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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO DIRETORIA DE CIÊNCIAS EXATAS CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROJETO INTEGRADO – PROJETO INTEGRADOR EM MATERIAIS E PROCESSOS PROCESSO DE METALURGIA DO PÓ ALUNO: MARIA ELIANA BEZERRA DA SILVA RA: 1421205482 SÃO PAULO 2022 AUTOR: MARIA ELIANA BEZERRA DA SILVA PROCESSO DE METALURGIA DO PÓ Pesquisa apresentada à Universidade Nove de Julho – UNINOVE, parte da disciplina de PROJETO INTEGRADOR DE MATERIAIS E PROCESSOS. PROFESSOR RAFAEL URNHANI BATISTA DA SILVA SÃO PAULO 2022 RESUMO A metalurgia do pó é um processo de fabricação que produz peças tendo como matéria- prima pó metálico ou não. A metalurgia do pó é um processo em que a economia de material é levada ao extremo, com mínimas perdas de matéria-prima (as perdas na usinagem convencional, por exemplo, podem chegar a 50%). Certas ligas podem ser obtidas pela metalurgia do pó a custos várias vezes inferiores do que se fossem produzidas pela metalurgia convencional. A possibilidade de conjugar peças simples e partes sinterizadas também representa um importante fator de economia de custos, com preservação de qualidade do produto final. Basicamente, os pós metálicos são prensados em ferramental apropriado com posterior aquecimento sob condições controladas a temperaturas abaixo do ponto de fusão do metal base para promover ligação metalúrgica entre as partículas na Metalurgia do pó e sinterização. A consideração dos aspectos econômicos da Metalurgia do pó e sinterização torna ainda mais significativos quando se fabricam peças de formas complexas, tolerância dimensionais rigorosas e grandes lotes de produção. Mais à frente veremos com mais detalhes o processo, suas vantagens e desvantagens, além do seu desenvolvimento ao longo da história. SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO ..........................................................................................1 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................2 3.CONCLUSÃO ..........................................................................................14 4.REFERÊNCIAS........................................................................................16 1. INTRODUÇÃO Base histórica Embora pesquisas arqueológicas mostrem que o homem já produzia armas, lanças e ferramentas a partir de aglomerados de ferro, há cerca de 6000 anos a.C., somente no século XIX foram dados os primeiros passos para o desenvolvimento da moderna metalurgia do pó. O ano de 1829 representa um marco na história da metalurgia do pó, pois data desse período a produção de peças de platina maleável, material que até então não podia ser processado por fundição normal, em razão do seu alto ponto de fusão (cerca de 1.775°C). No início do século XX, foram desenvolvidos processos para obtenção de peças de tungstênio e de molibdênio por sinterização. Mas a produção só se expandiu mesmo após a Segunda Guerra Mundial, para atender à demanda indústria automobilística. A metalurgia do pó é uma alternativa que torna possível a produção com uma única prensa e um operador, com o máximo aproveitamento da matéria-prima. Essa tecnologia baseia- se na prensagem de pós em moldes metálicos e consolidação da peça por aquecimento controlado. O resultado é um produto com a forma desejada, bom acabamento de superfície, composição química e propriedades mecânicas controladas. 2. DESENVOLVIMENTO Processo de Metalurgia do pó consiste das seguintes operações: 1. Produção do pó; 2. Mistura (“blending”: composição química igual; “mixing”: composição química diferente); 3. Compactação; 4. Sinterização 5. Operações de acabamento Sinterização Basicamente, a sinterização é um processo de estado sólido ou líquido, ocorrendo ligação química e metalúrgica das partículas do pó no sentido de eliminar ou diminuir a porosidade existente no compactado verde, formando um corpo coerente provido das propriedades físicas primárias do sinterizado. 1 A possibilidade de conjugar peças simples e partes sinterizadas também representa um importante fator de economia de custos, com preservação de qualidade do produto final. O controle exato da composição química desejada do produto final, a redução ou eliminação das operações de usinagem, o bom acabamento de superfície, a pureza dos produtos obtidos e a facilidade de automação do processo produtivo são alguns dos motivos que tornaram a metalurgia do pó uma fonte produtora de peças para praticamente todos os ramos da indústria, como o automobilístico, o de informática, o aeroespacial, o de material eletroeletrônico, o de equipamentos e implementos agrícolas, o têxtil e tantos outros. Sinterização implica geralmente em retração e densificação. No entanto, alguns produtos sinterizados podem ser menos densos do que a verde (ex.: refratários porosos). Sinterização ocorre a partir de 1/2 a 2/3 da temperatura de fusão, o suficiente para causar difusão atômica ou fluxo viscoso. 2 Sinterização com Fase Líquida: Outra maneira de sintetizar-se o material é utilizando-se dois materiais com ponto de fusão diferentes. O material com menor ponto de fusão se funde e interconecta as partículas do outro pó. 4 Sinterização no Estado Sólido: A temperatura promove a união das partículas do pó. Isto ocorre a temperaturas abaixo do ponto de fusão do material, porém suficiente para criar um “pescoço” de ligação entre as partículas de pó. Outras operações Calibragem: durante a sinterização, as peças podem sofrer mudanças não esperadas nas dimensões e até empenar. Para corrigir os defeitos, utiliza-se a calibragem, que é uma deformação plástica por aplicação de pressão em moldes específicos. O resultado é melhor precisão dimensional. Tratamentos térmicos: as peças sinterizadas podem ser submetidas a tratamentos térmicos convencionais para melhoria das propriedades mecânicas. Em tratamentos superficiais (cementação e nitretação) a densidade é fator importante, devido a difusão dos gases através de seus poros (quanto maior a densidade menor é a porosidade). Impregnação: consiste em impregnar substâncias como óleos, graxas, impermeabilizantes para evitar corrosão / oxidação. É feita com banho quente, banho parcial (por capilaridade) ou a vácuo. Recompressão: uma nova compressão após a sinterização aumenta a densidade e melhora as propriedades mecânicas do material. Os esforços envolvidos são bem maiores que na calibragem e só podem ser aplicados para certos tipos de material. Por exemplo, pastilhas de metal duro, utilizados como ferramentas de usinagem, não podem ser recomprimidas. Caso existam deformações, devem ser lapidadas ou retificadas. Usinagem: assim como na fundição, muitas peças sinterizadas sofrem posterior usinagem para conseguir a configuração projetada e que não é possível ser feita, como furos, sangrias, roscas, etc. 5 Infiltração: é um processo de fechamento dos poros (total ou parcial) de uma peça sinterizada com baixa ou média densidade (5,6 até 6,8 g/cm³) com um metal ou liga de ponto de fusão mais baixo. A infiltração do metal líquido ocorre por efeito de capilaridade (atração molecular), e tem o objetivo de melhorar as propriedades mecânicas, resistência à corrosão, e também como pré tratamento para acabamento superficial, como cromação, niquelação e galvanização Processos de produção Existem vários processos para obtenção de pó metálico, sendo que sua escolha depende do conjunto de propriedades do material e das características que se quer para o pó, em função da aplicação pretendida. 6Cold-stream: aumenta a fragilidade dos metais em temperaturas baixas para sua transformação em pó. O pó ainda grosseiro é arrastado por um fluxo de gás sob alta pressão, através de um tubo, alcançando uma câmara grande, que é mantida sob vácuo. Ao atingir a câmara, o gás sobre uma expansão com consequente diminuição brusca de temperatura. O pó em alta velocidade, colide com um alvo instalado dentro da câmara, e como encontra-se relativamente frágil por causa da baixa temperatura, partem-se em partículas menores. O pó que já apresenta um tamanho suficientemente pequeno é separado da fração gasosa, a qual é novamente reconduzida ao processo. Atomização: neste processo o metal fundido é vazado através de um orifício apropriado a essa operação, formando um filete líquido que é atacado por jatos de ar, gás ou água. Esses jatos provocam a pulverização do filete e seu imediato resfriamento. O pó recolhido é reduzido e peneirado, estando pronto para ser usado. O tamanho e a forma das partículas variam em função de vários parâmetros, entre os quais destacam-se: a espessura do filete, a pressão do fluído, a geometria do conjunto de pulverização e evidentemente, o tipo de atomização. A atomização a água normalmente conduza partículas irregulares e angulosas, enquanto que a atomização ao ar produz partículas mais esferoidais. 7 Processo de redução química: Os processos de redução de compostos de metais com agentes redutores gasosos ou sólidos representam o grupo de processos mais significativos para obtenção depós. Os agentes redutores mais utilizados são o carbono e o hidrogênio. A redução como carbono só é utilizável para elementos metálicos que não formam carbonetos muito estáveis a não ser que o objetivo seja obter pó de carboneto como produto final e não o pó metálico, como no caso o carboneto de tungstênio, que pode ser reduzido e carbonetado num só tratamento. A redução com carbono é principalmente utilizada para o ferro. Processo de eletrólise: Os pós produzidos por esse processo, apresentam elevada pureza, baixa densidade aparente e tem grãos de estrutura nitidamente dendrítica. Após recolhido dos tanques de eletrólise, a massa de pó sob a forma de uma lama é secada e classificada por peneiramento. Compactação Nesta etapa, uma quantidade predeterminada de pó é colocada na cavidade de uma matriz montada em uma prensa de compressão, que pode ser mecânica ou hidráulica. A compactação ocorre por deslocamentos simultâneos dos punções superior e inferior, à temperatura ambiente: 8 Nos primeiros movimentos da punção superior e da punção inferior, a compactação causa apenas o adensamento do pó, sem deformação das partículas e sem produzir adesão entre elas. Se o processo for interrompido, o pó não manterá uma forma com contornos definidos. O aumento da pressão provocará deformação plástica das partículas. As partes mais finas de cada partícula sofrerão deformação ou quebra, que favorece o entrelaçamento dos grãos, produzindo uma espécie de “solda fria”. Com o aumento da compressão, o atrito do material contra as paredes da matriz e a fricção interna das partículas elevam a densidade do material aos valores desejados. Após a compactação, a peça é chamada de “compactado verde”. A densidade e a resistência são duas características importantes nesta etapa, pois influenciam as propriedades mecânicas da peça final. 9 Aplicações Filtros sinterizados Esses elementos filtrantes são formados por camadas superpostas de partículas arredondadas ou esféricas de pós metálicos, com diferentes tamanhos de grãos. A superposição das camadas de grãos forma um conjunto de “malhas” que se interceptam, dando porosidade ao material. São bastante usados nas atividades industriais que ocorrem em altas temperaturas e requerem elevadas resistências mecânica e química. São aplicados na filtragem de gases, líquidos, óleos combustíveis e minerais. São também utilizados como abafadores de ruído e válvula corta chamas. Carboneto metálico O carboneto metálico, também chamado de metal duro, é o mais conhecido produto da metalurgia do pó. Tem importância fundamental no campo das ferramentas de corte, peças de desgaste e brocas para perfuração de rochas. Nessas ferramentas, o metal duro é adaptado nas partes cortantes, na forma de pastilha. Essas pastilhas possuem elevada dureza e suportam temperaturas de até 1.000°C sem sofrer perda de corte. Mancais auto lubrificantes Uma das características da sinterização é possibilitar o controle da porosidade do produto final. Esta característica é particularmente importante na produção de mancais auto lubrificantes. A porosidade existente no mancal pode ser preenchida com óleo, para garantir uma lubrificação permanente entre o eixo e o mancal. 10 11 Economia do Processo A metalurgia do pó é um processo em que a economia de material é levada ao extremo, com mínimas perdas de matéria-prima. Certas ligas podem ser obtidas pela metalurgia do pó a custos muitas vezes inferiores do que se fossem produzidas pela metalurgia convencional. A possibilidade de conjugar peças simples e partes sinterizadas também representa um importante fator de economia de custos, com preservação de qualidade do produto final. O controle exato da composição química desejada do produto final, a redução ou eliminação das operações de usinagem, o bom acabamento de superfície, a pureza dos produtos obtidos e a facilidade de automação do processo produtivo são alguns dos motivos que tornaram a metalurgia do pó uma fonte produtora de peças para praticamente todos os ramos da indústria, como o automobilístico, o de informática, o aeroespacial, o de material eletroeletrônico, o de equipamentos e implementos agrícolas, o têxtil e tantos outros. 12 13 3. CONCLUSÃO VANTAGENS Reduz ao mínimo as perdas de matéria prima; Facilita o controle exato da composição química desejada; Elimina ou reduz operações de usinagem; Possibilita bom acabamento superficial; Processo produtivo de fácil automação; Produtos obtidos de alta pureza; Permite a utilização de características de resistência exatamente como requeridos pelo projeto. DESVANTAGENS Limita a forma geométrica da peça (tem que ser extraída de uma matriz); Obriga a execução de grandes lotes de produção, devido ao custo elevado do ferramental; Limita o tamanho da peça, já que a potência requerida na compactação é proporcional a área da seção transversal. Peças grandes exigem máquinas de elevada potência para sua compactação Com base na pesquisa realizada, podemos concluir que o método de Metalurgia do pó teve uma rápida ascensão pelo fato de ser muito econômico, a partir de uma alta demanda, e em vista de que a peça final já apresenta forma e dimensão praticamente definitivas, não necessitando de operações de usinagem posteriores. Além disso, é um processo ecologicamente correto visto que há uma perda mínima de matéria-prima, apresenta um bom acabamento superficial e possibilita o controle da porosidade do produto final. Como principal desvantagem está a limitação do tamanho e formato das peças e a dificuldade em fabricar peças com geometrias mais complexas, como as que contêm roscas ou rasgos de chaveta. Como as peças são compactadas em uma matriz, outro limitador é o peso da peça, que se passar de 15 kg se torna difícil encontrar uma máquina com potência de compactação suficiente. Conclui-se que a metalurgia do pó é 14 um processo em desenvolvimento e sempre que houver produções de alta demanda haverá espaço para a metalurgia do pó. 15 4. REFERÊNCIAS Manual de Trabalhos Acadêmicos Uninove https://www.hoganas.com/pt-br/powder-technologies/powder-metallurg y/ Acesso em 05 de julhode 2022 às 19:20 https://www.malvernpanalytical.com/br/industries/advanced- manufacturing/powder-metallurgy Acesso em 20 de agosto de 2022 às 10:45 http://joinville.ifsc.edu.br/~anael.krelling/Tecnologia%20em%20Mecatr%C3%B 4nica/PFB64/8%20-%20Metalurgia_do_Po.pdf Acesso em 02 de setembro de 2022 às 22:40 16 https://www.hoganas.com/pt-br/powder-technologies/powder-metallurg%20y/ https://www.malvernpanalytical.com/br/industries/advanced-manufacturing/powder-metallurgy https://www.malvernpanalytical.com/br/industries/advanced-manufacturing/powder-metallurgy http://joinville.ifsc.edu.br/~anael.krelling/Tecnologia%20em%20Mecatr%C3%B4nica/PFB64/8%20-%20Metalurgia_do_Po.pdf http://joinville.ifsc.edu.br/~anael.krelling/Tecnologia%20em%20Mecatr%C3%B4nica/PFB64/8%20-%20Metalurgia_do_Po.pdf
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