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Discriminação e Ação Afirmativa módulo 3

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Prévia do material em texto

Discriminação e Ação A�rmativa
Prof. Maria Eduarda Barroso Perpétuo de Souza
Descrição
Discriminação, ações afirmativas e consequências para o bem-estar
social.
Propósito
Compreender os conceitos de discriminação estatística, discriminação
baseada em preferências, evidências gerais sobre discriminação e o
papel de ações afirmativas e suas consequências para o bem-estar e
desenvolvimento social é fundamental para entender e desenhar
políticas de combate à discriminação.
Discriminação e Ação Afirmativa https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/02712/index.html#
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Objetivos
Módulo 1
Reconhecer os conceitos de discriminação estatística e
discriminação baseada em preferências.
Módulo 2
Identificar como a discriminação se apresenta no mercado de
trabalho e pela polícia.
Módulo 3
Analisar políticas de ação afirmativa e seus resultados.
Há muitos anos somos confrontados com questões de
discriminação de minorias nas mais diversas situações. Desde o
movimento sufragista feminino iniciado ainda no século XIX,
passando pelo Apartheid (política de segregação racial instituída na
África do Sul entre os anos 1950 e 1990), até a morte de George
Floyd como resultado de agressão policial em 2020 nos Estados
Unidos. Ao longo deste tema, ficará mais claro como a
discriminação contra minorias apresenta um custo para o
desenvolvimento econômico.
As minorias podem apresentar taxas de desemprego mais altas
porque são menos aceitas em diversas atividades. Assim, a
discriminação pode ser responsável pelo alto desemprego dessas
minorias e por sua distribuição desigual em certas atividades. Além
da questão do mercado de trabalho, membros de minorias tendem
a ter menos acesso à educação de qualidade, menos
Introdução
Discriminação e Ação Afirmativa https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/02712/index.html#
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1 - Discriminação
Ao �nal deste módulo você sera capaz de reconhecer os conceitos de discriminação
estatística e discriminação baseada em preferências.
representação política e sofrer mais violência policial.
Estudaremos agora dois modelos de discriminação desenvolvidos
por Becker (1971) em seu livro The economics of discrimination.
Apresentaremos evidências sobre os tipos de discriminação na
prática e, por fim, discutiremos o papel de ações afirmativas no
combate à discriminação.
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Considerações iniciais
Modelos econômicos de discriminação podem ser divididos em duas
classes: modelos competitivos e coletivos. Modelos competitivos
estudam o comportamento maximizador do indivíduo, que pode incluir
discriminação. Ou seja, discriminar é uma ação ótima do ponto de vista
individual para ao menos algumas pessoas: pense no dono de uma loja
que é racista e se recusa a contratar negros. Em modelos coletivos,
grupos agem coletivamente contra os outros: pense em homens que
não aceitam que mulheres possam votar.
Praticamente toda análise econômica usa modelos competitivos, e
seguiremos o mesmo caminho aqui.
Primeiro, vamos definir discriminação. Para nossos propósitos,
discriminação é quando membros de uma minoria são tratados de
forma diferente (menos favorável) do que os membros de um grupo
majoritário, mesmo tendo características produtivas idênticas.
Atenção!
Vamos falar aqui em “minorias” para seguir o jargão dos economistas,
mas você deve interpretar o termo como “grupo desfavorecido”. Afinal,
pode haver situações em que esse grupo é, na verdade, o maior em
determinada sociedade! Esse é o caso da África do Sul no regime de
Apartheid: os negros eram fortemente desfavorecidos apesar de
representarem a maior parte da população do país.
Modelos competitivos podem ainda serem divididos em dois tipos:
discriminação estatística e discriminação baseada em preferências.
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Vamos entender ambos.
Vamos começar definindo a notação e algumas variáveis.
Seja o salário Y definido pela seguinte equação:
Em que X é um vetor de características exógenas que determinam a
produtividade, e Z é um indicador que informa se o indivíduo pertence a
alguma minoria ou não. Suponha que captura perfeitamente o
conjunto de características produtivas e seus retornos, e que Z é não
correlacionado com o erro; concluímos que a discriminação ocorre
quando . Ou seja, o mero fato de pertencer a uma minoria faz
com que o salário seja menor, mesmo filtrando o efeito de outras
características que também afetam o salário (nível educacional,
experiência etc.).
Se você quiser, pode usar uma versão simplificada da equação acima:
Nessa equação, representa a escolaridade do indivíduo, 
representa o número de anos de experiência profissional, e . A
equação (1) representa a mesma informação em notação matricial.
Basta fazer:
Nesse caso, X inclui todas as variáveis que afetam a produtividade:
educação e experiência profissional. É claro que no mundo real pode
haver ainda outras variáveis, mas vamos usar esse exemplo simples
como ilustração.
Y = Xβ + αZ + e (1)
Xβ
α < 0
Y = β
1
x
1
+ β
2
x
2
+ αZ + e
x
1
x
2
Z = 1
X = [ ]x
1
x
2
β = [ ]
β
1
β
2
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Vamos interpretar β como uma espécie de parâmetro tecnológico que
nos informa como determinada característica (educação ou
experiência) se traduz em salário.
Use a notação que achar mais conveniente: não há diferença para a
nossa apresentação. Se você já estudou econometria, ambas serão
familiares.
Basta saber que, para estimar o parâmetro α (ou seja, para avaliar se
existe discriminação), é fundamental que o termo de erro (não
observado) da equação não seja relacionado com a variável Z.
Caso contrário, não temos como estimar α: afinal de contas, pertencer à
minoria afeta diretamente o salário Y, mas também afeta o termo de
erro, que por sua vez afeta o salário, e não poderíamos distinguir esses
dois canais.
Dizer que o termo de erro é não correlacionado com Z é a
chamada hipótese de exogeneidade, que é bastante
importante para a nossa análise.
Vamos seguir nossa equação. Observe uma primeira dificuldade: a
produtividade pode depender diretamente de Z.
Exemplo
Na indústria do entretenimento, os consumidores podem valorizar mais
ou menos trabalhadores no grupo minoritário. Se os consumidores
pagam mais para ver, por exemplo, atores brancos ou atletas negros,
será esse um componente legítimo de produtividade? Segundo, sempre
há o questionamento se β, a tecnologia da produção, é de fato exógena.
Por exemplo, operar um equipamento de incêndio requer considerável
força física, um argumento contrário à entrada de mulheres na
profissão.
As variáveis podem ser também endógenas, ou seja, talvez nãox
1
 e x
2
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respeitem a hipótese de exogeneidade. Por exemplo, a expectativa de
discriminação futura pode afetar os valores dessas variáveis para
membros do grupo da minoria, como no caso de crenças racionais entre
minorias de que a educação deles não será recompensada pelo
mercado (“Por que eu vou estudar se obviamente ninguém me pagará
um salário adequado aos meus anos de estudo, dado que eu pertenço a
uma minoria?”).
Discriminação estatística
Uma enorme literatura, começando pelo livro de Becker The Economics
of Discrimination (1971), explora a economia da discriminação. A
premissa da literatura sobre discriminação estatística é que as firmas
têm informações limitadas sobre as habilidades dos candidatos a
emprego. Isso lhes dá um incentivo para usar características facilmente
observáveis, como raça ou gênero, para inferir aprodutividade esperada
dos candidatos.
A discriminação estatística é a solução para um problema de
sinalização. Se um empregador observa um sinal ruidoso de
produtividade do candidato (como o resultado em uma entrevista de
emprego, em que uma pessoa produtiva pode ir mal por estar nervosa) e
também tem informações prévias sobre variáveis correlacionadas com
a produtividade (digamos, uma média específica do grupo), então a
expectativa de produtividade do candidato deve considerar tanto sobre o
sinal quanto sobre a média. Vamos ver o caso de diferença nas médias.
Para simplificar, usaremos distribuição normal.
Suponha que trabalhadores se candidatem a postos de emprego e que
os empregadores vejam a raça do trabalhador, que é dada por
, e um erro de sinalização de produtividade, . Suponha que
os empregadores aprendem por experiências que:
x = {a, b}
~
η
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Considere ainda que é idêntico para e .
Assim, membros do grupo são menos produtivos na média, pois
. Mas a dispersão de produtividade, dada pela variância , é a
mesma para ambos os grupos.
Podemos então escrever a produtividade de um indivíduo i, para cada
um dos grupos, como:
Ou seja, a produtividade depende da média de produtividade do grupo
ao qual o indivíduo pertence (dada por ou ), e mais um
componente individual .
O empregador não observa a própria produtividade, apenas um sinal 
que depende da produtividade , mas também de um fator aleatório
(um choque) . Ou seja, o sinal observado pelo empregador é:
η
a
∼ N (η̄
a
, σ
2
η
)
η
b
∼ N (η̄
b
, σ
2
η
)
η̄
a
> η̄
b
⋅
σ
2
η
a b
b
η̄
a
> η̄
b
σ
2
η
η
i
= η̄
a
+ ε
i
η
i
= η̄
b
+ ε
i
η
i
η̄
a
η̄
b
ε
i
~
η
i
η
i
l
i
~
η
i
= η
i
+ ι
i
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Podemos agora calcular a esperança de cada uma dessas variáveis
aleatórias, condicional ao verdadeiro valor da produtividade:
Em suma, , para ambos os grupos
, de forma que o sinal é não viesado.
Mas qual é a esperança do sinal dados os valores de 
e ?
Se você já estudou econometria, reconhecerá que isso é simplesmente
uma equação de regressão. Podemos escrever:
Em que , que é o coeficiente de uma regressão
bivariada de em e uma constante (estimada separadamente por
grupo). Note que , de forma que a única diferença é .
Essa equação imediatamente implica que, para um dado , a
produtividade esperada de trabalhadores do grupo é mais baixa que a
do grupo , mesmo quando é um sinal não viesado para trabalhadores
de ambos os grupos. Em particular,
.
Essa expressão sempre será positiva, dado que
~
η
i
= η̄
b
+ ε
i
+ ι
i
E (
~
η
i
∣ η̄
l
, a) = E (η̄
a
+ ε
i
+ ι
i
) = E (η̄
a
)
η̄
a
+ E (ε
i
)
0
+ E (t
i
)
0
= η̄
a
  
E (
~
η
i
∣ η̄
l
, b) = E (η̄
b
+ ε
i
+ ι
i
) = E (η̄
b
)
η̄
b
+ E (ε
i
)
0
+ E (ι
i
)
0
= η̄
b
  
E (
~
η
i
∣ η̄
i
, x) = η
i
(x = a ou x = b)
~
η
i
η̄
x
E(η ∣
~
η, x) = η
x
(1 − γ) +
~
ηγ
= η
x
+ (
~
η − η
x
)γ (2)
γ =
σ
2
l
/ (σ
2
η
+ σ
2
ι
)
η
~
η
γ
a
= γ
b
η
a
> η
b
~
η
b
a
~
η
E(η ∣
~
η = k, x = a) − E(η ∣
~
η = k, x = b) = (η
a
− η
b
) × (1 − γ)
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Mas (a não ser que ).
Assim, não há salário igual para produtividade igual nesse modelo. Há
apenas igualdade na remuneração paga quando a produtividade
esperada é igual.
Exemplo
Considere dois grupos de trabalhadores, e , que ambos têm
produtividade . Então, para trabalhadores
de ambos os grupos. Mas, usando a equação (2), fica claro que
. Assim, para alguns
trabalhadores, a discriminação estatística é discriminação do sentido da
equação (1). No entanto, isso não é verdade dentro de cada grupo na
média. A produtividade esperada é igual à produtividade verdadeira, na
média.
Na prática, é muito difícil testar a discriminação estatística, porque pode
ser impossível observar como os empregadores formam as
expectativas. Quase todas as diferenças raciais e/ou de gênero
observadas na remuneração ou contratação podem ser atribuídas à
discriminação estatística (o que é um problema para a teoria, não uma
virtude). Quase todos os testes de discriminação estatística são,
portanto, indiretos.
Discriminação baseada em
preferências
Neste modelo, os empregadores têm uma preferência por
discriminação, isto é, existe uma desutilidade de empregar
trabalhadores de minorias. Por exemplo, o chefe da firma simplesmente
σ
2
ı
> 0
E (
~
η
i
∣ η
i
, x) = η
i
E (η
i
∣
~
η
i
, x) ≠ η
i
~
η
i
= η
x
a b
η = k E = (
~
η
i
∣ η
i
, x) = k
E (η ∣
~
η
i
= k, x = b) < E (η ∣
~
η
i
= k, x = a)
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não gosta de contratar negros, ou mulheres, ou judeus. É fácil pensar em
diversos exemplos, no presente e no passado, em que isso ocorre.
Trabalhadores de grupos minoritários devem então “compensar” os
empregadores. Há duas possibilidades. Primeira: pode receber o
mesmo salário que um colega, mas precisa ser mais produtivo. Segunda
possibilidade: deve aceitar um salário menor se tiver a mesma
produtividade.
Seja o grupo majoritário e o minoritário. Os empregadores vão
maximizar sua função utilidade, que é a soma dos lucros mais o valor
monetário da utilidade de empregar trabalhadores de certos grupos.
Seja o parâmetro da preferência da firma, que Becker (1971) chama de
coeficiente de discriminação. As firmas vão maximizar
Em que é o nível de preços do produto vendido, é a função de
produção, é o número de trabalhadores do grupo , e é
o salário pago aos membros de cada grupo.
Empregadores preconceituosos (ou seja, ) vão agir como se o
salário do grupo fosse igual a . Ou seja, é como se eles
tivessem um custo maior para contratar um trabalhador de minorias. Se
os trabalhadores dos dois grupos são igualmente produtivos, as firmas
contratarão membros do grupo apenas se o salário do grupo a for alto
demais:
De forma geral, o número ótimo de trabalhadores empregados em cada
firma será determinado pelas condições de primeira ordem do problema
de maximização de lucro:
a b
d
U = pF (N
b
, N
a
) − w
a
N
a
− w
b
N
b
− dN
b
p F
N
x
x = {a, b} w
x
d > 0
b w
b
+ d
b
w
a
≥ w
b
+ d
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Se , então as equações acima implicam
: o produto marginal é maior para os trabalhadores
do grupo , e os trabalhadores do grupo ganham menos. É uma
combinação de dois efeitos:
Maiores salários para o grupo privilegiado. Menor produto marginal para grupos mi
Revisando o módulo 1
Neste vídeo, o especialista retorna aos conceitos de discriminação
estatística e discriminação baseada em preferências estudados no
módulo.
pF
′
(N
a
) = w
a
pF
′
(N
b
) = w
b
+ d
 Se w
a
≥ w
b
+ d
F
′
(N
a
) > F
′
(N
b
)
a b


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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considere as afirmativas a respeito de discriminação estatística e
assinale a alternativa correta.
I. A discriminação estatística ocorre porque firmas têm informação
limitada sobre habilidades de candidatos.
II. A discriminação estatística acontece quando candidatos e firmas
têm o mesmo nível de informação sobre as habilidades dos
candidatos.
III. Características não observáveis são utilizadas parainferir a
produtividade dos indivíduos.
IV. Características facilmente observáveis são utilizadas para inferir
a produtividade dos indivíduos, como raça e gênero.
V. A discriminação estatística é a solução para um problema de
sinalização, em que a raça/gênero é um sinal de produtividade.
A Apenas as afirmativas I e V são verdadeiras.
B As afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
C As afirmativas IV e V são falsas.
D Apenas a afirmativa II é verdadeira.
E Apenas a afirmativa V é falsa.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Em casos de discriminação estatística, a firma utiliza
características observáveis como gênero, raça, etnia etc. para inferir
a produtividade do indivíduo.
Questão 2
Considere as afirmativas a respeito de discriminação baseada em
preferências e assinale a alternativa correta.
I. No caso de discriminação baseada em preferências, o
empregador apresenta uma desutilidade em empregar um indivíduo
pertencente a certas minorias.
II. Na discriminação baseada em preferências, o empregador busca
empregar indivíduos de minorias porque aumenta seu lucro.
III. Devido à discriminação baseada em preferências, indivíduos de
minorias devem necessariamente compensar sendo mais
produtivos.
IV. Devido à discriminação baseada em preferências, indivíduos de
minorias devem necessariamente compensar o empregador,
recebendo menores salários pela mesma produtividade de seus
pares que não são de minorias.
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14 of 40 09/09/2022 16:00
Parabéns! A alternativa C está correta.
Na discriminação baseada em preferências, indivíduos apresentam
tipicamente uma desutilidade em empregar minorias, de modo que
um trabalhador da minoria deve compensar essa destutilidade
sendo mais produtivo ou aceitando salários mais baixos para o
mesmo nível de produtividade de trabalhadores que não pertencem
a minorias.
A As afirmativas I e II são verdadeiras.
B Apenas a afirmativa III é falsa.
C Apenas a afirmativa II é falsa.
D Apenas a afirmativa II é verdadeira.
E As afirmativas IV e V são falsas.
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15 of 40 09/09/2022 16:00
2 - Evidências sobre discriminação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car como a discriminação se apresenta no
mercado de trabalho e pela polícia.
Discriminação racial na polícia
A polícia é frequentemente acusada de agredir minorias, e é relevante
descobrir por que as autoridades policiais tratam indivíduos de
diferentes grupos raciais de forma distinta. Por um lado, diferentes
grupos podem ter taxas de criminalidade desiguais, mas é natural
pensar que há práticas policiais simplesmente racistas. Não é fácil
distinguir empiricamente entre essas duas possibilidades, mas diversos
artigos tentam apresentar uma resposta, usando modelos de
discriminação estatística e de discriminação baseada em preferências.
A discriminação estatística surge porque os policiais não sabem se um
suspeito cometeu determinado crime. Se existem diferenças entre
grupos na propensão a cometer um crime, então a polícia pode tratar
racionalmente indivíduos de diferentes grupos raciais de forma distinta.
É como se o policial pensasse: “vou ser mais rigoroso ao investigar
jovens do que idosos porque é mais comum que jovens cometam
crimes” – naturalmente, o problema aqui é como avaliar essas
diferenças na propensão a cometer crimes, se é que existe, e definir a
Discriminação e Ação Afirmativa https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/02712/index.html#
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forma adequada para lidar com isso.
A discriminação baseada em preferências surge porque a polícia pode
simplesmente ter preferências discriminatórias contra membros de um
grupo, agindo como se houvesse algum benefício associado à prisão ou
detenção de membros desse grupo. É um policial que prefere ser mais
duro contra negros do que contra brancos.
Exemplo
Em uma blitz, a discriminação baseada em preferências aumenta o
benefício (ou, de forma equivalente, diminui o custo) de procurar
motoristas de um grupo em relação aos de outro grupo.
O debate sobre as fontes das disparidades raciais nos padrões de
policiamento acompanha o debate sobre o perfil racial dentro do
sistema judicial. Ou seja, a discriminação estatística é chancelada pelos
tribunais: o juiz acha que é adequado um policial parar com maior
frequência em uma blitz motoristas negros porque acha que negros têm
maior chance de cometer crimes. Já a discriminação baseada em
preferências costuma ser penalizada: nesse caso, o preconceito fica
óbvio.
Antonovics e Knight (2009) buscam entender as razões pelas quais as
taxas de revista de veículos são tão diferentes entre negros, hispânicos
e brancos em blitz nos Estados Unidos. Os autores mostram que, se a
discriminação estatística explica por si só essas diferenças, então
outros fatores não devem ser relevantes para explicá-las. Em particular,
a raça do próprio policial que decide se vai revistar um veículo não
deveria ser relevante para explicar as decisões de revista.
Assim, eles argumentam que, se as revistas são mais prováveis quando
a raça do policial difere da do motorista, então a discriminação
estatística não explica tudo: falta alguma coisa. Isso fornece evidência
de discriminação baseada em preferências: os policiais preferem
realmente parar e revistar veículos de motoristas negros.
Discriminação e Ação Afirmativa https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/02712/index.html#
17 of 40 09/09/2022 16:00
Os autores aplicam esse teste a uma nova base de dados que informa a
raça do policial e do motorista em todas as revistas a veículos
conduzidas por agentes do Departamento Policial de Boston em um
período de dois anos, a partir de abril de 2001. Segundo Antonovics e
Knight (2009), hispânicos e negros têm uma probabilidade quase duas
vezes maior do que os brancos de terem seus carros revistados. Esse
padrão de busca diferencial pode ser o resultado de uma discriminação
baseada em preferências.
Porém, ele também é consistente com a discriminação estatística. Isto
é, se negros e hispânicos têm maior probabilidade de transportar drogas
ou outros contrabandos do que os brancos, então também é possível
que eles tenham maior probabilidade do que os brancos de levantar a
suspeita da polícia. Mas o estudo não para por aí.
Os autores encontram evidências de que a probabilidade de um carro
ser revistado é maior quando o policial que faz a blitz é de um grupo
racial diferente do motorista.
Exemplo
A probabilidade de que um motorista branco seja revistado é de 0,40%
se o policial for branco e de 0,62% se o oficial for negro. Da mesma
forma, a probabilidade de um motorista negro ser revistado é de 0,82%
se o policial for negro, mas 0,97% se o oficial for branco. Ou seja, a
discriminação estatística não explica tudo, pois as decisões policiais
não são baseadas apenas na cor da pele do motorista: temos portanto
evidência para discriminação baseada em evidências.
Discriminação e Ação Afirmativa https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/02712/index.html#
18 of 40 09/09/2022 16:00
Discriminação no mercado de
trabalho
Nos Estados Unidos, em comparação com os brancos, os negros têm o
dobro da probabilidade de estar desempregados. Além disso, quando
conseguem emprego, ganham quase 25% menos do que os não negros.
Esses dados são do artigo Bertrand e Mullainathan (2004), e ilustram
uma desigualdade relevante.
Por que as empresas tratam pessoas de forma diferente
por causa da cor da pele?
Por um lado, há o preconceito do empregador, ou a percepção de que
determinada cor de pele (ou raça) sinaliza menor produtividade. Por
outro lado, é possível pensar em uma herança histórica, um
comportamentoque se repete quase por inércia, mas pode ser
eliminado por alguma combinação de fatores: esclarecimento ou
consciência do empregador, programas de ação afirmativa, e o objetivo
de maximização do lucro. Todos esses fatores contribuem para reduzir
a desigualdade.
Bertrand e Mullainathan (2004) conduziram um experimento enviando
currículos fictícios como resposta a vagas de trabalho anunciadas em
jornais americanos das cidades de Boston e Chicago. As autoras
analisam a percepção de raça de forma experimental, por meio do
nome do candidatos fictícios. Elas atribuem aleatoriamente nomes:
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Emily Walsh ou Greg Baker
Tipicamente associados a pessoas brancas nos Estados Unidos,
para metade dos currículos.
Lakisha Washington ou Jamal Jones
Nomes associados a negros, para a outra metade.
Elas variam também as competências e formações de forma
experimental para um anúncio de emprego.
Na prática, as autoras enviam quatro tipos de currículos.
1. Dois de maior qualidade, sendo um tipicamente branco e outro
tipicamente negro;
2. Dois de menor qualidade, tanto para branco quanto para negro.
No fim, mais de 5.000 currículos foram enviados para mais de 1.300
vagas de emprego, nas áreas de vendas, suporte administrativo e
serviços.
As autoras encontraram uma grande diferença racial na
resposta aos currículos.
Candidatos com nomes tipicamente brancos precisaram mandar por
volta de 10 currículos para serem chamados para entrevistas, enquanto
negros precisaram enviar por volta de 15. Essa diferença de 50% é
estatisticamente significativa. Um nome branco equivale a um adicional
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de 8 anos de experiência: ou seja, para obter as mesmas entrevistas de
emprego que os brancos, um negro precisa ter trabalhado oito anos a
mais, em média.
Currículos com nomes brancos e maior qualidade têm uma taxa
de retorno de entrevista de quase 30% maior do que os dos
currículos brancos com baixa qualidade. Por outro lado, ter um
currículo de melhor qualidade tem um efeito pequeno para
negros. Assim, o diferencial entre negros e brancos aumenta
com a qualidade do currículo.
Na prática, as firmas analisam os currículos de pessoas brancas
de maneira diferente, prestando atenção à informação ali
contida. Já os currículos de pessoas negras são tratados de
forma descuidada: são todos iguais, independentemente da
informação ali contida. Embora fosse esperado que uma
melhoria nas credenciais reduzisse o medo dos empregadores
de que os candidatos negros fossem deficientes, esse não é o
caso nos dados usados.
Como as autoras atribuem aleatoriamente os endereços postais dos
candidatos, é possível estudar o efeito do local de moradia. Os
resultados apontam que:
Moradia
A raça também afeta o próprio valor do currículo 
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Viver em um bairro mais rico (ou mais educado, ou mais branco)
aumenta o número de entrevistas para as quais o candidato é
chamado. Mas, novamente, essa vantagem não é observada para
negros.
Convites para entrevistas
Os convites para entrevistas são semelhantes em todas as
carreiras e setores econômicos cobertos no experimento.
Revisando o módulo 2
Neste vídeo, relembraremos os atos de discriminação racial cometidos
pela polícia e no mercado de trabalho.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Considere as afirmativas a seguir sobre discriminação ações da
polícia, do artigo de Antonovics e Knight (2009), e assinale a
alternativa correta.
I. O artigo busca entender por que a taxa de revista em blitz difere
entre indivíduos de raças diferentes.
II. A discriminação estatística ocorre porque os policiais não
conseguem saber se um suspeito cometeu determinado crime.
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III. A discriminação baseada em preferências acontece porque a
polícia pode ter preferências discriminatórias contra membros de
um grupo e atribui algum benefício não monetário associado à
prisão ou detenção de membros desse grupo.
IV. Antonovics e Knight (2009) encontraram evidências de que na
realidade a taxa de revista de veículos em Boston é igual para todas
as raças.
V. No artigo de Antonovics e Knight (2009), os resultados apontam
que, quando o policial que conduz a busca no veículo é da mesma
raça que o motorista, mais buscas acontecem.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Os autores analisam os motivos pelos quais as taxas de revista de
veículos diferem entre brancos, negros e hispânicos, utilizando
dados para a cidade de Boston. A discriminação estatística
acontece quando as taxas de crime apresentam diferenciais
segundo raças, de modo que a policia não pode ter certeza de que o
indivíduo cometeu um crime, mas, como certa raça tem maior
probabilidade de cometer um crime, o policial enxerga isso como
um sinal. Já a discriminação baseada em preferências ocorre
quando agentes da polícia tiverem um benefício em prender
membros de determinado grupo. Os resultados encontrados pelos
autores apontam que os diferenciais de taxa de revista de veículos
A As afirmativas IV e V são verdadeiras.
B Apenas a afirmativa I é verdadeira.
C As afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
D As afirmativas I, II e III são verdadeiras.
E A afirmativa IV é a única falsa.
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aumenta quando a raça do policial e do motorista são diferentes.
Questão 2
Considere as afirmativas a seguir sobre discriminação no mercado
de trabalho e assinale a alternativa correta.
I. O artigo busca medir a taxa de resposta de empregadores para
candidatos a empregos brancos e negros nos EUA.
II. As autoras realizaram um experimento aleatório, randomizando
os nomes dos currículos entre nomes tipicamente brancos e
tipicamente negros.
III. As autoras apenas aleatorizam os nomes nos currículos.
IV. Os resultados apontam que negros têm uma taxa de resposta
maior quando comparados a brancos que possuem mais
qualificação.
V. Segundo o artigo, a taxa de retorno a entrevista aumenta menos
para negros que têm boa qualificação quando comparados a
brancos de mais qualificação.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A As afirmativas IV e V são verdadeiras.
B As afirmativas I e IV são verdadeiras.
C As afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
D As afirmativas I, II e V são verdadeiras.
E A afirmativa IV é a única falsa.
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3 - Ações a�rmativas e seus resultados
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as políticas de ação a�rmativa e seus
resultados.
O que são ações a�rmativas?
Ações afirmativas são políticas públicas concentradas em
determinados grupos em situação de desvantagem na sociedade. Elas
buscam compensar essa desvantagem e garantir oportunidades iguais
para todos.
As autoras buscaram medir a discriminação no mercado de
trabalho americano, enviando currículos fictícios de pessoas
tipicamente brancas e tipicamente negras, e mensurar a taxa de
resposta do empregador para esses diferentes currículos. Assim,
aleatorizaram os nomes e as qualificações, criando quatro tipos de
currículos fictícios: alta qualificação branco, alta qualificação negro,
baixa qualificação branco, baixa qualificação negro. Os resultados
apontam que negros têm uma taxa de retorno menor do que
brancos, e que o diferencial de resposta para brancos de baixa e
alta qualificação é maior do que para negros.
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As ações afirmativas têm custos e benefícios, como qualquer política
pública, e devem ser avaliadas. Discutiremos neste módulo algumas
dessas avaliações.
Cotas políticas para mulheres
Em 2008, mulheres correspondiam a 18,4% de parlamentares no mundo,
e em apenas 13 países havia uma mulher na frente do governo (UNIFEM,
2008). Essas diferenças de gênero não correspondem a restrições
legais, uma vez que mulheres podem votar, apoiar candidatos e se
candidatar em quase todos os países. Ao contrário, muitos sugerem
que, tanto em países pobres quanto ricos, o acesso de mulheres a
cargos políticos é ao menos parcialmente restrito pelo viés dos eleitores
e partidos, que tendem a favorecer políticos homens.
A crença de que o gênero do político pode ter consequências
importantes para decisões políticas, e que a possibilidade de que este
viés, se presente, pode ser maleável, levou os formuladores de políticas
a enfatizar a importância da presença de mulheres políticas. A
suposição é que, quando os eleitores aprenderem que mulheres podem
liderar de forma efetiva, o viés de gênero na política irá diminuir. Essa
possibilidade levou mais de 100 países a introduzir políticas de ações
afirmativas para mulheres na política, seja por lei ou por ações
voluntárias de partidos.
Comentário
Essas políticas aumentaram de forma significativa a representação de
mulheres na política e alteraram as decisões subsequentes.
Embora em diversos casos a exposição de uma pessoa a membros de
um grupo diferente crie uma certa empatia, ainda há debate sobre a
exposição obrigatória a líderes femininas: será que essa exposição
pode alterar com sucesso as normas sociais, e as percepções sobre a
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capacidade das mulheres de liderar?
A primeira razão para duvidar desta efetividade é que eleitores
podem não gostar de cotas que restringem suas escolhas, e
assim podem desgostar de mulheres liderando. Outra opção é
que eles podem considerar cotas de gênero como violações de
normas sociais e potencialmente agentes de redução das
tradicionais atividades masculinas. Como resultado, as cotas
podem precipitar um retrocesso contra as líderes femininas e
fortalecer a discriminação baseada em preferências.
Por outro lado, a exposição obrigatória a líderes mulheres
informa os eleitores sobre a capacidade feminina de liderança.
Considere o caso em que os eleitores são avessos ao risco e
nenhuma mulher foi inicialmente eleita líder (possivelmente por
alguma pequena discriminação de preferências inicial).
Como os eleitores ganham relativamente mais informações
sobre os líderes masculinos que elegem, eles perceberão a
escolha das líderes femininas como arriscadas e continuarão a
favorecer os líderes masculinos, causando a persistência de
percepções tendenciosas sobre a eficácia das mulheres como
líderes. Em tais ambientes, a exposição mandatória pode
reduzir a discriminação estatística e melhorar a percepção da
eficácia das líderes femininas (a menos que as mulheres se
tornem líderes incompetentes e essa exposição leve os
eleitores a atualizar suas crenças negativamente).
Beaman et al. (2009) exploram lideranças femininas entre conselhos de
vilas na Índia. Os dados usados foram do estado de Bengala Ocidental,
em que cada conselho de vila consiste em um conjunto de conselheiros
eleitos. Esses conselheiros por sua vez elegem um conselheiro chefe.
Desde 1998, em cada uma dessas eleições, um terço das posições de
conselheiros, e também um terço das posições de lideranças entre
conselhos, foram aleatoriamente reservados para mulheres. Apenas
mulheres podem se candidatar a eleição para essa posição reservada.
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Duflo et al. (2009) exploram essa randomização e examinam os efeitos
causais do impacto da exposição de mulheres a essas posições sobre
resultados eleitorais, atitudes dos habitantes das vilas e percepção
sobre mulheres líderes.
Re�exão
As autoras documentam primeiro os ganhos eleitorais significativos
para mulheres que se candidatam em eleições sem reservas de vagas,
mas após dois mandatos (dez anos) em que o cargo de liderança foi
reservado a mulheres. Isso significa que, mesmo após o fim da reserva
de vagas, as pessoas votam mais em mulheres do que nos locais sem
liderança feminina prévia: ou seja, as pessoas aprendem com a história
recente, e entendem que mulheres são boas líderes – mas esse
aprendizado só foi possível porque houve uma imposição de liderança
feminina por dez anos.
Vamos ser mais precisos na descrição dos resultados!
Os dados eleitorais sobre os cargos de conselheira sem reservas em
todos os conselhos de aldeia em um distrito de Bengala Ocidental
mostram que, em relação aos conselhos que nunca tiveram uma
liderança reservada, a maioria das mulheres se candidatou e ganhou
esses cargos em conselhos nos quais o cargo de liderança foi reservado
para mulheres nas duas eleições anteriores.
Dados de um conjunto maior de seis distritos de Bengala Ocidental
mostram ganhos semelhantes para as mulheres que disputaram as
eleições para liderança em conselhos nos quais a posição de líder não é
atualmente reservada. Nas eleições de maio de 2008, a participação das
mulheres na liderança foi de 11% nos conselhos nos quais a posição de
líder nunca havia sido reservada e 18,5% nos conselhos que foram
continuamente reservados para uma liderança feminina entre 1998 e
2008.
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Um aumento inicial de liderança feminina pode melhorar as perspectivas
eleitorais das gerações subsequentes de líderes femininas através de
múltiplos canais. As autoras analisam em detalhes um canal: mudanças
nas atitudes dos eleitores em relação às líderes femininas. As autoras
utilizam dados para mostrar que a exposição repetida melhora a
avaliação do eleitorado sobre lideranças do sexo feminino.
Em relação aos líderes em conselhos nos quais a posição de liderança
nunca foi reservada, as lideranças femininas em conselhos com reserva
de vagas para mulheres recebem avaliações piores após um ciclo
político. Entretanto, isso não é verdadeiro para as mulheres eleitas como
líderes em conselhos com reserva de vagas após dois ciclos políticos.
Essa melhoria na avaliação dos líderes fornece uma explicação para a
reeleição: após a melhoria da classificação das líderes femininas no
segundo ciclo eleitoral, mais mulheres concorrem e ganham as eleições
para os conselhos de aldeia no terceiro ciclo eleitoral.
Re�exão
Esses resultados são consistentes com um preconceito inicial dos
eleitores contra as líderes femininas, que diminui com a exposição às
lideranças femininas. Contudo, podemos pensar em explicações
alternativas: talvez a seleção de candidatas mude ao longo do tempo, ou
as próprias lideranças femininas podem mudar de comportamento.
Para testar qual das duas situações é mais provável de ocorrer, os
habitantes das aldeias foram convidados a avaliar a eficácia de líderes
hipotéticos, descritos por meio de vinhetas e discursos gravados. A
única variação entre os entrevistados foi que o gênero dos líderes foi
manipulado experimentalmente. Em cada aldeia, metade dos
respondentes receberam discursos e vinhetas de políticos masculinos, e
o restante, de políticos do sexo feminino. Todos os outros aspectos do
discurso e da vinheta eram idênticos.
Os resultados apontam que a exposição a uma líder feminina alterou
radicalmente as percepções dos aldeões masculinos sobre a eficácia de
uma líder feminina. Homens que vivem em vilas que nunca tiveram
reserva de vagas julgavam o líder hipotéticocomo significativamente
mais eficaz se achavam que era um homem. Já homens que vivem em
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vilas com reserva de vagas (presente ou passada), ao contrário, não
viam diferença entre o líder hipotético masculino ou feminimo: ou seja,
superaram o preconceito, e passaram a avaliar apenas o conteúdo da
fala, não o gênero de quem fala. Não se observou esse efeito de
mudança de avaliação entre eleitoras (mulheres).
As autoras também encontraram uma forte preferência por pessoas do
gênero:
Homens preferem homens líderes, mulheres preferem lideranças
femininas, e isso não foi afetado pela reserva de vagas. Ao mesmo
tempo, em ambos os gêneros há algum repúdio por mulheres líderes.
Esse desagrado explícito não é afetado pela reserva; no máximo, foi
observado um efeito de retrocesso entre os homens.
Em geral, os resultados sugerem que, embora as preferências profundas
e as normas sociais continuem a ser difíceis de corroer, as crenças
sobre a eficacia de mulheres líderes são muito mais flexíveis e
desempenham um papel na decisão de votar. No cenário estudado, as
autoras notam uma melhora na percepção dos eleitores sobre as líderes
femininas, seguida de ganhos eleitorais para as mulheres. Isso sugere
que o uso da ação política afirmativa, que faz com que os eleitores
adquiram informações sobre as habilidades dos grupos
tradicionalmente desfavorecidos, pode influenciar de forma duradoura
os resultados políticos.
Cotas raciais para a educação
Em agosto de 2012, o Congresso brasileiro aprovou uma lei que
estabelecia a implementação de uma série de ações afirmativas no
sistema educacional federal. Desde então, essas políticas têm tido um
efeito significativo na vida de milhares de estudantes que entram em
programas de graduação todos os anos.
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A lei estabelece que certas proporções de estudantes aceitos em cada
programa nessas instituições federais tenham estudado em escolas
públicas, sejam de famílias de baixa renda e/ou pertençam a alguma
minoria racial. Isso foi implementado a partir da reserva de vagas em
cada programa para diferentes combinações dessas características.
Para cada grupo que tinha vagas reservadas, os estudantes com as
notas mais altas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) foram
aceitos nos programas.
Mello (2021) analisa o efeito da adoção do Sistema de Seleção
Unificada (SISU) e das cotas na educação superior pública brasileira.
Para identificar os efeitos das políticas, a autora explora a variação
transversal e temporal gerada pela adoção progressiva das medidas. A
identificação vem da comparação das mudanças na média de matrícula
de grupos com baixo status socioeconômico no mesmo programa e
instituição no tempo. As unidades tratadas são aquelas que tiveram a
adoção do SISU e/ou das cotas. O grupo de controle são os programas
em que essas políticas foram invariantes.
Os resultados encontrados por Mello (2021) estudam a adoção
plena das cotas, ou seja, quando o programa passou para de 0%
para 50% das vagas reservadas. Essa política aumentou a
matrícula de alunos de escolas públicas não brancos e alunos de
escolas públicas pertencentes a classes socioeconômicas mais
baixas em 29% e 34%, respectivamente. A expansão das cotas
também aumenta o número médio de alunos inscritos no
vestibular. Isso sugere que o aumento de matrícula de alunos de
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grupos socioeconômicos vulneráveis via lei das cotas não se
deve apenas à mudança da regra de admissão, mas também à
mudança do comportamento do candidato.
Estevan et al. (2019) apresentam evidências de como políticas de
ação afirmativa influenciaram a escolha de cursos de graduação.
Em todo o mundo, estudantes de classes sociais mais
desfavorecidas são pouco representados em carreiras mais
prestigiadas e lucrativas, como Medicina e áreas de ciência e
tecnologia. Pouco se sabe se as universidades podem afetar a
principal escolha dos indivíduos e promover uma maior
mobilidade social. Certamente a resposta depende das
preferências pessoais dos estudantes (ou talvez das suas
famílias) ou das circunstâncias que regem a escolha individual do
ensino superior.
Os autores exploram a introdução de uma política de ação afirmativa na
fase de admissão na Universidade Estadual de Campinas - Unicamp.
Dada a estrutura da ação afirmativa implantada na Unicamp e suas
regras de admissão, a universidade ampliou essencialmente o conjunto
de escolha dos cursos de graduação dos candidatos visados pela ação
afirmativa, sem afetar a percepção dos candidatos de sua própria
capacidade.
A política de ação afirmativa, implementada pela primeira vez para a
admissão na Unicamp 2005, consistia em dar aos candidatos
universitários de escolas secundárias públicas bônus no exame de
admissão na forma de pontos. No Brasil, os graduados do ensino médio
público geralmente têm uma formação socioeconômica mais baixa e
estão subrepresentados nas universidades públicas, frequentemente
consideradas as melhores do país.
Saiba mais
A estratégia de identificação explorou o experimento quase natural
gerado pela introdução da política de ação afirmativa, um conjunto de
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dados abrangentes em nível individual e várias características dos
sistemas universitários brasileiros. No conjunto de dados, os autores
observam todas as principais escolhas dos candidatos (até três
opções).
Os candidatos escolhem uma área de estudo quando se inscrevem para
prestar o exame de admissão da Unicamp e recebem informações a
respeito das notas de corte do ano anterior por área de estudo (a nota
do exame do último estudante admitido), que são preditores úteis dos
cortes do ano corrente: ou seja, o candidato olha a note de corte do ano
anterior e imagina que o novo corte não será muito diferente. Essas
pontuações variam significativamente por grandeza e são
substancialmente mais altas para ocupações mais lucrativas. Os
autores encontraram uma clara relação positiva entre a pontuação de
corte do curso do indivíduo graduado e o salário médio: um aumento de
um desvio padrão na nota de corte está associado a um aumento de
22% nos salários.
Usando um método de diferenças em diferenças, os autores
descobriram que há uma mudança de comportamento na candidatura
ao ensino superior, tanto de alunos egressos do ensino médio público
quanto privado. Os candidatos beneficiários das ações afirmativas
escolheram campos de estudos mais competitivos, mais prestigiados e
mais lucrativos em relação àqueles não beneficiários da política, após a
introdução dela.
A política também aumentou a probabilidade relativa de alunos do
ensino médio público serem admitidos em cursos mais seletivos.
Assim, seus resultados sugerem que as circunstâncias individuais são
sim fatores relevantes na escolha de um curso de graduação, afetando
potencialmente a escolha ocupacional do indivíduo e sua mobilidade
social.
Resumindo
Os resultados apontam que a política de ação afirmativa reduziu o efeito
da renda familiar na escolha de cursos mais seletivos.
Em um estudo anterior, Estevan et al. (2018), os autores documentaram
que a ação afirmativa da Unicamp no primeiro ano aumentou a
probabilidade de admissão de candidatos oriundos de classes
socioeconômicas mais baixas. Seus resultados indicam que a política
de ação afirmativa da Unicamp levou a uma grande redistribuição do
acesso à universidade.
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Quase 10% de todos oscandidatos admitidos não teriam sido admitidos
na ausência da política, sendo que eles provinham de classes
socioeconômicas mais baixas do que os indivíduos que deixaram de
entrar, e não diferiram significativamente em sua pontuação no ENEM.
Fato esse que corrobora para a redução das preocupações de uma
diluição da qualidade acadêmica.
Em contraste, estudantes pertencentes a minorias oriundos de escolas
particulares, que não foram favorecidos pela política, sofreram uma
diminuição significativa em sua taxa de admissão em relação a seus
colegas que não pertenciam a minorias.
Os autores não encontraram evidências de distorções de
comportamento significativas. A diferença de desempenho relativo entre
os candidatos do ensino médio público e privado é essencialmente zero
após a introdução da política de ação afirmativa.
Revisando o módulo 3
Neste vídeo, retornaremos aos principais conceitos sobre os tipos de
ações afirmativas e seus resultados.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Considere as afirmativas a seguir sobre cotas para mulheres na
política e assinale a alternativa correta.
I. O objetivo de incluir cotas para mulheres na política é que, uma
vez os eleitores tendo aprendido que mulheres são capazes de
liderar, eleitores irão votar mais em mulheres.
II. Duflo et al. (2009) exploram uma mudança de lei que estabelecia
uma regra clara de corte populacional na adoção de cotas para
mulheres.
III. Duflo et al. (2009) exploraram uma lei que aleatorizava cotas
para mulheres na política em distritos de Bengala Ocidental.
IV. Os resultados encontrados por Duflo et al. (2009) apontam que
locais que tiveram vagas reservadas para mulheres, mesmo depois
de não terem mais as reservas, elegem mais mulheres.
V. A adoção de políticas de ação afirmativa, como de cotas para
mulheres, não pode mudar a percepção dos indivíduos e suas
escolhas.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
As autoras analisaram uma mudança de legislação no estado de
Bengala Ocidental, que reservou vagas de forma aleatória em
aldeias. O mecanismo por trás da adoção de cotas é que, por meio
delas, indivíduos podem aprender que mulheres são capazes de
liderar e, portanto, votarão mais em mulheres. Os resultados
indicam que locais que tiveram cotas, ao final da reserva de vagas,
elegia mais mulheres do que locais que não tiveram, apontando que
esse mecanismo das cotas de fato funciona para modificar a
percepção dos indivíduos acerca da liderança feminina e suas
escolhas.
A As afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
B Apenas a afirmativa I é verdadeira.
C As afirmativas II, IV e V são verdadeiras.
D As afirmativas II e V são verdadeiras.
E As afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
Questão 2
Considere as afirmativas a seguir sobre ações afirmativas no
ensino superior e seus resultados e assinale a alternativa correta.
I. A adoção de reserva de vagas para certos perfis
socioeconômicos e raciais não teve efeito na participação desses
grupos no ensino superior.
II. As políticas de ação afirmativa tiveram um efeito positivo de
aumentar a participação de alunos de classes socioeconômicas
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mais baixas no ensino superior.
III. As políticas de ação afirmativa alteraram a escolha de cursos de
alunos de contextos socioeconômicos mais vulneráveis,
permitindo-lhes escolher carreiras com maior retorno financeiro.
IV. Todo o efeito das políticas de ações afirmativas no Brasil
ocorreu porque os alunos passaram a agir de forma estratégica,
mudando seu comportamento.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O Brasil adotou a reserva de vagas em universidades públicas nos
anos 2010. De modo geral, as evidências apresentadas apontam
que a política de reserva de vagas ampliou as matrículas de alunos
de classes socioeconômicas mais baixas no ensino superior, e que
as políticas de ações afirmativas na Unicamp permitiram que mais
alunos de contextos socioeconômicos mais vulneráveis mudassem
suas escolhas de cursos e ocupações, escolhendo cursos que
apresentam uma maior remuneração.
A Apenas as afirmativas II e IV são verdadeiras.
B As afirmativas I e IV são verdadeiras.
C As afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
D As afirmativas II e III são verdadeiras.
E A afirmativa IV é a única falsa.
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Considerações �nais
Vimos dois modelos que racionalizam a discriminação por meio de
conceitos econômicos. A partir desses modelos, entendemos como a
discriminação se manifesta em diversas situações, sejam elas
baseadas em preferências ou discriminação estatística.
A partir de evidências empíricas, pudemos constatar que indivíduos de
minorias tendem a ter maior dificuldade de encontrar emprego, mesmo
quando apresentam boas qualificações.
Vimos também que indivíduos de minorias tendem a ser tratados de
forma diferente e mais prejudicial tanto pela polícia quanto pelo sistema
judiciário. Isso acende um alerta em relação aos tempos em que
vivemos, principalmente em relação aos casos mais recentes de
violência policial.
Por fim, aprendemos sobre o papel das políticas de ações afirmativas
sobre a mudança de comportamento de indivíduos e ao aumento do
acesso a posições de liderança e do aumento do acesso à educação de
qualidade e carreiras consideradas “melhores”. É fundamental que
governos levem em consideração o papel das políticas de ação
afirmativa para o desenvolvimento da sociedade, e que, como
sociedade, reconheçamos a importância da diversidade e
representação.
Podcast
Neste podcast, retornaremos aos conceitos de discriminação estatística
e discriminação baseada em preferências, mostrando exemplos de
discriminação no mercado de trabalho e feita pela polícia. Por fim,
apreciaremos as políticas de ação afirmativa e seus resultados.
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Referências
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and program work on international migration by the United Nations
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Ouça o episódio Renan Pieri: mulheres nas eleições e role models, do
Podcast das Economistas e veja como os participantes discutem o
assunto participaçãodas mulheres na área da Economia, tanto no
mercado de trabalho como na pós-graduação, bem como analisam a
baixa participação feminina na política.
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