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Semiologia Sistema Tegumentar Introdução: Epiderme; Derme; Hipoderme (não considerada mais); A pele é um órgão que está em perfeita harmonia com a saúde do paciente. Sendo constituída por três camadas: Exame Físico : Coloração Continuidade ou integridade Umidade Textura Espessura Temperatura Elasticidade e mobilidade Turgor Sensibilidade Lesões elementares. É necessário um ambiente correto para que haja a avalição correta. é necessário observar o padrão da lesão como: Temperatura, iluminação e a distância do observador. O exame de pele deve ser realizada em ambiente iluminado de preferência com a luz natural, ou a luz fluorescente (as luzes amarela podem alterar a coloração). É necessário evitar locais que possam alterar a temperatura corpórea do paciente. • As condições básicas para o exame da pele são: iluminação adequada, desnudamento das partes a serem examinadas, conhecimento prévio dos procedimentos semiotécnicos. • Devem ser investigados os seguintes elementos: Coloração: N a identificação do paciente é necessário que se faça o registro da coloração de sua pele. Nos indivíduos de cor branca e nos pardos-claros: coloração levemente rosada, que é o aspecto normal em condições de higidez. Este róseo-claro ocorre em virtude da circulação do sangue pela rede capilar cutânea e pode sofrer variações fisiológicas, aumentando ou diminuindo de intensidade, quando há exposição ao frio, ao sol ou após emoções. Situações patológicas, como o colapso periférico, também alteram a coloração da pele; nesta condição, ela perde seu aspecto róseo. Principais Alteração da cor: • As principais alterações da coloração da pele são: palidez, vermelhidão ou eritrose, cianose, icterícia, albinismo, bronzeamento, dermatografismo e fenômeno de Raynaud. • Palidez: desaparecimento da cor rósea da pele (vasoconstrição generalizada por estímulos neurogênicos ou hormonais, anemias). • Vermelhidão ou eritrose: exagero da coloração rósea da pele (pacientes febris, exposição solar, estados policitêmicos e afecções que comprometem a pele). • Cianose: cor azulada da pele (hemoglobulina reduzida, diminuição da tensão de oxigênio no ar inspirado, hipoventilação pulmonar, curtocircuito venoarterial). • Fenômeno de Raynaud alteração cutânea que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades e que resulta em modificações da coloração. - Inicialmente: palidez; cianótica, e o episódio costuma culminar com vermelhidão da área. • Icterícia: coloração amarelada da pele (uso de certas drogas que impregnam a pele – quinacrina, uso excessivos de alimentos ricos em caroteno, hepatite infecciosa, lesões obstrutivas das vias biliares extrahepáticas e algumas doenças que acompanham a hemólise). • Dermatografia: urticária factísia Letícia Mantovani Principais Alteração na pele: • Albinismo: coloração brancoleitosa da pele. - falta congênita de melanina. • Bronzeamento da pele: bronzeamento químico artificial; Distingue-se dois tipo de palidez: * Generalizada: observada em toda a pele, revelando diminuição das hemácias circulantes nas microcirculações cutânea e subcutânea. Pode decorrer de dois mecanismos: • Vasoconstrição generalizada em consequência de estímulos neurogênicos ou hormonais • Redução real das hemácias − hemoglobina − que é, em última instância, a responsável pela coloração rosada da pele. Ocorre nas anemias, as quais abordaremos mais adiante * Localizada ou segmentar: constatada em áreas restritas dos segmentos corporais, sendo a isquemia a causa principal. Assim, a obstrução de uma artéria femoral manifesta-se por palidez do membro inferior respectivo, notável quando comparado um lado com o outro. Aliás, essa recomendação de se compararem regiões homólogas para reconhecer diferenças segmentares de coloração Continuidade e Integridade: •Perda de continuidade ou integridade da pele ocorre na erosão ou exulceração, ulceração, fissura ou rágade. Umidade •Inicia-se pela inspeção, mas o método adequado é a palpação, por meio das polpas digitais e da palma da mão. • Pela sensação tátil, pode-se avaliar a umidade da pele com razoável precisão. Observa-se uma das seguintes possibilidades: • Umidade normal: certo grau de umidade percebido ao se examinarem indivíduos hígidos • Pele seca: ao tato, é observada em pessoas idosas, em algumas dermatopatias crônicas (esclerodermia, ictiose), no mixedema, na avitaminose A, na intoxicação pela atropina, na insuficiência renal crônica e na desidratação • Umidade aumentada ou pele sudorenta: observada em alguns indivíduos normais ou pode estar associada a febre, ansiedade, hipertireoidismo e neoplasias malignas. Em mulheres na menopausa, a umidade excessiva da pele (sudorese) está relacionada às ondas de calor. Textura: •A textura da pele é avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea: •Textura normal: desperta uma sensação própria que a prática vai proporcionando, e é encontrada em condições normais • Pele lisa ou fina: observada nas pessoas idosas, em indivíduos com hipertireoidismo e em áreas recentemente edemaciadas • Pele áspera: indivíduos expostos às intempéries e que trabalham em atividades rudes, tais como lavradores, pescadores, garis e foguistas, e em algumas afecções como mixedema e dermatopatias crônicas • Pele enrugada: percebida nas pessoas idosas, após emagrecimento rápido, ou quando se elimina o edema. Espessura: •Faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea, usando o polegar e o indicador, pinçam-se apenas a epiderme e a derme. • Essa manobra deve ser realizada em várias e diferentes regiões, tais como antebraço, tórax e abdome. Por meio dela, pode-se observar: • normal: observada em indivíduos hígidos; seu reconhecimento depende de aprendizado prático • atrófica: tem alguma translucidez que possibilita a visualização da rede venosa superficial. Observada em pessoas idosas, nos prematuros e em algumas dermatoses • hipertrófica ou espessa: indivíduos que trabalham expostos ao sol. A esclerodermia tem no espessamento do tegumento cutâneo uma de suas características clínicas mais fáceis de se observar. Temperatura: •Temperatura corporal X temperatura da pele: • Para avaliação da temperatura da pele, usa-se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos, comparando-se com o lado homólogo de cada segmento examinado. • A temperatura da pele varia entre amplos limites Significado semiológico: •diferenças de temperatura em regiões homólogas diferem, pois discrepâncias de até 2°C podem ser detectadas pela palpação e indicam transtornos da irrigação sanguínea (a área isquêmica é mais fria). Podem ser relatadas: • Temperatura normal • Temperatura aumentada •Temperatura diminuída. • O aumento da temperatura da pele pode ser universal ou generalizado, trata-se da exteriorização cutânea do aumento da temperatura corporal (febre). • O aumento da temperatura em áreas restritas ou em segmentos corporais está relacionado com processos inflamatórios. Letícia Mantovani Elasticidade e Mobilidade: •Essas duas características devem ser analisadas e interpretadas simultaneamente. • Elasticidade é a propriedade de o tegumento cutâneo se estender quando tracionado; • Mobilidade refere-se à sua capacidade de se movimentar sobre os planos profundos subjacentes. • Para avaliar a elasticidade, pinça-se a prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo em seguida certa tração, ao fim da qual se solta a pele. • Para a pesquisa da mobilidade, emprega-se a seguinte manobra: pousa-se firmemente a palma da mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes (ossos, articulações, tendões, glândula mamária etc.) • Elasticidade normal: indivíduos hígidos • Aumento da elasticidade ou pele hiperelástica: características semelhantes às da borracha. Ao se efetuar uma leve tração, a pele se distende duas a três vezes mais que a pele normal. O exemplo mais demonstrativo é a síndrome de Ehlers-Danlos, na qual ocorreum distúrbio do tecido elástico cutâneo. • Diminuição da elasticidade ou hipoelasticidade: reconhecida pelo fato de a pele, ao ser tracionada, voltar vagarosamente à posição primitiva, ou seja, a prega cutânea, feita para executar a manobra, vai-se desfazendo lentamente, enquanto nas pessoas com elasticidade normal a prega se desfaz prontamente. - Observada nas pessoas idosas, nos pacientes desnutridos, no abdome das multíparas e, principalmente, na desidratação. Turgor: •Avalia-se o turgor, pinçando com o polegar e o indicador uma prega de pele que abranja o tecido subcutâneo. • O turgor diferencia-se em: • Normal: o examinador tem a sensação de pele suculenta em que, ao ser solta, a prega se desfaz rapidamente. Indica conteúdo normal de água, ou seja, a pele está hidratada • Diminuído: sensação de pele murcha e observação de lento desfazimento de prega. Turgor diminuído indica desidratação. Sensibilidade •Sensibilidade dolorosa: perda da sensibilidade dolorosa é chamada hipoalgesia ou analgesia. aumento da sensibilidade dolorosa denomina-se hiperestesia. • Hiperestesia: é a sensação que aos toques mais leves e suaves despertam nítida dor. Tal fenômeno aparece no abdome agudo, na síndrome isquêmica das extremidades inferiores, em neuropatias periféricas. • Hipoalgesia ou analgesia: pode ser percebida pelo paciente que nota ausência de dor ao contato com algo aquecido ou ao se ferir. - Utiliza-se objeto ponte agudo como: agulha de insulina estéril; - Semiologicamente, é pesquisada tocando-se a pele com a ponta de uma agulha. Exemplo importante é a perda da sensibilidade dolorosa na hanseníase. Sensibilidade tátil: tem como receptores os corpúsculos de Meissner, os de Merkel e as terminações nervosas dos folículos pilosos. Para pesquisá-la, fricciona-se levemente o local com uma mecha de algodão. Anestesia ou hipoestesia refere-se a perda ou diminuição da sensibilidade tátil. Sensibilidade térmica Receptores específicos: bulbos terminais de Krause, temperaturas frias Corpúsculos de Ruffini, temperatura quentes. Letícia Mantovani Lesões Elementares: Alterações de cor. Elevações edematosas. Formações sólidas. Coleções líquidas. Alterações da espessura. Perda e reparações teciduais •Modificações do tegumento cutâneo causadas por processos inflamatórios, degenerativos, circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de formação. • Para a avaliação de lesões elementares, empregam-se a inspeção e a palpação. O uso de uma lupa para ampliar a superfície da pele e das lesões. Classificação é feita de acordo com: Mancha ou Mácula = Alteração de cor PIGMENTARES: •A mancha ou mácula corresponde à área circunscrita de coloração diferente da pele normal, no mesmo plano do tegumento e sem alterações na superfície. A verdade é que o correto reconhecimento de uma mácula não se faz apenas pela inspeção; é por meio da palpação – deslizando-se as polpas digitais dos dedos indicador, médio e anular sobre a área alterada e suas adjacências – que melhor se pode verificar qualquer elevação da pele e eventuais alterações da superfície Dividem-se em: pigmentares, vasculares, hemorrágicas e depósito de pigmentos orgânicos e exógenos; Decorrem de alterações do pigmento melânico. Subdividem-se em três tipos: Hipocrômicas e/ou acrômicas: resultam da diminuição e/ou ausência de melanina. Exemplos: vitiligo, pitiríase alba, hanseníase; algumas vezes são congênitas, como no nevo acrômico e no albinismo . VASCULARES: - Hipercrômicas: dependem do aumento de pigmento melânico. Exemplos: pelagra, melasma ou cloasma, manchas hipercrômicas dos processos de cicatrização, manchas hipercrômicas da estase venosa crônica dos membros inferiores, nevos pigmentados, melanose senil. Decorrem de distúrbios da microcirculação da pele. São diferenciadas das manchas hemorrágicas por desaparecerem após digitopressão: compressão da região com a polpa digital; vitropressão, puntipressão. As manchas vasculares subdividem-se em: telangiectasias e manchas eritematosas ou hiperêmicas. MANCHAS ERITEMATOSAS- HIPERÊMICA • Decorre de vasodilatação, tem cor rósea ou tom vermelho-vivo e desaparece à digitopressão ou à vitropressão. • É uma das lesões elementares mais encontradas na prática médica • Podem ser simples, ou seja, sem outra alteração da pele ou, ao contrário, ocorrer juntamente com outras lesões: pápula, vesícula, bolha. Costumam ter variados tamanhos; ora são esparsas, ora confluentes, ou seja, fundem- se por estarem muito próximas umas das outras. • Surgem nas doenças exantemáticas (sarampo, varicela, rubéola), na escarlatina, na sífilis, na doença reumática, nas septicemias, nas alergias cutâneas e em muitas outras afecções. Petéquias: quando puntiformes ) e com até 1 cm de diâmetro Víbices: quando formam uma linha. Esse termo também é empregado para lesão atrófica linear Equimoses: quando são em placas, maiores que 1 cm de diâmetro. HEMORRÁGICA: • Chamadas “sufusões hemorrágicas”, não desaparecem pela compressão, diferentemente dos eritemas. • Não desaparecem por se tratar de sangue extravasado. De acordo com a forma e o tamanho, subdividem-se em três tipos: FORMAÇÃO SÓLIDAS: • Abrangem pápulas, tubérculos, nódulos, nodosidades e gomas e vegetações. a) Pápula: lesão sólida e circunscrita, menor que 1cm de diâmetro, elevada (que faz relevo em relação aos planos circunjacentes), com superfície plana ou encurvada. • Pode ser epidérmica, dérmica ou mista. Exemplos leishmaniose, blastomicose, verruga, erupções medicamentosas, acne, hanseníase, sífilis secundária tardia. b) Placa: lesão elevada, maior que 1cm, geralmente de superfície plana. Obs: A superfície da placa pode ser descamativa, crostosa, queratinizada ou macerada. c) Nódulos: Infiltrado sólido circunscrito, geralmente bem delimitado, persistente, de localização dérmica ou hipodérmica, podendo ser elevado ou situado profundamente na derme, medindo 1 a 3 cm de diâmetro. Costuma ser mais palpável que visível. Exemplos: furúnculo, eritema nodoso, hanseníase, cistos, neoplasias, sífilis, bouba, cisticercose.Letícia Mantovani COLEÇÕES LÍQUIDAS: • d) Goma: nódulo ou tumor que se liquefaz no centro, drenando, por ulceração ou fistulização, substância que varia conforme o processo básico. Exemplo:sífilis,tuberculose,micoses. e) Urtica: Lesão com relevo, consistente, edematosa, circunscrita, de cor vermelho-róseo ou branco-porcelana, efêmera, circundada por halo eritematoso ou anêmica. A urtica é lesão decorrente de edema dérmico, ao invés de infiltração celular. A urtica é lesão decorrente de edema dérmico, ao invés de infiltração celular. f) Vegetação: Pápula elevada, pediculada ou não, de superfície irregular, ocasionalmente sangrante. Pode ser recoberta por superfície queratósica dura, inelástica e amarelada, recebendo o nome de verrucosidade ou lesão verrucosa. • Observa-se nas verrugas, bouba, leishmaniose, sífilis, blastomicose, esporotricose, condilomas acuminados, tuberculose, granuloma venéreo, HPV , epitelioma, dermatites medicamentosas a)Vesícula: pequena cavidade de localização geralmente intraepidérmica (podendo ser subcórnea, intraepitelial ou subepidérmica), de conteúdo claro, medindo menos de 1cm de diâmetro. A lesão é elevada e circunscrita. EXEMPLO na herpes simples e zoster, varicela, queimaduras e nos eczemas. b) Bolhas: elevação circunscrita da pele, maior que 1cm. Situa-se na epiderme ou entre a epiderme e a derme. Seu conteúdo é inicialmente seroso e claro - pode depois ser purulento ou hemorrágico Quando a bolha é provocada por queimadura, denomina-se flictena. (encontradas nas queimaduras, em algumas piodermites e alergias medicamentosas). c) Pústula: elevação circunscrita da epiderme, pequena cavidade similar à vesícula, de conteúdo purulento (vesícula ou bolha). A pústula pode ser séptica, como no impetigo ou na acne juvenil, ou asséptica, como na psoríase pustulosa. Surge na varicela, herpes zoster, queimaduras, piodermites, acne d)Abscesso: é uma coleção de pús localizada e profunda, situada na dermeou tecido subcutâneo, geralmente acompanhada de sinais inflamatórios (edema, rubor, calor e dor) causada por infecção, inflamação ou degeneração tumoral. Pode situar-se em qualquer órgão. Na pele, pode desenvolver-se a partir de foliculite profunda, traumatismos ao redor de corpo estranho ou outras infecções mais profundas. Pode drenar na pele como coleção purulenta, mas geralmente apresenta-se como nódulo eritematoso. Lesões elementares secundárias: •1.Alterações na consistência e espessura: a) Queratose: espessamento da camada córnea, de consistência endurecida e coloração esbranquiçada, amarelada ou pardacenta. Exemplo: Queratose seborréica da pele do idoso, queratose plantar, queratose difusa (ictiose) • b) Liquenificação: Espessamento da pele com acentuação dos sulcos ou do quadriculado normal da pele, em decorrência do ato de coçar persistentemente. A liquenificação pode apresentar alterações da cor da pele. Liquenificação na dermatite atópica. c)Edema: extravasamento de líquido na derme ou hipoderme, assumindo a coloração da pele ou apresentando eritema na superfície da lesão. Pápula edematosa, produzida por picada de inseto. Mucosas: •Examináveis a olho nu e sem auxílio de qualquer aparelho são: Conjuntivas oculares Mucosas labiobucal, lingual e gengival. • O método de exame é a inspeção, coadjuvado por manobras singelas que exponham as mucosas à visão do examinador. Assim, no caso das mucosas bucais, solicita-se ao paciente que abra a boca e ponha a língua para fora. É indispensável uma boa iluminação, de preferência com luz natural complementada por uma pequena lanterna. • Os seguintes elementos devem ser analisados: Coloração Umidade. COLORAÇÃO DA MUCOSA: • Normal é róseo-avermelhada, decorrente da rica rede vascular das mucosas (normocoradas). As alterações: descoramento das mucosas, mucosas hipercoradas, cianose, icterícia e leucoplasia. • Descoramento das mucosas: diminuição ou perda da cor róseoavermelhada. Procura-se fazer também uma avaliação quantitativa, usando-se a escala de 1 a 4 cruzes (+, + +, + + + e + + + +). • Mucosas descoradas (+) significam uma leve diminuição da cor normal, enquanto mucosas descoradas (+ + + +) indicam o desaparecimento da coloração rósea. As mucosas tornam-se, então, brancas como uma folha de papel. As situações intermediárias (+ + e + + +). • As mucosas descoradas são um achado semiológico de grande valor prático, pois indicam anemia. Letícia Mantovani MUCOSAS HIPERCORADAS: • Acentuação da coloração normal, podendo haver inclusive mudança de tonalidade para vermelho-arroxeada. Indicam aumento das hemácias naquela área, como ocorre nas inflamações (conjuntivites, glossites, gengivites) e nas poliglobulias. • Poliglobulia pode ser observada em diversas condições: poliglobulia secundária a algumas doenças respiratórias, poliglobulia compensadora das grandes altitudes, policitemia vera de causa desconhecida, considerada o processo neoplásico da série eritrocitária. • Cianose Coloração azulada das mucosas cujo significado é o mesmo da cianose cutânea analisada anteriormente. • Icterícia • As mucosas amarelas ou amarelo-esverdeadas; da mesma maneira que na pele, resulta de impregnação pelo pigmento bilirrubínico aumentado no sangue. • As regiões mais facilmente identificáveis são a mucosa conjuntival e o freio da língua. As icterícias mais leves só são perceptíveis nesses locais. Leucoplasia • Áreas esbranquiçadas, às vezes salientes, nas mucosas, por espessamento do epitélio (queratose, paraqueratose, hiperplasia, neoplasia), diminuição da vascularização e/ou fibroesclerose da lâmina própria. UMIDADE DA MUCOSA: Condições normais são úmidas, especialmente as mucosas lingual e a bucal, traduzindo bom estado de hidratação. Umidade normal: as mucosas apresentam discreto brilho indicativo de tecidos hidratados Mucosas secas: as mucosas perdem o brilho, os lábios e a língua ficam pardacentos, adquirindo aspecto ressequido. Na maioria das vezes, indicam desidratação. Fâneros: Cabelo, pelos e unhas: • Cabelo deve ser analisado quanto às seguintes características: Tipo de implantação Distribuição Quantidade Coloração Brilho, espessura, consistência. • Tipo de implantação Varia de acordo com o sexo. - mulher, implantação mais baixa e formam uma linha de implantação característica - homens é mais alta e existem as “entradas” laterais. Diversos transtornos endócrinos concomitantes ao hipogonadismo no homem determinam implantação feminoide dos cabelos. Na mulher com hiperprodução de substâncias androgênicas invertem o tipo de implantação dos cabelos. • Distribuição A distribuição é uniforme e, quando há áreas sem pelos, são denominadas alopecia, cujas causas são múltiplas. Uma alteração comum é a calvície, que pode ser parcial ou total; as calvícies parciais assumem diferentes formas e podem ser de vários • Quantidade • Varia de um indivíduo para outro, e, com o avançar da idade, os cabelos tornam-se mais escassos. • Coloração Varia com a etnia e em função de características geneticamente transmitidas. As cores básicas são: cabelos pretos, castanhos, louros e ruivos. As modificações da coloração podem ser artificiais ou consequentes a enfermidades. Uma alteração interessante é a que se observa nos meninos com desnutrição proteica grave, cujos cabelos se tornam ruivos. • Coloração Varia com a etnia e em função de características geneticamente transmitidas. As cores básicas são: cabelos pretos, castanhos, louros e ruivos. As modificações da coloração podem ser artificiais ou consequentes a enfermidades. Uma alteração interessante é a que se observa nos meninos com desnutrição proteica grave, cujos cabelos se tornam ruivos. • Brilho, espessura, consistência - perdem o brilho e tornar-se quebradiços e secos. Pelos Localizam-se nos folículos pilossebáceos, que, por sua vez, resultam de invaginação da epiderme. Até a puberdade os pelos são finos, escassos e de cor castanho-clara ou mesmo amarelados. Com a puberdade, por ação dos hormônios sexuais, os pelos adquirem as características e a distribuição do adulto, próprias de cada sexo, havendo grandes variações raciais e individuais No homem aparecem barba, pelos nos troncos, e os pelos pubianos formam um losango. Na mulher não aparecem barba, nem pelos no tronco; os pelos pubianos têm forma de triângulo de vértice voltado para baixo. Unhas • Formadas de células queratinizadas que se originam na matriz, são constituídas de epiderme com as suas diversas camadas, exceto a granular. • As seguintes características devem ser analisadas: Forma ou configuração, Tipo de implantação, Espessura, Superfície, Consistência , Brilho e Coloração. • As unhas dos pés têm configuração variada. • Quanto à coloração, podem ser pálidas (anêmicas), ou adquirir uma tonalidade azulada, ou seja, cianótica. • A superfície pode tornar-se irregular, a espessura aumentar ou diminuir, o brilho pode desaparecer, e a consistência estar diminuída. • A ocorrência de manchas brancas é comum em pessoas sadias e são chamadas leuconíquias. • A ocorrência de manchas brancas é comum em pessoas sadias e são chamadas leuconíquias. • Coiloníquia ou unha em colher é um estado distrófico no qual a placa ungueal torna-se fina e desenvolve-se uma depressão. Tais alterações ocorrem na anemia ferropriva grave e são provocadas por irritantes locais. • Observar também as regiões que rodeiam as unhas, pois processos inflamatórios de origem micótica ocorrem com frequência. São as paroníquias, muito comuns nas pessoas que têm as mãos em constante contato com água (lavadeiras, cozinheiras). • Por fim, deve-se observar se há sinais indicativos do hábito de roer unhas (onicofagia), que é indicativo de ansiedade.Letícia Mantovani
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