Buscar

03 Política 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 168 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 168 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 168 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Política de Meio Ambiente I
POLÍTICA DE MEIO AMBIENTE 1
Objetivos 
 Apresentar o conceito e os princípios fundamentais que orientam o Direito Ambiental. 
 Realizar uma breve retrospectiva do Direito Ambiental no Brasil. 
 Explicar o que significa Responsabilidade Ambiental. 
 Discutir as principais Políticas Ambientais Nacionais. 
Introdução 
O Direito Ambiental pode ser conceituado como um conjunto de normas jurídicas que regula as 
interações do homem com a natureza e os mecanismos legais para proteção do Meio Ambiente. 
 Este é um lugar natural que pode ser modificado pelo ser humano, onde se encontram os elementos 
fundamentais para todos os seres vivos como: água, solo, plantas e animais, participando dos ciclos 
da natureza. 
Este ramo específico da ciência jurídica tem como objeto o desenvolvimento sustentável e a 
utilização dos recursos naturais de forma ordenada. 
O Direito Ambiental está ligado aos outros ramos do direito, entre eles: 
 Constitucional: na disciplina das normas fundamentais de proteção ao Meio Ambiente. 
 Administrativo: no poder de polícia e atos administrativos de natureza ambiental. 
 Civil: no direito de propriedade e de vizinhança. 
 Internacional: na sistematização de regras internacionais através de convenções. 
 Processual: nos princípios processuais e ações coletivas de origem ambiental. 
 Tributário: na incidência ou isenção de tributos em áreas de relevante interesse ambiental. 
 Penal: na interface referente aos crimes contra o Meio Ambiente, previstos em legislação 
específica. 
O Direito Ambiental é um tema amplo e complexo que estabelece relações multidisciplinares entre 
diversas áreas do conhecimento humano, como antropologia, biologia, ciências sociais, engenharia, 
geologia e os princípios fundamentais de todos os ramos do direito internacional, dentre outros. 
 A defesa do Meio Ambiente tem respaldo na Constituição Federal de 1988, que dispõe em seu art. 
225: 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações. 
A defesa do Meio Ambiente também está respaldada na Lei Nº 6938/81 (Lei específica da Política 
do Meio Ambiente), que o define no seu Art. 3º, como: “O conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas 
formas”. 
O direito ao meio ambiente equilibrado constitui um bem de uso comum de um povo e pertence à 
classe dos direitos fundamentais de 3ª geração, não podendo ser personalizado como um 
complemento ao direito individual, pois constitui um bem jurídico autônomo. 
 
Breve histórico do Direito Ambiental 
Desde tempos remotos o ser humano agride a natureza alterando o meio em que vive em menor ou 
maior intensidade. Ele faz isso porque busca água, alimentos e matérias-primas, dentre outras 
necessidades, impulsionado pelo desejo de sobreviver. Não havia na época a preocupação em 
preservar os recursos naturais, pois eles eram considerados ilimitados e inesgotáveis. 
javascript:;
javascript:;
No início da sociedade moderna surgiu o sistema capitalista com predominantes características 
mercantis. Este sistema evoluiu para a forma industrial e atualmente é direcionado pelo capital 
financeiro. O desenvolvimento econômico com base no capitalismo sem uma regulação eficaz pelo 
poder público se constitui em um grande obstáculo para a preservação do meio ambiente, pois está 
centrado na propriedade privada dos meios de produção e na exploração da mão de obra humana e 
dos recursos naturais. 
Somente na década de 1960 foi que a proteção ao meio ambiente surgiu com relevância na 
discussão política, e logo foi repassada à ciência jurídica. Isso pode ser notado por situações 
históricas definidas, merecendo destaque: 
 A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (CNUMAH), realizada 
em Estocolmo, Suécia, em 1972, considerada o marco inicial das reuniões que envolveram 
representantes de diversas nações para debate sobre a questão ambiental no mundo. Nesta 
época o Brasil, que vivia um período histórico denominado como “milagre econômico”, 
participou do evento e se posicionou favorável ao crescimento econômico sem qualquer 
preocupação de natureza ambiental. 
 Os princípios do Direito Ambiental consequentes da declaração de Estocolmo advindas da 
referida Conferência. 
 A contribuição das legislações ambientais internas de diversos países, quase todas também 
geradas pelo interesse internacional que o tema despertou. 
Nos anos 1980 foi retomada a discussão sobre a questão ambiental frente ao desenvolvimento 
econômico sem controle, que atinge diretamente a sobrevivência do ser humano na face do planeta 
no que se refere a própria ação humana perante à terra, ao ar, às águas existentes e à vida dos 
vegetais e animais. 
Em 1983, a Organização das Nações Unidas (ONU), reunida em assembleia geral em Estocolmo, 
Suécia, indicou a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para a presidência 
da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), criada para reexaminar 
a questão ambiental, seu relacionamento com o desenvolvimento e também propor um Programa de 
Ação em nível mundial. 
Esta comissão, apresentou, em 1987, seu relatório intitulado Our Common Future (Nosso Futuro 
Comum), também conhecido como Relatório Brundtland, que criou o termo desenvolvimento 
sustentável. Este relatório foi analisado por presidentes, primeiros-ministros, chefes de Estado e 
outras altas autoridades de mais de 100 países que, a partir da realidade de cada uma das nações, 
adotaram as suas recomendações e aplicaram o seu conteúdo nos programas ambientais nacionais. 
Em 1992, o Brasil recepcionou a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o 
Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como ECO-92 ou Rio-92, da qual participaram 
mais de 150 países. Esta é considerada uma das mais importantes conferências sobre o assunto, na 
qual vários documentos foram produzidos, entre eles a Agenda 21 e a Convenção da 
Biodiversidade. 
A Agenda 21, principal documento produzido na Rio-92, é um programa de ação que propõe um 
novo padrão de desenvolvimento sustententável. Este documento concilia métodos de proteção 
ambiental, justiça social e eficiência econômica e está estruturado em 4 seções subdivididas num 
total de 40 capítulos temáticos. Eles tratam dos temas: 
 Dimensões Econômicas e Sociais: enfoca as políticas internacionais que podem ajudar o 
desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, as estratégias de combate à 
pobreza e à miséria, as mudanças necessárias a serem introduzidas nos padrões de consumo, 
as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica, as propostas para a 
promoção da saúde pública e a melhoria da qualidade dos assentamentos humanos; 
 Conservação e Questão dos Recursos para o Desenvolvimento: apresenta diferentes 
enfoques para a proteção da atmosfera e para a viabilização da transição energética, a 
importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão eco-
compatível dos recursos de água doce; a relevância do combate ao desmatamento, à 
desertificação e à proteção aos frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre 
diversidade biológica e medidas requeridas para a proteção e promoção de alguns dos 
segmentos sociais mais relevantes. Analisa as ações que objetivam a melhoria dos níveis de 
educação da mulher, bem como a participação da mesma, em condições de igualdade, em 
todas as atividades relativas ao desenvolvimento e à gestão ambiental. 
 Revisão de Instrumentos para a Execução das Ações Propostas: discute os mecanismos 
financeiros e os instrumentos e ordenamentos jurídicos internacionais;a produção e oferta 
de tecnologias eco-consistentes e de atividades científicas essenciais à gestão da 
sustentabilidade; a educação e o treinamento como instrumentos da construção de uma 
consciência ambiental e da capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento 
sustentável; o fortalecimento das instituições e a melhoria das capacidades nacionais de 
coleta, processamento e análise dos dados relevantes para a gestão da sustentabilidade. 
 Aceitação do Formato e Conteúdo da Agenda: aprovada por todos os países presentes à 
CNUMAD, propiciou a criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), 
vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC). A CDS tem por 
objetivo acompanhar e cooperar com os países na elaboração e implementação das agendas 
nacionais, e vários países já iniciaram a elaboração de suas agendas nacionais. Dentre os de 
maior expressão política e econômica, somente a China terminou o processo de elaboração e 
iniciou a etapa de implementação. 
A Convenção da Biodiversidade também foi o acordo aprovado por 156 países e uma organização 
de integração econômica regional na Rio-92. Foi ratificada pelo Congresso Nacional Brasileiro e 
entrou em vigor no final de dezembro de 1993. Os objetivos da convenção são a conservação da 
biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a divisão equitativa e justa dos benefícios 
gerados com a utilização de recursos naturais. 
Neste documento destacaou-se o "Protocolo de Biosegurança", que permite que países deixem de 
importar produtos que contenham organismos geneticamente modificados. Dos 175 países 
signatários da Agenda 21, 168 confirmaram sua posição de respeitar a Convenção sobre 
Biodiversidade. 
Em 1998, foi realizada a Reunião de Kyoto no Japão, evento relevante sobre questões ambientais 
patrocinado pela ONU, da qual o Brasil também participou. O principal documento desta reunião 
foi o Protocolo de Kyoto, que teve a adesão de 84 países que se comprometeram a implantar ações 
no sentido de reduzir a emissão de gases na atmosfera. A seguir, este documento é abordado de 
forma sintética. 
 
O Protocolo de Kyoto 
O Protocolo de Kyoto tem como objetivo promover discussões e firmar acordos entre nações para, 
conjuntamente, estabelecerem metas de redução na emissão de gases que provocam o efeito estufa 
na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de 
crescimento menos poluente em países em pleno desenvolvimento. 
O Protocolo de Kyoto estabeleceu a meta global de 5,2%, a vigorar no período de 2008 a 2012, para 
a redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa em relação aos níveis de 
1990. As metas de redução, entretanto, não são homogêneas para todos os países, e foram colocados 
níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases. O Protocolo estabeleceu 
como metas de redução na emissão de gases: 8% para os países que compõem a União Europeia, 
7% para os Estados Unidos e 6% para o Japão. Países em pleno desenvolvimento como Argentina, 
Brasil, Índia, México e principalmente a China, não receberam metas de redução, pelo menos 
naquele momento. 
O Protocolo de Kyoto não somente discute e implanta ações para redução da emissão de gases, mas 
também incentiva e estabelece medidas visando substituir produtos oriundos dos combustíveis 
fósseis por outros que provocam menor impacto ambiental. O EUA - maior emissor de gases do 
planeta - diante das metas estabelecidas, se desligou em 2001 do Protocolo, alegando que a redução 
iria comprometer o desenvolvimento econômico do país. 
Com a efetiva entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, a partir de fevereiro de 2005, cresceu a 
possibilidade do carbono se tornar moeda de troca. O mercado de créditos de carbono vem 
aumentando progressivamente, pois países que assinaram o Protocolo podem comprar e vender 
créditos de carbono. Na verdade o comércio de carbono já existe há algum tempo. A bolsa de 
Chicago, por exemplo, já negociava créditos de carbono no valor de US$ 1,8 por tonelada. Todavia, 
os programas com consentimento do Protocolo de Kyoto conseguem comercializar carbono com 
valores de US$ 5 a 6 por tonelada. 
A Conferência Mundial sobre o Clima, realizada em dezembro de 2009, em Copenhague, 
Dinamarca, contou com a participação de 193 países e teve como principal objetivo estabelecer 
metas no sentido de limitar o Aquecimento Global. Esta reunião terminou em completo desacordo 
entre os participantes que encerraram a fracassada negociação sem aderir ao acordo que havia sido 
aprovado que, pelas regras da ONU, precisa de unanimidade para vigorar. A Conferência de 
Copenhague confirmou o fracasso previamente anunciado, apesar da expectativa de que esta 
reunião global decidiria os rumos climáticos do planeta.
Reflexão 
Caro Leitor, 
Como você pode observar, o Direito Ambiental surge em decorrência da necessidade de estabelecer 
normas que regulassem a relação do homem com o meio ambiente. Com a evolução dos 
movimentos ambientalistas e a crescente inserção política do tema nas agendas de governo, começa 
a surgir legislação sobre o assunto. 
Importante destacar que o Direito Ambiental tem relação com várias outras áreas do Direito e 
também com outras áreas do conhecimento.
Princípios do Direito Ambiental 
Os princípios de direito ambiental são o alicerce fundamental das nações ditas civilizadas e são 
adotados internacionalmente como resultado da necessidade de uma ecologia equilibrada. Estes 
princípios visam proporcionar para presentes e futuras gerações, as garantias de preservação da 
qualidade de vida, em qualquer forma que esta se apresente, conciliando elementos econômicos e 
sociais de acordo com a idéia de desenvolvimento sustentável. A seguir, serão abordados os 
princípios mais importantes. 
Princípio do Direito Humano Fundamental 
O direito ao meio ambiente protegido é um direito difuso, já que pertence a todos e é um direito 
humano fundamental, consagrado nos Princípios 1 e 2 da Declaração de Estocolmo e reafirmado na 
Declaração do Rio. Este princípio afirma que é Direito Fundamental do ser humano o acesso a um 
meio ambiente sadio como forma de assegurar-lhe uma boa qualidade de vida. 
Princípio Democrático 
Assegura ao cidadão o direito à informação e a tomar parte na elaboração das políticas públicas 
ambientais, garantindo-lhe os mecanismos judiciais, legislativos e administrativos que efetivam o 
princípio. Ele prevê uma atuação conjunta do poder público e da sociedade na proteção do meio 
ambiente e incentiva que a resolução dos problemas ambientais deve ser buscada através da 
participação dos diferentes grupos sociais na formulação e execução da política do meio ambiente. 
Princípio do Desenvolvimento Sustentável 
Este princípio assegura a busca e a conquista de um ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento 
social, o crescimento econômico e a utilização dos recursos naturais. O critério do desenvolvimento 
sustentável deve valer tanto para toda a extensão territorial de uma nação, áreas urbanas e rurais, 
como para a sua sociedade, respeitadas as necessidades culturais do país. Ele busca a coexistência 
entre desenvolvimento econômico e meio ambiente sadio, sem que a ordem econômica inviabilize 
um meio ambiente ecologicamente equilibrado e sem que este cause impedimento ao 
desenvolvimento econômico. 
Princípio do Equilíbrio 
Este princípio é voltado para a Administração Pública, que deve pensar em todas as implicações que 
podem ser desencadeadas por determinada intervenção no meio ambiente, devendo adotar a solução 
que busque alcançar o desenvolvimento sustentável. 
Princípio da Função Socioambiental da Propriedade 
Este princípio da função define que o direito de propriedade deve ser exercido levando-se em conta 
a noção de sustentabilidade ambiental. 
Princípio da Informação 
Este princípio dispõe que é dever do Poder Público promovera educação ambiental em todos os 
níveis de ensino e a conscientização para a preservação do meio ambiente. É o direito conferido à 
coletividade para obter informações sobre o meio ambiente, tanto às informações oficiais, assim 
como às notícias apresentadas através dos meios de comunicação de massa. 
Princípio do Limite 
O Princípio do Limite dispõe que a Administração Pública tem o dever de fixar os padrões mínimos 
a serem observados em casos de emissão de partículas, ruídos, sons, presença de corpos estranhos 
no ambiente na destinação final de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, tendo em vista a 
necessidade de proteção da vida e promoção do desenvolvimento sustentável. 
Princípio do Planejamento Racional 
 
Dispõe que o planejamento racional é fundamental para alcançar a sustentabilidade, pois, como os 
recursos naturais são escassos, deve-se assegurar que as melhores decisões sejam tomadas visando o 
interesse da coletividade e do meio ambiente. 
Princípio da Precaução 
O Princípio da Precaução dispõe que não se pode invocar o desconhecimento de uma possível 
ocorrência de prejuízo ao meio ambiente para se evitar medidas preventivas a algum dano 
ambiental. A omissão dessas medidas preventivas faculta à Administração Pública, por exemplo, o 
direito de embargar obras ou atividades. 
Segundo esse princípio, o empreendedor deve apresentar ao poder público estudo prévio de impacto 
ambiental, referente a qualquer atividade que implique a utilização ou transformação de recursos 
naturais. Tal princípio desonera o cidadão ou associação de comprovar o dano real ao meio 
ambiente, sendo suficiente a caracterização do dano potencial. 
Princípio da Prevenção 
É muito semelhante ao Princípio da Precaução, mas com este não se confunde. No princípio da 
Prevenção, o dano ambiental já é conhecido e cientificamente comprovado, portanto, é necessário 
tomar medidas protetoras para o meio ambiente, para extinguir ou diminuir o risco de dano 
ambiental. Com base no princípio da prevenção é que o licenciamento ambiental e os estudos de 
impacto ambiental (EIA/RIMA) podem ser realizados e são solicitados pelas autoridades públicas. 
Princípio do Poluidor Pagador 
O Princípio do Poluidor Pagador obriga aquele que poluir a arcar com os custos da reparação do 
dano causado ou que poderá ser causado. Este princípio não tem por objetivo tolerar a poluição 
mediante um preço, mas evitar danos ao meio ambiente. É resultante da teoria econômica, segundo 
a qual, os custos externos devem ser internalizados. O custo da poluição está incluído no custo de 
produção e o valor a ser pago vai para um fundo de proteção ao Meio Ambiente. Deve ser 
ressaltado que a reparação do dano não é só em dinheiro, pois o poluidor poderá pagar com 
reparação específica. 
Princípio da Responsabilidade 
Pelo Princípio da Responsabilidade o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou 
omissões em prejuízo do meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou 
 administrativas. Logo, a responsabilidade por danos ambientais é objetiva, conforme prevê a 
Constituição Federal de 1988 no § 3º do Art. 225. 
Princípio da Ubiquidade 
Quando se trata de direitos humanos, este princípio visa demonstrar qual é o objeto de proteção do 
meio ambiente, pois toda atividade humana sobre qualquer aspecto deve considerar a preservação 
da vida e da sua qualidade. 
Princípio do Usuário Pagador 
O Princípio do Usuário Pagador dispõe sobre a cobrança de um valor econômico pela utilização de 
um recurso ambiental. Não existe alternativa que considere a responsabilidade deste custeio pelo 
Poder Público ou por terceiros, mas somente daqueles que se beneficiaram da referida utilização. 
A Lei Nº 6.938/81, art. 4º, considera que os recursos ambientais são escassos, portanto, sua 
produção e consumo geram reflexos que podem resultar na sua degradação ou sua escassez. Além 
do mais, ao utilizar gratuitamente um recurso ambiental está se gerando um enriquecimento ilícito, 
pois como o Meio Ambiente é um bem da sociedade, boa parte da comunidade nem utiliza ou 
utiliza em menor escala um determinado recurso natural. 
Os princípios do Direito Ambiental são as bases que orientam as nações civilizadas nas legislação 
sobre meio ambiente e são adotados internacionalmente como resultado da necessidade de uma 
ecologia equilibrada. Estes princípios visam proporcionar para presentes e futuras gerações, as 
garantias de preservação da qualidade de vida, em qualquer forma que esta se apresente, 
conciliando elementos econômicos e sociais de acordo com a idéia de desenvolvimento sustentável. 
Direito Ambiental no Brasil 
O Direito Ambiental no Brasil estabelece diretrizes de conduta, fundamentadas na Política Nacional 
do Meio Ambiente (Lei Nº 6.938, de 31/08/81). Esta política institui definições claras para o Meio 
Ambiente, qualifica as ações dos agentes modificadores e prevê mecanismos para assegurar a 
proteção ambiental. 
A Lei da Ação Civil Pública (Lei Nº 7.347, de 24/07/85) tutela os valores ambientais, disciplina as 
ações civis públicas de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, consumidor e 
patrimônio de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
Em 1988, a Constituição Federal dedicou normas direcionais da problemática ambiental, fixando as 
diretrizes de preservação e proteção dos recursos naturais e definindo o meio ambiente como bem 
de uso comum da sociedade humana. A Constituição Federal Brasileira no seu Art. 225 diz: 
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e 
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações. 
Além disso, a Rio-92 sacramentou a preocupação mundial com o problema ambiental, reforçando 
princípios e regras para o combate à degradação ambiental no documento intitulado "Agenda 
21", que consolida a diretriz do desenvolvimento sustentável. 
Em qualquer organização pública ou privada, o Direito Ambiental exprime a busca permanente pela 
melhoria da qualidade ambiental de serviços, produtos e ambientes de trabalho, num processo de 
aprimoramento que propicia o desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental globalizado e 
abrangente. Ao operar nesses sistemas, as organizações incorporam as melhores práticas 
corporativas em vigência, além de procedimentos gerenciais e técnicos que reduzem ao mínimo as 
possibilidades de dano ao meio ambiente, da produção à destinação de resíduos. 
A Lei Nº 6.938/81, regulamentada pelo decreto Nº 99.274, de 06/06/1990, institui também 
o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído por órgãos e entidades da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas fundações instituídas pelo poder público, 
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Você estudou detalhadamente como 
funciona o SISNAMA no fascículo 3. 
Ministério do Meio Ambiente (MMA) 
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem a função de coordenar a política nacional do Meio 
Ambiente e dos Recursos Hídricos. Cabe a esse ministério elaborar ações para a preservação, 
conservação e utilização sustentável dos ecossistemas, florestas e biodiversidades, integrar o meio 
ambiente à produção, melhorar a qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais e 
executar o zoneamento ecológico-econômico. 
O MMA do Brasil foi criado com a denominação de Ministério do Desenvolvimento Urbano e do 
Meio Ambiente, através do Decreto Nº 91.145, de 1/03/1985. Anteriormente as atribuições desta 
pasta ficavam a cargo da Secretaria Especial de Meio Ambiente, do então denominado Ministério 
do Interior, criada pelo Decreto Nº 73.030, de 30/10/1973. 
Em 1990, o Ministério do Meio Ambiente foi transformado em Secretaria do Meio Ambiente, 
diretamente vinculada à Presidência da República. Estasituação foi revertida pouco mais de dois 
anos depois, em 19 de novembro de 1992. Em 1993, foi transformado em Ministério do Meio 
Ambiente e da Amazônia Legal e, em 1995, em Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos 
Hídricos e da Amazônia Legal, adotando, posteriormente, o nome de Ministério do 
 Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente. Em 1999, retornou à denominação de Ministério do 
Meio Ambiente. 
O MMA é responsável pelas seguintes iniciativas: 
 A Política Nacional do Meio Ambiente; 
 Os Programas ambientais para a Amazônia Legal; 
 A Política dos Recursos Hídricos; 
 As políticas de preservação, conservação e utilização sustentável de ecossistemas, 
biodiversidade e florestas; 
 As políticas para a integração do Meio Ambiente e produção; 
 Estratégias para a melhoria da qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustent�vel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiversidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Floresta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural
http://pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural
naturais; 
 Zoneamento ecológico-econômico. 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 
Como órgão de assessoramento ao SISNAMA, o CONAMA tem a finalidade de assessorar, estudar 
e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o Meio Ambiente e 
os recursos naturais, e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões 
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. 
A participação dos membros do CONAMA é considerada serviço de natureza relevante e não é 
remunerada, cabendo às instituições representadas o custeio das despesas de deslocamento e 
estadia. O CONAMA reúne-se ordinariamente a cada 3 meses no Distrito Federal (DF) podendo 
realizar reuniões extraordinárias fora do DF, sempre que convocada pelo seu Presidente, por 
iniciativa própria ou a requerimento de pelo menos 2/3 dos seus membros. As reuniões do 
CONAMA são públicas e abertas a toda a sociedade. 
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA) 
O IBAMA é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criada pela Lei Nº 
7.735/89, sendo o órgão executor do CONAMA que tem por função institucional executar e fazer 
executar a política ambiental no âmbito federal. 
É de responsabilidade do IBAMA o Licenciamento Ambiental em caráter supletivo, ressalvada a 
hipótese de atividade ou obra cujo impacto ambiental seja de âmbito nacional ou regional, isto é, 
que exceda o âmbito estadual. 
O Licenciamento Ambiental é um procedimento pelo qual o órgão ambiental competente, federal 
(IBAMA), estadual ou municipal, permite a localização, instalação, ampliação e operação de 
empreendimentos e atividades que utilizam recursos ambientais, e que possam ser consideradas 
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar 
degradação ambiental. Este instrumento busca garantir que as medidas preventivas e de controle 
adotadas nos empreendimentos sejam compatíveis com o desenvolvimento sustentável. 
Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) 
A SEMACE integra o Sistema Nacional de Meio Ambiente na qualidade de órgão seccional do 
Estado do Ceará, competindo-lhe especialmente: 
1. Executar a Política Estadual de Controle Ambiental do Ceará, dando cumprimento às 
normas estaduais e federais de proteção, controle e utilização racional dos recursos 
ambientais e fiscalizando a sua execução. 
2. Estabelecer os padrões estaduais de qualidade ambiental. 
3. Administrar o licenciamento de atividades poluidoras do Estado do Ceará. 
4. Estabelecer o zoneamento ambiental do Estado do Ceará. 
5. Controlar a qualidade ambiental do Estado, mediante levantamento e permanente 
monitoramento dos recursos ambientais. 
6. Adotar as necessárias medidas de preservação e conservação de recursos ambientais, 
inclusive sugerir a criação de áreas especialmente protegidas, tais como, Estações Reservas 
Ecológicas Áreas de relevante interesse ecológico e Parques Estaduais. 
7. Exercer o controle das fontes de poluição, de forma a garantir o cumprimento dos padrões de 
emissão estabelecidos. 
8. Aplicar, no âmbito do Estado do Ceará, as penalidades por infrações à legislação de 
proteção ambiental, federal e estadual. 
9. Baixar as normas técnicas e administrativas necessárias a regulamentação da Política 
Estadual de Controle Ambiental com prévio parecer do Conselho Estadual do Meio 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Zoneamento
Ambiente. 
10. Promover pesquisas e estudos técnicos no âmbito da proteção ambiental, 
concorrendo para o desenvolvimento da tecnologia nacional. 
11. Desenvolver programas educativos que concorram para melhorar a compreensão 
social dos programas ambientais. 
12. Celebrar convênios, ajustes, acordos e contratos com entidades públicas e privadas, 
nacionais ou internacionais para execução de atividades ligadas aos seus objetivos. 
 
A atuação do SISNAMA se dá mediante articulação coordenada de órgãos e entidades que o 
constituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio 
ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA. 
É de responsabilidade do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios a regionalização das 
medidas emanadas do SISNAMA, através da elaboração de normas e padrões supletivos e 
complementares. 
Princípios do Programa Nacional do Meio Ambiente 
São princípios do Programa Nacional do Meio Ambiente, segundo o art. 2º, Lei Nº 6.938/81: 
1. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente 
como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o 
uso coletivo. 
2. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar. 
3. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais. 
4. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas. 
5. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras. 
6. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção 
dos recursos ambientais. 
7. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental. 
8. Recuperação de áreas degradadas. 
9. Proteção de áreas ameaçadas de degradação. 
10. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. 
Os principais instrumentos de proteção ambiental adotados pelo Brasil são: 
 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) 
 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) 
 Plano de Controle Ambiental (PCA) 
 Relatório de Controle Ambiental (RCA) 
 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) 
 Relatório Ambiental Preliminar (RAP) 
 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) 
Responsabilidade Ambiental 
A Constituição Federal de 1988 no seu Art. 225 §3º prevê a tríplice responsabilidade para 
agressores do Meio Ambiente com sanções: civil, administrativa e penal, vinculada à obrigação de 
reparar danos causados ao meio ambiente: 
As condutas e atividades consideradas lesivas ao Meio Ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar 
os danos causados. 
A Lei Nº 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 
atividades lesivas ao meio ambiente, podendo o Poder Público ser responsabilizado pela omissão de 
fiscalização. 
Responsabilidade Civil 
No Direito Ambiental, a responsabilidade civil é do tipo objetiva não se exigindo nenhum elemento 
subjetivo, como culpa ou dolo. Vale ressaltar que o Art. 14, §1º, da Lei Nº 6.938/81 foi 
recepcionado pela Constituição federal de 1988 e prevê a responsabilidade objetiva pelos danos 
causadosao Meio Ambiente e também a terceiros. 
A responsabilidade objetiva ambiental está fundamentada na Teoria do Risco Integral, segundo a 
qual aquele que, em decorrência de sua atividade cria um risco de danos a terceiros, fica obrigado a 
reparar, sendo irrelevante que a ação do agente denote culpa ou dolo. 
Devido à natureza de sua atividade que pode implicar em risco aos direitos de outrem e caso haja 
violação desses direitos, serão eles responsabilizados conforme e com base na Teoria da 
Responsabilidade Objetiva, independentemente de culpa, além do desenvolvimento da atividade de 
natureza de risco. 
A natureza objetiva da responsabilidade civil por danos ambientais inspira-se em um postulado de 
equidade, pois aquele que obtém lucros com uma atividade, deve responder por eventuais prejuízos 
dela resultantes, independentemente de culpa, sendo igualmente irrelevante saber se a atividade 
danosa é lícita ou ilícita. 
Responsabilidade Administrativa 
As sanções administrativas estão ligadas ao “poder de polícia” dos órgãos vinculados de forma 
direta ou indireta à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A Administração pública 
disciplina e regula a prática ou abstenção de fato em razão de interesse público vinculado à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas. 
As penalidades administrativas podem ser: advertência, multa, apreensão de bens, destruição ou 
inutilização de produtos, suspensão de venda e fabricação de produtos, embargo ou demolição de 
obras, suspensão de atividades, e ainda, alguma relativa a restrição de direitos. 
Responsabilidade Penal 
A responsabilidade penal não é objetiva, pois no Brasil a teoria adotada foi a Finalista da Ação, que 
não admite a responsabilidade objetiva em aspectos penais. Para que haja o direito de se fazer a 
transação penal (art. 76, Lei Nº 9.099/95), é preciso que tenha havido a prévia composição do dano 
ambiental, ou seja, tem que ter tido previamente, o ressarcimento material do dano (pagamento em 
dinheiro). 
No quadro a seguir, está descrito os principais crimes ambientais, com as respectivas penas, de 
acordo com a Lei Nº 9.605/98: 
Crimes ambientais e penalidades associadas 
Crime Ambiental Pena 
Caça a espécies de fauna silvestres. Seis meses a um ano de detenção e 
multa. 
Comercialização e uso ilegal da 
motoserra. 
Seis meses a um ano de detenção e 
multa. 
Corte e transformação de madeira de lei 
em carvão. 
Um a dois anos de reclusão e multa. 
Danos à flora. Um a cinco anos de reclusão. 
Danos à procriação da fauna. Seis meses a um ano de detenção e 
multa. 
Danos ao patrimônio público. Um a três anos de reclusão e multa. 
Degradação a viveiros e açudes. Um a três anos de detenção. 
Destruição de florestas. Um a três anos de detenção e multa. 
Exportação de pele e couro bruto de 
répteis e anfíbios. 
Um a três anos de reclusão. 
Extração mineral. Seis meses a um ano de detenção e 
multa. 
Fabricação e venda de balões. Um a três anos de detenção e multa. 
Impedir a regeneração natural de 
florestas. 
Seis meses a um ano de detenção e 
multa. 
Maus tratos e experiências dolorosas em 
animais. 
Três meses a um ano de detenção. 
Pesca com utilização de explosivos e 
substâncias tóxicas. 
Um a cinco anos de reclusão. 
Pesca em períodos proibidos. Um a três anos de detenção e multa. 
Pesca em quantidade excessiva. Um a três anos de detenção e multa. 
Pichar ou grafitar monumentos. Três meses a um ano de detenção e 
multa. 
Poluição com danos à saúde humana. Um a quatro anos de reclusão. 
Poluição das águas por empresas. Um a três anos de detenção para os 
responsáveis. 
Provocação de incêndios em matas. Até quatro anos de reclusão e multa. 
 
Excludentes da Responsabilidade Ambiental 
Os únicos casos em que se pode legalmente afastar ou excluir a responsabilidade pelo dano 
ambiental são os casos fortuito e a força maior, mas ainda assim, só nos casos concretos é que se 
analisará tal possibilidade. 
Políticas Nacionais 
As principais políticas nacionais dirigidas para o meio ambiente são as seguintes: 
Política Nacional de Educação Ambiental 
 
A educação ambiental decorre do princípio da participação na tutela do meio ambiente e está 
prevista no Art. 225, I, VI, da Constituição Federal. O que se buscou foi trazer a consciência 
ecológica ao povo, titular do direito ao meio ambiente, permitindo a efetivação do princípio da 
participação na salvaguarda desse direito. 
Educar ambientalmente significa: reduzir os custos ambientais; efetivar o princípio da prevenção; 
fixar a idéia de consciência ecológica, que buscará sempre a utilização de tecnologias limpas; 
incentivar a realização do princípio da solidariedade, no exato sentido que perceberá que o meio 
ambiente é único, indivisível e de titularidades indetermináveis; e efetivar o princípio da 
participação, entre outras finalidades. 
A Lei Nº 9.795/99 no seu Art. 6º estabeleceu a Política Nacional de Educação Ambiental e definiu 
educação ambiental como os processos pelos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio 
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, 
sendo um componente essencial e permanente da educação nacional que deve estar presente, de 
forma articulada, em todos os níveis e modalidades de processo educativo, em caráter formal e não 
formal (informal), conforme art. 1º e 2º da referida Lei. 
Política Nacional do Meio Ambiente 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente apresenta os instrumentos destinados à preservação 
ambiental e ao desenvolvimento sustentado da sociedade. Prevê a necessidade, entre outras coisas, 
de licença ambiental para as atividades potencialmente poluidoras. 
A política nacional do meio ambiente tem por base o planejamento, a fiscalização e a racionalização 
do uso dos bens naturais. A Lei Nº 6.938/81 foi o primeiro diploma legal que disciplinou de forma 
sistematizada o meio ambiente, instituindo a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), 
definindo meio ambiente, degradação da qualidade ambiental, poluição, poluidor e recursos 
ambientais. Também criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), o Conselho 
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e indicou os seus instrumentos legais, entre outras 
disposições. 
Segundo o Art. 4º, Lei Nº 6.938/81, são objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
a) A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da 
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; a Política Nacional do Meio 
Ambiente não pretende sacrificar o desenvolvimento econômico do país em benefício 
do Meio Ambiente, pretende o desenvolvimento sustentável. 
 
b) A definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao 
equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios; o estabelecimento de critérios e padrões de 
qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais. 
 
c) O desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso 
racional de recursos ambientais; o uso da tecnologia é absolutamente fundamental para 
alcançar o desenvolvimento sustentável e, portanto, o Poder Público deve fomentar 
pesquisas de novas tecnologias. 
 
d) A difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e 
informações ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade 
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico. 
 
e) A preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização 
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para manutenção do equilíbrio 
ecológico propício à vida. 
 
f) A imposição, ao poluidore ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os 
danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais 
com fins econômicos. 
Síntese do Fascículo 
 
No que se refere ao tema Direito Ambiental, de forma sintética foram abordados neste fascículo os 
seguintes aspectos relevantes. A conceituação deste importante ramo da ciência jurídica que tem 
como objeto proteger a utilização dos recursos naturais de forma ordenada de modo a garantir um 
desenvolvimento sustentável. Em seguida foi apresentado um breve histórico do Direito Ambiental, 
destacando os principais eventos internacionais sobre desenvolvimento e Meio Ambiente, quais 
sejam: 
 Em 1972, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (CNUMAH), 
realizada em Estocolmo, Suécia. 
 Em 1983, Assembleia Geral da ONU, realizada em Estocolmo, Suécia. 
 Em 1987, a publicação do Relatório Our Common Future (Nosso Futuro Comum), pela 
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) que criou o termo 
desenvolvimento sustentável. 
 Em 1992, Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CNUMAD), também conhecida como Rio-92, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, na qual 
foram produzidos diversos documenos, com destaque para a Agenda 21 e a Convenção da 
Biodiversidade. 
 Em 1998, Reunião da ONU, realizada em Kyoto, Japão, na qual foi elaborado o Protocolo 
de Kyoto, que teve a adesão de 84 países. 
 Em 2009, Conferência Mundial sobre o Clima, realizada em Copenhague, Dinamarca, que 
contou com a participação de 193 países e teve como principal objetivo estabelecer metas no 
sentido de limitar o Aquecimento Global. 
O fascículo também destacou os princípios de direito ambiental que visam proporcionar para 
presentes e futuras gerações, as garantias de preservação da qualidade de vida, conciliando 
elementos econômicos e sociais de acordo com a ideia de desenvolvimento sustentável. 
Apresentou a trajetória do Direito Ambiental no Brasil que estabelece diretrizes de conduta, 
fundamentadas na Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Nº 6.938, de 31/08/81) descreveu a 
responsabilidade ambiental sobre os aspectos civil, administrativo e penal, sendo esta vinculada à 
obrigação de reparar danos causados por agressores ao Meio Ambiente. A parte final do fascículo é 
dedicada a descrever as políticas nacionais, enfocando a Política Nacional de Educação Ambiental e 
a Política Nacional do Meio Ambiente. 
A partir dos elementos expostos neste fascículo é possível perceber que a questão da proteção ao 
Meio Ambiente é um dever não só do governo, mas de todos os cidadãos. O respeito às leis e a 
preocupação com um desenvolvimento econômico sustentável e com a preservação ambiental 
garantirá um presente ecologicamente correto e um futuro que assegure qualidade de vida para as 
próximas gerações. 
Exercícios 
1. Defina o que é Direito Ambiental. 
2. Onde e por que surge a necessidade do Direito Ambiental? 
3. Que princípios são considerados no Direito Ambiental? 
4. O que é responsabilidade ambiental e como ela se organiza? 
5. O que representa a Política Nacional de Educação Ambiental? 
Referências 
 
BELTRÃO, Antônio F. G.: Manual de Direito Ambiental. São Paulo: Editora Método, 2008. 
BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires; MENDES, Gilmar Ferreira. 
Curso de direito constitucional. Brasília: Saraiva/IDP, 2007. 
COELHO, Inocêncio Mártires; MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. 
Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva/IDP, 2007. 
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 
2005. 
FUERSCHUETE, Ruy Correia: Política e Legislação de Proteção Ambiental no Brasil SP, Maia, 
1995. (material utilizado na Disciplina Desenvolvimento sustentável, no Curso de Especialização 
em Administração Pública promovido pela FUNDESP); 
LEITE, José Rubens Morato. CANOTILHO, José Joaquim Gomes (org.). Direito Constitucional 
Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva 2007. 
MUKAI, Toshio. Direito Ambiental Sistematizado. São Paulo, Editora Forense Universitária Ltda, 
1992. 
SANTANA, Heron. Direito Ambiental Pós-Moderno. São Paulo: Juruá, 2009. 
SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros Editores, Ltda, 1994. 
www.mma.gov.br 
www.ibama.gov.br 
www.ana.gov.br 
www.direitoambiental.adv.br 
www.buscalegis.ufsc.br 
www.i3g.org.br/nucleos/ecotec/apresentacoes/introducao_ao_direito_ambiental.pdf 
www.cnda.org.br. 
Autor 
 
Cláudio César Montenegro Vale, formado em Ciências Sociais e Jurídicas com pós-graduação 
em Processo Civil e Processo Penal pela UNIFOR. Tem experiência profissional em 
http://www.mma.gov.br/
http://www.ibama.gov.br/
http://www.ana.gov.br/
http://www.direitoambiental.adv.br/
http://www.buscalegis.ufsc.br/
http://www.i3g.org.br/nucleos/ecotec/apresentacoes/introducao_ao_direito_ambiental.pdf
http://www.cnda.org.br/
 
 
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE 
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
RESOLUÇÃO No 420, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009 
Dispõe sobre critérios e valores orientadores de 
qualidade do solo quanto à presença de substâncias 
químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento 
ambiental de áreas contaminadas por essas 
substâncias em decorrência de atividades antrópicas. 
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, no uso das atribuições e 
competências que lhe são conferidas pelo art. 8o, inciso VII, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, 
tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e 
Considerando a necessidade de prevenção da contaminação do solo visando à manutenção 
de sua funcionalidade e a proteção da qualidade das águas superficiais e subterrâneas; 
Considerando que a existência de áreas contaminadas pode configurar sério risco à saúde 
pública e ao meio ambiente; 
Considerando a necessidade de prevenir a contaminação do subsolo e das águas 
subterrâneas que são bens públicos e reservas estratégicas para o abastecimento público e o 
desenvolvimento ambientalmente sustentável; 
Considerando a necessidade de estabelecer critérios para definição de valores orientadores 
para a prevenção da contaminação dos solos e de definir diretrizes para o gerenciamento de áreas 
contaminadas; 
Considerando que a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente, impõe ao poluidor e ao degradador a obrigação de recuperar e/ou indenizar 
danos causados; 
Considerando que a Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, determina, em seu art. 1.228, 
§ 1o, que o direito de propriedade deve ser exercido de modo que sejam preservados a flora, a fauna, as 
belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição 
do ar e das águas; e 
Considerando a necessidade de estabelecimento de procedimentos e critérios integrados 
entre os órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em conjunto com a sociedade 
civil organizada, para o uso sustentável do solo, de maneira a prevenir alterações prejudiciais que possam 
resultar em perda de sua funcionalidade, resolve: 
CAPÍTULO I 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 1o Esta resolução dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo 
quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de 
áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. 
Parágrafo único. Na ocorrência comprovada de concentrações naturais de substâncias 
químicas que possam causar risco à saúde humana, os órgãos competentes deverão desenvolver ações 
específicas para a proteção da população exposta. 
Art. 2o Esta Resolução não se aplica em áreas e solos submersos no meio aquático marinho 
e estuarino. 
Art. 3o A proteção do solo deve ser realizadade maneira preventiva, a fim de garantir a 
manutenção da sua funcionalidade ou, de maneira corretiva, visando restaurar sua qualidade ou recuperá-
la de forma compatível com os usos previstos. 
Parágrafo único. São funções principais do solo: 
I - servir como meio básico para a sustentação da vida e de habitat para pessoas, animais, 
plantas e outros organismos vivos; 
 
II - manter o ciclo da água e dos nutrientes; 
III - servir como meio para a produção de alimentos e outros bens primários de consumo; 
IV - agir como filtro natural, tampão e meio de adsorção, degradação e transformação de 
substâncias químicas e organismos; 
V - proteger as águas superficiais e subterrâneas; 
VI - servir como fonte de informação quanto ao patrimônio natural, histórico e cultural; 
VII - constituir fonte de recursos minerais; e 
VIII - servir como meio básico para a ocupação territorial, práticas recreacionais e 
propiciar outros usos públicos e econômicos. 
Art. 4o As diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas abrangem o 
solo e o subsolo, com todos seus componentes sólidos, líquidos e gasosos. 
Art. 5o Os critérios para prevenção, proteção e controle da qualidade das águas 
subterrâneas observarão a legislação específica. 
Art. 6o Para efeito desta Resolução são adotados os seguintes termos e definições: 
I - Avaliação de risco: processo pelo qual são identificados, avaliados e quantificados os 
riscos à saúde humana ou a bem de relevante interesse ambiental a ser protegido; 
II - Avaliação preliminar: avaliação inicial, realizada com base nas informações históricas 
disponíveis e inspeção do local, com o objetivo principal de encontrar evidências, indícios ou fatos que 
permitam suspeitar da existência de contaminação na área; 
III - Bens a proteger: a saúde e o bem-estar da população; a fauna e a flora; a qualidade do 
solo, das águas e do ar; os interesses de proteção à natureza/paisagem; a infra-estrutura da ordenação 
territorial e planejamento regional e urbano; a segurança e ordem pública; 
IV - Cenário de exposição padronizado: padronização do conjunto de variáveis relativas à 
liberação das substâncias químicas de interesse, a partir de uma fonte primária ou secundária de 
contaminação; aos caminhos de exposição e às vias de ingresso no receptor considerado, para derivar os 
valores de investigação, em função dos diferentes usos do solo; 
V - Contaminação: presença de substância(s) química(s) no ar, água ou solo, decorrentes 
de atividades antrópicas, em concentrações tais que restrinjam a utilização desse recurso ambiental para 
os usos atual ou pretendido, definidas com base em avaliação de risco à saúde humana, assim como aos 
bens a proteger, em cenário de exposição padronizado ou específico; 
VI - Fase livre: ocorrência de substância ou produto imiscível, em fase separada da água; 
VII - Ingresso diário tolerável: é o aporte diário tolerável a seres humanos de uma 
substância presente no ar, na água, no solo ou em alimentos ao longo da vida, sem efeito deletério 
comprovado à saúde humana; 
VIII - Investigação confirmatória: etapa do processo de identificação de áreas 
contaminadas que tem como objetivo principal confirmar ou não a existência de substâncias de origem 
antrópica nas áreas suspeitas, no solo ou nas águas subterrâneas, em concentrações acima dos valores de 
investigação; 
IX - Investigação detalhada: etapa do processo de gerenciamento de áreas contaminadas, 
que consiste na aquisição e interpretação de dados em área contaminada sob investigação, a fim de 
entender a dinâmica da contaminação nos meios físicos afetados e a identificação dos cenários específicos 
de uso e ocupação do solo, dos receptores de risco existentes, dos caminhos de exposição e das vias de 
ingresso; 
X - Limite de Detecção do Método-LDM - menor concentração de uma substância que 
pode ser detectada, mas não necessariamente quantificada, pelo método utilizado; 
XI - Limite de Quantificação Praticável-LQP - menor concentração de uma substância que 
pode ser determinada quantitativamente, com precisão e exatidão, pelo método utilizado; 
XII - Limite de Quantificação da Amostra-LQA - LQP ajustado para as características 
específicas da amostra analisada; 
 
XIII - Monitoramento: medição ou verificação, que pode ser contínua ou periódica, para 
acompanhamento da condição de qualidade de um meio ou das suas características; 
XIV - Nível Tolerável de Risco à Saúde Humana, para Substâncias Carcinogênicas: 
probabilidade de ocorrência de um caso adicional de câncer em uma população exposta de 100.000 
indivíduos; 
XV - Nível Tolerável de Risco à Saúde Humana, para Substâncias Não Carcinogênicas: 
aquele associado ao ingresso diário de contaminantes que seja igual ou inferior ao ingresso diário 
tolerável a que uma pessoa possa estar exposta por toda a sua vida; 
XVI - Perigo: Situação em que estejam ameaçadas a vida humana, o meio ambiente ou o 
patrimônio público e privado, em razão da presença de agentes tóxicos, patogênicos, reativos, corrosivos 
ou inflamáveis no solo ou em águas subterrâneas ou em instalações, equipamentos e construções 
abandonadas, em desuso ou não controladas; 
XVII - Remediação: uma das ações de intervenção para reabilitação de área contaminada, 
que consiste em aplicação de técnicas, visando a remoção, contenção ou redução das concentrações de 
contaminantes; 
XVIII - Reabilitação: ações de intervenção realizadas em uma área contaminada visando 
atingir um risco tolerável, para o uso declarado ou futuro da área; 
XIX - Regional: toda ocorrência que envolva dois ou mais estados; 
XX - Risco: é a probabilidade de ocorrência de efeito(s) adverso(s) em receptores expostos 
a contaminantes; 
XXI - Valores Orientadores: são concentrações de substâncias químicas que fornecem 
orientação sobre a qualidade e as alterações do solo e da água subterrânea; 
XXII - Valor de Referência de Qualidade-VRQ: é a concentração de determinada 
substância que define a qualidade natural do solo, sendo determinado com base em interpretação 
estatística de análises físico-químicas de amostras de diversos tipos de solos; 
XXIII - Valor de Prevenção-VP: é a concentração de valor limite de determinada 
substância no solo, tal que ele seja capaz de sustentar as suas funções principais de acordo com o art. 3o. 
XXIV - Valor de Investigação-VI: é a concentração de determinada substância no solo ou 
na água subterrânea acima da qual existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde humana, 
considerando um cenário de exposição padronizado. 
CAPÍTULO II 
DOS CRITÉRIOS E VALORES ORIENTADORES DE QUALIDADE DO SOLO 
Art. 7o A avaliação da qualidade de solo, quanto à presença de substâncias químicas, deve 
ser efetuada com base em Valores Orientadores de Referência de Qualidade, de Prevenção e de 
Investigação. 
Art. 8o Os VRQs do solo para substâncias químicas naturalmente presentes serão 
estabelecidos pelos órgãos ambientais competentes dos Estados e do Distrito Federal, em até 04 anos após 
a publicação desta Resolução, de acordo com o procedimento estabelecido no Anexo I. 
§ 1o Nas regiões limítrofes entre unidades federativas, cujos solos tenham características 
semelhantes, os respectivos órgãos ambientais deverão estabelecer VRQs comuns. 
§ 2o Os órgãos ambientais, a seu critério e quando tecnicamente justificado, poderão 
estabelecer VRQs para substâncias orgânicas naturalmente presentes, listadas ou não no Anexo II. 
Art. 9o Serão adotados como VPs os valores apresentados no Anexo II, os quais foram 
estabelecidos com base em ensaios de fitotoxicidade ou em avaliação de risco ecológico. 
Art. 10. Serão adotados como VIs, os valores apresentados no Anexo II, os quais foram 
derivados com base em avaliação de risco à saúde humana, em função de cenários de exposição 
padronizados para diferentes usos e ocupação do solo. 
Art. 11. A requerimento dos órgãos ambientais competentes, quando tecnicamente 
justificado e aprovado pelo CONAMA, poderãoser revistos os VPs e VIs estabelecidos nesta Resolução, 
 
bem como serem estabelecidos VPs e VIs estaduais ou regionais para substâncias químicas listadas ou 
não no Anexo II, com base na mesma metodologia e garantindo o mesmo nível de risco. 
Art. 12. As substâncias não listadas no Anexo II, quando necessária sua investigação, terão 
seus valores orientadores definidos pelo órgão ambiental competente. 
Art. 13. Ficam estabelecidas as seguintes classes de qualidade dos solos, segundo a 
concentração de substâncias químicas: 
I - Classe 1 - Solos que apresentam concentrações de substâncias químicas menores ou 
iguais ao VRQ; 
II - Classe 2 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma substância química 
maior do que o VRQ e menor ou igual ao VP; 
III - Classe 3 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma substância química 
maior que o VP e menor ou igual ao VI; e 
IV - Classe 4 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma substância química 
maior que o VI. 
CAPÍTULO III 
DA PREVENÇÃO E CONTROLE DA QUALIDADE DO SOLO 
Art. 14. Com vista à prevenção e controle da qualidade do solo, os empreendimentos que 
desenvolvem atividades com potencial de contaminação dos solos e águas subterrâneas deverão, a critério 
do órgão ambiental competente: 
I - implantar programa de monitoramento de qualidade do solo e das águas subterrâneas na 
área do empreendimento e, quando necessário, na sua área de influência direta e nas águas superficiais; e 
II - apresentar relatório técnico conclusivo sobre a qualidade do solo e das águas 
subterrâneas, a cada solicitação de renovação de licença e previamente ao encerramento das atividades. 
§ 1o Os órgãos ambientais competentes publicarão a relação das atividades com potencial 
de contaminação dos solos e das águas subterrâneas, com fins de orientação das ações de prevenção e 
controle da qualidade do solo, com base nas atividades previstas na Lei no 10.165, de 27 de dezembro de 
2000. 
§ 2o O programa de monitoramento para as águas subterrâneas, bem como o relatório 
técnico, mencionados nos incisos I e II, deverão ser estabelecidos observadas as ações implementadas no 
âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos-SINGREH. 
Art. 15. As concentrações de substâncias químicas no solo resultantes da aplicação ou 
disposição de resíduos e efluentes, observada a legislação em vigor, não poderão ultrapassar os 
respectivos VPs. 
Art. 16. São procedimentos para avaliação das concentrações de substâncias químicas e 
controle da qualidade do solo, dentre outros: 
I - realização de amostragens e ensaios de campo ou laboratoriais, de acordo com os 
artigos 16, 17 e 18; 
II - classificação da qualidade do solo conforme artigo 12; e 
III - adoção das ações requeridas conforme estabelecido no artigo 19. 
Art. 17. Para atendimento desta Resolução nas amostragens, análises e controle de 
qualidade para caracterização e monitoramento do solo e das águas subterrâneas deverão ser observadas, 
no mínimo, as seguintes diretrizes: 
I - adotar procedimentos de coleta, manuseio, preservação, acondicionamento e transporte 
de amostras de acordo com normas nacionais e internacionais, respeitando-se os prazos de validade; 
II - realizar as análises físicas, químicas, físico-químicas e biológicas, utilizando-se 
metodologias que atendam às especificações descritas em normas reconhecidas internacionalmente; 
III - no caso do limite de quantificação da amostra - LQA ser maior do que o LQP, o LQA 
será aceito para atendimento desta resolução, desde que tecnicamente justificado; 
 
IV - caso a substância seja identificada na amostra em concentração entre o limite de 
detecção do método - LDM e o LQA, o fato deverá ser reportado no laudo analítico com a nota de que a 
concentração não pode ser determinada com confiabilidade; 
V - no caso de áreas submetidas à aplicação de produtos agrotóxicos, o momento da coleta 
deve ter correspondência com o período de carência dos mesmos; e 
VI - no caso de aplicação de fertilizantes, o momento da coleta da amostra deverá estar 
correlacionado à colheita do produto, quando houver. 
Art. 18. Os resultados das análises devem ser reportados em laudos analíticos contendo, no 
mínimo: 
I - identificação do local da amostragem, data e horário de coleta e entrada da amostra no 
laboratório, anexando a cadeia de custódia; 
II - indicação do método de análise utilizado para cada parâmetro analisado; 
III - os LQAs, para cada parâmetro analisado; 
IV - os resultados dos brancos do método e rastreadores (”surrogates”); 
V - as incertezas de medição para cada parâmetro; e 
VI - ensaios de adição e recuperação dos analitos na matriz (“spike”). 
Parágrafo único. Outros documentos, tais como cartas-controle, cromatogramas, resultados 
obtidos em ensaios de proficiência e em amostras certificadas, podem ser solicitados a qualquer tempo 
pelo órgão ambiental competente. 
Art. 19. As análises para caracterização e monitoramento da qualidade do solo e da água 
subterrânea deverão ser realizadas em laboratórios acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial-INMETRO para os parâmetros de interesse. 
Parágrafo único. Por um prazo de cinco anos serão admitidas análises realizadas por 
instituição aceita pelos órgãos ambientais ou de recursos hídricos, para os respectivos parâmetros de 
interesse. 
Art. 20. Após a classificação do solo deverão ser observados os seguintes procedimentos 
de prevenção e controle da qualidade do solo: 
I - Classe 1: não requer ações; 
II - Classe 2: poderá requerer uma avaliação do órgão ambiental, incluindo a verificação da 
possibilidade de ocorrência natural da substância ou da existência de fontes de poluição, com indicativos 
de ações preventivas de controle, quando couber, não envolvendo necessariamente investigação; 
III - Classe 3: requer identificação da fonte potencial de contaminação, avaliação da 
ocorrência natural da substância, controle das fontes de contaminação e monitoramento da qualidade do 
solo e da água subterrânea; e 
IV - Classe 4: requer as ações estabelecidas no Capítulo IV. 
CAPÍTULO IV 
DAS DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS 
Art. 21. São princípios básicos para o gerenciamento de áreas contaminadas: 
I - a geração e a disponibilização de informações; 
II - a articulação, a cooperação e integração interinstitucional entre os órgãos da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios, os proprietários, os usuários e demais beneficiados ou 
afetados; 
III - a gradualidade na fixação de metas ambientais, como subsídio à definição de ações a 
serem cumpridas; 
IV - a racionalidade e otimização de ações e custos; 
V - a responsabilização do causador pelo dano e suas conseqüências; e, 
VI - a comunicação de risco. 
 
Art. 22. O gerenciamento de áreas contaminadas deverá conter procedimentos e ações 
voltadas ao atendimento dos seguintes objetivos: 
I - eliminar o perigo ou reduzir o risco à saúde humana; 
II - eliminar ou minimizar os riscos ao meio ambiente; 
III - evitar danos aos demais bens a proteger; 
IV - evitar danos ao bem estar público durante a execução de ações para reabilitação; e 
V - possibilitar o uso declarado ou futuro da área, observando o planejamento de uso e 
ocupação do solo. 
Art. 23. Para o gerenciamento de áreas contaminadas, o órgão ambiental competente 
deverá instituir procedimentos e ações de investigação e de gestão, que contemplem as seguintes etapas, 
conforme ilustrado no Anexo III: 
I - Identificação: etapa em que serão identificadas áreas suspeitas de contaminação com 
base em avaliação preliminar, e, para aquelas em que houver indícios de contaminação, deve ser realizada 
uma investigação confirmatória, as expensas do responsável, segundo as normas técnicas ou 
procedimentos vigentes. 
II - Diagnóstico: etapa que inclui a investigação detalhada e avaliação de risco, as expensas 
do responsável, segundo as normastécnicas ou procedimentos vigentes, com objetivo de subsidiar a etapa 
de intervenção, após a investigação confirmatória que tenha identificado substâncias químicas em 
concentrações acima do valor de investigação. 
III - Intervenção: etapa de execução de ações de controle para a eliminação do perigo ou 
redução, a níveis toleráveis, dos riscos identificados na etapa de diagnóstico, bem como o monitoramento 
da eficácia das ações executadas, considerando o uso atual e futuro da área, segundo as normas técnicas 
ou procedimentos vigentes. 
Art. 24. Será considerada Área Suspeita de Contaminação – AS, pelo órgão ambiental 
competente, aquela em que, após a realização de uma avaliação preliminar, forem observados indícios da 
presença de contaminação ou identificadas condições que possam representar perigo. 
Art. 25. Será declarada Área Contaminada sob Investigação – AI, pelo órgão ambiental 
competente, aquela em que comprovadamente for constatada, mediante investigação confirmatória, a 
contaminação com concentrações de substâncias no solo ou nas águas subterrâneas acima dos valores de 
investigação. 
Parágrafo único. Quando a concentração de uma substância for reconhecida pelo órgão 
ambiental competente como de ocorrência natural, a área não será considerada contaminada sob 
investigação, entretanto será necessária à implementação de ações específicas de proteção à saúde 
humana pelo poder público competente. 
Art. 26. Será declarada Área Contaminada sob Intervenção-ACI, pelo órgão ambiental 
competente, aquela em que for constatada a presença de substâncias químicas em fase livre ou for 
comprovada, após investigação detalhada e avaliação de risco, a existência de risco à saúde humana. 
Art. 27. Será declarada Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação-AMR, pelo 
órgão ambiental competente, aquela em que o risco for considerado tolerável, após a execução de 
avaliação de risco. 
§ 1o Nas situações em que a existência de determinada AI ou ACI possa implicar em 
impactos significativos aos recursos ambientais, o gerenciamento do risco poderá se basear nos resultados 
de uma avaliação de risco ecológico, a critério do órgão ambiental competente. 
§ 2o Na impossibilidade de execução de uma avaliação de risco ecológico, em uma 
determinada área, o órgão ambiental competente deverá estabelecer valores específicos e metas para 
subsidiar a reabilitação da área utilizando-se de metodologia tecnicamente justificada. 
§ 3o Em caso de identificação de fase livre, a avaliação de risco deverá ser efetuada após a 
sua eliminação ou redução a níveis mínimos estabelecidos a critério do órgão ambiental competente, com 
base nos recursos tecnológicos disponíveis, sem prejuízo à implementação das etapas de gerenciamento 
das outras fontes de contaminação da área. 
 
Art. 28. No caso da identificação de condição de perigo, em qualquer etapa do 
gerenciamento, deverão ser tomadas ações emergenciais compatíveis para a eliminação desta condição e a 
continuidade da investigação e do gerenciamento. 
Art. 29. Após a declaração de AI ou ACI, o órgão ambiental competente, em conjunto com 
os demais órgãos envolvidos, deverá adotar medidas cabíveis para resguardar os receptores do risco já 
identificados nestas etapas. 
Art. 30. Os órgãos ambientais competentes devem planejar suas ações, observando, para a 
priorização, os seguintes aspectos: 
I - população potencialmente exposta; 
II - proteção dos recursos hídricos; e 
III - presença de áreas de interesse ambiental. 
Art. 31. Para o gerenciamento de áreas contaminadas, os VIs para água subterrânea são os 
listados no Anexo II, definidos com base em risco à saúde humana. 
§ 1o Para substâncias não listadas e nas áreas onde as condições naturais apresentem 
valores anômalos para as substâncias químicas, o órgão ambiental competente, em conjunto com órgão 
gestor de recursos hídricos, deverá definir ações específicas para cada caso. 
§ 2o Na hipótese da revisão da legislação específica que define os padrões de potabilidade 
para risco à saúde humana, os valores previstos no Anexo II ficam automaticamente alterados. 
Art. 32. Para o cumprimento dos procedimentos e ações no gerenciamento de áreas 
contaminadas, o órgão ambiental competente deverá: 
I - definir, em conjunto com outros órgãos, ações emergenciais em casos de identificação 
de condições de perigo; 
II - definir os procedimentos de identificação e diagnóstico; 
III - avaliar o diagnóstico ambiental; 
IV - promover a comunicação de risco após a declaração da área como contaminada sob 
intervenção; 
V - avaliar, em conjunto com outros órgãos, as propostas de intervenção da área; 
VI - acompanhar, em conjunto com outros órgãos, as ações emergenciais, de intervenção e 
de monitoramento; 
VII - avaliar a eficácia das ações de intervenção; e 
VIII - dar ampla publicidade e comunicar a situação da área ao proprietário, ao possuidor, 
ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca onde se insere o imóvel, bem como ao cadastro 
imobiliário das prefeituras e do Distrito Federal. 
Parágrafo único. No desenvolvimento das ações deverão ser observados os usos 
preponderantes, o enquadramento e os planos de recursos hídricos. 
Art. 33. Para fins de reabilitação da área contaminada, o proprietário informará o uso 
pretendido à autoridade competente que decidirá sobre sua viabilidade ambiental, com fundamento na 
legislação vigente, no diagnóstico da área, na avaliação de risco, nas ações de intervenção propostas e no 
zoneamento do uso do solo. 
Art. 34. Os responsáveis pela contaminação da área devem submeter ao órgão ambiental 
competente proposta para a ação de intervenção a ser executada sob sua responsabilidade, devendo a 
mesma, obrigatoriamente, considerar: 
I - o controle ou eliminação das fontes de contaminação; 
II - o uso atual e futuro do solo da área objeto e sua circunvizinhança; 
III - a avaliação de risco à saúde humana; 
IV - as alternativas de intervenção consideradas técnica e economicamente viáveis e suas 
consequências; 
V - o programa de monitoramento da eficácia das ações executadas; e 
 
VI - os custos e os prazos envolvidos na implementação das alternativas de intervenção 
propostas para atingir as metas estabelecidas. 
Parágrafo único. As alternativas de intervenção para reabilitação de áreas contaminadas 
poderão contemplar, de forma não excludente, as seguintes ações: 
I - eliminação de perigo ou redução a níveis toleráveis dos riscos à segurança pública, à 
saúde humana e ao meio ambiente; 
II - zoneamento e restrição dos usos e ocupação do solo e das águas superficiais e 
subterrâneas; 
III - aplicação de técnicas de remediação; e 
IV - monitoramento. 
Art. 35. Após a eliminação dos riscos ou a sua redução a níveis toleráveis, a área será 
declarada, pelo órgão ambiental competente, como área em processo de monitoramento para reabilitação 
– AMR. 
Art. 36. Após período de monitoramento, definido pelo órgão ambiental competente, que 
confirme a eliminação do perigo ou a redução dos riscos a níveis toleráveis, a área será declarada pelo 
órgão ambiental competente como reabilitada para o uso declarado – AR. 
Art. 37. Os órgãos ambientais competentes, quando da constatação da existência de uma 
área contaminada ou reabilitada para o uso declarado, comunicarão formalmente: 
I - ao responsável pela contaminação; 
II - ao proprietário ou ao possuidor da área contaminada ou reabilitada; 
III - aos órgãos federais, estaduais, distrital e municipais de saúde, meio ambiente e de 
recursos hídricos; 
IV- ao poder público municipal; 
V - à concessionária local de abastecimento público de água; e 
VI - ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca onde se insere determinada área, bem 
como ao cadastro imobiliário das prefeituras e do Distrito Federal. 
Parágrafo único. Deverão ser criados pelo Poder Público mecanismos para comunicação de 
riscos à população adequados aos diferentes públicos envolvidos, propiciando a fácil compreensão e oacesso à informação aos grupos social e ambientalmente vulneráveis. 
Art. 38. Os órgãos ambientais competentes, observando o sigilo necessário, previsto em 
lei, deverão dar publicidade principalmente em seus portais institucionais na rede mundial de 
computadores, às informações sobre áreas contaminadas identificadas e suas principais características, na 
forma de um relatório que deverá conter no mínimo: 
I - a identificação da área com dados relativos à toponímia e georreferenciamento, 
características hidrogeológicas, hidrológicas e fisiografia; 
II - a(s) atividade(s) poluidora(s) ativa(s) e inativa(s), fonte poluidora primária e secundária 
ou potencial, extensão da área afetada, causa da contaminação (acidentes, vazamentos, disposição 
inapropriada do produto químico ou perigoso, dentre outros); 
III - as características das fontes poluidoras no que se refere à disposição de resíduos, 
armazenamento de produtos químicos e perigosos, produção industrial, vias de contaminação e 
impermeabilização da área; 
IV - a classificação da área em AI, ACI, AMR e AR; 
V - o uso atual do solo da área e seu entorno, ação em curso e pretérita; 
VI - os meios afetados e concentrações de contaminantes; 
VII - a descrição dos bens a proteger e distância da fonte poluidora; 
VIII - os cenários de risco e rotas de exposição; 
IX - as formas de intervenção; e 
 
X - as áreas contaminadas críticas 
§ 1o As informações previstas no caput deverão ser tornadas disponíveis pelos órgãos 
estaduais de meio ambiente ao IBAMA, o qual definirá e divulgará, em seu portal institucional, forma de 
apresentação e organização sistematizada das informações. 
§ 2o O IBAMA implementará módulo no sistema de informação institucional, que tornará 
públicas as informações enviadas pelos órgãos estaduais de meio ambiente, na forma organizada e 
sistematizada necessária. 
§ 3o As informações constantes do relatório mencionado no caput constituirão o Banco de 
Dados Nacional sobre Áreas Contaminadas. 
CAPÍTULO V 
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS 
Art. 39. Os critérios e procedimentos estabelecidos nesta Resolução não se aplicam a 
substâncias radioativas. 
Parágrafo único. No caso de suspeitas ou evidências de contaminação por substâncias 
radioativas o órgão ambiental notificará a Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN. 
Art. 40. Esta Resolução deverá ser revista após 5 (cinco) anos contados a partir da sua 
publicação. 
Art. 41. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
 
CARLOS MINC 
Presidente do Conselho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESSE TEXTO NÃO SUBSTITUI O PUBLICADO 
NO DOU nº 249, EM 30/12/2009, págs. 81-84. 
 
ANEXO I 
PROCEDIMENTO PARA O ESTABELECIMENTO DE VALORES DE REFERÊNCIA DE 
QUALIDADE DE SOLOS 
Os valores de referência de qualidade (VRQs) para as substâncias inorgânicas de 
ocorrência natural no solo são estabelecidos a partir de interpretação estatística dos resultados analíticos 
obtidos em amostras coletadas nos principais tipos de solo do Estado, conforme as etapas descritas 
abaixo. 
1 - Seleção dos tipos de solo 
Identificar os tipos de solo em cada estado, com base em critérios tais como o material de 
origem do solo (litologia), relevo e clima, de modo a se obter um conjunto de tipos de solo que 
representem os compartimentos geomorfológicos, pedológicos, geológicos mais representativos do 
estado. 
2- Seleção de parâmetros para caracterização do solo 
Os parâmetros a serem determinados para caracterização do solo são: carbono orgânico, 
pH em água, capacidade de troca catiônica (CTC) e teores de argila, silte, areia e de óxidos de alumínio, 
ferro e manganês. Considerando as peculiaridades regionais, outros parâmetros poderão ser incluídos. 
Em cada compartimento selecionado conforme o item 1 deverão ser definidas 
estações de amostragem, em trechos sem interferência antropogênica ou com interferência 
antropogênica desprezível, que devem ser distribuídas de modo a representar estatisticamente a 
área geográfica de ocorrência de cada tipo de solo. 
A amostra de cada estação será do tipo composta, formada por subamostras de 10 (dez) 
pontos amostrais, obtidas na profundidade de 0-20 cm. Amostragens simples ou para outras 
profundidades poderão ser adotadas em função de especificidades regionais. As coordenadas geográficas 
e a altitude dos pontos amostrais devem ser anotadas, especificando o sistema geodésico de referência. 
Deverão ser adotados procedimentos de coleta, manuseio, preservação, acondicionamento 
e transporte de amostras, descritos em normas nacionais e internacionais, respeitando-se os prazos de 
validade. 
3 – Metodologias analíticas 
Para análise das substâncias inorgânicas listadas no Anexo II, utilizar a fração de solo 
menor que 2mm. A metodologia analítica para a extração das substâncias inorgânicas (exceto mercúrio) 
das amostras será a USEPA 3050 ou USEPA 3051 ou em suas atualizações. As determinações do pH em 
água, CTC e dos teores de carbono orgânico, argila, silte, areia, óxidos de ferro, alumínio, manganês e 
silício devem seguir as metodologias analíticas definidas pela EMBRAPA. 
No caso de ocorrência natural, reconhecida pelo órgão ambiental competente, de 
substâncias não contempladas nas metodologias citadas anteriormente, deverão ser adotadas metodologias 
que atendam às especificações descritas em normas reconhecidas internacionalmente, que incluam a 
edição mais recente dos métodos publicados pela USEPA (United States Environmental Protection 
Agency), série SW-846 – Test Methods for Evaluating Solid Waste; pela ISO (International 
Standarization Organization) e pela DIN (Deutsches Institut für Normung). 
As análises químicas deverão contemplar rastreabilidade analítica, validação, cartas 
controle elaboradas com faixas de concentração significativamente próximas daquelas esperadas nas 
matrizes sólidas) e ensaios com materiais de referência certificados, a fim de comprovar a exatidão dos 
resultados por meio de ensaios paralelos. 
4 – Interpretação dos dados e obtenção dos VRQs 
Cada estado poderá estabelecer, por substância, um único VRQ ou um VRQ para cada tipo 
de solo. 
O VRQ de cada substância poderá ser estabelecido com base no percentil 75 ou percentil 
90 do universo amostral, retiradas previamente as anomalias. O referido VRQ será determinado utilizando 
tratamento estatístico aplicável e em conformidade com a concepção do plano de amostragem e com o 
conjunto amostral obtido. 
As anomalias deverão ser avaliadas em estudos específicos e interpretadas estatisticamente. 
 
Para as determinações das substâncias químicas em que todos os resultados analíticos 
forem menores do que o limite de quantificação praticável (LQP) do respectivo método analítico, eleger 
“< LQP” como sendo o VRQ da substância e excluí-las dos demais procedimentos de interpretação 
estatística. 
Para interpretação estatística das substâncias químicas em que parte dos resultados 
analíticos forem menores que o limite de quantificação praticável (LQP), considerar como resultado na 
matriz de dados o valor LQP/2. 
Para as substâncias que apresentarem mais do que 60% de resultados superiores ao limite 
de quantificação, a definição de agrupamento de tipos de solo deverá ser realizada com base em teste 
estatístico que comprove semelhança entre os grupos amostrais. 
Para estabelecimento do VRQ de cada substância, avaliar a necessidade de se excluir da 
matriz de dados os resultados discrepantes (outliers), identificados por métodos estatísticos. 
As substâncias cujo percentil selecionado for igual ao LQP/2, adotar “< LQP” como sendo 
o VRQ da substância. 
5 – Base de dados 
Os dados obtidos pelos estados na amostragem, determinações analíticas e os VRQs, 
deverão compor a base de dados sobre qualidade de solos. 
 
ANEXO II 
LISTA DE VALORES ORIENTADORES PARA SOLOS E PARA ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 
 
Substâncias CAS n° 
Solo (mg.kg-1 de peso seco) (1) 
Água 
Subterrâ 
nea 
(µg.L-1)

Continue navegando