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PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE

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PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
Autora: Calani Helena Franz Müller
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
344.046
M958p Muller, Calani Helena Franz
 Proteção do Meio Ambiente/ Calani Helena Franz 
 Muller. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 166 p. : il
 ISBN 978-85-7830-865-0
 1. Proteção Ambiental.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 Reitor: Prof. Dieter Sergeli Sardeli de Paiva
 Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
 Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
 Equipe Multidisciplinar da 
 Pós-Graduação EAD: Profa. Erika de Paula Alves
 Profa. Cláudia Regina Pinto Michelli
 
 Revisão de Conteúdo: Prof. Lírio Ribeiro 
 Revisão Gramatical: Profa. Janete Bridon Reis 
 
 Revisão Pedagógica: Profa. Patrícia Cesário Pereira Offial
 
 Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Copyright © UNIASSELVI 2013
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
Calani Helena Franz Müller
• Possui Graduação em Engenharia Química, 
pela UFSC (Universidade Federal de Santa 
Catarina), em 1992 – Florianópolis (SC).
• Cursando MBA – Engenharia Sanitária 
Ambiental no IPOG (Instituto de Pós-Graduação 
& Graduação) – conclusão no inicio de 2014.
• Pós-graduada em Engenharia de Segurança 
do Trabalho, pela UNIDAVI (Universidade para o 
Desenvolvimento do Alto Vale do Itajaí), em 2006 – 
Rio do Sul (SC).
• Pós-graduada em Gestão e Auditoria Ambiental, pela 
FUNIBER (Fundação Universitária Iberoamericana), 
em 2004 – Florianópolis (SC).
Experiência de 17 anos em Estação de Tratamen-
to de Água de pequeno porte; Em paralelo, atuação no 
tratamento de efluentes em fábrica de papelão e de 
fécu-la de mandioca.
Projetos para obtenção e/ou renovação de Licen-
ças Ambientais.
Elaboração de LTCAT e PPRA.
Atualmente, atua como professora-tutora do 
curso de Tecnologia de Segurança no Trabalho.
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7
CAPÍTULO 1
AvAliAção AmbientAl .................................................................... 9
CAPÍTULO 2
A SegurAnçA do trAbAlho nAS AtividAdeS que envolvem 
reSíduoS SólidoS ..................................................................... 59
CAPÍTULO 3
SegurAnçA do trAbAlho e SAneAmento báSico ........................... 87
CAPÍTULO 4
ProgrAmAS de AvAliAção e controle AmbientAl ....................... 127
7
APRESENTAÇÃO
Caro (a) pós-graduando (a), bem-vindo (a) a disciplina de Proteção ao 
Meio Ambiente. Com este estudo você poderá compreender alguns conceitos 
relacionados a temática ambiental e conhecer um pouco da legislação aplicada 
ao assunto, além de estudar e interpretar o trabalho desenvolvido por pessoas 
que labutam em setores responsáveis por solucionar ou minimizar os problemas 
ambientais de empresas públicas e privadas e da população em geral.
No decorrer desta disciplina você terá acesso a vários conceitos e poderá 
acompanhar alguns exemplos e comentários com o intuito de auxiliá-lo no 
estudo e realização dos exercícios. Sugiro que você faça também as leituras 
recomendadas com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre o assunto.
Assim, na primeira unidade você poderá conhecer algumas definições 
técnicas e aspectos legais da área ambiental, como o funcionamento do 
CONAMA e a estrutura do SISNAMA com o objetivo de melhorar o entendimento 
da legislação ambiental e estabelecer critérios e técnicas para a realização de 
avaliação e controle dos diversos poluentes.
Na segunda unidade, será abordado o saneamento básico, em suas diversas 
operações, como o abastecimento de água potável, a coleta e tratamento de 
esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos urbanos e da água 
pluvial. Neste ponto, recomendo atenção especial para a descrição dos riscos 
envolvidos nas atividades relacionadas ao saneamento básico e que geralmente 
são ignorados pela população.
Da mesma forma, na terceira unidade, em que você estudará os resíduos 
sólidos, desde a geração até o destino final adequado, também serão conhecidos 
as implicações sobre a saúde do trabalhador em contato com os diversos tipos 
de resíduos.
E, por último, a quarta unidade apresenta alguns tipos de planos de 
gerenciamento ambiental, dos quais, o Plano de Gerenciamento de Resíduos 
Sólidos (PGRS), utilizado para indústrias, pode ser considerado de aplicação 
ampla, enquanto outros planos possuem uso específico, como exemplo, o PGRSS 
(plano de gerenciamento de resíduos de serviços da saúde).
Aproveite a oportunidade para ampliar seus conhecimentos e seu interesse 
pela problemática ambiental, para a qual você, futuro Engenheiro de Segurança 
do Trabalho, poderá apresentar algumas soluções viáveis.
Um grande abraço e excelentes estudos!
A autora.
CAPÍTULO 1
AvAliAção AmbientAl
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 3 Compreender os conceitos básicos relacionados à avaliação ambiental.
 3 Conhecer a legislação ambiental.
 3 Identificar e avaliar os riscos ambientais inerentes às atividades laborais.
 3 Escolher técnicas de avaliação e controle adequadas a cada tipo de poluente.
11
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
contextuAlizAção
A preocupação com a saúde e a segurança do trabalho, no Brasil, é recente, 
mas percebe-se que vem aumentando, gradativamente, o interesse pelo assunto. 
Com isso, são aprimoradas ou surgem novas leis, normas e regulamentações. 
Sabendo que o homem faz parte do ambiente em que vive, torna-se necessária 
a preocupação simultânea com a proteção do meio ambiente. Assim, além 
das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, temos, 
também, as Leis Ambientais e diversas resoluções do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente para auxiliar nas diretrizes do trabalho desenvolvido pelo Engenheiro de 
Segurança do Trabalho.
Neste capítulo, estudaremos sobre a Avaliação Ambiental, necessária para 
a realização do controle dos riscos ambientais, prevista na legislação. Para esta 
leitura, precisamos, inicialmente, entender alguns conceitos relacionados ao tema, 
como meio ambiente, diferenças entre poluição e contaminação, dentre outros.
Para o desenvolvimento do trabalho ligado à Engenharia de Segurança do 
Trabalho, é necessário o conhecimento da legislação ambiental. Então, você 
terá a oportunidade de conhecer duas leis federais, a saber: a Lei de Crimes 
Ambientais e a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente.
E, finalmente, aprenderemos a interpretar a Norma Regulamentadora (NR-
9), do Ministério do Trabalho e Emprego, que trata do Programa de Prevenção 
de Riscos Ambientais. Além disso, acompanharemos alguns critérios e técnicas 
utilizadas para a avaliação e controle dos poluentes.
definiçõeS técnicAS
Meio Ambiente
No Brasil, o conceito legal de meio ambiente encontra-se disposto no art.3º, 
I, da Lei nº. 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. 
A lei diz que meio ambiente é “[...] o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida 
em todas as suas formas” (BRASIL, 1981). No entanto, a Resolução CONAMA 
nº 306/2002 acrescenta alguns termos na definição anterior: Meio Ambiente é 
o conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química, 
biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em 
todas as suas formas (BRASIL, 2002). Já, na ISO 14001:2004 (ABNT, 2004, p. 
2), encontramos a seguinte definição sobre meio ambiente: “[...] circunvizinhança 
12
 Proteção do Meio Ambiente
em que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, 
flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações”. Ao interpretar essa definição,podemos concluir que cada organização deve respeitar o meio ambiente, 
cumprindo as legislações e as normas pertinentes e, consequentemente, não 
causando poluição, pois é responsável pela “circunvizinhança”.
Para uma definição completa de meio ambiente, devemos considerar três 
aspectos:
• Meio ambiente natural, ou físico, constituído pelo solo, a água, o ar 
atmosférico, a flora; enfim, pela interação dos seres vivos e seu meio, onde 
se dá a correlação recíproca entre as espécies e as relações destas com o 
ambiente físico que ocupam.
• Meio ambiente artificial, constituído pelo espaço urbano construído.
• Meio Ambiente cultural, integrado pelo patrimônio histórico, artístico, 
arqueológico, paisagístico, turístico, que, embora artificial, difere do anterior 
pelo sentido de valor especial que adquiriu ou de que se impregnou. (SILVA, 
2004, p. 21).
Além desses aspectos, temos, ainda, o Meio ambiente do trabalho, previsto 
no art. 200, VIII, da Constituição Federal de 1988, ou seja, “[...] o conjunto de 
fatores físicos, climáticos ou qualquer outro que interligados, ou não, estão 
presentes e envolvem o local de trabalho da pessoa” (SANTOS, 2007).
A Constituição Federal de 1988, no Art. 225, capítulo VI, diz: “Todos têm 
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações”. (BRASIL, 1988).
Riscos Ambientais
A NR-9 define riscos ambientais como “[...] agentes físicos, químicos e 
biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, 
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos 
à saúde do trabalhador” (BRASIL, 1994). São considerados “agentes físicos”, as 
diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores. Ex.: 
ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, 
radiações não-ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Esses agentes 
são responsáveis por várias doenças ocupacionais. Vejamos alguns exemplos:
13
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
Ruído: existem dois fatores envolvidos na exposição ao ruído: a intensidade 
e o tempo de exposição. A exposição ao ruído elevado ou prolongado reduz a 
capacidade auditiva do trabalhador, podendo causar a surdez profissional. 
O estado emocional do trabalhador exposto é afetado, com consequências 
psicossomáticas e aumento dos casos de estresse, influenciando, negativamente, 
na produtividade. O ruído também pode distrair o empregado ou mascarar sinais 
de alarme sonoro, causando, indiretamente, acidentes de trabalho.
Vibrações: nos ambientes de trabalho são encontradas dois tipos de 
vibrações: vibrações localizadas e vibrações de corpo inteiro. (Ex. trabalho com 
britadeira, etc.). Essas vibrações podem desencadear distúrbios neurológicos, 
vasculares, musculares, e, também, lesões osteoarticulares, afetando, 
principalmente, a coluna vertebral.
Radiações ionizantes: são aquelas que incidem sobre os materiais ou as 
pessoas expostas, produzindo uma ionização, ou seja, agem sobre as partículas 
neutras, subdividindo-as em partículas eletricamente carregadas. Essas radiações 
são provenientes de materiais radioativos como o raio gama (g), ou podem ser 
produzidas artificialmente em equipamentos, como são os Raios X.
Radiações não-ionizantes: são aquelas de natureza eletromagnética. 
A saúde humana pode ser afetada, mas depende de alguns fatores, como: a 
duração e a intensidade da exposição, comprimento de onda da radiação e 
a região do espectro em que estão situadas. A solda elétrica é um exemplo de 
radiação não-ionizante.
Temperaturas extremas (Frio ou Calor): os profissionais que geralmente 
estão expostos ao calor excessivo são os cozinheiros, os padeiros, os fundidores 
de metais, os mineiros, os fabricantes de vidro, etc. As consequências dessa 
exposição estão relacionadas à fraqueza, à incapacidade de concentração, à 
ansiedade, à irritabilidade, à depressão, e, em casos mais graves, à desidratação 
e a câimbras. Os riscos aumentam com o esforço físico prolongado (aumento da 
quantidade de calor produzida pelo corpo) e com a umidade elevada (diminui o 
efeito refrescante da sudorese). Os trabalhadores que, em geral, estão expostos ao 
frio excessivo, são aqueles que executam tarefas em câmaras frigoríficas, serviços 
de refrigeração e, também, em trabalhos a céu aberto em regiões de clima frio. 
Em torno de -1°C pode ocorrer necrose dos tecidos, sendo o primeiro sinal dessa 
lesão caracterizado por uma sensação aguda de adormecimento e de anestesia 
dos tecidos atingidos. A necrose superficial pode evoluir até o congelamento dos 
tecidos mais profundos, causando isquemia, trombose e gangrena.
Pressões anormais: trabalhos realizados nessas condições, muitas vezes, 
estão relacionados a atividades ou a operações com ar comprimido e a trabalhos 
14
 Proteção do Meio Ambiente
submersos. Ex.: mergulho para manutenção de plataformas de petróleo e 
trabalhos em grandes altitudes. A alteração apresentada no organismo é a falta 
de oxigenação que afeta diretamente o cérebro e apresenta alguns sintomas, 
a saber: irritabilidade, alterações do sono, diminuição da capacidade motora e 
sensitiva, fadiga muscular e, também, edema cerebral e de pulmão.
Umidade: as operações ou atividades executadas em locais com umidade 
excessiva são aquelas desempenhadas em lugares alagados ou encharcados. 
Ex.: lavação de carros. Essas atividades são capazes de produzir danos à saúde 
dos trabalhadores.
As substâncias, os compostos ou, ainda, qualquer produto que tenha 
a possibilidade de penetrar no organismo do trabalhador por meio das vias 
respiratórias (ex.: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases e vapores), ou através 
do contato, seja absorvido pela pele, seja ingerido, são considerados “agentes 
químicos”. Esses agentes podem ser encontrados em estado líquido, sólido ou 
gasoso.
O trabalhador poderá estar em contato com “riscos biológicos” quando 
exposto a vírus, a fungos, a bactérias, a parasitas e a bacilos, os quais são micro-
organismos que podem causar doenças, tais quais: malária, febre amarela e 
tuberculose. Podemos citar, também, alguns profissionais que geralmente estão 
expostos a riscos biológicos: funcionários de hospitais, consultórios dentários, 
sanatórios, laboratórios de análises biológicas, curtumes, estações de tratamento 
de esgoto, etc.
 
A classificação dos riscos ambientais também é dada pela Portaria Nº. 25 
de 29 de Dezembro de 1994 (BRASIL, 1994), por meio da sua Tabela I. Esses 
riscos foram divididos em 5 grupos distintos com cores padronizadas, no intuito 
de facilitar a visualização e a identificação pelo trabalhador, sendo eles: Riscos 
Físicos (verde), Riscos Químicos (vermelho), Riscos Biológicos (marrom), Riscos 
Ergonômicos (amarelo) e Riscos de Acidentes (azul). Assim, conforme essa 
portaria, há a inclusão de riscos ergonômicos e de acidentes.
Os “riscos ergonômicos” podem ser diagnosticados em diversas atividades 
profissionais, estando diretamente relacionados a fatores psicológicos e 
fisiológicos que podem comprometer a saúde, a segurança e a produtividade 
dos trabalhadores, causando alterações físicas e emocionais. Esses riscos estão 
relacionados a movimentos repetitivos, ao levantamento e transporte manual de 
pesos, ao trabalho em pé, à postura inadequada, à iluminação inadequada, ao 
desconforto térmico e acústico, ao mobiliário inadequado, dentre outros.
Quando a rotina normal de trabalho é alterada por algum comportamento 
15
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
do trabalhador ou por alguma circunstância, podendo causar acidente, temos 
a existência de “riscos de acidentes” que podem ser diagnosticados, por 
exemplo, quando temos máquinas desprotegidas, ferramentas ou procedimentos 
inadequados e materiais perfuro-cortantes manipuladosde forma incorreta.
Os cinco grupos de riscos, separados por cores, estão apresentados no 
quadro 1 a seguir:
Quadro 1 - Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos de 
acordo com a sua natureza e a padronização das cores correspondentes
GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4 GRUPO 5
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico
intenso inadequado
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e Máquinas e
transporte manual equipamentos
de peso sem proteção
Radiações Névoas Protozoários Exigência de Ferramentas
ionizantes postura inadequadas ou
inadequada defeituosas
Radiações Neblina Fungos Controle rígido de Iluminação
não ionizantes produtividade inadequada
Frio Gases Parasitas Imposição de Eletricidade
ritmos excessivos
Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno Probabilidade de
e noturno incêndio e explosão
Pressões Substâncias, Jornadas de Armazenamento
anormais compostas ou trabalho inadequado
produtos prolongadas
químicos em
geral
Umidade Monotonia e Animais peçonhentos
repetitividade
Outras situações Outras situações de
causadoras de stress risco que poderão
físico e/ou psíquico contribuir para ocorrência
de acidentes
Fonte: Brasil (1994).
16
 Proteção do Meio Ambiente
Os riscos ambientais podem estar presentes nos locais de 
trabalho, podendo causar danos à saúde do trabalhador. A importância 
deles, no entanto, é definida em função de sua natureza, concentração 
ou intensidade e tempo de exposição.
Poluição
A poluição ambiental pode ser definida como o lançamento ou a 
presença nas águas, no ar e/ou no solo, de matéria ou energia que 
podem danificar os usos, previamente definidos, desses recursos 
naturais (NEFUSSI, 1976). Outra definição possível é: Poluição é uma 
alteração indesejável nas características físicas, químicas ou biológicas 
da atmosfera, litosfera ou hidrosfera que cause ou possa causar 
prejuízo à saúde, à sobrevivência ou às atividades dos seres humanos 
e outras espécies (BRAGA et al., 2002).
De acordo com a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, POLUIÇÃO é 
definida como “[...] degradação da qualidade ambiental resultante de atividades 
que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais 
estabelecidos.” (BRASIL, 1981).
A mesma Lei apresenta, ainda, que “POLUIDOR” é a pessoa física ou 
jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por 
atividade causadora de degradação ambiental.
Estas são algumas formas de poluição:
Quadro 2 – Algumas formas de poluição
Atmosférica Destrói a camada de ozônio e provoca chuva ácida.
Hídrica Polui rios e mares, atingindo inclusive as fontes subterrâneas.
Do solo Danifica a composição natural do solo e pode atingir/danificar a flora e a fauna.
Os riscos 
ambientais podem 
estar presentes nos 
locais de trabalho, 
podendo causar 
danos à saúde 
do trabalhador. A 
importância deles, 
no entanto, é 
definida em função 
de sua natureza, 
concentração ou 
intensidade e tempo 
de exposição.
17
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
Sonora Provoca problemas auditivos, stress, fadiga nos seres humanos.
Visual
Ocupa todos os espaços vazios em áreas urbanas, principalmente com 
propagandas diversas, podendo inclusive causar acidentes por desviar a 
atenção dos motoristas.
Luminosa
Atinge os seres vivos em geral, por meio do uso de iluminação artificial 
incorreta, causando problemas de saúde nas pessoas e, também, distúr-
bios de crescimento e florescimento em plantas.
Eletromagnética Provoca interferências nos rádios e aparelhos elétricos, dentre outras. Essa poluição é considerada perigosa por não ser visível.
Fonte: Elaborado pela autora.
São consideradas fontes geradoras de poluição:
• Atividade doméstica: resíduos, esgotos e águas residuárias.
• Atividade industrial: resíduos, efluentes, material particulado e gases.
• Estocagem subterrânea de combustíveis: postos de gasolina.
• Sistemas de saneamento in situ: fossas comuns e sépticas.
• Cemitérios: necro chorume e resíduos.
• Atividade agropecuária: fertilizantes, agrotóxicos, esgoto e esterco de 
animais.
A POLUIÇÃO DO AR pode ser diagnosticada quando encontramos a 
presença de substâncias em concentrações capazes de interferir na saúde, na 
segurança e no bem-estar dos seres humanos, na fauna, na flora e nos materiais, 
por meio da alteração das características físicas, químicas e biológicas da 
atmosfera.
Os compostos a seguir são responsáveis por 90% do problema de 
contaminação atmosférica:
• monóxido de carbono (CO);
• óxidos de nitrogênio (Nox);
• hidrocarbonetos (HC);
• oxidantes fotoquímicos, como o Ozônio (O3);
18
 Proteção do Meio Ambiente
• óxidos de enxofre (Sox);
• particulados.
A POLUIÇÃO DA ÁGUA pode ser assim classificada:
• poluição térmica: descarga de efluentes a altas temperaturas;
• poluição física: descarga de material em suspensão;
• poluição biológica: descarga de bactérias patogênicas e vírus;
• poluição química: pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e 
eutrofização.
A POLUIÇÃO DO SOLO ocorre, principalmente, pelo uso indiscriminado de 
produtos químicos na agricultura, também chamados de defensivos agrícolas ou 
agrotóxicos. Além de contaminar os animais, afetando toda a cadeia alimentar, 
também modifica a composição do solo. Contudo, além dos agrotóxicos, temos 
outros causadores de poluição:
a) Aterros sanitários e industriais: os resíduos sólidos coletados nas cidades, 
bem como os resíduos provenientes de indústrias, são enviados para os 
aterros, onde a matéria orgânica sofre decomposição e gera o “chorume”, 
que é um líquido. Os aterros são protegidos por argila compactada e forração 
plástica. A contaminação do solo ocorre quando há vazamento desse líquido 
ou quando os compostos considerados “perigosos” atingem camadas mais 
profundas, chegando ao lençol freático.
b) Lixo radioativo: é produzido pelas usinas nucleares e causa grandes danos 
quando há problemas no processo ou descarte inadequado, ao exemplo 
do descarte da cápsula contendo césio 137 na cidade de Goiânia, o qual 
contaminou o solo e milhares de pessoas. Essa cápsula, contendo apenas 
19,26g de cloreto de césio-137 (CsCl) - um pó branco semelhante ao sal de 
cozinha, o qual, no escuro, possui um brilho com coloração azul -, foi responsável 
pela geração de aproximadamente 6000 toneladas de lixo (roupas, utensílios, 
materiais de construção etc.). Esse lixo radioativo está confinado em 1.200 
caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres (revestidos com concreto e aço) 
localizados em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiás, onde deve 
ficar armazenado por aproximadamente 180 anos.
As principais consequências da poluição são:
• prejuízo à saúde humana (transmissão de doenças);
19
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
• danos à flora e à fauna;
• prejuízos materiais;
• prejuízos às atividades econômicas e culturais;
• desfiguração da paisagem;
• desvalorização de áreas.
Para complementar o estudo sobre poluição da água e os 
diversos contaminantes conhecidos, recomendo a leitura de um texto 
de autoria da Dr.a Sônia Lucia Modesto Zampieron e do biólogo João 
Luís de Abreu, disponível em http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/
m_a_txt5.html.
Contaminação
A contaminação ocorre quando a concentração de determinadas substâncias 
resulta em desvio da composição normal do ambiente, atingindo níveis mais 
elevados que os normais (naturais), entretanto sem ainda causar algum 
efeito danoso à fauna, à flora e ao homem. Assim, se essas substâncias não 
alterarem as relações ecológicas existentes ao longo do tempo,a contaminação 
não é considerada uma forma de poluição. Contaminante também pode ser 
definido como um produto encontrado em um determinado meio, em níveis de 
concentração abaixo do tolerável em relação a critérios adotados. Como principais 
contaminantes da água, podemos citar:
• elementos que contenham CO2 em excesso (como fumaça industrial, por 
exemplo);
• contaminação térmica;
• substâncias tóxicas;
• agentes tensoativos;
• compostos orgânicos biodegradáveis;
• agentes patogênicos;
http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt5.html
http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt5.html
http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt5.html
20
 Proteção do Meio Ambiente
• partículas sólidas;
• nutrientes em excessos (eutrofização);
• substâncias radioativas.
Contaminação do solo
As grandes áreas de solos contaminados é consequência de muito lixo 
doméstico descartado de forma inadequada, além de inúmeros produtos químicos 
presentes nos resíduos provenientes das indústrias e de estabelecimentos de 
saúde. Após a confirmação das áreas contaminadas, torna-se inviável a ocupação 
para agricultura e também para moradias.
Consequências da contaminação do solo:
Resíduos industriais – são formados por diversos produtos químicos, metais 
pesados e combustíveis que são lançados ou descartados inadequadamente 
no solo, causando contaminação e podendo provocar doenças nas pessoas. 
A remediação das áreas contaminadas é um processo lento e envolve grande 
recurso financeiro. A contaminação da água subterrânea também ocorre como 
consequência da contaminação do solo.
Lixão – são áreas irregulares que recebem resíduos domésticos 
compostos por vários poluentes. A decomposição desses resíduos, 
constituídos, principalmente, de material orgânico, gera grande 
quantidade de gases inflamáveis presos no solo e que podem 
apresentar riscos de explosão.
Lixo eletrônico – causa contaminação química do solo. Ex.: 
descarte inadequado de televisores, impressoras, monitores, celulares, 
baterias, etc.
Embora se imagine que a poluição seja sinônimo de atividade 
comercial e industrial, ela está presente, também, nas atividades 
domésticas. Assim, é nossa função, como estudantes da proteção 
do meio ambiente, conscientizar outras pessoas sobre as formas de 
diminuir a poluição do meio ambiente. 
ASPectoS legAiS
O SISNAMA
Embora se imagine 
que a poluição 
seja sinônimo de 
atividade comercial 
e industrial, ela está 
presente, também, 
nas atividades 
domésticas. Assim, 
é nossa função, 
como estudantes 
da proteção do 
meio ambiente, 
conscientizar outras 
pessoas sobre as 
formas de diminuir 
a poluição do 
meio ambiente.
21
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), criado por meio da Lei 
nº 6.938/81, regulamentada pelo Decreto 99.274/90, é constituído por órgãos 
e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, e dos municípios, bem 
como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e 
melhoria da qualidade ambiental.
 
Estrutura do SISNAMA:
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) é formado por vários 
órgãos, quais sejam:
• Órgão superior – Conselho do Governo: Tem por finalidade 
auxiliar a Presidência da República na elaboração da Política 
Nacional do Meio Ambiente.
• Órgão Consultivo e Deliberativo - CONAMA: Tem por finalidade 
o estudo para propor diretrizes e políticas governamentais 
ambientais e também a deliberação sobre normas, critérios e 
padrões de controles ambientais.
• Órgão Central - Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos 
Hídricos e da Amazônia Legal: tem por finalidade implementar 
os acordos internacionais relacionados ao meio ambiente 
e coordenar, supervisionar e planejar as ações relativas à 
Política Nacional do Meio Ambiente.
• Órgão Executor – IBAMA: tem por finalidade executar a Política 
Nacional do Meio Ambiente e também realizar as fiscalizações 
pertinentes.
• Órgãos Seccionais - Secretarias Estaduais do Meio Ambiente 
e Entidades Supervisionadas: Têm por finalidade fiscalizar as 
atividades potencialmente poluidoras e executar programas e 
projetos de controle. A Fundação do Meio Ambiente (FATMA) é 
um exemplo de entidade de supervisão e fiscalização.
• Órgãos locais - Entidades ou órgãos municipais: têm por 
finalidade avaliar e estabelecer normas e padrões relativos ao 
controle e à manutenção da qualidade Ambiental, incentivando 
o uso racional dos recursos naturais. 
O CONAMA
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) foi criado pela Lei nº 
6.938, de 31 de agosto de 1981. Essa Lei, regulamentada pelo Decreto nº 99.274, 
de 6 de junho de 1990, instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente e disciplinou 
as competências do Conselho.
22
 Proteção do Meio Ambiente
Responsabilidades e Competências
O CONAMA tem por finalidade estudar, assessorar e também propor 
diretrizes e políticas governamentais para o Conselho de Governo e para os 
órgãos ambientais, além de deliberar sobre normas e padrões relacionados à 
manutenção de um ambiente ecologicamente equilibrado, consequentemente 
favorecendo a qualidade de vida.
Conforme o art. 7º, do Decreto nº 99.274/1990, posteriormente 
alterado e/ou complementado pelos Decretos nº 3.942/2001 e 
6.792/2009, as competências do CONAMA são:
I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios 
para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras, a ser concedido pela União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios e supervisionada pelo referido Instituto;
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos 
das alternativas e das possíveis consequências ambientais de 
projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, 
estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as 
informações indispensáveis para apreciação dos estudos de 
impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou 
atividades de significativa degradação ambiental, especialmente 
nas áreas consideradas patrimônio nacional;
III - decidir, por meio da Câmara Especial Recursal, como última 
instância administrativa, os recursos contra as multas e outras 
penalidades impostas pelo IBAMA;
IV - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou 
restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, 
em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de 
participação em linhas de financiamento em estabelecimentos 
oficiais de crédito;
V - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais 
de controle da poluição causada por veículos automotores, 
aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios 
competentes;
VI - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à 
manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso 
racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos;
23
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
VII - assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo 
diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e 
os recursos naturais;
VIII - deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e 
padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
IX - estabelecer os critérios técnicos para declaração de áreas 
críticas, saturadas ou em vias de saturação;
X - acompanhar a implementação do Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação da Natureza-SNUC;
XI - propor sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento 
das normas ambientais;
XII - incentivar a instituição e o fortalecimento institucional dos 
Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, de gestão 
de recursos ambientais e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;
XIII - avaliar a implementação e a execução da política ambiental do 
País;
XIV - recomendar ao órgão ambiental competente a elaboração do 
Relatório de Qualidade Ambiental, previsto no art. 9O inciso X 
da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981;XV - estabelecer sistema de divulgação de seus trabalhos;
XV - promover a integração dos órgãos colegiados de meio ambiente;
XVII - elaborar, aprovar e acompanhar a implementação da Agenda 
Nacional de Meio Ambiente, a ser proposta aos órgãos e às 
entidades do SISNAMA, sob a forma de recomendação;
XVIII - deliberar, sob a forma de resoluções, proposições, 
recomendações e moções, visando o cumprimento dos 
objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente;
XIX - elaborar o seu regimento interno.
Fonte: BRASIL (2012).
24
 Proteção do Meio Ambiente
Composição e Funcionamento
O CONAMA é composto pela indicação das forças vivas da Federação 
Brasileira, em que todos os Estados e o Distrito Federal estão presentes, 
membros eleitos e designados pelas entidades mais representativas dos setores 
econômicos, industriais e agrícolas, e, também, pela sociedade civil que participa 
por intermédio das entidades ambientalistas da República, além do Governo 
Federal por intermédio dos seus principais Ministérios.
Conforme o decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, que regulamentou a Lei 
6.938, de 31 de agosto de 1981, o CONAMA é formado por 106 conselheiros com 
direito a voto e três conselheiros sem direito a voto, quais sejam:
Conselheiros com direito a voto:
• o Ministro do Meio Ambiente e o Secretário-Executivo do Ministério do Meio 
Ambiente;
• um representante de cada um dos Ministérios, das secretarias da Presidência 
da República e dos Comandos Militares do Ministério da Defesa, do IBAMA e 
da Agência Nacional de Águas (ANA), indicados pelos respectivos titulares – 
atualmente são 39 Conselheiros;
• um representante de cada um dos Governos Estaduais e também do Distrito 
Federal, indicados pelos respectivos governadores – atualmente são 27 
Conselheiros;
• oito representantes de Governos Municipais;
• 22 representantes da sociedade civil (sindicatos de trabalhadores, ONGs, 
etc.);
• oito representantes de entidades empresariais;
• um membro honorário indicado pelo Plenário.
Conselheiros sem direito a voto:
• um representante do Ministério Público Federal;
• um representante dos Ministérios Públicos Estaduais, indicado pelo Conselho 
Nacional dos Procuradores Gerais de Justiça;
25
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
• um representante da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento 
Sustentável da Câmara dos Deputados.
As instâncias do Conselho são:
• o Plenário;
• o Comitê de Integração de Políticas Ambientais (CIPAM);
• as Câmaras Técnicas;
• os Grupos de Trabalho;
• os Grupos Assessores.
Essas instâncias analisam e debatem as matérias em tramitação, sempre 
buscando o consenso no âmbito de suas competências. As reuniões são públicas 
e abertas a todos os interessados.
O Plenário reúne-se no mínimo a cada três (3) meses para deliberar sobre 
propostas de resolução anteriormente encaminhadas pelas Câmaras Técnicas. 
Após a aprovação, essas Resoluções são publicadas no Diário Oficial da União e 
os demais atos deste Conselho (CONAMA) são publicados no Boletim de Serviço 
do Ministério do Meio Ambiente. Essa é a instância máxima do CONAMA.
O Comitê de Integração de Políticas Ambientais (CIPAM) é a instância de 
planejamento e integração técnica e política. É responsável pela admissibilidade 
e pertinência das matérias que entram no CONAMA, procedendo da avaliação 
sistemática e do planejamento em curto, médio e longo prazo das atividades. 
E, ainda, promove a integração dos temas discutidos pelo Conselho. O CIPAM 
é constituído por 10 conselheiros, sendo dois de cada um dos segmentos que 
integram o CONAMA; e possui um presidente, necessariamente do MMA.
Cada Câmara Técnica é composta por 10 membros com mandato de dois 
(2) anos. Estes são responsáveis pela elaboração das propostas de diretrizes 
e, também, pelas normas técnicas e pelos padrões ambientais que garantem 
a proteção, o controle ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. As 
propostas são encaminhadas para a Câmara Técnica de Assuntos Jurídicos 
para verificação da legalidade e constitucionalidade, sendo, posteriormente, 
encaminhadas ao Plenário. Alguns exemplos de Câmaras Técnicas: Controle 
Ambiental, Biodiversidade, Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos, Educação 
Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.
Os Grupos de Trabalho (GTs) são instâncias de caráter consultivo criadas 
26
 Proteção do Meio Ambiente
para assessorar e aprimorar discussões técnicas de matérias. Cada Grupo de 
Trabalho é composto, no mínimo, por 10 membros, sendo duas vagas para cada 
um dos segmentos que integram o CONAMA. O mandato de um GT é 
de até um ano, podendo ser prorrogado se houver interesse da Câmara 
Técnica que o criou. Os GTs reúnem-se sempre em seção pública, e, 
ao final dos trabalhos, o coordenador encaminha à CT de origem o 
relatório com possíveis dissensos surgidos durante a discussão.
Os Grupos assessores (GAs) são instâncias temporárias 
instituídas pelo Plenário do CONAMA e se extinguem depois da 
conclusão dos trabalhos. Os GAs são responsáveis pela preparação 
de pareceres, relatórios e estudos específicos solicitados pelo Plenário.
A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo 
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, instituiu a Política Nacional 
de Meio Ambiente e criou o SISNAMA e o CONAMA, disciplinando as 
competências do Conselho.
Para saber mais sobre o CONAMA e participar das discussões 
consulte o site www.mma.gov.br/conama.
ANVISA
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi criada pela Lei nº 
9.782, de 26 de janeiro de 1999, com o objetivo de proteger a saúde do cidadão, 
por meio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e 
serviços submetidos à vigilância sanitária, além de exercer controle de portos, 
aeroportos e fronteiras e intermediar as negociações do Ministério das Relações 
Exteriores com instituições estrangeiras na área de vigilância sanitária. (ANVISA, 
2010). A ANVISA é uma autarquia vinculada ao Ministério da Saúde e integra o 
Sistema Único de Saúde (SUS), com independência administrativa, estabilidade 
de seus dirigentes durante o tempo de mandato e autonomia financeira.
Além da atribuição regulatória, a ANVISA também é responsável pela 
coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), de forma integrada 
com outros órgãos públicos relacionados direta ou indiretamente ao setor da saúde.
Uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros é responsável pela 
gestão da ANVISA. A sociedade pode opinar sobre assuntos importantes na área 
da saúde por intermédio de:
A Lei nº 6.938, 
de 31 de agosto 
de 1981, 
regulamentada pelo 
Decreto nº 99.274, 
de 6 de junho de 
1990, instituiu a 
Política Nacional 
de Meio Ambiente 
e criou o SISNAMA 
e o CONAMA, 
disciplinando as 
competências do 
Conselho.
http://www.mma.gov.br/conama
27
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
• Agenda regulatória.
• Audiências Públicas.
• Câmara Setorial.
• Câmaras Técnicas.
• Conselho Consultivo.
• Consultas Públicas.
• Ouvidoria.
• Visa Mobiliza.
Lei de Crimes Ambientais
A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, também conhecida por LEI DE 
CRIMES AMBIENTAIS ou LEI DA NATUREZA, dispõe sobre as sanções penais 
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, 
e dá outras providências. A Lei de Crimes Ambientais reordenou a legislação 
ambiental brasileira em relação às infrações e às punições, pois ela declara que a 
responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, 
coautoras ou partícipes da infração.
Tipos de Crimes Ambientais
De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, eles são classificados em seis 
tipos diferentes:
• Crimes contra a fauna: agressões cometidas contra animais silvestres, nativos 
ou em rota migratória.
• Crimes contra a flora: destruir ou danificar floresta de preservação permanente 
mesmo que em formação, ou utilizá-la em desacordo com as normas de 
proteção.• Poluição e outros crimes ambientais: a poluição que provoque ou possa 
provocar danos à saúde humana, mortandade de animais e destruição 
significativa da flora.
• Crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural: construção 
28
 Proteção do Meio Ambiente
em áreas de preservação ou no seu entorno, sem autorização ou em 
desacordo com a autorização concedida.
• Crimes contra a administração ambiental: afirmação falsa ou 
enganosa, sonegação ou omissão de informações e dados técnico-
científicos em processos de licenciamento ou autorização ambiental.
• Infrações administrativas: ações ou omissão que viole regras 
jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio 
ambiente.
A Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza declara que a 
responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas 
físicas, autoras, coautoras ou partícipes da infração. Assim, lembre que 
você, profissional, poderá ser considerado co-responsável pelos crimes 
ambientais cometidos pela empresa em que você trabalha.
Política Nacional de Meio Ambiente
Depois da Constituição Federal de 1988, o marco legal das políticas públicas 
brasileiras relacionadas ao meio ambiente foi estabelecido pela Lei nº 6.938, de 
31 de agosto de 1981, e pelo Decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, quando 
criaram a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA). Assim, a partir dessa 
data, todos os entes federativos estão integrados e precisam seguir os objetivos 
e as diretrizes relacionadas ao meio ambiente, estabelecidos pela União. Essa 
integração está representada por meio da criação do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente, composto pelos três níveis da federação.
Segundo Sirvinskas (2005), a lei em questão definiu conceitos básicos como 
o de meio ambiente, de degradação e de poluição e determinou os objetivos, 
diretrizes e instrumentos, além de ter adotado a teoria da responsabilidade. De 
acordo com Carneiro (2003), a política ambiental é a organização da gestão 
estatal no que diz respeito ao controle dos recursos ambientais e à determinação 
de instrumentos econômicos capazes de incentivar as ações produtivas 
ambientalmente corretas.
Lustosa, Canépa e Young (2003, p. 135) afirmam o seguinte sobre a Política 
Nacional do Meio Ambiente: “O conjunto de metas e mecanismos que visam 
reduzir os impactos negativos da ação antrópica são aqueles resultantes da ação 
humana sobre o meio ambiente”. Como toda política, há justificativa para sua 
existência, fundamentação teórica, metas e instrumentos, e prevê penalidades 
para aqueles que não cumprem as normas estabelecidas. Interfere nas atividades 
dos agentes econômicos e, portanto, a maneira pela qual é estabelecida 
A Lei de Crimes 
Ambientais ou 
Lei da Natureza 
declara que a 
responsabilidade 
das pessoas 
jurídicas não exclui 
a das pessoas 
físicas, autoras, 
coautoras ou 
partícipes da 
infração. Assim, 
lembre que você, 
profissional, poderá 
ser considerado co-
responsável pelos 
crimes ambientais 
cometidos pela 
empresa em que 
você trabalha.
29
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
influencia as demais políticas públicas, inclusive as políticas industriais e de 
comércio exterior.
Essa Lei apresenta os objetivos, instrumentos e diretrizes da PNMA, além 
de criar e estabelecer a estrutura básica do Sistema Nacional do Meio Ambiente 
(SISNAMA) e do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).
 
Objetivo da Política Nacional do Meio Ambiente
Sirvinskas (2005, p. 93-95) afirma que a Política Nacional do Meio 
Ambiente tem como objetivo tornar efetivo o direito de todos ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, princípio matriz contido no caput do art. 225 
da Constituição Federal. Por “meio ambiente ecologicamente equilibrado” 
entende-se a qualidade ambiental propícia à vida das presentes e das futuras 
gerações.
 
No entendimento de Oliveira (2005, p. 307), o objetivo da Política Nacional do 
Meio Ambiente é viabilizar a compatibilização do desenvolvimento socioeconômico 
com a utilização racional dos recursos ambientais, fazendo com que a exploração 
do meio ambiente ocorra em condições propícias à vida e à qualidade de vida. Na 
verdade, a Política Nacional do Meio Ambiente possui objetivo geral e objetivos 
específicos, estando o primeiro previsto no caput do art. 2º da Lei nº 6.938/81:
A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria 
e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança 
nacional e à proteção da dignidade da vida humana.
Os objetivos específicos da Política Nacional do Meio Ambiente estão 
elencados no art. 4º da Lei 6.938/81, quando informa que a política visará:
I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação 
da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e 
ao equilíbrio ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de 
normas relativas ao uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnológicas nacionais orientadas 
para o uso racional de recursos ambientais;
30
 Proteção do Meio Ambiente
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de 
dados e informações ambientais e à formação de uma consciência pública 
sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio 
ecológico;
VI - à preservação e à restauração dos recursos ambientais com vistas à utilização 
racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do 
equilíbrio ecológico propício à vida;
VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou 
indenizar os danos causados, e ao usuário da contribuição pela utilização de 
recursos ambientais com fins econômicos.
Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente
O art. 2º da Lei nº 6.938/81 apresenta os princípios norteadores:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando 
o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente 
assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar;
III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas representativas;
V - controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI - incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso 
racional e a proteção dos recursos ambientais;
VII - acompanhamento do estado de qualidade ambiental;
VIII - recuperação de áreas degradadas;
IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;
X - educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da 
comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do 
meio ambiente.
Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente
31
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
São os mecanismos utilizados pelos órgãos da Administração Pública para 
atingir os objetivos elencados na Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
De acordo com Antunes (2000), os instrumentos da Política Nacional do 
Meio Ambiente encontram fundamento constitucional no art. 225 da Constituição 
Federal, especialmente no § 1º e seus incisos.
 
O Art. 9º da Lei n° 6.938/81 apresenta os instrumentos da Política Nacional 
do Meio Ambiente:
I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
II - o zoneamento ambiental;
III - a avaliação de impactos ambientais;
IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente 
poluidoras;
V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a criação ou 
absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;VI - a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público 
Federal, Estadual e Municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de 
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
VII - o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumento de Defesa 
Ambiental;
IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias não cumprimento das medidas 
necessárias à preservação ou correção da degradação ambiental;
X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado 
anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais 
Renováveis - IBAMA;
XI - a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, 
obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes;
XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou 
utilizadoras dos recursos ambientais.
32
 Proteção do Meio Ambiente
A legislação ambiental estabelece os padrões de qualidade em relação 
aos níveis permitidos de poluição no ar, na água, no solo e também dos ruídos. 
Segundo Machado (2001), os padrões de qualidade ambiental fornecem os 
valores máximos de lançamento de poluentes permitidos.
A avaliação de impacto ambiental é formada por um conjunto de procedimentos 
técnicos e administrativos com o objetivo de realizar uma análise sistemática dos 
impactos ambientais relacionados à instalação e à operação de uma atividade. 
Essa avaliação faz parte do licenciamento ambiental de empreendimentos. Oliveira 
(2005) destaca que é, por meio da avaliação, que os impactos ambientais de uma 
determinada atividade são levantados, de maneira a se apontar a viabilidade 
ambiental da atividade ou não, visando a aumentar os impactos positivos e a 
diminuir os impactos negativos.
Para Silva (2004, p. 216-217), esses instrumentos estão alocados em três 
grupos distintos:
• instrumentos de intervenção ambiental: são os mecanismos condicionadores 
das condutas e atividades relacionadas ao meio ambiente (incisos I, II, III, IV e 
VI do art. 9º da citada Lei).
• Instrumentos de controle ambiental: são as medidas tomadas pelo Poder 
Público para verificar se pessoas públicas ou privadas se adequaram às 
normas e aos padrões de qualidade ambiental, e que podem ser anteriores, 
simultâneas ou posteriores à ação em questão (incisos VII, VIII, X e IV do art. 
9º da lei citada).
• Instrumentos de controle repressivo: são as medidas sancionatórias aplicáveis 
à pessoa física ou jurídica (inciso IX da Lei citada).
nr-9 ProgrAmA de Prevenção de 
riScoS AmbientAiS
Após o estudo de conceitos e também da legislação ambiental, em que sempre 
tivemos como objetivo principal a preservação do meio ambiente, torna-se importante, 
neste momento, inserir o ser humano nessa problemática, lembrando que o homem 
é parte do “meio ambiente”, e, portanto, precisamos cuidar da sua saúde. Assim, 
estudaremos o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais foi estabelecido pela Norma 
Regulamentadora - NR 9, Portaria MTb/SSST nº 25, de 29 de dezembro de 1994.
33
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
A NR-9 estabelece a obrigatoriedade para todas as empresas que possuam 
empregados de elaborar e de implementar um programa de higiene ocupacional, 
também conhecido por Programa de Prevenção de Riscos Ambientais com o objetivo 
de preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Nesse programa, 
é necessário antecipar, reconhecer, avaliar e controlar a ocorrência de riscos 
ambientais existentes e também que venham a existir no ambiente de trabalho.
Responsabilidades
O programa de prevenção de riscos ambientais deve ser elaborado e 
implementado em todas as empresas e instituições que admitam trabalhadores 
como empregados, sem distinção para grandes, médias ou pequenas empresas 
ou que possuam muitos ou poucos empregados e também sem considerar o grau 
de risco. Assim, a problemática surge para as pequenas empresas que, na sua 
maioria, não possui profissional qualificado para a elaboração e/ou execução e 
nem sempre tem a cultura de antecipação e prevenção de riscos.
A NR-9 não determina quem é o profissional responsável pela elaboração e 
demais etapas do PPRA, mas, de acordo com outras exigências estabelecidas 
na mesma Norma, sugere-se que a coordenação desse programa deverá ser 
realizada por um profissional do serviço Especializado em Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT).
De acordo com o item 9.3.1.1 da NR-9, a elaboração, a implementação, o 
acompanhamento e a avaliação do PPRA poderão ser feitos pelo SESMT ou por 
pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de 
desenvolver o disposto nessa NR. Se a empresa não possuir o SESMT constituído, 
o empregador poderá contratar um serviço terceirizado (empresa de consultoria, 
instituição, profissional autônomo habilitado) ou delegar a tarefa à CIPA.
O PPRA deverá ser assinado pelo profissional responsável pela elaboração 
do documento-base. O PPRA é composto de duas partes: documento-base (parte 
qualitativa) e monitoramento (parte quantitativa). Os laudos de monitoramento 
dos riscos ambientais e, consequentemente do PPRA, devem ser assinados por 
engenheiro de segurança ou médico do trabalho, conforme estabelece o Art. 195 
da CLT. O documento-base deve ficar à disposição da fiscalização do Ministério 
do Trabalho, que, dentre muitos itens, fiscaliza o cumprimento do cronograma de 
atividades proposto.
Documentos Complementares
Para a realização de um PPRA podem ser necessários alguns documentos 
ou Normas apresentadas abaixo:
34
 Proteção do Meio Ambiente
• Norma Fundacentro NHO 01 - 2001 - Norma de Higiene Ocupacional: 
procedimento técnico: avaliação da exposição ocupacional ao ruído contínuo 
ou intermitente e impacto.
• Norma Fundacentro NHO 02 - 1999 - Norma de Higiene Ocupacional: método 
de ensaio: análise qualitativa da fração volátil (vapores orgânicos) em colas, 
tintas e vernizes por cromatografia gasosa/detector de ionização de chama.
• Norma Fundacentro NHO 03 - 2001 - Norma de Higiene Ocupacional: método 
de ensaio: análise gravimétrica de aerodispersoides sólidos coletados sobre 
filtros de membrana.
• Norma Fundacentro NHO 05 - 2001 - Norma de Higiene Ocupacional: 
procedimento técnico: avaliação da exposição ocupacional aos raios-X nos 
serviços de radiologia.
• Norma Fundacentro NHO 06 - 2002 - Norma de Higiene Ocupacional: 
procedimento técnico: avaliação da exposição ao calor.
• Norma Fundacentro NHO 07 - 2002 - Norma de Higiene Ocupacional: 
procedimento técnico: calibração de bombas de amostragem individual pelo 
método da bolha de sabão.
• Norma Fundacentro NHO 08 - 2007 - Norma de Higiene Ocupacional: 
procedimento técnico: coleta de material particulado sólido suspenso no ar de 
ambientes de trabalho.
Objetivos e Riscos Ambientais
O PPRA tem por objetivo a preservação da saúde e da integridade dos 
trabalhadores. Assim, Barbosa Filho (2011) analisa os riscos relacionados aos 
processos produtivos, afirmando que
[...] todo processo produtivo oferece riscos ao trabalhador, 
mesmo que mínimos, cabendo ao gestor realizar medidas 
corretivas e necessárias à proteção dos trabalhadores, desde 
a etapa de planejamento das instalações e dos processos, 
promovendo assim um ambiente seguro e saudável de 
trabalho. (BARBOSA FILHO, 2011, p. 26).
O item 9.1.5 da NR-9 estabelece que, para fins de elaboração do PPRA,
[...] consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, 
35
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho 
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade 
e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde 
do trabalhador. (BRASIL, 1994).
Porém, a título de prevenção, podem ser considerados os riscos ergonômicos 
e de acidentes.
 
Estrutura do PPRA
O item 9.2.1 da NR-9estabelece que o Programa de Prevenção de Riscos 
Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura:
a) planejamento anual com estabelecimento de metas, 
prioridades e cronograma;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do 
PPRA. (BRASIL, 1994).
Desenvolvimento do PPRA
Para o desenvolvimento do PPRA, torna-se necessário observar as diretrizes 
estabelecidas para um programa de higiene ocupacional, a saber: reconhecer, 
avaliar, monitorar e controlar os riscos ambientais existentes no ambiente de 
trabalho.
O item 9.3.1 recomenda que o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
deverá incluir as seguintes etapas:
a) antecipação e reconhecimento dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e 
controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; 
 
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua 
eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados. (BRASIL, 1994).
36
 Proteção do Meio Ambiente
a) Antecipação e Reconhecimento dos Riscos
O trabalho de campo inicia com a identificação e reconhecimento das fontes, 
atividades, tarefas e tipos de riscos ambientais. Após o levantamento dessas 
informações, precisamos registrar os dados em uma planilha que será anexada 
ao documento-base.
Para desenvolver essa etapa, podemos seguir o roteiro abaixo:
a) Identificar os possíveis riscos ambientais no local de trabalho.
b) Determinar e localizar as respectivas fontes geradoras.
c) Identificar as possíveis trajetórias e também os meios de propagação dos 
agentes no ambiente laboral.
d) Quantificar os trabalhadores expostos e suas respectivas funções.
e) Caracterizar as atividades e os tipos de exposições.
f) Observar e pesquisar sobre trabalhadores com possíveis comprometimentos 
da saúde em função da atividade laboral.
g) Pesquisar em literatura técnica sobre os possíveis danos à saúde relacionados 
aos riscos ambientais identificados.
h) Identificar e descrever as medidas de controle utilizadas.
Essa etapa envolve a análise de projetos de instalações novas, dos métodos 
ou dos processos de trabalho e também as modificações que poderão ocorrer.
Saliba (2004) salienta que essa fase deve constar de alguns requisitos:
[...] conhecimento das diferentes formas em que se 
apresentam os agentes ambientais e dos riscos peculiares a 
cada atividade profissional; conhecimento das características 
intrínsecas e propriedades tóxicas dos materiais utilizados; 
conhecimento dos processos e operações industriais desde 
o recebimento da matéria-prima até o produto final acabado, 
incluindo possíveis subprodutos indesejáveis. (SALIBA, 2004, 
p. 424).
Para visualizar esta etapa do PPRA, observe o quadro 3 a seguir:
37
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
Quadro 3 - Etapas do PPRA
AGENTE SETOR
FONTE MEIO DE
GERADORA PROPAGAÇÃO
Ruído Furadeiras Pelo ar, incidindo nos
contínuo Esmerilhadeiras ouvidos e ossos da
ou Oficina Aparelhos de solda cabeça do trabalhador
intermitente Serra Manual
Torno
Ruído Pelo ar, incidindo nos
de Ferraria Marteleta ouvidos e ossos da
impacto cabeça do trabalhador
Radiações Rampa de
não manutenção Sol Raios ultravioleta
ionizantes
Agentes Limpeza de peças Solventes, óleos e graxas Contato da pele com o banho
químicos Estacionamento Resíduos de inseticidas, óleos Contato com a pele e absorção
e graxas nos equipamentos Via respiração
Fonte: Elaborado pela autora.
b) Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle
Nesta etapa, precisamos estudar, detalhadamente, todos os setores, áreas, 
departamentos em que foram anteriormente identificados riscos ambientais que 
comprometam a saúde do trabalhador e, em seguida, ordenar esses setores em 
função da prioridade, ou seja, conforme a gravidade do risco.
É importante salientar que devemos priorizar medidas de proteção coletivas 
para eliminar ou minimizar a formação ou utilização dos agentes químicos, físicos 
e biológicos prejudiciais à saúde.
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é 
responsável pela realização de avaliações periódicas para observar a eficácia das 
medidas adotadas.
c) Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores
Os riscos ambientais podem ser identificados de duas formas:
• Avaliação Qualitativa
38
 Proteção do Meio Ambiente
• Avaliação Quantitativa.
Segundo a Norma Regulamentadora - NR 9, a avaliação qualitativa refere-
se ao estudo dos riscos presentes no ambiente de trabalho. Já a avaliação 
quantitativa tem por objetivo:
• Comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados 
na etapa de reconhecimento.
• Dimensionar a exposição dos trabalhadores.
• Subsidiar o equacionamento das medidas de controle.
Para Scaldelai et al. (2011),
A análise qualitativa de riscos avalia a prioridade dos riscos 
identificados usando a probabilidade de eles ocorrerem, 
o impacto correspondente nos objetivos do projeto se 
os riscos realmente ocorrerem, além de outros fatores, 
como prazo e tolerância a risco, das restrições de custo, 
cronograma, escopo e qualidade do projeto. (SCALDELAI et 
al., 2011, p. 279).
Para diferenciar os dois tipos de avaliação e também entender a utilização de 
ambos durante a identificação e a avaliação dos riscos nos ambientes de trabalho, 
precisamos definir a avaliação quantitativa.
Scaldelai et al. (2011) define, também, a avaliação quantitativa:
É a análise numérica do efeito dos riscos identificados nos 
objetivos gerais do projeto. A análise quantitativa de riscos 
é realizada nos riscos que foram priorizados pelo processo 
de análise qualitativa de riscos, por afetarem potencial e 
significativamente as demandas conflitantes do projeto. 
(SCALDELAI et al., 2011, p. 279).
Nem todos os agentes ambientais podem ser avaliados 
quantitativamente. Para maiores esclarecimentos sobre a maneira de 
conduzir um levantamento ambiental, sugerimos a leitura da NR 15 – 
Atividades e Operações Insalubres.
39
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
É importante mencionar que, após o levantamento quantitativo, o PPRA 
deverá ser revisado para que seja possível identificar, no documento-base, 
somente aquelas funções que tenham sido identificadas com nível de exposição 
acima do Nível de Ação conforme definido no item 9.3.6 da NR 9.
Para realizar avaliação quantitativa, é necessário conhecimento básico das 
diversas técnicas de medição instrumental, fundamentada nas normas expedidas 
pela FUNDACENTRO ou National Institute for Occupational Safety and Health 
(NIOSH). Para as avaliações quantitativas, devem ser utilizados os parâmetros 
de referência estabelecidos na NR 15 ou os valores de limites de exposição 
ocupacional adotados pela American Conference of Governmental Industrial 
Higyenists (ACGIH) ou, ainda, os valores estabelecidos de negociações coletivas 
de trabalho, desde que sejam mais rigorosos que os critérios técnicos legais 
estabelecidos.
A ACGIH é a Conferência Norte-Americana de Higienistas Industriais 
Governamentais - uma organização de profissionais de higiene ocupacional 
patrocinados por instituições governamentais ou educacionais dos Estados 
Unidos. A ACGIH desenvolve e publica, anualmente, limites recomendados 
de exposição ocupacional denominado de Threshold Limit Values (TLV) para 
centenas de substâncias químicas, agentes físicos. E, também, inclui Índices de 
Exposição a Agentes Biológicos: Biological Exposure Indices (BEI). O TLV é marca 
registrada da ACGIH cujos valores são atualizados e divulgados constantemente 
por meio de publicações.
Os TLV da ACGIH são referências a serem utilizadas para fins de 
implementação de medidas de controle no campo da higiene ocupacional. Os 
TLV não devem ser usados para fins de caracterização de atividade ou operação 
insalubre, para isso devem ser utilizados apenas os Limites de Tolerância(LT) da 
NR 15 - Atividades e Operações Insalubres.
O quadro 4 a seguir apresenta as informações obtidas durante a avaliação 
do local de trabalho:
Quadro 4 - Avaliação do local de trabalho
RISCO FÍSICO
AGENTE SETOR
FONTE MEIO DE AVAL. TEMPO DE
GERADORA PROPAGAÇÃO QUANT. EXPOSIÇÃO
estacionamento sol 8,8 h/dia,
Radiações rampa manut. sol raios ultravioleta quando
não-ionizantes oficina aparelho de solda necessário
40
 Proteção do Meio Ambiente
furadeiras ar, incidindo 73 a 85,9 dBA
esmerilhadeiras nos ouvidos e 94 a 99.9 dBA
oficina aparelho de solda ossos da cabeça 77 a 79.2 dBA variável
Ruído serra manual do trabalhador 74 a 76 dBA
contínuo ou torno 74.9 a 75.9 dBA
intermitente forja ar, incidindo 77 a 80.2 dBA
ferraria policorte nos ouvidos e 78 a 84 dBA variável
calandra de chapa ossos da cabeça 75 a 77 dBA
calandra de tubos do trabalhador 79 a 80 dBA
Ruído de ferraria marteleta ar, incidindo 111 dBC variável
impacto nos ouvidos
RISCO QUÍMICO
AGENTE SETOR
FONTE MEIO DE AVAL. TEMPO DE
GERADORA PROPAGAÇÃO QUANT. EXPOSIÇÃO
Solventes, limpeza peças e produtos pele, variável
óleos e graxas de peças limpeza via respiração
Inseticidas, estacionamento Equipam. a serem pele e variável
Óleos e graxas consertados via respiração
RISCO BIOLÓGICO
AGENTE SETOR
FONTE MEIO DE AVAL. TEMPO DE
GERADORA PROPAGAÇÃO QUANT. EXPOSIÇÃO
Vírus, fungos estacionamento equipamentos pele, variável
protozoários, e oficina a serem absorção via
bactérias, etc. consertados respiração
RISCO DE ACIDENTES
AGENTE SETOR
FONTE MEIO DE AVAL. TEMPO DE
GERADORA PROPAGAÇÃO QUANT. EXPOSIÇÃO
Eletricidade todos os setores Equipam. Diversos contato físico variável
oficina torno contato físico variável
Metal cortante oficina Equipam. de corte contato físico variável
queda de mat. todos os setores contato físico variável
Calor ferraria peças de ferro contato físico variável
Atropelamento pátio veículos em contato físico variável
estacionamento movimento
RISCO ERGONÔMICO
41
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
AGENTE SETOR
FONTE MEIO DE AVAL. TEMPO DE
GERADORA PROPAGAÇÃO QUANT. EXPOSIÇÃO
Movimentação todos os setores esforço físico, nos 8,8 h/dia
Man. de peso, membros superior,
postura inad. inferiores
ritmo de trab. e tronco
Fonte: Elaborado pela autora.
d) Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia
Deverão ser adotadas providências para extinção, minimização ou controle 
de todos os riscos ambientais sempre que forem identificadas alguma destas 
situações:
• Na etapa de antecipação, reconhecer risco potencial à saúde.
• Na etapa de reconhecimento, comprovar risco inegável à saúde.
• Se os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores 
ultrapassarem os valores dos limites mencionados na NR 15 ou, se necessário, 
os valores adotados pela ACGIH ou determinados em negociação coletiva de 
trabalho.
• Se, por meio do PCMSO, caracterizar o nexo causal entre os danos 
detectados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho em que eles 
desenvolvem seu trabalho.
Conforme a NR 9, no item 9.3.5.2, “[...] o estudo, desenvolvimento e implantação 
de medidas de proteção coletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia:
a) medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a 
formação de agentes prejudiciais à saúde;
b) medidas que previnam a liberação ou disseminação desses 
agentes no ambiente de trabalho;
c) medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses 
agentes no ambiente de trabalho”. (BRASIL,1994).
Ao implantar medidas de controle é necessário realizar treinamento 
com os trabalhadores sobre as medidas preventivas e, também, divulgar os 
procedimentos adotados e instruir sobre o uso e limitações do Equipamento de 
42
 Proteção do Meio Ambiente
Proteção Individual (EPI), bem como as responsabilidades de cada trabalhador e 
as consequências da exposição aos agentes ambientais identificados no ambiente 
de trabalho.
São consideradas medidas de caráter administrativo:
a) redução do tempo de exposição;
b) adequação do ritmo de trabalho;
c) ordem e limpeza;
d) funcionamento de máquinas em períodos com menor número de trabalhadores 
expostos, dentre outras.
São consideradas medidas de caráter coletivo, responsáveis pela proteção 
do ambiente:
a) substituição de agentes químicos agressivos;
b) adequação da ventilação industrial;
c) implantar sistema de exaustão localizada;
d) enclausuramento de atividades com produtos tóxicos, dentre outras.
Na impossibilidade técnica de implantarem-se medidas de caráter coletivo ou 
se as medidas adotadas não forem suficientes ou estiverem em fase de estudo, 
planejamento ou implantação, ou, ainda, em condições complementares ou 
emergenciais, deverão ser implantadas outras medidas obedecendo a seguinte 
ordem prevista na NR 9:
a) Medidas relativas à organização do trabalho ou de caráter administrativo.
b) Emprego de equipamentos de proteção individual (EPI), seguindo todas as 
recomendações previstas na NR-6.
Para aprofundar o conhecimento em relação ao uso de 
EPI, consulte a NR-6 disponível em: <http://portal.mte.gov.br/
data/files/FF8080812DC56F8F012DCDAD35721F50/NR-06%20
(atualizada)%202010.pdf>.
43
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
O quadro 5 a seguir apresenta alguns exemplos de medidas de controle e 
também “nível de ação” para ruído.
Quadro 5 - Medidas de controle e “nível de ação” para ruído
AGENTE RUÍDO
NORMA CORRESPONDENTE NÍVEL DE AÇÃO
LIMITE DE 
TOLERÂNCIA
NR 15 Anexo 1 - Ruído contínuo/intermitente 80 dB(A) 85 dB(A) - 8 horas/dia
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Uso obrigatório de protetor auricular para todos os funcionários, com NRR de 15 dB.
Evitar trabalhos próximos à fonte geradora.
AGENTE RUÍDO
NORMA CORRESPONDENTE NÍVEL DE AÇÃO
LIMITE DE 
TOLERÂNCIA
NR 15 Anexo 2 - Ruído de Impacto 114 dB C 120 dB C
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Uso obrigatório de protetor auricular com NRR de 15 dB.
Monitorar o ruído do equipamento.
AGENTE RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES
NORMA CORRESPONDENTE NÍVEL DE AÇÃO
LIMITE DE TOLE-
RÂNCIA
NR 15 Anexo 7 * * * *
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Organizar o trabalho de forma que as atividades executadas ao ar livre 
sejam desenvolvidas no período da manhã ou no final da tarde.
Interromper as atividades na ocorrência de condições climáticas que 
comprometam a segurança do trabalhador.
Uso de EPI: chapéu ou outra proteção contra o sol, óculos de proteção 
contra radiações não ionizantes, roupas para proteção do corpo inteiro 
contra raios solares; calçado fechado.
Uso de creme protetor solar para a pele (profissional).
Uso de máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face 
contra impactos de partículas volantes, contra radiações ultra violeta e 
radiação infra-vermelha e luminosidade intensa.
Uso de luva de segurança para proteção das mãos contra radiações 
ionizantes.
44
 Proteção do Meio Ambiente
AGENTE HIDROCARBONETOS E OUTROS COMPOSTOS CARBONO
NORMA CORRESPONDENTE NÍVEL DE AÇÃO
LIMITE DE 
TOLERÂNCIA
NR 15 - Anexo nº 13 * * * *
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Facilitar a ventilação através da abertura de janelas e portas, no setor de 
limpeza de peças.
Dar preferência para produtos de limpeza não nocivos à saúde humana e 
ao meio ambiente.
Uso de EPI: óculos para proteção dos olhos contra respingos de produtos 
químicos, respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias 
contra poeiras e névoas, luva de segurança para proteção das mãos contra 
agentes químicos.
AGENTE RISCO DE ACIDENTES - ELETRICIDADE
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Permitir o manuseio apenas para pessoas habilitadas.
Usar calçado de segurança adequado e luvas quando necessário.
Cuidado especial ao utilizar eletricidade em ambiente úmido.
AGENTE RISCO DE ACIDENTES - METAL CORTANTE E QUEDA DE MATERIAIS
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Usar ferramentas adequadas ao uso e às características físicas do traba-
lhador, substituindo-as se necessário.
Usar as ferramentas exclusivamentepara os fins a que se destinam.
Mantê-las sempre em perfeito estado de uso e afiadas.
Guardar as ferramentas de corte em local seguro.
Fornecer treinamento para o uso adequado de ferramentas cortantes.
Curso de primeiros socorros.
Uso de EPI: óculos contra lesões provenientes do impacto de partículas, 
ou de objetos pontiagudos, cortantes e de respingos; luva de segurança 
para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes; calçado de 
segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e escoriantes.
AGENTE RISCO DE ACIDENTES - ATROPELAMENTO
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Curso de primeiros socorros.
Curso de direção defensiva. Cuidado ao manobrar veículos no pátio.
Atenção ao trabalhar em veículos suspensos.
45
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
RISCO BIOLÓGICO
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Providenciar imunização do trabalhador exposto ao contato com dejetos e 
água contaminada;
Fornecer treinamento quanto às medidas de segurança na manipulação de 
excreções, incluindo a limpeza dos equipamentos contaminados.
Fornecimento de desinfetantes e de água suficientes para a adequada 
higienização dos locais de trabalho.
Uso de EPI: luvas para proteção das mãos contra agentes biológicos.
BAIXO NÍVEL DE ILUMINAMENTO
NORMA CORRESPONDENTE NÍVEL DE AÇÃO
LIMITE DE 
TOLERÂNCIA
NR 17 * * 500 LUX
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Aumentar as aberturas de janelas para o exterior, favorecendo a ilumina-
ção natural.
Criar um programa (rotina) de limpeza das janelas, favorecendo a ilumina-
ção natural.
Criação de um programa de limpeza/substituição de lâmpadas.
Instalar uma lâmpada direcionada para as bancadas de trabalho.
LEVANTAMENTO MANUAL DE PESO E POSTURA INADEQUADA
NORMA CORRESPONDENTE NÍVEL DE AÇÃO
LIMITE DE 
TOLERÂNCIA
NR 17 * * * *
MEDIDAS DE CONTROLE INDICADAS
Evitar o levantamento e transporte de materiais pesados.
Intercalar as atividades para evitar a permanência por longo tempo na 
mesma posição.
Conscientizar o trabalhador sobre os problemas de saúde em decorrência 
de má postura.
Fonte: Elaborado pela autora.
A aplicação prática do item 9.3.5.6, da NR-9, quanto à verificação da eficácia 
das medidas de proteção, diz respeito, por exemplo, à elaboração de estudos de 
frequência para garantir que os protetores auriculares adquiridos pela empresa, 
efetivamente, atenuem os níveis de ruídos presentes no ambiente de trabalho.
Denomina-se “nível de ação”, conforme a NR-9,
o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas 
de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a 
agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As 
46
 Proteção do Meio Ambiente
ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, 
a informação aos trabalhadores e o controle médico. (BRASIL, 
1994).
Sempre que alguma situação apresentar exposição ocupacional acima dos 
níveis de ação, deverá ser objeto de controle sistemático, conforme indicado nas 
alíneas que seguem:
a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional 
considerados de acordo com a alínea “c” do subitem 9.3.5.1 da NR-9;
b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50”%), conforme critério 
estabelecido na NR-15, Anexo nº 1, item 6.
Chamamos a atenção para não confundir o Nível de Ação 
com o Limite de Tolerância. Este último quando superado, requer 
medidas de controle imediatas, enquanto que o Nível de Ação ficará 
restrito às ações de ordem preventiva e atenção por parte do médico 
coordenador do PCMSO.
e) Monitoramento da exposição aos riscos
O Monitoramento é realizado por meio de avaliação quantitativa, sistemática 
e também repetitiva de cada risco a que o trabalhador está exposto, incluindo, 
também, um estudo estatístico dos dados. Esta etapa tem como finalidade a 
implementação de medidas corretivas quando necessário.
f) Registro e divulgação dos dados
O registro de dados tem como objetivo estabelecer um arquivo técnico, 
histórico e administrativo do desenvolvimento do PPRA. Esse registro é 
denominado documento-base, sendo composto por relatórios de antecipação ou 
de reconhecimento de risco, laudos técnicos de avaliação quantitativa de todos os 
agentes ambientais e também os registros de treinamento, dentre outros.
O registro de dados deverá ser mantido por um período mínimo de 20 anos, 
47
AvAliAção AmbientAl Capítulo 1 
pois esse é o prazo para prescrições das ações cíveis conforme 
determinado no Art. 177 do Código de Processo Civil (CPC). Quanto 
à divulgação, o documento do PPRA deverá estar sempre disponível 
aos trabalhadores interessados ou aos seus representantes e para 
as autoridades competentes. Todos os trabalhadores devem ser 
informados dos riscos da atividade, metas preventivas e formas de 
proteção a todos os trabalhadores.
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) 
estabelecido pela NR-9, e obrigatório para todas as empresas 
que possuem “empregados”, deve ser elaborado e implementado 
com o objetivo de preservar a saúde e a integridade física dos 
trabalhadores, por intermédio da antecipação, reconhecimento, 
avaliação e controle dos riscos ambientais do ambiente de trabalho.
Para aprofundar o conhecimento sobre o Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais, consulte a NR-9. Disponível 
em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEF1 
CA0393B27/nr_09_at.pdf >.
critérioS e técnicAS de AvAliAção e 
controle doS PoluenteS
A avaliação de um contaminante químico no ar de um ambiente de trabalho 
não é tarefa simples de ser realizada. Dependendo do ambiente industrial que 
será avaliado, da precariedade das instalações, da falta de equipamentos de 
proteção coletiva no processo industrial e da existência de vazamentos nas 
tubulações, há necessidade de providenciar modificações, para que sejam 
eliminados os problemas existentes, antes de proceder-se a uma avaliação 
quantitativa do ambiente.
Os trabalhadores de atividades industriais e agrícolas estão expostos a 
agentes ambientais originados, possivelmente, de fontes naturais ou artificiais, 
com níveis de exposição que, geralmente, ultrapassam os limites de tolerância 
mencionados nas respectivas normas técnicas.
O Programa de 
Prevenção de 
Riscos Ambientais 
(PPRA) estabelecido 
pela NR-9, e 
obrigatório para 
todas as empresas 
que possuem 
“empregados”, 
deve ser elaborado 
e implementado 
com o objetivo de 
preservar a saúde e 
a integridade física 
dos trabalhadores, 
por intermédio 
da antecipação, 
reconhecimento, 
avaliação e 
controle dos riscos 
ambientais do 
ambiente 
de trabalho.
48
 Proteção do Meio Ambiente
A legislação ambiental e trabalhista brasileira estabelece que as empresas 
devem identificar, quantificar e controlar os agentes ambientais dentro de níveis 
considerados salubres.
Conforme estudado anteriormente, os agentes ambientais são classificados 
em três categorias:
• agentes químicos - gases, vapores, fumos, névoas, poeiras e líquidos 
capazes de agredir a saúde de uma pessoa;
• agentes físicos - ruído, vibração, calor e radiações;
• agentes biológicos - vírus, fungos e bactérias.
O reconhecimento e avaliação dos agentes ambientais são realizados por 
meio de métodos científicos e objetivos, apresentando resultados que possam 
ser comparados aos padrões preestabelecidos. Entretanto, vários agentes 
ainda não possuem tais métodos, sendo necessária, então, a avaliação 
subjetiva do avaliador.
Unidades de Medida
As concentrações de agentes químicos podem ser expressas em unidades 
volumétricas ou de massa, como por exemplo:
• Parte Por Milhão (PPM) = partes do contaminante por milhão de partes de ar.
• Porcentagem (%) = Volume de contaminante em relação ao volume total de 
ar.
• Miligrama por Metro Cúbico (Mg/M3) = Massa de contaminante, em miligrama, 
por metro cúbico de ar.
Limites de Exposição
Não é um valor absoluto, mas engloba vários limites como o limite de 
tolerância e o valor teto.
a) Limite de Tolerância
49
AvAliAção

Outros materiais