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HABEAS CORPUS PARA TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CRIMINAIS DA COMARCA DE MACAPÁ – (estado).
Processo nº_____________________
(nome do advogado), advogado inscrito na OAB/____, sob o nº _____, com escritório profissional na Rua_____________, nº______, bairro, cidade, estado, onde recebe intimações e notificações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição da República Federativa do Brasil, bem como no artigo 648, inciso I, do Código de Processo Penal, impetrar o presente pedido de concessão de ordem de
HABEAS CORPUS PARA TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL
em favor do paciente JOÃO, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no RG sob o nº.________, e no CPF/MF sob o n.º _______, residente e domiciliado na Rua_________, número, bairro, cidade, estado, CEP, por estar sofrendo constrangimento ilegal por parte do EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DA ___ DELEGACIA DE POLÍCIA DE ______ (inquérito n.º ______________), pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
I. DOS FATOS
Ao desembarcar no aeroporto da cidade de Macapá – AP, no dia 22 de agosto de 2022, o requerente foi à esteira de bagagens e retirou uma mala de cor preta, idêntica à sua. Entretanto, ao chegar no saguão do aeroporto, ele foi surpreendido por agentes de segurança, que, após confirmarem que a mala pertencia a outra pessoa, prenderam-no em flagrante pelo crime de furto.
Após ouvir o preso, o delegado de polícia lavrou auto de prisão em flagrante, e João foi liberado mediante o pagamento de fiança, tendo-se iniciado, assim, um inquérito policial para a apuração do crime de furto.
II. DO DIREITO
Em conformidade com o artigo 20, caput, do Código Penal, erro de tipo é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos constitutivos do tipo penal. A conduta do paciente em questão condiz com a excepcionalidade.
O Fato atípico não é crime, pois não há previsão na Lei, a lei não comina pena ou intervenção do Estado pelo fato determinado.
	Ademais o artigo 5°, inciso XXXIX, da Constituição Federal diz que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal, da mesma forma que também é citado no artigo 1º do Código Penal, que: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal”.
	Ainda, substancia a alegação acompanhada pelo artigo 648, inciso I, do Código Processo Penal no qual enfatiza que: “A coação considerar-se-á ilegaI quando não houver justa causa”.
Feitas essas considerações, fica claro que a conduta em tese praticada pelo paciente JOÃO não se amolda em nenhuma descrição típica, não havendo, então, que se falar na prática de crime por absoluta atipicidade e, por isto, sendo desnecessária a manutenção do presente inquérito policial.
III. DO PEDIDO
Excelência, é inegável que a prisão em flagrante do requerente fora ilegal. Como se percebe na descrição dos fatos, ele imaginou que estava pegando a sua mala, e não a de outra pessoa. Logo, procedeu em erro de tipo, nos termos do art. 20 do Código Penal.
Além disso, o artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, manifesta que: “Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.”
É para esses casos que deve se conceder o trancamento do inquérito policial, em sede de ação constitucional habeas corpus, medida excepcional, mas admissível quando, de plano, se constata falta de justa causa para o seu prosseguimento em razão da atipicidade do fato imputado ao investigado. 
Ante o exposto, requer seja concedida a ordem de habeas corpus para o trancamento do inquérito policial n.º ___________________________,que tramita em desfavor do paciente JOÃO em razão da evidente atipicidade da conduta.
Termos em que,
Pede deferimento.
Cidade, dia, mês e ano.
 (nome do advogado) __
OAB/ (estado) n.º __________

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