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Análise de processamento de carnes, transporte e conservação Fatores envolvidos na deterioração de carnes e produtos cárneos Características Intrínsecas: Geralmente não apresentam fatores que constituam barreira ao desenvolvimento microbiológico Tempo de conservação de carnes limitados, pois a maioria dos mecanismos responsáveis pela deterioração aumentam com o tempo. Principais fatores que podem afetar o prazo de validade a carga microbiana inicial a temperatura a integridade da embalagem o tipo de produto transporte e armazenamento de carnes : o desenvolvimento microbiológico é o principal tipo de riscos que é necessário controlar. Carga Microbiológica Inicial A maioria dos produtos cárneos esta temperatura é de 5ºC, pelo que se recomenda a utilização de uma temperatura entre 0ºC a 3ºC. Um pequeno aumento de poucos graus na temperatura pode resultar num crescimento de diferentes tipos de microrganismos; Mos que apenas responsáveis por alterações nas características de qualidade do produto; Mos que podem ter implicações ao nível da própria segurança alimentar; A maioria das carnes e produtos cárneos possuem uma temperatura crítica, relativamente baixa, a partir da qual a segurança e a qualidade podem ser comprometidas. Integridade da Embalagem Um fator que pode ter influência durante o transporte; Muitos produtos cárneos possuem ossos. manuseamentos excessivos e/ou inadequados; mal acondicionados e sujeitas a vibrações no transporte; aumenta probabilidade de alguns ossos poderem furar o material de embalagem; Ocorrendo a perfuração da embalagem: o fator de proteção dado pela embalagem é reduzido; o produto passa a estar em contacto com o meio exterior e deste modo estão criadas condições favoráveis ao desenvolvimento de microrganismos e/ou entrada de contaminantes; Ação Enzimática Para além da ação dos microrganismos nas carnes e produtos cárneos, é igualmente importante ter em atenção que também a atividade enzimática aumenta com o aumento da temperatura. Esta ação enzimática pode afetar significativamente a qualidade do produto, podendo resultar na alteração da cor inicial, odores desagradáveis e mau sabor. Nos piores casos, existe a possibilidade de causar problemas de segurança alimentar. Para evitar estes efeitos é necessário manter as carnes e os produtos cárneos a temperaturas de refrigeração apropriadas. Principais perigos associados a carnes e produtos cárneos Os abusos de temperatura e os danos ao nível da embalagem são as situações que, com mais frequência, podem gerar problemas de qualidade e de segurança alimentar nas carnes e produtos cárneos. As carnes frescas ou os produtos cárneos que apenas sejam sujeitos a alterações físicas, isentas de qualquer tipo de processamento que lhe alterem as características iniciais e proporcionem novas barreiras ao desenvolvimento microbiológico, são os mais susceptíveis. Características das principais enfermidades causadas por bactérias em carnes e produtos cármicos Características das principais enfermidades causadas por bactérias em carnes e produtos cármicos Características das principais enfermidades causadas por bactérias em carnes e produtos cármicos Características das principais enfermidades causadas por bactérias em carnes e produtos cármicos Características das principais enfermidades causadas por bactérias em carnes e produtos cármicos As carnes e os produtos cárneos bem como o pescado e outros produtos do mar são também os mais susceptíveis a este tipo de agentes biológicos. Para este tipo de produtos a manutenção da cadeia de frio é um fator extrínseco ao produto que garante que, no prazo de validade do produto, o desenvolvimento microbiano que possa ocorrer não compromete a segurança alimentar. A utilização de embalagens e o embalamento em atmosfera modificada, caso utilizados, são uma barreira adicional que protege o produto, permitindo aumentar-lhe o tempo de vida. Parasitas mais frequentemente associados à contaminação de alimentos Parasitas mais frequentemente associados à contaminação de alimentos Parasitas mais frequentemente associados à contaminação de alimentos Boas práticas no transporte e distribuição de carnes e produtos cárneos No âmbito do Codex Alimentarius as boas práticas específicas de higiene para a carne estão contidas no CAC/RCP 58-2005 - Código de práticas de higiene para a Carne (CAC, 005). CAC/ 58-2005 é um código geral de boas práticas de higiene orientado especificamente para a carne fresca e não possui uma orientação particular para o transporte e armazenamento de carne ou de outros produtos cárneos processados. Boas práticas no transporte e distribuição de carnes e produtos cárneos Para este tipo de produtos são naturalmente aplicáveis os: CAC/RCP 8-1976 (CAC, 1976) para o transporte de carnes e produtos cárneos ultra-congelados (Secção 1.5.1); CAC/RCP 47-2001 (CAC, 2001) no que se refere às unidades de transporte, à carga, ao transporte, ao armazenamento durante o transporte e à descarga de produtos de carnes e produtos cárneos semi-embalados (Secção 1.5.3); CAC/RCP 1-2003 (CAC, 2003) em termos de regras gerais de higiene (Secção 1.3). Boas práticas no transporte e distribuição de carnes e produtos cárneos Para este tipo de produtos são naturalmente aplicáveis os: No CAC/RCP 58-2005 é possível identificar algumas recomendações adicionais relativas a meios de transporte, transporte e controle de temperaturas. O CAC/RCP 58-2005 contempla igualmente boas práticas relativas ao transporte de animais para abate, tendo em vista a manutenção da segurança alimentar. Meios de Transporte Os veículos e contentores para o transporte de carne não protegida, devem: Ser concebidos e estar equipados de modo que não haja qualquer contato entre a carne e o chão; Ter juntas vedantes nas portas e outras faixas de vedação para evitar a entrada de todas as fontes de contaminação; Quando necessário, estar equipados para garantir a monitorização e o controle da temperatura e da humidade. Meios de Transporte 1- Transporte: O descontrole da Temperatura e Humidade e outros controles ambientais não, tornarão a carne particularmente vulnerável à sobrevivência e ao crescimento de agentes patogénicos e microrganismos responsáveis pela deterioração; Instalações e o equipamento devem ser adequados para: Arrefecer, refrigerar e/ou congelar a carne de acordo com especificações escritas; Armazenar a carne a temperaturas que cumpram os requisitos de segurança e qualidade; Monitorizar a temperatura, humidade, fluxo de ar e outros fatores ambientais para assegurar o cumprimento dos regimes de controle do processo. Meios de Transporte 2- Transporte de animais para abate: O transporte dos animais para abate deve decorrer de forma a não causar nenhum impacto adverso sobre a segurança ou a adequação da carne. Os equipamentos de transporte de animais para o matadouro devem permitir: • Minimizar a sujidade e a contaminação cruzada com matéria fecal; • Evitar a introdução de novos riscos durante o transporte; • Manter a identificação dos animais quanto ao local de origem; • Evitar stress indevido nos animais que tenha um impacto adverso na segurança da carne. Meios de Transporte 2- Transporte de animais para abate: Os veículos de transporte devem ser concebidos e mantidos de forma a: • Ser possível carregar, descarregar e transportar facilmente os animais com um risco mínimo de lesão; • Ser possível separar fisicamente animais de espécies diferentes e animais da mesma espécie que possam provocar lesões noutros animais durante o transporte. • Utilizar estrados, gaiolas de retenção ou dispositivos similares para limitar a sujidade e a contaminação cruzada com matéria fecal; Com exceção da carcaça, as partes com valor econômico dos animais, derivadas do abate e de vários processamentos, são consideradas subprodutos da indústriade carnes. Podem ser: • Comestíveis: consumidos “in natura”, semiprocessados ou participando de outros produtos alimentícios Exemplos: vísceras de bovinos, suínos, ovinos, frangos, equídeos, recortes de carne, sangue, envoltórios naturais como tripas, extrato de carne, produtos gordurosos, entre outros. • Não comestíveis: aqueles que não prestam para o consumo direto com alimento, sendo destinados a outras aplicações como, farinha para ração animal, produtos farmacêuticos, entre outros. Processamento da carne Fluxograma resumido do processamento da carne Subprodutos Couro • É necessário ser feito o processo de curtimento. • O curtimento é um tratamento químico pelo qual o couro torna-se imputrescível, ou seja, impermeável e não sujeito ao apodrecimento. • São utilizados basicamente dois processos de curtimento: vegetal e mineral. Sangue • Resíduo de elevado valor, em virtude de suas proteínas (rica em aa essenciais), vitaminas e sais minerais. O sangue dos animais pode ser aproveitado na forma de: • Suplemento proteico • Agente emulsificante • Clarificador de alimentos • Corante cárneo. Subprodutos Subprodutos Farinha de sangue: de acordo com a legislação, é “o subproduto industrial obtido pelo cozimento a seco do sangue dos animais de açougue, submetido ou não a uma prévia prensagem ou centrifugação e posteriormente triturado.” Deve conter: no mínimo 80% de proteínas e no máximo 10% de umidade. Sangue em pó: de acordo com a legislação, “Entende-se por sangue em pó o subproduto industrial obtido pela desidratação do sangue por processos especiais.” Mínimo 85% de proteínas e no máximo 8% de umidade. Plasma: utilizado como ligantes em produtos de salsicharia e no enriquecimento de alimentos. • Após a sangria, o sangue é colocado em recipientes apropriados, onde se adiciona anticoagulantes • Posteriormente, o sangue é levado para uma centrífuga , para a separação do plasma e glóbulos vermelhos. Soro: é obtido de maneira semelhante ao plasma, difere apenas pelo fato do sangue coletado não ser adicionado de anticoagulante. É utilizado pela indústria farmacêutica na produção de vacinas. Subprodutos Gelatina animal e Adesivos • A gelatina é uma substância orgânica nitrogenada cujo valor principal está nas suas propriedades coagulativas, protetoras e adesivas. • Existem quatro tipos de gelatinas: a comestível, a técnica, a fotográfica e a farmacêutica. • Para a fabricação dos quatro tipos de gelatina são usados os carnais (tecidos que ligam a pele animal à carcaça), couros e ossos. • Quando se usam temperaturas mais elevadas, e tempos de aquecimentos mais longos, a gelatina hidrolisa-se e perde algumas propriedades gelificantes. Subprodutos Vísceras A maior parte são comestíveis e com um importante valor para fins terapêuticos, entre elas: - Fígado: alto valor nutritivo, utilizado para consumo e no tratamento de anemias pelo seu alto teor em ferro e vitamina A. - Coração: alto teor em mioglobina, usada em embutidos. - Rins: consumo “in natura”, usado em diversas preparações culinárias. - Pulmões: podem ser aplicados em embutidos mas em pequena escala , fonte de heparina (anticoagulante). - Estômagos: é obtida a pepsina a partir do suco gástrico de suínos, a mucina (úlceras); a renina, obtida de bezerros, tem uso amplo na fabricação de queijo. - Baço: o extrato de baço de bovino, ovino ou suíno foi estudado como possível agente terapêutico no tratamento de malária, febre tifóide, anemia. Proibidas em produtos alimentícios: amídalas, glândulas salivares, ovários, baço, outras glândulas, nodos linfáticos e hemolinfáticos, testículos. São muito perecíveis, sendo congelados e mantidos normalmente em temperaturas entre –18 e –25°C. Subprodutos Cabeça • Primeiro retira-se a língua que pode ser consumida “in natura”, ou utilizada para conservas e salsicharia. • Da cabeça, retira-se a mandíbula inferior e as carnes das bochechas, nuca, e as que participam da sustentação da língua. São enviadas para indústria de conservas e salsicharia. • Posteriormente a cabeça é cortada em dois, onde retira-se o miolo para consumo alimentício. Subprodutos Peles • Constituem um dos subprodutos mais valorizados do abate. • Por este motivo há um cuidado desde do transporte do animal até a entrega nos curtumes. • A espessura da pele é variável conforme a espécie do animal, inclusive dentro da mesma espécie, em relação a determinadas raças e à região do corpo. • Também muito utilizada na fabricação de gelatinas, por serem ricas em colágeno, como os tendões e ossos. Subprodutos Fâneros • Os fâneros derivados do abate de animais de açougue que interessam do ponto de vista tecnológico são os cascos, chifres e crinas, cerdas e pêlos, e as penas da aves. Cascos e Chifres: comercializados para fins de artesanato e dos cascos também pode ser extraído o mocotó. Crinas, cerdas e pêlos: empregado na fabricação de escovas, pincéis, entre outros. Subprodutos Gorduras • Segundo a legislação, “Entende-se por gordura comestível de suíno (banha), o produto obtido pela fusão dos tecidos adiposos frescos de suínos ou de matérias-primas outras como é definido neste regulamento.” Artigo 278 do RIIPOA (3) • Proíbe o fabrico de banha com ossos de cabeça, órgãos da cavidade torácica e abdominal, gorduras rançosas, de amídalas, pálpebras e de gorduras de raspagem. Conservação ATRAVÉS DO FRIO • Refrigeração – temperaturas baixas retardam o crescimento microbiano e também as reações químicas que causam deterioração. • Congelamento – o tempo de estocagem depende da qualidade da carne: no congelamento existem poucas alterações nas propriedades organolépticas da carne. • Quando o congelamento e armazenamento são bem feitos, a carne congelada é semelhante à carne fresca. Conservação ATRAVÉS DO CALOR • Calor – temperaturas entre 75 – 100ºC são empregadas na conservação da carne curada. Temperaturas superiores a 100ºC, em produtos enlatados, permitem a eles serem guardados à temperatura ambiente. • Defumação – é um método antigo de conservação dos alimentos, onde estes adquirem características especiais de sabor e cor. Conservação PRODUTOS QUÍMICOS • Sal – atua principalmente, diminuindo a quantidade de água no produto e inibido o desenvolvimento microbiano. • Açúcar – o açúcar adicionado a alimentos fermentados age como preservativo. • Nitrito – possui propriedades bacteriostáticas. Além do efeito preservativo, ele confere à carne curada, sua cor característica. • Antioxidantes – retardam o aparecimento de alterações oxidativas nos alimentos. • Estabilizantes – mantêm as características físicas das emulsões e suspensões. Industrialização de Carne Seca e Charque • A salga e a desidratação, seguida ou não da defumação, foram e ainda são as formas mais primitivas de conservação da carne. • Difundida como uma variável do charque, a carne seca ficou oficialmente conhecida como "carne bovina salgada curada seca". • O processo tecnológico básico é o mesmo do charque, a diferença está na adição de nitrito do sódio ou de potássio à salmoura e no teor de umidade, que é significativamente maior. Industrialização de Carne Seca e Charque • A carne bovina salgada dessecada (charque) é o resultado da salga forte de manta de carne desossada, seguida de sua exposição ao sol até atingir o ponto de dessecação que permita a conservação do produto em condições ambientais (normalmente por até 90 dias), permitindo sua comercialização em mercados distantes da sua fonte de produção. • É um processo, que além de inibir o crescimento de bactérias, preserva o produto de ações prejudiciais induzidas pelo excesso de umidade; reduz custos de embalagem armazenagem e transporte (já que não necessita ser mantido sob refrigeração); proporciona conveniência e ganho de tempo ao consumidor; etc. Carne Seca, Carne de Sol e Charque. Qual a Diferença? • A diferença reside basicamente na técnica de preparo. • Todas são feitas com carnebovina. Carne de sol: depois de cortada, é ligeiramente salgada e deixada em locais cobertos e bem ventilados. • Exige um clima muito seco, o preparo da carne de sol só é possível nas regiões semi-áridas do Nordeste. • A secagem é rápida, formando uma espécie de casca protetora que conserva a parte de dentro da carne úmida e macia. • Dos três tipos de carne desidratada, é a que cozinha com maior rapidez. Carne Seca, Carne de Sol e Charque. Qual a Diferença? Carne seca: também conhecida como carne-de-vento, carne-do-sertão, carne-do- Ceará, carne-do-Sul, ou jabá. • É esfregada com mais sal e empilhada em lugares secos. • As "mantas" de carne são constantemente mudadas de posição, para facilitar a evaporação. • Em seguida elas são estendidas em varais, ao sol, até completar a desidratação. Charque: é preparado de modo similar ao da carne seca. • O diferencial está na maior quantidade de sal e de exposição ao sol ao qual o charque é submetido, o que lhe garante uma maior durabilidade. Industrialização de Carne Seca e Charque Tipos de Carnes • Ponta de agulha, dianteiros e carcaças destinadas ao aproveitamento condicional por razões de ordem sanitária (cisticercose, contusões, etc.). Charqueamento • Também denominado esponjamento, consiste em tornar mais finas as proporções musculares mais densas, promovendo assim a multiplicação da superfície e a obtenção de peças uniformes, com espessura em volta de 2 cm. Industrialização de Carne Seca e Charque • Salga úmida: Emprega exclusivamente o sal em solução a 23,5° Baumé ou 95° salômetros (335 g de sal/kg de água), em tanques especiais, com movimentação constante das peças de carne por 30 a 40 minutos e à temperatura de cerca de 15°C. • Salga seca: Dura 12 horas, mas pode chegar a 24 horas. É a operação realizada após a retirada da carne da salmoura. • Ressalga: É feita com a porção gordurosa voltada para cima, consiste também na adição de sal de primeiro uso entre as diversas camadas de carne. Industrialização de Carne Seca e Charque Fluxo de Fabricação da Carne Seca Embalagem Matéria-prima Manteação Salga Escorrimento da Salmoura Lavagem Secagem Industrialização de Carne Seca e Charque • Matéria-prima: A mesma da utilizada para o CHARQUE. • Manteação: As postas de carne são "esticadas" em mantas de três a quatro centímetros de espessura e então realizados cortes penetrantes com distâncias e profundidades variáveis conforme a espessura da manta. • Salga: É realizada por esfregação na superfície das mantas, forçando com os dedos a penetração dele nas reentrâncias. Industrialização de Carne Seca e Charque • Escorrimento da salmoura: Uma vez salgadas, as mantas são empilhadas no piso sobre uma esteira de palha ou de tábuas colocadas sobre um tanque cimentado, destinado a recolher a "purga", que depois será empregada na "lavagem"(imersão das mantas salgadas na "purga", antes de sua exposição ao sol)da carne. • Exposição ao sol: Salgadas, as mantas são expostas ao sol em varais de madeira, voltadas para o sol nascente nas primeiras horas da manhã, durante 30 e 60 minutos, com a parte da gordura para cima. • Embalagem: As mantas são dobradas sobre si mesmas e embaladas em esteiras de palha costuradas com barbante, em fardos de aproximadamente 100 kg. Esta embalagem permite ao líquido que ainda persistir no fardo de carne evapore naturalmente. Defumação • Entende-se por defumados, os produtos que após o processo de cura são submetidos à defumação. • Com objetivo de dar cheiro e sabor característicos, além de aumentar a vida de prateleira dos produtos, devido a estes sofrerem uma parcial. • Pode ser a quente ou a frio. • Deverá ser feita em estufas construídas para essa finalidade e a combustão só poderá ser realizada com madeiras não resinosas, secas e duras. As mais utilizadas são: quebra-faca, pó de serra, quenga de coco e umburana de cambão. • Pode defumar: linguiça, pernil, paleta e lombo. A salga e secagem são as únicas formas de conservação de carne? • Não. Além de salga e secagem, outras formas de conservação de produtos cárneos incluem o uso de conservantes como os nitratos e nitritos na chamada cura seca, cujo exemplo é o presunto cru, ou em combinação com uma fermentação lática, como nos salames, ou ainda com o cozimento, que resulta nos embutidos curados como as salsichas; • Há ainda a defumação geralmente associada ao cozimento, como no bacon, presunto natalino ou tender e uma variedade de embutidos defumados, e a esterilização de conservas enlatadas como o corned beef, que é uma carne picada, pré-cozida, curada com nitrito, enlatada e esterilizada. Presunto • Entende-se por Presunto Cozido, seguido das especificações que couberem, o produto cárneo industrializado obtido exclusivamente com o pernil de suínos, desossado, adicionado de ingredientes, e submetido a um processo de cozimento adequado. Presunto Fluxograma Presunto Cozido Preparação da carne • É dividida em três fases: Desossa: realizada manualmente devido à falta da maquinaria apropriada. Corte: Na caixa do presunto, o corte mais usado é chamado 4D, em que a parte é separada ao longo de seus quatro músculos principais. Se a carne for submetida a processamento apropriado, é possível reproduzir a parte inteira destes quatro músculos. Aparamento: A separação da gordura é importante em determinados tipos de produtos. Também é necessário eliminar o tecido conjuntivo que cerca o músculo com objetivo de facilitar a solubilização das proteínas e impedir a retração durante o tratamento térmico. O mesmo é necessário para os tendões e nervos Presunto Injeção • O processo de cura da carne requer a adição um número de aditivos e ingredientes que são indispensáveis para sua coloração e sabor. Estes, junto com a água, dão forma à salmoura que será injetada na carne de uma maneira homogênea. Presunto Tambleamento Neste processo a carne sofre repetidos golpes entre as peças e contra as paredes do equipamento. Geralmente realizada com a carne a uma temperatura de 6 a 8°C. Benefícios: - Melhor penetração da salmoura - Maior uniformidade da cor - Liberação da proteínas miofibrilares com aumento da capacidade de retenção de água e redução da perda de peso por aquecimento. Presunto Maturação • A combinação do tambleamento e da maturação produzirá a extração e a solubilização das proteínas desejadas. • É importante que o tempo do maturação seja um mínimo de 24 horas a fim obter bons resultados na distribuição salmoura e da cor. • A maturação é realizada em câmaras frigoríficas a 4°C. Presunto Enformagem • A massa da carne, após a maturação, deve ser colocada nos moldes os quais durante o cozimento dão ao produto uma forma particular, o que varia de acordo com as demandas do mercado e as possibilidades tecnológicas. Os moldes podem ser de materiais diferentes: • alumínio, alumínio embutido da folha, aço inoxidável e plástico. • Os moldes mais utilizados são os de aço inoxidável cobertos com polietileno, por razões de higiene. Presunto Cozimento • Processamento térmico o qual a carne é submetida, envolvendo uma série de fenômenos físico químicos, bioquímicos e microbiológicos que definirão a qualidade e as propriedades organolépticas do produto final. • Formação do sabor e do aroma característicos. • Estabilização da cor. • Destruição dos microrganismos • O cozimento pode ser em banho de água ou em fornos com vapor, por aproximadamente 30 minutos, até a temperatura no interior do produto atingir 72°C • Coagulação da proteína do músculo. Antes do cozimento Carne após cozimento Presunto Resfriamento • É efetuado um pré-resfriamento do produto por meio do chuveiro ou da imersão das formas na água a fim de evitar o calor excessivo das câmaras do refrigeração. • Depois o produto deve permanecer na câmara de refrigeração a 4°C por no mínimo 24 horas antes de ser removido de seu molde e um mínimo de 38 horasantes do comercialização, a fim certificar-se de que a cor e as outras propriedades organolépticas do produto estão estabilizadas. Presunto Desenformação e Embalagem • Os produtos devem ser desenformados e então embalados em embalagens a vácuo. • Como este processo envolve a manipulação do produto já cozido, deve-se ter um cuidado extremo para reduzir ao mínimo o risco de recontaminação. Salame • O salame é um derivado cárneo produzido por processos de cura e fermentação láctica. • No desenvolvimento da cura, os sais de nitrato e/ou nitrito de sódio, ou potássio, são usados como os principais agentes. Salame Misturador: a carne moída é acondicionada no misturador junto com os ingredientes não cárneos e cultura starter (obedecendo padrões como ordem de adição de ingredientes e tempo de mistura). • A extração de ar se faz necessário pois aumenta a consistência da massa e evita danos futuros ao produto. • O principal objetivo da mistura é extrair as proteínas miofibrilares, responsáveis pela união das partículas de carne. Cultura starter – culturas puras de microrganismos. Salame Fumeiros: os carrinhos são dispostos nos estaleiros mantendo distância padrão para adquirir uniformidade na defumação. • As peças recebem uma aspersão uniforme de mofo que atua juntamente com a cultura starter adicionada à massa. • Temperatura entre 28°C e 32°C. • Tempo de permanência mínimo de 36 horas. Copa • Utilizam-se peças inteiras de carne suína. A peça utilizada é a sobre-paleta (ombro). • Contato com sal e aditivos mais prolongado Pescados • É grande a quantidade de matéria orgânica residual que é rejeitada das pescarias e pelas indústrias de beneficiamento, a qual poderia ser transformada em diversos subprodutos direcionados à alimentação humana, animal, ao uso agrícola, entre outros. • Diversas tecnologias para o aproveitamento destes resíduos já encontram-se disponíveis, tais como: Farinha de Pescado (amplamente utilizada atualmente), Patê, Surimi, Cartilagem de Tubarão, Quitosana,Couro de Peixe, etc. Conclusões • O aproveitamento, reciclagem e reutilização dos subprodutos são de grande interesse à indústria, uma vez que se trata de produtos ricos, sob o ponto de vista nutritivo e funcional, dadas as condições de sua obtenção e tratamento. • A gestão adequada dessas matérias também ajuda a minimizar o impacto das indústrias cárneas sobre o meio ambiente.
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