Buscar

Aspectos gramaticais da língua latina 04

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
Principais aspectos gramaticais das classes variáveis da língua latina: os nomes em suas
declinações e os verbos em suas conjugações.
PROPÓSITO
Compreender os principais aspectos morfossintáticos latinos para a ampliação do
conhecimento linguístico e cultural.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Relacionar os casos latinos com as funções sintáticas
MÓDULO 2
Reconhecer as características da declinação em latim
MÓDULO 3
Identificar as principais características do sistema verbal latino
INTRODUÇÃO
Não é difícil perceber o quanto o latim está presente em nossas vidas. Afinal, a língua latina
deu origem ao português. Não só nossa língua veio do latim, mas também o espanhol, o
francês e o italiano, dentre as mais conhecidas. Dez línguas faladas atualmente são
provenientes da língua latina.
Por sua origem, a estrutura das palavras em português se assemelha em muitas coisas ao
latim. As classes de palavras do latim vieram todas para a língua portuguesa: substantivo,
adjetivo, pronome, numeral, advérbio, interjeição, preposição, conjunção e verbo. De nossas
classes, apenas o artigo não existia em latim: ele evoluiu a partir do pronome demonstrativo
illum (o artigo definido) e do numeral unus (o artigo indefinido).
Assim, conhecer a estrutura da língua latina e algumas de suas características gramaticais se
justifica tanto pela importância da língua latina em si mesma quanto pela sua contribuição na
formação das línguas neolatinas.
Veremos neste conteúdo os principais aspectos gramaticais dos nomes latinos, especialmente
dos substantivos, por meio das noções de caso e declinação. Além disso, conheceremos a
formação dos tempos verbais latinos, sempre fazendo a relação com sua sobrevivência em
língua portuguesa.
MÓDULO 1 
A NOÇÃO DE CASO EM LATIM
 Relacionar os casos latinos 
com as funções sintáticas
FLEXÃO DOS NOMES EM LATIM E
PORTUGUÊS
Comecemos lembrando que o português, assim como o latim, possui classes de palavras.
Algumas dessas classes são variáveis, como o substantivo. Observe que rato pode sofrer
flexão de gênero – rata – e de número – ratos, ratas. Já outras classes são invariáveis, como
a conjunção (porém) ou o advérbio (bastante).
Os vocábulos das classes variáveis podem ser repartidos em pedaços menores que são
chamados de morfemas. Se observarmos, por exemplo, a palavra leiteiro, podemos identificar
que ela veio de leite; portanto, o radical é leit-, e é ele que traz o significado da palavra. A ele
são anexados o sufixo -eir- e a vogal temática -o.
A maioria desses elementos mórficos veio do latim para o português. Outros, contudo, não
chegaram ao nosso idioma, como as noções de caso e declinação.
LATIM: LÍNGUA SINTÉTICA
Você já sabe que as classes de palavras latinas se separam em variáveis e invariáveis. Os
substantivos, os pronomes, os adjetivos, alguns numerais e os verbos são variáveis. Já os
advérbios, as preposições, as conjunções, as interjeições e alguns outros numerais são, em
sua maioria, invariáveis. Percebeu que é quase igual em português?
No entanto, nem tudo é igual. Em termos de estrutura frasal, vemos que, enquanto o latim é
uma língua sintética, o português se estrutura de forma analítica. Mas como isso acontece
na prática?
Observe a seguinte frase nas duas línguas:
Português Latim
A terra produz o alimento para os
homens.
Humus gignit alimentum hominibus.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Você deve ter notado como as palavras se relacionam em latim e na tradução. Terra é humus;
produz, gignit; alimento, alimentum; e homens, hominibus.
Perceba também que, em latim, não aparecem os artigos e as preposições. Isso faz com
que a oração latina fique menor ou mais sintética que a correspondente na língua portuguesa.
No entanto, isso não é só uma diminuição: vemos que, em nossa língua materna, a ordem das
palavras na frase é fundamental para que a entendamos. Se mudarmos a ordem delas,
mudaremos também o significado geral da oração. Uma oração com a simples troca de
posição das palavras como “o alimento produz a terra para os homens” não faria o menor
sentido em português.
Em latim, não é assim. Poderíamos trocar as palavras de lugar na frase, já que a tradução
ficaria exatamente a mesma:
Latim Português
Humus alimentum hominibus gignit.
A terra produz o alimento para os
homens.
Alimentum hominibus gignit humus.
A terra produz o alimento para os
homens.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Podemos mudar a posição de todas as palavras, colocando-as em qualquer lugar da oração
sem alterar o sentido. Mas por que isso acontece? Isso tem a ver exatamente com a noção de
caso.
O QUE É CASO?
Caso é o nome que se dá à terminação dos nomes e serve para indicar a função sintática que
a palavra exerce na oração. Ficou confuso? Vamos ver mais um exemplo.
Note que “o lobo viu a ovelha” e “a ovelha viu o lobo”, apesar de serem orações compostas
exatamente pelas mesmas palavras, não são iguais até mesmo em suas possíveis
consequências. Há uma diferença crucial entre quem viu, o sujeito, e quem foi visto, o
objeto direto.
Contudo, na língua latina não é assim. As palavras não precisam ficar fixas em uma posição.
Elas podem, afinal, mudar sem alterar o significado.
Isso quer dizer que as frases latinas a seguir terão basicamente o mesmo sentido, embora a
ordem das palavras seja alterada em cada uma delas.
Lupus vidit agnum.
Agnum vidit lupus.
Lupus agnum vidit.
Vidit agnum lupus.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Em todas essas frases teremos sempre a mesma tradução: “o lobo viu o cordeiro”. Se
quisermos mudar o sentido e dizer em latim “o cordeiro viu o lobo”, vamos ter de mudar as
terminações das palavras: “agnus vidit lupum”.
Percebeu? A terminação dos nomes (agnus → agnum; lupus → lupum) foi modificada, e não
sua ordem na frase.
É importante observar o final das palavras. O sujeito nas duas frases termina em -us (lupus e
agnus), enquanto o objeto direto termina em -um (lupum e agnum). As terminações podem ser
tantas quantas forem as funções sintáticas que uma palavra pode exercer em uma oração.
Vamos retomar o seguinte exemplo: Humus alimentum hominibus gignit.
Note a terminação de cada palavra:
humus, com o final -us como sujeito;
alimentum, com a terminação -um como objeto direto;
hominibus, com o final -ibus como objeto indireto.
Observe que é justamente por causa da terminação que podemos mudar as palavras de lugar
sem alterar o sentido da oração, pois a função sintática é identificada justamente pela
terminação, que é a união entre a vogal temática nominal e a desinência de caso em latim.
Podemos afirmar então que os nomes latinos podem variar em gênero, número e caso.
Gênero: variação a partir de três gêneros: masculino (lupus – lobo), feminino (humus –
terra) e neutro (alimentum – alimento).
Número: variação a partir de dois números, como ocorre em português: singular (homo –
homem) ou plural (hominibus – homens).
Caso: variação em seis casos que podem ser relacionados às funções sintáticas em
língua portuguesa. São eles: nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, dativo e ablativo.
Cada um desses casos corresponde a determinada função sintática, como você verá
mais adiante.
As classes declináveis, substantivos, adjetivos, pronomes e alguns numerais, possuem
variação conforme o caso. Desse modo, podemos identificar uma importante característica
gramatical do latim: sua flexão nominal por meio das terminações.
 SAIBA MAIS
A flexão nominal do latim, além de permitir que as palavras tivessem grande mobilidade na
oração, era um recurso estilístico muito explorado pelos antigos poetas romanos.
RELAÇÃO CASO E FUNÇÃO SINTÁTICA
Já falamos que os casos latinos podem ser relacionados às funções em língua portuguesa.
Essa relação é importante para sabermos, na hora de traduzir, a ordem correta das palavras
latinas na oração em português, pois,como vimos, em latim, a ordem pode ser diferente.
Veremos então a relação de cada um dos seis casos latinos com as funções em língua
portuguesa:
Caso latino Função sintática correspondente
Nominativo sujeito e predicativo do sujeito
Vocativo vocativo
Acusativo
objeto direto, predicativo do objeto direto e alguns adjuntos
adverbiais
Genitivo
adjunto adnominal preposicionado e complemento nominal com
preposição de em português
Dativo
objeto indireto e complemento nominal com as preposições a
ou por em português
Ablativo adjuntos adverbiais
Quadro: Casos latinos. 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Você deve ter notado que o adjunto adverbial aparece tanto no acusativo como no ablativo. O
primeiro indica normalmente o ponto de chegada ou passagem por algum lugar, enquanto o
adjunto adverbial em ablativo pode indicar modo, instrumento, meio, companhia, lugar estático
ou o movimento de ponto de partida.
Quem é bem atento deve ter reparado que falta uma função sintática do português no quadro
acima: o aposto. Ele, em latim, também é um termo que concorda com o nome ao qual está se
referindo, sendo usado, por isso, no mesmo caso que ele. Se o aposto for do objeto direto, por
exemplo, ele também irá para o acusativo.
Vamos compreender melhor os casos latinos a partir de algumas explicações sobre sua
relação com a função sintática correspondente.
AS FUNÇÕES SINTÁTICAS
Se você não se lembra das funções sintáticas, vamos fazer uma ligeira revisão por meio de
uma frase latina:
Português Latim
In magno theatro, poeta suos uersos
admirabiles populo recitat.
Em um grande teatro, o poeta recita seus
maravilhosos versos para o público.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O verbo está no final: recitat. Precisamos identificar quem recita, ou seja, o sujeito. O sujeito
em latim é poeta, que está no nominativo.
Depois vamos ter de descobrir o que o poeta recita, ou seja, o complemento do verbo, o objeto
direto. Achamos então o objeto direto em acusativo: suos versos admirabiles.
Para completar o verbo, ainda precisamos da informação para quem o poeta recita, ou seja, o
objeto indireto. Ele está em dativo: populo.
Faltou apenas in magno theatro. Vemos que o sintagma é introduzido pela preposição in e
indica uma circunstância de lugar, sendo, portanto, um adjunto adverbial em ablativo.
Observe que o acusativo é formado pelo substantivo versos acompanhado do pronome suos e
do adjetivo admirabiles, os quais funcionam como adjuntos adnominais concordantes. Por isso,
todos estão no acusativo. Isso também acontece com magno, adjunto adnominal que concorda
com theatro em ablativo.
Vejamos um outro exemplo:
Latim Português
Luna bella est. A lua é bela.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Aqui temos a forma verbal est, que possui baixo teor significativo, servindo para ligar o sujeito
“a lua” ao termo que o qualifica, “bela”, ao qual chamamos de predicativo do sujeito. As duas
palavras possuem a mesma terminação: -a de nominativo.
Vamos a um último exemplo:
Latim Português
Homo necessitatem alimenti habet. O homem tem necessidade de alimento.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Nesta oração, vemos que o verbo habet está traduzido como “tem”. Vamos descobrir então
quem tem, ou seja, o sujeito, que é homo e está no nominativo. O “que ele tem” é o objeto
direto em acusativo: necessitatem. Mas precisamos identificar necessidade “de quê”. Ao
responder a essa questão, teremos alimenti como complemento do nome “necessidade” e,
portanto, um complemento nominal em genitivo, marcado na tradução pela preposição de.
Assista agora a um vídeo que apresenta a noção de caso, explicando sua função sintática
correspondente e fornecendo exemplos.
Agora que já entendemos a noção de caso latino e sua relação com as funções sintáticas da
língua portuguesa, vamos responder às questões a seguir.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERE AS FRASES LATINAS A SEGUIR: 
 
LUPUS VIDIT AGNUM. 
AGNUM VIDIT LUPUS. 
LUPUS AGNUM VIDIT. 
VIDIT AGNUM LUPUS. 
 
EM TODAS ELAS, A TRADUÇÃO É A MESMA: O LOBO VIU O CORDEIRO.
A TERMINAÇÃO –US, EM LUPUS, INDICA O CASO NOMINATIVO,
ENQUANTO A TERMINAÇÃO –UM, EM AGNUM, INDICA O CASO
ACUSATIVO. ASSIM, PODEMOS AFIRMAR QUE O NOMINATIVO E O
ACUSATIVO CORRESPONDEM RESPECTIVAMENTE À QUAL FUNÇÃO
SINTÁTICA? 
A) Sujeito e objeto direto.
B) Sujeito e predicativo do sujeito.
C) Sujeito e objeto indireto.
D) Objeto direto e vocativo.
E) Vocativo e objeto direto.
2. A RESPEITO DA FRASE LATINA “DISCIPULUS AMAT LIBRUM”, CUJA
TRADUÇÃO SERIA “O ALUNO AMA O LIVRO”, PODEMOS AFIRMAR QUE:
A) A ordem das palavras em latim e em português é sempre a mesma.
B) A posição da palavra na oração é que determina o caso latino.
C) Os casos latinos existem também em língua portuguesa, mas são chamados de funções
sintáticas.
D) Na frase latina, discipulus sempre será sujeito, pois está em nominativo, enquanto librum
sempre será objeto direto, pois está em acusativo, independentemente da posição em que
estejam na oração.
E) Como a língua portuguesa é sintética, sendo igual ao latim, podemos mudar a posição das
palavras sem alterar sua função sintática.
GABARITO
1. Considere as frases latinas a seguir: 
 
Lupus vidit agnum. 
Agnum vidit lupus. 
Lupus agnum vidit. 
Vidit agnum lupus. 
 
Em todas elas, a tradução é a mesma: O lobo viu o cordeiro. A terminação –us, em
lupus, indica o caso nominativo, enquanto a terminação –um, em agnum, indica o caso
acusativo. Assim, podemos afirmar que o nominativo e o acusativo correspondem
respectivamente à qual função sintática? 
A alternativa "A " está correta.
 
O caso nominativo corresponde ao sujeito ou ao predicativo do sujeito. Nas frases
apresentadas no enunciado, lupus está no nominativo e corresponde à função sintática
exercida pelo sujeito. O caso acusativo pode corresponder ao objeto direto, ao predicativo do
objeto direto e a alguns adjuntos adverbiais. Nas frases exemplificadas, agnum está no
acusativo e corresponde à função sintática de objeto direto ou complemento do verbo.
2. A respeito da frase latina “Discipulus amat librum”, cuja tradução seria “O aluno ama
o livro”, podemos afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
 
A língua portuguesa é uma língua analítica na qual a posição das palavras determina a função
sintática. A língua latina, ao contrário, é sintética; por isso, as terminações dos nomes
identificam os casos. Desse modo, a palavra em nominativo discipulus, marcada pelo final -us,
sempre equivalerá ao sujeito, enquanto a palavra em acusativo librum, marcada pelo final -um,
sempre equivalerá ao objeto direto.
MÓDULO 2
A DECLINAÇÃO EM LATIM
 Reconhecer as características 
da declinação em latim
AS DECLINAÇÕES
Você notou que as palavras “declinável” e “declinação” já apareceram algumas vezes em
nosso estudo? Sabe o que elas significam? Vejamos!
Para um entendimento mais adequado do significado ou mesmo do conceito de declinação, é
importante lembrar o conceito de tema, algo que costumamos estudar nos verbos em
português. Tema é a junção do radical com a vogal temática.
Você certamente já ouviu que, em português, a primeira conjugação tem o tema em –a. Por
isso, os verbos terminam em -ar, como amar, por exemplo. A segunda conjugação tem vogal
temática -e, como vender. Já a terceira possui vogal temática -i, como partir.
Podemos dizer que a vogal temática agrupa os verbos em suas conjugações. Pois bem, em
latim, os substantivos também são reunidos nas declinações de acordo com o tema. Isso quer
dizer que a vogal temática ou sua ausência vai determinar à qual declinação o substantivo
pertence.
Ao todo, há cinco declinações em latim. Como vimos que a terminação é a junção da vogal
temática com a desinência de caso, observaremos que cada declinação possuidesinências ou
terminações próprias.
Você deve ter observado, pelos exemplos já oferecidos, que palavras em posições idênticas
podiam ter o final diferente. Verificamos que humus, lupus, luna, poeta e homo funcionam como
sujeito em suas respectivas orações e que todos eles estão no caso nominativo, mas que não
é usada uma mesma terminação para todos.
A explicação para isso é que eles são de declinações diferentes. Luna e poeta são de primeira
declinação; humus e lupus, de segunda declinação; e homo, de terceira declinação.
E como você vai saber qual é a declinação de cada palavra? Vamos mostrar isso a seguir.
APRENDENDO A DISTINGUIR AS DECLINAÇÕES
Pontuamos que várias classes podem ser declináveis, o adjetivo, o pronome, o numeral e o
substantivo, mas apenas o último possui uma declinação determinada, ou seja, agrupa-se de
acordo com a vogal temática e possui desinências para todos os casos. As outras classes
nominais utilizam, em sua maioria, as terminações dos substantivos para serem declinadas.
Assim, temos a primeira declinação com vogal temática –a (luna – lua, poeta – poeta); a
segunda declinação com vogal temática –o (lupo – lobo, humo – terra, alimento – alimento); a
terceira com palavras temáticas, cuja vogal é –i (turri – torre, nubi – nuvem), e atemáticas, cujo
tema termina em consoante (leg(e) – lei, dent(e) – dente); a quarta declinação com vogal
temática –u (genu – joelho, fructu – fruto); e a quinta declinação tem tema –e (re – coisa, die –
dia).
Todos os exemplos estão no caso ablativo singular, porque é onde encontramos o tema
original. Antes de estudarmos cada uma das declinações, é importante lembrar que os
substantivos variam em caso de acordo com a função sintática; em número, podendo estar no
singular ou no plural; e em gênero, podendo ser masculinos, femininos ou neutros.
 SAIBA MAIS
O gênero neutro latino, que não encontramos em português, indica normalmente a ideia
semântica de generalização, improdutividade ou falta de identificação. Observemos a palavra
alimentum que aparece em um de nossos exemplos. Ela é neutra, pois não podemos identificar
um tipo específico de alimento, podendo ser uma fruta ou um hambúrguer, por exemplo. Só
para nós, é claro! Naquela época não havia hambúrguer. Mas observem que o termo
generaliza, sendo, por isso, neutro.
Agora podemos ver a primeira e a segunda declinações, que nos interessam mais nessa
abordagem geral, assim como suas principais características.
A PRIMEIRA DECLINAÇÃO
Encontramos na primeira declinação os nomes com a vogal temática -a. Pertence à primeira
declinação toda palavra que tem o genitivo singular em ae. 
 
Na primeira declinação, a maioria das palavras pertence ao gênero feminino, como luna, -
ae (lua), magistra, -ae (mestra), regina, -ae (rainha) ou janua, -ae (porta).
MAGISTRA
Magistra deu origem às palavras maestra e mestra. Desse mesmo radical, formaram-se
também as palavras magistério e magistral.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
JANUA
Janua veio para o português no diminutivo januella (pequena porta, ou seja, janela).
 SAIBA MAIS
Nos dicionários latinos, as palavras aparecem no nominativo, sendo seguidas de sua
desinência no genitivo. Desse modo, encontramos no dicionário:
LVNA, -ae (f.). Lua.
MAGISTRA, -ae (f.). Professora. Mestra.
 SAIBA MAIS
Saberemos, assim, que luna, -ae ou magistra, -ae pertence à primeira declinação, já que a
terminação do genitivo singular é ae.
Temos ainda, na primeira declinação, alguns substantivos de gênero masculino. Os
substantivos masculinos nessa declinação podem estar relacionados com as seguintes
situações:
Indicam profissões como poeta, -ae (poeta);
São vocábulos de origem estrangeira, como scriba, -ae (escrevente);
São nomes de pessoas ou povos, como celtae, -arum (os celtas);
São palavras formadas com os sufixos -cola e -gena, como agricola, -ae (agricultor) e
indigena, -ae (nativo).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Não há substantivos neutros na primeira declinação. Como já sabemos que os substantivos
modificam o final de acordo com as terminações, vejamos o quadro de terminações da primeira
declinação:
Caso Singular Plural
Nominativo -a -ae
Vocativo -a -ae
Acusativo -am -as
Genitivo -ae -arum
Dativo -ae -is
Ablativo -a -is
Quadro: Terminações da primeira declinação. 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Olhe como fica o quadro com a declinação do substantivo filia, -ae (filha):
Caso Singular Plural
Nominativo filia filiae
Vocativo filia filiae
Acusativo filiam filias
Genitivo filiae filiarum
Dativo filiae filiis
Ablativo filia filiis
Quadro: Declinação de filia, -ae (filha). 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Observe agora os exemplos de frases com o substantivo da primeira declinação nauta, -ae
(marinheiro):
Latim Português
Nauta nauigat. O marinheiro navega.
Nauis nautam portat. O navio leva o marinheiro.
Mare laetitiam nautae dat. O mar dá alegria ao marinheiro.
Mare laetitiam nautis dat. O mar dá alegria aos marinheiros.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Viram como o final de nauta,-ae muda a terminação de acordo com o caso, ou seja, a função
sintática?
Nauta é nominativo singular, funcionando como sujeito.
Nautam é acusativo singular, funcionando como objeto direto.
Nautae é dativo singular, funcionando como objeto indireto.
Nautis é dativo plural, funcionando também como objeto indireto.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Portanto, é só usar o quadro das declinações para identificar cada uma das terminações em
seu caso e número nas orações.
A SEGUNDA DECLINAÇÃO
Na segunda declinação, estão os substantivos com vogal temática -o. A vogal temática -o pode
se transformar em -u ou nem mesmo estar presente. Nessa declinação, há uma
predominância de nomes masculinos, como agnus, -i (cordeiro, ovelha), lupus, -i (lobo),
caper, -pri (cabra), magister, -tri (professor) e uir, -i (homem).
Existem também algumas palavras femininas na segunda declinação. Os substantivos
femininos dessa declinação são normalmente relacionados a duas situações:
São nomes de árvores frutíferas, como pirus, -i (pereira) e malus, -i (macieira);
Denotam, na visão dos antigos romanos, uma ideia de feminilidade, como alvus, -i
(ventre, cintura, útero) e humus, -i (a terra pronta para o plantio).
Existem também palavras neutras na segunda declinação, como templum, -i (templo), bellum, -i
(guerra), caelum, -i (céu) e alimentum, -i (alimento), além de nomes de frutas, como pirum, -i
(pera) e cerasum, -i (cereja). Você deve ter notado que o -um é a terminação dos nomes
neutros nessa declinação no nominativo singular.
 SAIBA MAIS
Três substantivos neutros terminados em -us são usados apenas no singular: pelagus, -i (mar),
uirus, -i (veneno) e uulgus, -i (povo, multidão) (CARDOSO, 2006, p. 27).
Duas observações são importantes:
O genitivo de segunda declinação é -i.
Se a palavra tiver alguma alteração de radical, a modificação vai aparecer junto com o -i,
como em caper, -pri, ou seja, caper, capri. Em caper, tem um -e que não está presente
em capri.
Agora podemos ver o quadro da segunda declinação com suas terminações:
Caso Singular Plural
 fem./masc. Neutro fem./masc. neutro
Nominativo -us, -er, -ir -um -i -a
Vocativo -e, -er, -ir -um -i -a
Acusativo -um -um -os -a
Genitivo -i -i -orum -orum
Dativo -o -o -is -is
Ablativo -o -o -is -is
Quadro: Terminações da segunda declinação. 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Confira a declinação do substantivo masculino nervus, -i (nervo):
Caso Singular Plural
Nominativo nervus nervi
Vocativo nerve nervi
Acusativonervum nervos
Genitivo nervi nervorum
Dativo nervo nervis
Ablativo nervo nervis
Quadro: Declinação de nervus, -i (nervo). 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Veja também a declinação do substantivo neutro pomum, -i (fruto):
Caso Singular Plural
Nominativo pomum poma
Vocativo pomum poma
Acusativo pomum poma
Genitivo pomi pomorum
Dativo pomo pomis
Ablativo pomo pomis
Quadro: Declinação de pomum, -i (fruto). 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Antes de analisarmos os exemplos de frases com substantivo da segunda declinação, façamos
algumas outras observações importantes:
1. Nos substantivos neutros, a terminação de nominativo se repete nos casos
vocativo e acusativo. Assim, temos -um, no singular, e -a, no plural.
2. Todas as palavras femininas terminam em -us, além de três neutros irregulares:
uulgus, i (povo), pelagus, -i (pélago, mar) e uirus, -i (veneno).
3. Todos os masculinos e femininos com -us no nominativo singular fazem o vocativo
em -e, exceto aqueles que terminam em -ius, como filius, -ii, que perdem o -e, fazendo
fili.
4. Os nomes terminados em -er no nominativo singular podem ou não ter alteração
de radical. Em caper, -pri, há uma alteração de caper para capri, enquanto em puer, -i,
ela não ocorre: o -e- permanece em toda a declinação.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Agora podemos observar alguns exemplos de frases com substantivo da segunda declinação:
Latim Português
Vir aprum necauit. O homem matou um javali.
Alimentum necessarium viro est. O alimento é necessário ao homem.
Mali in agris sati sunt. Macieiras foram plantadas nos campos.
Mala agrorum dulcia sunt. As maçãs dos campos são doces.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Temos quatro palavras que estão em nominativo funcionando como sujeito:
O substantivo masculino vir (vir, -i: varão, homem), no singular;
O neutro alimentum (alimentum, -i: alimento), no singular;
O substantivo feminino mali (malus, -i: macieira), no plural;
O neutro mala (malum, -i: maçã), no plural.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Aprum é o acusativo singular de aper, -pri (javali), funcionando como objeto direto. Viro é o
dativo singular de vir, -i (homem), sendo o complemento do adjetivo necessarium (necessário).
Agris (campos) está acompanhado da preposição in, sendo, portanto, ablativo plural e
funcionando como um adjunto adverbial de lugar. Agrorum é o genitivo plural de ager, -gri
(campo), funcionando como adjunto adnominal restritivo, marcado na tradução pela presença
da preposição de (dos campos).
A TERCEIRA, QUARTA E QUINTA DECLINAÇÕES
Já sabemos que o genitivo é o caso que identifica a declinação. Assim, o genitivo singular na
terceira declinação é -is, mas é bom saber que há várias palavras da terceira declinação que
não apresentam vogal temática.
Confira alguns exemplos de substantivos da terceira declinação: caput, -itis (cabeça); tempus, -
oris (tempo); urbs, -is (cidade); pater, -is (pai); voluntas, -atis (vontade).
Na quarta declinação, o genitivo singular é -us.
Veja alguns exemplos de substantivos da quarta declinação: manus, -us (mão); domus, -us
(casa); partus, -us (parto).
Na quinta declinação, o genitivo singular é -ei.
Observe alguns exemplos de substantivos da quinta declinação: dies, -ei (dia); res, -rei (coisa);
facies, -ei (aparência).
 RESUMINDO
Declinação é um conceito gramatical que corresponde ao conjunto de flexões de determinado
grupo de palavras. Nos cinco grupos de declinação, cada uma possui singular e plural,
havendo em cada declinação seis flexões para o singular e seis para o plural conforme os seis
casos (nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, ablativo e dativo).
Declinar uma palavra é mudar suas terminações de acordo com o caso correspondente. A
terminação pode ser compreendida como a “parte final da palavra”, colocada após o radical,
podendo conter vogal temática, vogal de ligação e desinência (CARDOSO, 2006).
Antes de finalizarmos este módulo, lembre-se de que não é apenas o substantivo que pode ser
flexionado em latim. Assim, podemos também flexionar adjetivos, por exemplo. Desse modo,
um adjetivo concordará com o substantivo em gênero, número e caso.
Embora tenhamos a terceira, a quarta e a quinta declinação, cada uma com suas
características gramaticais, concentramos nosso estudo na primeira e na segunda, o que deve
ajudá-lo a compreender algumas das características gramaticais da língua latina relacionadas
com sua natureza sintética e com a flexão nominal.
Assista agora a um vídeo que apresenta a noção de declinação e suas principais
características gramaticais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: 
 
I. A LÍNGUA LATINA APRESENTA COMO UMA DE SUAS
CARACTERÍSTICAS GRAMATICAIS A FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
CONFORME A DECLINAÇÃO À QUAL PERTENCEM. 
II. NA FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS EM LATIM, A TERMINAÇÃO DA
PALAVRA CORRESPONDE À VOGAL TEMÁTICA E À DESINÊNCIA DE
CASO. 
III. O LATIM APRESENTA APENAS TRÊS DECLINAÇÕES, TAL COMO OS
VERBOS EM PORTUGUÊS PODEM POSSUIR TRÊS VOGAIS TEMÁTICAS. 
 
ESTÁ CORRETO APENAS O QUE SE AFIRMA EM:
A) I
B) II
C) III
D) I e II
E) II e III
2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA SOMENTE
SUBSTANTIVOS DA PRIMEIRA DECLINAÇÃO.
A) Poeta – regina – magistra – filia.
B) Filia – regina – indigena – vir.
C) Nauta – poeta – nervus – poma.
D) Pelagus – lupus – humus – filiae.
E) Magistra – magister – scriba – filia.
GABARITO
1. Analise as afirmativas a seguir: 
 
I. A língua latina apresenta como uma de suas características gramaticais a flexão dos
substantivos conforme a declinação à qual pertencem. 
II. Na flexão dos substantivos em latim, a terminação da palavra corresponde à vogal
temática e à desinência de caso. 
III. O latim apresenta apenas três declinações, tal como os verbos em português podem
possuir três vogais temáticas. 
 
Está correto apenas o que se afirma em:
A alternativa "D " está correta.
 
As afirmativas I e II estão corretas, porque o latim é uma língua na qual os nomes apresentam
flexão, como ocorre com os substantivos, sendo essa flexão realizada de forma sintética por
meio de terminações nas quais são marcadas as variações de gênero, número e caso. Os
substantivos se distribuem em cinco grupos ou declinações a partir da sua vogal temática e da
desinência de caso. Assim, diferentemente do que se afirma na proposição III, as declinações
em latim são em número de cinco e não se limitam a três vogais temáticas ou conjugações,
como, por exemplo, os verbos em português.
2. Assinale a alternativa que apresenta somente substantivos da primeira declinação.
A alternativa "A " está correta.
 
Na primeira declinação, os substantivos apresentam vogal temática –a. Assim, no nominativo
singular, temos os substantivos da primeira declinação poeta (poeta), regina (rainha), magistral
(professora) e filia (filha). Nas demais alternativas, temos tanto substantivos da primeira quanto
da segunda declinações. Os substantivos vir (homem), nervus (nervo), poma (frutos), pelagus
(mar), lupus (lobo), humus (terra) e magister (professor) são todos da segunda declinação.
MÓDULO 3
O VERBO NA LÍNGUA LATINA
 Identificar as principais características 
do sistema verbal latino
A ESTRUTURA DO VERBO
Comecemos tentando recordar a estrutura dos verbos na língua portuguesa, algo que você
certamente já estudou. Os verbos são compostos da seguinte forma:
Unidades mórficas chamadas de radical (R), que traz o significado;
Vogal temática (VT), responsável pelo agrupamento dos verbos nas conjugações;
Desinência modo-temporal (DMT), que indica os tempos e o modos nos quais o verbo
está conjugado;
Desinência número-pessoal (DNP),indicadora da pessoa e do número.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Vamos ver isso de forma prática?
Verbo Radical VT DMT DNP
estudavam estud a va m
falemos fal e mos
partirás part i ra s
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
No primeiro exemplo, vemos que estudavam é a forma conjugada de um verbo da primeira
conjugação, como nos informa a vogal temática -a. A desinência modo-temporal é -va-,
indicadora do imperfeito do indicativo, enquanto a desinência número-pessoal -m mostra que
está na terceira pessoa do plural.
O segundo exemplo também nos traz um verbo de primeira conjugação, pois reconhecemos
que o infinitivo é falar. Mas veja que a vogal temática está ausente. Mediante observação da
desinência modo-temporal -e-, podemos afirmar que o verbo está no presente do subjuntivo.
Por fim, a desinência número-pessoal -mos informa que está na primeira pessoa do plural.
No último exemplo, notamos que o radical é part-. A vogal temática -i- nos mostra que é um
verbo de terceira conjugação. A desinência modo-temporal -ra- é do futuro do presente do
modo indicativo, enquanto a desinência número-pessoal -s indica a segunda pessoa do
singular.
Conseguiu reavivar em sua mente a estrutura do sistema verbal do português? No latim, é
muito parecido. Vamos ver que os verbos podem variar em aspecto, modo, tempo, pessoa,
número e voz. Eles também são agrupados em conjugações de acordo com sua vogal
temática.
As inúmeras possibilidades deixaram você confuso? Calma! Existe uma organização e uma
lógica para o uso das flexões. Está na hora de entender essa lógica.
O ASPECTO NO SISTEMA VERBAL LATINO
Observe a diferença entre os dois exemplos:
Latim Português
Nauta mare amat. O marinheiro ama o mar.
Puella donum amavit. A menina amou o presente.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Nas duas orações, encontramos o verbo amare (amar), mas observe que, na primeira oração,
o radical é am-; na segunda, amav-. Existe aí não só uma diferença na forma, mas também no
sentido.
Enquanto amat traz a noção de algo que acontece agora, amavit tem um sentido de alguma
coisa que já aconteceu. Isso mostra que há uma diferença também de aspecto.
Em latim, portanto, teremos os tempos do infectum, que indicam ações não concluídas, como o
presente, o imperfeito e o futuro; e os tempos do perfectum, com ações completas, como o
perfeito ou o mais-que-perfeito.
Os tempos verbais podem ser agrupados em dois grupos, indicando um aspecto do enunciado:
o infectum (não feito) e o perfectum (feito, realizado).
Você seguramente notou que o radical do infectum é um (am-) e o do perfectum, outro
(amav-). Podemos concluir, com isso, que a diferença de aspecto em latim tem uma marca
morfológica, não sendo apenas semântica.
O MODO NO SISTEMA VERBAL LATINO
Há em latim três modos verbais que podem variar em pessoa e número, assim como em
português. São eles: indicativo, imperativo e subjuntivo. Existe também um modo invariável que
não sofre flexão: o Infinitivo.
Usamos o indicativo em orações que expressam a realidade. É o modo adequado para a
construção de orações independentes ou principais. Já o subjuntivo é empregado para indicar
a dúvida, a hipótese ou a irrealidade e também para construir orações subordinadas que
podem ser introduzidas ou não por uma conjunção subordinativa. O imperativo, você já sabe
que indica ordem ou pedido.
Observe as diferenças:
Latim Português
Pueri exercitium faciunt. Os meninos fazem o exercício.
Vt pueir exercitium faciant. Para que os meninos façam o exercício.
Pueri, exercitium facite. Meninos, fazei o exercício.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
O verbo é o mesmo: facere (fazer). Contudo, faciunt, no modo indicativo, denota certeza;
faciant, no modo subjuntivo, indica a dúvida; e facite, no imperativo, expressa ordem.
O TEMPO NO SISTEMA VERBAL LATINO
Os tempos são três: presente, pretérito e futuro. O presente é usado para indicar que algo
acontece no momento em que se fala. O pretérito ou perfeito mostra alguma coisa que se
desenrola após o momento do discurso; e o futuro, aquilo que ainda está para acontecer.
Você já percebeu que existe uma associação entre tempos e modos? Eles sempre estão
juntos. É exatamente a união entre eles que possibilita as várias flexões que acontecem no
sistema verbal tanto em latim como em português.
Na língua latina, podemos ter o presente, o imperfeito, o perfeito e o mais-que-perfeito tanto no
indicativo quanto no subjuntivo, mas o futuro, diferentemente do português, só existe no
indicativo.
Vejamos um exemplo de cada tempo:
Latim Português
Agricola flores serit. O agricultor planta flores.
Agricola flores sevit. O agricultor plantou flores.
Agricola flores seret. O agricultor plantará flores.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
AS CONJUGAÇÕES
Já falamos que os verbos são agrupados tendo por critério o tema, ou seja, a união da vogal
temática ao radical. Denominamos conjugações justamente esses agrupamentos. Em
português, você sabe que existem três conjugações, porém, em latim, elas são quatro.
Primeira conjugação: os verbos de primeira conjugação se caracterizam por ter vogal
temática -a-, como ornare (enfeitar)
Segunda conjugação: os verbos de segunda conjugação têm vogal temática -ē-, como
docēre (ensinar)
Terceira conjugação: os verbos na terceira conjugação possuem a vogal temática -ĕ-
(breve), como pellĕre (afastar)
Quarta conjugação: os verbos de quarta conjugação apresentam a vogal temática -i-,
como scire (saber, conhecer).
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 SAIBA MAIS
Você deve ter notado que existem sinais em cima da vogal -e-. São sinais de quantidade. Em
latim, as vogais podiam ser breves (ă, ĕ, ĭ, ŏ, ŭ) ou longas (ā, ē, ī, ō, ū). A vogal longa era
pronunciada no dobro do tempo de uma breve. Assim, temos os sinais para marcar a
quantidade. Em português, não faz diferença se demoramos mais ou menos para pronunciar a
vogal. Em latim, isso era muito importante, pois distinguia-se a vogal temática dos verbos de
segunda e terceira conjugações. Mas fique atento! O sinal de breve ou longa não é utilizado em
todos os verbos. Por isso, nós vamos aprender a diferenciá-lo, mesmo sem a presença dele.
Na terceira declinação dos nomes, as vogais podem sofrer alteração, transformando-se em
outra vogal. Na terceira conjugação dos verbos, isso também vai acontecer, como veremos
mais adiante.
Se você for curioso e procurar um verbo no dicionário de latim, vai observar que ele não
aparece no infinitivo (amar, comer, dormir), como em língua portuguesa. O verbete mostra um
paradigma em cinco partes que representam os tempos primitivos. A partir deles, podemos
conjugar os verbos em todos os tempos e modos.
Além disso, o paradigma nos informa todas as modificações que o radical possa sofrer. Então,
no dicionário, vamos encontrar o verbo enfeitar (ornare) da seguinte forma:
ORNO, -as, -are, -avi, -atum. Ornar, enfeitar. Equipar.
O paradigma mostra também a conjugação do verbo. Se observarmos a segunda e a terceira
formas (-as, -are), veremos que a vogal temática -a- se repete. Essa repetição indica que o
verbo é de primeira conjugação.
Vamos ver o que cada uma das cinco formas do paradigma representa?
Forma brev.
Forma
completa
Identificação Tradução
orno orno
1ª. pessoa do singular do
presente do indicativo
enfeito
-as ornas
2ª. pessoa do singular do
presente do indicativo
enfeitas
-are ornare Infinitivo enfeitar
-avi ornavi
1ª. pessoa do singular do
perfeito do indicativo
enfeitei
-atum ornatum Supino para enfeitar
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
SUPINO
Supino é uma forma nominal substantiva. Cardoso (2006, p. 67) explica que “o supino é
um antigo nome verbal em -tu. Muito utilizadona época arcaica, teve seu uso bastante
javascript:void(0)
reduzido no período clássico, quando apenas dele sobreviveram um acusativo em -um e
um ablativo em -u (ex.: laudatum, laudatu)”. O supino, assim, constituiria um dos radicais
do verbo latino.
Essa ordem é fixa para todos os verbos. Para quem ainda ficou em dúvida, vamos tentar
resumir:
Paradigma Repetição Conjug. Trad.
ORNO, -as, -are, avi, -
atum
Repetição do a em as,
are
primeira enfeitar
DOCEO, -es, -ere, docui,
doctum
Repetição do e em es,
ere
segunda ensinar
PELLO, -is, -ere, pepuli,
pulsum
Não repetição em is,
ere
terceira afastar
SCIO, -is, -ire, -ivi, -itum
Repetição do i em is,
ire
quarta saber
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
OS TEMPOS DO INFECTUM
Sabemos que, em latim, os tempos são três: presente, pretérito e futuro. Eles se juntam aos
modos para formar o sistema verbal. No infectum, teremos cinco tempos. Vamos a eles!
O presente do indicativo (orno = enfeito) e o presente do subjuntivo (ornem = enfeite)
equivalem aos mesmos tempos em língua portuguesa. O imperfeito do indicativo (ornabam =
enfeitava) também deve ser traduzido pelo mesmo tempo em português. O imperfeito do
subjuntivo (ornarem) equivale a dois tempos portugueses: o imperfeito do subjuntivo
(enfeitasse) ou o futuro do pretérito (enfeitaria).
Só existe futuro, na língua latina, no indicativo, e ele é chamado de futuro imperfeito (ornabo),
cuja tradução deve ser feita pelo futuro do presente (enfeitarei) ou pelo futuro do subjuntivo
(enfeitar).
O quadro a seguir traz de forma esquemática os tempos latinos e os correspondentes em
português:
TEMPOS DO INFECTVM
Latim Português
presente do indicativo presente do indicativo
imperfeito do indicativo imperfeito do indicativo
futuro imperfeito do indicativo
futuro do presente
futuro do subjuntivo
presente do subjuntivo presente do subjuntivo
imperfeito do subjuntivo
imperfeito do subjuntivo
futuro do pretérito
Quadro: Tempos verbais do infectum. 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Vejamos alguns exemplos de frases em que aparecem verbos conjugados em cada um dos
tempos acima, respeitando a ordem em que se apresentam:
Latim Português
Magister discipulos docet. O professor ensina os alunos.
Puella canere sciebat. A menina sabia cantar.
Sacerdotes aram deae ornabunt.
Os sacerdotes enfeitarão o altar da
deusa.
Ama ut solitudinem pellas. Ama para que afastes a solidão.
Si ego canere scirem, felix essem. Se eu soubesse cantar, seria feliz.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Você deve ter notado que a estrutura do verbo latino é igual à estrutura do português, sendo
formada pelo radical (R), pela vogal temática (VT), pelo sufixo modo-temporal (SMT), que nós
chamamos, em português, de desinência modo-temporal, e a desinência número-pessoal
(DNP).
Veja este quadro:
Verbo Radical VT SMT DNP
docet (ensina) doc e - t
sciebat (sabia) sc i (e)ba t
ornabunt
(enfeitarão)
orn a b(u) nt
pellas (afastes) pell - a s
scirem
(soubesse)
sc i re m
Quadro: Estrutura do verbo latino. 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Os tempos do infectum, portanto, apresentam a seguinte estrutura:
R do infectum + VT + SMT + DNP.
A FORMAÇÃO DA VOZ ATIVA NOS TEMPOS DO
INFECTUM
Você sabe que, em português, identificamos a pessoa do discurso (primeira, segunda ou
terceira) e o número (singular ou plural) graças à desinência número-pessoal (DNP). Em latim,
isso também acontece, mas as DNPs, nos tempos do infectum, ainda servem para indicar a
voz (ativa ou passiva). Quando o sujeito é empregado como agente da ação verbal, temos uma
oração na voz ativa.
Todos os exemplos vistos no item anterior são de frases na voz ativa compostas pelas
seguintes desinências:
DNP dos tempos da voz ativa
Pessoa Singular Plural
Primeira -o, -m -mus
Segunda -s -tis
Terceira -t -nt
Quadro: Desinências número-pessoais (DNP) da voz ativa do infectum. 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Vejamos então como se comporta um verbo da primeira conjugação na voz ativa:
pres. do
ind.
enfeito
imperf. do
ind.
enfeitava
fut. imperf.
enfeitarei ou
enfeitar
pres. do
subj.
enfeite
imperf. subj.
enfeitasse ou
enfeitaria
orno ornabam ornabo ornem ornarem
ornas ornabas ornabis ornes ornares
ornat ornabat ornabit ornet ornaret
ornamus ornabamus ornabimus ornemus ornaremus
ornatis ornabatis ornabitis ornetis ornaretis
ornant ornabant ornabunt ornent ornarent
Quadro: Paradigma do infectum – voz ativa: 1a conjugação: ORNO, -as, -are, -aui, -atum.
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA NOS TEMPOS
DO INFECTUM
A voz passiva é usada quando o sujeito é o paciente da ação verbal, como podemos observar
nestes exemplos:
Latim Português
Arae a sacerdotibus ornabuntur.
Os altares serão enfeitados pelos
sacerdotes.
Solitudo amore pellitur. A solidão é afastada pelo amor.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Você deve ter notado que, em latim, temos apenas um verbo (adornabuntur e pellitur),
enquanto, em português, há uma construção com dois verbos (serão enfeitados e é afastada).
Na nossa língua, ocorre uma formação analítica da voz passiva com o emprego do verbo ser
acrescido de um verbo no particípio passado.
Em latim, a construção é sintética, fazendo-se por meio da simples troca das desinências
número-pessoais da ativa pelas da passiva, conforme o quadro seguinte:
DNP dos tempos da voz passiva
Pessoa Singular Plural
Primeira -r -mur
Segunda -ris -mini
Terceira -tur -ntur
Quadro: Desinências número-pessoais (DNP) da voz passiva do infectum. Elaborado por:
Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
OS TEMPOS DO PERFECTUM
Como vimos, encontramos no perfectum os tempos de ação conclusa. Ele também conta com
cinco tempos:
O perfeito do indicativo (ornavi = enfeitei ou tenho enfeitado) e o perfeito do subjuntivo
(ornaverim = tenha enfeitado) equivalem aos mesmos tempos em língua portuguesa. O mais-
que-perfeito do indicativo (ornaveram = enfeitara ou tinha enfeitado) também deve ser
traduzido pelo mesmo tempo em português. Já o mais-que-perfeito do subjuntivo (ornavissem)
equivale a dois tempos portugueses: o mais-que-perfeito do subjuntivo (tivesse enfeitado) ou o
futuro do pretérito composto (teria enfeitado). No futuro perfeito do indicativo (ornavero), por
fim, a tradução deve ser feita pelo futuro do presente composto (terei enfeitado) ou pelo futuro
composto do subjuntivo (tiver enfeitado).
O quadro a seguir traz, de forma esquemática, os tempos latinos e os correspondentes em
português:
TEMPOS DO PERFECTVM
Latim Português
Perfeito do indicativo
 
Perfeito do indicativo simples
Perfeito do indicativo composto
Mais-que-perfeito do indicativo
 
Mais-que-perfeito do indicativo simples
Mais-que-perfeito do indicativo composto
Futuro perfeito do indicativo
Futuro do presente composto
Futuro composto do subjuntivo
Perfeito do subjuntivo Perfeito do subjuntivo
Mais-que-perfeito do subjuntivo
Mais-que-perfeito do subjuntivo
Futuro do pretérito composto
Quadro: Tempos verbais do perfectum. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A FORMAÇÃO DA VOZ ATIVA NO PERFECTUM
A estrutura dos tempos do perfectum é mais simples do que a do infectum. Precisaremos do
radical do perfectum, extraído da quarta forma dos verbos (DOCEO, -es, -ere, docui, doctum),
tirando o –i que representa a DNP. Ao radical são acrescidoso SMT do tempo escolhido e a
DNP, conforme vemos nos exemplos a seguir:
Latim Português
Flores hortum ornaverunt. As flores enfeitaram o jardim.
Homo animalem pepulerat. O homem afastara o animal.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Vejamos então como se comporta um verbo da primeira conjugação na voz ativa:
pres. do
ind.
tenho
enfeitado
imperf. do
ind.
tinha
enfeitado
fut. imperf.
tiver
enfeitado
pres. do
subj.
tenha
enfeitado
imperf. subj.
teria
enfeitado
ornaui ornaueram ornauero ornauerim ornauissem
ornauisti ornaueras ornaueris ornaueris ornauisses
ornauit ornauerat ornauerit ornauerit ornauisset
ornauimus ornaueramus ornauerimus ornauerimus ornauissemus
ornauistis ornaueratis ornaueritis ornaueritis ornauissetis
ornauerunt ornauerant ornauerint ornauerint ornauissent
Quadro: Paradigma do perfectum – voz ativa: 1a conjugação: ORNO, -as, -are, -aui, -atum. 
Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA NO
PERFECTUM
A voz passiva do perfectum, em latim, tem a formação igual à da língua portuguesa, usando o
verbo SVM, es, esse, fui (ser) nos tempos do infectum, unindo-o ao particípio passado de outro
verbo. O particípio passado é formado pelo radical do supino, que é tirado da quinta forma do
paradigma (ornatum rad. adornat-), ao qual se acrescenta a terminação -us para masculino, -a
para feminino e -um para neutro.
Vejamos alguns exemplos:
Latim Português
Hortus floribus adornatus est. O jardim foi enfeitado pelas flores.
Animal ab homine pulsum erat. O animal fora afastado pelo homem.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
VERBO ESSE
Os verbos regulares, por serem todos transitivos, são conjugados nas vozes ativa e passiva. O
verbo esse (sum, es, fui, esse) é conjugado apenas na voz ativa, pois, por ser um verbo
intransitivo, não possui voz passiva.
Assim, podemos dizer que esse não se enquadra nas conjugações que temos visto. Trata-se
de um verbo bem característico em função de sua significação (ser, estar, haver) e por ser
bastante antigo no latim (CARDOSO, 2006, p. 89).
Confira então a conjugação do verbo esse no infectum e no perfectum:
INFECTVM
pres. do
ind.
sou
imperf. do
ind.
era
fut.
imperf.
serei ou
for
pres. do
subj.
seja
imperf.
subj.
fosse ou
seria
sum eram ero sim essem
es eras eris sis esses
est erat erit sit esset
sumus eramus erimus simus essemus
estis eratis eritis sitis essetis
sunt erant erunt sint essent
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
PERFECTVM
pres. do
ind.
fui ou tenho
sido
imperf. do
ind.
fora ou tinha
sido
fut. imperf.
terei ou tiver
sido
pres. do
subj.
tenha sido
imperf. subj.
tivesse ou
teria sido
fui fueram fuero Fuerim fuissem
fuisti fueras fueris Fueris fuisses
fuit fuerat fuerit Fuerit fuisset
fuimus fueramus fuerimus Fuerimus fuissemus
fuistis fueratis fueritis fueritis fuissetis
fuerunt fuerant fuerint fuerint fuissent
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
A partir da conjugação do verbo esse, podemos finalizar com duas frases latinas bem simples
para exemplificarmos parte do que você acabou de ver:
Petrus est bonus. (Pedro é bom)
Maria est bona. (Maria é boa)
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Assista agora a um vídeo que apresenta a estrutura do sistema verbal latino.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONSIDERE AS ORAÇÕES A SEGUIR: 
 
NAUTA MARE AMAT. 
PUELLA DONUM AMAVIT. 
 
A DIFERENÇA ENTRE AS DUAS FORMAS VERBAIS (AM- AT / AMAV – IT)
INDICA QUE, NA PRIMEIRA ORAÇÃO, TEMOS ALGO QUE ACONTECE OU
É PERMANENTE (MARINHEIRO AMA O MAR), ENQUANTO, NA SEGUNDA,
TEMOS ALGO QUE JÁ SE SUCEDEU (A MENINA AMOU O PRESENTE).
ESSA DISTINÇÃO APONTA A DIFERENÇA DE ASPECTO NOS VERBOS
LATINOS, OU SEJA, TEMPOS RELACIONADOS COM AÇÕES NÃO
CONCLUÍDAS E TEMPOS RELACIONADOS COM AÇÕES COMPLETAS. 
 
DESSE MODO, MARQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA ESSES DOIS
CONCEITOS GRAMATICAIS.
A) Infectum e perfectum.
B) Presente e futuro do presente.
C) Voz ativa e voz passiva.
D) Subjuntivo e imperativo.
E) Caso e declinação.
2. CONSIDERE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: 
 
I. OS VERBOS REGULARES SÃO CONJUGADOS TANTO NA VOZ ATIVA
QUANTO NA VOZ PASSIVA. 
II. O VERBO ESSE É UM VERBO REGULAR, PORTANTO, CONJUGADO NA
VOZ ATIVA E PASSIVA. 
III. O VERBO ESSE É UM VERBO IRREGULAR, PORTANTO, CONJUGADO
APENAS NA VOZ ATIVA. 
IV. NA ORAÇÃO “PETRUS EST BONUS” (PEDRO É BOM), A FORMA
VERBAL EST CORRESPONDE AO PRESENTE DO INDICATIVO DO VERBO
ESSE (SUM, ES, FUI, ESSE). 
 
ESTÁ CORRETO APENAS O QUE SE AFIRMA EM:
A) I e II
B) I, II e III
C) I, III e IV
D) II e III
E) II, III e IV
GABARITO
1. Considere as orações a seguir: 
 
Nauta mare amat. 
Puella donum amavit. 
 
A diferença entre as duas formas verbais (am- at / amav – it) indica que, na primeira
oração, temos algo que acontece ou é permanente (marinheiro ama o mar), enquanto, na
segunda, temos algo que já se sucedeu (a menina amou o presente). Essa distinção
aponta a diferença de aspecto nos verbos latinos, ou seja, tempos relacionados com
ações não concluídas e tempos relacionados com ações completas. 
 
Desse modo, marque a alternativa que apresenta esses dois conceitos gramaticais.
A alternativa "A " está correta.
 
Os tempos verbais no latim estão agrupados a partir de dois aspectos: o não feito (infectum) e
o feito ou realizado (perfectum). Assim, o infectum e o perfectum correspondem ao aspecto do
verbo. A alternativa B não deve ser assinalada, porque apresenta apenas distinção entre dois
tempos verbais relacionados com algo ainda não feito. A opção C refere-se apenas à distinção
da voz verbal. A D está relacionada com distinções de modo verbal. A opção E, por fim,
apresenta dois conceitos gramaticais relacionados com o nome, e não com o verbo.
2. Considere as afirmativas a seguir: 
 
I. Os verbos regulares são conjugados tanto na voz ativa quanto na voz passiva. 
II. O verbo esse é um verbo regular, portanto, conjugado na voz ativa e passiva. 
III. O verbo esse é um verbo irregular, portanto, conjugado apenas na voz ativa. 
IV. Na oração “Petrus est bonus” (Pedro é bom), a forma verbal est corresponde ao
presente do indicativo do verbo esse (sum, es, fui, esse). 
 
Está correto apenas o que se afirma em:
A alternativa "C " está correta.
 
Verbos regulares são conjugados na voz ativa e passiva. O verbo esse é um verbo irregular;
por isso, diferentemente dos verbos regulares, ele será conjugado apenas na voz ativa. No
presente do indicativo, o verbo esse se conjuga da seguinte forma: sum (sou), es (és), est (é),
sumus (somos), estis (sois), sunt (são). Assim, na oração Petrus est bonus, temos a forma
verbal est na segunda pessoa do presente do indicativo.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trouxemos neste conteúdo uma visão ampla a respeito dos principais pontos dos aspectos
gramaticais do nome e do verbo latino, visando ao entendimento da estrutura básica da língua
latina e objetivando o despertar para o estudo dessa língua tão antiga, rica e formadora de
nossa língua materna. Conhecemos ainda a noção de caso e como os seis casos latinos se
relacionam com as funções sintáticas em língua portuguesa.
Também estudamos as principais características das cinco declinações que agrupam, por meio
da vogal temática, os substantivos latinos. Desse modo, podemos entender o funcionamento
das classes nominais declináveis.
Por fim, observamos os pontos principais do sistema verbal latino, como o aspecto, o modo, o
tempo, a pessoa, o número e a voz, identificando a formação morfológica dos tempos do
infectum e do perfectum. Tudo isso nos permite identificar a sobrevivência das estruturas tanto
nominais quanto verbais da língua latinana língua portuguesa.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CARDOSO, Z. de A. Iniciação ao latim. 6. ed. São Paulo: Ática, 2006.
EXPLORE+
Gostou de estudar a língua latina? Quer conhecer as demais classes de palavras e
aprender a traduzir textos latinos com muitos exemplos práticos de cada tópico
gramatical? Sugerimos o e-book Latim sem mistério: curso básico, de Márcia Silva.
O e-book Língua latina: estudos teóricos para a prática, de Elisa Souza e Waldinett
Torres, disponibilizado gratuitamente pela UEPA, é mais uma alternativa para você
consultar outros conteúdos de gramática latina.
Se você tem interesse em continuar estudando latim, outra opção são os cursos on-line e
gratuitos, como o curso básico de latim da Praecones Latine – Latin Site.
Há vários dicionários on-line de latim que podem ajudá-lo nos estudos. Um deles é o
dicionário Glosbe latim/português e português/latim, que também possui recursos de
áudio.
No canal do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES CEFOR) no YouTube, você
encontra alguns vídeos com aulas de resumo da gramática latina.
CONTEUDISTA
Curadoria de Humanidades

Continue navegando