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Política de Meio Ambiente I POLÍTICA DE MEIO AMBIENTE 1 Objetivos Apresentar o conceito e os princípios fundamentais que orientam o Direito Ambiental. Realizar uma breve retrospectiva do Direito Ambiental no Brasil. Explicar o que significa Responsabilidade Ambiental. Discutir as principais Políticas Ambientais Nacionais. Introdução O Direito Ambiental pode ser conceituado como um conjunto de normas jurídicas que regula as interações do homem com a natureza e os mecanismos legais para proteção do Meio Ambiente. Este é um lugar natural que pode ser modificado pelo ser humano, onde se encontram os elementos fundamentais para todos os seres vivos como: água, solo, plantas e animais, participando dos ciclos da natureza. Este ramo específico da ciência jurídica tem como objeto o desenvolvimento sustentável e a utilização dos recursos naturais de forma ordenada. O Direito Ambiental está ligado aos outros ramos do direito, entre eles: Constitucional: na disciplina das normas fundamentais de proteção ao Meio Ambiente. Administrativo: no poder de polícia e atos administrativos de natureza ambiental. Civil: no direito de propriedade e de vizinhança. Internacional: na sistematização de regras internacionais através de convenções. Processual: nos princípios processuais e ações coletivas de origem ambiental. Tributário: na incidência ou isenção de tributos em áreas de relevante interesse ambiental. Penal: na interface referente aos crimes contra o Meio Ambiente, previstos em legislação específica. O Direito Ambiental é um tema amplo e complexo que estabelece relações multidisciplinares entre diversas áreas do conhecimento humano, como antropologia, biologia, ciências sociais, engenharia, geologia e os princípios fundamentais de todos os ramos do direito internacional, dentre outros. A defesa do Meio Ambiente tem respaldo na Constituição Federal de 1988, que dispõe em seu art. 225: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações. A defesa do Meio Ambiente também está respaldada na Lei Nº 6938/81 (Lei específica da Política do Meio Ambiente), que o define no seu Art. 3º, como: “O conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”. O direito ao meio ambiente equilibrado constitui um bem de uso comum de um povo e pertence à classe dos direitos fundamentais de 3ª geração, não podendo ser personalizado como um complemento ao direito individual, pois constitui um bem jurídico autônomo. Breve histórico do Direito Ambiental Desde tempos remotos o ser humano agride a natureza alterando o meio em que vive em menor ou maior intensidade. Ele faz isso porque busca água, alimentos e matérias-primas, dentre outras necessidades, impulsionado pelo desejo de sobreviver. Não havia na época a preocupação em preservar os recursos naturais, pois eles eram considerados ilimitados e inesgotáveis. javascript:; javascript:; No início da sociedade moderna surgiu o sistema capitalista com predominantes características mercantis. Este sistema evoluiu para a forma industrial e atualmente é direcionado pelo capital financeiro. O desenvolvimento econômico com base no capitalismo sem uma regulação eficaz pelo poder público se constitui em um grande obstáculo para a preservação do meio ambiente, pois está centrado na propriedade privada dos meios de produção e na exploração da mão de obra humana e dos recursos naturais. Somente na década de 1960 foi que a proteção ao meio ambiente surgiu com relevância na discussão política, e logo foi repassada à ciência jurídica. Isso pode ser notado por situações históricas definidas, merecendo destaque: A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (CNUMAH), realizada em Estocolmo, Suécia, em 1972, considerada o marco inicial das reuniões que envolveram representantes de diversas nações para debate sobre a questão ambiental no mundo. Nesta época o Brasil, que vivia um período histórico denominado como “milagre econômico”, participou do evento e se posicionou favorável ao crescimento econômico sem qualquer preocupação de natureza ambiental. Os princípios do Direito Ambiental consequentes da declaração de Estocolmo advindas da referida Conferência. A contribuição das legislações ambientais internas de diversos países, quase todas também geradas pelo interesse internacional que o tema despertou. Nos anos 1980 foi retomada a discussão sobre a questão ambiental frente ao desenvolvimento econômico sem controle, que atinge diretamente a sobrevivência do ser humano na face do planeta no que se refere a própria ação humana perante à terra, ao ar, às águas existentes e à vida dos vegetais e animais. Em 1983, a Organização das Nações Unidas (ONU), reunida em assembleia geral em Estocolmo, Suécia, indicou a então primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para a presidência da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), criada para reexaminar a questão ambiental, seu relacionamento com o desenvolvimento e também propor um Programa de Ação em nível mundial. Esta comissão, apresentou, em 1987, seu relatório intitulado Our Common Future (Nosso Futuro Comum), também conhecido como Relatório Brundtland, que criou o termo desenvolvimento sustentável. Este relatório foi analisado por presidentes, primeiros-ministros, chefes de Estado e outras altas autoridades de mais de 100 países que, a partir da realidade de cada uma das nações, adotaram as suas recomendações e aplicaram o seu conteúdo nos programas ambientais nacionais. Em 1992, o Brasil recepcionou a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como ECO-92 ou Rio-92, da qual participaram mais de 150 países. Esta é considerada uma das mais importantes conferências sobre o assunto, na qual vários documentos foram produzidos, entre eles a Agenda 21 e a Convenção da Biodiversidade. A Agenda 21, principal documento produzido na Rio-92, é um programa de ação que propõe um novo padrão de desenvolvimento sustententável. Este documento concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica e está estruturado em 4 seções subdivididas num total de 40 capítulos temáticos. Eles tratam dos temas: Dimensões Econômicas e Sociais: enfoca as políticas internacionais que podem ajudar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, as estratégias de combate à pobreza e à miséria, as mudanças necessárias a serem introduzidas nos padrões de consumo, as inter-relações entre sustentabilidade e dinâmica demográfica, as propostas para a promoção da saúde pública e a melhoria da qualidade dos assentamentos humanos; Conservação e Questão dos Recursos para o Desenvolvimento: apresenta diferentes enfoques para a proteção da atmosfera e para a viabilização da transição energética, a importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão eco- compatível dos recursos de água doce; a relevância do combate ao desmatamento, à desertificação e à proteção aos frágeis ecossistemas de montanhas; as interfaces entre diversidade biológica e medidas requeridas para a proteção e promoção de alguns dos segmentos sociais mais relevantes. Analisa as ações que objetivam a melhoria dos níveis de educação da mulher, bem como a participação da mesma, em condições de igualdade, em todas as atividades relativas ao desenvolvimento e à gestão ambiental. Revisão de Instrumentos para a Execução das Ações Propostas: discute os mecanismos financeiros e os instrumentos e ordenamentos jurídicos internacionais;a produção e oferta de tecnologias eco-consistentes e de atividades científicas essenciais à gestão da sustentabilidade; a educação e o treinamento como instrumentos da construção de uma consciência ambiental e da capacitação de recursos humanos para o desenvolvimento sustentável; o fortalecimento das instituições e a melhoria das capacidades nacionais de coleta, processamento e análise dos dados relevantes para a gestão da sustentabilidade. Aceitação do Formato e Conteúdo da Agenda: aprovada por todos os países presentes à CNUMAD, propiciou a criação da Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS), vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC). A CDS tem por objetivo acompanhar e cooperar com os países na elaboração e implementação das agendas nacionais, e vários países já iniciaram a elaboração de suas agendas nacionais. Dentre os de maior expressão política e econômica, somente a China terminou o processo de elaboração e iniciou a etapa de implementação. A Convenção da Biodiversidade também foi o acordo aprovado por 156 países e uma organização de integração econômica regional na Rio-92. Foi ratificada pelo Congresso Nacional Brasileiro e entrou em vigor no final de dezembro de 1993. Os objetivos da convenção são a conservação da biodiversidade, o uso sustentável de seus componentes e a divisão equitativa e justa dos benefícios gerados com a utilização de recursos naturais. Neste documento destacaou-se o "Protocolo de Biosegurança", que permite que países deixem de importar produtos que contenham organismos geneticamente modificados. Dos 175 países signatários da Agenda 21, 168 confirmaram sua posição de respeitar a Convenção sobre Biodiversidade. Em 1998, foi realizada a Reunião de Kyoto no Japão, evento relevante sobre questões ambientais patrocinado pela ONU, da qual o Brasil também participou. O principal documento desta reunião foi o Protocolo de Kyoto, que teve a adesão de 84 países que se comprometeram a implantar ações no sentido de reduzir a emissão de gases na atmosfera. A seguir, este documento é abordado de forma sintética. O Protocolo de Kyoto O Protocolo de Kyoto tem como objetivo promover discussões e firmar acordos entre nações para, conjuntamente, estabelecerem metas de redução na emissão de gases que provocam o efeito estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de crescimento menos poluente em países em pleno desenvolvimento. O Protocolo de Kyoto estabeleceu a meta global de 5,2%, a vigorar no período de 2008 a 2012, para a redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa em relação aos níveis de 1990. As metas de redução, entretanto, não são homogêneas para todos os países, e foram colocados níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases. O Protocolo estabeleceu como metas de redução na emissão de gases: 8% para os países que compõem a União Europeia, 7% para os Estados Unidos e 6% para o Japão. Países em pleno desenvolvimento como Argentina, Brasil, Índia, México e principalmente a China, não receberam metas de redução, pelo menos naquele momento. O Protocolo de Kyoto não somente discute e implanta ações para redução da emissão de gases, mas também incentiva e estabelece medidas visando substituir produtos oriundos dos combustíveis fósseis por outros que provocam menor impacto ambiental. O EUA - maior emissor de gases do planeta - diante das metas estabelecidas, se desligou em 2001 do Protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento econômico do país. Com a efetiva entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, a partir de fevereiro de 2005, cresceu a possibilidade do carbono se tornar moeda de troca. O mercado de créditos de carbono vem aumentando progressivamente, pois países que assinaram o Protocolo podem comprar e vender créditos de carbono. Na verdade o comércio de carbono já existe há algum tempo. A bolsa de Chicago, por exemplo, já negociava créditos de carbono no valor de US$ 1,8 por tonelada. Todavia, os programas com consentimento do Protocolo de Kyoto conseguem comercializar carbono com valores de US$ 5 a 6 por tonelada. A Conferência Mundial sobre o Clima, realizada em dezembro de 2009, em Copenhague, Dinamarca, contou com a participação de 193 países e teve como principal objetivo estabelecer metas no sentido de limitar o Aquecimento Global. Esta reunião terminou em completo desacordo entre os participantes que encerraram a fracassada negociação sem aderir ao acordo que havia sido aprovado que, pelas regras da ONU, precisa de unanimidade para vigorar. A Conferência de Copenhague confirmou o fracasso previamente anunciado, apesar da expectativa de que esta reunião global decidiria os rumos climáticos do planeta. Reflexão Caro Leitor, Como você pode observar, o Direito Ambiental surge em decorrência da necessidade de estabelecer normas que regulassem a relação do homem com o meio ambiente. Com a evolução dos movimentos ambientalistas e a crescente inserção política do tema nas agendas de governo, começa a surgir legislação sobre o assunto. Importante destacar que o Direito Ambiental tem relação com várias outras áreas do Direito e também com outras áreas do conhecimento. Princípios do Direito Ambiental Os princípios de direito ambiental são o alicerce fundamental das nações ditas civilizadas e são adotados internacionalmente como resultado da necessidade de uma ecologia equilibrada. Estes princípios visam proporcionar para presentes e futuras gerações, as garantias de preservação da qualidade de vida, em qualquer forma que esta se apresente, conciliando elementos econômicos e sociais de acordo com a idéia de desenvolvimento sustentável. A seguir, serão abordados os princípios mais importantes. Princípio do Direito Humano Fundamental O direito ao meio ambiente protegido é um direito difuso, já que pertence a todos e é um direito humano fundamental, consagrado nos Princípios 1 e 2 da Declaração de Estocolmo e reafirmado na Declaração do Rio. Este princípio afirma que é Direito Fundamental do ser humano o acesso a um meio ambiente sadio como forma de assegurar-lhe uma boa qualidade de vida. Princípio Democrático Assegura ao cidadão o direito à informação e a tomar parte na elaboração das políticas públicas ambientais, garantindo-lhe os mecanismos judiciais, legislativos e administrativos que efetivam o princípio. Ele prevê uma atuação conjunta do poder público e da sociedade na proteção do meio ambiente e incentiva que a resolução dos problemas ambientais deve ser buscada através da participação dos diferentes grupos sociais na formulação e execução da política do meio ambiente. Princípio do Desenvolvimento Sustentável Este princípio assegura a busca e a conquista de um ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento social, o crescimento econômico e a utilização dos recursos naturais. O critério do desenvolvimento sustentável deve valer tanto para toda a extensão territorial de uma nação, áreas urbanas e rurais, como para a sua sociedade, respeitadas as necessidades culturais do país. Ele busca a coexistência entre desenvolvimento econômico e meio ambiente sadio, sem que a ordem econômica inviabilize um meio ambiente ecologicamente equilibrado e sem que este cause impedimento ao desenvolvimento econômico. Princípio do Equilíbrio Este princípio é voltado para a Administração Pública, que deve pensar em todas as implicações que podem ser desencadeadas por determinada intervenção no meio ambiente, devendo adotar a solução que busque alcançar o desenvolvimento sustentável. Princípio da Função Socioambiental da Propriedade Este princípio da função define que o direito de propriedade deve ser exercido levando-se em conta a noção de sustentabilidade ambiental. Princípio da Informação Este princípio dispõe que é dever do Poder Público promovera educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização para a preservação do meio ambiente. É o direito conferido à coletividade para obter informações sobre o meio ambiente, tanto às informações oficiais, assim como às notícias apresentadas através dos meios de comunicação de massa. Princípio do Limite O Princípio do Limite dispõe que a Administração Pública tem o dever de fixar os padrões mínimos a serem observados em casos de emissão de partículas, ruídos, sons, presença de corpos estranhos no ambiente na destinação final de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, tendo em vista a necessidade de proteção da vida e promoção do desenvolvimento sustentável. Princípio do Planejamento Racional Dispõe que o planejamento racional é fundamental para alcançar a sustentabilidade, pois, como os recursos naturais são escassos, deve-se assegurar que as melhores decisões sejam tomadas visando o interesse da coletividade e do meio ambiente. Princípio da Precaução O Princípio da Precaução dispõe que não se pode invocar o desconhecimento de uma possível ocorrência de prejuízo ao meio ambiente para se evitar medidas preventivas a algum dano ambiental. A omissão dessas medidas preventivas faculta à Administração Pública, por exemplo, o direito de embargar obras ou atividades. Segundo esse princípio, o empreendedor deve apresentar ao poder público estudo prévio de impacto ambiental, referente a qualquer atividade que implique a utilização ou transformação de recursos naturais. Tal princípio desonera o cidadão ou associação de comprovar o dano real ao meio ambiente, sendo suficiente a caracterização do dano potencial. Princípio da Prevenção É muito semelhante ao Princípio da Precaução, mas com este não se confunde. No princípio da Prevenção, o dano ambiental já é conhecido e cientificamente comprovado, portanto, é necessário tomar medidas protetoras para o meio ambiente, para extinguir ou diminuir o risco de dano ambiental. Com base no princípio da prevenção é que o licenciamento ambiental e os estudos de impacto ambiental (EIA/RIMA) podem ser realizados e são solicitados pelas autoridades públicas. Princípio do Poluidor Pagador O Princípio do Poluidor Pagador obriga aquele que poluir a arcar com os custos da reparação do dano causado ou que poderá ser causado. Este princípio não tem por objetivo tolerar a poluição mediante um preço, mas evitar danos ao meio ambiente. É resultante da teoria econômica, segundo a qual, os custos externos devem ser internalizados. O custo da poluição está incluído no custo de produção e o valor a ser pago vai para um fundo de proteção ao Meio Ambiente. Deve ser ressaltado que a reparação do dano não é só em dinheiro, pois o poluidor poderá pagar com reparação específica. Princípio da Responsabilidade Pelo Princípio da Responsabilidade o poluidor, pessoa física ou jurídica, responde por suas ações ou omissões em prejuízo do meio ambiente, ficando sujeito a sanções cíveis, penais ou administrativas. Logo, a responsabilidade por danos ambientais é objetiva, conforme prevê a Constituição Federal de 1988 no § 3º do Art. 225. Princípio da Ubiquidade Quando se trata de direitos humanos, este princípio visa demonstrar qual é o objeto de proteção do meio ambiente, pois toda atividade humana sobre qualquer aspecto deve considerar a preservação da vida e da sua qualidade. Princípio do Usuário Pagador O Princípio do Usuário Pagador dispõe sobre a cobrança de um valor econômico pela utilização de um recurso ambiental. Não existe alternativa que considere a responsabilidade deste custeio pelo Poder Público ou por terceiros, mas somente daqueles que se beneficiaram da referida utilização. A Lei Nº 6.938/81, art. 4º, considera que os recursos ambientais são escassos, portanto, sua produção e consumo geram reflexos que podem resultar na sua degradação ou sua escassez. Além do mais, ao utilizar gratuitamente um recurso ambiental está se gerando um enriquecimento ilícito, pois como o Meio Ambiente é um bem da sociedade, boa parte da comunidade nem utiliza ou utiliza em menor escala um determinado recurso natural. Os princípios do Direito Ambiental são as bases que orientam as nações civilizadas nas legislação sobre meio ambiente e são adotados internacionalmente como resultado da necessidade de uma ecologia equilibrada. Estes princípios visam proporcionar para presentes e futuras gerações, as garantias de preservação da qualidade de vida, em qualquer forma que esta se apresente, conciliando elementos econômicos e sociais de acordo com a idéia de desenvolvimento sustentável. Direito Ambiental no Brasil O Direito Ambiental no Brasil estabelece diretrizes de conduta, fundamentadas na Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Nº 6.938, de 31/08/81). Esta política institui definições claras para o Meio Ambiente, qualifica as ações dos agentes modificadores e prevê mecanismos para assegurar a proteção ambiental. A Lei da Ação Civil Pública (Lei Nº 7.347, de 24/07/85) tutela os valores ambientais, disciplina as ações civis públicas de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, consumidor e patrimônio de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Em 1988, a Constituição Federal dedicou normas direcionais da problemática ambiental, fixando as diretrizes de preservação e proteção dos recursos naturais e definindo o meio ambiente como bem de uso comum da sociedade humana. A Constituição Federal Brasileira no seu Art. 225 diz: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para às presentes e futuras gerações. Além disso, a Rio-92 sacramentou a preocupação mundial com o problema ambiental, reforçando princípios e regras para o combate à degradação ambiental no documento intitulado "Agenda 21", que consolida a diretriz do desenvolvimento sustentável. Em qualquer organização pública ou privada, o Direito Ambiental exprime a busca permanente pela melhoria da qualidade ambiental de serviços, produtos e ambientes de trabalho, num processo de aprimoramento que propicia o desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental globalizado e abrangente. Ao operar nesses sistemas, as organizações incorporam as melhores práticas corporativas em vigência, além de procedimentos gerenciais e técnicos que reduzem ao mínimo as possibilidades de dano ao meio ambiente, da produção à destinação de resíduos. A Lei Nº 6.938/81, regulamentada pelo decreto Nº 99.274, de 06/06/1990, institui também o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e pelas fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Você estudou detalhadamente como funciona o SISNAMA no fascículo 3. Ministério do Meio Ambiente (MMA) O Ministério do Meio Ambiente (MMA) tem a função de coordenar a política nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Cabe a esse ministério elaborar ações para a preservação, conservação e utilização sustentável dos ecossistemas, florestas e biodiversidades, integrar o meio ambiente à produção, melhorar a qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais e executar o zoneamento ecológico-econômico. O MMA do Brasil foi criado com a denominação de Ministério do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, através do Decreto Nº 91.145, de 1/03/1985. Anteriormente as atribuições desta pasta ficavam a cargo da Secretaria Especial de Meio Ambiente, do então denominado Ministério do Interior, criada pelo Decreto Nº 73.030, de 30/10/1973. Em 1990, o Ministério do Meio Ambiente foi transformado em Secretaria do Meio Ambiente, diretamente vinculada à Presidência da República. Estasituação foi revertida pouco mais de dois anos depois, em 19 de novembro de 1992. Em 1993, foi transformado em Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal e, em 1995, em Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, adotando, posteriormente, o nome de Ministério do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente. Em 1999, retornou à denominação de Ministério do Meio Ambiente. O MMA é responsável pelas seguintes iniciativas: A Política Nacional do Meio Ambiente; Os Programas ambientais para a Amazônia Legal; A Política dos Recursos Hídricos; As políticas de preservação, conservação e utilização sustentável de ecossistemas, biodiversidade e florestas; As políticas para a integração do Meio Ambiente e produção; Estratégias para a melhoria da qualidade ambiental e o uso sustentável dos recursos http://pt.wikipedia.org/wiki/Sustent�vel http://pt.wikipedia.org/wiki/Ecossistema http://pt.wikipedia.org/wiki/Biodiversidade http://pt.wikipedia.org/wiki/Floresta http://pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural http://pt.wikipedia.org/wiki/Recurso_natural naturais; Zoneamento ecológico-econômico. Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) Como órgão de assessoramento ao SISNAMA, o CONAMA tem a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o Meio Ambiente e os recursos naturais, e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida. A participação dos membros do CONAMA é considerada serviço de natureza relevante e não é remunerada, cabendo às instituições representadas o custeio das despesas de deslocamento e estadia. O CONAMA reúne-se ordinariamente a cada 3 meses no Distrito Federal (DF) podendo realizar reuniões extraordinárias fora do DF, sempre que convocada pelo seu Presidente, por iniciativa própria ou a requerimento de pelo menos 2/3 dos seus membros. As reuniões do CONAMA são públicas e abertas a toda a sociedade. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA) O IBAMA é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criada pela Lei Nº 7.735/89, sendo o órgão executor do CONAMA que tem por função institucional executar e fazer executar a política ambiental no âmbito federal. É de responsabilidade do IBAMA o Licenciamento Ambiental em caráter supletivo, ressalvada a hipótese de atividade ou obra cujo impacto ambiental seja de âmbito nacional ou regional, isto é, que exceda o âmbito estadual. O Licenciamento Ambiental é um procedimento pelo qual o órgão ambiental competente, federal (IBAMA), estadual ou municipal, permite a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades que utilizam recursos ambientais, e que possam ser consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Este instrumento busca garantir que as medidas preventivas e de controle adotadas nos empreendimentos sejam compatíveis com o desenvolvimento sustentável. Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE) A SEMACE integra o Sistema Nacional de Meio Ambiente na qualidade de órgão seccional do Estado do Ceará, competindo-lhe especialmente: 1. Executar a Política Estadual de Controle Ambiental do Ceará, dando cumprimento às normas estaduais e federais de proteção, controle e utilização racional dos recursos ambientais e fiscalizando a sua execução. 2. Estabelecer os padrões estaduais de qualidade ambiental. 3. Administrar o licenciamento de atividades poluidoras do Estado do Ceará. 4. Estabelecer o zoneamento ambiental do Estado do Ceará. 5. Controlar a qualidade ambiental do Estado, mediante levantamento e permanente monitoramento dos recursos ambientais. 6. Adotar as necessárias medidas de preservação e conservação de recursos ambientais, inclusive sugerir a criação de áreas especialmente protegidas, tais como, Estações Reservas Ecológicas Áreas de relevante interesse ecológico e Parques Estaduais. 7. Exercer o controle das fontes de poluição, de forma a garantir o cumprimento dos padrões de emissão estabelecidos. 8. Aplicar, no âmbito do Estado do Ceará, as penalidades por infrações à legislação de proteção ambiental, federal e estadual. 9. Baixar as normas técnicas e administrativas necessárias a regulamentação da Política Estadual de Controle Ambiental com prévio parecer do Conselho Estadual do Meio http://pt.wikipedia.org/wiki/Zoneamento Ambiente. 10. Promover pesquisas e estudos técnicos no âmbito da proteção ambiental, concorrendo para o desenvolvimento da tecnologia nacional. 11. Desenvolver programas educativos que concorram para melhorar a compreensão social dos programas ambientais. 12. Celebrar convênios, ajustes, acordos e contratos com entidades públicas e privadas, nacionais ou internacionais para execução de atividades ligadas aos seus objetivos. A atuação do SISNAMA se dá mediante articulação coordenada de órgãos e entidades que o constituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA. É de responsabilidade do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios a regionalização das medidas emanadas do SISNAMA, através da elaboração de normas e padrões supletivos e complementares. Princípios do Programa Nacional do Meio Ambiente São princípios do Programa Nacional do Meio Ambiente, segundo o art. 2º, Lei Nº 6.938/81: 1. Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo. 2. Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar. 3. Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais. 4. Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas. 5. Controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras. 6. Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais. 7. Acompanhamento do estado da qualidade ambiental. 8. Recuperação de áreas degradadas. 9. Proteção de áreas ameaçadas de degradação. 10. Educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente. Os principais instrumentos de proteção ambiental adotados pelo Brasil são: Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) Plano de Controle Ambiental (PCA) Relatório de Controle Ambiental (RCA) Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) Relatório Ambiental Preliminar (RAP) Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) Responsabilidade Ambiental A Constituição Federal de 1988 no seu Art. 225 §3º prevê a tríplice responsabilidade para agressores do Meio Ambiente com sanções: civil, administrativa e penal, vinculada à obrigação de reparar danos causados ao meio ambiente: As condutas e atividades consideradas lesivas ao Meio Ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. A Lei Nº 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, podendo o Poder Público ser responsabilizado pela omissão de fiscalização. Responsabilidade Civil No Direito Ambiental, a responsabilidade civil é do tipo objetiva não se exigindo nenhum elemento subjetivo, como culpa ou dolo. Vale ressaltar que o Art. 14, §1º, da Lei Nº 6.938/81 foi recepcionado pela Constituição federal de 1988 e prevê a responsabilidade objetiva pelos danos causadosao Meio Ambiente e também a terceiros. A responsabilidade objetiva ambiental está fundamentada na Teoria do Risco Integral, segundo a qual aquele que, em decorrência de sua atividade cria um risco de danos a terceiros, fica obrigado a reparar, sendo irrelevante que a ação do agente denote culpa ou dolo. Devido à natureza de sua atividade que pode implicar em risco aos direitos de outrem e caso haja violação desses direitos, serão eles responsabilizados conforme e com base na Teoria da Responsabilidade Objetiva, independentemente de culpa, além do desenvolvimento da atividade de natureza de risco. A natureza objetiva da responsabilidade civil por danos ambientais inspira-se em um postulado de equidade, pois aquele que obtém lucros com uma atividade, deve responder por eventuais prejuízos dela resultantes, independentemente de culpa, sendo igualmente irrelevante saber se a atividade danosa é lícita ou ilícita. Responsabilidade Administrativa As sanções administrativas estão ligadas ao “poder de polícia” dos órgãos vinculados de forma direta ou indireta à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A Administração pública disciplina e regula a prática ou abstenção de fato em razão de interesse público vinculado à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas. As penalidades administrativas podem ser: advertência, multa, apreensão de bens, destruição ou inutilização de produtos, suspensão de venda e fabricação de produtos, embargo ou demolição de obras, suspensão de atividades, e ainda, alguma relativa a restrição de direitos. Responsabilidade Penal A responsabilidade penal não é objetiva, pois no Brasil a teoria adotada foi a Finalista da Ação, que não admite a responsabilidade objetiva em aspectos penais. Para que haja o direito de se fazer a transação penal (art. 76, Lei Nº 9.099/95), é preciso que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, ou seja, tem que ter tido previamente, o ressarcimento material do dano (pagamento em dinheiro). No quadro a seguir, está descrito os principais crimes ambientais, com as respectivas penas, de acordo com a Lei Nº 9.605/98: Crimes ambientais e penalidades associadas Crime Ambiental Pena Caça a espécies de fauna silvestres. Seis meses a um ano de detenção e multa. Comercialização e uso ilegal da motoserra. Seis meses a um ano de detenção e multa. Corte e transformação de madeira de lei em carvão. Um a dois anos de reclusão e multa. Danos à flora. Um a cinco anos de reclusão. Danos à procriação da fauna. Seis meses a um ano de detenção e multa. Danos ao patrimônio público. Um a três anos de reclusão e multa. Degradação a viveiros e açudes. Um a três anos de detenção. Destruição de florestas. Um a três anos de detenção e multa. Exportação de pele e couro bruto de répteis e anfíbios. Um a três anos de reclusão. Extração mineral. Seis meses a um ano de detenção e multa. Fabricação e venda de balões. Um a três anos de detenção e multa. Impedir a regeneração natural de florestas. Seis meses a um ano de detenção e multa. Maus tratos e experiências dolorosas em animais. Três meses a um ano de detenção. Pesca com utilização de explosivos e substâncias tóxicas. Um a cinco anos de reclusão. Pesca em períodos proibidos. Um a três anos de detenção e multa. Pesca em quantidade excessiva. Um a três anos de detenção e multa. Pichar ou grafitar monumentos. Três meses a um ano de detenção e multa. Poluição com danos à saúde humana. Um a quatro anos de reclusão. Poluição das águas por empresas. Um a três anos de detenção para os responsáveis. Provocação de incêndios em matas. Até quatro anos de reclusão e multa. Excludentes da Responsabilidade Ambiental Os únicos casos em que se pode legalmente afastar ou excluir a responsabilidade pelo dano ambiental são os casos fortuito e a força maior, mas ainda assim, só nos casos concretos é que se analisará tal possibilidade. Políticas Nacionais As principais políticas nacionais dirigidas para o meio ambiente são as seguintes: Política Nacional de Educação Ambiental A educação ambiental decorre do princípio da participação na tutela do meio ambiente e está prevista no Art. 225, I, VI, da Constituição Federal. O que se buscou foi trazer a consciência ecológica ao povo, titular do direito ao meio ambiente, permitindo a efetivação do princípio da participação na salvaguarda desse direito. Educar ambientalmente significa: reduzir os custos ambientais; efetivar o princípio da prevenção; fixar a idéia de consciência ecológica, que buscará sempre a utilização de tecnologias limpas; incentivar a realização do princípio da solidariedade, no exato sentido que perceberá que o meio ambiente é único, indivisível e de titularidades indetermináveis; e efetivar o princípio da participação, entre outras finalidades. A Lei Nº 9.795/99 no seu Art. 6º estabeleceu a Política Nacional de Educação Ambiental e definiu educação ambiental como os processos pelos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, sendo um componente essencial e permanente da educação nacional que deve estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades de processo educativo, em caráter formal e não formal (informal), conforme art. 1º e 2º da referida Lei. Política Nacional do Meio Ambiente A Política Nacional do Meio Ambiente apresenta os instrumentos destinados à preservação ambiental e ao desenvolvimento sustentado da sociedade. Prevê a necessidade, entre outras coisas, de licença ambiental para as atividades potencialmente poluidoras. A política nacional do meio ambiente tem por base o planejamento, a fiscalização e a racionalização do uso dos bens naturais. A Lei Nº 6.938/81 foi o primeiro diploma legal que disciplinou de forma sistematizada o meio ambiente, instituindo a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), definindo meio ambiente, degradação da qualidade ambiental, poluição, poluidor e recursos ambientais. Também criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e indicou os seus instrumentos legais, entre outras disposições. Segundo o Art. 4º, Lei Nº 6.938/81, são objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente: a) A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico; a Política Nacional do Meio Ambiente não pretende sacrificar o desenvolvimento econômico do país em benefício do Meio Ambiente, pretende o desenvolvimento sustentável. b) A definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; o estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais. c) O desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos ambientais; o uso da tecnologia é absolutamente fundamental para alcançar o desenvolvimento sustentável e, portanto, o Poder Público deve fomentar pesquisas de novas tecnologias. d) A difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e informações ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico. e) A preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida. f) A imposição, ao poluidore ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos. Síntese do Fascículo No que se refere ao tema Direito Ambiental, de forma sintética foram abordados neste fascículo os seguintes aspectos relevantes. A conceituação deste importante ramo da ciência jurídica que tem como objeto proteger a utilização dos recursos naturais de forma ordenada de modo a garantir um desenvolvimento sustentável. Em seguida foi apresentado um breve histórico do Direito Ambiental, destacando os principais eventos internacionais sobre desenvolvimento e Meio Ambiente, quais sejam: Em 1972, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano (CNUMAH), realizada em Estocolmo, Suécia. Em 1983, Assembleia Geral da ONU, realizada em Estocolmo, Suécia. Em 1987, a publicação do Relatório Our Common Future (Nosso Futuro Comum), pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) que criou o termo desenvolvimento sustentável. Em 1992, Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), também conhecida como Rio-92, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, na qual foram produzidos diversos documenos, com destaque para a Agenda 21 e a Convenção da Biodiversidade. Em 1998, Reunião da ONU, realizada em Kyoto, Japão, na qual foi elaborado o Protocolo de Kyoto, que teve a adesão de 84 países. Em 2009, Conferência Mundial sobre o Clima, realizada em Copenhague, Dinamarca, que contou com a participação de 193 países e teve como principal objetivo estabelecer metas no sentido de limitar o Aquecimento Global. O fascículo também destacou os princípios de direito ambiental que visam proporcionar para presentes e futuras gerações, as garantias de preservação da qualidade de vida, conciliando elementos econômicos e sociais de acordo com a ideia de desenvolvimento sustentável. Apresentou a trajetória do Direito Ambiental no Brasil que estabelece diretrizes de conduta, fundamentadas na Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Nº 6.938, de 31/08/81) descreveu a responsabilidade ambiental sobre os aspectos civil, administrativo e penal, sendo esta vinculada à obrigação de reparar danos causados por agressores ao Meio Ambiente. A parte final do fascículo é dedicada a descrever as políticas nacionais, enfocando a Política Nacional de Educação Ambiental e a Política Nacional do Meio Ambiente. A partir dos elementos expostos neste fascículo é possível perceber que a questão da proteção ao Meio Ambiente é um dever não só do governo, mas de todos os cidadãos. O respeito às leis e a preocupação com um desenvolvimento econômico sustentável e com a preservação ambiental garantirá um presente ecologicamente correto e um futuro que assegure qualidade de vida para as próximas gerações. Exercícios 1. Defina o que é Direito Ambiental. 2. Onde e por que surge a necessidade do Direito Ambiental? 3. Que princípios são considerados no Direito Ambiental? 4. O que é responsabilidade ambiental e como ela se organiza? 5. O que representa a Política Nacional de Educação Ambiental? Referências BELTRÃO, Antônio F. G.: Manual de Direito Ambiental. São Paulo: Editora Método, 2008. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires; MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. Brasília: Saraiva/IDP, 2007. COELHO, Inocêncio Mártires; MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. São Paulo: Saraiva/IDP, 2007. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 31. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. FUERSCHUETE, Ruy Correia: Política e Legislação de Proteção Ambiental no Brasil SP, Maia, 1995. (material utilizado na Disciplina Desenvolvimento sustentável, no Curso de Especialização em Administração Pública promovido pela FUNDESP); LEITE, José Rubens Morato. CANOTILHO, José Joaquim Gomes (org.). Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva 2007. MUKAI, Toshio. Direito Ambiental Sistematizado. São Paulo, Editora Forense Universitária Ltda, 1992. SANTANA, Heron. Direito Ambiental Pós-Moderno. São Paulo: Juruá, 2009. SILVA, José Afonso. Direito Ambiental Constitucional. São Paulo: Malheiros Editores, Ltda, 1994. www.mma.gov.br www.ibama.gov.br www.ana.gov.br www.direitoambiental.adv.br www.buscalegis.ufsc.br www.i3g.org.br/nucleos/ecotec/apresentacoes/introducao_ao_direito_ambiental.pdf www.cnda.org.br. Autor Cláudio César Montenegro Vale, formado em Ciências Sociais e Jurídicas com pós-graduação em Processo Civil e Processo Penal pela UNIFOR. Tem experiência profissional em http://www.mma.gov.br/ http://www.ibama.gov.br/ http://www.ana.gov.br/ http://www.direitoambiental.adv.br/ http://www.buscalegis.ufsc.br/ http://www.i3g.org.br/nucleos/ecotec/apresentacoes/introducao_ao_direito_ambiental.pdf http://www.cnda.org.br/ MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE RESOLUÇÃO No 420, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2009 Dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, no uso das atribuições e competências que lhe são conferidas pelo art. 8o, inciso VII, da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e Considerando a necessidade de prevenção da contaminação do solo visando à manutenção de sua funcionalidade e a proteção da qualidade das águas superficiais e subterrâneas; Considerando que a existência de áreas contaminadas pode configurar sério risco à saúde pública e ao meio ambiente; Considerando a necessidade de prevenir a contaminação do subsolo e das águas subterrâneas que são bens públicos e reservas estratégicas para o abastecimento público e o desenvolvimento ambientalmente sustentável; Considerando a necessidade de estabelecer critérios para definição de valores orientadores para a prevenção da contaminação dos solos e de definir diretrizes para o gerenciamento de áreas contaminadas; Considerando que a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, impõe ao poluidor e ao degradador a obrigação de recuperar e/ou indenizar danos causados; Considerando que a Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, determina, em seu art. 1.228, § 1o, que o direito de propriedade deve ser exercido de modo que sejam preservados a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas; e Considerando a necessidade de estabelecimento de procedimentos e critérios integrados entre os órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em conjunto com a sociedade civil organizada, para o uso sustentável do solo, de maneira a prevenir alterações prejudiciais que possam resultar em perda de sua funcionalidade, resolve: CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1o Esta resolução dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Parágrafo único. Na ocorrência comprovada de concentrações naturais de substâncias químicas que possam causar risco à saúde humana, os órgãos competentes deverão desenvolver ações específicas para a proteção da população exposta. Art. 2o Esta Resolução não se aplica em áreas e solos submersos no meio aquático marinho e estuarino. Art. 3o A proteção do solo deve ser realizadade maneira preventiva, a fim de garantir a manutenção da sua funcionalidade ou, de maneira corretiva, visando restaurar sua qualidade ou recuperá- la de forma compatível com os usos previstos. Parágrafo único. São funções principais do solo: I - servir como meio básico para a sustentação da vida e de habitat para pessoas, animais, plantas e outros organismos vivos; II - manter o ciclo da água e dos nutrientes; III - servir como meio para a produção de alimentos e outros bens primários de consumo; IV - agir como filtro natural, tampão e meio de adsorção, degradação e transformação de substâncias químicas e organismos; V - proteger as águas superficiais e subterrâneas; VI - servir como fonte de informação quanto ao patrimônio natural, histórico e cultural; VII - constituir fonte de recursos minerais; e VIII - servir como meio básico para a ocupação territorial, práticas recreacionais e propiciar outros usos públicos e econômicos. Art. 4o As diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas abrangem o solo e o subsolo, com todos seus componentes sólidos, líquidos e gasosos. Art. 5o Os critérios para prevenção, proteção e controle da qualidade das águas subterrâneas observarão a legislação específica. Art. 6o Para efeito desta Resolução são adotados os seguintes termos e definições: I - Avaliação de risco: processo pelo qual são identificados, avaliados e quantificados os riscos à saúde humana ou a bem de relevante interesse ambiental a ser protegido; II - Avaliação preliminar: avaliação inicial, realizada com base nas informações históricas disponíveis e inspeção do local, com o objetivo principal de encontrar evidências, indícios ou fatos que permitam suspeitar da existência de contaminação na área; III - Bens a proteger: a saúde e o bem-estar da população; a fauna e a flora; a qualidade do solo, das águas e do ar; os interesses de proteção à natureza/paisagem; a infra-estrutura da ordenação territorial e planejamento regional e urbano; a segurança e ordem pública; IV - Cenário de exposição padronizado: padronização do conjunto de variáveis relativas à liberação das substâncias químicas de interesse, a partir de uma fonte primária ou secundária de contaminação; aos caminhos de exposição e às vias de ingresso no receptor considerado, para derivar os valores de investigação, em função dos diferentes usos do solo; V - Contaminação: presença de substância(s) química(s) no ar, água ou solo, decorrentes de atividades antrópicas, em concentrações tais que restrinjam a utilização desse recurso ambiental para os usos atual ou pretendido, definidas com base em avaliação de risco à saúde humana, assim como aos bens a proteger, em cenário de exposição padronizado ou específico; VI - Fase livre: ocorrência de substância ou produto imiscível, em fase separada da água; VII - Ingresso diário tolerável: é o aporte diário tolerável a seres humanos de uma substância presente no ar, na água, no solo ou em alimentos ao longo da vida, sem efeito deletério comprovado à saúde humana; VIII - Investigação confirmatória: etapa do processo de identificação de áreas contaminadas que tem como objetivo principal confirmar ou não a existência de substâncias de origem antrópica nas áreas suspeitas, no solo ou nas águas subterrâneas, em concentrações acima dos valores de investigação; IX - Investigação detalhada: etapa do processo de gerenciamento de áreas contaminadas, que consiste na aquisição e interpretação de dados em área contaminada sob investigação, a fim de entender a dinâmica da contaminação nos meios físicos afetados e a identificação dos cenários específicos de uso e ocupação do solo, dos receptores de risco existentes, dos caminhos de exposição e das vias de ingresso; X - Limite de Detecção do Método-LDM - menor concentração de uma substância que pode ser detectada, mas não necessariamente quantificada, pelo método utilizado; XI - Limite de Quantificação Praticável-LQP - menor concentração de uma substância que pode ser determinada quantitativamente, com precisão e exatidão, pelo método utilizado; XII - Limite de Quantificação da Amostra-LQA - LQP ajustado para as características específicas da amostra analisada; XIII - Monitoramento: medição ou verificação, que pode ser contínua ou periódica, para acompanhamento da condição de qualidade de um meio ou das suas características; XIV - Nível Tolerável de Risco à Saúde Humana, para Substâncias Carcinogênicas: probabilidade de ocorrência de um caso adicional de câncer em uma população exposta de 100.000 indivíduos; XV - Nível Tolerável de Risco à Saúde Humana, para Substâncias Não Carcinogênicas: aquele associado ao ingresso diário de contaminantes que seja igual ou inferior ao ingresso diário tolerável a que uma pessoa possa estar exposta por toda a sua vida; XVI - Perigo: Situação em que estejam ameaçadas a vida humana, o meio ambiente ou o patrimônio público e privado, em razão da presença de agentes tóxicos, patogênicos, reativos, corrosivos ou inflamáveis no solo ou em águas subterrâneas ou em instalações, equipamentos e construções abandonadas, em desuso ou não controladas; XVII - Remediação: uma das ações de intervenção para reabilitação de área contaminada, que consiste em aplicação de técnicas, visando a remoção, contenção ou redução das concentrações de contaminantes; XVIII - Reabilitação: ações de intervenção realizadas em uma área contaminada visando atingir um risco tolerável, para o uso declarado ou futuro da área; XIX - Regional: toda ocorrência que envolva dois ou mais estados; XX - Risco: é a probabilidade de ocorrência de efeito(s) adverso(s) em receptores expostos a contaminantes; XXI - Valores Orientadores: são concentrações de substâncias químicas que fornecem orientação sobre a qualidade e as alterações do solo e da água subterrânea; XXII - Valor de Referência de Qualidade-VRQ: é a concentração de determinada substância que define a qualidade natural do solo, sendo determinado com base em interpretação estatística de análises físico-químicas de amostras de diversos tipos de solos; XXIII - Valor de Prevenção-VP: é a concentração de valor limite de determinada substância no solo, tal que ele seja capaz de sustentar as suas funções principais de acordo com o art. 3o. XXIV - Valor de Investigação-VI: é a concentração de determinada substância no solo ou na água subterrânea acima da qual existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde humana, considerando um cenário de exposição padronizado. CAPÍTULO II DOS CRITÉRIOS E VALORES ORIENTADORES DE QUALIDADE DO SOLO Art. 7o A avaliação da qualidade de solo, quanto à presença de substâncias químicas, deve ser efetuada com base em Valores Orientadores de Referência de Qualidade, de Prevenção e de Investigação. Art. 8o Os VRQs do solo para substâncias químicas naturalmente presentes serão estabelecidos pelos órgãos ambientais competentes dos Estados e do Distrito Federal, em até 04 anos após a publicação desta Resolução, de acordo com o procedimento estabelecido no Anexo I. § 1o Nas regiões limítrofes entre unidades federativas, cujos solos tenham características semelhantes, os respectivos órgãos ambientais deverão estabelecer VRQs comuns. § 2o Os órgãos ambientais, a seu critério e quando tecnicamente justificado, poderão estabelecer VRQs para substâncias orgânicas naturalmente presentes, listadas ou não no Anexo II. Art. 9o Serão adotados como VPs os valores apresentados no Anexo II, os quais foram estabelecidos com base em ensaios de fitotoxicidade ou em avaliação de risco ecológico. Art. 10. Serão adotados como VIs, os valores apresentados no Anexo II, os quais foram derivados com base em avaliação de risco à saúde humana, em função de cenários de exposição padronizados para diferentes usos e ocupação do solo. Art. 11. A requerimento dos órgãos ambientais competentes, quando tecnicamente justificado e aprovado pelo CONAMA, poderãoser revistos os VPs e VIs estabelecidos nesta Resolução, bem como serem estabelecidos VPs e VIs estaduais ou regionais para substâncias químicas listadas ou não no Anexo II, com base na mesma metodologia e garantindo o mesmo nível de risco. Art. 12. As substâncias não listadas no Anexo II, quando necessária sua investigação, terão seus valores orientadores definidos pelo órgão ambiental competente. Art. 13. Ficam estabelecidas as seguintes classes de qualidade dos solos, segundo a concentração de substâncias químicas: I - Classe 1 - Solos que apresentam concentrações de substâncias químicas menores ou iguais ao VRQ; II - Classe 2 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma substância química maior do que o VRQ e menor ou igual ao VP; III - Classe 3 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma substância química maior que o VP e menor ou igual ao VI; e IV - Classe 4 - Solos que apresentam concentrações de pelo menos uma substância química maior que o VI. CAPÍTULO III DA PREVENÇÃO E CONTROLE DA QUALIDADE DO SOLO Art. 14. Com vista à prevenção e controle da qualidade do solo, os empreendimentos que desenvolvem atividades com potencial de contaminação dos solos e águas subterrâneas deverão, a critério do órgão ambiental competente: I - implantar programa de monitoramento de qualidade do solo e das águas subterrâneas na área do empreendimento e, quando necessário, na sua área de influência direta e nas águas superficiais; e II - apresentar relatório técnico conclusivo sobre a qualidade do solo e das águas subterrâneas, a cada solicitação de renovação de licença e previamente ao encerramento das atividades. § 1o Os órgãos ambientais competentes publicarão a relação das atividades com potencial de contaminação dos solos e das águas subterrâneas, com fins de orientação das ações de prevenção e controle da qualidade do solo, com base nas atividades previstas na Lei no 10.165, de 27 de dezembro de 2000. § 2o O programa de monitoramento para as águas subterrâneas, bem como o relatório técnico, mencionados nos incisos I e II, deverão ser estabelecidos observadas as ações implementadas no âmbito do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos-SINGREH. Art. 15. As concentrações de substâncias químicas no solo resultantes da aplicação ou disposição de resíduos e efluentes, observada a legislação em vigor, não poderão ultrapassar os respectivos VPs. Art. 16. São procedimentos para avaliação das concentrações de substâncias químicas e controle da qualidade do solo, dentre outros: I - realização de amostragens e ensaios de campo ou laboratoriais, de acordo com os artigos 16, 17 e 18; II - classificação da qualidade do solo conforme artigo 12; e III - adoção das ações requeridas conforme estabelecido no artigo 19. Art. 17. Para atendimento desta Resolução nas amostragens, análises e controle de qualidade para caracterização e monitoramento do solo e das águas subterrâneas deverão ser observadas, no mínimo, as seguintes diretrizes: I - adotar procedimentos de coleta, manuseio, preservação, acondicionamento e transporte de amostras de acordo com normas nacionais e internacionais, respeitando-se os prazos de validade; II - realizar as análises físicas, químicas, físico-químicas e biológicas, utilizando-se metodologias que atendam às especificações descritas em normas reconhecidas internacionalmente; III - no caso do limite de quantificação da amostra - LQA ser maior do que o LQP, o LQA será aceito para atendimento desta resolução, desde que tecnicamente justificado; IV - caso a substância seja identificada na amostra em concentração entre o limite de detecção do método - LDM e o LQA, o fato deverá ser reportado no laudo analítico com a nota de que a concentração não pode ser determinada com confiabilidade; V - no caso de áreas submetidas à aplicação de produtos agrotóxicos, o momento da coleta deve ter correspondência com o período de carência dos mesmos; e VI - no caso de aplicação de fertilizantes, o momento da coleta da amostra deverá estar correlacionado à colheita do produto, quando houver. Art. 18. Os resultados das análises devem ser reportados em laudos analíticos contendo, no mínimo: I - identificação do local da amostragem, data e horário de coleta e entrada da amostra no laboratório, anexando a cadeia de custódia; II - indicação do método de análise utilizado para cada parâmetro analisado; III - os LQAs, para cada parâmetro analisado; IV - os resultados dos brancos do método e rastreadores (”surrogates”); V - as incertezas de medição para cada parâmetro; e VI - ensaios de adição e recuperação dos analitos na matriz (“spike”). Parágrafo único. Outros documentos, tais como cartas-controle, cromatogramas, resultados obtidos em ensaios de proficiência e em amostras certificadas, podem ser solicitados a qualquer tempo pelo órgão ambiental competente. Art. 19. As análises para caracterização e monitoramento da qualidade do solo e da água subterrânea deverão ser realizadas em laboratórios acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial-INMETRO para os parâmetros de interesse. Parágrafo único. Por um prazo de cinco anos serão admitidas análises realizadas por instituição aceita pelos órgãos ambientais ou de recursos hídricos, para os respectivos parâmetros de interesse. Art. 20. Após a classificação do solo deverão ser observados os seguintes procedimentos de prevenção e controle da qualidade do solo: I - Classe 1: não requer ações; II - Classe 2: poderá requerer uma avaliação do órgão ambiental, incluindo a verificação da possibilidade de ocorrência natural da substância ou da existência de fontes de poluição, com indicativos de ações preventivas de controle, quando couber, não envolvendo necessariamente investigação; III - Classe 3: requer identificação da fonte potencial de contaminação, avaliação da ocorrência natural da substância, controle das fontes de contaminação e monitoramento da qualidade do solo e da água subterrânea; e IV - Classe 4: requer as ações estabelecidas no Capítulo IV. CAPÍTULO IV DAS DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DE ÁREAS CONTAMINADAS Art. 21. São princípios básicos para o gerenciamento de áreas contaminadas: I - a geração e a disponibilização de informações; II - a articulação, a cooperação e integração interinstitucional entre os órgãos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, os proprietários, os usuários e demais beneficiados ou afetados; III - a gradualidade na fixação de metas ambientais, como subsídio à definição de ações a serem cumpridas; IV - a racionalidade e otimização de ações e custos; V - a responsabilização do causador pelo dano e suas conseqüências; e, VI - a comunicação de risco. Art. 22. O gerenciamento de áreas contaminadas deverá conter procedimentos e ações voltadas ao atendimento dos seguintes objetivos: I - eliminar o perigo ou reduzir o risco à saúde humana; II - eliminar ou minimizar os riscos ao meio ambiente; III - evitar danos aos demais bens a proteger; IV - evitar danos ao bem estar público durante a execução de ações para reabilitação; e V - possibilitar o uso declarado ou futuro da área, observando o planejamento de uso e ocupação do solo. Art. 23. Para o gerenciamento de áreas contaminadas, o órgão ambiental competente deverá instituir procedimentos e ações de investigação e de gestão, que contemplem as seguintes etapas, conforme ilustrado no Anexo III: I - Identificação: etapa em que serão identificadas áreas suspeitas de contaminação com base em avaliação preliminar, e, para aquelas em que houver indícios de contaminação, deve ser realizada uma investigação confirmatória, as expensas do responsável, segundo as normas técnicas ou procedimentos vigentes. II - Diagnóstico: etapa que inclui a investigação detalhada e avaliação de risco, as expensas do responsável, segundo as normastécnicas ou procedimentos vigentes, com objetivo de subsidiar a etapa de intervenção, após a investigação confirmatória que tenha identificado substâncias químicas em concentrações acima do valor de investigação. III - Intervenção: etapa de execução de ações de controle para a eliminação do perigo ou redução, a níveis toleráveis, dos riscos identificados na etapa de diagnóstico, bem como o monitoramento da eficácia das ações executadas, considerando o uso atual e futuro da área, segundo as normas técnicas ou procedimentos vigentes. Art. 24. Será considerada Área Suspeita de Contaminação – AS, pelo órgão ambiental competente, aquela em que, após a realização de uma avaliação preliminar, forem observados indícios da presença de contaminação ou identificadas condições que possam representar perigo. Art. 25. Será declarada Área Contaminada sob Investigação – AI, pelo órgão ambiental competente, aquela em que comprovadamente for constatada, mediante investigação confirmatória, a contaminação com concentrações de substâncias no solo ou nas águas subterrâneas acima dos valores de investigação. Parágrafo único. Quando a concentração de uma substância for reconhecida pelo órgão ambiental competente como de ocorrência natural, a área não será considerada contaminada sob investigação, entretanto será necessária à implementação de ações específicas de proteção à saúde humana pelo poder público competente. Art. 26. Será declarada Área Contaminada sob Intervenção-ACI, pelo órgão ambiental competente, aquela em que for constatada a presença de substâncias químicas em fase livre ou for comprovada, após investigação detalhada e avaliação de risco, a existência de risco à saúde humana. Art. 27. Será declarada Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação-AMR, pelo órgão ambiental competente, aquela em que o risco for considerado tolerável, após a execução de avaliação de risco. § 1o Nas situações em que a existência de determinada AI ou ACI possa implicar em impactos significativos aos recursos ambientais, o gerenciamento do risco poderá se basear nos resultados de uma avaliação de risco ecológico, a critério do órgão ambiental competente. § 2o Na impossibilidade de execução de uma avaliação de risco ecológico, em uma determinada área, o órgão ambiental competente deverá estabelecer valores específicos e metas para subsidiar a reabilitação da área utilizando-se de metodologia tecnicamente justificada. § 3o Em caso de identificação de fase livre, a avaliação de risco deverá ser efetuada após a sua eliminação ou redução a níveis mínimos estabelecidos a critério do órgão ambiental competente, com base nos recursos tecnológicos disponíveis, sem prejuízo à implementação das etapas de gerenciamento das outras fontes de contaminação da área. Art. 28. No caso da identificação de condição de perigo, em qualquer etapa do gerenciamento, deverão ser tomadas ações emergenciais compatíveis para a eliminação desta condição e a continuidade da investigação e do gerenciamento. Art. 29. Após a declaração de AI ou ACI, o órgão ambiental competente, em conjunto com os demais órgãos envolvidos, deverá adotar medidas cabíveis para resguardar os receptores do risco já identificados nestas etapas. Art. 30. Os órgãos ambientais competentes devem planejar suas ações, observando, para a priorização, os seguintes aspectos: I - população potencialmente exposta; II - proteção dos recursos hídricos; e III - presença de áreas de interesse ambiental. Art. 31. Para o gerenciamento de áreas contaminadas, os VIs para água subterrânea são os listados no Anexo II, definidos com base em risco à saúde humana. § 1o Para substâncias não listadas e nas áreas onde as condições naturais apresentem valores anômalos para as substâncias químicas, o órgão ambiental competente, em conjunto com órgão gestor de recursos hídricos, deverá definir ações específicas para cada caso. § 2o Na hipótese da revisão da legislação específica que define os padrões de potabilidade para risco à saúde humana, os valores previstos no Anexo II ficam automaticamente alterados. Art. 32. Para o cumprimento dos procedimentos e ações no gerenciamento de áreas contaminadas, o órgão ambiental competente deverá: I - definir, em conjunto com outros órgãos, ações emergenciais em casos de identificação de condições de perigo; II - definir os procedimentos de identificação e diagnóstico; III - avaliar o diagnóstico ambiental; IV - promover a comunicação de risco após a declaração da área como contaminada sob intervenção; V - avaliar, em conjunto com outros órgãos, as propostas de intervenção da área; VI - acompanhar, em conjunto com outros órgãos, as ações emergenciais, de intervenção e de monitoramento; VII - avaliar a eficácia das ações de intervenção; e VIII - dar ampla publicidade e comunicar a situação da área ao proprietário, ao possuidor, ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca onde se insere o imóvel, bem como ao cadastro imobiliário das prefeituras e do Distrito Federal. Parágrafo único. No desenvolvimento das ações deverão ser observados os usos preponderantes, o enquadramento e os planos de recursos hídricos. Art. 33. Para fins de reabilitação da área contaminada, o proprietário informará o uso pretendido à autoridade competente que decidirá sobre sua viabilidade ambiental, com fundamento na legislação vigente, no diagnóstico da área, na avaliação de risco, nas ações de intervenção propostas e no zoneamento do uso do solo. Art. 34. Os responsáveis pela contaminação da área devem submeter ao órgão ambiental competente proposta para a ação de intervenção a ser executada sob sua responsabilidade, devendo a mesma, obrigatoriamente, considerar: I - o controle ou eliminação das fontes de contaminação; II - o uso atual e futuro do solo da área objeto e sua circunvizinhança; III - a avaliação de risco à saúde humana; IV - as alternativas de intervenção consideradas técnica e economicamente viáveis e suas consequências; V - o programa de monitoramento da eficácia das ações executadas; e VI - os custos e os prazos envolvidos na implementação das alternativas de intervenção propostas para atingir as metas estabelecidas. Parágrafo único. As alternativas de intervenção para reabilitação de áreas contaminadas poderão contemplar, de forma não excludente, as seguintes ações: I - eliminação de perigo ou redução a níveis toleráveis dos riscos à segurança pública, à saúde humana e ao meio ambiente; II - zoneamento e restrição dos usos e ocupação do solo e das águas superficiais e subterrâneas; III - aplicação de técnicas de remediação; e IV - monitoramento. Art. 35. Após a eliminação dos riscos ou a sua redução a níveis toleráveis, a área será declarada, pelo órgão ambiental competente, como área em processo de monitoramento para reabilitação – AMR. Art. 36. Após período de monitoramento, definido pelo órgão ambiental competente, que confirme a eliminação do perigo ou a redução dos riscos a níveis toleráveis, a área será declarada pelo órgão ambiental competente como reabilitada para o uso declarado – AR. Art. 37. Os órgãos ambientais competentes, quando da constatação da existência de uma área contaminada ou reabilitada para o uso declarado, comunicarão formalmente: I - ao responsável pela contaminação; II - ao proprietário ou ao possuidor da área contaminada ou reabilitada; III - aos órgãos federais, estaduais, distrital e municipais de saúde, meio ambiente e de recursos hídricos; IV- ao poder público municipal; V - à concessionária local de abastecimento público de água; e VI - ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca onde se insere determinada área, bem como ao cadastro imobiliário das prefeituras e do Distrito Federal. Parágrafo único. Deverão ser criados pelo Poder Público mecanismos para comunicação de riscos à população adequados aos diferentes públicos envolvidos, propiciando a fácil compreensão e oacesso à informação aos grupos social e ambientalmente vulneráveis. Art. 38. Os órgãos ambientais competentes, observando o sigilo necessário, previsto em lei, deverão dar publicidade principalmente em seus portais institucionais na rede mundial de computadores, às informações sobre áreas contaminadas identificadas e suas principais características, na forma de um relatório que deverá conter no mínimo: I - a identificação da área com dados relativos à toponímia e georreferenciamento, características hidrogeológicas, hidrológicas e fisiografia; II - a(s) atividade(s) poluidora(s) ativa(s) e inativa(s), fonte poluidora primária e secundária ou potencial, extensão da área afetada, causa da contaminação (acidentes, vazamentos, disposição inapropriada do produto químico ou perigoso, dentre outros); III - as características das fontes poluidoras no que se refere à disposição de resíduos, armazenamento de produtos químicos e perigosos, produção industrial, vias de contaminação e impermeabilização da área; IV - a classificação da área em AI, ACI, AMR e AR; V - o uso atual do solo da área e seu entorno, ação em curso e pretérita; VI - os meios afetados e concentrações de contaminantes; VII - a descrição dos bens a proteger e distância da fonte poluidora; VIII - os cenários de risco e rotas de exposição; IX - as formas de intervenção; e X - as áreas contaminadas críticas § 1o As informações previstas no caput deverão ser tornadas disponíveis pelos órgãos estaduais de meio ambiente ao IBAMA, o qual definirá e divulgará, em seu portal institucional, forma de apresentação e organização sistematizada das informações. § 2o O IBAMA implementará módulo no sistema de informação institucional, que tornará públicas as informações enviadas pelos órgãos estaduais de meio ambiente, na forma organizada e sistematizada necessária. § 3o As informações constantes do relatório mencionado no caput constituirão o Banco de Dados Nacional sobre Áreas Contaminadas. CAPÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 39. Os critérios e procedimentos estabelecidos nesta Resolução não se aplicam a substâncias radioativas. Parágrafo único. No caso de suspeitas ou evidências de contaminação por substâncias radioativas o órgão ambiental notificará a Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN. Art. 40. Esta Resolução deverá ser revista após 5 (cinco) anos contados a partir da sua publicação. Art. 41. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. CARLOS MINC Presidente do Conselho ESSE TEXTO NÃO SUBSTITUI O PUBLICADO NO DOU nº 249, EM 30/12/2009, págs. 81-84. ANEXO I PROCEDIMENTO PARA O ESTABELECIMENTO DE VALORES DE REFERÊNCIA DE QUALIDADE DE SOLOS Os valores de referência de qualidade (VRQs) para as substâncias inorgânicas de ocorrência natural no solo são estabelecidos a partir de interpretação estatística dos resultados analíticos obtidos em amostras coletadas nos principais tipos de solo do Estado, conforme as etapas descritas abaixo. 1 - Seleção dos tipos de solo Identificar os tipos de solo em cada estado, com base em critérios tais como o material de origem do solo (litologia), relevo e clima, de modo a se obter um conjunto de tipos de solo que representem os compartimentos geomorfológicos, pedológicos, geológicos mais representativos do estado. 2- Seleção de parâmetros para caracterização do solo Os parâmetros a serem determinados para caracterização do solo são: carbono orgânico, pH em água, capacidade de troca catiônica (CTC) e teores de argila, silte, areia e de óxidos de alumínio, ferro e manganês. Considerando as peculiaridades regionais, outros parâmetros poderão ser incluídos. Em cada compartimento selecionado conforme o item 1 deverão ser definidas estações de amostragem, em trechos sem interferência antropogênica ou com interferência antropogênica desprezível, que devem ser distribuídas de modo a representar estatisticamente a área geográfica de ocorrência de cada tipo de solo. A amostra de cada estação será do tipo composta, formada por subamostras de 10 (dez) pontos amostrais, obtidas na profundidade de 0-20 cm. Amostragens simples ou para outras profundidades poderão ser adotadas em função de especificidades regionais. As coordenadas geográficas e a altitude dos pontos amostrais devem ser anotadas, especificando o sistema geodésico de referência. Deverão ser adotados procedimentos de coleta, manuseio, preservação, acondicionamento e transporte de amostras, descritos em normas nacionais e internacionais, respeitando-se os prazos de validade. 3 – Metodologias analíticas Para análise das substâncias inorgânicas listadas no Anexo II, utilizar a fração de solo menor que 2mm. A metodologia analítica para a extração das substâncias inorgânicas (exceto mercúrio) das amostras será a USEPA 3050 ou USEPA 3051 ou em suas atualizações. As determinações do pH em água, CTC e dos teores de carbono orgânico, argila, silte, areia, óxidos de ferro, alumínio, manganês e silício devem seguir as metodologias analíticas definidas pela EMBRAPA. No caso de ocorrência natural, reconhecida pelo órgão ambiental competente, de substâncias não contempladas nas metodologias citadas anteriormente, deverão ser adotadas metodologias que atendam às especificações descritas em normas reconhecidas internacionalmente, que incluam a edição mais recente dos métodos publicados pela USEPA (United States Environmental Protection Agency), série SW-846 – Test Methods for Evaluating Solid Waste; pela ISO (International Standarization Organization) e pela DIN (Deutsches Institut für Normung). As análises químicas deverão contemplar rastreabilidade analítica, validação, cartas controle elaboradas com faixas de concentração significativamente próximas daquelas esperadas nas matrizes sólidas) e ensaios com materiais de referência certificados, a fim de comprovar a exatidão dos resultados por meio de ensaios paralelos. 4 – Interpretação dos dados e obtenção dos VRQs Cada estado poderá estabelecer, por substância, um único VRQ ou um VRQ para cada tipo de solo. O VRQ de cada substância poderá ser estabelecido com base no percentil 75 ou percentil 90 do universo amostral, retiradas previamente as anomalias. O referido VRQ será determinado utilizando tratamento estatístico aplicável e em conformidade com a concepção do plano de amostragem e com o conjunto amostral obtido. As anomalias deverão ser avaliadas em estudos específicos e interpretadas estatisticamente. Para as determinações das substâncias químicas em que todos os resultados analíticos forem menores do que o limite de quantificação praticável (LQP) do respectivo método analítico, eleger “< LQP” como sendo o VRQ da substância e excluí-las dos demais procedimentos de interpretação estatística. Para interpretação estatística das substâncias químicas em que parte dos resultados analíticos forem menores que o limite de quantificação praticável (LQP), considerar como resultado na matriz de dados o valor LQP/2. Para as substâncias que apresentarem mais do que 60% de resultados superiores ao limite de quantificação, a definição de agrupamento de tipos de solo deverá ser realizada com base em teste estatístico que comprove semelhança entre os grupos amostrais. Para estabelecimento do VRQ de cada substância, avaliar a necessidade de se excluir da matriz de dados os resultados discrepantes (outliers), identificados por métodos estatísticos. As substâncias cujo percentil selecionado for igual ao LQP/2, adotar “< LQP” como sendo o VRQ da substância. 5 – Base de dados Os dados obtidos pelos estados na amostragem, determinações analíticas e os VRQs, deverão compor a base de dados sobre qualidade de solos. ANEXO II LISTA DE VALORES ORIENTADORES PARA SOLOS E PARA ÁGUAS SUBTERRÂNEAS Substâncias CAS n° Solo (mg.kg-1 de peso seco) (1) Água Subterrâ nea (µg.L-1)
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