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AP - Administração Pública

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL – UAB 
INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS – IFNMG 
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEAD 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
O PATRIMONIALISMO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA 
Os primórdios do patrimonialismo português na gestão colonial 
O patrimonialismo no Brasil colonial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cristália-MG 
Março -2022
 
 
 
O PATRIMONIALISMO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA 
Os primórdios do patrimonialismo português na gestão colonial 
O patrimonialismo no Brasil colonial 
 
 
Fernanda Jacinta Dos Santos Duarte 
Márcia Aparecida Ferreira Ferraz 
Marli Cordeiro de Amorim 
Patrícia Dias Pereira Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado em cumprimento às 
exigências da disciplina Administração 
Pública, do curso Bacharelado em 
Administração Pública. Professora: Mestra 
Rosemary Barbosa da Silva Moura 
 
 
 
 
Cristália-MG 
 Março- 2022
O PATRIMONIALISMO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA. 
 
O autor Gelson Silva Junquilho, no seu livro “Teoria da Administração Pública” fala 
sobre conceitos importantes que envolvem o universo da administração pública e sua presença 
constante no cotidiano das pessoas. A proposta do livro é entender a atuação da administração 
pública desde os primórdios, compreendendo seu contexto em diversas ocasiões, levando o 
gestor público a uma reflexão para as possíveis tomadas de decisões na administração pública. 
O autor fala sobre o patrimonialismo na Administração Pública brasileira, que a 
Administração Pública brasileira teve seu surgimento na fase patrimonialista, com 
características do patrimonialismo estatal portuguesa. Na fase patrimonial o soberano como 
senhor do reino obtinha o poder político e econômico em suas mãos, em posse da coroa tinha 
sobre seu domínio grande patrimônio rural, não havia distinção do que era público ou privado, 
tudo pertencia ao monarca. O patrimônio da monarquia era provedor da renda para a 
manutenção da corte em geral. O rei era o senhor da guerra e das terras, sua relação com seus 
súditos era estritamente direta de mando e obediência. A administração territorial pertencia aos 
nobres administradores ou funcionários escolhidos pela indicação do rei. 
 Pensando na marcação de suas fronteiras e suas defesas contra possíveis invasões nas 
terras conquistadas, os primeiros governantes portugueses, orientavam os “Concelhos” 
conceder terras ao povo, para nelas habitar e permanecer, porém, com domínio absoluto do rei, 
aos foreiros cabia povoá-las, cultivá-las e defender as terras de ataques inimigos, a isenção 
tributária das terras era privilégio exclusivo da nobreza, os foreiros tinham que pagar tributos 
pela concessão das terras. 
A partir do século XIII o comércio marítimo passou a ser importante fonte de riquezas, 
onde a renda das terras já não era a fonte exclusiva. A administração naquela época era bem 
diferente dos dias atuais, o conjunto de pessoas privilegiadas chamados de estamentos eram 
funcionários que exerciam o poder junto ao monarca, passavam a ser merecedores de regalias, 
a indicação não é feita pelos conhecimentos técnicos e sim pelo interesse e indicação do rei. 
Falando sobre o patrimonialismo no Brasil Imperial, com a chegada da família real no 
Brasil o país viveu um estilo patrimonial e centralizador de Administração Pública, houve o 
deslocamento do Estado português para a Colônia, prevalecendo o patrimonialismo e 
favoritismo para o acesso aos cargos públicos no espaço imperial, os cargos públicos eram sinal 
de status com muitos benefícios e privilégios aos ocupantes. 
Após o descobrimento até a Revolução de 1930, é possível notar a centralidade do 
Estado nas decisões dos destinos econômicos, sociais e políticos. O Estado assumiu nessa época 
um modelo de gestão com características parecidas ao patrimonialismo, substituindo o domínio 
tradicional definido pelo quadro administrativo estatal, passando o domínio para as mãos dos 
fazendeiros, senhores de engenho e dos coronéis. Dessa forma o patrimonialismo no Brasil, 
gerou camadas políticas, que ficavam sempre como superiores e autoritárias em relação à 
sociedade civil. 
Os portugueses chegaram mais com a intenção de descobrir, conquistar e comercializar, 
do que colonizar, nos primeiros anos não demonstraram muito interesse nas terras, pelo fato de 
não ter encontrado riquezas minerais como ouro e prata, restando então o monopólio do Pau-
brasil, que era uma madeira farta na época. Preocupado com a cobiça de outros navegantes, 
Dom João III em 1.534, decidiu criar capitanias hereditárias, dividindo a terra em lotes e doava 
aos interessados nela estabelecer com recursos próprios, mas sob a tutela de Portugal. 
A Administração Pública descentralizada no Brasil começou com a capitania 
hereditária, onde as terras eram doadas e junto com a posse o estabelecimento dos direitos e 
deveres de cada donatário, com autonomia descentralizada de gestão, mas a coroa não abria 
mão de arrecadar impostos produzidos nas capitanias. Esse modelo descentralizado de 
administração não teve êxito, os ataques indígenas e invasões estrangeiras, deixaram muitos 
donatários mortos, fazendo com que muitos perdessem o interesse em seu território. 
O modelo de gestão Colonial descentralizada passou a ser centralizada com a criação 
do Governo-Geral, o primeiro governo nomeado Tomé de Souza em 1.548, quando foi fundada 
Salvador a primeira cidade e capital do Brasil, Bahia tornou-se a primeira capitania real 
pertencendo à família real e as demais capitanias sob o comando do Governo-Geral. 
Portanto, é possível notar marcas importantes da Administração Pública no período 
colonial, as experiências vividas nas capitanias hereditárias, à nomeação do Governo-Geral e 
todo processo em busca de uma eficiente gestão patrimonialista nas terras da Colônia. 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
JUNQUILHO, Gelson Silva. Teorias da Administração Pública. – Florianópolis: 
Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2010.

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