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A3 Criminalidade, sociedade, violência

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Av 3 Criminalidade e risco 
 Quando analisamos a seletividade do sistema penal, é essencial analisar a atuação do poder judiciário na construção e manutenção dessa seletividade. Segundo o ilustre professor Zafaroni, o processo de criminalização secundária. A criminalização primária consiste na criação de uma lei incriminadora direcionada à determinada classe, e criminalização secundária, na ação punitiva que recai sobre pessoas concretas. A criminalização secundária se verifica mais facilmente no segmento das agências policiais.
 Observa-se que a criminalização primária é praticada pelo legislador no processo de criação das condutas tipificadas, e a criminalização secundária é praticada pela polícia e judiciário. Importante lembrar que, além de presente no momento da elaboração e aplicação da norma, a seletividade das também vai se mostrar no momento da execução da pena.
Sobre o tema, defina política criminal e relacione as consequências do superencarceramento com a política de combate às drogas. 
 A Política Criminal é um dos principais objetivos da criminologia moderna. Baseia-se em um conjunto de princípios, produtos da investigação científica e da experiência, sobre as quais o Estado deve apoiar-se para prevenir e reprimir a criminalidade. Dessa forma, a Lei n.º 96/2017, de 23 de agosto (Lei de Política Criminal) definiu os objetivos, prioridades e orientações de política criminal para o biênio de 2017-2019. A doutrina acerca do tema, política criminal, não tem um conceito definido dessa forma se faz necessário buscar diversos autores para chegar a uma conclusão do que é política criminal.
 A repressão não está direcionada a traficantes e operadores do sistema de tráfico de drogas, o preso por tráfico de drogas no Brasil, em sua enorme maioria é jovem, com ensino fundamental incompleto. Ou seja, estamos encarcerando pessoas com alto grau de vulnerabilidade, logo a repressão àqueles flagrados com pouca quantidade de drogas, por possuírem baixa renda e baixa escolaridade, agrava a crise penitenciária, por contribuir com o superencarceramento, mas não reduz o poderio de organizações criminosas voltadas para o tráfico de drogas.
 Com base no relatório de junho de 2014 do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), fica fácil inferir que a política criminal das drogas tem grande culpa no atual cenário, devido ao fato de que 27% dos registros de delitos praticados pelas pessoas privadas de liberdade correspondem ao tráfico de drogas, enquanto o de roubo é de 21%, furto 11%, receptação 3%, homicídio 14%, latrocínio 3%.
 O número de presos por tráfico de drogas lidera o ranking dos crimes cometidos pelos que se encontram no cárcere dessa forma é nítida a necessidade de rever a política pública de segurança adotada em relação às drogas, visto que a atual reflete o anseio de uma sociedade sedenta por castigo, e com o intuito de segregar aqueles que não estão dentro dos padrões idealizados por aqueles que aplicam a política. É necessário visualizar que o problema com as drogas transcende esta política, ela está enraizada nos problemas estruturais da nossa sociedade, onde há um eterno estado de inconstitucionalidade, onde falta, saúde, educação, vida digna, segurança e afins.
Referência: https://jus.com.br/artigos/87469/a-politica-criminal-das-drogas-no-brasil-e-suas-consequencias-para-o-sistema-prisional-brasileiro

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