................................................................................................................ 11 2.2. ÊXODO .................................................................................................................................. 12 2.3. LEVÍTICO ................................................................................................................................ 15 2.4. NÚMEROS ............................................................................................................................. 18 2.5. DEUTERONÔMIO ..................................................................................................................... 20 3 - OS LIVROS HISTÓRICOS ...................................................................................................... 23 3.1. JOSUÉ ................................................................................................................................... 23 3.2. JUÍZES ................................................................................................................................... 27 3.3. RUTE .................................................................................................................................... 30 3.4. 1 SAMUEL .............................................................................................................................. 32 3.5. 2 SAMUEL .............................................................................................................................. 32 3.6. 1 REIS ................................................................................................................................... 33 3.7. SOBRE A DIVISÃO E DECLÍNIO DO REINO ...................................................................................... 33 3.8. 2 REIS ................................................................................................................................... 34 3.9. 1 E 2 CRÔNICAS ...................................................................................................................... 36 3.10. ESDRAS ................................................................................................................................. 36 3.11. NEEMIAS ............................................................................................................................... 38 3.12. ESTER ................................................................................................................................... 41 4 - OS LIVROS POÉTICOS .......................................................................................................... 43 4.1. JÓ ........................................................................................................................................ 43 4.2. OS SALMOS ............................................................................................................................ 44 4.3. PROVÉRBIOS ........................................................................................................................... 48 4.4. ECLESIASTES ........................................................................................................................... 48 4.5. CANTARES DE SALOMÃO ........................................................................................................... 49 5 - OS LIVROS PROFÉTICOS ...................................................................................................... 51 5.1. ISAÍAS ................................................................................................................................... 53 5.2. JEREMIAS ............................................................................................................................... 56 5.3. LAMENTAÇÕES DE JEREMIAS ...................................................................................................... 56 5.4. EZEQUIEL ............................................................................................................................... 57 5.5. DANIEL .................................................................................................................................. 58 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 3 5.6. OSÉIAS .................................................................................................................................. 60 5.7. JOEL ..................................................................................................................................... 60 5.8. AMÓS ................................................................................................................................... 61 5.9. OBADIAS ............................................................................................................................... 61 5.10. JONAS ................................................................................................................................... 61 5.11. MIQUÉIAS .............................................................................................................................. 62 5.12. NAUM .................................................................................................................................. 62 5.13. HABACUQUE .......................................................................................................................... 62 5.14. SOFONIAS .............................................................................................................................. 63 5.15. AGEU .................................................................................................................................... 63 5.16. ZACARIAS ............................................................................................................................... 63 5.17. MALAQUIAS ........................................................................................................................... 64 6 - PERÍODO INTERBÍBLICO ..................................................................................................... 66 6.1. ASPECTOS POLÍTICOS ............................................................................................................... 66 6.2. GRUPOS RELIGIOSOS DOS JUDEUS .............................................................................................. 69 6.3. A LITERATURA ........................................................................................................................ 70 6.4. EVENTOS HISTÓRICOS IMPORTANTES .......................................................................................... 71 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.brANTIGO TESTAMENTO 4 AULA 01 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 5 1 - CONHECENDO O ANTIGO TESTAMENTO Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo de Israel mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Igualmente fizeram o registro das mensagens e revelações que receberam do Deus de Israel. Esses registros tinham grande significado e importância na vida daquele povo e, por isso, foram copiados muitas vezes e passados de geração em geração. Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em três grupos de livros, assim conhecidos, em hebraico: – Torah (Lei): reúne os primeiros cinco livros da Bíblia, o assim chamado Pentateuco. – Neviim (Profetas): seção que inclui os profetas anteriores (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e os profetas posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel, e os Doze Profetas Menores). – Ketubim (Escritos): reúne os demais livros, entre os quais Salmos, Provérbios, Jó, Eclesiastes, e também Esdras e Neemias, Daniel, e os livros de Crônicas, que aparecem em última posição no cânone hebraico. As letras iniciais dessas divisões formam o acrônimo TaNaK, que é o nome que os judeus dão à Bíblia. 1.1. Nomes Escriturais Para a Bíblia Há pelo menos três nomes escriturais mais comuns para a Bíblia: A Palavra de Deus, As Escrituras e Os Oráculos de Deus. (Ef 6.10-17; Mt 21.42; Jo 5.39; At 17.11-38; 2 Tm 3.15; Hb 4.12). No entanto, a Bíblia (do grego biblion, biblioteca de pequenos livros) pode ser identificada por vários nomes em seu próprio conteúdo. Vejamos alguns: 1. Livro da Lei (Deuteronômio 31:26) - "Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca do pacto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra vós." A Bíblia é descrita como um livro de leis, leis as quais não são destinadas a nos escravizar ou sufocar o nosso relacionamento com Deus, mas que se destinam a aumentar o nosso conhecimento da justiça de Deus e nos direcionar a Cristo. 2. Evangelho (Romanos 1:16) - "Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê..." A Bíblia nos revela o Evangelho, a boa nova, sobre o Senhor Jesus Cristo. Através de Filho de Deus, os nossos pecados são perdoados e recebemos a salvação. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 6 3. Sagradas Escrituras (Romanos 1:2) - "que ele antes havia prometido pelos seus profetas nas santas Escrituras." A Bíblia é uma coleção de escritos sagrados que são santos e autoritários porque foram inspirados por Deus. 4. Lei do Senhor (Salmo 19:7) - "A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples." As leis da Bíblia não devem ser confundidas com quaisquer outras porque são os mandamentos do Senhor, só dEle, e não ideias do homem. 5. Palavras de Vida (Atos 7:38) - "Este é o que esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para vo-las dar." A Bíblia é um livro vivo, pois cada livro, capítulo e versículo estão vivos com o conhecimento e a sabedoria de Deus. 6. A Palavra de Cristo (Colossenses 3:16) - "A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações." A mensagem de Cristo é a mensagem da salvação do pecado através do Único que pode realizá-la. 7. Escrituras (2 Timóteo 3:16) - "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça." Inspirada por Deus, a Bíblia é uma coleção de escritos como nenhuma outra. É o único livro escrito por homens movidos, ou "levados", pelo Espírito de Deus (2 Pedro 1:21). 8. O Rolo (Salmo 40:7) - "Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito." Ao profetizar sobre Jesus, a Bíblia refere-se a si mesma como um rolo, um rolo de pergaminho documentando o conhecimento de valor inestimável a ser compartilhado de geração em geração. 9. Espada do Espírito (Efésios 6:17) - "Tomai também... a espada do Espírito, que é a palavra de Deus." Assim como a espada, a Bíblia pode se defender contra qualquer ataque com a verdade de Deus. O escritor aos Hebreus diz que a Bíblia é mais cortante do que qualquer "faca de dois gumes" porque é capaz de dividir a "alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hebreus 4:12). 10. Verdade (João 17:17) - "Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade." Já que a Bíblia é a Palavra de Deus, então ela é a verdade. Cada palavra é da mente de Deus. Já que Ele é a verdade, então a Sua Palavra também tem que ser verdade. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 7 11. Palavra de Deus (Lucas 11:28) - "Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam." A Bíblia é como o porta-voz de Deus, pois através de cada livro Ele fala diretamente a nós. 12. Palavra da Vida (Filipenses 2:16) - ".... retendo a palavra da vida." A Bíblia nos revela a diferença entre a vida e a morte - a vida eterna que está diante daqueles que aceitam a Jesus Cristo como seu Salvador e a morte eterna para aqueles que não O aceitam. 13. Palavras do Senhor (Salmo 12:6) - "As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes." As palavras da Bíblia são perfeitas e sem falha porque são as palavras do Senhor, proclamadas pelos profetas e apóstolos para revelar o amor e a glória de Deus. 1.2. Divisões do Antigo Testamento Os livros do A.T. reúnem-se naturalmente em quatro grupos fáceis de serem lembrados. Em ordem são: 1. Lei – 5 livros. 2. História – 12 livros. 3. Devoção ou Poesia – 5 livros. 4. Profecia – 17 livros. 1.3. A Mensagem Geral A. Lei. O primeiro grupo relata a história das comunicações de Deus e Seu trato direto com seus filhos, no princípio dos tempos, durante a época dos patriarcas, como Abraão, Isaque e Jacó e até a morte de Moisés pouco antes da ida à Terra Prometida, sob a direção de Josué. Nestes livros está contido tudo o que é conhecido como Lei, inclusive os Dez Mandamentos (Êx 20.3-17). Entretanto, lembramos que, incidentemente, ainda hoje, Moisés, permanece como o maior dos legisladores, mais do que Drácon, Solon ou outro qualquer. Muitas de nossas leis comuns vêm das leis Portuguesas que por sua vez vieram das romanas, das quais muitas vieram de Moisés. Todo o grupo de livros revela Deus como a primeira grande causa e Criador, mas vai além disto, e O revela como Pai paciente, amoroso, interessado e sempre tentando abençoar o homem que Ele criou à sua própria imagem. B. Históricos. Os doze livros de História começam com o de Josué e terminam com o de Ester. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 8 O mundo registrou muitas Histórias de muitas nações, mas considerando a influência que a Bíblia e Cristo têm tido no mundo inteiro, lembrando que esta História é a que registra a preparação para a vinda de Cristo, será facilmente notada que esta é a Históriamais significante na vida do mundo, de suas civilizações e religiões, do que qualquer outra história já registrada. Estes livros de História cobrem um período de mais de mil anos da conquista da Terra Santa, em 1400 a.C. ao ano 400 a.C. Naturalmente daí só as altas luzes e os elevados picos das montanhas ainda existem, os quais tiveram comunicação direta com o cuidado e preparação de Deus para dar ao mundo o Redentor, o Cristo, Senhor. C. Devocionais (Poéticos). Os livros do culto e devoção dos Hebreus formam o centro do culto e da música sacra do mundo até os dias presentes. Os salmos são cantados em mais de oitocentas línguas, por seiscentos milhões de cristãos, sem dizer os milhões de judeus. A poesia lírica dos hebreus estava no auge mil anos antes das líricas de Horácio. Débora cantou uma canção modelo cem anos antes do nascimento de Sapho. O escritor de Eclesiastes discutiu o problema do mal 500 anos antes de Sócrates escrever seus diálogos. Os Salmos são quase mil anos mais velhos do que Ovídio, e hoje esses poemas líricos são lidos e cantados por mais pessoas do que antes. Quem quiser usar levianamente qualquer porção da Bíblia, incluindo o Antigo Testamento, deve considerar estes fatos. D. Proféticos. Os críticos literários das grandes universidades classificam o primeiro livro de profecia (Isaías) como um dos maiores trabalhos de literatura de todos os tempos. Não é isto, entretanto, que o estudante da Bíblia está principalmente interessado. A questão é: esses livros são, realmente, mensagens de Deus; e qual é a mensagem contida neles? Responder tais perguntas em apenas um parágrafo é impossível, mas pode ser dito que uma das convincentes provas da inspiração divina do A.T. e da divina filiação de Cristo está contida nestes livros. Esses livros foram escritos aproximadamente, do ano 800 a 400 a.C. Ao lado de suas mensagens ardentes para as gerações, e de suas valiosas lições de retidão, que foram cumpridas, em seus mínimos detalhes em Cristo, estão nos acontecimentos do Novo Testamento. Por exemplo: Oitocentos anos antes de Cristo, a época em que nenhuma nação praticava a punição capital pela crucificação, foi profetizado que Cristo morreria pela crucificação. Era para Ele iniciar sua missão na Galiléia. Era para confirmar Sua missão por milagres. Era para ser homem sensível; era para entrar em Jerusalém com triunfo; era para ser rejeitado pelos judeus; era para ser traído e até o preço (trinta moedas de prata) foi Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 9 predito. Seu procedimento durante o julgamento foi predito; era para sofrer abusos, era para morrer sob sentença judicial; era para ser escarnecido; suas vestes haveriam de ser rasgadas, e sortes sobre elas haveriam de ser lançadas pelos transgressores; era para perecer em meio de crueldades e zombarias; nenhum de seus ossos deveria ser quebrado; era para ser traspassado; era para fazer sua sepultura com o rico. Estas são algumas das coisas que foram preditas e cumpridas em seus mínimos detalhes. Nenhuma outra explicação razoável pode ser dada, a não ser a que Deus existe antes e depois dos escritos do Antigo e Novo Testamentos, e que os homens que manejaram as penas tiveram a mente do Senhor atrás de si. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 10 AULA 02 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 11 2 - O PENTATÊUCO É composto dos cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Neles vemos como Deus escolheu os israelitas para ser seu povo, libertou-os da escravidão no Egito e firmou com eles uma aliança no monte Sinai. O Pentateuco também contém os preceitos da lei judaica instituída por Deus. 2.1. Gênesis A. Tema. Este livro é bem definido pelo seu título, Gênesis, que significa “princípio”, porque é a história do princípio de todas as coisas – o princípio do céu e da terra, o princípio de todas as formas de vida e de todas as instituições e relações humanas. Tem sido chamado o “viveiro” das gerações da Bíblia pelo fato de nele se encontrarem todos os começos de todas as grandes doutrinas referentes a Deus, ao homem, ao pecado e à salvação. O primeiro versículo anuncia o propósito do livro. “No princípio criou Deus os céus e a terra”. Ora, sendo ele o Deus e Criador de toda a terra, devia por fim tornar-se o Redentor de toda a terra. O livro relata como se tornou necessária a redenção, devido ter o homem pecado e caído nas trevas; e como Deus escolheu uma nação a fim de que levasse a luz da verdade divina às demais nações. B. Autor. A tradição judaica lista Moisés como o autor do Gênesis e dos outros quatro livros que o seguem, juntos, estes livros são denominados de Pentateuco. Jesus disse: “Se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim, porque de mim escreveu ele” (Jo 5.46) O próprio Pentateuco descreve Moisés como alguém que escreveu extensivamente. C. Esfera de Ação. Não temos nenhuma evidência extra bíblica a qual possamos relacionar a data do livro. O que podemos fazer é remontar uma data tomando como referência 1 Rs 6.1. Tomando por certo que a cifra 480 nesse texto deve ser entendida literalmente, podemos concluir que o 4º ano do reinado de Salomão que se deu em 966 a.C., aconteceu 480 anos depois que os israelitas saíram do Egito. O período de 40 anos da peregrinação de Israel pelo deserto, que durou de 1.446 a.C. até 1.406 a.C., provavelmente foi a ocasião em que Moisés escreveu o que chamamos hoje de Pentateuco. D. Conteúdo. Gênesis é o livro que relata o princípio de todas as coisas. Moisés faz uma retrospectiva conduzindo-nos à origem de tudo e concentrando-se numa verdade absoluta: ―Deus criou‖. É o único registro da origem do universo, do homem, da mulher, da entrada do pecado do homem, da primeira promessa de redenção de Deus e, também, dos primeiros julgamentos sobrenaturais de Deus. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 12 Em Gn 1.26-28 Deus deixa claro que criou o homem e a mulher para abençoá-los e a fim de que pudessem exercer domínio em lugar dele sobre toda a criação. A desobediência humana ameaçou o plano de Deus para a humanidade expresso na criação. Deus respondeu chamando Abraão, por meio de quem a bênção divina triunfaria por fim. Em seus primeiros onze capítulos, Gênesis trata de temas universais tendo como pano de fundo o Oriente Médio (antiga Mesopotâmia). A partir do capítulo 12, o foco central da história volta-se para Israel, tendo como pano de fundo a Palestina. Israel começa com um homem (Abraão), cresce em uma família (Isaque) e recebe seu nome (Jacó). A terceira parte do livro nos mostra como a providência de Deus intervém na história para fazer cumprir os Seus propósitos. A história da maldade dos irmãos de José, vendendo-os ao Egito será usada para preservação do povo de Deus, em meio à grave fome, então reinante na terra. Obviamente, Israel fracassou como povo-servo, fracasso este já previsto na Tora. Os alvos de Deus não podem, porém, ser frustrados. Por isso, um remanescente se levantou da nação, um remanescente, por fim, reduzido a um único descendente de Abraão - Jesus, o Cristo - que cumpriu em sua vida e morte os propósitos redentorese soberanos de Deus. 2.2. Êxodo A. Título. Êxodo vem do grego, significando “sair”, e foi assim chamado porque registra a saída de Israel do Egito. B. Tema. Em Gênesis lemos acerca do princípio da redenção. No livro do Êxodo lemos acerca do progresso da redenção. Em Gênesis a redenção é efetuada através de indivíduos; em Êxodo, é efetuada através de uma nação inteira: Israel. A idéia central do livro é a redenção pelo sangue. Em torno dessa idéia concentra-se a história de um povo salvo pelo sangue, amparado pelo sangue e tendo acesso a Deus pelo sangue. Essa redenção se apresenta suprindo todas as necessidades da nação. Oprimido pelos egípcios, Israel necessita de libertação. Deus provê essa libertação. Tendo sido salva, a nação necessita de uma revelação de Deus para orientá-la na conduta e no culto de sua nova vida. Deus lhe dá a Lei. Convencidos do pecado pela santidade da Lei, os israelitas sentem a necessidade de purificação. Deus provê sacrifícios. Tendo uma revelação de Deus, o povo sente a necessidade de culto. Deus lhe dá o tabernáculo e estabelece um sacerdócio. C. Autor. Moisés. D. Esfera de Ação. Os acontecimentos registrados em êxodo abrangem um período de 216 anos, cerca de 1706 a 1490 a.C. Começa com um povo escravizado habitando na Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 13 presença da idolatria egípcia e termina com um povo redimido habitando na presença de Deus. O livro em si jamais identifica o faraó com quem Moisés contendeu, mas indica que o êxodo ocorreu em algum momento durante o auge do império egípcio. A Tradição conservadora data a morte de Moisés em algum tempo ao redor de 1.400 a.C. Desta forma, é provável que o Livro de Êxodo tenha sido compilado nos quarenta anos anteriores, durante a caminhada pelo Deserto. E. Conteúdo. A família de Jacó desceu ao Egito para fugir da fome reinante na Palestina. Mas após saciarem sua fome, contudo, não voltaram à sua terra, fruto da promessa de Deus, mas permaneceram no Egito. As dinastias que se sucederam no trono egípcio não eram tão simpáticas ao povo de Israel e por isso o subjugaram e os escravizaram ali no Egito. Foram 400 anos de cativeiro. Mas após estes anos de cativeiro, não estavam apenas os 70 homens da família de Jacó que desceram ao Egito, mas eram, agora, 600.000 homens do povo de Deus. E Deus levanta um libertador, Moisés, com sinais e prodígios, para livrá-los do cativeiro egípcio. Atravessam em seco o Mar Vermelho e é necessário atravessar o deserto do Sinai para voltarem do Egito à terra de Canaã e este tempo de caminhada é fundamental para que Deus forjasse neles algo novo e imprescindível. O povo precisava ser transformado em nação. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 14 O ÊXODO Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 15 O TABERNÁCULO DE MOISÉS Tabernáculo era uma tenda itinerante que foi o centro de adoração até a construção do Templo de Salomão (Êx 25), Confeccionado no deserto, quando da estada do povo no monte Horebe, tratava-se de uma construção feita de tábuas de madeira revestidas de ouro que se encaixavam e formavam uma estrutura de 15m x 5m, com 5 m de altura, coberta por três camadas de tendas. O Tabernáculo em si possuía uma divisória, separando o Santo Lugar (onde estavam o Candelabro, o Altar do Incenso e a Mesa dos Pães) do Santo dos Santos (onde ficava a Arca da Aliança). O Átrio dos Sacerdotes era a parte externa do Tabernáculo, onde se faziam os sacrifícios e os ofícios do culto. Tinha cortinas delimitadoras do seu espaço de 50m x 25m, onde ficavam o Altar do Holocausto (para os sacrifícios de animais) e a Bacia de Bronze (onde os sacerdotes se lavavam antes de realizarem a oferta). O Tabernáculo foi o centro da vida nacional de Israel, representando a habitação de Deus no meio do povo. 2.3. Levítico A. Título. Chama-se Levítico pelo fato de ser um registro de leis referentes aos levitas e seu serviço. B. Tema. No livro do êxodo vimos Israel redimido; a redenção de um povo escravizado. Levítico diz-nos como um povo redimido pode aproximar-se de Deus pela Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 16 adoração e como pode ser mantida a comunhão assim estabelecida. A mensagem de Levítico é: o acesso a Deus é somente por meio do sangue e o acesso assim obtido exige a santidade do adorador. A maioria dos tipos no livro refere-se à obra expiatória de Cristo e manifesta-se nas diferentes oferendas que ali se escrevem. Êxodo da-nos o relato da oferenda única que redimiu Israel de uma vez e para sempre. Levítico dá-nos muitos quadros dessa oferenda no que se relaciona com os diferentes aspectos da redenção. A mensagem do livro está muito bem exposta no versículo 2 do capítulo 19. Observe o propósito prático do livro: contém um código de leis divinamente determinado e designado para tornar Israel diferente de todas as demais nações, espiritual, moral, mental e fisicamente. Em outras palavras, Israel tornar-se-ia uma nação santa – uma nação separada dos modos e costumes das nações que a cercavam, e consagrada ao serviço do único e verdadeiro Deus. C. Autor. Moisés. D. Esfera de Ação. O livro abrange o período de um ano da jornada de Israel no Sinai. E. Conteúdo. Após caminharem três meses pelo deserto do Sinai, o povo de Israel chega ao pé do Monte Sinai. Permanecem parados durante algum tempo recebendo as leis e orientações de Deus. Desde Êxodo 19 e por todo o livro de Levítico, encontramos Deus comunicando - se com eles, através de Moisés. O livro de Êxodo terminou com o levantamento do Tabernáculo, construído segundo os padrões que Deus dera a Moisés. Mas como Israel iria utilizar o Tabernáculo? As instruções encontradas em Levítico são a resposta dada a esta pergunta e foram dadas pelo Senhor a Moisés no intervalo de 50 dias entre a inauguração do Tabernáculo (Êx 40.17) e a partida do povo do Sinai (Nm 10.11). O livro de Levítico é um livro sobre a santidade de Deus e as exigências para a comunhão com Ele. Em Levítico conhecemos o Deus Santificador, o Deus que deseja conduzir-nos ao que há de melhor e mais aceitável no culto, na saúde, no relacionamento interpessoal. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 17 SACRIFÍCIOS DO ANTIGO TESTAMENTO SACRIFÍCIO REFERÊNCIA ELEMENTOS PROPÓSITO Holocausto Lv 1; 6.8-13; 8.18-21; 16.24 Novilho, carneiro ou ave (rolinhas ou pombinhos no caso dos pobres); totalmente consumidos; sem defeito. Ato voluntário de adoração; expiação por pecados sem intenção em geral; expressão de dedicação, devoção e total entrega a Deus. Oferta de cereal Lv 2; 6.14-23 Grãos, a melhor farinha, azeite, incenso, pães assados (bolos ou pães finos), sal; nenhum fermento nem mel. Acompanha o holocausto ou a oferta de comunhão (junto com a oferta derramada). Ato voluntário de adoração; reconhecimento da bondade e providência divina; devoção a Deus. Oferta de comunhão Lv 3; 7.11-34 Qualquer animal sem defeito dentre as manadase os rebanhos; vários pães. Ato voluntário de adoração; ações de graças e comunhão (incluía uma refeição comunitária). Oferta pelo pecado Lv 4.1-5.13; 6.24-30; 8.14-17; 16.3-22 1. Novilho: para o sumo sacerdote e a congregação. 2. Bode: para o líder. 3. Ovelha ou cordeiro: para as pessoas em geral. 4. Rolinha ou pombinho: para os pobres. 5. Jarro da melhor farinha: para os muito pobres. Expiação obrigatória para pecado específico sem intenção; confissão do pecado; perdão do pecado; purificação da contaminação. Oferta pela culpa Lv 5.14-6.7; 7:1-6 Carneiro ou cordeiro Expiação obrigatória sem intenção que quer restituição; purificação sem intenção que requer restituição; purificação da contaminação; fazer restituição, pagar muita de 20%. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 18 FESTAS DE ISRAEL NOME MÊS / DIA REFERÊNCIA SIGNIFICADO Páscoa nisã (mar./abr.): 1 4 - 21 Ex 12.2-20; Lv 23.5 Comemora a libertação que Deus concedeu a Israel, tirando- o do Egito. Comemora a libertação que Deus concedeu a Israel, tirando-o do Egito. Festa dos Pães Asmos nisã (mar./abr.): 15 - 21 Lv 23.6-8 Inclui um Dia das Primícias pela colheita de cevada. Festa das Semanas ou Colheita (Pentecostes) sivã (mai./jun.): 6 (sete semanas após a Páscoa) Êx 23. 16; 34.22; Lv 23. 15-21 Comemora a entrega da lei no monte Sinai. Inclui um dia das Primícias pela colheita de trigo. Festa das Trombetas (Rosh Hashanah) tisri (set./out.): 1 Lv 23.23-25; Nm 29.1-6 Dia em que se tocavam trombetas para assinalar o início do ano civil. Dia da Expiação (Yom Kippur) tisri (set./out.): 10 Lv 23.26-33; Êx 30.10 Nesse dia, o sumo sacerdote faz expiação pelo pecado da nação. Também um dia de jejum. Festa das Cabanas (Sukkot) tisri (set./out.): 15 - 21 Lv 23.33-43; Nm 29.1 2-39; Dt 16.13 Comemora os quarenta anos de peregrinação no deserto. Festa da Dedicação ou das Luzes (Hanukkah) quisleu (nov./dez.): 25 - 30; e tebete (dez./jan.): 1- 2 Jo 10.22 Comemora a purificação do templo promovida por Judas Macabeu em 1 64 a. C. Festa de Purim ou de Ester adar (fev./mar.): 14 Et 9 Comemora o livramento do povo judeu nos dias de Ester. 2.4. Números A. Título. O livro de Números tem este título porque trata do registro dos dois censos de Israel antes de entrar em Canaã. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 19 B. Tema. Em Êxodo vimos Israel redimido; em Levítico vimos Israel em adoração; e agora em Números vemos Israel servindo. O serviço do Senhor não devia ser feito de uma maneira casual, razão por que o livro nos apresenta o quadro de um acampamento, onde tudo é feito segundo a primeira lei do céu – a ordem. O povo é numerado conforme as tribos e famílias; a cada tribo é designado o seu lugar no acampamento; a marcha e o acampamento são regulados com precisão militar; e no transporte do Tabernáculo cada levita tem a sua tarefa especial. Além de ser um livro de serviço e ordem, Números é um livro que registra o fracasso de Israel que, por não crer nas promessas de Deus, não entrou em Canaã, e, consequentemente, peregrinou no deserto por castigo. Contudo, foi uma falta que não frustrou os planos de Deus, porque o fim do livro deixa Israel nas fronteiras da Terra Prometida, aonde a nova geração de israelitas espera entrar. Desta maneira quatro palavras – serviço, ordem, falha e peregrinação – resumem a mensagem de Números. C. Autor. Moisés. D. Esfera de Ação. 39 anos de jornada do povo de Israel no deserto, desde cerca de 1490 até 1451 a.C. C. Conteúdo. O livro de Números começa com o povo se preparando para a jornada à terra prometida. O plano de Deus era que em poucas semanas eles chegassem à terra de Canaã. Moisés, por ordem de Deus conta todo o povo (600.000 homens) e os organiza para aquela caminhada. (o número do censo representa homens aptos para uma guerra, 20 anos acima. Isso nos leva a concluir que a nação de Israel, homens mulheres e crianças chegariam a aproximadamente 2.500.000 pessoas). Espias são enviados à Terra Prometida e depois de 40 dias retornam com o relatório. De acordo com este relatório havia gigantes na terra, que ali proliferaram durante os 400 anos em que Israel permaneceu no Egito. Ao ouvir o relatório o povo de Israel se esqueceu do poder e do cuidado de Deus e por isso não deu ouvido a Josué e Calebe, dando ouvido aos outros 10 espias e murmuram contra Deus. Como castigo Deus os faz peregrinar em torno de Cades Barnéia, por aproximadamente 38 anos, caminhando sem chegar a lugar nenhum (Nm. 33), até que aquela geração adulta (maiores de 20 anos) incrédula morresse e seus filhos, numa nova geração, entrassem na posse da terra de Canaã. Aí, então, um novo censo é feito. De acordo com este novo censo mantém o número de 600.000 homens na nova geração (Nm. 26.63-66). Números é um livro de peregrinações, mas é também um livro de murmurações e rebeliões. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 20 2.5. Deuteronômio A. Título. Deuteronômio origina-se de duas palavras gregas que significam “segunda lei”, e chama-se assim pelo fato de registrar a repetição das leis dadas no Sinai. B. Tema. Moisés cumpriu a sua missão. Conduziu Israel do Egito às fronteiras da Terra Prometida. Agora que o tempo de sua partida chegou, ele resume perante a nova geração, numa série de discursos, a história passada de Israel, e nesse resumo baseia as admoestações e exortações que tornam Deuteronômio um grande sermão exortativo para Israel. Exorta a recordar o amor de Jeová para com eles durante as jornadas no deserto, para que pudessem estar seguros da continuação do seu cuidado quando entrassem em Canaã. Admoesta-os a observar a lei a fim de prosperarem. Lembra-lhes as suas apostasias e rebeliões passadas e os adverte das consequências da desobediência futura. A mensagem de Deuteronômio pode resumir-s em três exortações: Recorda! Obedece! Cuidado! C. Autor. Deuteronômio identifica o conteúdo do livro com Moisés: “Estas são as palavras que Moisés falou a todo o Israel” (1.1). “Moisés escreveu esta Lei, e a deu aos sacerdotes” (31.9) também pode ser indício de que tenha escrito todo o livro. O nome de Moisés aparece quase quarenta vezes, e o livro reflete claramente a personalidade de Moisés. O uso corrente da primeira pessoa do singular em todo o livro apoia ainda mais a autoria mosaica. Tanto a tradição judaica quanto a samaritana são unânimes em identificar Moisés como o autor. O último capítulo, que contém o relato da morte de Moisés, foi escrito, provavelmente, por seu amigo íntimo, Josué. D. Esfera de Ação. Dois meses nas planícies de Moabe, 1451 a.C. E. Conteúdo. Após 40 anos de caminhada no deserto, aproximava-se o momento de entrarem novamente na posse da terra de Canaã. Chegam às Campinas de Moabe, na área em que o Jordão deságua no mar Morto (1.5), e ali avistam a Terra Prometida. O que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e Jacó séculos antes estava prestes a se tornar realidade. Deuteronômio é a proclamação de uma segunda chance para Israel. A falta de fé e a infidelidade de Israel tinham impedido a conquista de Canaã anteriormente. Toda a primeira geração de israelitas já havia morrido. Chega às portas de Canaã uma nova geração que não haviam experimentado o livramento do Mar Vermelho, nem a entrega da Leido Sinai. Era preciso relembrá-los do poder de Deus e das leis de Moisés. Por isso, antes de entrarem na posse e gozo da terra prometida, e de transferir a liderança a Josué, Moisés gasta com esta nova geração um longo tempo em lembranças, Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 21 especialmente da lei do Senhor, expondo novamente os mandamentos e estatutos do Senhor. O livro contém os discursos feitos por Moisés durante os seus últimos meses de vida para esta nova geração de israelitas, quando eles estavam acampados na Planície de Moabe, antes de sua entrada na Terra Prometida. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 22 AULA 03 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 23 3 - OS LIVROS HISTÓRICOS Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Esses livros relatam a história de Israel ao longo de um período de 800 anos, começando com a entrada do povo na terra prometida (Canaã) sob a liderança de Josué em 1.250 a.C. Além disso, dão detalhes da conquista daquela terra durante os 200 anos de governo dos juízes. Contam a vida dos reis Saul, Davi (1.000 a.C.) e Salomão. Relatam a divisão da terra em dois reinos (Israel e Judá) e a derrota dos judeus nas guerras contra os assírios (721 a.C.) e os babilônios (586 a.C.). Focalizam também o retorno dos exilados para Israel (538 a.C.) e o reassentamento do povo em Jerusalém e na Judéia, sob a liderança de Esdras e Neemias (aproximadamente em 450 a.C.). 3.1. Josué A. Tema. Israel está agora em condições de tomar posse de Canaã e cumprir sua missão de ser testemunha às nações quanto à sua unidade, e defensor da palavra e Lei de Deus. Nos livros históricos, começando com Josué, veremos se Israel cumpriu ou não a sua missão. Josué é livro de vitória e de possessão, que apresenta o quadro de Israel, outrora rebelde, agora transformado num exército disciplinado de guerreiros, subjugando nações, que lhe eram superiores em número e poder. O segredo de seu êxito não é difícil de conhecer – “O Senhor pelejou por eles”. Tomando a fidelidade de Deus como pensamento central, poderíamos fazer um resumo da mensagem de Josué nas palavras de 21.45: “Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel: tudo se cumpriu”. B. Autor. Josué. O Talmude diz que Josué escreveu todo o livro com exceção dos últimos cinco versículos. Foi escrito durante o tempo em que vivia Raabe (6.25). O autor do Livro de Josué não pode ser determinado pelas Escrituras. Ao que tudo indica o autor deve ter sido testemunha de alguns acontecimentos que ocorreram durante este período. Josué 24.1-26 sugere que o autor de pelo menos grandes seções foi o próprio Josué, homem de vida notável, repleta de emoção, diversidade, sucesso e honra. Era reconhecido pela profunda confiança em Deus. Como representante da tribo de Efraim, percorreu a terra de Canaã com os outros 11 espias, e, assim como Calebe deu relatório positivo de que mediante a fé em Deus era possível conquistar a terra. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 24 Outras passagens, entretanto, não poderiam ter sido escritas por Josué. Sua morte é registrada no capítulo final (24.29-32). Vários outros acontecimentos que ocorreram após a sua morte são mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de Otniel (15.13-17); e a migração para Dã (19.47). Passagens paralelas em Juízes 1.10-16 e Juízes 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram após a morte de Josué. Mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué. C. Esfera de Ação. Desde a morte de Moisés até a morte de Josué, cobrindo um período de 24 anos, de 1451 1 1427 antes de Cristo. D. Conteúdo. Os cinco primeiros livros da Bíblia (o Pentateuco) servem de pano de fundo para o Livro de Josué. A preparação do povo começou em Gênesis com a promessa da terra a Abraão, Isaque e Jacó (Gn 12.1-3,7; 13.15; 15.7,18; 17.8; 26.3; 28.13). A preparação continuou durante dois séculos, enquanto os descendentes de Abraão viveram na Terra Prometida, mas nunca chegaram a controlá-la completamente. Durante os quatro séculos seguintes os israelitas viveram no Egito. O Livro de Êxodo registra sua fuga da escravidão e a entrega da lei. Levítico prepara-os para a adoração. Números e Deuteronômio oferecem-lhes uma estrutura cívica. Até mesmo a linguagem do relato de Josué descrevendo em detalhes a entrada na terra que iriam possuir é semelhante à descrição em Deuteronômio da preparação de Israel para entrar na Terra Prometida, O Livro de Josué faz referência ao Pentateuco como texto normativo para aquela geração (Js 1.7-8). Apesar de a lei e de o relacionamento especial de Israel com Deus mediante a aliança definirem a identidade nacional, Deus também havia prometido aos israelitas sua própria terra. O Livro de Josué é o registro da conquista dessa terra sob a liderança de Deus, Canaã, ponte natural estratégica ligando a África com a Ásia e, por decorrência, com a Europa, é uma terra singular. Ela une o oceano Índico (por meio do mar Vermelho) ao oceano Atlântico (através do Mediterrâneo), Sua história tem mais ocupações militares, batalhas e derramamento de sangue do que a de qualquer outro país do mundo; pelo menos trinta potências mundiais já marcharam sobre seu solo. Os povos que vivem nessa terra precisam ter um relacionamento especial com seu defensor. A Terra Prometida era uma região pagã. Apesar de Deus ter colocado testemunhas suas ali ao escolher Abraão e seus descendentes como povo eleito, o povo de Canaã continuou a adorar inúmeros deuses. Na época da conquista, a religião de Canaã havia se tornado tão decadente, que os hebreus chegaram a desenvolver várias práticas religiosas Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 25 detestáveis expressamente proibidas para os israelitas, inclusive a prostituição cultual e o sacrifício de crianças (Lv 18.21; Dt 12.31; 23.17). O Egito, o gigante político da época, mostrou-se pouco preocupado. Outras potências políticas haviam sucumbido. E os próprios habitantes nativos de Canaã eram desunidos. O momento era perfeito para a invasão israelita. Depois de muitos anos de escravidão no Egito e 40 anos no deserto, os israelitas finalmente receberam permissão para entrarem na terra prometida a seus pais. Após a morte de Moisés, Josué assume a liderança do povo e entram na posse da terra de Canaã através de muitas lutas. Os habitantes de Canaã são inimigos hostis, idólatras, pervertidos. Prostituição de ambos os sexos, sacrifícios de crianças e sincretismo religioso eram algumas das características das religiões dos cananitas. Estes cananitas ocuparam a terra enquanto o povo esteve no Egito e no deserto. Todos os cananitas deveriam ser desalojados e destruídos. O livro de Josué descreve as diversas lutas pela conquista da terra de Canaã pelos israelitas. Demonstrando a todas as naçõesque o Deus de Israel é o verdadeiro Deus, e só ele deve ser adorado. Também é descrito como foi feita a divisão da terra pelas 12 tribos de Israel. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 26 CONQUISTA DE CANAÃ Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 27 3.2. Juízes A. Tema. Josué é o livro da vitória; Juizes, o livro do fracasso. Depois da morte de Josué, a nova geração de israelitas fez uma aliança com as nações que a antiga geração havia deixado na terra, atitude que resultou em idolatria e imoralidade. Isso lhes trouxe o juízo de Deus na forma de servidão às mesmas nações que deviam ter subjugado. Quando clamaram a Deus, foi-lhes enviado um libertador; durante o tempo em que esse viveu, permaneceram fiéis a Deus, mas depois da sua morte tornaram a seguir os velhos pecados. Nos últimos capítulos do livro, o escritor nos dá uma descrição detalhada daqueles tempos de apostasia e anarquia e explica o fenômeno pelo fato de que “Naqueles dias não havia rei em Israel: cada qual fazia o que achava mais reto”. A história do livro pode resumir-se em quatro palavras: Pecado, Servidão, Arrependimento, Salvação. B. Autor. Segundo a tradição judaica, o autor foi Samuel. C. Esfera de Ação. Abrange o período que vai da morte de Josué à magistratura de Samuel. D. Lista dos Juízes. O estudante deve fazer uma lista de todos os juizes, com os seguintes fatos a respeito de cada um: De quem ele livrou Israel? Por quanto tempo ocupou ele o cargo? Quais os fatos importantes referentes a ele? Note que houve 12 juizes (excluindo Abimeleque, que foi um usurpador). JUÍZES DO ANTIGO TESTAMENTO NOME REFERÊNCIA IDENTIFICAÇÃO Otniel Jz 1.12-13; 3.7- 11 Conquistou uma cidade Cananéia. Eúde Jz 3.12-30 Matou Eglom, rei de Moabe, e derrotou os moabitas. Sangar Jz 3.31 Matou 600 filisteus com uma aguilhada de bois. Débora Jz 4 — 5 Convenceu Baraque a liderar um exército na vitória contra as tropas de Sísera. Gideão Jz 6 — 8 Liderou 300 homens na vitória contra 135.000 midianitas. Tola Jz 10.1-2 Julgou por 23 anos. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 28 Jair Jz 10.3-5 Julgou por 22 anos. Jefté Jz 11. 1 — 12.7 Derrotou os amonitas depois de fazer um voto ao Senhor. Ibsã Jz 12.8-10 Julgou por 7 anos. Elom Jz 12.11-12 Julgou por 10 anos. Abdom Jz 12.13-15 Julgou por 8 anos. Sansão Jz 13 — 16 Matou 1.000 filisteus com uma queixada de jumento; foi enganado por Dalila; destruiu um templo filisteu; julgou 20 anos. Samuel 1 e 2 Sm Foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. E. Conteúdo. Juízes cobre um período caótico na história de Israel: cerca de 1.380 a 1.050 a.C. Sob a liderança de Josué, Israel conquistou e ocupou de forma geral a terra de Canaã, mas grandes áreas ainda permaneceram por ser conquistadas pelas tribos individualmente. Muitos bolsões de resistência cananita tinham sido deixados para que as tribos os destruíssem. Mas ao invés de destruí-los o povo de Israel misturou-se e contaminou-se com os idólatras e o resultado da desobediência foram opressões dos inimigos e seguidos cativeiros, que se intercalavam com períodos de arrependimento e clamor, quando, então, o Senhor lhes suscitava um juiz, um libertador militar e magistrado civil, para conduzi-los aos caminhos corretos. Israel praticava continuamente o que era mau aos olhos do Senhor e “não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (21.25). Ao servirem de forma deliberada a deuses estranhos, o povo de Israel quebrava a sua aliança com o Senhor. Em consequência, o Senhor os entregava nas mãos dos opressores. Cada vez que o povo clamava ao Senhor, este, com fidelidade, levantava um juiz a fim de prover libertação ao seu povo. Estes juízes, a quem o Senhor escolheu e ungiu com o seu Espírito, eram militares e civis. O Livro de Juízes não olha apenas retroativamente para a conquista de Canaã, liderada por Josué, registrando as condições em Canaã durante o período dos juízes, mas também antecipa o estabelecimento da monarquia em Israel. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 29 NAÇÕES VIZINHAS DE ISRAEL FENÍCIA AMON EDOM Vivendo logo ao norte de Israel ao longo da costa do Mediterrâneo, os amorreus, semitas que habitavam o litoral, eram famosos mercantes e marinheiros que estabeleceram colônias no norte da África, na Espanha, na Ásia Menor e em várias ilhas do Mediterrâneo. Em geral, Israel manteve relações pacíficas com o país, especialmente sob Davi e Acabe. Mas também travou guerras contra ele. As duas cidades-estados mais importantes da Fenícia eram Sidom e Tiro. Sidom foi destruída em 677 a.C. pelo rei assírio Senaqueribe; em 571 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, apoderou- se de Tiro. Situado a leste de Israel, essa nação semita tem suas raízes em Ló, sobrinho de Abraão. Rabá Amom (atual Amã, na Jordânia) servia- lhes de capital. Seu deus principal era Milcom. As relações de Israel com Amom eram tempestuosas, incluindo conflitos desde o período dos juízes até os últimos anos do reiho de Judá. Durante o reinado de Davi, Amom foi conquistada, embora tenha declarado independência logo após o reinado de Salomão. Durante o século VI a.C., foi dominada primeiro por invasores árabes e depois pelos persas. Nação semita a sudeste do mar Morto, Edom remonta sua origem a Esaú, irmão de Jacó. A prosperidade nessa nação montanhosa devia-se principalmente aos pedágios cobrados das caravanas e à mineração. Durante o êxodo, Edom negou a Israel permissão para atravessar seu território. Ainda que Moisés ordenasse que os israelitas não odiassem os edomitas, desde então passou a existir hostilidade entre os dois povos. Israel dominou Edom durante a maior parte do período bíblico. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 30 ARÃ / SÍRIA MOABE FILÍSTIA Localizado a nordeste de Israel, esse conjunto de cidades-estados semitas - principalmente Damasco, Zobá e Hamate - é mencionado com freqüência nas Escrituras como um inimigo agressivo de Israel e Judá. A Bíblia registra que Saul, Davi, Salomão, Baasa, Acabe, Jorão, Joás, Jeoacaz e Jeoás travaram batalhas contra Arã. A maior contribuição cultural dos arameus para o mundo foi o alfabeto em que se baseia a escrita "quadrada" hebraica. Localizado ao leste do mar Morto, Moabe, outra nação semita, remonta sua origem a Ló. O principal deus moabita era Quemos. Rute, bisavó de Davi, era moabita, mas ele e outros reis de Israel travaram muitas batalhas sangrentas contra Moabe. Uma importante descoberta arqueológica, a estela de Mesa (cerca de 850 a.C.), descreve a guerra do rei moabita Mesa para liberta-se de Israel, provavelmente durante o reinado de Jeorão. Como Judá, Moabe foi conquistada por Nabucodonosor em cerca de 587 a.C. e, mais tarde, dominada pelos persas. Únicos vizinhos não semitas de Israel,os filisteus vieram de Caftor (provavelmente Creta ou alguma outra terra do Egeu) para se estabelecer nas praias mediterrâneas a oeste de Judá. O principal deus deles era Dagom, divindade agrícola. Com suas armas metálicas e tecnologia superior, a relativa riqueza e sofisticação dos filisteus foram uma grande ameaça para a segurança nacional de Israel no início da monarquia. Eles mataram o primeiro rei de Israel (Saul) em batalha. Davi lhes impôs importantes derrotas, mas eles causaram grandes problemas para Israel por muitos anos. 3.3. Rute A. Tema. O livro de Juizes fornece, como se vê, um quadro muito triste de Israel, sob o ponto de vista nacional; Rute apresenta-nos um quadro luminoso desse período em relação à fidelidade e beleza do caráter de certos indivíduos. A história, uma das mais formosas da Bíblia, é duplamente interessante pelo fato de ser uma gentia a sua heroína. A última palavra do livro – Davi – revelará seu valor principal. Seu propósito é traçar a linhagem de Davi, o progenitor do Messias. O livro inteiro tem seu clímax na genealogia que se encontra no último capítulo. B. Autor. A tradição judaica atribui a Samuel a autoria deste livro. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 31 C. Esfera de Ação. O livro abrange um período de dez anos, provavelmente durante a época de Gideão. E. Conteúdo. É a história de uma família que vivia no tempo dos juízes de Israel e onde a desgraça foi transformada em graça familiar e universal. Elimeleque e Noemi, num período de fome em Belém, mudam-se com seus filhos Malon e Quilion para Moabe. Morrem Elimeleque e Noemi, viúva, casa seus dois filhos com mulheres moabitas, Orfa e Rute. Após 10 anos, seus dois filhos também morrem e Noemi decide retornar para sua terra, oferecendo liberdade às noras. Orfa, com tristeza se despede e fica em Moabe, mas Rute que havia adotado Noemi como sua família e o Deus de Noemi como o seu Deus, retornam a Israel. Em Israel, Rute conhece Boaz, da família de Noemi, rico e possível resgatador, pela lei do levirato. Casam-se e são geradores de Obede, Jessé e Davi (por consequente, também de Jesus). Neste livro destaca-se a graça familiar pelo resgate de Boaz. Mas, também, a graça universal, pois Boaz é neto da prostituta cananita Raabe e Rute é Moabita. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 32 3.4. 1 Samuel A. Tema. O Livro de Samuel é um livro de transição. É o registro da passagem do governo de Israel por juizes ao governo por reis, e da passagem do governo de Deus, ao governo de um rei visível. O conteúdo pode agrupar-se ao redor de três pessoas: 1. Samuel, um patriota e juiz de coração humilde e consagrado, que servia a Deus obedientemente. 2. Saul, um rei egoísta, pródigo, ciumento e obstinado, faltoso e infiel na lealdade a seu Deus. 3. Davi um homem segundo o coração de Jeová, o doce cantor de Israel, um varão de oração e louvor, provado, disciplinado, perseguido e finalmente coroado monarca de todo Israel. B. Autor. Supõe-se, geralmente, que Samuel escreveu os primeiros 24 capítulos; e pelo fato de serem os profetas Natã e Gade mencionados juntamente com Samuel em 1 Crônicas 29.29, como biógrafos dos acontecimentos da vida de Davi, conclui-se que eles foram os autores dos capítulos restantes. C. Esfera de Ação. Vai desde o nascimento de Samuel até a morte de Saul, abrangendo um período de 115 anos; de mais ou menos 1171 a 1056 a.C. 3.5. 2 Samuel A. Tema. “O livro todo concentra-se na figura de Davi; É o quadro do ungido de Deus, para quem nossos olhos se dirigem. É o quadro do homem segundo o coração de Deus que iremos estudar. E começamos o nosso estudo com esta pergunta: o que há em Davi que mereça um título tão honorífico? Não o observamos de longe de modo a vê-lo como rei, em posição elevada, rodeado por toda insígnia da realeza, mas sim observamo-lo de perto, na sua familiaridade de homem. Vemo-lo, não somente no trono, mas também no lar. Vemo-lo nas suas tristezas mais profundas, e na hora de seus maiores triunfos; sua justa indignação, e sua palavras de bondade, ternura e generosidade. Somos testemunhas do seu pecado, arrependimento, momentos de impaciência e dignidade real. O quadro todo, apesar de partes sombreadas, apresenta-nos um homem em cuja vida Deus ocupava o primeiro plano. Para Davi, acima de todas as demais coisas, Deus é uma gloriosa realidade. Em suma, Davi é um homem que está profundamente consciente de sua própria debilidade, erro e pecado, mas que conhece a Deus, e confia nele de todo o seu coração” – Markham. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 33 B. Autor. Os acontecimentos registrados em 2 Samuel foram acrescentados provavelmente ao livro de Samuel por Natã ou Gade. C. Esfera de Ação. Vai desde a morte de Saul até a compra do local do templo, abrangendo um período de 37 anos. 3.6. 1 Reis A. Tema. Em 1 e 2 Samuel relata-se que a nação judaica exigiu um rei a fim de tornar- se como as demais nações. Embora contrária à sua perfeita vontade, Deus lhe concedeu essa petição. Neste livro aprendemos a história de Israel sob os reis. Apesar de governarem muitos reis de caráter reto, a história da maior parte deles é a de governos mais iníquos. De acordo com a sua promessa em 1 Samuel 12.18-24, o Senhor não deixou de abençoar o seu povo quando o buscava, mas, por outra parte, nunca deixou de castigá- lo quando se separava dele. B. Autor. O autor é desconhecido. Acredita-se que Jeremias tenha compilado dos registros escritos por Natã, Gade e outros. (1 Cr 29.29). C. Esfera de Ação. Vai desde a morte de Davi até o reinado de Jorão sobre Israel, cobrindo um período de 118 anos, de 1015 a 897 a.C. 3.7. Sobre a Divisão e Declínio do Reino A maneira mais proveitosa para o aluno aprender esta seção é fazer uma lista dos reis de Judá e de Israel, anotando em resumo os seguintes fatos: o caráter do rei, o tempo que reinou, os nomes dos profetas mencionados em conexão com seu reinado, e os acontecimentos principais de seu reino. A lista que se segue dos reis de Judá e Israel, agrupados tanto quanto possível em ordem cronológica, servirá de guia ao estudante. OS REIS DE ISRAEL A Monarquia Unida Reis Profetas em Israel Saul (1020-1000) Samuel Davi (1000-961) Natã Salomão (961-922) Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 34 3.8. 2 Reis A. Tema. O segundo livro dos Reis é uma continuação da história da queda de Judá e Israel, culminando no cativeiro de ambos. Temos aqui a mesma história de fracasso do rei e do povo, uma história de apostasia e idolatria. Embora este tenha sido o grande período profético de Israel, a mensagem dos profetas não foi ouvida. As reformas que se realizaram sob reis como Ezequias e Josias foram superficiais. O povo logo voltou a seus pecados e continuou neles até que mais nenhum remédio houve (2 Cr 36.15,16). B. Autor. O autor humano é desconhecido. Acredita-se que Jeremias tenha compilado os registros feitos por Natã, Gade e outros. C. Esfera de Ação. Desde o reinado de Jorão em Judá e Acazias em Israel, até o cativeiro, cobrindo um período de 308 anos de 896 a 588 a.C. Enquanto o aluno lê os capítulos, deve fazer uma lista dos reis de Judá e de Israel, como fez no primeirolivro. Anexamos aqui uma lista paralela desses reis: REIS DE ISRAEL E JUDÁ – MONARQUIA DIVIDIDA Reis de Judá (922-587) Profetas em Judá Reis de Israel (922-722) Profetas em Israel Roboão (922-915) Jeroboão I (922-901) Abias (915-913) Asa (913-873) Nadabe (901-900) Baasa (900-877) Elá (877-876) Zinri (876) Josafá (873-849) Onri (876-869) Acabe (869-850) Elias Acazias (850-849) Jeorão (849-843) Jorão (849-842) Eliseu Acazias (843-842) Atalia (842-837) Jeú (842-815) Joás (837-800) Jeoacaz (815-802) Amazias (800-783) Jeoás (802-786) Uzias / Azarias (783-742) Jeroboão II (786-746) Amós e Oséias Jotão (742-735) Isaías e Zacarias (746-745) Oséias Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 35 Miquéias Salum (745) Menaém (745-737) Pecaías (737-736) Acaz (735-715) Peca (736-732) Oséias (732-724) Queda de Samaria (722) Ezequias (715-687) Manassés (687-642) Amom (642-640) Josias (640-609) Jeremias, Sofonias e Naum Jeoacaz (609) Jeremias Jeoiaquim (609-598) Jeremias e Habacuque Joaquim (598/7) Jeremias Zedequias (597-587) Jeremias e Ezequiel Queda de Jerusalém (587) TEMPLO DE SALOMÃO Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 36 3.9. 1 e 2 Crônicas Como os livros das crônicas abrangem, na sua maioria, a matéria que se encontra em 2 Sm e 1 e 2 Rs, cremos que é suficiente dar uma introdução apenas a estes livros. A. Tema. Os tradutores gregos da Bíblia referem-se a estes livros como “as coisas omitidas”, porque fornecem muitas informações que não se encontram nos livros dos Reis. Embora Reis e Crônicas demonstrem grande similaridade de conteúdo, foram escritos sob diferentes pontos de vista, o primeiro sob o ponto de vista humano, o último, sob o divino. Para exemplificar: 1 Reis 14.20, relatando a morte de Jeroboão, diz que “descansou com seus pais”. É esse o ponto de vista humano. 2 Crônicas 13.20, relatando o mesmo acontecimento, nos diz que “feriu o Senhor a Jeroboão, que morreu.” Este é o ponto de vista divino. B. Autor: Não se sabe ao certo quem foi o autor de Crônicas, mas o Talmude declara que Esdras foi o redator dos registros deixados por Samuel, Natã, Gade, Ido, etc. C. Esfera de Ação. Desde a morte de Saul até o decreto de Ciro, abrangendo um período de 520 anos; de 1056 a 536 a.C. DIFERENÇAS ENTRE OS LIVROS DOS REIS E OS LIVROS DAS CRÔNICAS LIVROS DOS REIS LIVROS DAS CRÔNICAS Enfatiza a história de Israel e Judá Enfatiza, principalmente, a história de Judá Enfatiza os profetas Enfatiza os sacerdotes Trata do Reino e dos reis Trata do Templo e dos sacerdotes Termina quando o povo vai para o cativeiro Termina quando o povo volta do cativeiro Termina com esperança Termina com esperança 3.10. Esdras Por serem os livros de Esdras, Neemias e Ester tão intimamente relacionados, e tratarem do mesmo período, damos aqui os acontecimentos principais contidos nestes livros, para que o aluno possa ver de relance a história do período que seguiu ao cativeiro. A história começa em 538 a.C., durante o primeiro ano de governo do rei Ciro, da Pér- sia, sobre a Babilônia. Durante o exílio dos judeus de Jerusalém, ocorreram três grandes deportações (606 a.C.; 597 a.C. e 586 a.C.). Jerusalém e o templo haviam sido destruídos pela invasão de Nabucodonosor e seu exército babilônio. Muitos judeus foram mortos ou Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 37 exilados. Dentre os que foram levados para o exílio havia líderes políticos, religiosos e intelectuais da comunidade judaica. Mais tarde, Ciro subjugou os babilônios, e o Império passou para outras mãos. Acreditando que a adoração a deuses estrangeiros era uma vantagem política, Ciro tolerava e até incentivava essa prática, o que resultou num edito aos judeus para que retornassem a Jerusalém, a fim de reconstruir a casa de seu Deus. O edito permitindo que os judeus voltassem à sua terra natal foi inscrito no Cilindro de Ciro (538 a.C.). Descoberto no século XIX, o cilindro repete e confirma o relato bíblico do tratamento benevolente recebido pelos judeus quando eram cativos do rei Ciro. Os profetas mais antigos como Jeremias e Isaías, haviam profetizado tanto os acontecimentos do exílio quanto, finalmente, o regresso do remanescente a Jerusalém. Os judeus, porém, acreditavam na promessa davídica de uma dinastia que não teria fim. Ao verem que não tinham mais um rei no trono e, pior ainda, não tinham sequer um país, começaram a duvidar dos profetas. Alguns acreditavam que os judeus haviam cometido algum pecado imperdoável, resultando no cancelamento de seu destino por Deus. Havia pouca esperança no coração do povo de Israel antes do reinado de Ciro, da Pérsia. O regresso dos desterrados sob Zorobabel – 536 a.C. A reconstrução do templo – 535 a.C. O ministério dos profetas Ageu e Zacarias – 520 a.C. A dedicação do templo – 515 a.C. Os acontecimentos relatados no livro de Ester – 478 a 473 a.C. Esdras visita Jerusalém – 458 a.C. Neemias enviado a Jerusalém como governador; reconstrói o muro – 446 a.C. Malaquias profetiza. A. Tema. A idéia predominante de Esdras é a restauração. Uma comparação entre Reis e Crônicas exporá isto. Reis e Crônicas registram a destruição do templo de Israel; o último, a sua reconstrução. Esdras dá uma lição admirável da fidelidade de Deus. Fiel à sua promessa (Jr 29.10-14) ele estende a mão para reconduzir o povo à sua terra, e ao fazê-lo, usa os reis pagãos – Ciro, Dario, Artaxerxes – como seus instrumentos. B. Autor. O fato de ser o livro escrito na primeira pessoa, por Esdras, indica que ele foi o autor. C. Esfera de Ação. Desde a volta da Babilônia até o estabelecimento na Palestina, abrangendo um período de 79 anos mais ou menos, de 536 a 457 antes de Cristo. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 38 3.11. Neemias Desde o princípio Deus havia prometido abençoar o povo de Israel se ele obedecesse à sua orientação e amaldiçoá-lo se desobedecesse. Os períodos de cativeiro pelos Assírios (o reino do Norte caiu em 722 a.C.), pelos babilônicos (o reino do Sul caiu em 586 a.C.), e pelos Medo-persas (que conquistaram os babilônicos em 539 a.C.) foram épocas durante as quais Deus disciplinou seu povo por causa da sua desobediência. A destruição e o incêndio de Jerusalém e do templo de Salomão provocados por Nabucodonosor, em 586 a.C., foram uma verdadeira catástrofe, que ameaçou ainda mais a adoração a Javé. Contudo, a destruição do templo e sua restauração, setenta anos mais tarde, foram previstas pelo profeta Jeremias (Jr 25.11; 29.10) como garantia de que Deus iria preservar um remanescente fiel de seu povo. Apesar de os assírios e babilônios terem deportado seus cativos para seus impérios, os Medo-persas repatriaram os exilados. Assim, em 536 a.C., Ciro deu ordens para começar a reconstrução do templo, e o primeiro de três grupos pós-exílicos regressou a Jerusalém liderado por Sesbazar e Zorobabel. O templo foi concluído em 516 a.C. O segundo grupo regressou em 458 a.C. com Esdras. Em 444 a.C., o rei Artaxerxes I expediu um decreto para que Neemias liderasse um terceiro grupo, a fim de iniciar a reconstrução do muro de Jerusalém. Esse último decreto de ArtaxerxesI foi de importância profética singular, pois marcou o começo das ―setenta semanas‖ preditas por Daniel (Dn 9.24-27). Tendo em vista que o termo ―semana‖ significa ―uma semana de anos‖ ou um período de sete anos, essa profecia admirável de Daniel marcou o tempo do decreto para reconstruir Jerusalém até a vinda do Messias como sendo de 69 semanas (ou 483 anos). Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 39 FASES DO RETORNO DO EXÍLIO FASE 1 ANO REFERÊNCIA LÍDER JUDEU REI PERSA 536 a.C. Ed 1-6 Zorobabel e Jesua Ciro DADOS DO RETORNO ACONTECIMENTOS IMPORTANTES (1) Qualquer um que quisesse voltar podia fazê-lo. (2) O templo de Jerusalém seria reconstruído. (3) O tesouro real providenciou fundos para a reconstrução do templo. (4) Os utensílios de culto, feitos de ouro e prata, tirados do templo por Nabucodonosor são restituídos. (1) Oferecimento de holocaustos. (2) Celebrada a Festa dos Tabernáculos. (3) Início da reconstrução do templo. (4) O rei persa ordena que a reconstrução pare. (5) Dario, rei da Pérsia, ordena que a reconstrução recomece em 520 a.C. (6) O templo é concluído e dedicado em 516 a.C. FASE 2 ANO REFERÊNCIA LÍDER JUDEU REI PERSA 458 a.C. Ed 7-10 Esdras Artaxerxes Longímano DADOS DO RETORNO ACONTECIMENTOS IMPORTANTES (1) Qualquer um que quisesse voltar podia fazê-lo. (2) O tesouro real providenciou fundos. (3) Autorização para instituição de magistrados e juízes civis judeus. Homens de Israel casados com mulheres estrangeiras. FASE 3 ANO REFERÊNCIA LÍDER JUDEU REI PERSA 444 a.C Ne 1-13 Neemias Artaxerxes Longímano DADOS DO RETORNO ACONTECIMENTOS IMPORTANTES Permissão para reconstrução dos muros de Jerusalém. (1) Reconstrução dos muros de Jerusalém encontra oposição de Sambalate, o heronita, Tobias, o amonita, e Gesém, o árabe. (2) Reconstrução dos muros completada em 52 dias. (3) Dedicação dos muros. (4) Esdras lê o Livro da Lei para o povo. (5) Neemias inicia reformas. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 40 JERUSALÉM NA ÉPOCA DE NEEMIAS O SEGUNDO TEMPLO Em comparação com o Templo de Salomão, era uma miséria e, com o de Herodes, lastimável. Mas no tempo de Esdras e Neemias foi um fator unificador do povo restaurado do cativeiro babilônico. Em comparação com os outros templos, temos poucas informações. Esdras 6.3 dá as dimensões gerais. O rei Ciro, no seu primeiro ano, baixou o seguinte decreto: com respeito à casa de Deus em Jerusalém, deve ela edificar-se para lugar em que se ofereçam sacrifícios; seus fundamentos serão firmes, a sua altura de sessenta côvados, e a sua largura de sessenta côvados, com três carreiras de grandes pedras e uma de madeira nova. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 41 O Talmude nos informa que este Templo não tinha cinco coisas: a arca da aliança; o fogo sagrado; o Shekinah; o Espírito Santo; o Urim e Tumim. O Santo dos Santos estava vazio. No Lugar Santo existiam somente um candeeiro e uma mesa do pão de exposição A. Tema. Este livro gira em torno de uma pessoa – Neemias. É a autobiografia de um homem que sacrificou uma vida de luxo e prazeres para poder ajudar a seus irmãos necessitados em Jerusalém. Descreve um homem que combinou a espiritualidade com a prática – alguém que sabia tanto orar como trabalhar. Absolutamente destemido, ele recusou fazer pactos com os inimigos externos e com o pecado interno. Depois de reconstruir o muro de Jerusalém e efetuar muitas reformas gerais entre o povo, humildemente deu glória a Deus por tudo o que tinha realizado. A lição principal que ensina a sua vida é que a oração e perseverança vencem todos os obstáculos. B. Autor. Neemias. C. Esfera de ação. Desde a viagem de Neemias a Jerusalém até a restauração do culto no templo, cobrindo um período de mais ou menos 12 anos, de 446 a 434 antes de Cristo. 3.12. Ester A. Tema. O livro de Ester não menciona o nome de Deus, entretanto, há nele abundantes sinais de que ele estivesse operando e cuidando de seu povo. Assim como Deus salvou o seu povo do poder de Faraó, ele livrou Israel da mão do malvado Hamã. Podemos resumir a mensagem do livro da maneira seguinte: a realidade da providência divina. B. Autor. Desconhecido. Provavelmente Mordecai (veja 9.20). Alguns acreditam que foi Esdras. C. Esfera de Ação. Entre os capítulos 6 e 7 de Esdras, antes de este partir para Jerusalém. Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 42 AULA 04 Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” www.institutodeteologialogos.com.br | contato@institutodeteologialogos.com.br ANTIGO TESTAMENTO 43 4 - OS LIVROS POÉTICOS Os Livros Sapienciais, ou Poéticos, são aqueles livros que não se dedicam à narrativa da grande história da relação entre Deus e Seu Povo, nem possuem conteúdo propriamente profético. Esses livros, os Salmos, o Livro de Jó, os Provérbios, o Eclesiastes e o Cântico dos Cânticos, contêm a sabedoria de Deus e de Seu Povo. Para isso, muitas vezes utilizam uma linguagem poética, repleta de simbolismo, dado que não podemos absorver a sabedoria como faríamos com o mero conhecimento. 4.1. Jó A. Tema. O livro de Jó trata de um dos maiores mistérios – o do sofrimento. A pergunta que ressoa por todo o livro é: Por que sofrem os justos? Jó, um homem descrito como perfeito, é despojado da riqueza, dos filhos e da saúde. Suporta estas aflições com paciência. Jó não compreende a causa dessas calamidades, mas resigna-se com o pensamento de que Deus envia aos homens tanto o mal como o bem, e que tem o direito de fazer com as suas criaturas o que lhe aprouver. Assim, pois, os homens devem aceitar o mal sem fazer queixa. Os amigos de Jó argumentam que, sendo o sofrimento o resultado do pecado, e sendo Jó o mais aflito dos homens, deveria ele ser o mais ímpio de todos. Jó fica indignado e nega a acusação de ter cometido pecado, levando sua negação até o ponto da autojustiça. Na conclusão da discussão entre Jó e seus amigos, Eliú fala, condenando Jó por sua autojustiça e os outros por sua áspera condenação de Jó. Continua, explicando que Deus tem um propósito ao enviar o sofrimento aos homens; que ele castiga o homem com a intenção de trazê-lo para mais perto de si mesmo. Deus usou as aflições para experimentar o caráter de Jó e como um meio de revelar-lhe um pecado do qual até então não se tinha dado conta: autojustiça. B. Autor. O autor de Jó é desconhecido. Acredita-se que Eliú pode tê-lo escrito (32.16). C. Conteúdo. A própria Escritura atesta que Jó foi uma pessoa real. Ele é citado em Ez 14.14 e Tg 5.11. Jó era um gentio. Acredita-se que era descendente de Naor, irmão de Abraão. Conhecia Deus pelo nome de ―Shaddai – o Todo Poderoso. (Há 31 referências a Shaddai no Livro de Jó). Ele era um homem rico e levava um estilo de vida seminômade. A história do livro de Jó começa com a apresentação de Jó como um homem íntegro e temente a Deus, próspero e feliz. Satanás aparece diante de Deus entre os Seus anjos e ele acusa Jó de ser interesseiro e mercenário, pois sendo rico e feliz não podia servir de
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