Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vict�ria K. L. Card�so Vasculites Introdução Conceito: inflamação das paredes dos vaso, com um quadro dependente da área afetada e com sinais constitucionais, como febre, mialgias, artralgias e mal-estar. ● Áreas mais afetadas: vasos pequenos → arteríolas, vênulas e capilares. Classificações: ● Vasculite de grandes vasos: ○ Pode atingir: aorta e artérias. ○ Doenças granulomatosas: ■ Arterite de células gigantes. ■ Arterite de Takayasu. ● Vasculite de vasos médios: ○ Pode atingir: artérias e arteríolas. ○ Etiologias mediadas por imunocomplexos: ■ Poliarterite nodosa. ○ Etiologias por anticorpos anticélula endotelial: ■ Doença de Kawasaki. ● Vasculite de pequenos vasos: ○ Pode atingir: arteríolas, capilares, vênulas e veias. ○ Etiologias mediadas por imunocomplexos: ■ LES → vasculite por LES. ■ IgA → púrpura de Henoch-Schonlein. ■ Crioglobulina → vasculite por crioglobulina. ■ Outros → doença de goodpasture. ○ Etiologias com escassez de imunocomplexos (frequentemente com ANCA): ■ Vasculite sem asma ou granulomas → poliangite microscópica. ■ Granulomas, sem asma → granulomatose de Wegener. ■ Eosinofilia, asma e granulomas (síndrome de Churg-Strauss). Mecanismos patogênicos mais comuns: inflamação imunomediada e invasão direta das paredes vasculares por patógenos infecciosos. ● Sempre é importante diferenciar se a causa da doença é por mecanismos infecciosos ou imunológicos, pois a base do tratamento da vasculite imunomediada é com imunossupressores, o que seria contraprodutivo na vasculite infecciosa. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Obs: traumas físicos e químicos (ex: irradiação), trauma mecânico e toxinas, também podem causar vasculite. Vasculites não infecciosas Principal causa das vasculites: etiologias por resposta imunológica sistêmica ou local. Principais causas das lesões imunológicas: ● Deposição de imunocomplexos. ● Anticorpos anticitoplasma de neutrófilos. ● Anticorpos anticélulas endoteliais. ● Células T autorreativas. Vasculite associada a imunocomplexos: ● Características gerais: ○ Ocorre em distúrbios imunológicos sistêmicos, como no lúpus eritematoso sistêmico, que cursam com a produção de autoanticorpos e com a formação de imunocomplexos que se depositam nos vasos. ○ A formação desse imunocomplexo não costuma ser identificada. ○ Não está claro se o complexo patogênico antígeno-anticorpo está sendo depositado pela circulação ou se é formado in situ. ● Vasculite por hipersensibilidade medicamentosa: (ex: penicilina) os medicamentos se unem às proteínas séricas ou aos constituintes da parede dos vasos. ○ Nesses casos, os anticorpos direcionados a essas proteínas (resultantes da interação com os medicamentos) formam imunocomplexos. ○ Clínica: de leves e autolimitadas à severas e fatais. ■ Quadro mais comum: lesões na pele. ○ Resolução: retirada do medicamento. ● Vasculite secundária a infecções: formação de imunocomplexos a partir dos anticorpos direcionados à infecção microbiana, que circulam e se depositam nas lesões vasculares. ○ Em até 30% dos pacientes com poliarterite nodosa, a vasculite ocorre por conta de imunocomplexos relacionados aos anticorpos direcionados por conta de uma infecção de hepatite B (HBsAg). Anticorpos anticitoplasma de neutrófilos: ● Características gerais: nesse caso, ocorre uma reação dos anticorpos circulantes com antígenos citoplasmáticos de neutrófilos (anticorpos anticitoplasma de neutrófilos - ANCAs***). ● Mecanismo da vasculite por ANCA: 1. Formação de ANCAs devido a fármacos ou por reação cruzada microbiana. 2. Concomitantemente, a expressão na superfície dos leucócitos ou a @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so liberação de PR3 e MPO estimula o desenvolvimento de mais ANCA. 3. A presença de uma infecção subsequente, a exposição a endotoxinas, ou estímulos inflamatórios causam a liberação de citocinas, como o TNF, que aumentam a expressão de PR3 e de MPO nos neutrófilos e em outras células. 4. Os ANCAs então reagem com os PR3 ou com os MPO, causando lesões diretas nas células endoteliais ou indiretas, primeiro ativando neutrófilos que, após ativação dos ANCAs, causam lesões teciduais ao liberarem o conteúdo dos grânulos e as espécies reativas com O2. ● Como os anticorpos dos ANCAs agem contra constituintes celulares, eles não formam imunocomplexos circulatórios, então as lesões vasculares não tem anticorpos ou complementos visíveis. ○ Assim, a vasculite associada aos ANCAS é pauci-imunológica. 3 *** ANCAs mais importantes: c-ANCA (citoplasmático), com especificidade para antiproteinase-3 (PR3), e p-ANCA (perinuclear), com especificidade para antimieloperoxidase (MPO). 4 *** Resumindo o PR3-ANCA: é um grânulo azurófilo de neutrófilo, relacionado com peptídeos microbianos. Ou seja, um aumento de PR3-ANCA pode estar associado com certas infecções → há muita associação com a poliangiite. 5 *** Resumindo o MPO-ANCA: constitui os grânulos lisossômicos envolvidos na produção de radicais livres de O2 → há muita associação com poliangiite microscópica, com a síndrome de Churg-Strauss e com vários fármacos, especialmente o propiliouracil. Anticorpos anticélulas endoteliais - predisposição a doença de Kawasaki: ● Característica geral: presença de anticorpos que agem contra as células endoteliais, por conta de defeitos na regulação imunológica. ● Resultado: presença de vasculite → como no caso da doença de Kawasaki. Arterite (temporal) de células gigantes: ● Características gerais: é uma doença inflamatória crônica em artérias de pequeno a grande calibre que afeta principalmente as artérias na cabeça, especialmente as temporais, mas pode afetar as vertebrais e as oftálmicas → é uma emergência médica. ○ Acometimento da artéria oftálmica → pode causar cegueira súbita permanente. ○ As lesões podem ocorrer em outras artérias, inclusive na aorta → aortite de células gigantes. ○ É a forma mais comum de vasculite entre idosos → rara antes dos 50. ● Patogenia: 1. Resposta imunológica mediada por células T contra antígenos da parede vascular. 2. Produção de citocinas pró-inflamatórias → TNF. 3. Resposta granulomatosa com correlação com haplótipos do MHC classe II. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Clínica: (sintomas vagos e constitucionais) ○ Febre. ○ Fadiga. ○ Perda de peso. ○ Dor facial ou cefaléia, mais intensa no curso da artéria temporal superficial → pode haver dor à palpação. ○ Sintomas oculares → (mais comum se o acometimento for na artéria oftálmica) varia de diplopia à amaurose. ● Diagnóstico: confirmação histológica por biópsia. ○ Entretanto, um resultado negativo não exclui o diagnóstico. ● Morfologia dos segmentos arteriais envolvidos: ○ Espessamento da túnica íntima → podendo haver trombose. ○ Redução do diâmetro da luz vascular. ○ Na lesão: ■ Inflamação granulomatosa da média, centrada na lâmina elástica interna. ■ Fragmentação da lâmina elástica. ■ Infiltrado de céls T, com mais TCD4 do que TCD8. ■ Infiltrado de macrófagos. ■ Presença de céls gigantes multinucleadas. ■ Granulomas raros ou ausentes. ■ Lesão inflamatória com distribuição focal ao longo dos vasos, intercalados com segmentos de artéria normal. ○ No processo de cura: ■ Diminuição da camada média. ■ Formação de cicatriz. ■ Espessamento da túnica íntima. ■ Fragmentação do tecido elástico residual. ■ Fibrose na adventícia. ● Tratamento: corticosteróides ou terapias anti-ATNF. Arterite de Takayasu: ● Características gerais: é uma vasculite granulomatosa de artérias médias e grandes. ○ Possui distúrbios oculares e pulsos extremamente fracos nas extremidades superiores (doença sem pulso). ○ É muito semelhante à arterite de células gigantes, inclusive nos aspectos clínicos e histológicos. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Acomete pacientes < 50 anos → principal diferença da arterite de céls gigantes. ● Morfologia: ○ Espessamento fibroso transmural da aorta → especialmente do arco aórtico e dos grandes vasos. ■ Áreas envolvidas: artéria pulmonar, artéria coronáriae artéria renal. ○ Hiperplasia da íntima. ○ Estreitamento do lúmen dos principais ramos vasculares. ● Aspecto histológico: semelhante a arterite temporal de céls gigantes. ○ Infiltrado mononuclear da adventícia com manguito perivascular nos vasa vasorum. ○ Infiltrado inflamatório crônico misto (inflamação mononuclear na camada média e inflamação granulomatosa, com células gigantes). ○ Necrose focal da média ○ Cicatriz de colágeno. ○ Evolução da doença = cicatrizes de colágeno com infiltrados inflamatórios crônicos mistos nas três camadas da parede vascular. ○ Acometimento da raiz da aorta = dilatação e insuficiência da valva. ● Clínica: (sintomas inespecíficos) ○ Cansaço. ○ Perda de peso. ○ Febre. ○ Redução da pressão arterial. ○ Pulsos mais fracos nas carótidas e nas extremidades superiores. ○ Distúrbios oculares → defeitos visuais, hemorragias na retina e amaurose. ○ Déficits neurológicos. ○ Acometimento da aorta mais distal → claudicação. ○ Acometimento da artéria pulmonar → hipertensão pulmonar. ○ Estreitamento dos óstios coronários → infarto. ○ Acometimento das artérias renais → hipertensão sistêmica. ○ Insuficiência da valva, por acometimento da raiz da aorta. Poliarterite nodosa (PAN): ● Características gerais: vasculite sistêmica de artérias musculares médias e pequenas. ○ Ocorre mais em adultos jovens, mas pode ocorrer em crianças e em idosos. ○ Envolve principalmente: vasos renais e viscerais. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Poupa a circulação pulmonar. ○ Não tem relação com os ANCAs, mas 30% dos pacientes têm hepatite B crônica e depósitos de complexos HBsAg-HBsAb → etiologia mediada por imunocomplexos. ● Morfologia: ○ Inflamação necrosante transmural segmentar de pequenas à médias artérias ○ Aneurismas e rupturas de vasos, por conta do processo inflamatório que enfraquece a parede arterial. ○ Ulcerações, infartos, atrofia isquêmica ou hemorragias → comprometimento da perfusão (pode ser o primeiro sinal da doença). ○ Fase aguda: inflamação transmural da parede arterial, com infiltrado misto (neutrófilos, eosinófilos e células mononucleares). ■ Muitas vezes com necrose fibrinóide. ○ Trombose na luz. ○ Efeitos tardios:, espessamento fibroso da parede do vaso (pode ser nodular). ○ Obs: os estágios iniciais e tardios podem ser simultâneos, sugerindo agressões constantes e recorrentes. ● Clínica: (resultam de isquemia e infarto dos tecidos) ○ Curso remitente e episódico, com períodos assintomáticos. ○ Apresentação clássica: rápida aceleração da hipertensão arterial ( envolvimento da artéria renal), dor abdominal e sangue nas fezes (lesões vasculares gastrointestinais), mialgias difusas e neurite periférica. ○ Afeta principalmente os nervos motores. ○ Envolvimento renal = causa importante de óbito. ○ Quando não tratada, pode ser fatal. ● Tratamento: imunossupressão → pode remitir ou curar 90% dos casos. Doença de Kawasaki: ● Característica geral: ○ Doença febril aguda, autolimitada, de lactentes e crianças (80% dos pacientes < 4 anos). ○ Há simultaneamente arterite de vasos de pequeno a médio calibre. ○ Predileção por artérias coronárias. ■ Pode ter aneurismas que se rompem ou sofrem trombose, causando infarto. ○ Geralmente o desencadeamento é por infecção viral e os danos vasculares ocorrem por células T ativadas e monócitos/macrófagos. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Morfologia: (se parece com a poliarterite nodosa) ○ Infiltrado inflamatório transmural denso → podendo ocorrer um aneurisma. ■ Na PAN tem menos necrose fibrinóide proeminente. ○ Vasculite aguda com regressão espontânea ou por resposta ao tratamento. ○ Espessamento obstrutivo da túnica íntima, por conta das lesões cicatrizadas. ○ Obs: alterações patológicas fora do sistema cardiovascular raramente são significativas. ● Clínica: ○ Apresentação comum: ■ Eritema conjuntival e oral. ■ Bolhas. ■ Edema de mãos e pés. ■ Eritema de palmas e plantas. ■ Rash descamativo. ■ Linfadenomegalia cervical. ○ 20% dos pacientes têm sequelas cardiovasculares, desde arterite coronária assintomática à ectasia das artérias coronárias e à aneurismas coronarianas gigantes, que podem romper e trombosar, podendo cursar com infarto e morte. ■ Por isso se faz o uso de medicamento antitrombóticos no tratameto da DK. ● Tratamento: aspirina e imunoglobulina intravenosa. Poliangiite microscópica: ● Características gerais: ○ Vasculite necrosante que costuma afetar capilares, arteríolas e vênulas. ○ Também é chamada de vasculite por hipersensibilidade ou vasculite leucocitoclástica. ○ Diferente da poliarterite nodosa, aqui todas as lesões microscópica são da mesma idade em qualquer paciente. ○ Órgãos envolvidos: pele, mucosas, pulmões, cérebro, coração, trato gastrointestinal, rins e músculos. ○ Associações comuns: glomerulonefrite necrosante e capilarite pulmonar. ○ Doenças que cursam com angiite microscópica: púrpura de Henoch-Schönlein, crioglobulinemia mista essencial e vasculites associadas com distúrbios de tecidos conjuntivos. ● Patogenia: @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so 1. Respostas dos anticorpos aos antígenos → fármacos (penicilina), microorganismos (estreptococo), proteínas heterólogas ou proteínas tumorais. 2. Deposição de imunocomplexos ou respostas imunológicas secundárias (desenvolvimento de ANCAs → muita associação com MPO-ANCA). 3. Recrutamento e ativação de neutrófilos dentro dos vasos. 4. Manifestação da doença. ● Morfologia: ○ Necrose fibrinóide segmentar da média e lesões necrosantes transmurais segmentares. ○ Ausência de inflamação granulomatosa. ○ Lesões semelhantes às da poliarterite nodosa, mas poupam as artérias de médio e grande calibres. ■ Consequentemente, os infartos são incomuns. ○ Pode haver apenas infiltrado com neutrófilos em apoptose = vasculite leucocitoclástica. ○ Pode haver comprovação por imunoglobulinas e por componentes do complemento nas lesões iniciais da pele, mas não costuma haver imunoglobulina na maioria das lesões (pauci-imunológicas). ● Clínica: (depende do leito vascular acometido) ○ Quadro principal: ■ Hemoptise. ■ Hematúria. ■ Proteinúria. ■ Dor ou sangramento intestinal. ■ Dor ou fraqueza muscular. ■ Púrpura cutânea palpável. ● Tratamento: imunossupressão. Síndrome de Churg-Strauss: (granulomatose alérgica e angiite) ● Conceito: vasculite necrosante de pequenos vasos, multissistêmica e com envolvimento cutâneo (púrpura palpável). ● Características gerais: ○ Está associada a asma, rinite alérgica, infiltrado pulmonar, hipereosinofilia periférica e granulomas necrosantes. ■ A síndrome pode ser consequência da hiper-responsividade a um estímulo alérgico. ○ Histologicamente é semelhante à poliarterite nodosa ou a poliangiite microscópica, só que caracteristicamente acompanhada de granulomas e eosinófilos. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Se houver a presença de MPO-ANCA, há associação com lesões vasculares. ○ 60% dos casos acometem o coração, estando associado a infiltrados eosinofílicos. Doença de Behçet: ● Conceito: vasculite neutrofílica de vasos de pequeno a médio calibre. ○ Pode ter associação com haplótipos de HLA → HLA-B51. ○ Presença de infiltrado de neutrófilos. ● Tríade clínica associada: úlceras aftosas orais, úlceras genitais e uveíte. ● Outras manifestações: ○ Acometimento gastrointestinal e pulmonar. ○ Mortalidade associada à envolvimento neurológico severo ou ruptura de aneurismas vasculares. ● Tratamento: imunossupressão e terapia com esteróides ou com antagosnistas de TNF. Granulomatose com poliangiite: (granulomatose de Wegener) ● Conceito: vasculite necrosante com tríade de granulomas necrosantes, vasculite necrosante ou granulomatosa e glomerulonefrite crescente e focal necrosante. ● Granulomas necrosantes: pode ser do trato respiratório superior (orelha, nariz, seios da face, orofaringe) ou do trato respiratório inferior (pulmão). ● Vasculite necrosante ou granulomatosa: afeta vasos pequenos e médios (capilares, vênulas, arteríolase artérias), principalmente nos pulmões e vias aéreas superiores. ○ Pode envolver outros sítios. ● Glomerulonefrite: geralmente crescente, focal necrosante. ● Formas limitadas da doença: restritas ao trato respiratório. ● Forma generalizada: pode afetar olhos, pele e outros órgãos, principalmente o coração. ● Clínica: quadro semelhante ao PAN, menos pelo acometimento do trato respiratório. ● Patogenia: ocorre pela hipersensibilidade mediada por céls T, geralmente por um agente microbiano, com presença de granulomas. ○ Também há PR3-ANCAs, que, se após a imunossupressão estiver em alta, indica recidiva. ● Morfologia: ○ Lesões (geralmente do trato respiratório) rodeadas por granulomas com padrões geográficos de necrose central e com vasculite. ○ Os granulomas necrosantes são cercados por uma zona de proliferação fibroblástica, @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so associados às células gigantes e infiltrado de leucócitos. ○ Doença em estágio avançado: há envolvimento granulomatoso necrosante extenso, com hemorragia alveolar proeminente. ● Clínica: ○ Homens são mais afetados que mulheres, comumente por volta dos 40 anos. ○ Quadro clássico: ■ 95%: pneumonite persistente com infiltrado nodular e cavitários bilaterais. ■ 90%: sinusite crônica. ■ 75%: ulcerações da mucosa da nasofaringe. ■ 80%: evidências de doença renal. ○ Outras características: rash cutâneo, mialgias, envolvimento articular, inflamação neural e febre. ● Tratamento: imunossupressão → esteróides, ciclofosfamidas e antagonistas do TNF. Tromboangiite obliterante - Doença de Buerger: ● Conceito: inflamação segmentar trombosante aguda e crônica de artérias de médio e pequenos calibres (principalmente as artérias tibial e radial). ○ Pode se estender secundariamente às veias e nervos das extremidades. ○ Essa doença pode levar à insuficiência vascular, geralmente nas extremidades. ○ Ocorre principalmente em fumantes inveterados, especialmente antes dos 35 anos de idade. ● Patogenia: ○ Hipersensibilidade a extratos de tabaco injetados via intradérmica. ○ Comprometimento da vasodilatação. ○ Associação a alguns haplótipos de HLA. ● Morfologia: ○ Vasculite focal aguda e crônica de pequenas e médias artérias, predominante em extremidades. ○ Histologia: inflamação aguda e crônica, com trombose da luz vascular. ■ O trombo pode ter pequenos microabscessos de neutrófilos, com inflamação granulomatosa. ○ Por fim, o processo inflamatório se estende às veias e nervos contíguos e, com o passar do tempo, todas as três estruturas podem se envolver por tecido fibroso. ● Clínica: ○ Fenômeno Raynaud induzido pelo frio. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Dores nas pernas, por conta de exercícios, que diminuem com o repouso (claudicação intermitente). ○ Dor no dorso do pé induzida por exercícios (claudicação do dorso do pé). ○ Flebite nodular superficial (inflamação venosa). ○ Dor severa, mesmo em repouso, pelo envolvimento neural. Vasculite associada a outras doenças não infecciosas: ● Vasculite reumatoide: ocorre principalmente em artrite reumatoide severa e de longa duração. ○ Geralmente afeta pequenas e médias artérias, causando infartos viscerais. ○ Pode haver também aortite clinicamente significativa. Vasculites infecciosas A arterite pode ocorrer pela invasão direta de agentes infecciosos, geralmente bactérias (Pseudomonas) ou fungos (Aspergillus e Mucor). Dessa forma, a invasão vascular pode fazer parte de uma infecção tecidual localizada (ex: pneumonia bacteriana) ou, menos comumente, por propagação hematogênica durante septicemia ou embolização por endocardite infecciosa. Por fim, as infecções vasculares podem enfraquecer as paredes arteriais, causar aneurismas micóticos ou induzir trombose e infarto. @p�sitivamed
Compartilhar