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IFNMG – INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS LICENCIATURA EM QUÍMICA LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALITÍCA QUALITATIVA INFLUÊNCIA DA CONCENTRAÇÃO NA VELOCIDADE DAS REAÇÕES QUÍMICAS Relatório de aula prática apresentado como parte das exigências da disciplina Laboratório de Química Analitíca Qualitativa. Acadêmicos Eliesio Lucas João Paulo Milene Mendes Salinas – MG Dezembro –2022 1- INTRODUÇÃO As reações químicas são processos que transformam uma ou mais substâncias, chamadas reagentes, em outras substâncias, chamadas produtos. Em uma linguagem mais acadêmica, dizemos que uma reação química promove mudança na estrutura da matéria (FONSECA, 2018) . Cinética química, segundo Martorano (2009), é um ramo da química que estuda a velocidade das reações e os fatores que as determinam ou as modificam, possibilitando a compreensão e a determinação dos mecanismos das reações, que é a descrição do caminho que os reagentes percorrem para formarem produtos. Existem algumas condições, descritas pela teoria das colisões, que devem ser atendidas para que uma reação química ocorra, e que interferem diretamente na velocidade destas. Segundo Sussuchi, Machado e Moraes (2012), a teoria das colisões tem como ideia central que, as moléculas devem se chocar (colidir) para reagirem. Sendo assim, quanto maior o número de colisões por segundo, maior será a velocidade da reação. A velocidade de uma reação química é “a variação da concentração de um dos reagentes ou dos produtos dividida pelo tempo que a mudança leva a ocorrer.” (Atkins Jones, 2006, p. 578). A equação que relaciona a variação da concentração com o tempo é chamada de lei de velocidade, que é encontrada experimentalmente. Sendo a reação, ⇌𝑎𝐴 + 𝑏𝐵 𝑐𝐶 + 𝑑𝐷 A lei de velocidade é expressa da seguinte forma: x y𝑉 = 𝐾 [𝐴] [𝐵] Onde K é a constante de velocidade a uma certa temperatura, [A] e [B] são as concentrações dos reagentes, x e y são as ordens de reação relacionados à A e B. John C.Kotz, Paul M.Treichel e Gabriela C. Weaver (Kotz; Treichel; Weaver, 2011,p.635), afirmam que, para que qualquer reação química ocorra, três circunstâncias da Teoria das Colisões de Velocidade precisam ser satisfeitas. A primeira delas é que “as moléculas que reagem devem colidir uma com as outras.” Segundo os autores, “as moléculas que reagem devem colidir com energia suficiente e colidir com uma orientação que possa levar ao rearranjo dos átomos”. São diversos os fatores que podem influenciar na taxa de desenvolvimento de 2 uma reação química tornando-a mais rápida ou mais lenta. Entre eles será destacado a concentração de reagentes já que quanto maior a concentração da solução, maior será o número de moléculas em solução, influenciando na rapidez da reação. Também é possível fazer um processo de diminuição da concentração que recebe o nome de diluição. Diluir uma solução nada mais é do que diminuir sua concentração colocando nela mais solvente, sem alterar a massa do soluto, mas afetando na velocidade com que a reação será realizada, fazendo com que demore mais tempo para acontecer (SOUZA, 2005). Sabendo-se disto, a prática realizada, na qual se baseia este relatório, buscou observar um dos fatores que alteram a velocidade, e este relatório tem como objetivo demonstrar e explicar estas alterações. O fator observado foi o seguinte: A concentração dos reagentes. 2- OBJETIVO Verificar a influência da concentração na velocidade das reações químicas. 3- MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Aparatos Cronômetro e Estante para tubos. 3.2 Vidrarias Buretas, Béqueres e Tubos de ensaio. 3.3 Reagentes Solução de H2SO4 (0,3 mol/L), Solução de Na2S2O3 (0,3 mol/L) e água (H2O). 3.4 Equipamentos Suporte universal. 3.5 Metodologia O primeiro procedimento da prática foi identificar três buretas e três béqueres com as respectivas soluções: água (H2O), ácido sulfúrico (H2SO4) e tiosulfato de sódio (Na2S2O3). Em seguida preencheu-se cada bureta com as soluções utilizadas e posicionou-se os béqueres. Em sequência com o auxílio da bureta colocou-se em quatro tubos 4 mL de solução de H2SO4, e armazenou-se, identificando como conjunto B. 3 Posteriormente enumerou-se em sequência outros quatro tubos de ensaio, conjunto A, e com o auxílio da bureta, adicionou-se no tubo 1 (um) 4 mL de Na2S2O3 e transferiu-se os 4 mL de H2SO4 contido em um dos tubos do conjunto B. No tubo 2 (dois) adicionou-se 4 mL de Na2S2O3, 2 mL de H2O e transferiu-se outros 4 mL de H2SO4 contidos nos tubos do conjunto B. No tubo 3 (três) adicionou-se 4 mL de Na2S2O3, 4 mL de H2O e transferiu-se 4 mL de H2SO4 contido em um dos tubos do conjunto B. No tubo 4 (quatro) adicionou-se 4 mL de Na2S2O3, 6 mL de H2O e transferiu-se 4 mL de H2SO4 contido no quarto tubo de ensaio do conjunto B. Em todos os procedimentos, ao adicionar-se H2SO4 acionou-se o cronômetro e observou-se a reação até o início da turvação, anotou-se o tempo gasto em cada processo. Preencheu-se a tabela 1 com os dados obtidos. Ao final do experimento, foram descartadas as soluções utilizadas,cada uma descartada da maneira correta. Logo após, higienizou-se a bancada e as vidrarias organizando, assim, o espaço utilizado para o pratica. 4- RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir da metodologia adotada, observou-se que quando a concentração dos reagentes é maior a velocidade da reação é maior. Segundo Latham (1974) a concentração é um dos fatores que influencia na velocidade das reações químicas, quanto maior a concentração dos reagentes, maior é a velocidade das reações. Quando aumentamos a concentração dos reagentes, aumentamos também o número de moléculas reagentes, o que faz com que haja um aumento no número de colisões efetivas entre essas moléculas, aumentando assim a velocidade da reação. Com a prática realizada, pode-se observar os seguintes resultados: Tabela 1: Influência da concentração na velocidade das reações tubos volume (mL) [NA2S2O3] mol/L TEMPO (S) V=1/T (s-1) NA2S2O3 H2O H2SO4 Total 1 4 0 4 8 0,15 10 0,1 2 4 2 4 10 0,12 14 0,07 4 3 4 4 4 12 0,1 25 0,04 4 4 6 4 14 0,08 27 0,037 Com os valores obtidos pode-se entender o que foi proposto, anteriormente, por Latham (1974), em que uma solução menos diluída tem sua velocidade de reação bem menor. Podemos observar que inicialmente tínhamos uma concentração de 0,15 mol/L de Na2S2O3 no primeiro tubo. No segundo tubo pode-se observar que ao adicionar-se um volume de 2 mL de H2O, houve uma diminuição na concentração do Na2S2O3, passando a ter uma concentração de 0,12 mol/L. No tubo 3 a concentração, após a adição de 4 mL de H2O, foi de 0,10 mol/L e no tubo 4 com adição de 6 ml de H2O uma concentração final de 0,08 mol/L. A diminuição da concentração do Na2S2O3 aconteceu devido ao aumento do volume de água adicionado a cada um deles, que torna a solução menos diluída. As concentrações do Na2S2O3 foram obtidas através da utilização da fórmula: M1.V1= M2.V2 Onde M1= molaridade inicial V1= volume inicial M2= molaridade final V2= volume final Portanto para o tubo 1; -3 2 -3 2 -3 -30, 30 𝑚𝑜𝑙/𝐿 𝑥 4 𝑥 10 𝐿 = 𝑀 𝑥 8 𝑥 10 𝐿 ⇒ 𝑀 = 1, 2 𝑥 10 𝑚𝑜𝑙/ 𝐿 / 8 𝑥 10 2 =𝐿⇒ 𝑀 0, 15 𝑚𝑜𝑙 para o tubo 2; -3 2 -2 2 -3 -20, 30 𝑚𝑜𝑙/𝐿 𝑥 4 𝑥 10 𝐿 = 𝑀 𝑥 1 𝑥 10 𝐿 ⇒ 𝑀 = 1, 2 𝑥 10 𝑚𝑜𝑙/ 𝐿 / 1 𝑥 10 2 =𝐿⇒ 𝑀 0, 12 𝑚𝑜𝑙 para o tubo 3; -3 2 -2 2 -30, 30 𝑚𝑜𝑙/𝐿 𝑥 4 𝑥 10 𝐿 = 𝑀 𝑥 1, 2 𝑥 10 𝐿 ⇒ 𝑀 = 1, 2 𝑥 10 -2 2 = 𝑚𝑜𝑙/ 𝐿 / 1, 2 𝑥 10 𝐿⇒ 𝑀 0, 10 𝑚𝑜𝑙 para o tubo 4; 5 -3 2 -2 2 -30, 30 𝑚𝑜𝑙/𝐿 𝑥 4 𝑥 10 𝐿 = 𝑀 𝑥 1, 4 𝑥 10 𝐿 ⇒ 𝑀 = 1, 2 𝑥 10 -2 2 = 𝑚𝑜𝑙/ 𝐿 / 1, 4 𝑥 10 𝐿⇒ 𝑀 0, 08 𝑚𝑜𝑙 Segundo Silva e Morais (2014) mantendo fixa a concentração do ácido sulfúrico e do tiossulfato de sódio e adicionando água à solução, constata-se que, com o aumento da concentração de um dos reagentes, influi no tempo da reação, isto é, na sua velocidade. O aumento da concentração de um dos reagentes promoveu o aumento do número decolisões entre as moléculas.Isso faz com que a probabilidade de colisões efetivas acontecerem para a formação do complexo ativado seja maior. A turvação na solução foi causada pelo enxofre, que é insolúvel em água, permitindo assim observar quando a reação é formada, sendo possível medir o tempo de reação . 5- CONCLUSÃO A partir das informações abordadas neste experimento é possível adquirir uma melhor compreensão sobre a velocidade das reações químicas a partir da concentração dos reagentes. Ademais, conclui-se que quando tem uma solução menos concentrada, as colisões existentes no sistema diminui a velocidade de tal reação. Com isso o resultado foi satisfatório. 6 6- REFERÊNCIAS ATKINS, P; JONES, L. Princípios de Química: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. 3º Ed. Porto Alegre. Bookman. 2006, p . 577. DE ASSIS MARTORANO, Simone Alves. As concepções de ciência dos livros didáticos de química, dirigidos ao ensino médio, no tratamento da cinética química no período de 1929 a 2004. Investigações em ensino de Ciências, v. 14, n. 3, p. 341-355, 2009. FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: ensino médio/ Martha Reis. 2. ed. São Paulo: Ática, 2016. KOTZ, J.C; TREICHEL, P.M; WEAVER, G.C. Química Geral e Reações Químicas. Vol 2. 6º Ed. São Paulo. Cengage Learning. 2011, p. 635. LATHAM, Joseph Lionel. Cinética elementar de reação. Tradução: Mário Turi Cataldi. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1974. SILVA, I; Morais, R. “Influência da Concentração dos Reagentes e da Temperatura Sobre a Velocidade de uma Reação.”. Química Geral Experimental II. Vitória da Conquista - BA, 2014. SOUZA, Edward. Fundamentos de Termodinâmica e Cinética Química. Belo Horizonte. Editora UFMG, 2005. SUSSUCHI, E. M.; MACHADO, S. M. F.; MORAES, V. R. S. Química I: Aula 14 - Teoria das Colisões. Disponível em: <https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/14443730102012Quimica_I_Aula_ 14.pdf> . Acesso em: 04 de dezembro de 2022. 7 https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/14443730102012Quimica_I_Aula_14.pdf https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/14443730102012Quimica_I_Aula_14.pdf
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