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Exame Físico da Pele I

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–
 
FUNDAMENTOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA: 
A pele, cútis ou tegumento representa 15% do peso corpóreo, constitui o revestimento do organismo e 
protege contra agentes nocivos físicos, químicos ou biológicos. 
É constituída por três camadas: 
• Epiderme ou camada externa 
• Derme ou córion 
• Hipoderme ou tecido celular subcutâneo 
 
➢ EPIDERME: 
É a camada fina e mais externa da pele, constituída 
por quatro camadas: camada basal ou 
germinativa, camada espinhosa ou de Malpighi, 
camada granulosa e camada córnea. 
Não tem vascularização, e suas atividades 
metabólicas dependem da difusão de líquidos e 
nutrientes. 
 
As terminações nervosas e os corpúsculos 
sensoriais situam-se na camada basal. A camada 
basal é a camada mais profunda da epiderme. Suas 
células são entremeadas por melanócitos que 
produzem melanina, substância que confere cor à 
pele. 
 
➢ DERME: 
 
A derme é uma camada de tecido conjuntivo, rica 
em mucopolissacarídios e material fibrilar (fibras 
de colágeno, fibras elásticas e fibras reticulares), 
na qual são acomodados vasos, nervos e anexos 
epidérmicos. 
 
–
 
Suas características são flexibilidade e 
elasticidade, além de defesa do organismo contra 
agentes nocivos que ultrapassaram a primeira 
barreira protetora, representada pela epiderme. 
 
É dividida em três partes: 
• Superficial ou papilar, na qual predominam 
finos feixes de colágeno e grande número 
de células 
• Profunda ou reticular, constituída por 
densos feixes de colágeno 
• Adventicial, constituída por finos feixes de 
colágenos dispostos em torno de anexos e 
vasos. 
 
➢ HIPODERME OU TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO: 
 
A hipoderme, tecido celular subcutâneo ou 
panículo adiposo, situa-se logo abaixo da derme e 
apresenta lóbulos de células adiposas delimitadas 
por septos conjuntivo elásticos. 
 
A hipoderme é rica em tecido adiposo e 
representa importante reserva calórica para o 
organismo, além de funcionar, em certas regiões, 
como um coxim, protegendo contra traumas. 
 
A avaliação do panículo adiposo se faz pela 
palpação, embora pela inspeção se possam obter 
alguns dados. As técnicas de exame são: 
(1) com o polegar e o indicador, pinça-se uma 
prega de pele, incluindo o tecido celular 
subcutâneo; 
(2) com as polpas digitais e a palma da mão, palpa-
se procurando deslizar a pele sobre as estruturas 
subjacentes. 
 
 
 
 
 
 
EXAME CLÍNICO: 
As condições básicas para o exame da pele são: 
iluminação adequada, desnudamento das partes a 
serem examinadas, conhecimento prévio dos 
procedimentos semiotécnicos. 
Devem ser investigados os seguintes elementos: 
• Coloração 
• Continuidade e integridade 
• Umidade 
• Textura 
• Espessura 
• Temperatura 
• Elasticidade e mobilidade 
• Turgor 
• Sensibilidade 
• Lesões elementares 
COLORAÇÃO: 
O primeiro passo consiste em registrar a cor da 
pele no momento da identificação do paciente 
(fototipo). Esse dado influi de modo considerável 
na apreciação das modificações da coloração. 
 
Nos indivíduos de cor branca e nos pardos claros, 
Observa-se coloração levemente rosada, que é o 
aspecto normal em condições de higidez. Este 
róseo claro ocorre em virtude da circulação do 
sangue pela rede capilar cutânea e pode sofrer 
variações fisiológicas, aumentando ou diminuindo 
de intensidade, quando há exposição ao frio, ao 
sol ou após emoções. 
 
Situações patológicas, como o colapso periférico, 
também alteram a coloração da pele; nesta 
condição, ela perde seu aspecto róseo. Deve-se 
atentar para a dificuldade em avaliar os distúrbios 
de coloração em pessoas de pele escura. 
 
 
–
 
 
ALTERAÇÕES DA COLORAÇÃO DA PELE: 
➢ PALIDEZ: 
Significa atenuação ou desaparecimento da cor 
rósea da pele. Por isso reiteramos que a 
iluminação adequada, de preferência com luz 
natural, é indispensável para a avaliação correta. 
 
A palidez deve ser pesquisada em toda a extensão 
da superfície cutânea, inclusive nas regiões 
palmoplantares. 
 
Obs: Nos pardos e negros só se consegue 
identificar palidez nas palmas das mãos e nas 
plantas dos pés. 
 
Dois tipos de palidez: 
• Palidez generalizada: observada em toda a 
pele, revelando diminuição das hemácias 
circulantes nas microcirculações cutânea e 
subcutânea. Pode decorrer de dois 
mecanismos: 
- Vasoconstrição generalizada em consequência 
de estímulos neurogênicos ou hormonais, 
observada nas emoções fortes ou nos sustos, nas 
crises dolorosas excruciantes, nos estados 
nauseosos intensos, nas crises do 
feocromocitoma, no choque; 
 
 
 
 
 
- Redução real das hemácias − hemoglobina − que 
é, em última instância, a responsável pela 
coloração rosada da pele. Ocorre nas anemias; 
 
 
• Palidez localizada ou segmentar: 
constatada em áreas restritas dos 
segmentos corporais, sendo a isquemia a 
causa principal. Assim, a obstrução de uma 
artéria femoral manifesta-se por palidez do 
membro inferior respectivo, notável 
quando comparado um lado com o outro. 
 
Aliás, essa recomendação de se compararem 
regiões homólogas para reconhecer diferenças 
segmentares de coloração deve ser bem fixada. 
 
- SEMIOTÉCNICA: 
1. Pressionar a polpa do polegar de encontro ao 
esterno durante alguns segundos, com o objetivo 
de expulsar o sangue que flui naquela área; 
–
 
2. Retirar o dedo rapidamente e observar o local 
que esteve comprimido; 
→ Em condições normais, o tempo necessário 
para que seja recuperada a cor rósea, indicadora 
do retorno do fluxo sanguíneo, é inferior a 1 s 
→ Em caso de choque, o retorno à coloração 
normal é nitidamente mais lento, demorando 
alguns segundos. 
 
 
 
➢ VERMELHIDÃO OU ERITROSE 
Significa exagero na coloração rósea da pele e 
indica aumento da quantidade de sangue na rede 
vascular cutânea, podendo decorrer de 
vasodilatação. 
 
A vermelhidão compreende os seguintes tipos: 
• Generalizada: observada nos pacientes 
febris, nos indivíduos que ficaram expostos 
ao sol, nos estados policitêmicos e em 
algumas afecções que comprometem toda 
a pele (escarlatina, eritrodermia, psoríase) 
• Localizada ou segmentar: pode ter caráter 
fugaz quando depende de um fenômeno 
vasomotor (ruborização do rosto por 
emoção, “fogacho” do climatério), ou ser 
duradoura. 
 
Enquadram-se aqui o eritema palmar, 
manifestado nas hepatopatias crônicas 
(especialmente a cirrose), e a acrocianose, que é 
uma afecção caracterizada por frialdade 
persistente e cianose em extremidades. 
A acrocianose não deve ser confundida com o 
fenômeno de Raynaud, dele se diferenciando por 
sua natureza constante. 
OBS: a vermelhidão é um dos quatro sinais 
cardinais que caracterizam um processo 
inflamatório: dor, calor, rubor (vermelhidão) e 
tumor (intumescimento da área). 
 
➢ CIANOSE 
A cianose significa cor azulada da pele e das 
mucosas. Manifesta-se quando a hemoglobina 
reduzida alcança no sangue valores superiores a 5 
g/100 mλ. 
 
A cianose deve ser pesquisada no rosto, 
especialmente ao redor dos lábios, na ponta do 
nariz, nos lobos das orelhas e nas extremidades 
das mãos e dos pés (leito ungueal e polpas 
digitais). 
 
Nos casos de cianose muito intensa, todo o 
tegumento cutâneo adquire tonalidade azulada ou 
mesmo arroxeada. 
 
Quanto à localização, a cianose diferencia-se em: 
• Generalizada: observada em toda a pele, 
embora predomine em algumas áreas; 
 
 
 
• Localizada ou segmentar: apenas 
segmentos corporais adquirem coloração 
anormal, significando obstrução de uma 
veia que drena uma região, enquanto a 
cianose generalizada ou universal pode ser 
causada por diversos fatores. 
 
–
 
 
 
É importante saber se a cianose é generalizada ou 
segmentar, porque o raciocínio clínico é 
completamente diferente em uma ou outra 
situação. 
 
Quanto à intensidade, a cianose é classificada em 
três graus: Leve, moderada e intensa. Não há 
parâmetros quantitativos para caracterizar os 
vários graus de cianose. Somente a experiência 
capacita o examinador para afirmar o grau em que 
uma cianose se enquadra. 
 
Caracterizada a cianose comogeneralizada ou 
localizada, procura-se definir o tipo de cianose em 
questão. 
 
Há quatro tipos fundamentais: 
 
• Cianose central: nesses casos, há 
insaturação arterial excessiva, 
permanecendo normal o consumo de 
oxigênio nos capilares. Ocorre 
principalmente nas seguintes situações: 
- Diminuição da tensão do oxigênio no ar 
inspirado, cujo exemplo é a cianose observada nas 
grandes altitudes. 
- Hipoventilação pulmonar: não há ar atmosférico 
em quantidade suficiente para que se faça a 
hematose, por obstrução das vias respiratórias, 
diminuição da expansibilidade toracopulmonar, 
aumento exagerado da frequência respiratória ou 
por diminuição da superfície respiratória 
(atelectasia, pneumotórax, fibrose pulmonar). 
- Curtocircuito (shunt) venoarterial, como se 
observa em algumas cardiopatias congênitas. 
 
• Cianose periférica: ocorre em 
consequência de perda exagerada de 
oxigênio na rede capilar, devido a estase 
venosa ou diminuição funcional ou 
orgânica do calibre dos vasos da 
microcirculação; 
 
• Cianose mista: assim chamada quando se 
associam mecanismos responsáveis por 
cianose central e periférica. Exemplo típico 
é a cianose que se observa na insuficiência 
cardíaca congestiva grave, na qual ocorre 
grave congestão pulmonar, impedindo 
adequada oxigenação do sangue, e estase 
venosa periférica, com perda exagerada de 
oxigênio 
 
• Cianose por alteração da hemoglobina: 
alterações bioquímicas da hemoglobina 
podem impedir a fixação do oxigênio neste 
pigmento. O nível de insaturação eleva-se 
até alcançar valores capazes de ocasionar 
cianose. É o que ocorre nas 
metemoglobinemias e sulfonoglobinemias 
provocadas por ação medicamentosa 
(sulfas, nitritos, antimaláricos) ou por 
intoxicações exógenas. 
 
➢ ICTERÍCIA 
Coloração amarelada da pele, das mucosas visíveis 
e da esclerótica, resultante de acúmulo de 
bilirrubina no sangue. A icterícia deve ser 
diferenciada de outras condições em que a pele, 
mas não as mucosas, pode adquirir coloração 
amarelada: uso de substâncias que impregnam a 
pele (p. ex., quinacrina), ingestão excessiva de 
ESQUEMA PRÁTICO PARA DIFERENCIAR OS 
TIPOS DE CIANOSE: 
■ A cianose segmentar é sempre periférica. 
■ A cianose universal pode ser periférica por 
alteração da hemoglobina ou por alteração 
pulmonar ou cardíaca. 
■ A oxigenoterapia é eficaz no tratamento da 
cianose central e não influi na periférica; 
melhora também a cianose do tipo misto. 
■ A cianose periférica diminui ou desaparece 
quando a área é aquecida. 
■ A cianose das unhas concomitantemente com 
calor nas mãos sugere cianose central. 
–
 
alimentos ricos em carotenos (cenoura, mamão, 
tomate). 
 
A coloração ictérica pode ser desde amarelo clara 
até amarelo esverdeada. As principais causas são: 
hepatite infecciosa, hepatopatia alcoólica, 
hepatopatia por medicamentos, leptospirose, 
malária, septicemia, lesões obstrutivas das vias 
biliares extra-hepáticas (litíase biliar, câncer da 
cabeça do pâncreas) e doenças nas quais ocorre 
hemólise (icterícias hemolíticas). 
 
 
➢ ALBINISMO 
Coloração brancoleite da pele em decorrência de 
uma síntese defeituosa da melanina. Pode afetar 
os olhos, a pele e os pelos (albinismo 
oculocutâneo) ou apenas os olhos (albinismo 
ocular). 
 
➢ DERMATOGRAFISMO 
Também chamado urticária factícia. Se a pele é 
levemente atritada com a unha ou com um objeto 
(lápis, estilete, abaixador de língua), aparece uma 
linha vermelha ligeiramente elevada que 
permanece por 4 a 5 minutos. Trata-se de uma 
reação vasomotora. 
 
 
 
 
 
➢ FENÔMENO DE RAYNAUD 
É uma alteração cutânea que depende das 
pequenas artérias e arteríolas das extremidades e 
que resulta em modificações da coloração. 
 
Inicialmente observa-se palidez; em seguida, a 
extremidade torna-se cianótica, e o episódio 
costuma culminar com vermelhidão da área. 
Trata-se de fenômeno vasomotor que pode ser 
deflagrado por muitas causas (costela cervical, 
tromboangiite obliterante, lúpus eritematoso 
sistêmico, esclerodermia, policitemia, intoxicação 
medicamentosa). 
 
 
CONTINUIDADE OU INTEGRIDADE 
Refere-se a avaliação da perda de continuidade ou 
integridade da pele ocorre na erosão ou 
exulceração, ulceração, fissura ou rágade. 
 
–
 
UMIDADE 
A verificação da umidade inicia-se pela inspeção, 
mas o método adequado é a palpação, por meio 
das polpas digitais e da palma da mão. Pela 
sensação tátil, pode-se avaliar a umidade da pele 
com razoável precisão. 
 
Observa-se uma das seguintes possibilidades: 
• Umidade normal: geralmente a pele tem 
certo grau de umidade que pode ser 
percebido ao se examinarem indivíduos 
hígidos; 
• Pele seca: a pele seca confere ao tato uma 
sensação especial. É observada em pessoas 
idosas, em algumas dermatopatias 
crônicas (esclerodermia, ictiose), no 
mixedema, na avitaminose A, na 
intoxicação pela atropina, na insuficiência 
renal crônica e na desidratação; 
• Umidade aumentada ou pele sudorenta: 
pode ser observada em alguns indivíduos 
normais ou pode estar associada a febre, 
ansiedade, hipertireoidismo e neoplasias 
malignas. Em mulheres na menopausa, a 
umidade excessiva da pele (sudorese) está 
relacionada às ondas de calor; 
 
TEXTURA 
Textura significa trama ou disposição dos 
elementos que constituem um tecido. 
 
A textura da pele é avaliada deslizando-se as 
polpas digitais sobre a superfície cutânea: 
• Textura normal: desperta uma sensação 
própria que a prática vai proporcionando, 
e é encontrada em condições normais; 
• Pele lisa ou fina: observada nas pessoas 
idosas, em indivíduos com 
hipertireoidismo e em áreas recentemente 
edemaciadas; 
• Pele áspera: observada nos indivíduos 
expostos às intempéries e que trabalham 
em atividades rudes, tais como lavradores, 
pescadores, garis e foguistas, e em 
algumas afecções como mixedema e 
dermatopatias crônicas; 
• Pele enrugada: percebida nas pessoas 
idosas, após emagrecimento rápido, ou 
quando se elimina o edema; 
ESPESSURA 
Para se avaliar a espessura da pele, faz-se o 
pinçamento de uma dobra cutânea, usando o 
polegar e o indicador. Há de se ter o cuidado de 
não alcançar o tecido celular subcutâneo. Em 
outras palavras: pinçam-se apenas a epiderme e a 
derme. 
 
Essa manobra deve ser realizada em várias e 
diferentes regiões, tais como antebraço, tórax e 
abdome. Por meio dela, pode-se observar: 
• Pele de espessura normal: observada em 
indivíduos hígidos; seu reconhecimento 
depende de aprendizado prático; 
• Pele atrófica: tem alguma translucidez que 
possibilita a visualização da rede venosa 
superficial. Observada em pessoas idosas, 
nos prematuros e em algumas dermatoses; 
• Pele hipertrófica ou espessa: notada nos 
indivíduos que trabalham expostos ao sol. 
A esclerodermia tem no espessamento do 
tegumento cutâneo uma de suas 
características clínicas mais fáceis de se 
observar; 
TEMPERATURA 
Antes de tudo, deve-se esclarecer a diferença 
entre temperatura corporal e temperatura da 
pele, embora com certa frequência estejam 
intimamente relacionadas. 
 
Para avaliação da temperatura da pele, usa-se a 
palpação com a face dorsal das mãos ou dos 
dedos, comparando-se com o lado homólogo de 
cada segmento examinado. 
A temperatura da pele varia entre amplos limites. 
Nas extremidades essas variações são mais 
acentuadas. É muito influenciada pela 
temperatura do meio ambiente, emoção, ingestão 
de alimentos, sono e outros fatores. 
 
Adquirem significado semiológico diferenças de 
temperatura em regiões homólogas, pois 
discrepâncias de até 2°C podem ser detectadas 
pela palpação e indicam transtornos da irrigação 
sanguínea (a área isquêmica é mais fria). 
 
Podem ser relatadas: 
• Temperatura normal 
• Temperatura aumentada 
–
 
• Temperatura diminuída. 
 
O aumento da temperatura da pele pode ser 
universal ou generalizado, e aí, então, trata-se da 
exteriorização cutânea do aumento da 
temperatura corporal (febre). 
 
O aumento da temperatura em áreas restritas ou 
em segmentos corporais está relacionadocom 
processos inflamatórios. 
 
O calor e o rubor são também indicativos de um 
processo inflamatório. A dor pode ocorrer apenas 
quando provocada, e nos processos inflamatórios 
mais profundos praticamente não há 
intumescimento da área circunjacente. 
 
A hipotermia localizada ou segmentar revela 
quase sempre redução do fluxo sanguíneo 
naquela área. Isso decorre, muitas vezes, de 
oclusão arterial. Quase sempre a frialdade aparece 
com a palidez, e os dois sinais juntos se reforçam 
e se valorizam. 
 
A diminuição da temperatura da pele pode ser 
generalizada, e sua interpretação já foi feita 
quando explicada a hipotermia corporal. 
 
O registro exato da temperatura da pele é feito 
pela termometria cutânea, que não é utilizada na 
prática diária. 
ELASTICIDADE E MOBILIDADE 
Essas duas características devem ser analisadas e 
interpretadas simultaneamente. 
 
Elasticidade é a propriedade de o tegumento 
cutâneo se estender quando tracionado; 
mobilidade refere-se à sua capacidade de se 
movimentar sobre os planos profundos 
subjacentes. 
 
SEMIOTÉCNICA: Para avaliar a elasticidade, pinça-
se a prega cutânea com o polegar e o indicador, 
fazendo em seguida certa tração, ao fim da qual se 
solta a pele. 
 
Para a pesquisa da mobilidade, emprega-se a 
seguinte manobra: pousa-se firmemente a palma 
da mão sobre a superfície que se quer examinar e 
movimenta-se a mão para todos os lados, 
fazendo-a deslizar sobre as estruturas subjacentes 
(ossos, articulações, tendões, glândula mamária 
etc.). 
 
Do ponto de vista da elasticidade, pode-se ter: 
• Elasticidade normal: observada na pele de 
indivíduos hígidos 
• Aumento da elasticidade ou pele 
hiperelástica: características semelhantes 
às da borracha. Ao se efetuar uma leve 
tração, a pele se distende duas a três vezes 
mais que a pele normal. 
• Diminuição da elasticidade ou 
hipoelasticidade: reconhecida pelo fato de 
a pele, ao ser tracionada, voltar 
vagarosamente à posição primitiva, ou 
seja, a prega cutânea, feita para executar a 
manobra, vai-se desfazendo lentamente, 
enquanto nas pessoas com elasticidade 
normal a prega se desfaz prontamente. A 
diminuição da elasticidade é observada nas 
pessoas idosas, nos pacientes desnutridos, 
no abdome das multíparas e, 
principalmente, na desidratação. 
 
Quanto à mobilidade, pode-se verificar: 
• Mobilidade normal: a pele normal 
apresenta certa mobilidade com relação às 
estruturas mais profundas com as quais se 
relaciona; 
• Mobilidade diminuída ou ausente: a 
mobilidade está diminuída quando não se 
consegue deslizar a pele sobre as 
estruturas vizinhas. Isso ocorre em área 
sede de processo cicatricial, na 
esclerodermia, na elefantíase e nas 
infiltrações neoplásicas próximas à pele, 
cujo exemplo típico são as neoplasias 
malignas da glândula mamária; 
• Mobilidade aumentada: é observada na 
pele das pessoas idosas e na síndrome de 
EhlersDanlos. 
 
TURGOR 
Avalia-se o turgor, pinçando com o polegar e o 
indicador uma prega de pele que abranja o tecido 
subcutâneo. 
 
O turgor diferencia-se em: 
–
 
• Normal: quando o examinador tem a 
sensação de pele suculenta em que, ao ser 
solta, a prega se desfaz rapidamente. 
Indica conteúdo normal de água, ou seja, a 
pele está hidratada 
• Diminuído: sensação de pele murcha e 
observação de lento desfazimento de 
prega. Turgor diminuído indica 
desidratação. 
SENSIBILIDADE 
Podem ser analisados os seguintes tipos de 
sensibilidade: 
• Sensibilidade dolorosa: a perda da 
sensibilidade dolorosa é chamada 
hipoalgesia ou analgesia, e o aumento da 
sensibilidade dolorosa denomina-se 
hiperestesia; 
• Hipoalgesia ou analgesia: pode ser 
percebida pelo paciente que nota ausência 
de dor ao contato com algo aquecido ou ao 
se ferir. 
SEMIOTÉCNICA: Semiologicamente, é pesquisada 
tocando-se a pele com a ponta de uma agulha. 
Exemplo importante é a perda da sensibilidade 
dolorosa na hanseníase; 
 
• Hiperestesia: é a sensação contrária, ou 
seja, até os toques mais leves e suaves 
despertam nítida dor. Tal fenômeno 
aparece no abdome agudo, na síndrome 
isquêmica das extremidades inferiores, em 
neuropatias periféricas 
• Sensibilidade tátil: tem como receptores 
os corpúsculos de Meissner, os de Merkel 
e as terminações nervosas dos folículos 
pilosos. 
SEMIOTÉCNICA: Para pesquisá-la, fricciona-se 
levemente o local com uma mecha de algodão. 
Anestesia ou hipoestesia refere-se a perda ou 
diminuição da sensibilidade tátil; 
 
• Sensibilidade térmica: os receptores 
específicos são os bulbos terminais de 
Krause, para as temperaturas frias, e os 
corpúsculos de Ruffini, para as quentes. 
SEMIOTÉCNICA: Pesquisa-se a sensibilidade 
térmica com dois tubos de ensaio, um com água 
quente e outro com água fria.

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