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RESUMO PROCESSO PENAL N1 - DAS PROVAS

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Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
Provas – Titulo VII CPP 
Introdução 
1. Conceito: As provas são elementos fundamentais no processo 
penal, servindo para comprovar a existência ou inexistência de 
fatos relevantes para o deslinde do caso. Elas são essenciais para 
a formação da convicção do juiz. 
2. Não taxatividade – meios de prova antecipada: O Código de 
Processo Penal não limita os meios de prova, permitindo que 
sejam utilizados outros além dos previstos. Além disso, há a 
possibilidade de se produzir prova antecipada quando houver 
receio de que, ao tempo do julgamento, ela possa se tornar 
inacessível ou ineficaz. 
3. Finalidade da prova: A finalidade da prova é demonstrar a 
veracidade dos fatos alegados pelas partes, contribuindo para a 
formação da convicção do juiz. 
4. Objeto da prova: 
a. Fatos axiomáticos: São aqueles inquestionáveis e que 
independem de prova, como por exemplo, o fato de 
que todos são iguais perante a lei. 
b. Fatos notórios: São fatos de conhecimento geral e 
público, dispensando prova. 
c. Presunções legais: São fatos presumidos pela lei, 
como a presunção de violência nos crimes sexuais. 
d. Fatos incontroversos: São fatos sobre os quais não há 
divergência entre as partes. 
5. Classificação das provas: 
 Quanto ao valor: 
a. Prova plena: Aquela que, por si só, é suficiente para 
formar a convicção do juiz. 
b. Prova não plena: Aquela que não é suficiente para 
formar a convicção do juiz, podendo ser 
complementada por outras provas. 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
 Quanto ao sujeito: 
a. Provas reais: São provas materiais, como objetos, 
documentos, etc. 
b. Provas pessoais: São as provas obtidas através do 
testemunho de pessoas. 
Existem diversas classificações da prova (lícita x ilícita; legítima x 
ilegítima; direta x indireta; plena x indiciária; real x pessoal; etc., 
quanto ao objeto, ao valor, ao sujeito, à forma e à aparência), fontes 
de prova (pessoais x reais), de duvidosa serventia. De qualquer 
forma, pode-se indicar a existência de provas: (i) testemunhal (CPP, 
art. 202 e sgts); (ii) documental (CPP, arts. 231 e sgts), e (iii) material 
(CPP, art. 158 e sgts). Para sua produção e valoração democrática 
devem ser atendidos os requisitos legais (STJ, HC. 191.378), bem 
como as garantias de produção em contraditório (direto ou diferido). 
 
O interrogatório possui regime especial (CPP, art. 185 e sgts. 16.15.), 
bem como o estatuto do ofendido (CPP, art. 201), o reconhecimento 
de pessoas/ coisas (CPP, art. 226) e a acareação (CPP, art. 229 e 
segts). Há regime próprio na Lei das Organizações Criminosas 
(agente infiltrado, ação controlada, colaboração premiada, gravação 
ambiental) e na Lei de Drogas (ação controlada), bem como a 
“cooperação probatória". 
 
(Alexandre Morais da Rosa – Guia do Processo Penal Conforme a 
Teoria dos Jogos) 
 
6. Princípios gerais: 
a. Princípio do contraditório: As partes devem ter a 
oportunidade de se manifestar sobre todas as provas 
produzidas no processo. O juiz forma sua convicção pela 
livre apreciação da prova produzida em contraditório 
judicial, não podendo basear sua decisão exclusivamente 
nos elementos informativos colhidos na investigação, 
exceto nas provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 
b. Princípio da comunhão de provas: As provas produzidas 
pertencem ao processo como um todo, não às partes 
individualmente. Uma vez produzida, a prova pertence ao 
processo e não à parte que a introduziu. A comunhão da 
prova ocorre após sua produção, e a desistência de sua 
utilização requer a concordância da outra parte. 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
c. Princípio da oralidade: O debate sobre as provas deve 
ocorrer de forma oral em audiência. 
d. Princípio da concentração: Os atos processuais devem ser 
concentrados no menor número possível de audiências. 
e. Princípio da publicidade: As provas devem ser produzidas 
de forma pública, garantindo a transparência do processo. 
f. Princípio da não autoincriminação: Ninguém é obrigado a 
produzir provas contra si mesmo, sendo vedada a utilização 
de medidas de coerção ou intimidação para obtenção de 
confissão ou colaboração em atos que possam incriminar o 
indivíduo. 
7. Sistema de perempção / apreciação das provas: 
a. Sistema legal, tarifado ou formal: O juiz está adstrito às 
provas constantes nos autos. 
b. Sistema de livre convencimento motivado ou da 
persecução penal: O juiz tem liberdade para valorar as 
provas, desde que fundamentadamente. 
c. Sistema da íntima convicção: O juiz forma sua convicção 
livremente, sem necessidade de fundamentação explícita. 
d. Qual é adotado no CPP? Art. 155 CP: O sistema adotado é o 
da livre convicção motivada. 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua 
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na 
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas. 
 
Prova tarifada – art. 62 CPP 
A prova tarifada, prevista no artigo 62 do Código de Processo Penal, é 
aquela em que a lei estabelece um valor específico, não sendo 
permitido ao juiz atribuir-lhe outro valor. Em outras palavras, o juiz não 
tem liberdade para valorar a prova, devendo atribuir-lhe o valor 
estipulado pela lei. 
Íntima convicção – tribunal do Júri 
No tribunal do júri, a decisão dos jurados é pautada pela íntima 
convicção, ou seja, não há a necessidade de fundamentação explícita 
como ocorre nos demais processos. Os jurados têm liberdade para 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
decidir conforme sua própria convicção, desde que dentro dos limites 
da lei. 
8. Fases do procedimento probatório 
a. Proposição: É o momento em que as partes apresentam as 
provas que pretendem produzir no processo. 
b. Admissão: O juiz decide se as provas apresentadas pelas 
partes serão admitidas ou não no processo. 
c. Produção: As provas admitidas são produzidas pelas partes, 
podendo ser testemunhais, documentais, periciais, etc. 
d. Valorização: Ao final do processo probatório, o juiz analisa 
as provas produzidas, atribuindo-lhes o valor que entender 
adequado para formar sua convicção. 
9. Ônus da Prova 
a. Art. 156 CPP: Este artigo do Código de Processo Penal 
estabelece que cabe à acusação provar a existência do fato 
típico, enquanto cabe à defesa provar as excludentes de 
ilicitude, de culpabilidade ou a ausência de uma condição 
objetiva de punibilidade. 
b. Ônus x obrigação: O ônus da prova refere-se à 
responsabilidade de produzir provas sobre determinados fatos, 
enquanto a obrigação implica na necessidade de provar 
determinados fatos para evitar a sanção processual. 
 
Produção de provas – Teoria Geral das provas 
1. Ex officio – pelo juiz: O juiz pode determinar a produção de provas 
de ofício, ou seja, sem pedido das partes. 
 Art. 156 CPP: Este artigo confere ao juiz o poder de 
determinar a produção de provas de ofício quando 
entender necessário para a formação de sua convicção. 
2. Prova emprestada: 
a. Conceito: A prova emprestada é aquela produzida em 
outro processo e agregada aos autos do caso em 
andamento, mantendo seu valor probatório original. Apesar 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
de ser sempre na forma documental, seu valor probante é 
o mesmo da prova original. 
b. Requisitos: A prova emprestada deve respeitar o 
contraditório nos dois processos e a identidade das partes, 
sob pena de nulidade. Ou seja, utilização da prova 
emprestada é possível apenas se o processo original 
envolvia as mesmas partes ou, pelo menos, a parte contra 
a qual a prova será utilizada, garantindo-se o contraditório 
e a ampla defesa – Contraditório nos dois processos; 
identidades das partes. 
 
A provaemprestada, a saber, a importação de meio probatório não 
produzido nos autos em que será valorada, terá sempre o estatuto da 
prova documental, mesmo que se importem depoimentos, cuja 
reprodução seja impossível, tendo como pressuposto que as partes sejam 
idênticas. (Alexandre Morais da Rosa – Guia do Processo Penal 
Conforme a Teoria dos Jogos) 
 
3. Prova ilegal: 
A partir da proposta teórica de Pietro Nuvolone, acolhida no Brasil, distingue-se 
a prova: 
a) ilegítima a que viola norma 
processual (p.ex. CPP, arts. 207; 210, 
212); e 
 
b) ilícita a que viola a norma 
material (p. ex., obtida mediante 
tortura, Interceptação Telefônica 
ilegal, busca e apreensão sem 
requisitos, ausência de motivação 
adequada etc.). 
 
(Alexandre Morais da Rosa – Guia do Processo Penal Conforme a Teoria dos 
Jogos) 
 
a. Prova ilícita: Aquela obtida por meio proibido por lei, 
sendo vedada sua utilização no processo. 
b. Prova ilícita por derivação: Derivada de outra prova 
ilícita. 
c. Provas ilegítimas: São aquelas obtidas de forma 
contrária aos princípios constitucionais, mesmo que 
não exista uma proibição legal expressa. 
 
O Estado para condenar alguém deve se valer de prova 
idônea, vedando-se atividade probatória ilegal/ilícita. A 
Constituição da República, em seu art. 5º, IVI, fixa que “são 
inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios 
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claramendesoficsilva@gmail.com 
ilícitos". A Lei de Abuso de Autoridade pune quem produz e 
quem usa prova ilícita (arts. 25 e 22). O fato de a disposição ter 
assento constitucional será muito importante, uma vez que boa 
parte do art. 157 do CPP, ao indicar a possibilidade de adoção da 
teoria da fonte independente e da mitigação do nexo – inspirado 
nas decisões do Direito Norte-Americano -, deve atentar-se que 
nos s EUA a disposição prevista na Constituição brasileira (art. 
5º, LVI), não possui status constitucional. Logo, as disposições 
do art. 157, do CPP não podem ser compreendidas sem sublinhar 
essa premissa, diante da apropriação de lógica diversa, cujo ponto 
de partida não é compartilhado. Ademais, a proibição de prova 
ilícita decorre do devido processo legal substancial. Será ilícita se 
houver violação aos Direitos Constitucionais: inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra, da imagem (CR, art. 5º, 
X); inviolabilidade do domicílio (CR, art. 5º, XI); inviolabilidade 
do sigilo das comunicações em geral e dos dados (CR, art. 5º, 
XII); vedação ao emprego da tortura ou de tratamento desumano 
ou degradante (CR, art. 5º, III). O Estado não pode jogar sujo, 
afirmando Paulo de Souza Mendes que “o preceito cumpre a 
função de avisar os órgãos de perseguição criminal de que 
ninguém está acima da lei, dizendo alto e bom som que não há 
diferenças de estatuto entre os representantes da lei e da ordem e 
os cidadãos delinquentes". 
(Alexandre Morais da Rosa – Guia do Processo Penal Conforme 
a Teoria dos Jogos) 
 
4. Teoria dos frutos da árvore envenenada: 
“A teoria The fruits of the poisonous tree, ou teoria dos frutos da árvore 
envenenada, cuja origem é atribuída à jurisprudência norte-americana, nada mais 
é que simples consequência lógica da aplicação do princípio da 
inadmissibilidade das provas ilícitas.” – Eugênio Pacelli. 
 
a. Fato independente: Quando o fato descoberto é 
independente da prova ilícita. 
b. Contaminação expurgada: A prova ilícita é 
desconsiderada e não contamina as demais provas. 
c. Descoberta inevitável: Quando a descoberta da 
prova seria inevitável, mesmo sem a prova ilícita. 
 
d. HC 69912-0 do Rio Grande do Sul (16/12/1993): O 
caso discutiu a legalidade da interceptação 
telefônica como prova em processo penal. O STF 
reconheceu, por maioria de votos, a aplicação da 
Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada. Ou seja, as 
provas derivadas de uma prova ilícita também são 
consideradas ilegais. A decisão foi baseada no 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
princípio constitucional da inadmissibilidade das 
provas obtidas por meios ilícitos (artigo 5º, LVI, da 
Constituição Federal). O tribunal destacou que 
permitir o uso de informações obtidas ilicitamente 
incentivaria a prática de atividades ilegais, em 
desrespeito aos direitos fundamentais. 
 
e. HC 74116-9 de São Paulo (05/11/1996): O caso 
envolveu a análise da legalidade das provas 
fundamentais obtidas em um processo penal. Houve 
divergência entre os ministros do STF sobre a 
aplicação da Teoria dos Frutos da Árvore 
Envenenada. Alguns ministros votaram pela anulação 
do processo desde o início, argumentando que as 
provas fundamentais haviam sido obtidas por meio 
de uma escuta telefônica considerada ilegal. Outros 
ministros entenderam que as provas fundamentais 
não foram diretamente afetadas pela escuta 
telefônica ilegal e votaram contra a anulação do 
processo. Destacou-se a importância de se viver em 
um Estado Democrático de Direito, no qual as 
decisões devem ser baseadas na lógica jurídica e na 
razoabilidade. 
 
5. Serenipidade ou encontro fortuito de provas – crime achado: 
Refere-se à descoberta de provas por acaso, sem que houvesse 
uma busca intencional por parte das autoridades. Serendipidade, 
ou encontro fortuito de provas, é a descoberta casual de 
evidências relacionadas a um crime diferente daquele 
investigado originalmente. Esse conceito remonta à obra "Os Três 
Príncipes de Serendip", de Horace Walpole. Existem duas 
perspectivas doutrinárias sobre o tema: 
a. Serendipidade de Primeiro Grau: Exige que a nova prova 
tenha uma conexão direta com o crime originalmente 
investigado. Por exemplo, a localização de um cadáver 
durante uma investigação de homicídio. 
b. Serendipidade de Segundo Grau: Aceita a validade da 
nova prova, independentemente de haver ou não conexão 
com o crime originalmente investigado. Por exemplo, a 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
descoberta fortuita de um roubo durante uma interceptação 
telefônica para investigação de estupro. 
c. Jurisprudência: Tanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
quanto o Supremo Tribunal Federal (STF) têm reconhecido a 
serendipidade como uma prática legítima. Ambos os tribunais 
afirmam que, se a prova foi obtida durante uma investigação 
regularmente autorizada, sua utilização é válida, mesmo que 
se refira a um crime diferente do investigado originalmente. 
 
Cadeia de custódia – art. 158 – 158-F CPP 
1. Conceito: Refere-se ao conjunto de procedimentos adotados 
para garantir a integridade e a autenticidade das provas, desde 
sua coleta até sua apresentação em juízo. A cadeia de custódia 
é um procedimento que visa preservar o material comprobatório 
da prova, garantindo sua veracidade e credibilidade ao longo 
de todo o processo penal. 
2. Explicação: Consiste na documentação detalhada de todas as 
manipulações e movimentações das provas, garantindo sua 
idoneidade e evitando possíveis questionamentos quanto à sua 
autenticidade. 
3. Fundamento legal: O procedimento da cadeia de custódia é 
regulamentado pelos artigos 158-A ao 158-F do Código de 
Processo Penal, os quais foram inseridos pelo pacote anticrime. 
 
4. Fases da cadeia de custódia: 
a. Primeira fase: Compreende todos os passos entre a 
preservação do local de crime ou apreensão dos elementos 
de prova até a chegada do vestígio ao órgão pericial. Inclui a 
preservação do local do crime, reconhecimento, isolamento, 
fixação, coleta, acondicionamento e transporte. 
b. Segunda fase: Inicia-se com a entrada do vestígio no órgão 
pericial e vai até a devolução do vestígio juntamente com o 
laudo pericial ao órgão requisitante da perícia. Envolve a 
recepção e conferência do vestígio, classificação, guarda 
e/ou distribuição do vestígio, análise pericial, guarda e 
devolução do vestígio da prova, guarda de vestígios para 
contraperícia e registro da cadeiade custódia. 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
5. Fases específicas da cadeia de custódia (conforme Art. 158-B do 
CPP): 
I. Reconhecimento 
II. Isolamento 
III. Fixação 
IV. Coleta 
V. Acondicionamento 
VI. Transporte 
VII. Recebimento 
VIII. Processamento 
IX. Armazenamento 
X. Descarte 
Sequência de fases: 
a. Primeira fase: Local do vestígio (incisos I ao V do art. 158-B). 
b. Segunda fase: Transporte (incisos VI e VII). 
c. Terceira fase: Análise, laudo, perícia (fase de processamento, 
inciso VIII). 
d. Quarta fase: Armazenamento (inciso IX). 
e. Quinta fase: Descarte (inciso X). 
 
 
6. Consequência da quebra da cadeia de custódia: Se a cadeia de 
custódia for quebrada, a prova pode se tornar ilícita, podendo ser 
desconsiderada no processo. 
 
Exame de Corpo de delito – art. 158 CPP 
1. Conceito: É o exame realizado por peritos para comprovar a 
existência de lesões ou outras características físicas relacionadas 
ao crime. O exame de corpo de delito é uma perícia destinada a 
comprovar a materialidade das infrações que deixam vestígios 
físicos, como homicídios, lesões corporais ou danos. O vestígio 
refere-se a qualquer rastro deixado por algo ou alguém. O corpo 
de delito é a prova da existência do crime, compreendendo o 
conjunto de elementos físicos e materiais que definem a infração. 
2. Exame: 
a. Direto: Exame realizado diretamente no corpo da 
vítima ou na cena do crime. 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
b. Indireto: Exame realizado por meio da análise de 
vestígios, como sangue, fios de cabelo, etc. 
O corpo de delito indireto é complicado porque, de fato, não existe mais corpo, 
mas somente delito e sem a análise direta as inferências são sempre mais 
complexas. Em alguns casos, o CPP exige comprovação direta, manipulada, em geral, 
pela má compreensão do art. 167 do CPP. A armadilha cognitiva se dá com a previsão 
do art. 167 do CPP (Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem 
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.), interpretada 
equivocadamente no sentido de que a simples inexistência do exame direto pode ser 
suprida, em qualquer situação, pela prova indireta, quando, na verdade, o "não sendo 
passível" decorre do desaparecimento das condições materiais, não se confundindo. 
(Alexandre Morais da Rosa – Guia do Processo Penal Conforme a Teoria dos Jogos) 
 
3. Confissão do réu: Declaração feita pelo acusado admitindo sua 
participação no crime – o exame de corpo de delito não pode 
ser suprido pela confissão do réu. 
4. Prova testemunhal: Depoimento prestado por testemunhas que 
presenciaram o crime ou que têm conhecimento sobre os fatos – 
apenas quando o vestígio houver desaparecido (sem corpo não 
há homicídio). 
5. Violência doméstica: Refere-se aos casos de violência cometidos 
no âmbito doméstico ou familiar, conforme previsto na Lei Maria 
da Penha – Documentos médicos, art. 12, paragrafo 3º, CPP. 
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, 
feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, 
os seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de 
Processo Penal: 
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários 
médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde. 
 
(Lei nº 11.340 de 07 de Agosto de 2006 – Lei Maria da Penha) 
 
6. Formalidade do Exame: O exame de corpo de delito deve ser 
realizado por perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
Na falta de perito oficial, o exame pode ser feito por duas pessoas 
idôneas, preferencialmente com formação na área específica. As 
partes têm o direito de formular quesitos e indicar assistente 
técnico. Em caso de divergência entre peritos, o juiz pode 
nomear um terceiro perito. Se houver divergência entre a perícia 
e o juiz, este deve fundamentar sua decisão com outros 
elementos de prova. 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
7. Perito: 
a. Oficial: Perito designado pelo Estado para realizar 
exames e emitir laudos oficiais – art. 151, paragrafo 3º, 
CPP. 
b. Leigo: Pessoa com conhecimento técnico em 
determinada área que pode ser chamada a prestar 
esclarecimentos no processo, – art. 151, paragrafo 3º, 
CPP. 
c. Assistente técnico: Profissional indicado pela parte 
para auxiliar na análise das provas periciais. Assistente 
técnico, quando designado para acompanhar o 
exame, pode intervir na diligência, formulando 
quesitos e assistindo a todos os atos, podendo 
também indicar assistente técnico – art. 151, 
paragrafo 3º, CPP. 
d. Oitiva dos peritos em audiência: Os peritos são 
ouvidos em audiência para apresentar seus laudos e 
responder aos questionamentos das partes. Intimados 
com 10 dias de antecedência. 
8. Momento da perícia: A perícia é realizada em momento oportuno 
durante o processo, geralmente após a produção das demais 
provas. 
a. Autópsia / necropsia: É a realização de exame no corpo de 
uma pessoa após a morte para determinar a causa da 
morte e/ou identificar possíveis lesões ou doenças. Esse tipo 
de perícia é comumente realizado em casos de morte 
suspeita, violenta ou sem explicação aparente. 
b. Mínimo de 06 horas após a morte: Para autópsias em casos 
de óbito, é recomendado que a perícia seja realizada no 
mínimo 6 horas após a morte. Esse período de espera 
permite que certas alterações no corpo, como a lividez 
cadavérica e a rigidez muscular, possam ser observadas e 
ajudem na determinação da causa da morte. 
9. Conclusão do laudo: 10 dias. 
10. Obrigatoriedade: O artigo 158 do Código de Processo Penal (CPP) 
estabelece que, quando a infração deixar vestígios, o exame de 
corpo de delito é indispensável, podendo ser direto (realizado 
pessoalmente pelos peritos) ou indireto (baseado em informações 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
fornecidas aos peritos). A confissão do acusado não pode 
substituir o exame de corpo de delito. 
 
Interrogatório do Réu (art. 185 – 196 CPP) 
1. Conceito: É o ato processual que permite ao acusado comunicar-
se diretamente com o juiz, apresentando sua versão dos fatos. 
2. Natureza Jurídica: Considerado um meio de defesa, sendo 
facultativo para o acusado responder às perguntas. 
3. Características: Destaca-se sua obrigatoriedade, personalidade, 
oralidade, publicidade e individualidade. 
4. Diferenças no Procedimento: São apontadas as diferenças entre o 
procedimento comum e o júri em relação ao interrogatório do 
réu. 
 
Confissão do réu 
1. Requisitos: 
a. Verossimilhança: A confissão deve ser coerente e verossímil. 
b. Clareza: Deve ser compreensível e livre de ambiguidades. 
c. Pessoalidade: Deve ser feita pessoalmente pelo réu, sem 
coação ou influência externa. 
d. Saúde mental: Deve ser feita por pessoa mentalmente 
capaz. 
Intrínsecos (verossimilhança, persistência, coincidência) e formais 
(pessoalidade, expressão, voluntariedade). 
 
2. Valorização da confissão: A confissão é uma das provas mais 
valorizadas no processo penal, porém não é suficiente por si só 
para embasar uma condenação. 
3. Valor Probatório: A confissão não tem valor absoluto e deve ser 
confrontada com outras provas do processo. 
4. Confissão na Lei de Drogas: A confissão do porte de drogas não 
atenua a pena por tráfico de drogas. 
5. Classificação: 
Material de @claramendesofic 
claramendesoficsilva@gmail.com 
a. Judicial ou extrajudicial: Feita perante autoridade 
judicial ou fora dela. 
b. Real ou ficta: Se ocorre ou não de fato. 
c. Escrita ou oral: Forma como é realizada. 
d. Simples ou qualificada: Depende da gravidade do 
crime confessado. 
6. Sumula 545 – STJ: Dispõe que a confissão do coacusado não 
pode ser utilizada isoladamente para condenar o réu. 
Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação 
do convencimentodo julgador, o réu fará jus à atenuante 
prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal. 
 
7. Divisibilidade e retroatividade: A confissão pode ser dividida em 
partes, e sua retratação pode ser considerada. Não retroage 
para beneficiar o réu. 
8. Confissão delatória: Aquela em que o réu incrimina outras 
pessoas. 
 
Ofendido – art. 201 CPP 
1. Conceito: O ofendido é o sujeito passivo do crime, e suas 
declarações podem constituir meio de prova. 
2. Valor Probatório: As declarações do ofendido não são valoradas 
da mesma forma que as de uma testemunha, mas em certos 
casos, como crimes clandestinos, podem ter maior peso. 
3. Lei Maria da Penha: Introduz regras especiais para proteção da 
vítima, como a garantia de não contato com o agressor e 
inquirição em recinto adequado. 
4. Escuta Especializada e Depoimento Especial: Previstos na Lei 
Maria da Penha, visam proteger crianças e adolescentes contra a 
revitimização. 
5. Art. 201 CPP: Este artigo dispõe sobre a possibilidade de o 
ofendido produzir provas no processo penal, desde que não 
prejudique a defesa do acusado. 
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado 
sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, 
as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. 
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(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
Este dispositivo garante ao ofendido o direito de ser ouvido durante o 
processo penal, possibilitando que ele relate sua versão dos fatos, aponte o 
autor da infração e indique quaisquer provas que possam ajudar na 
investigação ou julgamento do caso. Suas declarações são formalizadas por 
meio de termo próprio. 
 
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o 
ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei 
nº 11.690, de 2008) 
Caso o ofendido seja convocado para prestar declarações e não compareça 
sem uma justificativa plausível, poderá ser compelido a comparecer por 
meio de condução coercitiva, ou seja, será obrigado a comparecer diante da 
autoridade. 
 
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso 
e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à 
sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. 
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
O ofendido tem o direito de ser informado sobre os principais 
acontecimentos do processo, como a prisão e soltura do acusado, a 
marcação de audiências e a prolação de sentenças, bem como as decisões 
que mantenham ou modifiquem tais situações. 
 
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele 
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. 
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
As comunicações oficiais destinadas ao ofendido devem ser enviadas para o 
endereço por ele indicado, podendo, se preferir, optar pelo recebimento de 
comunicações por meios eletrônicos. 
 
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado 
espaço separado para o ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
Durante as audiências, é garantido ao ofendido um espaço reservado para 
sua participação, assegurando sua privacidade e conforto durante o 
procedimento. 
 
§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para 
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de 
assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. 
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
Caso o juiz identifique a necessidade de suporte multidisciplinar para o 
ofendido, especialmente nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde, poderá 
encaminhá-lo para atendimento, cujos custos serão arcados pelo ofensor ou, 
na ausência deste, pelo Estado. 
 
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação da 
intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, 
determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras 
informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição 
aos meios de comunicação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
O juiz é responsável por garantir a preservação da intimidade, vida 
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privada, honra e imagem do ofendido, podendo adotar medidas como o 
segredo de justiça em relação aos dados e depoimentos referentes ao 
ofendido, visando evitar sua exposição indevida nos meios de comunicação.

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