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Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco Reflexos Medulares: → é uma resposta estereotipada a determinados estímulos com objetivo de proteger o organismo. Depende exclusivamente da medula espinal, mas há participação do córtex cerebral (efeito inibitório do reflexo: a amplitude do reflexo demora mais e tem menor amplitude). COMPONENTES: a. Estímulo; b. Receptor; c. Via aferente (leva a informação da periferia); d. Circuito medular; e. Via Eferente (manda a resposta para a periferia); f. Efetor; g. Resposta Receptores envolvidos: RECEPTORES INERVADOS POR FIBRAS DO TIPO IA, IB ou II - R. Fuso Muscular: proprioceptivo, dentro do músculo (está paralelo com as fibras do músculo: o que acontece com as fibras, acontece com o fuso). Tem a função de informar o comprimento estático do músculo e a velocidade de encurtamento desse músculo. A informação estática vai pro SNC por fibras do tipo II (fibras não tão rápidas quanto as IA, que carregam a informação da velocidade do encurtamento para o SNC). - Órgão Tendinoso de Golgi: está em série com o músculo, nos tendões. Está entre o músculo e sua inserção. Informa a tensão do músculo, por fibras do tipo IB. À medida que há contração e aumento da força do músculo, a tensão aumenta e a informação é transmitida por fibras do tipo IB. RECEPTORES NÃO INERVADOS - Nociceptores: receptores que percebem estímulos nocivos (dor). Não são inervados, pois são as próprias fibras (ADelta: mais rápidas ou C) Reflexo Miotático/de Estiramento Ocorre quando o músculo é estirado (estímulo para o reflexo ocorrer), a partir de uma força aplicada no seu tendão, com um martelo, por exemplo. Deve ser um estiramento bem rápido, para que o fuso muscular (inervado pelas fibras IA e II, vias aferentes), ao sofrer estiramento consequentemente. As fibras, que têm o corpo celular presente no gânglio, penetram na medula pelo corno dorsal. Dentro da medula, ela faz sinapse com um motoneurônio que inerva o músculo afetado. Esse neurônio motor (motoneurônio alfa) sai do corno ventral, levando a informação para o músculo e gerando contração do músculo afetado, se opondo ao estiramento. Isso protege o músculo contra o estiramento. No entanto, na prática, esse reflexo não é tão simples. A fibra IA vai Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco ter ramificações na medula, que se comunicam com interneurônios que vão inibir o motoneurônio dos músculos antagonistas (que se opõem a esse movimento). Ainda pode haver um terceiro caminho, que é o recrutamento da musculatura sinérgica. Isto é, os músculos que fazem o mesmo movimento que o músculo estimulado, e garantir que ele não seja estirado. A via eferente é sempre o motoneurônio alfa. Os efetores participantes são o músculo afetado, os antagonistas e os sinergistas. Reflexo do Órgão Tendinoso de Golgi (Miotático Inverso) Não é uma forma de reflexo Miotático, mas sua resposta é inversa a do reflexo Miotático. É um reflexo muscular, mas que seu receptor é o órgão tendinoso de golgi, presente nos tendões, inervados por fibras do tipo IB (via aferente). O estímulo para o OTG disparar é o aumento abrupto da tensão no tendão. As fibras, que têm o corpo celular presente no gânglio, penetram na medula pelo corno dorsal e se ramificam, pois precisam entregar informação para dois neurônios diferentes. A primeira resposta necessária é o relaxamento muscular: há sinapse com um interneurônio inibitório, que age inibindo o motoneurônio alfa (via eferente) que inerva o músculo afetado, não contraindo-o. Ao mesmo tempo, quer-se estimular a musculatura antagonista, se opondo ao movimento e garantindo o relaxamento e alongamento do músculo. Isso serve para proteger o músculo de uma contratura ou ruptura dos tendões. Os efetores desse reflexo são os agonistas (que relaxam) e os antagonistas (que contraem). Reflexo Flexor de Retirada O estímulo para que tenha um reflexo flexor de retirada é a dor. Esse estímulo é percebido pela fibra A Delta. As fibras, que têm o corpo celular presente no gânglio, penetram na medula pelo corno dorsal e se ramificam, pois precisam entregar informação para dois neurônios diferentes para flexionar o membro e afastá-lo da fonte dolorosa. Para isso, é necessário um interneurônio inibitório do motoneurônio alfa dos músculos extensores (relaxamento dos extensores), além de um interneurônio excitatório do motoneurônio alfa que inervam a musculatura flexora (contração dos flexores). Os efetores são os extensores e os flexores. Reflexo de Extensão Cruzada É um tipo de reflexo flexor de retirada, mas o membro inferior é o membro afetado. Só que, é necessário que haja a garantia de sustentação do corpo com o outro membro inferior não-afetado, para que não caia em cima da fonte dolorosa. Para isso, a informação Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco deve gerar extensão na perna contralateral. Dessa forma, a via aferente do tipo A Delta interpassa a informação lateralmente a medula, a partir de interneurônios, levando-a para o outro corno ventral correspondente a outra perna. Esses neurônios estimulam outros interneurônios excitatórios que estimulam a musculatura extensora da outra perna, e interneurônios inibitórios que relaxam a musculatura flexora da outra perna. A resposta será a extensão do membro oposto para manter o equilíbrio na hora de retirar a outra perna do chão. Assim como no reflexo de retirada, as fibras, que têm o corpo celular presente no gânglio, penetram na medula pelo corno dorsal e se ramificam, pois precisam entregar informação para dois neurônios diferentes para flexionar o membro e afastá-lo da fonte dolorosa. Para isso, é necessário um interneurônio inibitório do motoneurônio alfa dos músculos extensores (relaxamento dos extensores), além de um interneurônio excitatório do motoneurônio alfa que inervam a musculatura flexora (contração dos flexores). Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco 5. QUESTÕES RELACIONADAS À AULA PRÁTICA DE REFLEXOS MEDULARES 1) Qual a função do corno dorsal da medula espinhal e do gânglio da raiz dorsal? 2) Os reflexos e o controle motor voluntário são sistemas inteiramente separados? 3) Porque as funções medulares espinhais abaixo da lesão diminuem ou são perdidas imediatamente após uma lesão medular espinhal? Desenhe os possíveis locais que podem estar comprometidos neste caso. 4) Porque reações reflexas relacionadas à ativação do fuso muscular ficam aumentadas abaixo do nível da lesão medular? 5) Que reflexos avaliados na aula prática estariam intactos ou alterados e de que forma esta alteração ocorreria, com uma lesão no nervo sensório-motor ao nível do segmento medular C5. 6) Examinando-se um paciente com trauma raquimedular (TRM), constatou-se que o reflexo calcâneo estava abolido, enquanto o patelar estava preservado. Onde está a lesão? Bibliografia sugerida para consulta: KANDEL, Eric R. Princípios de neurociências. Quinta edição. Editora Artmed. 2014. LUNDY-EKMAN, Laurie – Neurociência. Fundamentos para a reabilitação. Editora Elsevier. Quinta edição 2019. MARTIN, John H. Neuroanatomia, texto e atlas. Quarta edição. Editora Artmed. 2013. Livro on-line Neuroscience : Capítulo 1.3 Anatomy of the Nervous System – Neuroscience: Canadian 1st Edition (pressbooks.pub) Arthur Rodrigues Cardoso - Turma 150 Universidade Federal de Pernambuco Choque Medular: uma lesão súbita na medula promove um estado de arreflexia/hiporreflexia transitório, sendo substituído por hiperreflexia (automatismo medular) com o tempo. Os reflexos do nível da lesão para baixo são interrompidos. Sistema Autonômico e Reflexos: o sistema autonômico (parassimpático) têm comportamentos distintos a depender da fase do trauma medular: - Choque Espinal: hipotonia dos esfíncteres vesical e retal; - Automatismo Espinal: espasticidade dos esfíncteres. Neurônios eferentes do sistema parassimpático atuam no controle autônomo que promove os reflexos da micção, defecaçãoe ereção. Os corpos desses neurônios se encontram no corno intermédio lateral. O sistema parassimpático é responsável pela contração do músculo detrusor e relaxamento do esfíncter interno. Esse reflexo de micção (urinária) ocorre em resposta à distensão da parede da bexiga. Com a bexiga flácida, há demasiado armazenamento de urina a ponto de gotejar, pois não há contração para a urina sair. A mesma coisa ocorre na defecação: o sistema parassimpático é o responsável pela contração do colo e reto e relaxamento do esfíncter anal interno. Esse reflexo de defecação ocorre em resposta à distensão da parede do colo.
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