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@laismazzini AMOSTRAGEM NÃO PROBABILÍSTICA EM PESQUISA MERCADOLÓGICA A prática da amostragem é comumente adotada no departamento de qualidade de uma fábrica quando se retira uma amostra de um lote de produtos para verificar se ela está de acordo com os padrões de qualidade propostos, pois, se todas as peças do lote (universo) fossem verificadas, se gastaria muito tempo e recursos, desnecessariamente, inviabilizando o processo produtivo. Testar todas as peças se torna inviável quando o teste está relacionado com a durabilidade ou a resistência de um produto, por exemplo. A amostragem também é um termo corriqueiro nas pesquisas de marketing pelo uso de uma amostra que o pesquisador consegue generalizar os resultados da sua pesquisa para toda a população de um universo do qual essa amostra faz parte. É importante que essa amostra possua parâmetros ou características idênticas às da população do universo, pois só assim ela poderá ser considerada uma amostra representativa. ASSIMILE Amostra é uma parte da população de um universo que possui as mesmas características ou parâmetros de modo a representá-lo, fidedignamente, tornando possível generalizar os dados levantados com base nessa amostra para toda a população do universo da pesquisa. É importante que você saiba que, ao se adotar uma amostragem, inicialmente é preciso se definir a população da qual essa amostra será selecionada, de maneira que todos os elementos selecionados para a amostra estejam de acordo com os mesmos parâmetros e características da população. População é a denominação dada aos componentes de um universo que possuem as mesmas características em comum. Ao se adotar amostras em pesquisas mercadológicas, se reduz, consideravelmente, a necessidade de recursos para aplicá-la. Essa é a grande vantagem da amostragem: reduzir o número de participantes ao máximo, mantendo a sua representatividade pela semelhança dos parâmetros e das características desses elementos com os parâmetros e as características dos elementos do universo. → Desse modo, seriam reduzidos os custos com a impressão de questionários ou roteiros de pesquisa, assim como o de aplicadores ou entrevistadores, bem como o tempo da pesquisa seria reduzido. Além disso, vale ressaltar que, em alguns estudos, o produto investigado pode ser consumido ou destruído (como no caso das degustações), tornando a amostragem a única opção de pesquisa. Os casos de censo em pesquisa mercadológica não são comuns, nos quais todos os indivíduos do universo da pesquisa são ouvidos. → Exemplo de quando é possível se realizar um censo: uma empresa de recauchutagem de pneus que possui 50 borracharias como clientes e quer saber como anda a satisfação deles em relação aos preços praticados e aos prazos de entrega e de pagamento. Nesse caso, é mais recomendável que a empresa ouça todos os seus clientes, pois se trata de um número aceitável de possíveis entrevistados, o que viabiliza um censo que considere todo o universo. @laismazzini → Adotar um censo é indicado quando a população for muito reduzida ou quando existe a necessidade de levantamento de dados específicos de todos os elementos da população. Consideração que temos de ter antes de optarmos por uma amostragem ou por um censo ao realizarmos uma pesquisa de marketing. DOIS OS TIPOS POSSÍVEIS DE AMOSTRAGEM: a probabilística e a não probabilística. A amostragem probabilística usa e abusa das técnicas estatísticas e garante que cada elemento que compõe a população tem uma chance conhecida (e maior do que zero) de ser selecionado para compor a amostra. As amostragens não probabilísticas usam parâmetros ou critérios subjetivos para a sua seleção, quase sempre fundamentados na experiência do pesquisador ou nos objetivos da pesquisa, ou seja, em amostragens não probabilísticas, os elementos que vão compor a amostra não são escolhidos de forma aleatória, pois dependem do julgamento pessoal do pesquisador. SAMARA E BARROS (2007) APONTARAM TRÊS TÉCNICAS DISTINTAS DE AMOSTRAGEM NÃO PROBABILÍSTICAS: I. por conveniência; II. por julgamento e III. por cota. MALHOTRA (2011) TAMBÉM CONSIDERA ESSAS TRÊS TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM NÃO PROBABILÍSTICA E ACRESCENTA MAIS UMA DENOMINADA → autogerada. Técnica por Conveniência Os elementos da amostra são escolhidos de modo que seja mais conveniente ao pesquisador acessá-los, pois ele escolherá os indivíduos que estiverem mais próximos e dispostos a participarem da pesquisa. Em outras palavras, o respondente está, convenientemente, no local da pesquisa no momento em que os dados estão sendo levantados. Alguns pesquisadores usualmente adotam a técnica de amostragem de conveniência para conseguir quantidade elevada de participantes de modo mais rápido e com custo mais baixo. Exemplo: Um pesquisador precisa levantar o que as pessoas acham sobre o conforto oferecido no transporte coletivo, e para tanto segue até um ponto de ônibus e entrevista as pessoas que estão esperando a condução. Muito conveniente para esse pesquisador, você não acha? Pois é isso mesmo, essa é uma técnica que apresenta baixo custo e proporciona velocidade de levantamento dos dados, principalmente pela @laismazzini disponibilidade do respondente, afinal, a maioria das pessoas parece estar disposta a responder a uma pesquisa enquanto aguarda a sua condução, minimizando assim o tédio da espera. A adoção dessa técnica tem lá as suas limitações, pois, ao ir a um ponto de ônibus, é possível entrevistar tanto aquele usuário frequente, que usa a condução diariamente, como aquele usuário que raramente utiliza o transporte coletivo, por exemplo, uma pessoa que está de passagem pela cidade para visitar um parente. Esses dois respondentes possuem características muito diferentes, prejudicando a representatividade da amostra e impossibilitando assim a generalização dos resultados para a população de usuários de transporte coletivo. A amostragem não probabilística por conveniência só é indicada para pesquisas exploratórias, pois ela não permite ao pesquisador tirar conclusões sobre toda a população, não sendo recomendada a sua adoção para as pesquisas descritivas e causais. Técnica por Julgamento (ou intencional) O pesquisador seleciona intencionalmente a amostra de participantes, com base em um critério de julgamento pessoal, sempre considerando o grau de contribuição que o participante selecionado trará para a pesquisa, entendendo que ele (respondente selecionado) é o que apresenta a melhor condição para fornecer uma dada informação, demonstrando representatividade perante a população envolvida na pesquisa. → A amostragem não probabilística por julgamento tem um custo menor e é mais rápida, porém, ela não dá margem para generalizações para toda a população e é totalmente subjetiva, de maneira que errar ou acertar na escolha dos elementos da amostra dependerá da experiência do pesquisador. Técnica por Cota A amostragem por cota é uma técnica de baixo custo, que procura identificar a amostra dos participantes de uma determinada pesquisa por subgrupos compostos por elementos com características similares que são representativas em relação à população desse universo, por exemplo, sexo, idade ou formação acadêmica. Essa técnica é aplicada em dois estágios: → no primeiro, são definidas as características que serão base para a seleção dos participantes, e → no segundo consiste em selecionar os participantes e categorizá-los nos subgrupos de acordo com a cota definida. Imagine uma empresa que pretende entrevistar leitores de revistas sobre a saúde e o tratamento de cabelos, porém, quer fazer isso com mulheres de 25 a 35 anos e que residam na cidade do Rio de Janeiro. Essas são características facilmente encontradas nas frequentadoras de salões de cabeleireiro espalhados pelos bairros da cidade do Rio, e devem ser a melhoropção para selecionar as participantes dessa amostra. No caso desse exemplo, o pesquisador, por conta própria, pode estabelecer uma cota de entrevistados por zona da cidade, usando como parâmetro de divisão de cotas o número de habitantes em cada zona da cidade. Assim, se o pesquisador definiu que irá entrevistar 100 pessoas com essas características e quantificará cada cota de acordo com a população de cada zona da cidade, ele pode planejar entrevistar 15 mulheres, com idades entre 25 a 35 anos, da zona Oeste, 55 da Norte, 23 da Sul e 7 da Central. @laismazzini A amostragem por cota é a que mais se aproxima, em termos de resultados, das amostragens probabilísticas, pois ela considera amostras com maior representatividade. Porém, ela é limitada (como todas as amostragens não probabilísticas), principalmente, por não permitir uma avaliação do erro de amostragem. Ou seja, apesar de ser uma opção boa e com menor custo para elevar o grau de representatividade da amostra, a amostragem não probabilística por cota só é recomendada quando não existe preocupação ou necessidade de controle do erro amostral. Técnica Autogerada É aquela em que se seleciona, aleatoriamente, participantes com determinadas características para participar da pesquisa e solicita-se a eles que indiquem novos participantes que possuam as mesmas características e, de preferência, que possuam capacidade para responder a questões relacionadas aos objetivos da pesquisa. Essa técnica de amostragem é indicada quando se pretende estudar características consideradas incomuns ou difíceis de serem encontradas na população do universo em questão. Ela também recebe o nome de técnica bola de neve, pela sua sistemática de indicação dos participantes, que usualmente apontam participantes com características semelhantes às suas, elevando, consideravelmente, a chance de encontrar indivíduos que possuam as características desejadas no universo, mesmo que essas características sejam incomuns, raras ou de difícil acesso. Pense em uma editora que pretende relançar uma saga consagrada e mitológica dos quadrinhos de um superherói, em um formato para colecionadores, porém, não encontrou lista pronta que pudesse localizar essa população. Para facilitar esse trabalho de seleção da amostra, a editora solicitou aos poucos fãs selecionados para participarem desse levantamento, que eles indicassem pessoas com esse mesmo perfil. Pela afinidade da preferência por quadrinhos é bem provável que o participante conheça mais uma ou duas pessoas nessa mesma condição, elevando, consideravelmente, a amostra com participantes de alto valor representativo no universo dessa pesquisa. @laismazzini Referência: Pesquisa Mercadológica - Márcio de Cassio Juliano
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