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DESCRIÇÃO Principais aspectos gramaticais das classes variáveis da língua latina: os nomes em suas declinações e os verbos em suas conjugações. PROPÓSITO Compreender os principais aspectos morfossintáticos latinos para a ampliação do conhecimento linguístico e cultural. OBJETIVOS MÓDULO 1 Relacionar os casos latinos com as funções sintáticas MÓDULO 2 Reconhecer as características da declinação em latim MÓDULO 3 Identificar as principais características do sistema verbal latino INTRODUÇÃO Não é difícil perceber o quanto o latim está presente em nossas vidas. Afinal, a língua latina deu origem ao português. Não só nossa língua veio do latim, mas também o espanhol, o francês e o italiano, dentre as mais conhecidas. Dez línguas faladas atualmente são provenientes da língua latina. Por sua origem, a estrutura das palavras em português se assemelha em muitas coisas ao latim. As classes de palavras do latim vieram todas para a língua portuguesa: substantivo, adjetivo, pronome, numeral, advérbio, interjeição, preposição, conjunção e verbo. De nossas classes, apenas o artigo não existia em latim: ele evoluiu a partir do pronome demonstrativo illum (o artigo definido) e do numeral unus (o artigo indefinido). Assim, conhecer a estrutura da língua latina e algumas de suas características gramaticais se justifica tanto pela importância da língua latina em si mesma quanto pela sua contribuição na formação das línguas neolatinas. Veremos neste conteúdo os principais aspectos gramaticais dos nomes latinos, especialmente dos substantivos, por meio das noções de caso e declinação. Além disso, conheceremos a formação dos tempos verbais latinos, sempre fazendo a relação com sua sobrevivência em língua portuguesa. MÓDULO 1 A NOÇÃO DE CASO EM LATIM Relacionar os casos latinos com as funções sintáticas FLEXÃO DOS NOMES EM LATIM E PORTUGUÊS Comecemos lembrando que o português, assim como o latim, possui classes de palavras. Algumas dessas classes são variáveis, como o substantivo. Observe que rato pode sofrer flexão de gênero – rata – e de número – ratos, ratas. Já outras classes são invariáveis, como a conjunção (porém) ou o advérbio (bastante). Os vocábulos das classes variáveis podem ser repartidos em pedaços menores que são chamados de morfemas. Se observarmos, por exemplo, a palavra leiteiro, podemos identificar que ela veio de leite; portanto, o radical é leit-, e é ele que traz o significado da palavra. A ele são anexados o sufixo -eir- e a vogal temática -o. A maioria desses elementos mórficos veio do latim para o português. Outros, contudo, não chegaram ao nosso idioma, como as noções de caso e declinação. LATIM: LÍNGUA SINTÉTICA Você já sabe que as classes de palavras latinas se separam em variáveis e invariáveis. Os substantivos, os pronomes, os adjetivos, alguns numerais e os verbos são variáveis. Já os advérbios, as preposições, as conjunções, as interjeições e alguns outros numerais são, em sua maioria, invariáveis. Percebeu que é quase igual em português? No entanto, nem tudo é igual. Em termos de estrutura frasal, vemos que, enquanto o latim é uma língua sintética, o português se estrutura de forma analítica. Mas como isso acontece na prática? Observe a seguinte frase nas duas línguas: Português Latim A terra produz o alimento para os homens. Humus gignit alimentum hominibus. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Você deve ter notado como as palavras se relacionam em latim e na tradução. Terra é humus; produz, gignit; alimento, alimentum; e homens, hominibus. Perceba também que, em latim, não aparecem os artigos e as preposições. Isso faz com que a oração latina fique menor ou mais sintética que a correspondente na língua portuguesa. No entanto, isso não é só uma diminuição: vemos que, em nossa língua materna, a ordem das palavras na frase é fundamental para que a entendamos. Se mudarmos a ordem delas, mudaremos também o significado geral da oração. Uma oração com a simples troca de posição das palavras como “o alimento produz a terra para os homens” não faria o menor sentido em português. Em latim, não é assim. Poderíamos trocar as palavras de lugar na frase, já que a tradução ficaria exatamente a mesma: Latim Português Humus alimentum hominibus gignit. A terra produz o alimento para os homens. Alimentum hominibus gignit humus. A terra produz o alimento para os homens. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Podemos mudar a posição de todas as palavras, colocando-as em qualquer lugar da oração sem alterar o sentido. Mas por que isso acontece? Isso tem a ver exatamente com a noção de caso. O QUE É CASO? Caso é o nome que se dá à terminação dos nomes e serve para indicar a função sintática que a palavra exerce na oração. Ficou confuso? Vamos ver mais um exemplo. Note que “o lobo viu a ovelha” e “a ovelha viu o lobo”, apesar de serem orações compostas exatamente pelas mesmas palavras, não são iguais até mesmo em suas possíveis consequências. Há uma diferença crucial entre quem viu, o sujeito, e quem foi visto, o objeto direto. Contudo, na língua latina não é assim. As palavras não precisam ficar fixas em uma posição. Elas podem, afinal, mudar sem alterar o significado. Isso quer dizer que as frases latinas a seguir terão basicamente o mesmo sentido, embora a ordem das palavras seja alterada em cada uma delas. Lupus vidit agnum. Agnum vidit lupus. Lupus agnum vidit. Vidit agnum lupus. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Em todas essas frases teremos sempre a mesma tradução: “o lobo viu o cordeiro”. Se quisermos mudar o sentido e dizer em latim “o cordeiro viu o lobo”, vamos ter de mudar as terminações das palavras: “agnus vidit lupum”. Percebeu? A terminação dos nomes (agnus → agnum; lupus → lupum) foi modificada, e não sua ordem na frase. É importante observar o final das palavras. O sujeito nas duas frases termina em -us (lupus e agnus), enquanto o objeto direto termina em -um (lupum e agnum). As terminações podem ser tantas quantas forem as funções sintáticas que uma palavra pode exercer em uma oração. Vamos retomar o seguinte exemplo: Humus alimentum hominibus gignit. Note a terminação de cada palavra: humus, com o final -us como sujeito; alimentum, com a terminação -um como objeto direto; hominibus, com o final -ibus como objeto indireto. Observe que é justamente por causa da terminação que podemos mudar as palavras de lugar sem alterar o sentido da oração, pois a função sintática é identificada justamente pela terminação, que é a união entre a vogal temática nominal e a desinência de caso em latim. Podemos afirmar então que os nomes latinos podem variar em gênero, número e caso. Gênero: variação a partir de três gêneros: masculino (lupus – lobo), feminino (humus – terra) e neutro (alimentum – alimento). Número: variação a partir de dois números, como ocorre em português: singular (homo – homem) ou plural (hominibus – homens). Caso: variação em seis casos que podem ser relacionados às funções sintáticas em língua portuguesa. São eles: nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, dativo e ablativo. Cada um desses casos corresponde a determinada função sintática, como você verá mais adiante. As classes declináveis, substantivos, adjetivos, pronomes e alguns numerais, possuem variação conforme o caso. Desse modo, podemos identificar uma importante característica gramatical do latim: sua flexão nominal por meio das terminações. SAIBA MAIS A flexão nominal do latim, além de permitir que as palavras tivessem grande mobilidade na oração, era um recurso estilístico muito explorado pelos antigos poetas romanos. RELAÇÃO CASO E FUNÇÃO SINTÁTICA Já falamos que os casos latinos podem ser relacionados às funções em língua portuguesa. Essa relação é importante para sabermos, na hora de traduzir, a ordem correta das palavras latinas na oração em português, pois,como vimos, em latim, a ordem pode ser diferente. Veremos então a relação de cada um dos seis casos latinos com as funções em língua portuguesa: Caso latino Função sintática correspondente Nominativo sujeito e predicativo do sujeito Vocativo vocativo Acusativo objeto direto, predicativo do objeto direto e alguns adjuntos adverbiais Genitivo adjunto adnominal preposicionado e complemento nominal com preposição de em português Dativo objeto indireto e complemento nominal com as preposições a ou por em português Ablativo adjuntos adverbiais Quadro: Casos latinos. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Você deve ter notado que o adjunto adverbial aparece tanto no acusativo como no ablativo. O primeiro indica normalmente o ponto de chegada ou passagem por algum lugar, enquanto o adjunto adverbial em ablativo pode indicar modo, instrumento, meio, companhia, lugar estático ou o movimento de ponto de partida. Quem é bem atento deve ter reparado que falta uma função sintática do português no quadro acima: o aposto. Ele, em latim, também é um termo que concorda com o nome ao qual está se referindo, sendo usado, por isso, no mesmo caso que ele. Se o aposto for do objeto direto, por exemplo, ele também irá para o acusativo. Vamos compreender melhor os casos latinos a partir de algumas explicações sobre sua relação com a função sintática correspondente. AS FUNÇÕES SINTÁTICAS Se você não se lembra das funções sintáticas, vamos fazer uma ligeira revisão por meio de uma frase latina: Português Latim In magno theatro, poeta suos uersos admirabiles populo recitat. Em um grande teatro, o poeta recita seus maravilhosos versos para o público. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal O verbo está no final: recitat. Precisamos identificar quem recita, ou seja, o sujeito. O sujeito em latim é poeta, que está no nominativo. Depois vamos ter de descobrir o que o poeta recita, ou seja, o complemento do verbo, o objeto direto. Achamos então o objeto direto em acusativo: suos versos admirabiles. Para completar o verbo, ainda precisamos da informação para quem o poeta recita, ou seja, o objeto indireto. Ele está em dativo: populo. Faltou apenas in magno theatro. Vemos que o sintagma é introduzido pela preposição in e indica uma circunstância de lugar, sendo, portanto, um adjunto adverbial em ablativo. Observe que o acusativo é formado pelo substantivo versos acompanhado do pronome suos e do adjetivo admirabiles, os quais funcionam como adjuntos adnominais concordantes. Por isso, todos estão no acusativo. Isso também acontece com magno, adjunto adnominal que concorda com theatro em ablativo. Vejamos um outro exemplo: Latim Português Luna bella est. A lua é bela. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Aqui temos a forma verbal est, que possui baixo teor significativo, servindo para ligar o sujeito “a lua” ao termo que o qualifica, “bela”, ao qual chamamos de predicativo do sujeito. As duas palavras possuem a mesma terminação: -a de nominativo. Vamos a um último exemplo: Latim Português Homo necessitatem alimenti habet. O homem tem necessidade de alimento. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Nesta oração, vemos que o verbo habet está traduzido como “tem”. Vamos descobrir então quem tem, ou seja, o sujeito, que é homo e está no nominativo. O “que ele tem” é o objeto direto em acusativo: necessitatem. Mas precisamos identificar necessidade “de quê”. Ao responder a essa questão, teremos alimenti como complemento do nome “necessidade” e, portanto, um complemento nominal em genitivo, marcado na tradução pela preposição de. Assista agora a um vídeo que apresenta a noção de caso, explicando sua função sintática correspondente e fornecendo exemplos. Agora que já entendemos a noção de caso latino e sua relação com as funções sintáticas da língua portuguesa, vamos responder às questões a seguir. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. CONSIDERE AS FRASES LATINAS A SEGUIR: LUPUS VIDIT AGNUM. AGNUM VIDIT LUPUS. LUPUS AGNUM VIDIT. VIDIT AGNUM LUPUS. EM TODAS ELAS, A TRADUÇÃO É A MESMA: O LOBO VIU O CORDEIRO. A TERMINAÇÃO –US, EM LUPUS, INDICA O CASO NOMINATIVO, ENQUANTO A TERMINAÇÃO –UM, EM AGNUM, INDICA O CASO ACUSATIVO. ASSIM, PODEMOS AFIRMAR QUE O NOMINATIVO E O ACUSATIVO CORRESPONDEM RESPECTIVAMENTE À QUAL FUNÇÃO SINTÁTICA? A) Sujeito e objeto direto. B) Sujeito e predicativo do sujeito. C) Sujeito e objeto indireto. D) Objeto direto e vocativo. E) Vocativo e objeto direto. 2. A RESPEITO DA FRASE LATINA “DISCIPULUS AMAT LIBRUM”, CUJA TRADUÇÃO SERIA “O ALUNO AMA O LIVRO”, PODEMOS AFIRMAR QUE: A) A ordem das palavras em latim e em português é sempre a mesma. B) A posição da palavra na oração é que determina o caso latino. C) Os casos latinos existem também em língua portuguesa, mas são chamados de funções sintáticas. D) Na frase latina, discipulus sempre será sujeito, pois está em nominativo, enquanto librum sempre será objeto direto, pois está em acusativo, independentemente da posição em que estejam na oração. E) Como a língua portuguesa é sintética, sendo igual ao latim, podemos mudar a posição das palavras sem alterar sua função sintática. GABARITO 1. Considere as frases latinas a seguir: Lupus vidit agnum. Agnum vidit lupus. Lupus agnum vidit. Vidit agnum lupus. Em todas elas, a tradução é a mesma: O lobo viu o cordeiro. A terminação –us, em lupus, indica o caso nominativo, enquanto a terminação –um, em agnum, indica o caso acusativo. Assim, podemos afirmar que o nominativo e o acusativo correspondem respectivamente à qual função sintática? A alternativa "A " está correta. O caso nominativo corresponde ao sujeito ou ao predicativo do sujeito. Nas frases apresentadas no enunciado, lupus está no nominativo e corresponde à função sintática exercida pelo sujeito. O caso acusativo pode corresponder ao objeto direto, ao predicativo do objeto direto e a alguns adjuntos adverbiais. Nas frases exemplificadas, agnum está no acusativo e corresponde à função sintática de objeto direto ou complemento do verbo. 2. A respeito da frase latina “Discipulus amat librum”, cuja tradução seria “O aluno ama o livro”, podemos afirmar que: A alternativa "D " está correta. A língua portuguesa é uma língua analítica na qual a posição das palavras determina a função sintática. A língua latina, ao contrário, é sintética; por isso, as terminações dos nomes identificam os casos. Desse modo, a palavra em nominativo discipulus, marcada pelo final -us, sempre equivalerá ao sujeito, enquanto a palavra em acusativo librum, marcada pelo final -um, sempre equivalerá ao objeto direto. MÓDULO 2 A DECLINAÇÃO EM LATIM Reconhecer as características da declinação em latim AS DECLINAÇÕES Você notou que as palavras “declinável” e “declinação” já apareceram algumas vezes em nosso estudo? Sabe o que elas significam? Vejamos! Para um entendimento mais adequado do significado ou mesmo do conceito de declinação, é importante lembrar o conceito de tema, algo que costumamos estudar nos verbos em português. Tema é a junção do radical com a vogal temática. Você certamente já ouviu que, em português, a primeira conjugação tem o tema em –a. Por isso, os verbos terminam em -ar, como amar, por exemplo. A segunda conjugação tem vogal temática -e, como vender. Já a terceira possui vogal temática -i, como partir. Podemos dizer que a vogal temática agrupa os verbos em suas conjugações. Pois bem, em latim, os substantivos também são reunidos nas declinações de acordo com o tema. Isso quer dizer que a vogal temática ou sua ausência vai determinar à qual declinação o substantivo pertence. Ao todo, há cinco declinações em latim. Como vimos que a terminação é a junção da vogal temática com a desinência de caso, observaremos que cada declinação possuidesinências ou terminações próprias. Você deve ter observado, pelos exemplos já oferecidos, que palavras em posições idênticas podiam ter o final diferente. Verificamos que humus, lupus, luna, poeta e homo funcionam como sujeito em suas respectivas orações e que todos eles estão no caso nominativo, mas que não é usada uma mesma terminação para todos. A explicação para isso é que eles são de declinações diferentes. Luna e poeta são de primeira declinação; humus e lupus, de segunda declinação; e homo, de terceira declinação. E como você vai saber qual é a declinação de cada palavra? Vamos mostrar isso a seguir. APRENDENDO A DISTINGUIR AS DECLINAÇÕES Pontuamos que várias classes podem ser declináveis, o adjetivo, o pronome, o numeral e o substantivo, mas apenas o último possui uma declinação determinada, ou seja, agrupa-se de acordo com a vogal temática e possui desinências para todos os casos. As outras classes nominais utilizam, em sua maioria, as terminações dos substantivos para serem declinadas. Assim, temos a primeira declinação com vogal temática –a (luna – lua, poeta – poeta); a segunda declinação com vogal temática –o (lupo – lobo, humo – terra, alimento – alimento); a terceira com palavras temáticas, cuja vogal é –i (turri – torre, nubi – nuvem), e atemáticas, cujo tema termina em consoante (leg(e) – lei, dent(e) – dente); a quarta declinação com vogal temática –u (genu – joelho, fructu – fruto); e a quinta declinação tem tema –e (re – coisa, die – dia). Todos os exemplos estão no caso ablativo singular, porque é onde encontramos o tema original. Antes de estudarmos cada uma das declinações, é importante lembrar que os substantivos variam em caso de acordo com a função sintática; em número, podendo estar no singular ou no plural; e em gênero, podendo ser masculinos, femininos ou neutros. SAIBA MAIS O gênero neutro latino, que não encontramos em português, indica normalmente a ideia semântica de generalização, improdutividade ou falta de identificação. Observemos a palavra alimentum que aparece em um de nossos exemplos. Ela é neutra, pois não podemos identificar um tipo específico de alimento, podendo ser uma fruta ou um hambúrguer, por exemplo. Só para nós, é claro! Naquela época não havia hambúrguer. Mas observem que o termo generaliza, sendo, por isso, neutro. Agora podemos ver a primeira e a segunda declinações, que nos interessam mais nessa abordagem geral, assim como suas principais características. A PRIMEIRA DECLINAÇÃO Encontramos na primeira declinação os nomes com a vogal temática -a. Pertence à primeira declinação toda palavra que tem o genitivo singular em ae. Na primeira declinação, a maioria das palavras pertence ao gênero feminino, como luna, - ae (lua), magistra, -ae (mestra), regina, -ae (rainha) ou janua, -ae (porta). MAGISTRA Magistra deu origem às palavras maestra e mestra. Desse mesmo radical, formaram-se também as palavras magistério e magistral. javascript:void(0) javascript:void(0) JANUA Janua veio para o português no diminutivo januella (pequena porta, ou seja, janela). SAIBA MAIS Nos dicionários latinos, as palavras aparecem no nominativo, sendo seguidas de sua desinência no genitivo. Desse modo, encontramos no dicionário: LVNA, -ae (f.). Lua. MAGISTRA, -ae (f.). Professora. Mestra. SAIBA MAIS Saberemos, assim, que luna, -ae ou magistra, -ae pertence à primeira declinação, já que a terminação do genitivo singular é ae. Temos ainda, na primeira declinação, alguns substantivos de gênero masculino. Os substantivos masculinos nessa declinação podem estar relacionados com as seguintes situações: Indicam profissões como poeta, -ae (poeta); São vocábulos de origem estrangeira, como scriba, -ae (escrevente); São nomes de pessoas ou povos, como celtae, -arum (os celtas); São palavras formadas com os sufixos -cola e -gena, como agricola, -ae (agricultor) e indigena, -ae (nativo). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Não há substantivos neutros na primeira declinação. Como já sabemos que os substantivos modificam o final de acordo com as terminações, vejamos o quadro de terminações da primeira declinação: Caso Singular Plural Nominativo -a -ae Vocativo -a -ae Acusativo -am -as Genitivo -ae -arum Dativo -ae -is Ablativo -a -is Quadro: Terminações da primeira declinação. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Olhe como fica o quadro com a declinação do substantivo filia, -ae (filha): Caso Singular Plural Nominativo filia filiae Vocativo filia filiae Acusativo filiam filias Genitivo filiae filiarum Dativo filiae filiis Ablativo filia filiis Quadro: Declinação de filia, -ae (filha). Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Observe agora os exemplos de frases com o substantivo da primeira declinação nauta, -ae (marinheiro): Latim Português Nauta nauigat. O marinheiro navega. Nauis nautam portat. O navio leva o marinheiro. Mare laetitiam nautae dat. O mar dá alegria ao marinheiro. Mare laetitiam nautis dat. O mar dá alegria aos marinheiros. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Viram como o final de nauta,-ae muda a terminação de acordo com o caso, ou seja, a função sintática? Nauta é nominativo singular, funcionando como sujeito. Nautam é acusativo singular, funcionando como objeto direto. Nautae é dativo singular, funcionando como objeto indireto. Nautis é dativo plural, funcionando também como objeto indireto. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Portanto, é só usar o quadro das declinações para identificar cada uma das terminações em seu caso e número nas orações. A SEGUNDA DECLINAÇÃO Na segunda declinação, estão os substantivos com vogal temática -o. A vogal temática -o pode se transformar em -u ou nem mesmo estar presente. Nessa declinação, há uma predominância de nomes masculinos, como agnus, -i (cordeiro, ovelha), lupus, -i (lobo), caper, -pri (cabra), magister, -tri (professor) e uir, -i (homem). Existem também algumas palavras femininas na segunda declinação. Os substantivos femininos dessa declinação são normalmente relacionados a duas situações: São nomes de árvores frutíferas, como pirus, -i (pereira) e malus, -i (macieira); Denotam, na visão dos antigos romanos, uma ideia de feminilidade, como alvus, -i (ventre, cintura, útero) e humus, -i (a terra pronta para o plantio). Existem também palavras neutras na segunda declinação, como templum, -i (templo), bellum, -i (guerra), caelum, -i (céu) e alimentum, -i (alimento), além de nomes de frutas, como pirum, -i (pera) e cerasum, -i (cereja). Você deve ter notado que o -um é a terminação dos nomes neutros nessa declinação no nominativo singular. SAIBA MAIS Três substantivos neutros terminados em -us são usados apenas no singular: pelagus, -i (mar), uirus, -i (veneno) e uulgus, -i (povo, multidão) (CARDOSO, 2006, p. 27). Duas observações são importantes: O genitivo de segunda declinação é -i. Se a palavra tiver alguma alteração de radical, a modificação vai aparecer junto com o -i, como em caper, -pri, ou seja, caper, capri. Em caper, tem um -e que não está presente em capri. Agora podemos ver o quadro da segunda declinação com suas terminações: Caso Singular Plural fem./masc. Neutro fem./masc. neutro Nominativo -us, -er, -ir -um -i -a Vocativo -e, -er, -ir -um -i -a Acusativo -um -um -os -a Genitivo -i -i -orum -orum Dativo -o -o -is -is Ablativo -o -o -is -is Quadro: Terminações da segunda declinação. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Confira a declinação do substantivo masculino nervus, -i (nervo): Caso Singular Plural Nominativo nervus nervi Vocativo nerve nervi Acusativonervum nervos Genitivo nervi nervorum Dativo nervo nervis Ablativo nervo nervis Quadro: Declinação de nervus, -i (nervo). Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Veja também a declinação do substantivo neutro pomum, -i (fruto): Caso Singular Plural Nominativo pomum poma Vocativo pomum poma Acusativo pomum poma Genitivo pomi pomorum Dativo pomo pomis Ablativo pomo pomis Quadro: Declinação de pomum, -i (fruto). Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Antes de analisarmos os exemplos de frases com substantivo da segunda declinação, façamos algumas outras observações importantes: 1. Nos substantivos neutros, a terminação de nominativo se repete nos casos vocativo e acusativo. Assim, temos -um, no singular, e -a, no plural. 2. Todas as palavras femininas terminam em -us, além de três neutros irregulares: uulgus, i (povo), pelagus, -i (pélago, mar) e uirus, -i (veneno). 3. Todos os masculinos e femininos com -us no nominativo singular fazem o vocativo em -e, exceto aqueles que terminam em -ius, como filius, -ii, que perdem o -e, fazendo fili. 4. Os nomes terminados em -er no nominativo singular podem ou não ter alteração de radical. Em caper, -pri, há uma alteração de caper para capri, enquanto em puer, -i, ela não ocorre: o -e- permanece em toda a declinação. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Agora podemos observar alguns exemplos de frases com substantivo da segunda declinação: Latim Português Vir aprum necauit. O homem matou um javali. Alimentum necessarium viro est. O alimento é necessário ao homem. Mali in agris sati sunt. Macieiras foram plantadas nos campos. Mala agrorum dulcia sunt. As maçãs dos campos são doces. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Temos quatro palavras que estão em nominativo funcionando como sujeito: O substantivo masculino vir (vir, -i: varão, homem), no singular; O neutro alimentum (alimentum, -i: alimento), no singular; O substantivo feminino mali (malus, -i: macieira), no plural; O neutro mala (malum, -i: maçã), no plural. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Aprum é o acusativo singular de aper, -pri (javali), funcionando como objeto direto. Viro é o dativo singular de vir, -i (homem), sendo o complemento do adjetivo necessarium (necessário). Agris (campos) está acompanhado da preposição in, sendo, portanto, ablativo plural e funcionando como um adjunto adverbial de lugar. Agrorum é o genitivo plural de ager, -gri (campo), funcionando como adjunto adnominal restritivo, marcado na tradução pela presença da preposição de (dos campos). A TERCEIRA, QUARTA E QUINTA DECLINAÇÕES Já sabemos que o genitivo é o caso que identifica a declinação. Assim, o genitivo singular na terceira declinação é -is, mas é bom saber que há várias palavras da terceira declinação que não apresentam vogal temática. Confira alguns exemplos de substantivos da terceira declinação: caput, -itis (cabeça); tempus, - oris (tempo); urbs, -is (cidade); pater, -is (pai); voluntas, -atis (vontade). Na quarta declinação, o genitivo singular é -us. Veja alguns exemplos de substantivos da quarta declinação: manus, -us (mão); domus, -us (casa); partus, -us (parto). Na quinta declinação, o genitivo singular é -ei. Observe alguns exemplos de substantivos da quinta declinação: dies, -ei (dia); res, -rei (coisa); facies, -ei (aparência). RESUMINDO Declinação é um conceito gramatical que corresponde ao conjunto de flexões de determinado grupo de palavras. Nos cinco grupos de declinação, cada uma possui singular e plural, havendo em cada declinação seis flexões para o singular e seis para o plural conforme os seis casos (nominativo, vocativo, acusativo, genitivo, ablativo e dativo). Declinar uma palavra é mudar suas terminações de acordo com o caso correspondente. A terminação pode ser compreendida como a “parte final da palavra”, colocada após o radical, podendo conter vogal temática, vogal de ligação e desinência (CARDOSO, 2006). Antes de finalizarmos este módulo, lembre-se de que não é apenas o substantivo que pode ser flexionado em latim. Assim, podemos também flexionar adjetivos, por exemplo. Desse modo, um adjetivo concordará com o substantivo em gênero, número e caso. Embora tenhamos a terceira, a quarta e a quinta declinação, cada uma com suas características gramaticais, concentramos nosso estudo na primeira e na segunda, o que deve ajudá-lo a compreender algumas das características gramaticais da língua latina relacionadas com sua natureza sintética e com a flexão nominal. Assista agora a um vídeo que apresenta a noção de declinação e suas principais características gramaticais. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: I. A LÍNGUA LATINA APRESENTA COMO UMA DE SUAS CARACTERÍSTICAS GRAMATICAIS A FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS CONFORME A DECLINAÇÃO À QUAL PERTENCEM. II. NA FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS EM LATIM, A TERMINAÇÃO DA PALAVRA CORRESPONDE À VOGAL TEMÁTICA E À DESINÊNCIA DE CASO. III. O LATIM APRESENTA APENAS TRÊS DECLINAÇÕES, TAL COMO OS VERBOS EM PORTUGUÊS PODEM POSSUIR TRÊS VOGAIS TEMÁTICAS. ESTÁ CORRETO APENAS O QUE SE AFIRMA EM: A) I B) II C) III D) I e II E) II e III 2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA SOMENTE SUBSTANTIVOS DA PRIMEIRA DECLINAÇÃO. A) Poeta – regina – magistra – filia. B) Filia – regina – indigena – vir. C) Nauta – poeta – nervus – poma. D) Pelagus – lupus – humus – filiae. E) Magistra – magister – scriba – filia. GABARITO 1. Analise as afirmativas a seguir: I. A língua latina apresenta como uma de suas características gramaticais a flexão dos substantivos conforme a declinação à qual pertencem. II. Na flexão dos substantivos em latim, a terminação da palavra corresponde à vogal temática e à desinência de caso. III. O latim apresenta apenas três declinações, tal como os verbos em português podem possuir três vogais temáticas. Está correto apenas o que se afirma em: A alternativa "D " está correta. As afirmativas I e II estão corretas, porque o latim é uma língua na qual os nomes apresentam flexão, como ocorre com os substantivos, sendo essa flexão realizada de forma sintética por meio de terminações nas quais são marcadas as variações de gênero, número e caso. Os substantivos se distribuem em cinco grupos ou declinações a partir da sua vogal temática e da desinência de caso. Assim, diferentemente do que se afirma na proposição III, as declinações em latim são em número de cinco e não se limitam a três vogais temáticas ou conjugações, como, por exemplo, os verbos em português. 2. Assinale a alternativa que apresenta somente substantivos da primeira declinação. A alternativa "A " está correta. Na primeira declinação, os substantivos apresentam vogal temática –a. Assim, no nominativo singular, temos os substantivos da primeira declinação poeta (poeta), regina (rainha), magistral (professora) e filia (filha). Nas demais alternativas, temos tanto substantivos da primeira quanto da segunda declinações. Os substantivos vir (homem), nervus (nervo), poma (frutos), pelagus (mar), lupus (lobo), humus (terra) e magister (professor) são todos da segunda declinação. MÓDULO 3 O VERBO NA LÍNGUA LATINA Identificar as principais características do sistema verbal latino A ESTRUTURA DO VERBO Comecemos tentando recordar a estrutura dos verbos na língua portuguesa, algo que você certamente já estudou. Os verbos são compostos da seguinte forma: Unidades mórficas chamadas de radical (R), que traz o significado; Vogal temática (VT), responsável pelo agrupamento dos verbos nas conjugações; Desinência modo-temporal (DMT), que indica os tempos e o modos nos quais o verbo está conjugado; Desinência número-pessoal (DNP),indicadora da pessoa e do número. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Vamos ver isso de forma prática? Verbo Radical VT DMT DNP estudavam estud a va m falemos fal e mos partirás part i ra s Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal No primeiro exemplo, vemos que estudavam é a forma conjugada de um verbo da primeira conjugação, como nos informa a vogal temática -a. A desinência modo-temporal é -va-, indicadora do imperfeito do indicativo, enquanto a desinência número-pessoal -m mostra que está na terceira pessoa do plural. O segundo exemplo também nos traz um verbo de primeira conjugação, pois reconhecemos que o infinitivo é falar. Mas veja que a vogal temática está ausente. Mediante observação da desinência modo-temporal -e-, podemos afirmar que o verbo está no presente do subjuntivo. Por fim, a desinência número-pessoal -mos informa que está na primeira pessoa do plural. No último exemplo, notamos que o radical é part-. A vogal temática -i- nos mostra que é um verbo de terceira conjugação. A desinência modo-temporal -ra- é do futuro do presente do modo indicativo, enquanto a desinência número-pessoal -s indica a segunda pessoa do singular. Conseguiu reavivar em sua mente a estrutura do sistema verbal do português? No latim, é muito parecido. Vamos ver que os verbos podem variar em aspecto, modo, tempo, pessoa, número e voz. Eles também são agrupados em conjugações de acordo com sua vogal temática. As inúmeras possibilidades deixaram você confuso? Calma! Existe uma organização e uma lógica para o uso das flexões. Está na hora de entender essa lógica. O ASPECTO NO SISTEMA VERBAL LATINO Observe a diferença entre os dois exemplos: Latim Português Nauta mare amat. O marinheiro ama o mar. Puella donum amavit. A menina amou o presente. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Nas duas orações, encontramos o verbo amare (amar), mas observe que, na primeira oração, o radical é am-; na segunda, amav-. Existe aí não só uma diferença na forma, mas também no sentido. Enquanto amat traz a noção de algo que acontece agora, amavit tem um sentido de alguma coisa que já aconteceu. Isso mostra que há uma diferença também de aspecto. Em latim, portanto, teremos os tempos do infectum, que indicam ações não concluídas, como o presente, o imperfeito e o futuro; e os tempos do perfectum, com ações completas, como o perfeito ou o mais-que-perfeito. Os tempos verbais podem ser agrupados em dois grupos, indicando um aspecto do enunciado: o infectum (não feito) e o perfectum (feito, realizado). Você seguramente notou que o radical do infectum é um (am-) e o do perfectum, outro (amav-). Podemos concluir, com isso, que a diferença de aspecto em latim tem uma marca morfológica, não sendo apenas semântica. O MODO NO SISTEMA VERBAL LATINO Há em latim três modos verbais que podem variar em pessoa e número, assim como em português. São eles: indicativo, imperativo e subjuntivo. Existe também um modo invariável que não sofre flexão: o Infinitivo. Usamos o indicativo em orações que expressam a realidade. É o modo adequado para a construção de orações independentes ou principais. Já o subjuntivo é empregado para indicar a dúvida, a hipótese ou a irrealidade e também para construir orações subordinadas que podem ser introduzidas ou não por uma conjunção subordinativa. O imperativo, você já sabe que indica ordem ou pedido. Observe as diferenças: Latim Português Pueri exercitium faciunt. Os meninos fazem o exercício. Vt pueir exercitium faciant. Para que os meninos façam o exercício. Pueri, exercitium facite. Meninos, fazei o exercício. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal O verbo é o mesmo: facere (fazer). Contudo, faciunt, no modo indicativo, denota certeza; faciant, no modo subjuntivo, indica a dúvida; e facite, no imperativo, expressa ordem. O TEMPO NO SISTEMA VERBAL LATINO Os tempos são três: presente, pretérito e futuro. O presente é usado para indicar que algo acontece no momento em que se fala. O pretérito ou perfeito mostra alguma coisa que se desenrola após o momento do discurso; e o futuro, aquilo que ainda está para acontecer. Você já percebeu que existe uma associação entre tempos e modos? Eles sempre estão juntos. É exatamente a união entre eles que possibilita as várias flexões que acontecem no sistema verbal tanto em latim como em português. Na língua latina, podemos ter o presente, o imperfeito, o perfeito e o mais-que-perfeito tanto no indicativo quanto no subjuntivo, mas o futuro, diferentemente do português, só existe no indicativo. Vejamos um exemplo de cada tempo: Latim Português Agricola flores serit. O agricultor planta flores. Agricola flores sevit. O agricultor plantou flores. Agricola flores seret. O agricultor plantará flores. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal AS CONJUGAÇÕES Já falamos que os verbos são agrupados tendo por critério o tema, ou seja, a união da vogal temática ao radical. Denominamos conjugações justamente esses agrupamentos. Em português, você sabe que existem três conjugações, porém, em latim, elas são quatro. Primeira conjugação: os verbos de primeira conjugação se caracterizam por ter vogal temática -a-, como ornare (enfeitar) Segunda conjugação: os verbos de segunda conjugação têm vogal temática -ē-, como docēre (ensinar) Terceira conjugação: os verbos na terceira conjugação possuem a vogal temática -ĕ- (breve), como pellĕre (afastar) Quarta conjugação: os verbos de quarta conjugação apresentam a vogal temática -i-, como scire (saber, conhecer). Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal SAIBA MAIS Você deve ter notado que existem sinais em cima da vogal -e-. São sinais de quantidade. Em latim, as vogais podiam ser breves (ă, ĕ, ĭ, ŏ, ŭ) ou longas (ā, ē, ī, ō, ū). A vogal longa era pronunciada no dobro do tempo de uma breve. Assim, temos os sinais para marcar a quantidade. Em português, não faz diferença se demoramos mais ou menos para pronunciar a vogal. Em latim, isso era muito importante, pois distinguia-se a vogal temática dos verbos de segunda e terceira conjugações. Mas fique atento! O sinal de breve ou longa não é utilizado em todos os verbos. Por isso, nós vamos aprender a diferenciá-lo, mesmo sem a presença dele. Na terceira declinação dos nomes, as vogais podem sofrer alteração, transformando-se em outra vogal. Na terceira conjugação dos verbos, isso também vai acontecer, como veremos mais adiante. Se você for curioso e procurar um verbo no dicionário de latim, vai observar que ele não aparece no infinitivo (amar, comer, dormir), como em língua portuguesa. O verbete mostra um paradigma em cinco partes que representam os tempos primitivos. A partir deles, podemos conjugar os verbos em todos os tempos e modos. Além disso, o paradigma nos informa todas as modificações que o radical possa sofrer. Então, no dicionário, vamos encontrar o verbo enfeitar (ornare) da seguinte forma: ORNO, -as, -are, -avi, -atum. Ornar, enfeitar. Equipar. O paradigma mostra também a conjugação do verbo. Se observarmos a segunda e a terceira formas (-as, -are), veremos que a vogal temática -a- se repete. Essa repetição indica que o verbo é de primeira conjugação. Vamos ver o que cada uma das cinco formas do paradigma representa? Forma brev. Forma completa Identificação Tradução orno orno 1ª. pessoa do singular do presente do indicativo enfeito -as ornas 2ª. pessoa do singular do presente do indicativo enfeitas -are ornare Infinitivo enfeitar -avi ornavi 1ª. pessoa do singular do perfeito do indicativo enfeitei -atum ornatum Supino para enfeitar Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal SUPINO Supino é uma forma nominal substantiva. Cardoso (2006, p. 67) explica que “o supino é um antigo nome verbal em -tu. Muito utilizadona época arcaica, teve seu uso bastante javascript:void(0) reduzido no período clássico, quando apenas dele sobreviveram um acusativo em -um e um ablativo em -u (ex.: laudatum, laudatu)”. O supino, assim, constituiria um dos radicais do verbo latino. Essa ordem é fixa para todos os verbos. Para quem ainda ficou em dúvida, vamos tentar resumir: Paradigma Repetição Conjug. Trad. ORNO, -as, -are, avi, - atum Repetição do a em as, are primeira enfeitar DOCEO, -es, -ere, docui, doctum Repetição do e em es, ere segunda ensinar PELLO, -is, -ere, pepuli, pulsum Não repetição em is, ere terceira afastar SCIO, -is, -ire, -ivi, -itum Repetição do i em is, ire quarta saber Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal OS TEMPOS DO INFECTUM Sabemos que, em latim, os tempos são três: presente, pretérito e futuro. Eles se juntam aos modos para formar o sistema verbal. No infectum, teremos cinco tempos. Vamos a eles! O presente do indicativo (orno = enfeito) e o presente do subjuntivo (ornem = enfeite) equivalem aos mesmos tempos em língua portuguesa. O imperfeito do indicativo (ornabam = enfeitava) também deve ser traduzido pelo mesmo tempo em português. O imperfeito do subjuntivo (ornarem) equivale a dois tempos portugueses: o imperfeito do subjuntivo (enfeitasse) ou o futuro do pretérito (enfeitaria). Só existe futuro, na língua latina, no indicativo, e ele é chamado de futuro imperfeito (ornabo), cuja tradução deve ser feita pelo futuro do presente (enfeitarei) ou pelo futuro do subjuntivo (enfeitar). O quadro a seguir traz de forma esquemática os tempos latinos e os correspondentes em português: TEMPOS DO INFECTVM Latim Português presente do indicativo presente do indicativo imperfeito do indicativo imperfeito do indicativo futuro imperfeito do indicativo futuro do presente futuro do subjuntivo presente do subjuntivo presente do subjuntivo imperfeito do subjuntivo imperfeito do subjuntivo futuro do pretérito Quadro: Tempos verbais do infectum. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Vejamos alguns exemplos de frases em que aparecem verbos conjugados em cada um dos tempos acima, respeitando a ordem em que se apresentam: Latim Português Magister discipulos docet. O professor ensina os alunos. Puella canere sciebat. A menina sabia cantar. Sacerdotes aram deae ornabunt. Os sacerdotes enfeitarão o altar da deusa. Ama ut solitudinem pellas. Ama para que afastes a solidão. Si ego canere scirem, felix essem. Se eu soubesse cantar, seria feliz. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Você deve ter notado que a estrutura do verbo latino é igual à estrutura do português, sendo formada pelo radical (R), pela vogal temática (VT), pelo sufixo modo-temporal (SMT), que nós chamamos, em português, de desinência modo-temporal, e a desinência número-pessoal (DNP). Veja este quadro: Verbo Radical VT SMT DNP docet (ensina) doc e - t sciebat (sabia) sc i (e)ba t ornabunt (enfeitarão) orn a b(u) nt pellas (afastes) pell - a s scirem (soubesse) sc i re m Quadro: Estrutura do verbo latino. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Os tempos do infectum, portanto, apresentam a seguinte estrutura: R do infectum + VT + SMT + DNP. A FORMAÇÃO DA VOZ ATIVA NOS TEMPOS DO INFECTUM Você sabe que, em português, identificamos a pessoa do discurso (primeira, segunda ou terceira) e o número (singular ou plural) graças à desinência número-pessoal (DNP). Em latim, isso também acontece, mas as DNPs, nos tempos do infectum, ainda servem para indicar a voz (ativa ou passiva). Quando o sujeito é empregado como agente da ação verbal, temos uma oração na voz ativa. Todos os exemplos vistos no item anterior são de frases na voz ativa compostas pelas seguintes desinências: DNP dos tempos da voz ativa Pessoa Singular Plural Primeira -o, -m -mus Segunda -s -tis Terceira -t -nt Quadro: Desinências número-pessoais (DNP) da voz ativa do infectum. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Vejamos então como se comporta um verbo da primeira conjugação na voz ativa: pres. do ind. enfeito imperf. do ind. enfeitava fut. imperf. enfeitarei ou enfeitar pres. do subj. enfeite imperf. subj. enfeitasse ou enfeitaria orno ornabam ornabo ornem ornarem ornas ornabas ornabis ornes ornares ornat ornabat ornabit ornet ornaret ornamus ornabamus ornabimus ornemus ornaremus ornatis ornabatis ornabitis ornetis ornaretis ornant ornabant ornabunt ornent ornarent Quadro: Paradigma do infectum – voz ativa: 1a conjugação: ORNO, -as, -are, -aui, -atum. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA NOS TEMPOS DO INFECTUM A voz passiva é usada quando o sujeito é o paciente da ação verbal, como podemos observar nestes exemplos: Latim Português Arae a sacerdotibus ornabuntur. Os altares serão enfeitados pelos sacerdotes. Solitudo amore pellitur. A solidão é afastada pelo amor. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Você deve ter notado que, em latim, temos apenas um verbo (adornabuntur e pellitur), enquanto, em português, há uma construção com dois verbos (serão enfeitados e é afastada). Na nossa língua, ocorre uma formação analítica da voz passiva com o emprego do verbo ser acrescido de um verbo no particípio passado. Em latim, a construção é sintética, fazendo-se por meio da simples troca das desinências número-pessoais da ativa pelas da passiva, conforme o quadro seguinte: DNP dos tempos da voz passiva Pessoa Singular Plural Primeira -r -mur Segunda -ris -mini Terceira -tur -ntur Quadro: Desinências número-pessoais (DNP) da voz passiva do infectum. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal OS TEMPOS DO PERFECTUM Como vimos, encontramos no perfectum os tempos de ação conclusa. Ele também conta com cinco tempos: O perfeito do indicativo (ornavi = enfeitei ou tenho enfeitado) e o perfeito do subjuntivo (ornaverim = tenha enfeitado) equivalem aos mesmos tempos em língua portuguesa. O mais- que-perfeito do indicativo (ornaveram = enfeitara ou tinha enfeitado) também deve ser traduzido pelo mesmo tempo em português. Já o mais-que-perfeito do subjuntivo (ornavissem) equivale a dois tempos portugueses: o mais-que-perfeito do subjuntivo (tivesse enfeitado) ou o futuro do pretérito composto (teria enfeitado). No futuro perfeito do indicativo (ornavero), por fim, a tradução deve ser feita pelo futuro do presente composto (terei enfeitado) ou pelo futuro composto do subjuntivo (tiver enfeitado). O quadro a seguir traz, de forma esquemática, os tempos latinos e os correspondentes em português: TEMPOS DO PERFECTVM Latim Português Perfeito do indicativo Perfeito do indicativo simples Perfeito do indicativo composto Mais-que-perfeito do indicativo Mais-que-perfeito do indicativo simples Mais-que-perfeito do indicativo composto Futuro perfeito do indicativo Futuro do presente composto Futuro composto do subjuntivo Perfeito do subjuntivo Perfeito do subjuntivo Mais-que-perfeito do subjuntivo Mais-que-perfeito do subjuntivo Futuro do pretérito composto Quadro: Tempos verbais do perfectum. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A FORMAÇÃO DA VOZ ATIVA NO PERFECTUM A estrutura dos tempos do perfectum é mais simples do que a do infectum. Precisaremos do radical do perfectum, extraído da quarta forma dos verbos (DOCEO, -es, -ere, docui, doctum), tirando o –i que representa a DNP. Ao radical são acrescidoso SMT do tempo escolhido e a DNP, conforme vemos nos exemplos a seguir: Latim Português Flores hortum ornaverunt. As flores enfeitaram o jardim. Homo animalem pepulerat. O homem afastara o animal. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Vejamos então como se comporta um verbo da primeira conjugação na voz ativa: pres. do ind. tenho enfeitado imperf. do ind. tinha enfeitado fut. imperf. tiver enfeitado pres. do subj. tenha enfeitado imperf. subj. teria enfeitado ornaui ornaueram ornauero ornauerim ornauissem ornauisti ornaueras ornaueris ornaueris ornauisses ornauit ornauerat ornauerit ornauerit ornauisset ornauimus ornaueramus ornauerimus ornauerimus ornauissemus ornauistis ornaueratis ornaueritis ornaueritis ornauissetis ornauerunt ornauerant ornauerint ornauerint ornauissent Quadro: Paradigma do perfectum – voz ativa: 1a conjugação: ORNO, -as, -are, -aui, -atum. Elaborado por: Márcia Regina de Faria da Silva. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A FORMAÇÃO DA VOZ PASSIVA NO PERFECTUM A voz passiva do perfectum, em latim, tem a formação igual à da língua portuguesa, usando o verbo SVM, es, esse, fui (ser) nos tempos do infectum, unindo-o ao particípio passado de outro verbo. O particípio passado é formado pelo radical do supino, que é tirado da quinta forma do paradigma (ornatum rad. adornat-), ao qual se acrescenta a terminação -us para masculino, -a para feminino e -um para neutro. Vejamos alguns exemplos: Latim Português Hortus floribus adornatus est. O jardim foi enfeitado pelas flores. Animal ab homine pulsum erat. O animal fora afastado pelo homem. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal VERBO ESSE Os verbos regulares, por serem todos transitivos, são conjugados nas vozes ativa e passiva. O verbo esse (sum, es, fui, esse) é conjugado apenas na voz ativa, pois, por ser um verbo intransitivo, não possui voz passiva. Assim, podemos dizer que esse não se enquadra nas conjugações que temos visto. Trata-se de um verbo bem característico em função de sua significação (ser, estar, haver) e por ser bastante antigo no latim (CARDOSO, 2006, p. 89). Confira então a conjugação do verbo esse no infectum e no perfectum: INFECTVM pres. do ind. sou imperf. do ind. era fut. imperf. serei ou for pres. do subj. seja imperf. subj. fosse ou seria sum eram ero sim essem es eras eris sis esses est erat erit sit esset sumus eramus erimus simus essemus estis eratis eritis sitis essetis sunt erant erunt sint essent Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal PERFECTVM pres. do ind. fui ou tenho sido imperf. do ind. fora ou tinha sido fut. imperf. terei ou tiver sido pres. do subj. tenha sido imperf. subj. tivesse ou teria sido fui fueram fuero Fuerim fuissem fuisti fueras fueris Fueris fuisses fuit fuerat fuerit Fuerit fuisset fuimus fueramus fuerimus Fuerimus fuissemus fuistis fueratis fueritis fueritis fuissetis fuerunt fuerant fuerint fuerint fuissent Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal A partir da conjugação do verbo esse, podemos finalizar com duas frases latinas bem simples para exemplificarmos parte do que você acabou de ver: Petrus est bonus. (Pedro é bom) Maria est bona. (Maria é boa) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Assista agora a um vídeo que apresenta a estrutura do sistema verbal latino. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. CONSIDERE AS ORAÇÕES A SEGUIR: NAUTA MARE AMAT. PUELLA DONUM AMAVIT. A DIFERENÇA ENTRE AS DUAS FORMAS VERBAIS (AM- AT / AMAV – IT) INDICA QUE, NA PRIMEIRA ORAÇÃO, TEMOS ALGO QUE ACONTECE OU É PERMANENTE (MARINHEIRO AMA O MAR), ENQUANTO, NA SEGUNDA, TEMOS ALGO QUE JÁ SE SUCEDEU (A MENINA AMOU O PRESENTE). ESSA DISTINÇÃO APONTA A DIFERENÇA DE ASPECTO NOS VERBOS LATINOS, OU SEJA, TEMPOS RELACIONADOS COM AÇÕES NÃO CONCLUÍDAS E TEMPOS RELACIONADOS COM AÇÕES COMPLETAS. DESSE MODO, MARQUE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA ESSES DOIS CONCEITOS GRAMATICAIS. A) Infectum e perfectum. B) Presente e futuro do presente. C) Voz ativa e voz passiva. D) Subjuntivo e imperativo. E) Caso e declinação. 2. CONSIDERE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR: I. OS VERBOS REGULARES SÃO CONJUGADOS TANTO NA VOZ ATIVA QUANTO NA VOZ PASSIVA. II. O VERBO ESSE É UM VERBO REGULAR, PORTANTO, CONJUGADO NA VOZ ATIVA E PASSIVA. III. O VERBO ESSE É UM VERBO IRREGULAR, PORTANTO, CONJUGADO APENAS NA VOZ ATIVA. IV. NA ORAÇÃO “PETRUS EST BONUS” (PEDRO É BOM), A FORMA VERBAL EST CORRESPONDE AO PRESENTE DO INDICATIVO DO VERBO ESSE (SUM, ES, FUI, ESSE). ESTÁ CORRETO APENAS O QUE SE AFIRMA EM: A) I e II B) I, II e III C) I, III e IV D) II e III E) II, III e IV GABARITO 1. Considere as orações a seguir: Nauta mare amat. Puella donum amavit. A diferença entre as duas formas verbais (am- at / amav – it) indica que, na primeira oração, temos algo que acontece ou é permanente (marinheiro ama o mar), enquanto, na segunda, temos algo que já se sucedeu (a menina amou o presente). Essa distinção aponta a diferença de aspecto nos verbos latinos, ou seja, tempos relacionados com ações não concluídas e tempos relacionados com ações completas. Desse modo, marque a alternativa que apresenta esses dois conceitos gramaticais. A alternativa "A " está correta. Os tempos verbais no latim estão agrupados a partir de dois aspectos: o não feito (infectum) e o feito ou realizado (perfectum). Assim, o infectum e o perfectum correspondem ao aspecto do verbo. A alternativa B não deve ser assinalada, porque apresenta apenas distinção entre dois tempos verbais relacionados com algo ainda não feito. A opção C refere-se apenas à distinção da voz verbal. A D está relacionada com distinções de modo verbal. A opção E, por fim, apresenta dois conceitos gramaticais relacionados com o nome, e não com o verbo. 2. Considere as afirmativas a seguir: I. Os verbos regulares são conjugados tanto na voz ativa quanto na voz passiva. II. O verbo esse é um verbo regular, portanto, conjugado na voz ativa e passiva. III. O verbo esse é um verbo irregular, portanto, conjugado apenas na voz ativa. IV. Na oração “Petrus est bonus” (Pedro é bom), a forma verbal est corresponde ao presente do indicativo do verbo esse (sum, es, fui, esse). Está correto apenas o que se afirma em: A alternativa "C " está correta. Verbos regulares são conjugados na voz ativa e passiva. O verbo esse é um verbo irregular; por isso, diferentemente dos verbos regulares, ele será conjugado apenas na voz ativa. No presente do indicativo, o verbo esse se conjuga da seguinte forma: sum (sou), es (és), est (é), sumus (somos), estis (sois), sunt (são). Assim, na oração Petrus est bonus, temos a forma verbal est na segunda pessoa do presente do indicativo. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Trouxemos neste conteúdo uma visão ampla a respeito dos principais pontos dos aspectos gramaticais do nome e do verbo latino, visando ao entendimento da estrutura básica da língua latina e objetivando o despertar para o estudo dessa língua tão antiga, rica e formadora de nossa língua materna. Conhecemos ainda a noção de caso e como os seis casos latinos se relacionam com as funções sintáticas em língua portuguesa. Também estudamos as principais características das cinco declinações que agrupam, por meio da vogal temática, os substantivos latinos. Desse modo, podemos entender o funcionamento das classes nominais declináveis. Por fim, observamos os pontos principais do sistema verbal latino, como o aspecto, o modo, o tempo, a pessoa, o número e a voz, identificando a formação morfológica dos tempos do infectum e do perfectum. Tudo isso nos permite identificar a sobrevivência das estruturas tanto nominais quanto verbais da língua latinana língua portuguesa. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS CARDOSO, Z. de A. Iniciação ao latim. 6. ed. São Paulo: Ática, 2006. EXPLORE+ Gostou de estudar a língua latina? Quer conhecer as demais classes de palavras e aprender a traduzir textos latinos com muitos exemplos práticos de cada tópico gramatical? Sugerimos o e-book Latim sem mistério: curso básico, de Márcia Silva. O e-book Língua latina: estudos teóricos para a prática, de Elisa Souza e Waldinett Torres, disponibilizado gratuitamente pela UEPA, é mais uma alternativa para você consultar outros conteúdos de gramática latina. 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