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Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros Clínica Médica Tutorial 3 – Doenças Hematológicas – Exames laboratoriais em Hematologia 1 – Descreve detalhadamente a formação sanguínea e os seus componentes: A hematopoiese é o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos figurados do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas), a partir de um precursor comum, a célula-tronco pluripotente ou steamcell, encontradas na medula óssea vermelha. Essas células são pluripotentes e autoperpetuadas, ou seja, são capazes de produzir células de diferentes linhagens por mitose e ao se dividir, originam duas células diferentes, uma subsequente a linhagem precursora do estimulo e outra célula-tronco. Inicialmente as células-tronco se diferenciam em duas linhagens de células progenitoras, a linhagem mielóide, dando origem a plaquetas, hemácias, granulócitos e a linhagem linfoide, originando os linfócitos. O estimulo para maturação das células-tronco encontra-se; Nas células tubulares renais, que ao detectarem hipoperfusão de O2 nos rins secretam o hormônio eritropoetina, estimulando a linhagem mielóide a produzir eritrócitos. Nos fatores de crescimento, IL1 e TNF, produzidos por células inflamatórias em reposta a inflamação. Estimulando a produção da linhagem granulócitica e da linhagem granulócitica/macrofágicas. Tuam também, na regulação de células maduras através da apoptose. A célula progenitora da linhagem mielóide origina mais dois subtipos a linhagem eritróide-megacariocítica, responsável pela formação de hemácias e plaquetas e a linhagem granulociticamonocítica, que é precursora de granulócitos e monócitos. Eritropoiese: É o processo de formação dos glóbulos vermelhos. Alinhagemmielóidesob estimulo da Eritropoetina origina o Proeritroblasto, célula imatura, com núcleo ocupando quase todo o citoplasma celular. ProeritroblastoEritroblasto Basófilo (célula rica em RNA) EritroblastopolicromátofiloEritroblastoortocromático (com características morfológicas de uma hemácia, porém ainda com núcleo)Sofre extrusão celular Reticulócito(hemácia anucleada) O reticulócito em 24-48 horas no sangue periférico dará origem ao eritrócito. Valores de 0,5 a 2% são normais para reticulócitos no sangue periférico. Valores acima da normalidade indicam hipoatividade da medula óssea, que significa que ela está trabalhando para vencer um processo patológico, como uma anemia hemolítica ou uma hemorragia, caracterizando assim uma anemia regenerativa. Já valores abaixo da normalidade em presença de anemia, indica uma anemia arregenerativa, onde o organismo pode não ter nutrientes para produzir hemácias, anemias carenciais, ou na presença de tumores. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros 2 – O que é Hemograma Completo? O Hemograma Completo é um exame realizado com sague total, que realiza o estudo quantitativo e qualitativo das células sanguíneas. É um pedido rotineiro no consultório das diversas especialidades por ser barato, rápido e de uma boa compreensão para a avaliação do estado sanguíneo do paciente. Ele é composto por três analises: o eritrograma (contagem e morfologia das hemácias), o plaquetograma (contagem de plaquetas) e o leucograma (contagem total e diferencial dos subtipos de leucócitos). 3 – O que são os índices hematimétricos? O eritograma é o estudo da série vermelha. As hemácias são células anucleadas, em forma de disco, bicôncavas, preenchidas por hemoglobina na periferia e parte central em menor quantidade, dando a impressão de terem um orifício na parte central, quando coradas. O estudo da serie vermelha revela valores totais, Hematócrito, quantidade de hemoglobina (VCM, CHCM, HCM), os índices hematimétricos e índice de anisocitose, RDW. Os índices hematimétricos fazem parte do conjunto de testes laboratoriais chamado Eritrograma.Esse permite o diagnóstico e o acompanhamento das anemias e poliglobulias. Os índices são determinados a partir da contagem global dos eritrócitos, taxa de hemoglobina e determinação do hematócrito. Servem como parâmetros de avaliação das hemácias no que diz respeito ao tamanho destas células e à distribuição da hemoglobina nestas, por isso são importantes e servem especialmente para a classificação das anemias. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros V.C.M – Volume corpuscular médio: Mede o tamanho das hemácias. É o volume médio das hemácias expresso em fentolitros. Representa, portanto, o quociente de um determinado volume de hemácias pelo número de células contidas no mesmo volume. O cálculo é feito pela divisão do Hematócrito pelo Número de Glóbulos Vermelhos (Ht/GV).Os valores de referencia são de 81 a 99 fL (Cecil). -Hemácias com VCM abaixo de 81 fL: são consideradas microcíticas (anemias ferropriva, por exemplo). -Valores acima de 99 fL: indicam macrocitose (anemias por carência de ácido fólico,por exemplo). -O VCM é normal nas chamadas hemáciasnormocíticas. H.C.M. – Hemoglobina corpuscular média É o conteúdo médio de hemoglobina nas hemácias expresso em picogramas. Representa, portanto, o quociente de conteúdo de hemoglobina em um determinado volume de hemácias pelo nº de células contidas no mesmo volume. Seu cálculo é feito pela fórmula:Hb/GV (Hemoglobina/Glóbulos Vermelhos).Os valores de referencia são 30-34 pg. (Ceceil) É importante para designar hipocromia, condição em que as hemácias estão menos coradas que as normais por apresentarem uma concentração hemoglobínicasubnormal.E também Hipercromia (alto peso hemoglobínico)"refere-se à quantidade de hemoglobina em termos de peso que cada um dos eritrócitos carrega." C.H.C.M. – Concentração de hemoglobina corpuscular média É a percentagem de hemoglobina em 100ml de hemácias. É calculada pela Hemoglobina/Hematócrito. (Hb/Ht*100 g/dL). Também avalia a quantidade de hemoglobina nas hemácias,porconsequencia também observa se a anemia é hipocromica ou hipercromica. 4 – Explique as seguintes alterações: Anemia macrociticanormocrômica São aquelas que temeritrócitos de tamanho aumentado,mas com quantidade de hemoglobina normal. As macrocíticas são mais prejucidiais ,pois as hemácias tem dificuldade de atravessar os capilares e assim oxigenar o tecido.O VCM nesse caso é >99 fL. Quando VCM excede aproximadamente 105 fL,o paciente provavelmente tem deficiencia de cobalamina (vitaminina B12),ou ácido fólico. A medula óssea então revela a morfologia megaloblástica, refletindo o comprometimento da replicação do DNA*. Devido a maturação nuclear ser retardada em relação ao desenvolvimento citoplasmático, tendem a ser produzidos grandes eritrócitos na medula óssea. (Anemia Megaloblástica). Esse tipo de anemia é encontrando em outras variedades de condições,incluindo doença hepática, hipotireoidismo, perda aguda de sangue, anemia hemolítica, anemia aplástica e alcoolismo. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros *A vit. B12 é importante pois converte os ribonucleotídeos em desoxirronucleotídeos. Essencial para a formação do DNA e da replicação. A falta dessa vitamina produz uma maturação nuclear incompleta,aumentando o processo de crescimento celular. Lembrando que essa vitamina éabsorvida no íleo, e para que ela possa ser absorvida é necessária a presença do fator intrínseco presente no suco gástrico,pois ele protege a vit. B12 da digestão pelas enzimas gastrointestinais. b- Anemia normociticanormocromica Quando o VCM e o HCM/CHCM estão dentro do valor de normalidade. Ocorrem por diminuição de células progenitoras eritroides.Os valores de referencia são VCM de 81-99 fL e CHCM de 32 a 35 dL/g. Podem ser divididas em duas categorias: -Distúrbios primários da medula óssea: São leucemias,mielodisplasia,anemiaaplásica e mieloptise. Este grupo de anemias é muitas vezes acompanhado por leucopenia e trombocitopenia. -Secundárias a alguma outra doença subjacente:São as mais prevalentes em pacientes hospitalizados. As causas podem ser hemorragia, hemólise, perda nutricional ou produção deficiente de Vit. B12,ácido fólico e ferro. c- Anemia microcitica e normocromica Ocorre quando o VCM está <81 fL e o CHCM está dentro do valor de normalidade (32-35). Ou seja,a hemácia está reduzida de tamanho,mas com a quantidade normal de hemoglobina.Ouseja,ocorre por distúrbios que afetam a produção da proteína globina. Suas causas são Formação atípica de sangue, Inflamações Suagudas e cronicas, Intoxicações por drogas, Neoplasias e Doenças endócrinas. d- Anemia microcitica e hipocromica A quantidade de hemoglobina dos eritrócitos é determinada pela produção coordenada da proteína globina,do anel porfírinicodo heme e pela disponibilidade de ferro. A deficiencia de um desses componentes fundamentais da hemoglobina causa anemia hipocromica e/ou microcítica. Faz-se o ratreio por meio dos índices hematimétricos e se confirma pelo esfregaço do sangue periférico. Sua etiologia é : -Anemia Ferropriva: Por hemorragia ou má absorção intestinal -Envenenamento -Síndrome da Talassemia/Anemia do Mediterraneo: É causada por uma produção anômala de hemoglobina. Existem dois tipos de talassemia – alpha e beta – que podem manifestar-se nas seguintes formas: minor, intermediária e major. A forma minor, ou traço talassêmico, produz um grau de anemia leve, assintomático e que pode passar totalmente despercebido. Na forma intermediária, a deficiência da síntese de hemoglobina é moderada e as consequências menos graves. Já a talassemia major, ou anemia de Cooley, é uma forma grave da doença, causada pela transmissão Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros de dois genes defeituosos.Isso provoca anemia profunda e outras alterações orgânicas importantes, como o aumento do baço, atraso no crescimento e problemas nos ossos. O tratamento para a Talassemiaminor não é necessário. Já para a intermediária pode requerer hemotransfusão. Para a major necessita de transfusões de sangue regulares e de medicamentos para retirar o excesso de ferro que se acumula em determinados órgãos (terapia quelante do ferro). O transplante de medula óssea também pode constituir uma solução terapêutica nesses casos. 5 – Explique o que é o RDW no eritrograma e sua utilidade: O RDW, RedCellDistribuitionwidth, é o índice que indica a variação do tamanho dos glóbulos vermelhos, ou seja, avalia a anisocitose. Valores normais compreendem entre 11% a 14%, representando a porcentagem de variação dos tamanhos obtidos, valores acima dos normais implicam a ocorrência de células imaturas, que são maiores, aumentando os valores do RDW. É um índice que avalia a presença de hemácias de tamanhos variados no hemograma. O RDW, um índice de anisocitose eritrocitária, representa a heterogeneidade de distribuição do tamanho das hemácias, diferenciando aquelas anemias com uma população homogênea de eritrócitos, entre elas a talassemia menor e anemia de doença crônica, daquelas que apresentam uma população heterogênea (anemia ferropriva). 6 – O que significa as seguintes alterações e quando ocorrem: Poiquilocitose: São as alterações na forma das hemácias. Eliptócitos: quando a membrana da hemácia adquire forma elíptica, ovalada. Pode ocorrer por um defeitos hereditário na membrana (Eliptose hereditária) ou por anemias hipocromicas, megaloblásticas e síndromes mieloproliferativas. Estomatócitos: Eritrócitos caracterizados por apresentarem a região central alargada e as laterais estreitas, adquirindo a forma de uma boca. Pode ser encontrado no alcoolismo, na cirrose, na doença hepática obstrutiva e no RH nulo. A estomatocitose adquirida deve-se hidratação aumentada com influxo de sódio para dentro da célula. Esferócitos: Defeito na membrana por alteração genética da espectrina, caracterizando, uma anemia hemolítica hereditária com hemácias em forma de esferas e hipercromicas, devido defeito na membrana plasmática, sendo mais frágeis. Podem ocorrer também por anticorpos, na anemia hemolítica auto imune. Depranócitos: Hemácias em forma de foice devido alteração genética na formação da hemoglobina. Ocorrem na anemia Falciforme. Dacriócitos: Hemácias adquirem forma de lágrima, por saída tardia da medula óssea. Ocorrem na Metaplasiamielóide e mielofibrose. Esquizócitos: são hemácias fragmentadas, em sua forma irregular. De formato esquisito. Comum na anemia microangiopática e na coagulação intravascular disseminada. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros Hemácias em alvo: apresentam hemoglobina concentrada no centro e na periferia, produzindo zonas concêntricas claras e escuras após coloração. Ocorrem na anemia de Cooley e Talassemia Major, podem ser encontradas também nas doenças hepáticas. Equinocitos: são hemácias crenadas, com várias pontas pequenas. Ocorrem nas hepatopatias, mas podem ser encontradas em pacientes em uso de heparina ou artefatos da lâmina por substância alcalina. Anisocitose: alteração no tamanho da hemácia, apresentando hemácias de tamanhos varados, sem alterações da forma. Diametro normal variando entre 8 a 10 u. Macrocitose: Hemácias de tamanho além do normal, maiores que 10u. Anemia megaloblástica e macrocíticas. É a elevação do VCM acima de 98 ( ou 100 ) fL. Microcitose: Hemácias de tamanho menor que o habitual, com diâmetro menor que 6u. Ocorrem na anemia ferropriva e talassemias. Assim a microcitose pode ser encontrada quando o VCM se encontra abaixo de 80 fL Hipocromia: Redução da concentração de hemoglobina por situações com a deficienca de ferro, as talassemias e as anemias sideroblasticas, gerando um aspecto de coloração na hemácias mais clara. Esta característica pode ser retratada através da redução do CHCM. Policromatocitose: São eritrócitos acinzentados ou azulados considerados uns dos dados mais importantes na microscopia do sangue anêmico. Não é notada pela automação e é fundamental para a interpretação. A policromatocitose está presente também após o 40dia na regeneração pós-hemorrágica, sempre nas anemias hemolíticas. Eritroblastos: São eritrócitos nucleados que aparecem no sangue no decurso de grandes regenerações eritróides, principalmente em crianças, acompanhando a policromatocitose; como também em sangue do recém- nascido, na primeira semana. Os eritroblastos circulantes podem apresentar uma freqüência aumentada nas intoxicações por chumbo, e em certos estados diseritropoéticos, como na eritroleucemia e na anemia ferropênica grave. 7- Explique as alterações no Leucograma: Neutrofilia: aumento real no número de neutrófilos (VR: 1.800 a 7500/mL), 45 a 75%. Infecções bacterianas, indução de neutrófilos da periferia tornando os circulantes (glicocorticoides - pseudoeosinofilia), neoplasias mieloproliferativas, tratamento com fatores mieloides de crescimento. Netropenia: diminuição no número de neutrófilos, nas infecções virais, protozoários, anemias aplasica, anemia megaloblástica, doenças autoimunes como LES, AR e uso de farmacos. Eosinofilia: Aumento do número de eosinófilos para valores maiores que 1 a 5%. Ocorrem nas doenças alérgicas, parasitoses e leucemias mielóides. Maisa DulciMedeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros Eosinopenias: redução do número de eosinófilos, valores menores que 1%. Estresse sistêmico e síndrome de cushing – aumento taxa de Glicocorticoides, estimulando migração eosinófilo para intestino e linfáticos. Linfocitose: aumento no número de linfócitos. Infecções virais, hepatites, tuberculose, leucemias, mononucleose – presença de atípicos. Linfopenia: LES, AIDS, uso de corticoides. Monocitose: amento no número de monócitos. Ocorre na Tuberculose, endocardite bacteriana, sífilis, linfoma, leucemias... Basofilia: aumento no numero de basófilos. Estados inflamatórios, varicela, influenza, LMC e policetemia. 8- Explique o que é e quais deficiências indicam os índices. a) Tempo de sangramento: O tempo de sangramento (TS) é um teste de screening in vivo da hemostasia primária, indicando, quando prolongado, uma anormalidade plaquetária quantitativa ou qualitativa, um defeito na interação plaqueta-vaso (doença de vonWillebrand) ou uma doença vascular primária (vasculite, síndrome de Cushing, amiloidose, escorbuto ou doenças do tecido conjuntivo, como síndrome de Ehlers- Danlos ou pseudoxanthomaelasticum). A trombocitopenia prolonga o TS quando a contagem plaquetária cai abaixo de 100.000/mm3. Abaixo desse nível, há uma correlação inversa entre o grau de trombocitopenia e o prolongamento no TS até cerca de 10.000 plaquetas/mm3, quando o TS perde a relação com a contagem plaquetária. Indivíduos com trombocitopenias por destruição plaquetária (púrpura trombocitopênica idiopática) podem exibir tempos de sangramento mais curtos que o esperado pela contagem de plaquetas, presumivelmente porque a população plaquetária está enriquecida com células jovens, hemostaticamente mais efetivas. b) Tempo de coagulação (tempo de coagulação de Lee-White): Não é um teste de triagem confiávelpara condições de sangramento porque ele não é sensível o suficiente para detectar leves condições, detecta apenas aquelas severas. O teste é prolongado na: Deficiência severa (<6%) de qualquer fator de coagulação plasmática conhecido exceto o fator XIII (fator estabilizante da fibrina) e o fator VII; afibrinogenemia; presença de um anticoagulante circulante (incluindo heparinas). É normal na: trombocitopenia; deficiência do fator VII; doença de vonWillebrand; leves defeitos de coagulação devido a qualquer causa. Interferências: Aumentado com anticoagulantes e tetraciclina. Diminuído com corticosteroides e epinefrina. c) Prova do laço Em pacientes que apresentam sangramento pelas mucosas ou quadro cutâneo de púrpura, deve-se fazer a prova do laço ou do torniquete. Atualmente, esse teste deve ser realizado apenas com indicação absoluta, como, por exemplo, na suspeita de dengue. Ele consiste em fazer pressão sobre o sistema venoso e capilar do braço com Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros o manguito do esfigmomanômetro durante cinco minutos, mantendo-o insuflado em um nível entre a pressão arterial mínima e máxima. Por exemplo, se a pressão arterial do paciente for 140/80mmHg, mantém-se o manguito insuflado no nível de 100 a 120mmHg. Nas púrpuras plaquetopênicas, plaquetárias ou vasculares pode aparecer um grande número de petéquias no braço em que estiver sendo feito o teste. d) Tempo de protombina (TP) As anormalidades na via extrínseca e comum da cascata de coagulação podem prolongar o TP (fatores VII, V, X, protrombina ou fibrinogênio). O teste pode estar prolongado nas deficiências de um ou mais dos fatores acima, bem como na presença de um inibidor de algum desses fatores. Dos cinco fatores que alteram o TP, três são dependentes de vitamina K (protrombina, fator VII e fator X) e tornam-se diminuídos com o uso dos anticoagulantes cumarínicos, motivo pelo qual o TP é o exame mais amplamente usado para a monitorização da anticoagulação oral. e) Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) O TTPa avalia as vias intrínseca e comum da cascata da coagulação (pré-calicreína, cininogênio de alto peso molecular, fatores XII, XI, IX, VIII, X, V, protrombina e fibrinogênio). O TTPa é relativamente mais sensível a deficiências dos fatores VIII e IX do que a deficiências dos fatores XI e XII ou fatores da via comum, mas, na maioria das técnicas, níveis de fatores entre 15% e 30% do normal prolongam o TTPa. O TTPa é usado para detecção de deficiências ou inibidores dos fatores da coagulação da via intrínseca ou comum, além de se prestar para monitoriza- ção da anticoagulação com heparina e para screening do anticoagulante lúpico. f) Contagem de plaquetas A contagem plaquetária deve ser realizada para detectar trombocitopenia, que é definida como uma contagem de plaquetas inferior a 150.000/mm3. A pseudotrombocitopenia é um fenômeno que ocorre de 0,1% a 2% dos pacientes hospitalizados e é facilmente reconhecida pela visualização de aglomerados de plaquetas ao exame do esfregaço de sangue periférico. Tal fenômeno deve-se a uma modificação antigênica na superfície plaquetária ocasionada pelo EDTA ou por outros anticoagulantes. Na maioria das vezes, a coleta de sangue com citrato, ao invés do EDTA, permite que não aconteça a aglutinação plaquetária e que haja normalização na contagem por instrumentos automatizados. Outro fenômeno responsável pela diminuição espúria no número de plaquetas é o satelitismo plaquetário, quando ocorre aderência das plaquetas aos leucócitos, não havendo a contagem das mesmas pelos aparelhos eletrônicos. Tal alteração também é facilmente diagnosticada mediante observação do esfregaço de sangue periférico. Maisa Dulci Medeiros – Medicina UCB/Turma XXIII Maisa Dulci Medeiros
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