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…MÓDULO 2 Calcular movimentos de terra associados às obras em vias de transporte CÁLCULO DE VOLUMES Cálculo da terraplenagem 07:32 Aprendemos sobre as operações de terraplenagem e como lidar com a movimentação de solos calculando as áreas das seções e convertendo os solos entre os estados in situ, solto e compactado. Agora, vamos aplicar esses conhecimentos diretamente ao projeto de terraplenagem. Diversos são os procedimentos de cálculo que poderão ser mobilizados com vistas à determinação dos volumes de cortes e aterros. Geralmente, os volumes de cortes ou aterros são calculados para os prismas compreendidos entre duas seções transversais consecutivas, os quais são denominados interper�s. Cálculo de volumes em uma seção média. O cálculo do volume é elaborado a partir das áreas das seções transversais, pela aplicação do método da média das áreas: V = Ω 1 +Ω 2 2 ⋅ d Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Em que d é o espaçamento entre duas seções subsequentes. Considerando que é uma constante igual a 20m, a fórmula passa a ser o seguinte: V = (Ω 1 + Ω 2 ) ⋅ 10 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Agora imagine que existam três seções, , , (exatamente equidistante das outras duas seções) e . Se d é a distância entre as seções extremas, a fórmula do prismoide é dada por esta outra fórmula: Ω 1 Ω 2 Ω 3 Detalhes de seções de corte (acima) e de aterro (abaixo) e seus parâmetros para cálculos de áreas. V = d 6 (Ω 1 + Ω 2 + Ω 3 ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para calcularmos cada uma das áreas das seções transversais, é necessário empregar outras fórmulas. O caso particular em que a seção é calculada por meio de bases retas é dado pela fórmula abaixo: , em que b e h são as dimensões do trapézio e n é a inclinação do talude (n/1). Para a seção de corte, adota-se entre n = 2/3 a n = 1; para a seção de aterro, n = 3/2. A = b. h + n. h 2 DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS Para decidirmos sobre o projeto de terraplenagem de uma rodovia, é necessário calcularmos os volumes de cortes e aterros existentes, considerando ainda as classi�cações quanto à di�culdade extrativa, os fatores de homogeneização e os critérios para seleção. Entretanto, é particularmente importante a decisão sobre a distribuição do material a ser escavado, ou seja, de�nir toda a origem e o destino dos materiais envolvidos na terraplenagem, seus volumes, sua classi�cação e as correspondentes distâncias médias de transporte. De�ne-se a distância média de transporte (DMT) de um volume escavado pela expressão: Em que: = volumes parciais escavados = distâncias de transporte parciais = volume total escavado DMT = ∑ v i d i ∑ v i v i d i ∑ v i Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Por outro lado, em terraplenagem, de�ne-se como momento de transporte o produto do volume escavado pela distância segundo a qual esse volume é transportado. O numerador da expressão do cálculo de DMT indica, então, o momento de transporte total de distribuição: MT = ∑ v i d i Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Atenção O custo de construção de uma rodovia depende, dentre outros fatores, da forma como a distribuição de material é realizada. Assim, o projeto de terraplenagem deverá indicar a melhor distribuição de terras, de sorte que a distância média de transporte e, consequentemente, o custo das operações de terraplenagem sejam reduzidos a valores mínimos. Para isso, é necessário recorrer a métodos grá�cos para se atingir uma adequada distribuição de materiais na terraplenagem. Sabendo disso, vamos agora aprender o chamado diagrama de Brückner, junto com as considerações teóricas a seguir. DIAGRAMA DE BRÜCKNER A metodologia de Brückner, em termos de sua �nalidade e seus respectivos produtos, se consubstancia por meio da elaboração de instrumentos especí�cos, compreendendo, principalmente, o diagrama de Brückner e quadros auxiliares. Para construirmos o diagrama de Brückner, é necessário calcular as chamadas ordenadas de Brückner, isto é, volumes de cortes e aterros acumulados sucessivamente, seção a seção, considerando-se positivos os volumes de cortes e negativos os de aterros. Nas seções mistas, o volume a considerar em cada estaca deve ser o excedente em corte ou aterro. Adota-se um volume acumulado inicial arbitrário, em geral um volume grande, de modo a operar-se apenas com valores acumulados positivos. O preenchimento dessa planilha obedece a uma sequência de cálculo, conforme apresentado a seguir: 1. Registrar a quilometragem e/ou o estaqueamento completo do trecho. 2. Designar, relativamente à estaca ou à quilometragem da rodovia, os elementos geradores do serviço de implantação: cortes, aterros, empréstimos etc. 3. Registrar a área, em corte ou em aterro, da seção transversal correspondente à estaca enfocada. Devem ser empregados os métodos de cálculo já apresentados. Consideram-se em separado os tópicos relacionados com o rebaixamento dos cortes em solo, os encontros de pontes, os acessos e as interseções, bem como as situações de seção mista. 4. Registrar a soma das áreas relativas às seções transversais relacionadas a cada par de estacas sucessivas, na coluna devida. 5. Registrar a semidistância correspondente a cada um dos pares de estacas sucessivas focalizadas nas colunas anteriores. 6. Calcular os volumes pertinentes à execução dos cortes e aterros, multiplicando a área das seções e a semidistância correspondente a cada um dos pares de estacas sucessivas. Referente aos cortes, o volume geométrico (total) de cada componente deve ser calculado pelo método de média das áreas, sendo posteriormente distribuídos nas três categorias de materiais. Relativamente aos volumes de aterro, o fator de empolamento deve, igualmente, ser determinado por meio dos estudos geotécnicos, sendo que, ordinariamente, esses fatores se situam entre 1,20 e 1,30. 7. Registrar valores de compensação lateral, colocando-se a soma algébrica dos volumes de cortes e os volumes de aterro, atribuindo-se a estes últimos o sinal negativo. 8. Registrar o volume de bota-fora. 9. Registrar as ordenadas de Brückner, correspondentes à soma algébrica dos valores lançados, marcando-se sempre os valores de aterros com o sinal negativo. As ordenadas de Brückner calculadas são plotadas em grá�cos, geralmente sobre uma cópia do per�l longitudinal do projeto. Nas abcissas, é marcado o estaqueamento. Os pontos marcados são unidos por uma linha que sintetiza o diagrama de Brückner. A distribuição de terras deve ser feita pela escolha criteriosa de linhas horizontais de compensação (LT) que interceptam ramos ascendentes (cortes) e descendentes (aterros). TEORIA NA PRÁTICA (Adaptada de Antas et al, 2010) Vamos analisar, a seguir, as ordenadas do diagrama de Brückner: Tabela adaptada de Antas et al, 2010. Calcule o número de cortes e de aterros que ocorrerão no trecho de solo cujas ordenadas do diagrama de Brückner estão descritas acima, assim como seus respectivos volumes. Estaca Volume (m³) Estaca Volume (m³) 0 1000 60 600 10 1400 70 400 20 1600 80 400 30 1600 90 600 40 1400 100 700 50 1100 110 700 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Objeto com interação. Vamos nos reportar sempre à sequência de�nida no tópico Diagrama de Brückner, que estudamos. Neste caso, já temos os volumes de cada estaca, então não é necessário seguirmos os passos de 1 a 8. Assim, vamos utilizar uma planilha eletrônica para plotar o grá�co entre as estacas 0 a 110 da rodovia. Diagrama de Brückner 09:15 Grá�co: Ramos ascendentes representam cortes; ramos descendentes representam aterros. Elaborado por: Giuseppe Miceli Junior. Do grá�co, temos um ramo descendente (da estaca 20 à estaca80), com um aterro de 1200m³, e dois ramos ascendentes (da estaca 0 à estaca 20; da estaca 80 à estaca 100) com cortes de 600m³ e 300m³, respectivamente. Agora, vamos utilizar o diagrama para encontrar os trechos a serem compensados. Vamos estudar de novo o diagrama abaixo: Elaborado por: Giuseppe Miceli Junior. Sequências de cortes e aterros ou vice-versa são facilmente identi�cadas como “ondas” que surgem após traçarmos linhas de compensação horizontais. Essas “ondas” possuem um trecho ascendente e outro descendente. Olhando o grá�co acima, podemos traçar duas linhas de compensação: uma na ordenada 1000m³, nos dois pontos em que cruza o diagrama; e outra na ordenada 700m². Vejamos, a seguir, outro grá�co, dividindo as ondas em trechos de aterro e de corte: Elaborado por: Giuseppe Miceli Junior. As duas setas marcam as compensações que serão necessárias: • O corte da estaca 0 até a estaca 25 de 600m³ vai ser compactado no aterro da estaca 25 até a estaca 50. • O corte da estaca 75 até a estaca 110 de 300m³ vai ser compactado no aterro da estaca 55 até a estaca 75. • Há ainda uma quantidade de 300m³ entre a estaca 50 e a estaca 55, que será extraída de uma caixa de empréstimo para ser aterrada e compactada. MÃO NA MASSA 1. Calcule a seção transversal de corte (n = 1) de uma rodovia, como a seguir, considerando duas faixas de 3,5m e h = 3,0m. Comentário A alternativa correta é "A". Considerando a fórmula: , em que b e h são as dimensões do trapézio e n é a inclinação do talude (n/1). Então, substituindo, temos: A = b. h + n. h 2 A = 2 × 3, 5 × 2 + (1) ⋅ 3 2 = 14 + 9 = 23m 2 23m²A) 24m²B) 25m²C) 26m²D) 27m²E) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2. Uma rodovia com b = 22,2m em pista dupla é construída sobre aterro. A altura média do corte é de 2m. Calcule o volume de terraplenagem por cada estaca (intervalo de 20m) dessa rodovia, considerando a seção transversal ao longo de uma estaca como a seguir: Comentário A alternativa correta é "E". A inclinação do talude de corte é 1. Considerando a fórmula: , temos o seguinte desenvolvimento: A = b. h + n. h 2 A = 22, 2. 2, 0 + (1). 2 2 = 44, 4 + 4 = 48, 4m 2 928m³A) 938m³B) 948m³C) 958m³D) 968m³E) Se a seção é de 48,4m², então basta multiplicar por 20m para saber o volume compactado que será aplicado na pista por quilômetro. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal V = 48, 4m 2 × 20m = 968m 3 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 3. Calcule a seção transversal de corte (n = 0,8) de uma rodovia, como a seguir, considerando duas faixas de 3,6m, dois acostamentos de 3,40m e h = 3,0m. Comentário 17,9m²A) 18,8m²B) 19,6m²C) 20,4m²D) 21,2m²E) A alternativa correta é "E". Considerando a fórmula: , em que b e h são as dimensões do trapézio e n é a inclinação do talude (n/1). Então, substituindo, temos: A = b. h + n. h 2 A = 2 × (3, 6 + 3, 4) + (0, 8). 3 2 = 14 + 9 × 0, 8 = 21, 2m 2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 4. Se temos uma rodovia em que a seção na estaca 0 tem , na estaca 20, , e na estaca 40, . O volume das terras da rodovia da estaca 0 à estaca 40 é de: A 0 = 10, 50m 2 A 20 = 257, 2m 2 A 40 = 60, 52m 2 Comentário A alternativa correta é "A". A fórmula do volume de um prismoide é dada por: Substituindo pelos valores de d e das áreas, temos: V = d 6 (A 0 + A 20 + A 40 ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 43763m³A) 40563m³B) 38363m³C) 35163m³D) 33063m³E) V = 40×20 6 (10,50 + 257,2 + 60,52) V = 43763m 3 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 5. (Adaptada de ANTAS et al. 2010) São dadas as ordenadas do diagrama de Brückner a seguir: Extraído de Antas, et al. Estradas - Projeto geométrico e de terraplenagem. 1ª edição. Rio de Janeiro-RJ: Interciência, 2010 adaptado por Giuseppe Miceli Junior. Pode-se dizer que haverá um bota-fora na estaca: Estaca Volume (m³) Estaca Volume (m³) 0 700 60 1450 10 700 70 1500 20 500 80 1450 30 450 90 1300 40 600 100 1100 50 1000 110 1100 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal 50A) 60B) 70C) 80D) 90E) Comentário A alternativa correta é "A". Vamos elaborar o diagrama de Brückner abaixo, traçando suas duas linhas de compensação: Elaborado por: Giuseppe Miceli Junior. As duas setas marcam as compensações que serão necessárias: • O corte da estaca 0 até a estaca 30 de 250m³ vai ser compactado no aterro da estaca 30 até a estaca 45. • O corte da estaca 55 até a estaca 70 de 400m³ vai ser compactado no aterro da estaca 70 até a estaca 110. • Há ainda uma quantidade de 400m³ entre a estaca 45 e a estaca 55 que será destinada a um bota-fora. Dentre essas estacas, a única que responde ao problema é a estaca 50, marcada com retângulo no grá�co. 6. (Adaptada de ANTAS et al. 2010) São dadas as áreas das seções a seguir: Estaca Corte m² Aterro m² 90 339,46 91 274,73 92 218,26 Pode-se dizer que, ao �nal, teremos: Estaca Corte m² Aterro m² 93 156,38 94 106,6 95 76,8 96 23,15 97 9,66 10,28 98 3,12 28,23 99 46,18 100 50,26 101 78,84 102 124,16 103 148,27 104 169,48 105 195,36 106 188,46 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Comentário A alternativa correta é "A". Compensação de corte e aterro de cerca de 14500m³A) Compensação de corte e aterro de cerca de 9500m³B) Bota-fora de 4500m³C) Necessidade de empréstimo de 14500m³D) Bota-fora de 9500m³E) Diagrama de Brückner 08:03 VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O momento de transporte de duas movimentações de terra, uma de 500t ao longo de 20km e outra de 200t ao longo de 10km, corresponde a: 12000tkmA) 10000tkmB) 8000tkmC) 5000tkmD) Comentário Parabéns! A alternativa "A" está correta. O momento de transporte total de distribuição é dado pela fórmula: Substituindo pelos dados do problema, temos: MT = ∑ v i d i Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal MT = 500 × 20 + 200 × 10 = 12000 tkm Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2. Para se conseguir um projeto de terraplenagem mais econômico sugere-se: Comentário Parabéns! A alternativa "B" está correta. Uma das formas mais interessantes de prover um projeto de terraplenagem mais econômico é locar cortes e aterros sucessivos, de forma que os momentos de transporte sejam os mínimos possíveis. … 1000tkmE) Encaminhar todo o excedente para bota-fora, sem considerar a necessidade de aterros.A) Compensar sempre cortes e aterros sucessivos, minimizando momentos de transporte.B) Maximizar os momentos de transporte em todas as movimentações de terra.C) Maximizar as distâncias médias de transporte, principalmente entre cortes e aterros distantes. D) Maximizar a ocorrência de bota-foras e de caixas de empréstimos.E)
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