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APG S6P1 - Hepatites virais

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Elisa Figueiredo
APG S6P1 - Hepatites virais 
Conceito 
- Hepatite viral pode ser definida como uma 
infecção que leva à necroinflamação do fígado 
Fases das hepatites 
- Período de incubação: pode variar de algumas 
semanas até seis meses, de acordo com o 
agente etiológico viral. Nesse período, o 
paciente costuma permanecer assintomático, 
ainda que o vírus esteja se replicando 
- Fase prodrômica: paciente pode apresentar 
pródromos (mal-estar, astenia, febre, anorexia, 
náuseas, vômitos, cefaleia, desconforto 
abdominal, mialgia, diarreia ou obstipação, 
r inor re ia , tosse e a r t ra lg ia , an tes do 
aparecimento da colúria e da icterícia). Dura de 
1 a 3 semanas 
- Período ictérico: a febre tende a desaparecer. 
Acolia fecal pode ser observada. O período 
ictérico apresenta duração e intensidade que 
podem variar de alguns dias até uma semana. A 
icterícia pode ser leve ou, às vezes, intensa, 
acompanhada de prurido, mas, em geral, os 
níveis de bilirrubinas são inferiores a 20 mg/dL 
- Fase convalescente: quando a icterícia e as 
transaminases estão em declínio, o paciente 
torna-se assintomático. A normalização das 
enzimas e a cura são habituais na infecção 
pelos vírus da hepatite A (VHA) e da hepatite E 
(VHE) 
- Fase anictérica: habitualmente assintomática ou 
se apresenta de modo mais leve, e parece ser 
mais frequente do que a forma ictérica 
Hepatite a 
Aspectos microbiológicos 
- Vírus de RNA 
- Gênero hepatovírus e da família Picornaviridae 
- As partículas virais são esféricas, com tamanho 
de 27 nm e não apresentam envelope 
- A hepatite A nunca evolui para fase crônica 
- São pouco conhecidos os mecanismos de lesão 
hepática -> resposta imunopatológica a 
antígenos expressos nos hepatócitos, e não a 
um efeito citopático direto do vírus 
- O período de incubação tem média de 30 dias 
Epidemiologia 
- Contaminação fecal-oral pelo contato de pessoa 
para pessoa 
- A infecção é frequente na vigência de condições 
sanitárias precárias 
- É de distribuição mundial e os surtos epidêmicos 
resultam de contaminação fecal de reservatórios 
de água e al imentos em situações de 
aglomerações primárias, como escolas, prisões 
- A doença é mais frequente em crianças 5-6 anos 
e adolescentes em regiões pouco desenvolvidas 
e tropicais 
Fatores de Risco 
- Ingerir água não tratada 
- Falta de saneamento básico 
- Ser imunocomprometido com HIV 
- Viajar para regiões com endemicidade de 
hepatite A 
- Comer frutos do mar crus ou mal cozidos 
- Relação sexual desprotegida 
- Condições sanitárias precárias 
Manifestações Clínicas 
- A evolução da hepatite A para a cura é a regra 
- O início é súbito, em geral com febre baixa, 
fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de 
desconforto no abdome, náuseas e vômitos 
- Olhos e pele amareladas, diarreia, urina escura 
Diagnóstico 
- O Marcador Sorológico é o Anticorpo Anti-HAV: 
* Anti-HAV IgM: marca infecção aguda 
* Anti-HAV IgG: sozinho não marca doença ativa, 
pode ser encontrado na fase aguda, marca o 
paciente que teve hepatite A no passado e ficou 
curado ou que foi vacinado 
- Vacina dose única contra hepatite A, tanto de 
vírus vivos, atenuados, quanto de vírus 
inativados -> crianças a partir dos 12 meses de 
idade até 2 anos 
Elisa Figueiredo
 
Hepatite B 
Aspectos microbiológicos 
- O VHB é do tipo DNA da família Hepadnaviridae, 
com envelope, que infecta, preferencialmente, o 
fígado 
- Apresenta 10 genótipos distintos, sendo no 
Brasil A, D e F os mais comuns 
- O VHB é transmitido por via sexual (hetero e 
homos-sexual), por via parenteral, como no caso 
de transfusões sanguíneas e uso de drogas 
intravenosas ilícitas e por transmissão vertical 
- O VHB é um vírus não citopático, e a lesão 
hepática na infecção aguda é mediada por 
reações imunes do hospedeiro 
- Células T CD8+ dirigidas contra vários antígenos 
do VHB exercem papel fundamental na lesão 
hepática aguda autolimitada 
- Resposta imune insuficiente = predispõe à 
cronificação 
- O diagnóstico da infecção pelo VHB é baseado 
na presença do antígeno de superfície do vírus 
(AgHBs) - não esclarece se a doença é aguda 
ou crônica 
- O diagnóstico de um quadro agudo é feito pela 
detecção do anticorpo para o antígeno de núcleo 
(core) da hepatite B da classe IgM (anti-HBc-
IgM) - ausente no sangue circulante 
- anti-HBc-IgG: fase crônica 
- O antígeno “e” (AgHBe) está relacionado com a 
replicação viral 
- O anticorpo contra o AgHBs (anti-HBs), por sua 
vez, indica controle imunológico da infecção e 
imunização à reinfecção 
- Janela imunológica de 60 dias 
Epidemiologia 
- A OMS classifica a região Norte do Brasil como 
de alta endemicidade, e as demais regiões, 
como de baixa 
- Para todas as regiões, verificou-se o aumento da 
 positividade do anti-HBc total com a idade 
- Os homens apresentaram maior probabilidade 
de exposição ao VHB em todas as regiões 
- À exceção do Sudeste nas demais regiões, 
observou-se maior oportunidade de exposição 
ao VHB para indivíduos com piores condições 
socioeconômicas 
- A transmissão sexual foi relevante nas regiões 
Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul, sendo que, 
nesta última, a transmissão sanguínea também 
se destacou 
- A vacinação contra o VHB é a maneira mais 
eficaz na prevenção de infecção aguda ou 
crônica, e também na eliminação da transmissão 
do vírus em todas as faixas etárias 
Elisa Figueiredo
- A vacinação contra a hepatite B de recém-
nascidos e menores de 1 ano já foi implantada 
Fatores de RISCO 
- Ter relações sexuais desprotegidas com vários 
parceiros 
- Compartilhamento de seringas na aplicação de 
drogas injetáveis 
- Transfusão sanguínea 
- Contato com sangue 
Manifestações Clínicas 
- Olhos e pele amareladas, náuseas, vômito, 
diarreia, urina escura 
- Dor abdominal, febre, dor nas articulações, 
perda de apetite, fraqueza 
Hepatite C 
Aspectos microbiológicos 
- O VHC é do tipo RNA, da família Flaviridae 
- Extremamente mutagênico, apresenta 7 
genótipos - dificuldade de vacina 
- Os linfócitos citotóxicos exercem papel essencial 
na resposta imune do hospedeiro ao VHC, bem 
como na lesão hepática 
- A resposta imune é geralmente menos intensa, 
sendo rara a hepatite fulminante 
- A evolução da hepatite aguda C para a 
cronicidade é frequente 
Epidemiologia 
- O VHC é responsável por 90% das hepatites 
pós-trans-fusionais ocorridas antes de 1990 e 
tem sido considerado um grande problema de 
saúde pública por causa da alta prevalência no 
mundo 
- As pessoas de nível socioeconômico mais baixo 
têm prevalência mais elevada da infecção pelo 
VHC 
- Endemicidade da infecção pelo VHC no Brasil é 
baixa 
- Janela imunológica varia de 2 semanas a 6 
meses 
- Ainda não há vacina contra a hepatite C, e 
tampouco uma profilaxia eficaz pós-exposição 
Fatores de risco 
- São indivíduos de alto risco para hepatite C 
aqueles que recebem sangue e derivados, 
particularmente hemofílicos e transplantados, 
toxicômanos, profissionais de saúde, dialisados, 
parceiros sexuais, familiares e filhos de 
infectados 
Manifestações clínicas 
- A que ixa ma is f requen te é a fad iga ; 
mani festações menos comuns inc luem 
náuseas,fraqueza, dor abdominal, mialgia, 
artralgia e perda de peso 
- Olhos e pele amareladas, diarreia, urina escura 
Diagnóstico 
- A detecção do anti-VHC indica, na maioria dos 
casos, presença de infecção ativa pelo vírus, 
entretanto, pode cor-responder também a uma 
infecção passada que evoluiu para a cura 
- O anti-VHC não distingue infecção aguda de 
infecção crônica - solicitar HCV-RNA que fornece 
carga viral 
- O diagnóstico de hepatite aguda C não é 
comum, porque a incidência da doença vem 
diminuindo, por a doença ser assintomática na 
Elisa Figueiredo
maior parte das vezes e pelo fato de não existir 
um marcador específico de fase aguda 
- RIBA - Utilizado quando anti-HCV positivo e 
HCV-RNA negativo 
Hepatite D 
Aspectos imunológicos 
- O genoma do VHD é composto por uma únicafita de RNA de polaridade negativa 
- Pertencente à família Deltaviridae e ao gênero 
deltavírus 
 
- É um vírus defectivo, ou seja, necessita do VHB 
para infectar e sobreviver no organismo humano 
- T r a n s m i s s ã o é p o r v i a p e r c u t a n e a , 
hemotransfusão e usuários de drogas 
- A lesão causada pelo VHD é provavelmente 
decorrente do efeito citopático direto do vírus. É 
frequente a progressão para cronicidade 
- Postulam-se dois mecanismos de infecção pelo 
vírus D: a coinfecção aguda com VHB + VHD e 
a superinfecção aguda pelo vírus VHD em 
portadores de VHB 
- Na coinfecção aguda, o VHD provocaria uma 
interferência viral e, consequentemente, inibiria a 
síntese pelo VHB, apresentando-se como uma 
hepatite aguda recidivante, de evolução clínica 
bifásica, com dois picos de aminotransferases 
- Na forma crônica predomina a lesão mediada 
pela resposta imune 
- Período de incubação tem média de 40 dias 
Epidemiologia 
- Nos países do Mediterrâneo, Amazônica e norte 
da África a coinfecção HDV e HBV é endêmica 
- No Brasil, a infecção ocorre na região 
amazônica 
Fatores de risco 
- Uso de drogas injetáveis 
- Tranfusão sanguínea 
- Infecção por hepatite B 
Manifestações Clínicas 
- O quadro clínico da coinfecção manisfesta-se 
como uma hepatite aguda benigna, com alguns 
casos de formas fulminantes e crônicas, quando 
a síntese do VHD é intensa e soma-se aos 
efeitos causados pelo VHB 
- 
Diagnóstico 
- Os principais marcadores utilizados para 
diagnóstico da infecção delta são o anti-VHD-
IgG e o anti-VHD-IgM, que podem indicar 
infecção em andamento ou infecção passada 
(resolvida) 
- Altos títulos desses anticorpos sugerem 
replicação viral, correlacionando-se com outros 
marcadores de replicação, como o AgVHD e o 
RNA viral 
HEPATITE E 
Aspectos Microbiológicos 
- Vírus de RNA,, pertence ao gênero Hepatovírus, 
da família Picornaviridae 
- Não apresenta envelope 
Elisa Figueiredo
Epidemiologia 
- O VHE tem sido descrito como um agente 
causador de casos de hepatite epidêmica e 
endêmica, especialmente em países em 
desenvolvimento com condições sanitárias 
precárias, como países da Ásia, do Oriente 
Médio e do Norte da África 
- O VHE é transmitido por via fecal-oral, sendo a 
água contaminada a principal fonte de 
transmissão 
- Os genótipos 1 e 2 são restritos aos humanos e 
frequentemente estão associados a grandes 
su r tos , sendo ep idêmicos em pa íses 
subdesenvolvidos -> não há relato de 
cronificação 
- Os genótipos 3 e 4 infectam humanos, além de 
outros mamíferos, especialmente os suínos, 
sendo responsáveis por casos esporádicos de 
hepatite E 
- Já há vacina disponível mas somente na China 
Fatores de Risco 
- Falta de saneamento básico 
- Contato com fezes 
- Renda baixa 
- Ingestão de carne de porco mal cozida 
- Contato direto com porco 
Manifestações clínicas 
- Período de incubação é assintomático - média 
de 40 dias 
- Febre, icterícia, colúria 
- Artrite, pancreatite, aplasia de medula, síndrome 
de Guillain-Barré -> genótipo 3 e 4 
Diagnóstico 
- Os testes sorológicos utilizados para o 
diagnóstico da hepatite E utilizam antígenos da 
ORF2 e ORF3 
- Para o diagnóstico sorológico da hepatite aguda 
E, é necessário detectar anti-VHE da classe IgM 
no soro 
- O anticorpo IgM está presente na fase aguda e 
permanece por cerca de três a quatro meses. O 
anti-VHE IgG também surge na fase aguda e 
continua presente por vários anos no soro em 
títulos decrescentes 
Classificação (aguda e cronica) 
Referências: 
Clínica Médica, Volume 4: Doenças do Aparelho 
Digestivo, Nutrição e Doenças Nutricionais

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