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INQUÉRITO POLICIAL

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INQUÉRITO POLICIAL
CONCEITO
Conjunto de diligências realizadas pela polícia investigativa objetivando a identificação das fontes de prova e a colheita de elementos de informação quanto à autoria e a materialidade da infração penal, a fim de possibilitar que o titular da ação penal possa ingressar em juízo.
· Procedimento administrativo inquisitório e preparatório.
· Presidido pelo Delegado de Polícia.
· Procedimento de natureza instrumental – esclarecer os fatos delituosos relatados na notícia crime (prosseguimento ou arquivamento).
· Dupla função: preservadora – a instauração de um IP inibe o início de um processo penal infundado; preparatória – fornece elementos para o ingresso em juízo e acautela meios de prova.
NATUREZA JURÍDICA
Procedimento de natureza administrativa – dele não resulta nenhuma imposição direta de sanção.
· Mera peça informativa – eventuais vícios não contaminam o processo penal; não geram nulidade (STF/STJ). Todavia, se algum elemento informativo tenha sido produzida com violação as normas, será reconhecida a ilicitude e desentranhada do processo, bem como as demais provas que advieram dela (teoria dos frutos da árvore envenenada).
FINALIDADE
O IP é um instrumento usado pelo Estado para a colheita de elementos de informação com objetivo de fornecer um lastro probatório mínimo quanto à autoria e materialidade, com o fim de viabilizar o oferecimento da denúncia, bem como para contribuir que pessoas inocentes não sejam injustamente submetidas ao processo criminal.
Elementos informativos – colhidos na fase investigatória, sem a observância do contraditório e da ampla defesa; apesar de não poderem ser usados exclusivamente para a formação da opinio delicti, subsidiam informações pertinentes para a decretação de medidas cautelares ou absolvição sumária – art. 155, CPP. Obs.: não são “provas”, pois esta expressão só pode ser utilizada para àquelas produzidos no curso do processo penal, sob o manto do contraditório e da ampla defesa, na presença do juiz e participação das partes. 
VALOR PROBATÓRIO 
A doutrina, de forma unânime, confere pouco valor probatório ao inquérito policial. Significa dizer que as provas nele reunidas não se prestam, por si sós, para fundamentar uma sentença condenatória, sendo necessária, portanto, a repetição em Juízo de algumas das provas produzidas. Isso porque o inquérito tem um forte caráter inquisitivo, em razão do qual não vigoram princípios como do contraditório, da ampla defesa e da publicidade, exigidos pela Constituição apenas para o processo judicial e o processo administrativo (não se incluindo o inquérito nesta última categoria).
De se ver, porém, que algumas provas, como a pericial, embora realizadas no âmbito do inquérito policial, terão enorme influência para o julgamento da causa. É que tal espécie de prova, quase sempre, não poderá ser reproduzida em Juízo, em vista do tempo passado entre a prática do crime e a instrução judicial – provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

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