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TEOLOGIA E EXEGESE BÍBLICA - AULA 8

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Teologia e Exegese Bíblica
Aula 08: Introdução à exegese do Novo Testamento - I
Apresentação
O livro dos Atos refere-se à história da Igreja, que nasceu em Jerusalém e se
propagou até Roma, ilustrando de certo modo as palavras do Senhor em At 1,8: "O Espírito Santo descerá sobre vós e dele recebereis força. Sereis então minhas testemunhas em Jerusalém e Samaria, e até os confins da terra".
Com outras palavras: tem-se a história da Igreja que passa dos judeus para os gentios, sob o impulso do Espírito Santo. Por isso, Teofilacto (1078) dizia que os
Evangelhos apresentam os feitos do Filho, ao passo que os Atos descrevem os feitos do Espírito Santo.
O livro se divide em duas partes: uma marcada por Pedro (1-12) e a outra marcada por Paulo (At 13-28). Entre essas duas partes, existe concatenação lógica, pois a atividade de Pedro, Apóstolo dos judeus, prepara a de Paulo, Apóstolo dos gentios. Pedro leva o Evangelho de Jerusalém à Judeia e à Samaria, chegando o seu ponto extremo na conversão do primeiro pagão, Cornélio (10,1-11,18).
Paulo desenvolve a evangelização dos gentios mediante três viagens missionárias em terras pagãs. Na carta aos Coríntios, observamos que existe uma solda entre as duas partes do livro: uma que relata os debates do Concílio de Jerusalém, e outra que termina pelo reconhecimento de que o Reino de Deus superara os limites do
judaísmo e se estendia aos gentios. Trataremos mais sobre esses assuntos ao decorrer desta aula.
Objetivos
Demonstrar a interpretação do texto bíblico em busca da clareza da mensagem e contexto;
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Discutir a passagem bíblica utilizando os gêneros exegéticos vistos anteriormente;
Investigar a interpretação do texto bíblico compreendendo as mensagens e ensinamentos com clareza e sem ocultação de sua mensagem original.
Autor e origem do Livro
A tradição atribui a Lucas, autor do terceiro Evangelho, a autoria de Atos. O testemunho mais antigo que se tem é o do cânon de Muratori, de meados do século II:
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
As proezas de todos os apóstolos foram escritas num livro. Lucas, com dedicatória ao excelentíssimo Teófilo, aí recolheu todos os fatos particulares que se
desenrolaram sob seus olhos e os pôs em evidência, deixando de lado o martírio de Pedro e a viagem de Paulo da Cidade de Roma rumo à Espanha.
(Fonte: Shutterstock).
Aqui, vamos compreender que os escritores posteriores fazem eco a esse
testemunho. A maioria dos apóstolos era da região de Cafarnaum, desprezada pela sociedade judaica refinada por ser o centro de uma parte do estado judaico. Não
obstante, Jesus utilizou esses doze homens e os transformou em líderes vigorosos e porta-vozes capazes de transmitir com clareza a fé cristã.
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O sucesso que eles alcançaram dá testemunho do poder transformador da missão dada por Jesus e a eleição desses apóstolos nos dá a certeza de que Jesus queria uma Igreja hierárquica.
A identidade de autor
Examinemos agora o texto de Atos para perceber o que nos diz sobre seu autor:
A identidade de autor, para Lc e At, depreende-se de que ambos escritos têm um prólogo (Lc 1,1-4 e At 1,1-3); o segundo alude à obra anterior. Os dois livros são dedicados ao Excelentíssimo Teófilo (At 1,1 e Lc 1,3). Além disso, nota-se que o início de Atos dá continuidade exata ao fim de Lucas (Lc 24,47-53 e At 1,8-12).
Fonte: Shutterstock
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Um personagem especial, mesmo não tendo convivido com Jesus, é destaque no presente livro. Ele se chama Saulo, que, após conversão em Damasco, passou a se chamar Paulo, cuja pregação não se limitou a atingir os filhos de Israel. Paulo era o
modelo de confluência entre as civilizações de seu tempo, cuja finalidade seria propor um diálogo frutuoso com as diversas culturas.
O autor nunca cita o próprio nome nas listas dos numerosos personagens que acompanhavam Paulo. Todavia, ele descreve segmentos das viagens de Paulo
recorrendo à primeira pessoa do plural (16,10-17; 20,5-15; 21,1-18; 27,1–28,16), isto é, incluindo-se entre os companheiros de Paulo.
A modéstia impedia-o de inscrever-se ao lado dos seus companheiros, donde se conclui que se a tradição apontou Lucas como autor dos Atos, de preferência a outros mais conhecidos (Silvano, Timóteo, Tito), esta indicação só se explica porque Lucas de fato escreveu.
O estilo e o vocabulário de Lc e At são afins entre si: 33 termos do Novo Testamento só se encontram em Lc e At. Quanto aos indícios de autor médico em At, são tênues: citam- se a cura do paralítico com seus pormenores em At 3,7, e a descrição da moléstia do pai de Públio em At 28,8. O autor dá provas de espírito culto, de visão ampla e de fino senso teológico ao descrever a difusão do Evangelho.
O livro dos Atos, dedicado a Teófilo e a todos os gentios convertidos, foi escrito em Roma, como prefere a exegese moderna, na Grécia. A época de origem é discutida.
Muitos argumentam a partir do fecho de At. O autor diz que Paulo ficou por dois anos (61-63) em Roma sob regime de prisão domiciliar (28,30).
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Por que Lucas não relatou o desfecho desse período de prisão?
Por que não referiu à libertação de Paulo (muito provável) ou à sua condenação (improvável)?
A resposta estaria no fato de que Lucas escreveu antes do fim do período de prisão, ou seja, por volta de 63. O argumento é significativo; obrigaria a recuar a data de origem do 3º Evangelho para antes de 63, visto que os Atos são posteriores a Lc.
(Fonte: Shutterstock).
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Historicidade
Uma obra tão rica em notícias e documentos supõe ampla informação da parte do autor, que, aliás, era um pesquisador dedicado (Lc 1,1-4, prólogo que precede toda a obra de
Lucas a Teófilo). Os estudiosos têm procurado determinar as fontes utilizadas por Lucas para sua narração.
Antes do mais, deve-se registrar o próprio testemunho ocular de Lucas. Ele foi
companheiro de Paulo em viagens missionárias, como também no itinerário de Cesareia a Roma; em consequência, deve ter escrito suas Memórias, que aparecem com
minúcias e intenso colorido nas seções em nós, nas quais o autor participa dos fatos: 16,10-17; 20,5-15; 21,1-18; 27,1–28,16. Especialmente esta última, marcada por
linguagem técnica e vivaz, relatando peripécias de viagem e naufrágio, é testemunho eloquente da perspicácia e da cultura do autor.
(Fonte: Shutterstock).
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1As que dizem respeito à comunidade primitiva de Jerusalém (At 1-5);
2As que se referem à obra apostólica de determinados personagens, como Pedro (9,32- 11,18; 12,1-19) e Filipe (8,4-40; 21,8);
3A comunidade de Antioquia, primeiro centro missionário em terra pagã, deve ter oferecido a Lucas tradições referentes à sua fundação e aos judeus helenistas (6,1-8,3; 11,19-30: 13,1-3).
4A tradição refere que Lucas mesmo era de Antioquia (At 11,27), onde, segundo alguns manuscritos, Lucas se teria incluído entre os cristãos de Antioquia;
5O próprio Paulo deve ter oferecido a Lucas informações sobre a sua conversão e suas viagens (9,1-30; 13,4-14,28; 15,36).
Lucas soube harmonizar todo esse material, dispondo-o em sequência concatenada; algumas vezes terá praticado cortes ou deslocamentos de dados, como parece ocorrer no capítulo 12: 12,25, o qual se liga diretamente a 11,30, de modo que 12,1-24 quebra o relato da viagem a Jerusalém.
1
A descrição da viagem para Roma (27,1– 28,16).
2
A estada de Paulo em Atenas (17,16-34).
3
O tumulto dos ourives em Éfeso (19,21-40).
4
A celeuma levantada contra Paulo no Templo (21,27–22,22).d
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Cristianismo
Judaísmo
Neste livro, por volta do ano 48, apresenta-se em Antioquia o problema relativo à oportunidade da circuncisão para os não judeus, quando cristãos provenientes da Judeia reclamam da liberdade adquirida em Cristo Jesus. Paulo e Barnabé não
concordaram com tal problema e foram aos Apóstolos em Jerusalém para resolver a questão. Estava criado aí o Concílio de Jerusalém, no qual ficou decidido que nãoera mais preciso ater às leis antigas, libertando o cristianismo do judaísmo.
Especialmente os discursos transmitidos por Lucas em Atos foram postos em dúvida; seriam obra artificial, pela qual Lucas teria posto nos lábios dos oradores suas próprias palavras, à semelhança do que faziam antigos historiadores. Todavia é difícil admitir que Lucas, por mais culto que fosse, pudesse, após decênios, compor discursos de caráter tão arcaico e semitizante como são os de Pedro (1,16-22; 2,14-36; 3,12-26; 4,8-12; 10,34- 43; 11,5-17) e Estêvão (7,1-53); sem dúvida, Lucas dispunha de documentos, que referiam esses discursos.
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(Fonte: depositphotos).
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A Exegese de Atos
O livro dos Atos é precioso documento da história da Igreja nascente, pois nos informa sobre:
A vida das comunidades
primitivas (2,44-47; 4,32-34;
6,1-7; 8,4-8;);
A sua oração e a partilha de bens;
A administração do
Batismo até mesmo a uma
família inteira, inclusive às crianças (10,1-2.24.44.47;
16,13-15; 16,31-33; 18,8;
1Cor 1,16);
A celebração da Eucaristia (2,42.46; 20,7.11; 27,35);
A organização da Igreja nascente com seus
presbíteros (11,30; 14,23;
20,17.28).
Isso tudo sempre aparece como obra do Espírito
Santo, Espírito sobre o qual Lucas havia insistido no seu Evangelho (Lc
4,1.14.18; 10,21; 11,13...) e
que preside à expansão da Igreja.
É essa ação do Espírito que comunica a Atos o seu
perfume de alegria
espiritual e de maravilhoso sobrenatural, que só pode
ser estranho para quem não compreenda aquele
fenômeno único no mundo, que foi o nascimento do Cristianismo.
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Além disso, os Atos nos informam sobre as concepções teológicas dos primeiros
cristãos, que têm sua expressão fiel também nas epístolas de Paulo: Jesus é o Kýrios, o Senhor, estando a sua humanidade, outrora padecente, totalmente penetrada pela glória da Divindade (2,22-36; 3,17-21; 4,10-12.). Percebe-se que os antigos cristãos se
compraziam em ver na figura do Cristo o cumprimento da profecia do Servo sofredor descrito em Is 52,13-53,12 (At 3,13.26; 4,27.30; 8,32); descreviam-no também,
especialmente quando falavam a judeus, como o novo Moisés (3,22; 7,20). O SI 15/16,8- 11 servia para comprovar a ressurreição de Jesus (At 2,24-32; 13,34-37), assim como o SI 109/110), segundo At 2,34.
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Atos apresenta a Igreja em missão
Os discípulos começam a evangelizar em Jerusalém; em suas viagens apostólicas, Paulo anuncia o evangelho a diversas regiões e chega a Roma. Assim se realiza o plano de Jesus: sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda Judeia e
Samaria, e até os confins da terra (At 1,8).
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Como foi o acolhimento do evangelho propagado de Paulo?
A chegada de Paulo a Roma, capital do grande Império Romano, com o que termina o livro, mostra que o Evangelho foi acolhido não só por judeus, mas também por pagãos, tendo, assim, uma destinação universal.
O começo da pregação em Jerusalém, cidade onde Jesus consumou sua obra de salvação, mostra que o anúncio tem seu ponto de partida no próprio Jesus. O anúncio da Igreja continua o anúncio de Jesus Cristo. Assim, aqueles que são evangelizados por meio dos missionários estão em contato com a pessoa de Jesus e, com isso, podem verificar a solidez dos ensinamentos recebidos (Lc 1,3-4).
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(Fonte: Pixabay).
O texto de Atos
Os manuscritos gregos dos Atos
apresentam duas recensões: a chamada oriental e a ocidental.
A forma ocidental é mais do que 8% mais longa do que a oriental, acrescentando a esta pormenores de grande vivacidade, tenham-se em vista At 11,27; 15,20.29;
19,1; 20,2; 24,6; 26,7s. Todavia, não é
mais credenciada. Por isso, é reproduzido nas edições modernas dos Atos o texto oriental, mais enxuto. Como quer que seja, ao estudioso importará, sempre que possível, consultar as variantes do texto que as notas de rodapé lhe ofereçam,
pois assim enriquecerá sua leitura.
O estilo de Lucas é bem superior ao dos escritos feitos nos evangelhos. Não hesita em modificar a linguagem, pois o autor realiza um esboço em seus
escritos. Observamos que a linguagem é oferecida em estilo, com exceção de algumas passagens tais como as que falam do dom do Espírito Santo, a
conversão de Cornélio e a história de Filipe, com destaque para um estilo arcaico e redundante.
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Em Atos 1,6-8, observamos os passos do caminho testemunhal da Igreja
primitiva, os critérios da geografia, permitindo distinguir duas estruturas de descrição da Igreja
missionário:
Um voltado para o predomínio da
atividade na Palestina sob comando de Pedro, a missão dos Doze e a Igreja de Jerusalém (1-12);
Outro, com destaque para a atividade fora da Palestina, mas
com Paulo
protagonista (13-28).
O livro é separado em duas grandes partes, que seria
composta até o capítulo
1285 e outros até o capítulo 15), e estas subdivididas em cinco seções que
pormenorizam a estrutura do livro, com característica para a divisão geográfica, com dados cronológicos e
personagens diversificados. Sendo assim, dentro desta dupla estrutura,
apresentamos cinco
seções que são divididas da seguinte forma:
Primeira seção: introdução e a comunidade de
Jerusalém (1,1-5,42);
Segunda seção: início das missões (6,1-
12,25);
Terceira seção:
Barnabé e Paulo – A primeira viagem
missionária e o
primeiro Concílio de Jerusalém (13,1 -
15,35);
Quarta Seção: as grandes missões da Igreja primitiva (15,36
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- 19,20);
Quinta seção: término das missões (prisão de Paulo) e chegada do Evangelho a Roma (19,21-28,29).
Comentário
Apesar influências literárias judaicas e religiosas, o livro de Atos apresenta dimensão
própria, marcada com sua variedade e uso de expressão, difundindo-se em textos com
narrações e discursos, com prédicas missionárias e querigmáticas, reflexões dramáticas, anúncio de milagres com ensinamentos e fórmulas de fé.
A história do Conceito do Apostolado
A ideia cristã de apóstolo precede cronologicamente essa fixação do conceito judaico de shâlîah e, portanto, não pode ter sido tomada por empréstimo direto do judaísmo. Deve- se ver antes nesses dois termos formações paralelas derivadas da mesma noção
jurídica.
É em Paulo (Gl 2,8; 1Cor 9,2; Rm 1,5) que se encontram os primeiros empregos da
palavra apostolado, como termo técnico cristão para designar um cargo ligado à pessoa do apóstolo, enquanto depositário permanente de uma missão (At 1,25).
As duas fontes do apostolado cristão
Clique no botão acima.
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As duas fontes do apostolado cristão
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Os pesquisadores estão de acordo, atualmente, para atribuir ao apostolado
cristão uma origem pós-pascal. A identificação do círculo pré-pascal dos “Doze” aos apóstolos, identificação que permanece puramente pontual em Mc (3,14) em (10,2) e só se desenvolveu de maneira sistemática em Lc (9,10; 22,14;
24,10), resulta de uma harmonização retrospectiva.
Os Doze não tinham por função serem os representantes legais de Jesus, mas serem um sinal querigmático para Israel. Sua instituição por Jesus era um ato significante que ilustrava a essência e o fim de sua missão junto ao povo de Deus. O número doze, simbolizando a totalidade e a integridade desse povo, remetia ao fato de que Jesus recebera por tarefa reunir o conjunto de Israel e de levá-lo a seu cumprimento escatológico. Os Doze apareciam desde então, por assim dizer, como os pais fundadores e os polos de cristalização em torno dos quais o povo da salvação devia reunir-se no fim dos tempos (Mt 19,28). Porém, não representavam uma assembleia em que certas funções teriam sido
institucionalizadas. O círculo de discípulos que seguiam a Jesus, numa
comunidade de destino e de serviço inscrita no signo da vinda iminente do reino de Deus, não se limitava somente aos Doze.
Mesmo depois da Páscoa, o círculo dos Doze conservou ainda por algumtempo o valor de um sinal dirigido a Israel. Tendo designado um novo membro (At 1,15- 26) para ocupar o posto deixado vacante pela defecção de Judas - que era "um dos Doze” (Mc 14,10.43) eles intervieram publicamente em Jerusalém,
apresentando-se como o núcleo em torno do qual o povo de Deus devia reunir- se no fim dos tempos (At 2).
Mas o papel dos Doze começou a declinar desde meados dos anos 30. Foram os “apóstolos" que se tornaram então o grupo determinante no seio da
comunidade primitiva de Jerusalém (GI 1,17), o que sem dúvida nos remete a
uma mudança de paradigma eclesiológico e missionário. À espera da reunião de Israel em Jerusalém, substitui-se a consciência de uma missão que se trata de assumir ativamente junto a Israel, e para além dele, junto aos pagãos.
O apostolado estava fundado nas aparições de Cristo ressuscitado (1Cor 9,1; 15,5-11). Mas nem todas as testemunhas da ressurreição eram consideradas apóstolos. Apenas as aparições que tinham um caráter de apelo e de missão podiam legitimar seu destinatário, perante a Igreja* de Jerusalém, como um enviado plenipotenciário de Jesus Cristo. Como Paulo satisfazia plenamente esse critério, ele foi reconhecido como o último apóstolo chamado (1Cor 15,9- 11).
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O círculo dos apóstolos chamados pelo Ressuscitado era, pois, limitado em número (1Cor 15,7). Não podemos identificar claramente todos os seus
membros. Pedro, a primeira testemunha da ressurreição, era, por isso mesmo, o apóstolo por excelência. Os “Doze”, citados como testemunhas da ressurreição eram, sem dúvida nenhuma, apóstolos também. É verossímil que se deva
acrescentar-lhes Tiago (o irmão do Senhor) e Barnabé, como também Andrônico e Júnias (Rm 16.7).
Além desse tipo de apostolado claramente definido tal como era representado em Jerusalém, encontram-se em Antioquia e em sua região interiorana síria os traços de um apostolado, mais aberto, de caráter pneumático e carismático.
Não é o mandato de Cristo ressuscitado, mas uma instrução do Espírito que
constitui aqui o fator determinante. Segundo a tradição antiga retomada em At 13,1-3; 14, 4.14, Paulo e Barnabé foram, sobre um testemunho profético
inspirado pelo Espírito, investidos do cargo de enviados missionários da
comunidade de Antioquia e considerados, nessa qualidade, como apóstolos. Em sua juventude, Paulo tinha-se compreendido a si mesmo como um apóstolo,
nesse sentido amplo, e foi somente depois de ter estabelecido contatos mais estreitos com Jerusalém que veio a redefinir seu apostolado, segundo os
critérios aplicados naquela comunidade. A origem desse segundo tipo de
apostolado continua obscura, mas pode-se supor que se enraíza no círculo dos missionários itinerantes galileu-sírios saídos da comunidade cristã pré-pascal.
Atividade
1. Quais as principais características do livro do Ato dos Apóstolos?
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2. Quem é considerado apóstolo por excelência?
João
Mateus
Pedro
Lucas
Tiagp
De quem é autoria do livro de Atos?
João
Isaías
Lucas
Mateus e)Jonas
Notas
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A BÍBLIA. Bíblia protestante online. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/.
Acesso em: 22 ago. 2019.
BACON, B. Estudos na Bíblia Hebraica: exercícios de exegese. São Paulo: Vida Nova, 1991.
CASTILLO, J. Jesus, a humanização de Deus. Petrópolis: Vozes, 2015. DE LA POTTERIE, I. et al. Exegese cristã hoje. Petrópolis: Vozes, 1996.
FRIESEN, A. Teologia bíblica pastoral na pós-modernidade. Curitiba: InterSaberes, 2016.
LIMA, M. L. C. Exegese Bíblica: teoria e prática. São Paulo: Paulinas, 2014. MICHELETTI, G. As 12 parábolas de Jesus. Petrópolis: Vozes, 2014.
PEREIRA, S. Exegese do Antigo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2017. PEREIRA, S. Exegese do Novo Testamento. Curitiba: InterSaberes, 2018.
SILVA, C. M. D. Metodologia de exegese bíblica. São Paulo: Paulinas, 2000.
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