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SNúcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Clarice Virgilio Gomes
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professor: Mateus Cerqueira Anício Morais
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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O objetivo desta Unidade é apresentar aos estudantes os ele-
mentos básicos e princípios fundamentais para se entender o contexto 
de criação e desenvolvimento de startups. Para isso, serão descritos 
os principais conceitos de empreendedorismo e inovação, bem como 
suas tipologias e importância para o desenvolvimento das nações con-
temporâneas. Os capítulos seguintes mergulham o leitor no mundo 
das startups, apresentam as diversas perspectivas existentes para 
entender essa modalidade de empresa e demonstram a aplicação de 
algumas ferramentas, consideradas essenciais, para a validação dos 
modelos de negócio. Um caminho para a construção de startups é 
apresentado, bem como seus componentes básicos para funciona-
mento. Espera-se que a leitura deste material resulte em entusiasmo 
para planejar empresas inovadoras, bem como em capacidade técnica 
para implementá-las e desenvolvê-las no mercado.
Empreendedorismo. Startups. Plano de Negócios. Validação. Viabilidade.
Negociação.
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 CAPÍTULO 01
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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A Essência Inovadora e Catalizadora do Empreendedorismo ____
Componentes para a Construção de Startups ___________________
Comportamento Empreendedor e Tipos de Empreendedorismo _
 CAPÍTULO 02
STARTUPS: O PRIMERO PASSO PARA O CRESCIMENTO
Startups _______________________________________________________ 38
30Recapitulando ________________________________________________
24Inovação: Conceito e Tipologias _________________________________
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Minimum Viable Product (MVP): Uma Estratégia de Validação 
para Startups _________________________________________________
Recapitulando _________________________________________________ 51
 CAPÍTULO 03
CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE STARTUPS
Caminho para a Geração de Startups __________________________ 58
Plano de Negócios _____________________________________________ 59
Apresentando para Investidores ________________________________ 68
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Princípios de Negociação para Startups __________________________ 70
Recapitulando __________________________________________________ 75
Fechando a Unidade ____________________________________________ 80
Referências _____________________________________________________ 83
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A palavra Startup está em alta no mundo econômico, político e 
corporativo. Este sucesso se deu devido ao forte impacto que essa mo-
dalidade de empreendedorismo exerceu sobre a vida das pessoas nas 
últimas décadas. Dificilmente a vida de algum indivíduo no mundo não 
tenha sido afetada de alguma forma pela criação de uma startup, isso 
porque a tecnologia se tornou parte do cotidiano das pessoas e grande 
parte dessas revoluções tecnológicas surgiram a partir do desenvolvi-
mento de pequenas empresas inovadoras, como o Facebook, o Google, 
o Dropbox, a Microsoft, entre outras.
Estudar o mundo das startups e do empreendedorismo inovador 
é conhecer alguns dos processos que influenciarão o avanço das inova-
ções nos mercados, e assim, parte do crescimento econômico das nações. 
O conteúdo apresentado nesta Unidade pretende oferecer subsídios para 
o aprendizado a respeito dos principais conceitos, tipologias e ferramentas 
úteis para o empreendedorismo e para o desenvolvimento de startups. 
No primeiro capítulo, o estudante será atualizado sobre o con-
texto histórico que resultou na lógica de mercado contemporânea, em 
que o empreendedorismo e as inovações assumiram o protagonismo 
das economias. Por isso, serão apresentadas as relações entre esses 
dois conceitos, bem como as tipologias que conferem as diversas varia-
ções desses fenômenos.
O segundo capítulo introduzo conceito de Startup, apresen-
tando duas perspectivas distintas que explicam as formas como essa 
modalidade de empreendedorismo está presente nos discursos do mer-
cado. São descritos, também, alguns componentes mínimos para que 
essas empresas possam iniciar suas atividades em ambientes compe-
titivos. Por fim, uma ferramenta de validação do modelo de negócio é 
ensinada, dando início à apresentação de uma série de instrumentos 
para a criação de startups neste módulo.
O terceiro capítulo adota uma abordagem mais prática e con-
duz o estudante por possíveis etapas a serem adotadas no processo de 
criação de desenvolvimento de startups. Nesse contexto, surge a oportu-
nidade de apresentar instrumentos de planejamento de empresas, como 
o Plano de Negócios Tradicional e sua “versão sintética”, o Business Mo-
del Canvas (BMC). Além disso, uma valiosa técnica de apresentação de 
ideias para captação de recursos é oferecida, e um resumo sobre alguns 
dos principais fundamentos de negociação é apresentado, a fim de auxi-
liar os empreendedores na busca por alcançar seus interesses. 
Espera-se que o conteúdo aqui apresentado seja útil para 
conscientizar os estudantes a respeito do potencial de transformações 
da inovação nos mercados, bem como demonstrar a acessibilidade 
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desse fenômeno na vida dos empreendedores a partir da criação e do 
desenvolvimento de startups. 
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Há algumas décadas, era incomum ouvir falar das palavras 
“inovação”, “empreendedorismo” e “startups”. Para os novos entrantes 
no mercado de trabalho, essa realidade pode parecer estranha a princí-
pio, uma vez que esses conceitos se tornaram tão presentes nos atuais 
ambientes corporativos. Mas, é possível perceber que a economia glo-
bal não é a mesma das gerações passadas, e que foi, e continua sen-
do profundamente transformada pela ascensão das novas tecnologias, 
que, ao promover a conexão dos mercados a custos cada vez menores, 
transformaram não somente as linhas de produtos e serviços ofertados, 
mas também, fatores mais profundos da ordem social, como o consu-
mo, as organizações e as relações de trabalho.
O mercado do passado não é o mesmo dos dias de hoje (apesar 
de ser possível perceber os seus resquícios). Se não há concorrência e 
se os produtos e serviços ofertados no mercado atendem às expectativas 
EMPREENDEDORISMO E 
INOVAÇÃO
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de lucro, inovar para quê? Se os riscos são elevados, se o mercado é 
estagnado e se existem oportunidades de emprego em grandes corpora-
ções, empreender para quê? Por que startar uma empresa com poucos 
recursos, se existem grandes concorrentes com poder de mercado? 
Tais perguntas poderiam rondar a cabeça de alguns potenciais 
empreendedores do passado, que apesar dos seus impulsos para criar 
e implementar suas ideias de negócios, encontrariam poucos mercados 
propícios para o florescimento do seu empreendedorismo. Nos novos 
tempos, por outro lado, a conexão das economias proporcionou um am-
biente fecundo para a criação de novos negócios e proliferação de ino-
vações. Um jardim propício para o cultivo de novos empreendimentos. 
De fato, nunca se viu tanta proximidade entre os mercados, seja 
de trabalho ou de bens e serviços. Nesse contexto, as perguntas que 
guardavam em si a raiz do negativo se tornaram afirmativas com tons de 
imperatividade. Nos dias de hoje, é preciso inovar porque há demasiada 
concorrência, e nossos produtos e serviços já não atendem facilmente às 
expectativas de lucro. Deve-se empreender, os riscos são elevados, mas 
o mercado é dinâmico e com grandes oportunidades de retorno. Startem 
novas empresas, mesmo tendo poucos recursos, o poder está diluído no 
mercado e as inovações são as cartas na manga dos novos agentes de 
sucesso. Assim, palavras como “Empreendedorismo”, “Inovação” e “Star-
tups” acendem, e com elas surgem também grandes transformações. Nes-
te capítulo, esse contexto será aprofundado, como seus conceitos e suas 
implicações para o mercado e seus agentes, isto é, para aqueles que o 
enfrentam e esperam plantar e colher os benefícios do empreendedorismo.
A ESSÊNCIA INOVADORA E CATALIZADORA DO EMPREENDEDO-
RISMO 
O empreendedorismo é um fenômeno multidimensional e, por 
isso, sua definição não possui consenso na literatura acadêmica. A fim 
de apresentar uma visão geral e aplicável desse conceito, e apontar ele-
mentos essenciais de sua manifestação, serão aqui resgatadas aborda-
gens teóricas pertencentes à Escola da Economia. 
Os primeiros estudos do empreendedorismo são datados do 
século XVIII. Um economista Irlandês, chamado Richard Cantillon, es-
creveu sobre a figura do empreendedor enquanto buscava entender a 
natureza do comércio gerador de todo o desenvolvimento econômico 
da Grã-Bretanha daquela época. Sobre a figura do empreendedor, afir-
mou que se tratava daqueles indivíduos que assumiam os riscos da 
comercialização nos mercados. Gedeon (2010, p. 19, tradução nossa), 
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em sua taxonomia do empreendedorismo, destaca que Cantillon definia 
o empreendedor como aquele que “comprava os inputs a determinado 
preço, para produzir e vender posteriormente a preços indeterminados”. 
Essa definição, apesar de gerada em um contexto totalmente di-
ferente dos dias de hoje, aponta para a propensão do empreendedorismo 
à tomada de risco. Isto é, desde o início de seus registros históricos, o 
empreendedor está vinculado ao risco. Risco, de maneia bem ampla, é um 
conceito que indica a probabilidade de algo falhar, dar errado. Esse concei-
to pode ser aplicado em diferentes contextos, um animal peçonhento, por 
exemplo, ao ser enfrentado, oferece riscos de vida aos seres humanos. 
Esse não é, obviamente, o risco sobre o qual se refere o autor ao falar de 
empreendedorismo. A coragem de enfrentar riscos, no caso de Cantillon, 
está estritamente voltada para os negócios, mais especificamente, para o 
risco de se comprar matérias-primas, ou itens comercializáveis, a preços 
estabelecidos e vender a preços desconhecidos em outras regiões.
É interessante perceber que essa prática empreendedora, de 
comprar e vender mercadorias assumindo riscos, ainda é presente nos 
dias de hoje. Os empreendedores eram os grandes comerciantes dos 
dias de Cantillon e eram os responsáveis pelo abastecimento dos mer-
cados. O mundo mudou, e com ele o comércio e a figura do empre-
endedor. Atualmente, não são os grandes comerciantes que são usu-
almente reconhecidos como “Empreendedores”, mas sim os grandes 
“Inovadores”. Essa transformação conceitual foi registrada inicialmente 
pela escola de Economia, a mesma da Cantillon, e seus detalhes serão 
apresentados nos próximos parágrafos.
Outro economista que contribuiu para o registro da atividade 
empreendedora na história foi Jean Baptiste Say. Em seu Tratado de 
Economia Política de 1816, Say descreve o empreendedor como o 
agente capaz de elevar o valor dos recursos que processa, transfor-
mando-os em produtos valiosos para o mercado. De maneira mais cla-
ra, o economista francês se refere aos industriais de sua época, que ao 
aplicar o capital e ao organizar o trabalho de seus colaboradores eram 
capazes de gerar valor e retornos financeiros de seus investimentos. 
A contribuição de Say para se entender o conceito de empre-
endedorismo está no meio e nas consequências desse fenômeno para 
a economia. Além da profunda relação com os riscos, já apresentada 
pelas ideias de Cantillon, o estudo de Say laça luz à realidade, na qual o 
empreendedor lida com um empreendimento, isto é, um fator capaz de 
criar valor para as pessoas com eleenvolvidas, algo determinante para 
o dinamismo dos mercados, bem como para o crescimento das eco-
nomias. Mais especificamente, o Empreendedorismo é, nesse sentido, 
um elemento central para a geração de bem-estar econômico, pela sua 
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capacidade de produção de bens e serviços, de criação de renda e por 
ser um catalizador da organização da força de trabalho.
Essa visão é importante para o conhecimento do empreende-
dorismo, pois apresenta o papel do empreendedor na sociedade. Tra-
ta-se de um agente que assume riscos para implementar suas ideias 
cujos impactos não se restringem à dimensão individual, mas também 
comunitária. Essa realidade pode ser confirmada na prática, por exem-
plo, pela análise do desenvolvimento de países, estados ou municípios. 
O leitor pode perceber que as regiões mais desenvolvidas são aquelas 
nas quais florescem o empreendedorismo. São nesses locais que se 
encontram a maior variedade de produtos, as maiores oportunidades de 
trabalho e as melhores possibilidades de renda.
Existe uma diferença básica entre os conceitos de riscos 
e incertezas no contexto do empreendedorismo. É muito comum 
a afirmativa de que os empreendedores são tomadores de riscos, 
mas existem divergências teóricas que buscam diferenciar os ti-
pos de riscos que caracterizam o empreendedorismo. Pode-se di-
zer que riscos se referem às probabilidades de falhas conhecidas 
a respeito daquilo que se almeja alcançar. Nesse contexto, o em-
preendedor que assume riscos, estaria lidando com uma realidade 
mensurável das probabilidades de seu empreendimento falhar. Au-
tores clássicos como Frank Knight, por outro lado, não conside-
ra esse tipo de risco para caracterizar o empreendedorismo. Para 
essa abordagem teórica, empreendedores seriam aquelas pessoas 
que apostariam em seus negócios em regimes de incerteza, isto é, 
em situações em que as probabilidades de falhar sejam imensurá-
veis. Esse ambiente incerto ficou conhecido como Risco Knightia-
no. Essa distinção, na prática, não desqualifica empreendedores 
que assumem riscos comuns, mas é importante para destacar o 
empreendedorismo manifestado em cenários totalmente incertos, 
muito comuns no contexto da inovação.
Esses são os impactos positivos do empreendedorismo, mani-
festados pela sua capacidade como “catalizador do desenvolvimento”. 
Vale ressaltar, porém, que nem todos os resultados desse fenômeno 
são benéficos para o desenvolvimento humano. A própria literatura eco-
nômica destaca os efeitos negativos da produção de bens e serviços, a 
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partir do conceito de Externalidade Negativa. De maneira geral, é possí-
vel classificar a externalidade negativa como um efeito colateral da pro-
dução e oferta de bens e serviços ao mercado, seja de forma consciente 
ou não, por parte dos empreendimentos.
Exemplos desse fenômeno também podem ser facilmente iden-
tificados nas cidades, tais como: a poluição gerada por alguns negócios, 
seja em elevados níveis sonoros ou pela grande quantidade de resídu-
os produzidos. Esses fenômenos podem ser entendidos como externa-
lidades negativas também, isto é, efeitos lesivos dos empreendimentos 
sobre a vida de seus colaboradores, tais como: acidentes de trabalho, 
problemas psicológicos graves e níveis salariais abusivos, resultantes 
de más condições de renda, saúde e segurança para os trabalhadores.
A nova dinâmica de competição dos mercados tem exigido 
cada vez mais preocupação dos empreendedores com as externali-
dades negativas de seus negócios. Em tempos de branding, em que 
consumidores buscam se identificar com valores organizacionais dos 
ofertantes, as empresas têm despendido esforços para alinhar seus in-
teresses de geração de lucro com as expectativas dos mercados, pre-
zando cada vez mais pela qualidade de vida de seus colaboradores 
e por propósitos de sustentabilidade em seus processos produtivos e 
comerciais. Essa realidade tem gerado oportunidades de mercado para 
aqueles que oferecem respostas inovadoras para as externalidades ne-
gativas da produção de bens e serviços dos empreendimentos.
Diante dessa reflexão, convém destacar uma das mais contem-
porâneas características do empreendedorismo: a inovação. Já foi men-
cionado, nesta seção, que se no século XVIIII os empreendedores eram 
os grandes comerciantes, que assumiam os riscos de comprar e vender 
mercadorias em regiões geográficas distintas, nos dias de hoje são os 
grandes inovadores que personificam o empreendedorismo na socieda-
de. Para sustentar esse argumento, basta analisar os nomes que surgem 
no imaginário popular quando o assunto é empreendedorismo. 
Apesar do comerciante, o industrial ou até mesmo os colabo-
radores mais empenhados das empresas serem legítimos empreende-
dores em dadas circunstâncias, são os grandes nomes da vanguarda 
da tecnologia que são resgatados nas aulas sobre o espírito do empre-
endedorismo moderno. Nesse contexto, surgem as figuras de empre-
endedores e inventores contemporâneos que transformaram as reali-
dades de mercado. São frequentemente apresentadas histórias como 
a de William Henry Gates III (Bill Gates), de como criou a Microsoft, 
maior empresa de softwares do mundo, a trajetória de Steven Paul Jobs 
(Steve Jobs), e como fundou a Apple e inventou produtos que revolucio-
naram o mundo, bem como a de outros inovadores que têm liderado as 
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evoluções da tecnologia nos mercados.
Essa ideia de que o empreendedorismo é essencialmente ino-
vador é relativamente nova, foi devidamente tratada entre os acadê-
micos a partir do século XX. A prática da inovação entre os empreen-
dedores, entretanto, é um elemento tão antigo quanto o fenômeno do 
empreendedorismo. A criação de novos produtos e serviços, a transfor-
mação dos meios de produção, a inclusão das máquinas e tecnologias 
nas fábricas, os aprimoramentos da organização do trabalho humano 
e outras transformações das estruturas produtivas são características 
natas da evolução dos mercados e desenvolvimento das empresas, por 
meio da aplicação do conhecimento técnico nas produções, ou melhor, 
das inovações no empreendedorismo.
Isso quer dizer que empreendedorismo e inovação sempre fo-
ram elementos complementares, a ponto de se definirem mutualmente. 
Afinal, existe empreendedorismo sem inovação? E inovação sem em-
preendedorismo? A resposta para essas perguntas é não. O empreen-
dedorismo, por definição, é inovador. E a inovação sem ser aplicada 
em empreendimentos é apenas uma invenção. O reconhecimento de 
tal complementariedade é algo que tem sido realizado, principalmente, 
pelas recentes teorias do empreendedorismo, mais especificamente, foi 
o trabalho do economista austríaco Joseph Schumpeter que lançou luz 
para o caráter inovador do empreendedorismo e assim demonstrou o 
seu efeito sistêmico sobre o desenvolvimento econômico das nações.
O economista austríaco Joseph Schumpeter é considera-
do o pai da Teoria Moderna da Inovação e sua principal contribui-
ção para a literatura acadêmica foi a descrição do papel central das 
inovações para o desenvolvimento econômico das nações. O pen-
samento do autor inspirou a formação da escola Schumpeteriana, 
que se tornou referência segura para se entender as transformações 
econômicas do mundo moderno. Recentemente surgiram autores 
considerados Neo-Schumpeterianos, como Christopher Freeman, 
Richard Nelson e Sidney Winter, que apontaram, com mais precisão, 
os processos da destruição criativa nas economias. Os novos pen-
sadores aproximaram as ideias de Schumpeter e a Teoria Darwinia-
na, e destacaram que, assim como ocorre na evolução das espécies, 
os mercados também passam por uma seleção natural, mas, nesse 
caso, todo o processo de sobrevivência das empresas se dá pela 
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sua capacidade de gerar inovações e transformar seus mercados.
Joseph Schumpeter, considerado o economista mais influente 
da segunda metade do século XX e amplamente citado nos dias de hoje 
quando o assunto é empreendedorismo, definiu o empreendedor como 
um agente de transformação das estruturas de mercado. Trata-se de 
um ator capaz de afetar o status quo da produção a partir da inserção 
de inovações nos mercados.
Ao definir a figura do empreendedor dessa forma, o economista 
estava em busca de explicar as causas do desenvolvimento econômico 
e das corriqueiras oscilações da trajetória do crescimento da renda das 
nações. A resposta para as questões enfrentadas pelo autor se encon-
trava na dinâmica dos mercados, promovida, por sua vez, pela inclusão 
de inovações disruptivas nas empresas, que competiam entre si. De 
forma mais clara, Schumpeter apontou que a evolução das economias 
estava intimamente ligada às aplicações do conhecimento técnico e das 
inovações no sistema produtivo.
Uma vez que um empreendedor inova no mercado, surge para 
ele vantagens competitivas frente aos seus concorrentes. Essa dinâmica 
faz com que os inovadores vençam a corrida pelo sucesso, criando um 
ambiente em que produtos, serviços e práticas organizacionais menos efi-
cientes sejam constantemente descartados e que inovações sejam sempre 
perseguidas pelas organizações, a fim de garantir sua sobrevivência.
Essa dinâmica é causada pelo que o autor nomeou de “Destrui-
ção Criativa”. Segundo Schumpeter, as inovações aplicadas ao mercado 
exercem o efeito de destruir bens, serviços e práticas antigas, tornando-
-os obsoletos. Esse processo cria padrões de demanda e de preferências 
dos consumidores, fazendo com que as empresas concorrentes sejam 
obrigadas a implementar inovações e a largar práticas pré-estabelecidas.
Essas transformações estruturais são a causa das oscilações 
dos mercados, que, por sua vez, geram o desenvolvimento das econo-
mias. Schumpeter, dessa forma, ressalta o papel do empreendedorismo 
para a evolução econômica e a aproxima da prática da inovação. Essa 
forma de entender esse fenômeno foi elaborada no início do século XX, 
mas se apresenta para os estudiosos do dia de hoje com impressionan-
te vigor e contemporaneidade. Isso porque, atualmente, a sobrevivência 
dos grandes players do mercado global reside em suas capacidades 
inovadoras. O que será da Amazon, Google, Microsoft, Apple, Sam-
sung, Facebook, Tesla e tantas outras líderes de mercado, se não se 
preocuparem em lançar inovações periódicas? De fato, a inovação é o 
carro chefe do desenvolvimento e da competição de mercado moderna. 
A obsolescência de produtos e serviços virou algo comum na 
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vida dos consumidores dos dias de hoje. Duas décadas atrás era comum 
encontrar consumidores preocupados em adquirir itens duradouros. Esse 
padrão de consumo tem mudado drasticamente, as preferências migra-
ram das características de durabilidade para as de atualidade. Um exem-
plo claro é o tempo de vida dos aparelhos celulares, não se encontra mais 
com facilidade os aparelhos telefônicos comercializados cinco anos atrás 
e os smartphones adquiridos atualmente se tornarão obsoletos em breve. 
Esse é o poder da inovação destacada pelo economista Schum-
peter. Empreendedores dos dias atuais são mais do que nunca cha-
mados a inovar. É uma questão de sobrevivência de mercado. Assim, 
é possível dizer que o empreendedorismo moderno é essencialmente 
arriscado, inovador, transformador e catalizador do desenvolvimento. 
As tecnologias e a massificação do conhecimento técnico têm 
favorecido as invenções, os consumidores têm se tornado cada vez mais 
exigentes e as organizações têm apresentado aberturas para a implan-
tação de novidades. Esses elementos são indicadores de que são novos 
tempos no mercado, tempos esses, de empreendedorismo inovador.
COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR E TIPOS DE EMPREENDE-
DORISMO
O empreendedorismo pode ser entendido não somente como 
um fenômeno manifestado na economia, mas também como um com-
portamento identificado em alguns indivíduos, e em determinadas 
circunstâncias. Esse pensamento é proveniente de uma vertente de 
estudos do empreendedorismo do campo da Administração, mais espe-
cificamente da Behavior School. Conhecida também como escola com-
portamental do empreendedorismo, essa comunidade acadêmica foi a 
responsável por estudar as diversas características que definem o que 
é um comportamento empreendedor e por sua aplicação prática nas 
organizações dos dias atuais.
A Behavior School estabeleceu um contraponto à conhecida 
“Escola dos Traços Empreendedores” (Trait School), que defendia que 
o empreendedor era um indivíduo nato, cujas características e aptidão 
para o empreendedorismo advinham do berço. O pensamento compor-
tamental defendia o contrário, que o empreendedorismo não dependia 
estritamente dos traços naturais dos indivíduos, mas sim de seu com-
portamento, que poderia ser desenvolvido ao longo do tempo.
Dessa forma, foi consolidado o pensamento de que não são os 
traços de personalidade os principais fatores determinantes do empre-
endedorismo, mas o comportamento dos indivíduos que se arriscam a 
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empreender. Não se exclui, nessa abordagem, que as características 
natas dos empreendedores facilitam a manifestação do empreendedo-
rismo, mas adiciona a essa perspectiva que os empreendedores podem 
ser formados a partir do aprendizado, seja por meio de uma educação 
empreendedora, uma cultura ou pela prática do empreendedorismo.
A partir dessa abordagem é possível entender os empreende-
dores como indivíduos que: assumem riscos; aplicam o capital; inovam; 
tomam decisões; lideram; administram; organizam e coordenam; apro-
priam; contratam; arbitram; alocam recursos (HEBERT; LINK, 1989). 
Nesse sentido, o comportamento empreendedor se manifesta na medi-
da que essas ações se desdobram na prática de se empreender.
Essa forma de pensamento teve grande impacto na expansão 
com conceito e da prática do empreendedorismo. A ideia de que empreen-
der é um comportamento, que pode ser desenvolvido em indivíduos com 
traços não empreendedores, inspirou a busca por se incentivar a manifes-
tação desse fenômeno nos mais diversos contextos. Com isso, surgiram 
novas formas de empreendedorismo, muito conhecidas e buscadas nos 
dias de hoje, a mencionar: o Empreendedorismo Corporativo, em que as 
organizações fortalecem uma cultura empreendedora, e a liberdade dos 
indivíduos para criar, arriscar e a gerir seu próprio tempo em busca de solu-
ções inovadoras para problemas organizacionais; o Empreendedorismo no 
Setor Público: em que indivíduos ou grupos de servidores públicos buscam 
inovar e empreender políticas públicas para a criação de valor para o bem 
comum; o Empreendedorismo Civil: em que cidadãos se organizam para 
empreender projetos inovadores de transformação da realidade social que 
os envolvem, entre outras manifestações, que demonstram a abrangência 
da aplicação do comportamento empreendedor para além das fronteiras 
da dimensão individual e do setor privado. 
O comportamento empreendedor tem sido cada vez mais in-
centivado, tendo em vista a maior complexidade dos desafios enfrenta-
dos pelas organizações. Nesse contexto, a criatividade, a coragem de 
assumir riscos, a proatividade e a capacidade de inovação são elemen-
tos chaves para o progresso pessoal dos indivíduos que se aventuram 
no mercado de trabalho moderno. Este, por sua vez, demanda cada vez 
mais características empreendedoras de seus participantes, na expec-
tativa de que sejam solucionados os problemas provenientes das trans-
formações dos ambientes competitivos e desafiadores em que estão 
inseridos. Isto é, hoje mais do que nunca é necessárioque os indivíduos 
busquem desenvolver características empreendedoras, a fim de que, 
nos mais diversos contextos, seja em suas empresas, nas grandes cor-
porações, no setor público, nos movimentos civis, o empreendedorismo 
possa ser manifestado na prática.
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Apesar das diversas modalidades do empreendedorismo exis-
tentes, é sempre importante lembrar da raiz que inspira suas manifes-
tações. Todo empreendedorismo, comportamental ou não, tem como 
referências o comportamento empreendedor manifestado por proprietá-
rios-gerentes de empreendimentos produtivos do mercado. Isto é, são 
os líderes de organizações inovadoras nos setores da agricultura, in-
dústria e serviços que materializam mais intensamente o conceito de 
empreendedorismo em sua raiz histórica. 
Nesse sentido, convém destacar os diversos tipos de empre-
endimentos existentes no setor produtivo, apresentando onde reside o 
empreendedorismo com maiores níveis de inovação. Para isso, con-
vém resgatar o trabalho de Morris et al. (2015), que realizou um esforço 
de síntese de produções científicas de mais de 50 anos para analisar 
os diferentes tipos de firmas, classificando-as segundo os critérios de 
orientação para o crescimento, inovação, reinvestimento de ganhos, re-
tornos, stakeholders e dos principais desafios enfrentados.
Segundo os autores, são basicamente quatro os tipos de em-
presas existentes nos mercados, a destacar: (I) Empresas de Sobre-
vivência; (II) Empresas Estilo de Vida; (III) Empresas de Crescimento 
Gerenciado e (IV) Empresas de Elevado ou Agressivo Crescimento. 
Cada uma dessas categorias abarcam as diversas modalidades de em-
preendedorismo privado, representando as diferentes intensidades de 
riscos assumidos, oportunidades perseguidas e níveis de inovação em 
suas respectivas realidades.
Empresas do tipo “Sobrevivência”, segundo os autores, são 
aquelas cuja razão de existir reside na promoção da subsistência bási-
ca dos empreendedores e de suas famílias. São os tipos de empreen-
dimentos mais comuns entre indivíduos que se aventuram em empre-
ender por necessidade, isto é, para suprir a urgência de auferir renda 
em momentos de escassez de recursos financeiros. São usualmente 
empresas informais e de baixa complexidade, inovação e aplicação téc-
nica. Existe uma elevada taxa de falência entre firmas dessa categoria, 
uma vez que concorrem em mercados competitivos ofertando pouca va-
riedade de produtos, e porque os rendimentos provenientes do negócio 
são raramente reinvestidos para seu desenvolvimento.
A categoria “Empresas Estilo de Vida” abarca aquelas firmas 
que apresentam um pouco mais de complexidade que as de sobrevi-
vência. São exemplos de empreendimentos dessa categoria pequenos 
mercados, padarias, academias e outras organizações que mantêm 
uma estabilidade de renda para seus proprietários a longo dos anos. 
Os donos dessas empresas são normalmente seus gerentes, que na 
maioria das vezes aplicam suas vidas para garantir o modesto desen-
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volvimento de suas empresas. São firmas que apresentam apenas um 
estabelecimento, aplicam modelos básicos de gestão de negócios e 
mantêm um número fixo de trabalhadores ao longo dos anos.
Empresas de “Crescimento Gerenciado” são aquelas firmas que 
crescem de maneira estável. Isto é, são organizações mais dinâmicas, 
que criam produtos e serviços, expandem suas redes, abrem novos es-
tabelecimentos, e geram impacto local e regional a partir de suas opera-
ções, conseguindo construir um reconhecimento de sucesso em torno de 
suas marcas com o passar do tempo. São empreendimentos que aplicam 
conhecimento de gestão e que reinvestem parte de seus lucros para o 
desenvolvimento da própria organização. Os níveis de inovação desses 
estabelecimentos tendem a ser maiores, pois se trata de empresas que 
exploram mercados competitivos e que almejam o crescimento.
A líder mundial do e-commerce e dona de uma das mar-
cas mais valiosas do mercado atual começou pequena e teve como 
primeira sede a garagem do seu idealizador, o empreendedor Jeff 
Bezos, em 1994. Essa empresa nasceu com o singelo e simples ob-
jetivo de vender livros. A forma como propunha comercializá-los, 
entretanto, era um tanto quanto inovadora para a época. Com o 
nome de Cadabra, a empresa vendia livros online, o que permitiu 
a ela atender, em poucas semanas, todo o mercado americano. Já 
nos seus primeiros anos esse empreendimento ofertava um catálo-
go de mais de 2,5 milhões de livros e já acumulava 148 milhões de 
vendas. Por decisão do seu criador, a empresa passou a se chamar 
Amazon, inspirada no maior rio em extensão e afluentes do mundo, 
o Rio Amazonas, situado no Brasil. Atualmente, a empresa é o maior 
Marketplace do mundo, emprega milhares de pessoas e atende con-
sumidores em todos os continentes. Trata-se de um exemplo de em-
preendedorismo de elevado impacto no setor do comércio.
O Empreendedorismo de “Elevado ou Agressivo Crescimento” 
é uma categoria de empresas conhecidas pelo seu alto impacto econô-
mico. São firmas de base tecnológicas, dotadas de elevada capacidade 
inovadora e que, por consequência, experienciam um crescimento ex-
ponencial sustentado por um longo período. São empresas intimamente 
ligadas à criatividade, à busca por oportunidades e até mesmo à criação 
de mercados. São essas as organizações sustentadas pela aplicação 
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intensiva de conhecimento técnico, que se valem da pesquisa e do de-
senvolvimento de produtos e serviços inovadores para o mercado.
Cada uma dessas categorias de firmas apresenta níveis cres-
centes de complexidade, a começar pelas de “Estilo de Vida” até as de 
“Elevado Crescimento”. Nos dias de hoje empresas de Alto Impacto têm 
sido cada vez mais valorizadas pelos líderes de países que vislumbram 
o crescimento de suas economias. A criação e aplicação de inovações 
são os atributos principais dessa modalidade de empreendimento, o 
que faz dessas empresas peças-chaves para a transformação dos mer-
cados e desenvolvimento das atividades produtivas.
INOVAÇÃO: CONCEITO E TIPOLOGIAS
Nesse contexto, em que o empreendedorismo inovador se tor-
nou um reconhecido fator para o desenvolvimento econômico, o con-
ceito de inovação também se apresenta como um item importante para 
o entendimento desse fenômeno. Em 1990, em Oslo, Noruega, a Or-
ganização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) 
apresentou o principal manual de referência sobre a inovação, suas ti-
pologias e diferenciações.
Conhecido como Manual de Oslo (OCDE, 2005), esse relató-
rio se tornou essencial para padronizar os conceitos, metodologias, e 
outras atividades relacionadas ao mundo da inovação, seja no campo 
acadêmico, produtivo ou governamental. Por essa importância, esse 
material será resgatado para apresentar os conceitos de inovação e 
suas tipologias neste módulo de ensino.
OCDE (2005, p.55), Manual de Oslo, define o conceito de ino-
vação da seguinte forma:
Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou sig-
nificativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, 
ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização 
do local de trabalho ou nas relações externas OCDE (2005, p.55).
É possível perceber pelo conceito apresentado em Oslo que 
a inovação é um fenômeno que se manifesta pela atividade de imple-
mentar algo novo e que seja significantemente melhorado. Essa defini-
ção está voltada principalmente para os ambientes produtivos do setor 
privado, ou seja, o campo empresarial. Nesse sentido, a aplicação de 
inovações, segundo o Manual, é realizada no contexto das empresas, 
seja por meio da criação de novos produtos, novos processos, métodos 
de marketing ou transformações organizacionais.25
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Um requisito básico para que uma ideia criativa implementada 
seja considerada inovação é a caraterística de ser considerada algo 
“novo”. O leitor pode perceber que se trata de um termo relativamente 
amplo. Pode-se perguntar, o que é algo novo? Ou melhor, novo para 
quem? Por isso, o Manual de Oslo apresenta uma perspectiva sobre o 
grau de novidade da inovação.
Para que algo seja considerado uma inovação, deve cumprir o 
papel de ser um elemento novo primeiramente para a empresa, ou seja, 
se um produto, processo, organização ou método de marketing profun-
damente modificado é novo para a firma onde é instalado, já pode ser 
considerado uma inovação. Existe, porém, graus mais profundos de ino-
vação segundo sua escala de novidade. O Manual de Oslo aponta que 
uma inovação pode ser nova também para o mercado ou para o mundo.
O conceito de inovação que seja “novo para o mercado” reme-
te para contextos em que a empresa seja a primeira em seu mercado a 
aplicar uma determinada solução inovadora. Nesse contexto, o merca-
do se refere às empresas e seus concorrentes, e pode incluir também 
a região demográfica e uma linha de produtos e serviços. Quando há 
uma inovação, ela é “nova para o mundo”, indica que a empresa desen-
volveu uma inovação até então desconhecida para todos os mercados 
e indústrias, sejam eles domésticos ou internacionais. 
Inovações de graus de novidade “de mercados e do mundo” tem 
como consequência a manifestação de empresas líderes, a níveis merca-
dológicos e globais, respectivamente. Isso porque a aplicação de soluções 
inovadoras tende a criar condições de vantagens competitivas para as or-
ganizações que as desenvolvem. O sucesso das organizações inovadoras 
tende a incentivar outros players do mercado a seguirem a trajetória das 
líderes, fazendo com que a inovação seja disseminada nas economias.
O processo de disseminação das inovações é um fator es-
sencial para o desenvolvimento das economias, seja devido ao apri-
moramento dos meios de produção ou pelo crescimento da qualidade 
dos produtos e serviços acessados pelos consumidores em geral. Um 
exemplo de inovação que gerou uma transformação dos mercados e 
das atividades sociais em diferentes níveis em todo o mundo foi a cria-
ção dos microprocessadores e dos computadores pessoais. 
O Apple I, criado por Steve Jobs, foi lançado no mercado em 
1976 e é considerado o primeiro computador pessoal da história. Foi uma 
inovação com escalas de novidade para o mundo. Com uma breve refle-
xão, o leitor pode perceber as dimensões imensuráveis dos efeitos dessa 
inovação para os dias de hoje. A própria atividade de educação EAD, 
que neste exato momento está sendo exercida por meio da leitura desta 
apostila, deve sua existência ao desenvolvimento da computação e da 
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disseminação dos computadores pessoais na sociedade. Uma inovação 
que ajudou a moldar o mundo, como é conhecido nos dias de hoje.
O computador pessoal é um exemplo de Inovação de Produ-
tos. O Manual de Oslo define esse tipo de inovação da seguinte forma:
Uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou sig-
nificativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos 
previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técni-
cas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou 
outras características funcionais. (OCDE, 2005, p. 57)
Esse tipo de inovação abrange melhorias nas características ou 
formas de uso tanto em bens, quanto em serviços. A diferença entre essas 
duas formas de produtos reside na tangibilidade de seus itens. Bens são 
em sua maioria tangíveis, podem ser comprados em determinado momen-
to e consumidos em outras ocasiões, podem ser estocados e movidos. 
Serviços, por outro lado, são produtos intangíveis, ou seja, apresentam na-
tureza abstrata. De maneira mais clara, um corte de cabelo, por exemplo, 
é um serviço, trata-se de um produto abstrato que não pode ser retido pelo 
consumidor, nem pelo seu ofertante. O serviço é experienciado pelo consu-
midor no momento em que é aplicado por aquele que o presta.
 Inovações em produtos são normalmente fruto da aplicação 
do conhecimento e de novas tecnologias capazes de transformar as ca-
racterísticas de bens e serviços, de modificar substancialmente a forma 
como os consumidores os experienciam. O exemplo dos computado-
res pessoais, previamente descrito, demonstra uma inovação sobre um 
bem. A inclusão de uma interface gráfica para demonstrar ao usuário 
o que ocorria no computador durante seus processos representa uma 
significativa melhoria desse tipo de produto e no seu uso, promovido 
pelo Apple I. O ensino EAD, por outro lado, pode ser considerado uma 
inovação de serviço, por transformar a maneira como o conhecimento e 
a certificação profissional é exercida na sociedade.
Existe uma diferença fundamental entre inovações e in-
venções. O fato de uma empresa ter inventado determinado dis-
positivo, tecnologia de processos, métodos de marketing ou de 
organizações não implica que tais elementos sejam considerados 
inovações. Para que uma invenção se torne inovação é necessário 
que esta seja aplicada nas organizações e que ofereça retornos 
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positivos para as empresas. A invenção precede a manifestação 
das inovações nos mercados.
O Manual de Oslo ainda apresenta outras formas de inovação, 
além da relacionada aos produtos. Existem também inovações em Pro-
cessos, em Métodos de Marketing e em Organizações. 
A Inovação de Processos refere-se à implementação de métodos 
de produção ou distribuição significativamente melhorados nas empresas. 
Nessa categoria de inovação estão incluídas a aplicação de novas técni-
cas, novos equipamentos ou softwares, que resultam na transformação 
dos processos produtivos e distributivos das organizações. Se por um lado 
inovações em produtos se referem às novidades aplicadas nos outputs das 
empresas, as inovações em processos estão relacionadas a aprimoramen-
tos dos meios de produção, que resultam em bens e serviços.
Novidades em métodos de produção podem ser alcançadas 
por meio da aplicação de novas técnicas, novos equipamentos ou sis-
temas computacionais que auxiliam na redução de custos, aumento da 
produtividade, na qualidade do produto, ou outros retornos positivos 
para as organizações. Inovações em métodos de distribuição também 
são inovações de processos e se referem à implementação de novida-
des que modificam substancialmente a oferta e o alcance de bens e 
serviços para os consumidores. 
Nesse contexto de Inovação de Processos estão inclusos 
exemplos de aplicação de sistemas de controle financeiro ou da produ-
ção, por meio das novas tecnologias da informação (TICs). Além des-
ses, é possível destacar, por exemplo, a tecnologia de rastreamento de 
entregas, como uma inovação de processo no campo dos métodos de 
distribuição de bens e serviços.
OCDE (2005, p.59) define que “uma Inovação de Marketing 
é a implementação de um novo método de marketing com mudanças 
significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posi-
cionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços”. As-
sim como em outros tipos de inovação, é possível inovar em marketing 
quando há a introdução de soluções novas que resultam em mudanças 
significativas, mas em atividades organizacionais relacionadas à oferta 
dos produtos e serviços para os potenciais consumidores.
Estão inclusas nesse tipo de inovação as melhorias substanciais 
em embalagens, posicionamento de mercado, precificação e promoções 
de bens e serviços. Mudanças em embalagens referem-se à elaboração 
de novos designes dos produtos, isto é, transformações sobre suas for-
mas e aparências, sem que sejam modificadas, entretanto,suas caracte-
rísticas funcionais e de uso. O posicionamento de mercado das marcas 
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também pode ser inovado, ocorrendo quando as empresas introduzem 
novos canais de vendas em sua estratégia de oferta, como por exemplo, 
vendas online, franquias, cartão fidelidade e outras medidas.
Inovações de Marketing em preços não se referem a simples va-
riação de preços historicamente estabelecidos para bens e serviços ofer-
tados pelas empresas. Essa forma de inovação se manifesta pela aplica-
ção de mecanismos inovadores para a precificação de bens e serviços no 
mercado. Exemplos dessa forma de inovação podem ser encontrados em 
empresas que aplicam novos métodos de variação de preço, conforme a 
identificação da demanda. Por fim, novas estratégias de promoção tam-
bém são consideradas como inovação em Marketing. São exemplos desse 
fenômeno as mudanças implementadas na forma como os produtos são 
promovidos pelas organizações, seja pela inclusão de novos meios de co-
municação ou por estratégias de apresentação totalmente criativas.
A última forma de inovação apresentada pelo Manual de Oslo 
é a do tipo organizacional. Sobre ela OCDE (2005, p. 61) afirma “uma 
Inovação Organizacional é a implementação de um novo método orga-
nizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu 
local de trabalho ou em suas relações externas”. São exemplos dessa 
forma de inovação, transformações intraorganizacionais que visam a 
satisfação e maior produtividade dos colaboradores. 
A implementação de novas rotinas de trabalho que incentivem 
a troca de conhecimento, ou a criação de estruturas hierárquicas ho-
rizontalizadas que garantam a autonomia dos colaboradores para a 
tomada de decisão e para o comportamento empreendedor, são po-
tenciais inovações em organização. Além desses exemplos, também 
pode-se incluir as novas práticas de relação intraorganizacionais que se 
desdobram no cenário corporativo contemporâneo, tais como: parce-
rias institucionais para P&D, participação de empresas em ambiente de 
open source e outras medidas que impactam favoravelmente na trans-
formação e aprimoramento das organizações.
Inovações podem ser precedidas por invenções inéditas que 
necessitam de proteção por parte do poder público. Para que os pro-
prietários de inovações possam explorá-las comercialmente sem que 
sejam copiados por seus concorrentes, é necessário que as novida-
des criadas sejam patenteadas segundo a lei dos países onde são 
comercializadas. Uma Patente é uma concessão pública que assegu-
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ra o direito de propriedade e comercialização de invenções, por um 
certo período e em determinado território. No Brasil, a administração 
de patentes é confiada ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial 
(INPI) e sob o regimento da Lei de Propriedade Industrial. Sobre os 
procedimentos de pedido de patentes e suas categorias.
Conhecer as mais diversas formas de empreendedorismo e 
inovação é uma atividade importante para os empreendedores, tam-
bém para os aspirantes à atividade empreendedora. Em um mercado 
de trabalho e de bens e serviços cada vez mais competitivo, o empre-
endedorismo inovador surge como um imperativo para a sobrevivência 
organizacional e para a promoção do desenvolvimento econômico e do 
bem-estar social como um todo.
A atividade inovadora tem como insumo básico o conhecimen-
to. Inovações em produtos, serviços, marketing e em organizações são, 
na verdade, a manifestação da aplicação da capacidade criativa das 
pessoas e do trabalho em equipe. Grandes transformações dos merca-
dos foram realizadas inicialmente por grupos relativamente pequenos 
de pessoas, que se empenharam a desenvolver inovações impactantes 
e a solucionar problemas específicos. No próximo capítulo será apre-
sentado o conceito de startups e porque esse tipo de organização se 
tornou a semente para o florescimento das grandes corporações que 
lideram as economias na contemporaneidade.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
(TER/RJ — ANALISTA JUDICIÁRIO — CONSULPLAN — 2017)
A Administração Pública, atualmente, tem como paradoxo principal 
a necessidade de ser empreendedora, isto é, aproveitar as opor-
tunidades de mercado, e o problema de como financiar as novas 
oportunidades. O processo de inovação das instituições públicas 
é bastante complexo e enfrenta muitas dificuldades. São conside-
rados fatores restritivos à prática empreendedora, EXCETO:
a) Estão acima do conceito de lucro.
b) Visão a longo prazo das lideranças.
c) Não tem o cliente como foco principal.
d) Suas receitas são baseadas num orçamento.
QUESTÃO 2
(SEPLAG/SE — ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GES-
TÃO GOVERNAMENTAL — IBFC — 2018)
O empreendedorismo governamental ocorre quando os gestores 
públicos aproveitam os recursos disponíveis de formas novas e 
melhores, buscando a satisfação e o benefício dos cidadãos. O 
conceito de empreendedorismo governamental surgiu com o livro 
Reinventando o Governo — como o espírito empreendedor está 
transformando o poder público, de Osborne e Gaebler. Sobre o 
tema, assinale a alternativa correta:
a) um governo empreendedor pretende controlar a economia, seja por 
meio direto ou indireto, bem como concentrar a gestão das atividades 
empresariais na administração pública.
b) para um modelo de empreendedorismo governamental deve se bus-
car o desaparecimento do Estado, para que a administração pública 
conte, cada vez mais, com características próprias da iniciativa privada.
c) um governo empreendedor atua estrategicamente buscando gerar 
receitas, e não despesas, ampliando as prestações dos serviços pú-
blicos e considerando os gastos sob uma perspectiva de investimento.
d) o conceito de empreendedorismo governamental prestigia, em diver-
sos aspectos, a manutenção da burocracia do Estado como critério para 
seu próprio funcionamento.
QUESTÃO 3
(PREFEITURA DE PARNAMIRIM/RN — COMPERVE — ADMINIS-
TRADOR —2019)
Empreendedorismo é um tema muito recente na área de adminis-
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tração pública, pois sua origem esteve vinculada à identificação de 
pessoas ousadas que procuravam realizar seus intentos por meio 
da montagem de seu próprio negócio. Na esfera da organização 
pública, há pessoas que realizam atividade técnica, empreendedo-
ra, gerencial e de controle. Nesse caso, o empreendedor:
a) concebe a ideia de um novo projeto.
b) planeja todos os passos para realizar um novo projeto.
c) acompanha o novo projeto em todas as suas fases.
d) avalia os resultados alcançados com o novo projeto.
QUESTÃO 4
(UFG — CS/UFG — ADMINISTRADOR — 2019)
O risco é inerente à própria atividade da empresa e às caracterís-
ticas do mercado em que opera. Esse risco independe da forma 
como a empresa é financiada, restringindo-se exclusivamente às 
decisões de investimentos e ativos, relaciona-se à possibilidade 
de a empresa não atingir os resultados esperados. Tais variáveis 
estão relacionadas ao risco: 
a) de mercado.
b) econômico.
c) financeiro.
d) de investimento.
QUESTÃO 5
(JUCEPAR/PR — ADMINISTRADOR — PUC/PR — 2017)
Plataformas digitais estão transformando os pipelines de negócios. 
Os modelos tradicionais de negócios estão tendo que se adaptar a 
essa nova realidade em que consumidores, fabricantes e fornece-
dores colaboram em plataformas digitais para desenvolver, vender 
e aprimorar produtos e serviços. Nesse movimento, gigantes do va-
rejo como Walmart estão tendo que adotar o modelo de empresas 
de tecnologia, como a Apple, para se lançar nos mercados digitais. 
O desafio nesse modelo de negócio está, além de novos processos 
internos de trabalho e de liderança, em compreender os papéis dos 
diferentes atores e encontrar meios de orquestraras participações, 
mantendo suas vantagens competitivas seguras em meio à abertu-
ra para maior colaboração. Do outro lado, as plataformas requerem 
dos agentes regulatórios maior flexibilização de regras anteriormen-
te criadas para os pipelines para controlar o funcionamento desses 
negócios, sem impedir sua evolução. Essa visão de novo modelo 
de negócio e desafios regulatórios pode ser exemplificado pelo que 
atualmente está se observando com as discussões sobre:
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a) sistema de regulamentação dos planos de saúde.
b) modelo de regulamentação do UBER. 
c) papel do governo no incentivo ao empreendedorismo digital. 
d) papel do governo na flexibilização da legislação trabalhista.
QUESTÃO 6
(IF/RS — PROFESSOR/ADMINISTRAÇÃO — IF/RS — 2015)
O empreendedorismo social se tornou um movimento global com 
objetivo de efetivar uma mudança social positiva. Em relação ao 
tema, é INCORRETO afirmar: 
a) O empreendedorismo social é um processo que envolve o uso e a 
combinação inovadores de recursos para buscar oportunidades para 
catalisar mudanças sociais e/ou atender necessidades sociais. 
b) O processo empreendedor fala sobre o empreendedorismo social 
resultar na criação, valorização, realização e renovação de valor. O va-
lor social deriva de atividades empreendedoras que buscam resolver 
problemas relacionados a pessoas e a problemas do planeta, indepen-
dente de orientação para o lucro. 
c) A principal diferença entre o empreendedorismo tradicional e o em-
preendedorismo social é a missão pretendida. O empreendedorismo 
social desenvolve empreendedorismos com a missão de resolver um 
problema social premente. 
d) O empreendedorismo social é um processo que inclui a identificação 
de um problema social específico e uma solução para resolvê-lo; a ava-
liação do impacto social, o modelo de negócios e da sustentabilidade 
do empreendimento. 
e) O empreendedorismo social é uma forma de empreendedorismo apli-
cado somente nos setores sem fins lucrativos.
QUESTÃO 7
(IF/SC — PROFESSOR/ADMINISTRAÇÃO — IF/SC — 2015)
Em uma visão empreendedora, para uma ideia tornar-se oportuni-
dade superior, os mais bem-sucedidos empreendedores, capitalis-
tas de risco e investidores privados entendem que ela deve apre-
sentar certas características. Assinale a alternativa que contenha 
CORRETAMENTE essas características.
a) A geração de uma área de novos negócios nas empresas, garantida 
por sistemas e controles contábeis.
b) A criação de novos produtos e serviços para a empresa, preocupan-
do-se com o fluxo de caixa positivo.
c) Qualidades de ser atraente, durável e em tempo oportuno e estar es-
tabelecida em um produto ou serviço que cria ou agrega valor para seu 
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comprador ou usuário final.
d) Um desempenho centrado em agregar valor ao produto, independen-
te do impacto financeiro para a empresa.
e) Como característica fundamental, a criação de serviços complementa-
res ao negócio é estar ancorada no atendimento de um diferente mercado.
QUESTÃO DISSERTATIVA
Há 100 anos Henry Ford lançou a moderna linha de montagem em sua 
fábrica em Highland Park, nas proximidades de Detroit, com a qual pro-
vocou uma transformação radical da produção e da sociedade norte-
-americana. Ao reduzir drasticamente o custo de produção com partes 
padronizadas e uma montagem mais eficiente, a Ford conseguiu levar 
o luxo, a comodidade e a liberdade do automóvel às massas. Outras 
indústrias logo adotaram essa inovação e, atualmente, tudo, de cereais 
a caixões, é feito em linhas de montagem. Tendo em vista as profundas 
novidades implementadas pela Linha de Produção da Ford, como você 
classificaria esse tipo de inovação? Justifique.
TREINO INÉDITO
Com base no conceito de empreendedorismo e suas implicações, 
assinale a afirmação INCORRETA.
a) Os estudos de Schumpeter trazem para o campo do empreendedo-
rismo o caráter inovador desse fenômeno. Ao criar o conceito de Des-
truição Criativa, o autor abriu espaço para entender os efeitos do em-
preendedorismo na economia contemporânea.
b) Empresas de Estilo de Vida são aquelas que promovem a subsis-
tência básica dos empreendedores. São classificadas nessa categoria 
empresas individuais, de baixo valor agregado em seus produtos ou 
serviços e receitas mínimas.
c) Empresas do tipo “Crescimento Gerenciável” são aquelas que criam 
uma forte marca local e regional. Ao longo do tempo, desenvolvem-se 
de maneira estável, mantendo o reinvestimento de seus ganhos para o 
crescimento da organização. 
d) A ideia de que existe um comportamento empreendedor que possa 
ser assumido pelos indivíduos em determinadas circunstâncias advém 
dos estudos da Behavioral School, que inspirou a ampliação do concei-
to do empreendedorismo para ambientes relacionados ao setor privado.
e) Conhecidas como gazelas, empresas de crescimento agressivo são 
firmas de base tecnológica dotadas de elevada capacidade inovadora 
e crescimento exponencial. São firmas orientadas por buscas de opor-
tunidades e criação de mercados, normalmente presentes no mercado 
nacional e internacional.
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NA MÍDIA
VISÃO DE FUTURO E AÇÃO NO PRESENTE: O PROCESSO DE 
INOVAÇÃO PARA EMPRESAS
Um dos maiores desafios do mundo corporativo é identificar as tendên-
cias do futuro para aplicá-las no presente. O tempo que um produto e 
uma empresa se mantêm relevantes no mercado é cada vez menor. 
Portanto, quem não se atualizar com novas tecnologias, novos modelos 
de negócio e novos formatos de gestão irá ficar para trás. Segundo os 
especialistas, uma das melhores formas de inovar em produtos e pro-
cessos é buscando benchmark, isto é, inspiração de outras organiza-
ções. “Benchmark é entender o que o restante do mundo está fazendo 
de interessante e descobrir como se apropriar disso e aplicar em seu 
negócio”, define Eduardo Glitz. “Sempre tem alguém, em algum canto 
do mundo, fazendo o que você faz de um jeito melhor”, completa. Na 
mesma linha, Marcelo Maisonnave, sócio da StartSe e cofundador da 
Warren, afirma que não há melhor forma de se aprimorar do que “sen-
tindo na pele” as transformações da nova economia. “Só quem chega lá 
na China, tenta pagar um lanche com cartão de crédito no aeroporto e 
não é aceito, ela percebe que aquele lugar funciona em outro ritmo, em 
outra plataforma”, revela. Na China, predominam os pagamentos digi-
tais, realizados com o smartphone por meio dos apps Alipay e WeChat. 
“É a mesma coisa quando eu cheguei no Vale do Silício e um carro autô-
nomo passou na minha frente”, diz, sobre a tecnologia que já é testada 
nas vias públicas da região.
Título: Visão de futuro e ação no presente: o processo de inovação para 
empresas
Data de publicação: 01 fev. 2021
Fonte: (STARTSE, 2021). Disponível em: <https://www.startse.com/no-
ticia/startups/processo-inovacao-empresas>. Acesso em: 11 mar. 2021.
NA PRÁTICA
Com a pulverização dos benefícios financeiros provenientes do em-
preendedorismo, muitas empresas passaram a desejar a manifestação 
do comportamento empreendedor por parte de seus colaboradores. 
Essa vontade, entretanto, muitas vezes não é correspondida na prática 
pelo simples fato de os indivíduos não se sentirem confortáveis para as-
sumirem riscos e inovar dentro da empresa. Esse contexto é agravado 
quando não são oferecidas recompensas claras para aqueles que se 
propõem a dedicar um esforço extra para a criação e implementação de 
novas soluções dentro da firma. O distanciamento da teoria e da prática, 
isto é, da implementação do comportamento empreendedor no discur-
so da empresa sem que seja, entretanto, construído um ambiente pró-
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-empreendedorismo, é tão eficiente quanto não se fazer nada. Ou pior, 
em determinadas situações,o comportamento empreendedor pode se 
tornar banalizado na cultura da firma, dificultando tentativas futuras de 
transformação organizacional por meio do empreendedorismo. 
O aprimoramento das empresas a partir do incentivo ao comportamento 
empreendedor passa por uma quebra de paradigmas e pela transforma-
ção de toda estrutura de incentivos das empresas. Modelos burocráticos 
de organização, em que todos os processos e tarefas sejam pré-definidos 
e controlados massivamente pela hierarquia, tendem a asfixiar a criativi-
dade dos colaboradores e desestimular a implementação de novas ideias 
para a solução de problemas e para o aprimoramento das atividades em-
presariais. A criação de uma cultura empreendedora passa pelo estabe-
lecimento de uma organização Adhocrática, que ofereça maior autonomia 
aos indivíduos, para que se sintam confortáveis em criar e implementar 
projetos “fora da caixa”, assumindo riscos e colhendo os possíveis retor-
nos dos benefícios que suas ideias tendem a gerar para a organização. 
Uma estrutura hierárquica horizontalizada, manifestada pela formação 
de equipes orientadas para a solução de problemas intraorganizacionais, 
também é bem-vinda. Somente a partir de esforços nesse sentido, os 
proprietários conseguirão concretizar a teoria do empreendedorismo na 
prática organizacional de maneira sustentável a longo prazo.
PARA SABER MAIS
Filme sobre o assunto: Steve Jobs (UNIVERSAL, 2015).
Livro: O Poder da Inovação: Como alavancar a Inovação da sua Em-
presa (Ed. 1).
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A contextualização a respeito do ambiente competitivo que en-
volve as empresas nos mercados, apresentada no primeiro capítulo, é 
o primeiro passo para entender a ascensão de um modelo de negócio 
bastante conhecido nos dias de hoje: as Startups. Uma breve compara-
ção entre a economia do século passado e a economia contemporânea 
fornece argumentos para se entender as transformações dos modelos 
de negócio ao longo do tempo. 
No passado, com o desenvolvimento da divisão do trabalho, da 
padronização dos produtos, da aplicação de tecnologias e inovações em 
máquina e equipamentos e de produção, o mundo industrial se encontrou 
diante de uma seara de oportunidades para o crescimento e geração de 
lucro. Não eram muitos os players do mercado que conseguiam atender 
os consumidores em massa, e elevada era a demanda por bens proces-
sados, uma vez que era ascendente o número de pessoas que deixavam 
STARTUPS: O PRIMEIRO PASSO
PARA O CRESCIMENTO
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a produção do campo para se instalarem nas cidades que se formavam.
Esse contexto foi favorável para a ascensão das grandes corpo-
rações, que atendiam os mercados de forma colossal, ofertando produtos 
padronizados e assumindo papéis monopolistas ou oligopolistas em seus 
territórios. O setor da indústria se tornou o carro chefe das economias 
e os modelos de negócio prezavam pelos ganhos de escala, eficiência, 
redução dos custos e aumento da produtividade. Por isso, era estratégico 
que uma mesma empresa de ponta se tornasse proprietária de toda a 
cadeia de produção que com ela se relacionava, desde a matéria-prima, 
da manutenção, até à distribuição dos produtos processados. 
O termo “Ganhos de Escala” advém do conceito de “Eco-
nomia de Escala” que, por sua vez, refere-se à possibilidade de 
uma firma reduzir seus custos totais na medida em que aumenta 
sua produção. Esse conceito pode parecer estranho de início, mas 
ocorre com muita frequência na prática, principalmente em indús-
trias que ofertam produtos a partir dos mesmos recursos, como 
maquinário, por exemplo. Economias de Escala ocorrem porque 
os custos fixos (que independem da produção) podem ter seu 
valor diluído na quantidade de bens e serviços produzidos. São 
exemplos de custo fixo: o aluguel, os salários do administrativo, 
os gastos com máquinas e equipamentos. Estes valores terão que 
ser pagos pelos empreendedores independentemente do quanto 
se produz em suas empresas. Por isso, o aumento do volume de 
produção garante a diluição desses custos na quantidade produzi-
da e oferece ganhos, “Ganhos de Escala”. 
Com o desenvolvimento da tecnologia de informação, comu-
nicação e logística, os mercados começaram a sofrer mudanças estru-
turais profundas. As trocas passaram a assumir proporções cada vez 
mais globais e a variedade de produtos e serviços começou a ser um 
diferencial para o sucesso das vendas. Esse contexto afetou diretamen-
te as empresas que dependiam de produtos padronizados, forçando-as 
a se adaptarem à pluralidade de oferta. Além disso, se tornou mais ba-
rato terceirizar setores da produção do que ter propriedade de todos os 
processos da cadeia produtiva.
O crédito se tornou mais acessível para novos empreendedo-
res e com ele a possibilidade de perseguir oportunidades nos mercados, 
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e é nesse contexto que foi fundamentada a base para a construção das 
economias como experienciamos nos dias de hoje. Com o crescimento 
da concorrência e com a proliferação dos empregos, os consumidores 
se tornaram cada vez mais exigentes, criando oportunidades para o 
empreendedorismo, mas também gerando a necessidade de inovações 
para a sobrevivência das firmas.
Com isso, a história testemunhou a proliferação das organiza-
ções de pequeno e médio porte, que conseguiam atingir níveis satisfa-
tórios de renda e de poder de mercado. Ocorreu a horizontalização das 
economias e termos como “Reengeneering”, “Downsizing” e “Terceiri-
zação” passaram a ser comuns no mundo corporativo. Assim, também 
ficou conhecido o conceito de “Startups” e se tornou valorizada a cria-
ção de organizações de pequeno porte, com pequenas equipes e com 
poucos recursos, mas que guardavam (e ainda guardam) o potencial de 
fazer grandes transformações.
STARTUPS
Diante dos argumentos previamente expostos, é possível per-
ceber que os tempos de hoje são favoráveis para o empreendedorismo, 
uma vez que os mercados têm aberto oportunidades para negócios es-
pecializados e por existir uma estrutura institucional favorável para o 
desenvolvimento de Startups, seja pelo apoio financeiro nas diversas 
modalidades de financiamento ou pela estrutura formada em torno da 
troca de conhecimentos, por mentorias, coaching e desenvolvimento 
conjunto de pesquisas aplicadas. Apesar da presença notória dessas 
firmas na sociedade dos dias de hoje, é possível que existam dúvidas a 
respeito do seu conceito. Nesse sentido, convém que seja respondido o 
seguinte questionamento: o que de fato é uma Startup?
O conceito de Startup não apresenta consenso na literatura 
acadêmica e nem mesmo entre os empreendedores da área. É pos-
sível, entretanto, definir esse fenômeno a partir de, pelo menos, duas 
perspectivas, que não necessariamente se contradizem, mas que se 
complementam, a depender do objetivo do interlocutor. Essas concei-
tuações enfatizam, na realidade, diferentes critérios para definir uma 
startup, sendo os principais deles o número de colaboradores de uma 
empresa, o tempo de vida das firmas e o espírito do negócio. Tais abor-
dagens são exploradas nas próximas linhas.
 O primeiro conceito de startup a ser apresentado está rela-
cionado ao estágio de maturidade da organização. Sabe-se que, assim 
como acontece com os organismos vivos, as empresas também apre-
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sentam um ciclo de vida, normalmente composto por estágios iniciais, 
ascensão, estabilização e, na maioria dos casos, queda e falência. Não 
necessariamente todas as organizações perpassam essas fases, mui-
tas não chegam a crescer, e algumas, as mais icônicas, conseguem 
sobreviver porgerações, estendendo o seu ciclo de vida por décadas 
(Ex.: Coca-Cola, Mars Incorporated, Hersheys).
Lundström e Stevenson (2006), ao desenvolverem seu modelo 
de políticas públicas de Empreendedorismo e Micro e Pequenas Empre-
sas (MPE), oferecem uma visão interessante sobre a prática empreende-
dora, e permitem a identificação da Startup como uma fase do processo 
de criação e desenvolvimento de empresas. Para os autores, a trajetória 
de desenvolvimento das organizações consiste em cinco fases básicas: 
(I) fase de conscientização; (II) fase de pré-startup; (III) fase de startup; 
(IV) fase de pós-startup; (V) manutenção e expansão dos negócios. A 
Figura 1 ilustra as fases do processo apresentado pelos autores.
Figura 1 — Startup Como Fase do Empreendedorismo.
Fonte: (AUTOR, 2020).
Como é possível perceber pela análise da Figura 1, a Startup cor-
responde à terceira fase do processo do empreendedorismo. As 5 etapas 
apresentadas pelos autores visam representar os passos da idealização, 
construção e manutenção de uma empresa. A primeira fase, a de Consci-
ência, visa descrever a propensão do indivíduo a assumir o empreendedo-
rismo como opção de vida. Indica uma fase de potencial empreendedoris-
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mo, quando as pessoas passam a enxergar a atividade de “abrir a própria 
empresa” como uma opção de vida. É comum nesse período as pessoas 
identificarem oportunidades de mercado, analisarem suas aptidões e seus 
pontos fortes, para possivelmente enfrentarem o mercado.
Entre os potenciais empreendedores existem aqueles que dão o 
primeiro passo para o empreendedorismo. A Fase de Pré-Startup indica 
um conjunto de atividades comuns no empreendedorismo nascente. Nes-
se período, os indivíduos passam a levar a sério seus anseios de abrir a 
própria empresa e são aplicados os primeiros recursos (tempo e dinheiro) 
para o desenvolvimento da ideia de negócio. São realizados estudos sobre 
a oportunidade explorada, são criados os planos de negócio, desenvolvi-
dos os produtos e serviços, traçados os projetos, formadas as equipes. 
Se possível, são testados os protótipos dos produtos e servi-
ços. Ainda nessa fase é comum que sejam buscadas fontes de financia-
mento do negócio em modalidades de bancos comerciais, corwndfun-
ding, investimento anjo e outras formas. Todo o processo de construção 
do Modelo de Negócio deve ser feito nesse período, possibilitando aos 
empreendedores colocar em prática sua proposta na fase de Startup.
A fase de Startup é o momento em que os empreendedores 
enfrentam o mercado, abrem suas empresas e iniciam a oferta de pro-
dutos e serviços. Esse período é considerado o mais instável da vida 
das organizações, trata-se do momento quando ocorrem as maiores ta-
xas de falência entre os empreendimentos (MORAIS, 2015). Isso ocorre 
porque na etapa de Startup há a confrontação entre a teoria do negócio, 
idealizada no processo de Pré-Startup e a prática do empreendedoris-
mo. Quanto maiores as diferenças entre o planejamento do empreendi-
mento e a realidade encontrada no momento de Startup, maiores são os 
problemas e os desafios para a consolidação do negócio no mercado.
Por esse motivo, a construção de uma Startup deve ser pen-
sada e planejada com detalhes, e é importante que a aceitação dos 
produtos e serviços pelo mercado seja previamente testada e que as 
expectativas de crescimento e viabilidade do negócio sejam baseadas 
em dados factíveis. As chances de sobrevivência de uma firma au-
mentam à medida que os anos passam. Lundström e Stevenson (2006) 
apontam que a fase de Startup apresenta a mesma duração do tempo 
de instabilidade vivido pelos novos empreendimentos, que seria aproxi-
madamente de quarenta e dois meses. Essa perspectiva está alinhada 
com as métricas do Global Entrepreneurship Monitor (GEM).
Após esse período, espera-se que as empresas iniciem seu 
processo de consolidação nos mercados e vivam uma fase de prepa-
ração para o crescimento. Estas características correspondem à quarta 
etapa do processo, a fase de Pós-Startup. Trata-se do momento em 
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que os empreendedores se adaptam aos desafios dos mercados e dos 
apresentados pela sua própria Startup. São estabelecidas as relações 
com os principais Stakeholders da organização e detalhes da estratégia 
de mercado e da estrutura organizacional são alinhados dentro da em-
presa. A cultura da organização começa a ser institucionalizada, bem 
como as principais rotinas dos colaboradores, garantindo a produtivida-
de e as raízes para o futuro crescimento da firma.
A última fase apresentada pelos autores é a etapa de Manutenção 
e Expansão das firmas. É nesse momento que as empresas criadas ex-
pandem suas atividades e seus negócios. Nem todos os empreendimentos 
conseguem atingir níveis elevados de crescimento, mas, espera-se que em 
todos eles ocorra níveis mínimos de aprimoramentos ao longo do tempo. 
Esse é um elemento-chave para a sobrevivência das firmas, independen-
temente do tipo de empreendedorismo em que se classificam (Sobrevivên-
cia, Estilo de Vida, Crescimento Gerenciado, ou Crescimento Agressivo).
É comum nos dias de hoje que as Startups sejam associadas 
às empresas de crescimento agressivo, devido à pulverização desse 
conceito se dar em contextos de inovação. Mas, como o leitor pôde per-
ceber pelo modelo de Lundstrom e Stevenson (2006), Startup também 
se apresenta como uma fase no processo de maturidade dos empreen-
dimentos, sejam eles quais forem. Nesse sentido, todas as empresas 
em um dado momento poderiam ser consideradas como Startups, pelo 
simples fato de serem entrantes no mercado.
Stakeholders, ou Agentes de Interesse, são todos os indiví-
duos que apresentam interesse no empreendimento, seja pela sua ca-
pacidade de afetar as decisões e operações organizacionais, ou por 
serem de alguma maneira afetados por elas. O estudo dos Stakehol-
ders é uma importante atividade para a construção e implementação 
do Planejamento Estratégico das organizações. Existem Stakeholders 
classificados como “internos” às organizações, que apresentam com 
ela uma ligação direta, tais como: os Colaboradores, Investidores e 
Proprietários, bem como aqueles classificados como “externos”, que 
apresentam ligações indiretas com a empresa, como, por exemplo, 
os Fornecedores e Consumidores. O Mapeamento de Stakeholders 
classifica os agentes segundo seus graus de interesse e poder de 
influência sobre a organização, e configura uma valiosa ferramenta 
para a gestão das estratégias das empresas, principalmente em seus 
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estágios iniciais, quando enfrentam seus primeiros desafios.
A definição de Startup como uma etapa de abertura de novos 
negócios, entretanto, não é a mais conhecida pelas pessoas, apesar 
de ser aplicada na linguagem em vários contextos do mercado. Nesse 
sentido, convém que seja apresentada uma segunda perspectiva sobre 
Startups que, por sua vez, é bastante comum no contexto do empreen-
dedorismo inovador.
Neil Blumenthal, um dos fundadores da Warby Parker, empre-
sa varejista e inovadora do mercado Americano, define uma Startup 
como “uma empresa que trabalha para resolver problemas, quando a 
solução não é óbvia e quando o sucesso não é garantido”. Essa defini-
ção resume, de certa forma, uma segunda perspectiva sobre Startups a 
ser apresentada neste módulo, isto é, que a entende como a “Materiali-
zação do Empreendedorismo Inovador”.
O conceito de Startup sobre essa perspectiva não está limitado 
a uma fase que as empresas tendem a viver em seu processo de desen-
volvimento, existem organizações consolidadas que nunca chegaram a 
ser uma Startup. Mais especificamente, para que uma firma seja consi-
derada uma Startup, devem ser consideradas algumas características 
que as firmas nessa modalidade

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